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18 de Outubro de 2019
Introdução
Como base para orientar o estudo deste trabalho foi utilizado o método
dedutivo. A pesquisa foi desenvolvida mediante a compilação doutrinária,
isto é, mediante a exposição do pensamento de autores que tratam
especificamente sobre o assunto, organizando suas opiniões de maneira
lógica.
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 134, consagra ainda uma das
funções, que para Morais, S. (1995, p.24) é a de maior relevância da
Defensoria Pública, ou seja, prover, extrajudicialmente, a conciliação entre
as partes em conflito de interesse, por meio do aconselhamento jurídico,
assim o artigo 585, II do CPC dispõe que o instrumento de transação
referendado, pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública e pelos
advogados dos transatores; constitui título executivo extrajudicial.
O artigo 61, § 1º, II, d, dispõe que são de iniciativa privativa do Presidente da
República as leis que disponham sobre a organização da Defensoria Pública
da União e normas gerais da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito
Federal e Territórios.
Além disso, por força do artigo 236, a Constituição Federal de 1988 incluiu
os serviços notariais e registrários públicos na Assistência Jurídica Integral.
(BASTOS, 2000, p.267).
Trata-se de uma lei nacional e não federal por possuir extensão nacional,
não incidindo apenas sobre os jurisdicionados da União. É também norma
geral pelo fato de conter determinadas diretrizes que delimitam a
elaboração de leis. (MORAIS, S., 1995, p.16).
Desta forma, a Defensoria Pública foi criada para viabilizar o acesso à justiça
aos necessitados, assegurando ao povo brasileiro a igualdade substancial.
3. Princípios
Morais, S. (1995, p.16) afirma que a Defensoria Pública tem como objetivo
fundamental assegurar o princípio da constitucional da igualdade, porém
essa igualdade não é apenas formal, mas também uma igualdade
substancial no acesso à informação jurídica e no acesso à Justiça, e ressalta:
“[...] é absolutamente necessário que todos os membros da coletividade
tenham possibilidade de saber o que podem exigir e o que devem fazer: os
direitos e os deveres”.
O artigo 193 da Constituição Federal de 1988 diz que: “A ordem social tem
como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça
social”. Neste caso, a justiça social é normatizada como com o fim da ordem
social. O primado do trabalho é elemento fundamental para a realização da
ordem social e é conteúdo jurídico da justiça social. (JUNKES, 2006, p.72).
Silva (2004, p.122) destaca que o princípio da justiça social está ligado à
tarefa do Estado Democrático de Direito que consiste em “superar as
desigualdades sociais e regionais e instaurar um regime democrático que
realize a justiça social”.
4. Justiça
4.1 Conceito
Por fim, a justiça é assim definida por Gusmão (2003, p.74) como: “a
exigência de dar a cada um o que é seu e de não causar dano a outrem,
considerando como nosso semelhante, e não como meio de satisfação de
nossos interesses”.
O conceito de justiça social nasce a partir das ideias de John Rawls. Ele
estabelece uma teoria da justiça social cujo conteúdo é baseado na estrutura
básica da sociedade. Conforme Rawls apud Junkes (2006, p.33) a estrutura
básica da sociedade é constituída pelas instituições sociais fundamentais,
como por exemplo, a Constituição, os regimes jurídicos e econômicos,
assim como o seu funcionamento num único sistema, devendo constituir
um sistema autossuficiente de cooperação social com o fim de proporcionar
elementos essenciais à vida humana. (JUNKES, 2006, p.33).
Para Rawls apud Junkes (2006, p.36), os bens primários são as liberdades
básicas, como o pensamento e a consciência, a liberdade de movimento a
livre escolha de sua ocupação, os poderes e as prerrogativas das funções e
dos postos de responsabilidade, a renda e a riqueza e as bases sociais do
respeito.
Desta forma Rawls apud Junkes (2006, p.34), a cooperação social deve ser
organizada pelas instituições sociais da estrutura básica, de tal forma que
beneficie os esforços voltados para a melhoria das condições de vida de
todos os membros da sociedade.
E para que exista a cooperação social é importante que haja garantia de que
todos os integrantes da sociedade possuam meios e recursos necessários a
uma existência digna; que haja o máximo aproveitamento dos talentos e
potencialidades de cada integrante da sociedade; que todos tenham uma
participação política igualitária; e a existência de mecanismos para dirimir
as desigualdades sociais. (JUNKES, 2006, p.45).
Junkes (2006, p.126) afirma que a Defensoria Pública cumpre sua função
essencial à jurisdição somente em relação aos necessitados
desempenhando a assistência jurídica, ou seja, ela também exerce funções
desvinculadas da atividade jurisdicional, como por exemplo, a assistência
jurídica extrajudicial.
6 Acesso à justiça
O acesso à justiça não se limita apenas nos tribunais, tais como órgãos
jurisdicionais pertencentes à estrutura do Estado, devendo existir também
o acesso à ordem jurídica justa, ao produzir decisões individual ou coletiva.
(MORAIS G., 1997, p. 13 e 14).
Desta forma, também afirma Galliez (2006, p.40): “No tocante à Defensoria
Pública, apesar de o Estado admitir a necessidade de sua permanência na
estrutura orgânica administrativa, age, por vezes, como se essa importância
fosse secundária”. E salienta que: “É preciso, por fim, que nossos políticos
[...], reflitam sobre a relevância da Defensoria Pública, a menos que
queriam negar, irracionalmente, a realidade histórica já consolidada com o
tempo”. 20
Conclusões
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, José Afonso da. Curso de direito Constitucional Positivo. 23ª ed.
São Paulo: Malheiros, 2004, 900 p.
LEGISLAÇÃO
1 Assim sendo, Silva (2004, p.551) define jurisdição como sendo “o que se
chama função jurisdicional ou simplesmente jurisdição, que se realiza por
meio de um processo judicial, dito, por isso mesmo, sistema de composição
de conflitos de interesses ou sistema de composição de lides”.
12 De acordo com Moreira Neto apud Morais (1997, p. 41) A Justiça aqui
está no sentido de que o Estado tem que realizar este valor no sentido mais
amplo possível. A realização da Justiça é uma finalidade do Estado. Só se
pode entender Justiça no sentido amplo e não no sentido estrito, de órgão
judiciário.
20 Acerca do assunto, Silva (2004, p. 617) destaca que: Os Estados não têm
a faculdade de escolher se instituem e mantêm, ou não, a Defensoria
Pública. [...] Se é uma instituição e ainda sujeita a normas gerais de lei
complementar já promulgada (LC 80/94), a toda evidência, não pode ser
órgão subordinado ou parte de outra instituição, que não ao próprio Estado,
com autonomia ou subordinada a uma Secretaria (da Justiça ou da
Promoção Social), segundo dispuser lei estadual [...].