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Previdência Social
Previdência Social
De forma resumida o orçamento da seguridade está submetida à política econômica e por isso
ocorre uma grande dispersão da arrecadação de recursos, sendo esses desviados para custear
gastos governamentais.
Até o fim do século XIX os trabalhadores eram responsáveis pelos seus cuidados ou então
obtinham ajuda de obras filantrópicas, da Igreja e de familiares.
Diferente dos países europeus, o acesso aos direitos sociais no Brasil se deu de forma desigual e
fragmentado. A partir da industrialização no país e da implantação de um sistema fabril, se criam
mecanismos entre os próprios trabalhadores e depois também os empregadores, formulando
um sistema de proteção por conta própria.
A partir de 1923 deu-se início um sistema protetivo público segurado por lei, a Lei Eloi Chaves
que trazia as Caixas de Aposentadorias e Pensões.
A partir de 1930 a classe trabalhadora se organiza e se desenvolve passando a exigir seu
reconhecimento e dos seus direitos por parte do Estado e dos empresários. Dessa forma, nesse
período foram criados os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs). Os IAPs foram
substituindo aos poucos as CAPs emergindo nisso a previdência social pública.
Nesse período também se avança com a consolidação das leis trabalhistas (CLT) e é estabelecido
um salário mínimo. Busca-se com isso, por parte do Estado, uma administração da questão
social, garantindo alguns direitos sociais dos trabalhadores.
No período da ditadura militar, ocorreu na previdência uma expensão dos que podem acessá-la,
como empregados domésticos, autônomos e garimpeiros, assim como a criação do FUNRURAL
(Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural).
Foi com a Constituição de 1988 que se criou um sistema de seguridade social que abrangia
políticas de previdência, saúde e assistência social, sendo característica desse sistema o
ofertamento de direitos ligados ao trabalho, direitos universais e direitos seletivos.
A partir disso, qualquer cidadão brasileito a partir de 16 anos, trabalhador ou não, poderia
participar do sistema previdenciário, mantendo ainda o princípio de obrigatoriedade de
contribuição para trabalhadores ocupados.
Diferente da saúde e assistência, a previdência manteve seu caráter centralizado, federalizado,
sem que haja espaços de controle social.
Desde os anos 1990, com as reformas do Estado em virtude de uma crise estrutural do capital e
a ideologia neoliberal de ajustes e redução do Estado para as políticas públicas, o sistema de
proteção social sofre influências diretas. Ocorre assim redução de gastos públicos essenciais,
desresponsabilização do Estado, intensa lógica de privatização e etc.
Assim o social está sempre subordinado à política econômica e o Estado está para o capital como
um instrumento que propicia e assegura a acumulação.
É dessa forma que se amplia na sociedade brasileira, a partir do desenvolvimento econômico
proposto pelo capital, a mercantilização e privatização da saúde e da previdência e a assistência
como minimizadora da extrema pobreza.
As intensas reformas fragmentam, fragilizam e precarizam assim a proteção social, fazendo um
desmonte de direitos conquistados e garantidos na Constituição.