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RESUMO
Este artigo apresenta uma análise dos Direitos e Garantias Fundamentais, sua
importância para o Estado democrático de Direito bem como os mecanismos de sua
efetivação. Para tanto, buscou-se de forma clara e sucinta esclarecer conceitos
essenciais em relação a direitos individuais e coletivos e os mecanismos de efetivação
dos referidos direitos tanto no âmbito constitucional quanto infraconstitucional.
1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
Art. 1º - Parágrafo único. Todo poder emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.
3. AÇOES COLETIVAS
3.1 PRINCÍPIOS
a) Por princípio do devido processo legal coletivo entende-se que o processo coletivo
possui características tão específicas que é necessário que o princípio do devido
processo legal se adeque ao processo coletivo. Assim, o princípio do devido
processo legal coletivo seria a raiz da qual se derivariam diversos outros princípios,
tais como o princípio da representatividade adequada e o da ampla divulgação da
demanda coletiva.
b) O princípio da aplicação residual do Código de Processo Civil é apresentado pelo
jurista Elpídio Donizetti, pois, como o processo coletivo forma um microssistema
processual, o Código de Processo Civil seria apenas residual. Aplicando ao que
não possuir regra específica.
c) Pelo princípio da representatividade adequada entende-se que, como a defesa das
coletividades é feita por substitutos processuais em juízo, esta legitimação
extraordinária deve ser feita de maneira adequada. Assim, não é permitido prejuízo
para as partes em virtude de má atuação no processo.
d) O princípio da não taxatividade da ação coletiva ou princípio da atipicidade está
garantido no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal, bem como no art. 83 do Código
de Defesa do Consumidor e no art. 21, da Lei da Ação Civil Pública.
Pelas normas do ordenamento jurídico, não haverá lei que exclua lesão ou
ameaça a direito da apreciação pelo Poder Judiciário. Assim, pelo princípio da não
taxatividade da ação coletiva não poderá haver restrição a propositura de ação
coletiva quando não existir instrumento específico para a defesa do referido direito
sendo irrelevante o nome dado à ação. O que importa é a efetiva garantia do direito.
e) Já o princípio da ampla divulgação da demanda coletiva, princípio da
notificação adequada ou princípio da informação aos órgãos competentes está
claramente determinado no artigo 94 do CDC.
Assim, mesmo que o autor da ação não execute a sentença, por se tratar de
direito coletivo, caberá ao MP a Defensoria Pública e da Advocacia Pública garantir a
execução da sentença condenatória coletiva.
Porém, é preciso destacar que em matéria de direitos individuais homogêneos,
o legitimado para a execução será a vítima e seus sucessores, assim como definem
os arts. 97 a 100 do CDC.
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser
promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos
legitimados de que trata o art. 82.
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos
legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas
indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem
prejuízo do ajuizamento de outras execuções.
(...)
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados
em número compatível com a gravidade do dano, poderão os
legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da
indenização devida.
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa
julgada:
(...)
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar
todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo
único do art. 81.
(...)
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art.
13, da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de
indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou
na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão
as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à
execução, nos termos dos art. 96 a 99.
A Lei que regulamenta a Ação Civil Pública no Brasil é a lei 7.347/85 e surgiu
como fruto de diversos doutrinadores, baseados no instituto da Class Action, norte
americana, e no direito italiano.
Como bem aponta Marinoni (2017. p. 477), “Inicialmente essa lei desejou
regular apenas as ações tendentes a tutela do meio ambiente, do consumidor e de
bens e direitos de valores artísticos, estético, histórico, turístico e paisagístico. ”
Porém, após as alterações introduzidas, posteriormente, ao seu artigo 1º, ela pode
ser utilizada para proteção de qualquer direito difuso ou coletivo, inclusive por infração
da ordem econômica e da economia popular.
A Constituição apresenta a Ação Civil Pública como função do Ministério
público, em seu artigo 129, III.
I - o Ministério Público;
II - a Defensoria Pública;
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
No Brasil, a Ação Civil Pública é regida pela Lei 7.347/85, bem como pelo
Código de Defesa do Consumidor.
Pela análise dos dispositivos do CDC, resta claro que a ACP pode ser
utilizada tanto para defesa de direitos difusos e coletivos (artigo 83) quanto para direito
Individuais Homogêneos, como dispõe o artigo 91.
Uma crítica que Marinoni (2017) faz a lei, diz respeito a exclusão dos direitos
difusos como objeto do Mandado de Segurança. Para o referido autor, o objetivo seria
“transformar o mandado de segurança coletivo em uma forma de proteção especial
aos associados ou dos vinculados aos legitimados. “Contudo, para o autor, “conceder
via especial e privilegiada para certos particulares defenderem seus interesses violaria
a garantia da isonomia” e por isso, esta restrição não deve prosperar e deve-se
entender como objeto, direitos difusos e coletivos de forma ampla.
3.3.4 - IRDR
Não se trata de mais uma espécie de ação coletiva. Sua natureza jurídica, como
defendem autores como Humberto Theodoro Junior é de incidente processual, pois
não são ações autônomas, sendo necessária a existência de demandas já instauradas
para a sua configuração. Nesse sentido,
Apesar de não serem ação coletiva, merecem destaque, pois seus efeitos
ultrapassam as partes envolvidas no processo e afetam todos aqueles que possuem
relação jurídica semelhante, visto que possui força vinculante a todos os processos
individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito, inclusive a
ações futuras.
4. REMEDIOS CONSTITUCIONAIS
Como pode-se inferir do artigo acima, o Habeas Corpus era utilizado no Brasil
para dar efetividade a todo e qualquer direito que estivesse sendo ofendido ou sob
risco de ser ofendido.
Hoje, o Habeas Corpus é fundamentado no artigo 5º, LXVIII, da Constituição
Federal, bem como no artigo 647 e seguintes do Código de Processo Penal,
possuindo como finalidade afastar constrangimento ilegal já efetivado à liberdade de
locomoção ou afastar ameaça à liberdade de locomoção. Ressalta-se que o direito a
ser defendido pelo Habeas Corpus é sempre o direito à liberdade de locomoção,
limitado pelo poder público ou quem o represente. Não cabe contra ação de partículas
que nesse caso será resolvido por ação penal de sequestro ou cárcere privado.
Neste sentido,
O Habeas Corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa face a autoridade
pública, seja ela a pessoa que sofre a coação, que nesse caso recebe o nome de
Paciente, ou por alguém que a represente, que será chamada de Impetrante.
Não cabe Habeas Corpus quando a pena máxima for de multa, visto que não
há a possibilidade do cerceamento de liberdade. Não cabe também em favor de
pessoa jurídica pois não há restrição ao direito de locomoção. Não cabe para a
liberação de animais e veículos, pois são direitos exclusivos do homem. Outra
restrição é no caso de punições disciplinares militares, regra prevista no artigo 142,
parágrafo 2º da Constituição.
Art.5º. LXXII
conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público;
Fica claro o motivo pelo qual é um dos mais utilizados, pois sempre que não for
hipótese de Habeas Data (direito a informação) e Habeas Corpus (direito de
locomoção), o remédio que garante todos os demais Direitos Constitucionais é o
Mandado de Segurança.
O servidor público tem o Direito de greve, mas depende de lei para que possa
exercer esse direito. Assim, o MI é o remédio que visa impelir o legislador a criar a
norma que viabilize o exercício do direito.
Pela Corrente Concretista Intermediária, teoria que vem sendo cada vez mais
defendida pela doutrina, a crítica feita a teoria concretista geral que é de assumir o
lugar do legislador e ofender a separação dos poderes estaria superada, pois apenas
determinaria efeitos concretos caso o órgão responsável não assumisse a
responsabilidade que lhe foi atribuída. Seria um “renunciar tácito” mesmo que
temporário do seu direito de regulamentar que estaria sendo suprido pelos tribunais.
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará
coisa julgada:
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por
insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá
intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova
prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
Cumpre destacar, que caso o autor da ação individual não seja comunicado da
existência da ação coletiva, esta restrição em relação aos efeitos da sentença não o
atinge.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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da Class Action Norte Americana. In: CLÉVE, Clemerson Merlin (Org.) In: Doutrinas
Essenciais de Direito Constitucional. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
Volume 10. págs. 1957 - 1981 .
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Clemerson Merlin (Org.) Doutrinas Essenciais de Direito Constitucional. São
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LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. In: Os pensadores. SP: Abril,
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