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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS - DE
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

ERMESON CORDEIRO NOBRE


ITALO GRANGEIRO SANTOS
JOSÉ VICENTE GOUVEIA NETO
RAFAELA RITHELLY DE PAIVA OLIVEIRA

ANÁLISE DE CRITÉRIOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE SEMÁFORO EM


INTERSEÇÃO NA CIDADE DE CARAÚBAS - RN

CARAÚBAS
2019
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 3

OBJETIVOS ........................................................................................................................................... 4

CARACTERIZAÇÃO DA INTERSEÇÃO ............................................................................................ 5

LEVANTAMENTO EM CAMPO.......................................................................................................... 8

ESTUDO DE UTILIZAÇÃO DO SEMÁFORO NA INTERSEÇÃO.................................................. 10

CRITÉRIO I - Volumes veiculares mínimos ................................................................................ 10

CRITÉRIO II - Interrupção do Tráfego contínuo ......................................................................... 11

CRITÉRIO III - Volumes conflitantes em interseções de cinco ou mais aproximações .............. 12

CRITÉRIO IV - Grande fluxo de pedestres em vias principais .................................................... 12

CRITÉRIO V - Índices de acidentes ............................................................................................. 13

CRITÉRIO VI - Melhoria do sistema progressivo ........................................................................ 13

CRITÉRIO VII - Controle de áreas congestionadas ..................................................................... 14

CRITÉRIO VIII - Combinação de critérios .................................................................................. 14

CRITÉRIO IX - Situações locais específicas ................................................................................ 14

CÁLCULO DO TEMPO DE CICLO DE UM SEMÁFORO (MÉTODO DE WEBSTER) ................ 16

Contagem em campo e levantamento da geometria da interseção .................................................... 16

Cálculo dos Estágios ......................................................................................................................... 18

Preenchimento da tabela de acordo com o método de Webster ........................................................ 19

Cálculo do tempo de ciclo ótimo....................................................................................................... 19

Cálculo do tempo efetivo de verde .................................................................................................... 21

CONCLUSÕES..................................................................................................................................... 24

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 25
INTRODUÇÃO

O controle do sistema viário em centros urbanos é um desafio para a Engenharia de


Tráfego, tendo em vista que o crescimento da quantidade de automóveis que trafegam nas
ruas vem aumentando, e os investimentos em infraestrutura não seguem na mesma proporção
(LOCH, 2014).
Analisar a infraestrutura presente, assim como o planejamento de novas vias, engloba
várias áreas de conhecimento, dentre estas a engenharia de tráfego desempenha um papel
fundamental. Para a engenharia de tráfego, os estudos de movimentação se servem para
atingir seus objetivos, que se resumem em planejar as vias e a circulação do trânsito nelas,
visando seu emprego no transporte de pessoas e mercadorias de maneira eficiente, econômica
e segura (BRASIL, 2006).
A rapidez com que se deu o desenvolvimento da frota de automóveis é notório ao
percorrer as vias públicas de todo o território brasileiro. O transporte coletivo seria uma
resposta para minimizar os problemas de trânsito, no entanto, a sua ineficiência e a falta de
políticas governamentais eficazes, provocam a migração da população a quererem possuir o
transporte particular, que recebe inúmeros e inesgotáveis subsídios oferecidos às fabricantes
de automóveis e as facilidades de obtenção de linhas de crédito especiais para financiamento
de veículos (LOCH, 2014).
Os problemas ocasionados por priorizar o transporte individual tendem a gerar efeitos
negativos (estresse, colisões, etc) no sistema de trânsito, onde se faz preciso um planejamento
urbano eficaz e que satisfaça às futuras mudanças previstas ao longo do tempo (LOCH, 2014).
Para isto é necessário verificar os horários de maior solicitação da via, volumes de tráfego e
outras características a fim de se chegar em alternativas para os problemas encontrados.
Órgãos públicos, centros comerciais e outros empreendimentos de serviços se
encontram geralmente em uma única região central da cidade, sendo esta rodeada por bairros
residenciais cada vez mais povoados, ocasionando em certos horários do dia um grande fluxo
de veículos para uma única localidade, ocorrendo problemas no trânsito que não estavam
previstos (LOCH, 2014).
O objetivo deste trabalho foi analisar a situação em que se encontra a interseção
conflitante localizada próxima ao Banco do Brasil da cidade de Caraúbas – RN, e mostrar
possíveis medidas que venham melhorar a fluidez e segurança desta interseção.
OBJETIVOS

O presente trabalho tem como objetivo o estudo de uma interseção de trânsito na


cidade de Caraúbas – RN, visando se terá a necessidade de uma implementação semafórica ou
outra solução de sinalização mais adequada. Visa também, a aprendizagem sobre os sinais de
trânsito na disciplina Engenharia dos transportes.

1.1 Objetivos Específicos

 Estudo sobre a sinalização semafórica;


 Dimensionamento do tempo de semáforos;
 Dar uma solução cabível para melhoria no trânsito no local da interseção;
 Aprendizagem sobre sinalização semafórica.
CARACTERIZAÇÃO DA INTERSEÇÃO

A interseção está localizada na interseção da rua Leovogildo Fernandes Pimenta e a


rua Oton Gurgel, próximo ao Branco do Brasil, no centro de Caraúbas – RN.

Figura 01: Interseção de estudo

Fonte: Google Maps (2019).

A mesma possui um trânsito bastante conflitante, onde não se é obedecido as


sinalizações verticais nela existentes.
Figura 02: Sinalização vertical PARE.

Fonte: Os autores (2019).

Figura 03: Sinalização vertical PASSAGEM OBRIGATÓRIA.


Fonte: Os autores (2019).
Figura 4: Trânsito desordenado.

Fonte: Os autores (2019).


LEVATAMENTO TOTAL MANHÃ E TARDE

LEVANTAMENTO EM CAMPO

Tabela 01: Levantamento do trânsito na interseção.


ANÁLISE DA INTERSERÇÃO BANCO DO BRASIL
Aproximação Aproximação Aproximação
Tpo de Aproximação Total de
sentido lotérica - sentido Banco sentido praça -
veículo casa Alves pedestres
Banco do B do B - praça Banco do B

Carro* 205 145 485 348

Moto 482 246 913 851

Caminhão 9 3 16 5 x

Ônibus 5 6 11 5

Bicicleta 14 11 18 21

Pedestre 469 412 455 391 1727

TOTAL 715 411 1443 1230 3799


Fonte: Os autores (2019).

Tabela 02: Volume em cada horário.

Hora Via preferencial Via secundária Volume Total


07:00 - 08:00 234 108 342
08:00 - 09:00 190 89 279
09:00 - 10:00 186 83 269
10:00 - 11:00 224 101 325
13:00 - 14:00 222 96 318
14:00 - 15:00 226 83 309
15:00 - 16:00 245 84 329
16:00 - 17:00 262 116 378
Fonte: Os autores (2019).

Tabela 03: Volume médio total.


VOLUME MÉDIO DAS OITO HORAS
VIA PREFERENCIAL VIA SECUNDÁIA
223,625 95
Fonte: Os autores (2019).
ESTUDO DE UTILIZAÇÃO DO SEMÁFORO NA INTERSEÇÃO

Para o estudo da utilização do semáforo, o técnico deve considerar a viabilidade de


aplicação, previamente, de:

 Melhoria na sinalização vertical e horizontal;


 Remoção de interferências que prejudiquem a visibilidade da sinalização;
 Mudança na geometria da interseção (ex.: canalizações físicas para separar
movimentos conflitantes);
 Melhoria na iluminação do entorno;
 Controle das velocidades de aproximação.
No mais devem ser analisados 9 (nove) critérios, se em apenas um deles houver a
necessidade de implementação de semáforos, já significa que naquele local deverá ser
implantado uma sinalização semafórica. A seguir, teremos a análise de todos os critérios.

CRITÉRIO I - Volumes veiculares mínimos

Figura 05: Volumes veiculares mínimos.

Fonte: Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito (2014).


Tabela 03: Volume médio total.

VOLUME MÉDIO DAS OITO HORAS


VIA PREFERENCIAL VIA SECUNDÁIA
223,625 95
Fonte: Os autores (2019).

De acordo com a tabela do Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito, o volume


médio da interseção analisada, não atinge o mínimo exigido, não necessitando assim, da
implementação semafórica.

CRITÉRIO II - Interrupção do Tráfego contínuo

Figura 6: Interrupção de tráfego contínuo.

Fonte: Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito (2014).

Tabela 03: Volume médio total.

VOLUME MÉDIO DAS OITO HORAS


VIA PREFERENCIAL VIA SECUNDÁIA
223,625 95
Fonte: Os autores (2019).
Como analisado, de acordo com o Manual de Sinalização de Trânsito, apenas a via
secundária atinge o mínimo necessário, porém, a via principal não atinge o limite mínimo,
fazendo com que, não necessite de implementação de semáforos.

CRITÉRIO III - Volumes conflitantes em interseções de cinco ou mais aproximações

De acordo com o critério III do Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito


(CONTRAN), a interseção necessitará de semáforo quando apresentar um volume equivalente
total mínimo de 800 veículos/hora, exceto quando for possível inverter o fluxo de uma
aproximação, diminuindo para quatro aproximações.

Tabela 03: Volume médio total.

VOLUME MÉDIO DAS OITO HORAS


VIA PREFERENCIAL VIA SECUNDÁIA
223,625 95
Fonte: Os autores (2019).

Diante disso, o volume médio total resultou em 223,625 veículos/hora, ou seja, não
sendo necessário a implementação de semáforos.

CRITÉRIO IV - Grande fluxo de pedestres em vias principais

Numa seção de via, próximo a empreendimentos (colégio, shopping) por exemplo,


pode se fazer necessário a instalação de um semáforo, se for obedecida as seguintes
condições:

 P = 250 pedestres/h em ambos os sentidos de travessia e:


 Q = 600 veíc./h nos dois sentidos, quando a via é de mão dupla e não há canteiro
central ou o tem com largura menor que 1 metro; ou
 Q = 1.000 veíc./h nos dois sentidos, quando há canteiro central com largura mínima de
1 metro.

Sendo:

P = volume de pedestres;
Q = volume de veículos equivalentes em conflito com os pedestres.

De acordo com a interseção em análise, obteve-se os seguintes valores:

P = 178 pedestres/h

Q = 223,625 Veí/h

Mostrando assim, que não foi atendido os valores mínimos permitidos para a situação.

CRITÉRIO V - Índices de acidentes


Figura 7: Critérios de implantação de semáforo estabelecidos por alguns manuais.

Segundo informações de moradores da região, não há ocorrências ou registros de


acidentes na interseção estudada.

CRITÉRIO VI - Melhoria do sistema progressivo

Em vias com sistemas coordenados de trânsito, esse critério pode ser explicado para
ajustar a velocidade de progressão, dando maior fluidez às vias. O novo semáforo deve ser
ajustado através do diagrama espaço-tempo da progressão.
Por conseguinte, os critérios anteriores mostram que não seria necessário o emprego
da sinalização semafórica, e portanto, não haverá necessidade de ajuste no seu diagrama de
espaço-tempo da progressão.
CRITÉRIO VII - Controle de áreas congestionadas

Em áreas com congestionamento constante e inevitável por outros meios (mudança na


geometria, na circulação), um semáforo pode ser justificado em:
 Entrelaçamentos complexos, de capacidade inferior à demanda.
 Aproximação com capacidade inferior à demanda, com formação de filas externa e
bloqueio de interseção anterior.
A interseção estudada, não apresenta congestionamentos, não se fazendo necessário a
utilização de sinalização semafórica.

CRITÉRIO VIII - Combinação de critérios

Em locais que não atendam totalmente nenhum dos critérios citados anteriormente, e
que mesmo assim registra uma alta porcentagem de vários critérios, a instalação de um
semáforo pode ser justificada:
a) quando dois dos critérios de 1 a 5 forem observados em, no mínimo, 80%;
b) quando três critérios de 1 a 5 forem observados em, no mínimo, 70%.
Como foi visto anteriormente, nenhum dos critérios atingiram a porcentagem mínima
necessária para esses casos.

CRITÉRIO IX - Situações locais específicas

Desde que justificado pelo técnico, como o caso de má visibilidade nas aproximações.
Regra geral quanto a distância de visibilidade em uma interseção:
 Define-se por distância de visibilidade a visão que o motorista tem, ao se aproximar de
uma interseção, de modo que ele perceba qual o comprimento das vias interceptantes,
exercendo, por isso, total controle de seu veículo e evitando colisões.
Figura 08: Situação local específica.

Figura 09: distância de frenagem

Fonte: Manual brasileiro de sinalização de trânsito (2014)


CÁLCULO DO TEMPO DE CICLO DE UM SEMÁFORO (MÉTODO DE WEBSTER)

Contagem em campo e levantamento da geometria da interseção

Figura 08: Movimentos 1, 2 e 3 na interseção.

Fonte: Os autores (2019).

Figura 09: Movimentos 4, 5 e 6 na interseção.

Fonte: Os autores (2019).


Figura 10: Movimentos 7, 8 e 9 na interseção.

Fonte: Os autores (2019).

Figura 11: Movimentos 10, 11 e 12 na interseção.

Fonte: Os autores (2019).


Cálculo dos Estágios

Figura 12: Representação do Estágio 01.

Fonte: Os autores (2019).

Figura 13: Representação do Estágio 02.

Fonte: Os autores (2019).


Preenchimento da tabela de acordo com o método de Webster

Tabela 04: Método de Webster.

I n (faixa de feq (fator de q=(I x Yi (fluxo de


ESTÁGIO MOVIMENTO
(Intensidade) rolamento) equivalencia) feq)/n saturação)

7 523 1 1 523,00 0,291 0,471


9 270,5 1 1,2 324,60 0,180
1 10 682,75 1 1 682,75 0,379
11 312,75 1 1,2 375,30 0,209
1 111,75 1 1 111,75 0,062 0,588 Y1
3 174,25 1 1,2 209,10 0,116 0,178
2 4 225 1 1 225,00 0,125
5 249 1 1,2 298,80 0,166 0,291 Y2

0,879 Y
Fonte: Os autores (2019).

Cálculo do tempo de ciclo ótimo

Tabela 06: Cálculo do tempo de ciclo ótimo.

Fonte: Os autores (2019).

Figura 14: Diretrizes para escolha do tempo de ciclo.


Fonte: Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito (2014).

Figura 15: Velocidade adotada.

Fonte: Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito (2014).

Figura 16: Fator de equivalência

feq (Fator de equivalencia)


movimientos retos 1
movimientos de conversão à
esquerda ou direita 1,2
Fonte: Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito (2014).
Cálculo do tempo efetivo de verde

Tabela 07: Tempo Efetivo de Verde

Gt = Tco - P = 110

Yi Yi
Gi = Gt = x (Tcp - P)
Y Y

G1= 74

G2= 36
Fonte: Os autores (2019).

Figura 17: Diagrama de Tempo de tempos.

Fonte: Os autores (2019).


Figura 17: forma gráfica do diagrama de tempo

Fonte: Os autores (2019).

Croqui da possível solução com o uso de semáforos na via

Por questão de ajuste e melhor visualização, segue um arquivo anexo em PDF com todo o
projeto detalhado.

Figura 18: Croqui da solução adotada para a via.


Fonte: Os autores (2019)..
CONCLUSÕES

O presente trabalho da disciplina de engenharia dos transportes teve como objetivo de


proporcionar uma solução para interseção na cidade de Caraúbas- RN, localizada próximo o
banco do Brasil. Diante da analise foi sugerido à proibição da conversão à esquerda para
todos os sentidos, porém há outras soluções, deixando a via sentido único após a interseção
para quem vai banco do Brasil praça, tendo em vista que a proximamente 150 metros tem uma
rua coletora que dá acesso à via principal.
REFERÊNCIAS
BRASIL (1999) Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o código de trânsito
brasileiro. Lex: nova coletânea de legislação de trânsito, Porto Alegre.

BRASIL. DNIT – DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE


TRANSPORTES. Manual de estudos de tráfego. Rio de Janeiro, 2006. 384p.

DENATRAN (1984) Departamento Nacional de Trânsito, Manual de Semáforos, 2ª Edição,


Brasília, DF.

DETRAN-CE (2006) Departamento Estadual de Trânsito - Evolução da Frota. Acesso em: 01


Ago. 2019.

LOCH, Wagner Fontanari. ESTUDO DE TRÁFEGO NA INTERSEÇÃO ENTRE A AV.


JOÃO PESSOA E RUA CORONEL OSCAR RAFAEL JOST NA CIDADE DE SANTA
CRUZ DO SUL/RS. 2014. 73 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil,
Universidade de Santa Cruz do Sul, Santa Cruz do Sul, 2014.

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