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PROBLEMAS RESOLVIDOS DE FÍSICA

Prof. Anderson Coser Gaudio


Departamento de Física – Centro de Ciências Exatas – Universidade Federal do Espírito Santo
http://www.cce.ufes.br/anderson
anderson@npd.ufes.br Última atualização: 28/11/2006 14:28 H

17 - Campo Elétrico

Fundamentos de Física 2 Física 2 Física 2


Halliday, Resnick, Walker Resnick, Halliday, Krane Resnick, Halliday, Krane
4ª Edição, LTC, 1996 4ª Edição, LTC, 1996 5ª Edição, LTC, 2003
Cap. 24 - O Campo Cap. 28 - O Campo Cap. 26 - O Campo
Elétrico Elétrico Elétrico

Prof. Anderson (Itacaré, BA - Fev/2006)


Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES

HALLIDAY, RESNICK, WALKER, FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996.

FUNDAMENTOS DE FÍSICA 3

CAPÍTULO 24 - O CAMPO ELÉTRICO

EXERCÍCIOS E PROBLEMAS

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
51 52 53 54 55 56 57 58 59 60
61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
71 72 73 74 75 76 77 78 79 80
81 82 83 84 85 86 87 88 89 90
91 92 93 94 95 96 97 98 99 100

[Início documento]

[Início seção] [Início documento]

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Problemas Resolvidos de Física Prof. Anderson Coser Gaudio – Depto. Física – UFES

RESNICK, HALLIDAY, KRANE, FÍSICA, 4.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 1996.

FÍSICA 3

CAPÍTULO 28 - O CAMPO ELÉTRICO

PROBLEMAS

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
51 52 53 54 55 56 57 58

[Início documento]

09. O mostrador de um relógio possui cargas pontuais negativas -q, -2q, -3q, ..., -12q fixas nas
posições dos numerais correspondentes. Os ponteiros do relógio não perturbam o campo. A que
horas o ponteiro das horas aponta no mesmo sentido do campo elétrico existente no centro do
mostrador? (Sugestão: Considere cargas diametralmente opostas.)
(Pág. 28)
Solução.
O esquema a seguir mostra os vetores campo-elétrico localizados no centro do relógio, devidos a
cada uma das cargas posicionadas ao longo da sua circunferência.
−12q
−11q −q
E12
−10q E11
−2q
E10 E 1
E2
−9q E3 −3q
E9
E4
E8
−8q E5 −4q
E7 E6

−7q −5q
−6q
As cargas diametralmente opostas geram campos que possuem a mesma direção e sentidos opostos
e que, portanto, podem ser somados facilmente.
kq 7 kq 6kq
E17 = E1 + E7 = − 2 i 7 + 2 i 7 = 2 i 7
R R R
Na equação acima, i7 é um vetor unitário localizado no centro do relógio e que aponta para a carga
−7q.
2kq 8kq 6kq
E 28 = E 2 + E8 = − 2 i 8 + 2 i 8 = 2 i 8
R R R
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A assim segue até o último par de campos.


6kq 12kq 6kq
E 612 = E6 + E12 = − 2 i12 + 2 i12 = 2 i12
R R R
Os vetores E17, E28, etc., são mostrados no esquema abaixo.
−12q
−11q −q
E612
−10q E511
−2q
E410
−9q E39 −3q

E28
−8q E17 −4q

−7q −5q
−6q
A simetria envolvida na distribuição dos vetores mostra que a resultante aponta para o ponto médio
entre os marcadores 9 e 10 do relógio, portanto para às 09:30.

[Início seção] [Início documento]

10. Na Fig. 4, suponha que ambas as cargas sejam positivas. Mostre que o valor de E no ponto P da
figura, supondo x >> d, é dado por

1 2q
E=
4πε 0 x 2

(Pág. 28)
Solução.

[Início seção] [Início documento]

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11. Na Fig. 4, considere um ponto situado a uma distância z do centro do dipolo, ao longo do seu
eixo. (a) Mostre que, para valores grandes de z, o campo elétrico é dado por

1 p
E=
2πε 0 z 3

(Compare com o campo num ponto situado sobre a bissetriz.) (b) Quais são a direção e o
sentido de E?

(Pág. 28)
Solução.
(a) Considere o esquema abaixo:
l
q q E− E+
− + z
z
E = E + + E-
1 q 1 q
E= k− k
4πε 0 ⎛ l⎞
2
4πε 0 ⎛ l⎞
2

⎜z− ⎟ ⎜z+ ⎟
⎝ 2⎠ ⎝ 2⎠
q ⎡ 1 1 ⎤
E= ⎢ − ⎥k
πε 0 ⎢⎣ ( 2 z − l )2 ( 2 z + l )2 ⎥⎦
8qlz
E= k
πε 0 ( l 2 + 4 z 2 )
2

8 pz
E= k
πε 0 ( l 2 + 4 z 2 )
2

Para valores de z >> l tem-se:


p
E= k
2πε 0 z 3
(b) A resposta do item (a) responde a esta questão.
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[Início seção] [Início documento]

14. A Fig. 24 mostra um tipo de quadrupolo elétrico. Ele consiste em dois dipolos cujos efeitos em
pontos externos não se cancelam completamente. Mostre que o valor de E sobre o eixo do
quadrupolo, para pontos situados à distância z do seu centro (suponha z >> d), é dado por

3Q
E=
4πε 0 z 4

onde Q (= 2qd2) é denominado momento de quadrupolo da distribuição de carga.

(Pág. 28)
Solução.
Considere o seguinte esquema da situação:
d d z
E− P E+
+ −− +
z
z1

z2
O campo elétrico (E) produzido pelo quadrupolo em P pode ser calculado por meio da soma dos
campos produzidos pelos dipolos que compõem o quadrupolo (E1 e E2).
E = E1 + E2
Os campos dos dipolos valem:
1 2qd
E1 = − i
4πε 0 z13
1 2qd
E2 = i
4πε 0 z23
Sendo que as distâncias z1 e z2 são definidas por:
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d
z1 = z +
2
d
z2 = z −
2
O módulo do campo E vale:
⎡ ⎤
⎢ ⎥
2qd ⎢ 1 1 ⎥
E= −

4πε 0 ⎛ 3
d⎞ ⎛ d⎞ ⎥
3

⎢⎜ z − ⎟ ⎜ z + ⎟ ⎥
⎣⎝ 2⎠ ⎝ 2⎠ ⎦
Multiplicando-se e dividindo-se o segundo membro desta equação por z3, teremos:
2qd ⎡⎛ d ⎞
−3
⎛ d ⎞ ⎤
−3

E= ⎢⎜ 1 − ⎟ − ⎜ 1 + ⎟ ⎥
4πε 0 z 3 ⎣⎢⎝ 2 z ⎠ ⎝ 2 z ⎠ ⎦⎥

Aplicando-se a expansão binomial (Apêndice H, pág. A-288) e omitindo-se os termos de ordem


superior (z >> d):
2qd ⎡⎛ 3d ⎞ ⎛ 3d ⎞⎤
E= 3 ⎢⎜
1+ + "⎟ − ⎜1 − + "⎟ ⎥
4πε 0 z ⎣⎝ 2 z ⎠ ⎝ 2z ⎠⎦
2qd 3d 3.2qd 2 3Q
E= = =
4πε 0 z z 4πε 0 z
3 4
4πε 0 z 4
Em notação vetorial:
3Q
E= i
4πε 0 z 4

[Início seção] [Início documento]

16. A Fig. 25 mostra as linhas de campo de um campo elétrico; o espaçamento das linhas
perpendicularmente à página é o mesmo em todo o espaço. (a) Se o módulo do campo em A é
40 N/C, qual é a força que atua sobre um próton colocado naquele ponto? (b) Qual é a
intensidade do campo em B?

(Pág. 29)
Solução.

[Início seção] [Início documento]

17. Esquematize qualitativamente as linhas de força associadas a um disco fino, circular, fino,
uniformemente carregado, de raio R. (Sugestão: Considere como casos limites pontos situados

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muito próximos ao disco, onde o campo elétrico é perpendicular à superfície, e pontos muito
afastados dele, onde o campo elétrico seja semelhante ao de uma carga pontual.)
(Pág. 29)
Solução.

[Início seção] [Início documento]

20. (a) Na Fig. 27, localize o ponto (ou pontos) em que o campo elétrico é nulo. (b) Esquematize
qualitativamente as linhas de força.

(Pág. 29)
Solução.
(a) É possível simplificar a resolução do problema ao reconhecer que somente há possibilidade de
encontrarmos pontos onde E = 0 ao longo da reta que une as duas cargas. Para localizarmos o(s)
ponto(s) onde E = 0, vamos resolver a Eq. (1), onde E+ e E− são os módulos dos campos elétricos
gerados pelas cargas positiva e negativa, respectivamente.
E+ = E− (1)
1 5, 0q 1 2, 0q
=
4πε 0 xP1
2
4πε 0 xP2 2
5, 0 2, 0
= (2)
xP21 xP2 2
Na Eq. (2), xP1 é a coordenada x do ponto P em relação à carga 1 (−5q) e xP2 é a coordenada do
mesmo ponto em relação à carga 2 (+2q). Seja o seguinte esquema da situação, x21 é a coordenada
da carga 2 em relação à carga 1:
q1 q2
x21 P
− +
xP1
xP2
A análise do esquema acima mostra que:
xP1 = x21 + xP 2
Lembrando que x21 é igual a a:
xP 2 = xP1 − a (3)
A Eq. (3) funciona perfeitamente para qualquer ponto localizado ao longo do eixo x. Substituindo-
se (3) em (2):
5, 0 2, 0
=
xP1 ( xP1 − a )2
2

3, 0 xP21 − 10axP1 + 5a 2 = 0
Esta equação possui duas raízes:
xP11 = 0, 61257 " a
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xP12 = 2, 72076" a
As duas soluções obtidas satisfazem apenas ao critério de E+ = E−, não de E+ + E− = 0. Vamos
observar os vetores nos dois casos:
−5q + 2q E − P E +
a
− +

2,72a
x
P
− +
E − = E+

0,61a
Podemos notar que apenas xP1 ≈ 2,72 a satisfaz ao critério estabelecido no enunciado do problema.

[Início seção] [Início documento]

24. Mostre que a Eq. 27, que se refere ao campo elétrico de um disco carregado, em pontos situados
sobre o seu eixo, se reduz ao campo de uma carga pontual para z >> R.
σ ⎛ z ⎞
Ez = ⎜1 − 2 ⎟ (disco carregado) (27)
2ε 0 ⎝ z + R2 ⎠
(Pág. 29)
Solução.
Partindo-se da expressão inicial,
σ ⎛ z ⎞
Ez = ⎜1 − 2 ⎟ , (1)
2ε 0 ⎝ z +R ⎠
2

não podemos simplesmente fazer a aproximação z2 + R2 ≈ 0, pois isso torna Ez = 0. Na verdade,


fazer z2 + R2 ≈ 0 equivale a tornar z ≈ ∞, e não z >> R. Para obter a aproximação correta, é preciso
expandir a expressão entre parênteses em termos do binômio de Newton, para em seguida truncá-la
no ponto correto. A expansão do binômio de Newton é:
nx ! n ( n − 1) x
2

(1 + x ) = 1+
+ +"
n

1! 2!
Para isso, precisamos preparar para a expansão o termo negativo entre parênteses na Eq. (1).
−1/ 2
z ⎛ R2 ⎞
= ⎜1 + 2 ⎟ = (1 + x )
n

(z 2
+R )
2 1/ 2
⎝ z ⎠

Na expressão acima, x = R2/z2 e n = −1/2. Podemos agora aplicar a expansão do binômio de


Newton.
−1/ 2
⎛ R2 ⎞ 1 R2 1 ⎛ 3 ⎞ R4 1 R 2 3R 4
⎜1 + 2 ⎟ = 1− − ⎜ − ⎟ + " = 1 − + +"
⎝ z ⎠ 2 z2 2 ⎝ 2 ⎠ z4 2 2 z 2 8z 4
Para z >> R temos:
−1/ 2
⎛ R2 ⎞ R2
⎜1 + 2 ⎟ ≈ 1− (2)
⎝ z ⎠ 2z2
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Substituindo-se (2) em (1):


σ ⎛ R2 ⎞ σ R2
Ez ≈ ⎜ 1 − 1 + ⎟=
2ε 0 ⎝ 2 z 2 ⎠ 4ε 0 z 2
Explicitando-se a densidade superficial de cargas, σ:
1 q R2
Ez ≈
4ε 0 π R 2 z 2
1 q
Ez ≈
4πε 0 z 2

[Início seção] [Início documento]

26. A que distância, ao longo do eixo de um anel carregado de raio R, a intensidade do campo
elétrico axial é máxima?
(Pág. 29)
Solução.
Considere o seguinte esquema da situação:
Rdφ
+ + ++
dM +
+

+
+ dφ R
+
dE z
+ θ dE x
+
x dE
+
+ dE y
+ y
+
+ +
+

+ + +
z x
O campo elétrico no ponto é dado por:
E = ∫ dE = ∫ ( dE x i + dE y j + dE z k ) = ∫ dEx i + ∫ dE y j + ∫ dE z k
A simetria envolvida na situação mostra que as integrais em j e k são nulas.
E = ∫ dEx i + 0 + 0 = ∫ dE cos θ i (1)
Na Eq. (1), a expressão de dE é obtida pela lei de Coulomb e a de cos θ pela análise do esquema
acima.
1 dq
dE =
4πε 0 ( R 2 + x 2 )2

x
cos θ =
(R + x2 )
2 1/ 2

Logo:
1 xdq
E=∫ i (2)
4πε 0 ( R 2 + x 2 )3 / 2

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A expressão de dq é obtida por meio da densidade linear de carga do anel λ.


q dq
λ= =
2π R Rdφ
q
dq = dφ (3)

Substituindo-se (3) em (2):
1 q x
E=∫ dφ i
4πε 0 2π ( R + x 2 )3 / 2
2

Na expressão acima, somente φ é variável. Portanto, tudo o mais pode ser retirado de dentro da
integral.
1 q x 2π 1 q x
E=
4πε 0 2π ( R 2 + x 2 ) 3 / 2 ∫0
dφ i =
4πε 0 2π ( R 2 + x 2 )3 / 2
2π i

1 qx
E= i (4)
4πε 0 ( R 2 + x 2 )3 / 2

A Eq. (4) corresponde ao campo elétrico sobre o eixo do anel, a uma distância x do seu centro. O
valor de E é zero para x = 0 e também é zero para x = +∞. Como E é positivo nesse intervalo, torna-
se evidente que há um valor máximo que E atinge em algum lugar para 0 < x < +∞. Para achar o
valor de x que torna máximo o de E, módulo de E, basta calcular o valor de x que torna zero a
derivada de E em relação à x.

1 ⎢ ( R + x ) − 3x ( R + x ) ⎥
⎡ 2 2 3/ 2 2 2 2 1/ 2 ⎤
dE
= =0
dx 4πε 0 ⎢
⎣ ( R 2
+ x )
2 3 ⎥

A expressão central será zero somente se:
(R + x2 ) − 3x 2 ( R 2 + x 2 )
3/ 2 1/ 2
2
=0
R 2 + x2 = 3x2
R
x=
2

[Início seção] [Início documento]

27. (a) Qual é a carga total q que um disco de raio igual a 2,50 cm deve ter para que o campo
elétrico em sua superfície, no seu centro, seja igual ao valor em que a rigidez dielétrica do ar se
rompe, produzindo centelhas? Veja Tabela 1. (b) Suponha que cada átomo da superfície tenha
uma seção reta de área efetiva igual a 0,015 nm2. Quantos átomos estão localizados na
superfície do disco? (c) A carga em (a) resulta do fato de alguns átomos superficiais carregarem
um elétron em excesso. Qual é a fração dos átomos superficiais que precisa estar carregada
desta forma?

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(Pág. 29)
Solução.
O campo elétrico produzido por um disco uniformemente carregado ao longo da linha perpendicular
ao centro do plano do disco é dado por:
⎡ ⎤
σ ⎢ z ⎥
E= 1−
2ε 0 ⎢ ( z 2 + R 2 )1/ 2 ⎥
⎣ ⎦
(a) O campo capaz de causar ruptura elétrica do ar vale E = 3 × 106 N/C (ver Tabela 1). Na
superfície do disco o campo vale:
σ Q
E= =
2ε 0 2ε 0π R 2
Logo:
Q = 2πε 0 R 2 E = 1, 0431" × 10 −7 C
Q ≈ 1× 10−7 C = 0,1 μ C
(b) O número de átomos na superfície do disco, n, é igual à área total, A, dividida pela área efetiva
de cada átomo, a.
A π R2
n= = = 1,30899" × 1017
a a
n ≈ 1,3 × 1017
(c) A fração f dos átomos superficiais é dada por:
n
f = c (1)
n
Nesta equação, nc é o número de átomos carregados. Como os átomo eletricamente carregados
possuem carga +e, a carga total Q vale:
Q = nc e
Logo:
Q
nc =
e
Portanto:
Q
f = = 4,9804" × 10−6
ne
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f ≈ 5 × 10−6
Isso é cerca de 5 átomos por milhão.

[Início seção] [Início documento]

31. Um fino bastão não condutor, de comprimento finito L, possui uma carga total q,
uniformemente distribuída em toda a sua extensão. Mostre que E, no ponto P situado sobre a
mediatriz que aparece na Fig. 31, é dado por

q 1
E=
2πε 0 y ( L2 + 4 y 2 )1/ 2

(Pág. 29)
Solução.
Considere o seguinte esquema da situação:
+

+
dq,dy
+

+
y
+
L
θ P dE x
+

+ x θ
+ y dE y dE
+

+
x
+

O campo elétrico no ponto P é dado por:


E = ∫ dE = ∫ ( dEx i + dE y j) = ∫ dEx i + ∫ dE y j
A simetria envolvida na situação mostra que a integral em j é nula.
E = ∫ dEx i + 0 = ∫ dE cos θ i (1)
Na Eq. (1), a expressão de dE é obtida pela lei de Coulomb e a de cos θ pela análise geométrica do
esquema acima.

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1 dq
dE =
4πε 0 ( x 2 + y 2 )2

x
cos θ =
(x + y2 )
2 1/ 2

Logo:
1 xdq
E=∫ i (2)
4πε 0 ( R 2 + x 2 )3 / 2

A expressão de dq é obtida por meio da densidade linear λ de carga do bastão.


q dq
λ= =
L dy
q
dq = dy (3)
L
Substituindo-se (3) em (2):
1 qx + L / 2 dy 1 qx + L / 2 dy
E= ∫ i = 2∫ i
4πε 0 L (x + y ) 4πε 0 L ( x + y2 )
− L / 2 2 2 3/ 2 0 2 3/ 2

+L/2

1 qx ⎜ y
E= i
2πε 0 L ⎜ x ( x + y 2 )1/ 2
2 2
⎝ 0

1 q
E= i
2πε 0 x ( 4 x + L2 )1/ 2
2

Podemos verificar facilmente que esta expressão se reduz à lei de Coulomb quando afastamos o
ponto P do bastão para distâncias muito maiores do que seu comprimento (x >> L).

[Início seção] [Início documento]

33. Esquematize qualitativamente as linhas de força associadas a três longas linhas de carga
paralelas, num plano perpendicular a estas. Suponha que as interseções das linhas de cargas com
este plano formem um triângulo equilátero (Fig. 33) e que cada linha de carga tenha a mesma
densidade linear de carga λ.

(Pág. 30)
Solução.

[Início seção] [Início documento]


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34. Um bastão isolante “semi-infinito” (Fig. 34) possui uma carga constante por unidade de
comprimento λ. Mostre que o campo elétrico do ponto P forma um ângulo de 45o com o bastão,
e que este resultado é independente da distância R.

(Pág. 30)
Solução.
Considere o seguinte esquema da situação:
+

+ y
+
dq,dy x
+
r
+
y
+
θ P dE x
R θ
dE y dE
O campo elétrico no ponto P é dado por:
E = ∫ dE = ∫ ( dEx i − dE y j) = ∫ dEx i − ∫ dE y j

E = ∫ dE cos θ i − ∫ dE sen θ j (1)


Na Eq. (1), a expressão de dE é obtida pela lei de Coulomb e a de cos θ pela análise geométrica do
esquema acima.
1 dq
dE = (2)
4πε 0 r 2
Onde:
dq = λ dy
R
r=
cos θ
Logo:
1 cos 2 θλ dy
dE = (3)
4πε 0 R2
Podemos determinar uma expressão para dy partindo-se da relação:
y = R tan θ
Derivando-se y em relação à θ:
R
dy = dθ (4)
cos 2 θ
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Substituindo-se (4) em (3):


1 λ
dE = dθ (5)
4πε 0 R
Substituindo-se (5) em (1):

E=
1 λ π /2
4πε 0 R 0(

π /2
cos θ dθ i − ∫ sen θ dθ j =
0 )
λ
4πε 0 R
(1i − 1j)
λ λ
E= i− j
4πε 0 R 4πε 0 R
Como as componentes i e j do vetor E são iguais, o ângulo θ é 45o. Este resultado não depende de
R, pois este termo está igualmente presente em ambas as componentes de E.

[Início seção] [Início documento]

41. No experimento de Millikan, uma gota de raio 1,64 mm e densidade de 0,851 g/cm3 fica
equilibrada quando um campo elétrico de 1,92 x 105 N/C é aplicado. Determine a carga da gota,
em termos de e.

(Pág. 30)
Solução.
Considere o seguinte esquema:

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a
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+ + + + + + + + + + + + + + + + +

F Q, m
E y
R
x
P

− − − − − − − − − − − − − − − −−
Como a gota de óleo está em equilíbrio, as forças que atuam sobre a mesma, a força elétrica F e o
peso P, devem somar zero.
F+P =0 (1)
A força elétrica vale:
F = −QE = −Q ( − E ) j = QEj (2)
O peso da gota vale:
4
P = − mgj = − ρVgj = − π R 3 ρ gj (3)
3
Substituindo-se (2) e (3) em (1):
4
QEj − π R 3 ρ gj = 0
3
4π R 3 ρ g
Q= = 8, 0337 " × 10−19 C
3E
Como a carga de um elétron vale e = −1,60 × 10−19 C, temos:
Q = −5, 021" e
Q ≈ −5 e

[Início seção] [Início documento]

44. Um campo vertical uniforme E é estabelecido no espaço entre duas grandes placas paralelas.
Uma pequena esfera condutora de massa m é suspensa no campo, pendendo da extremidade de
um fio de comprimento L. Determine o período deste pêndulo, quando a esfera recebe uma
carga +q, se a placa inferior (a) está positivamente carregada e (b) está negativamente
carregada.
(Pág. 31)
Solução.
(a) Considere o seguinte esquema da situação:

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a
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− − − − − − − − − − − − − − − −−

θ
y
F T
E z x
q, m
P
+ + + + + + + + + + + + + + + + +
Vamos fazer o cálculo do período T por meio da freqüência angular ω do movimento harmônico
simples (MHS). Esta será obtida por meio da construção da equação diferencial do MHS, que por
sua vez tem sua origem na segunda lei de Newton.
∑ τ = Iα
Torques em relação ao ponto de suspensão, no eixo z:
∑τ z = τ P + τ F + τ T = − ( mg sen θ L − qE sen θ L + 0 ) = Iα z
O torque da tensão T em relação ao ponto de suspensão é nulo. O sinal negativo fora dos parênteses
indica o caráter restaurador do torque.
d 2θ
− ( mg sen θ L − qE sen θ L ) = mL2
dt 2
d 2θ ⎛ qE ⎞ 1
+⎜g − ⎟ sen θ = 0
⎝ m ⎠L
2
dt
Para pequenas oscilações, θ é suficientemente pequeno para que seja aceitável a aproximação sen θ
≈ θ.
d 2θ ⎛ qE ⎞ 1
+⎜g − ⎟ θ ≈0
⎝ m ⎠L
2
dt
Esta é a equação diferencial do MHS, que tem a forma:
d 2θ
2
+ ω 2θ = 0
dt
Logo:
⎛ qE ⎞ 1
ω2 ≈ ⎜ g − ⎟
⎝ m ⎠L
Como o período é dado por:

T=
ω
Temos finalmente:
L
T ≈ 2π
qE
g−
m
O sistema somente será capaz de oscilar se g > qE/m.
(b) Neste caso, a força elétrica F tem o sentido −y. A única conseqüência é o sinal do torque relativo
à força elétrica, agora positivo, que se propaga até o cálculo do período de oscilação.
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a
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L
T ≈ 2π
qE
g+
m

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46. Um elétron é forçado a mover-se ao longo do eixo do anel carregado discutido na Seção 28-5.
Mostre que o elétron pode realizar pequenas oscilações através do centro do anel, cuja
freqüência é dada por

eq
ω=
4πε 0 mR3
(Pág. 31)
Solução.
Considere o seguinte esquema da situação:

R
+Q m, − e

F P E x

O campo elétrico no ponto P gerado por um anel de cargas foi calculado na Seção 28.5 do livro e
vale:
qx
E= i
4πε 0 ( x 2 + R 2 )
3/ 2

Um elétron de massa m e carga −e colocado no ponto P estará sujeito a uma força cujo módulo é
dado por:
qex
F =−
4πε 0 ( x 2 + R 2 )
3/ 2

A equação de movimento do elétron é dada pela segunda lei de Newton:


d 2x qex
F =m 2 =−
4πε 0 ( x 2 + R 2 )
3/ 2
dt

d 2x qex
+ =0
4πε 0 m ( x 2 + R 2 )
2 3/ 2
dt

Para pequenas oscilações, temos x << R, o que reduz a expressão acima a:


d 2x qe
+ x≈0
dt 2
4πε 0 mR 3

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a
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Esta é a equação diferencial do MHS, que tem a forma:


d 2x
+ ω2x = 0
dt 2
Logo:
qe
ω≈
4πε 0 mR3

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48. Um dipolo elétrico, composto de cargas de módulo 1,48 nC separadas por 6,23 μm, está imerso
num campo elétrico de 1.100 N/C. (a) Qual é o módulo do momento de dipolo elétrico? (b)
Qual é a diferença em energia potencial conforme o dipolo tenha orientação paralela e
antiparalela ao campo?
(Pág. 31)
Solução.
(a) O módulo do momento de dipolo vale:
p = qd = (1, 48 × 10−9 C )( 6, 23 × 10−6 m ) = 9, 2204 × 10−15 C.m

p ≈ 9, 22 ×10−15 C.m
(b) A variação da energia potencial vale:
ΔU = U par − U antipar
As energias potenciais das configurações paralela (Upar) e antiparalela (Uantipar) valem:
U par = −p par .E = − pE cos 0 = − pE
U antipar = −p antipar .E = − pE cos π = pE
Logo, o valor de ΔU é:
ΔU = − pE − pE = −2 pE = −2, 0284" × 10−11 J
ΔU ≈ −2, 03 ×10−11 J

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51. Determine o trabalho necessário para girar um dipolo elétrico de 180o num campo elétrico
uniforme E, em termos do momento de dipolo p e do ângulo inicial θ0 entre p e E.
(Pág. 31)
Solução.
Considere o seguinte esquema:

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a
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p +
Inicial θ0
Ui E

Final
Uf E
+ θ0
p
O trabalho realizado pela força elétrica é dado por:
W = −ΔU = − (U f − U i ) = U i − U f (1)
As energias potenciais das configurações inicial (Ui) e final (Uf) do dipolo valem:
U i = −pi .E = − pE cos θ 0 (2)
U f = −p f .E = − pE cos (π − θ0 ) = − pE ( − cos θ0 ) = pE cos θ 0 (3)
Substituindo-se (2) e (3) em (1):
W = − pE cos θ 0 − pE cos θ 0 = −2 pE cos θ 0
Logo, o trabalho de um agente externo vale:
Wext = −W = 2 pE cos θ 0

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52. Determine a freqüência de oscilação de um dipolo elétrico, de momento p e momento de inércia


I, para pequenas amplitudes de oscilação em torno de sua posição de equilíbrio, num campo
elétrico uniforme E.
(Pág. 31)
Solução.
Considere o seguinte esquema:
p + y
θ
z x
E

O torque gerado pelo campo elétrico E sobre o dipolo, cujo momento de dipolo é p, é dado por:
τ = p × E = − pE sen θ k
Aplicando-se a segunda lei de Newton, no eixo z:
d 2θ
− pE sen θ = I
dt 2
Nesta equação, I é o momento de inércia do dipolo elétrico em relação em eixo de oscilação Para
pequenas amplitudes angulares, é válida a aproximação sen θ = θ.
d 2θ pE
+ θ ≈0
dt 2 I
Esta é a equação diferencial do MHS, que tem a forma:
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d 2x
+ ω2x = 0
dt 2
Nesta equação, ω é a freqüência angular da oscilação, e vale:
pE
ω≈
I
A freqüência da oscilação, ν, vale:
ω
ν=

Logo:
1 pE
ν=
2π I

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RESNICK, HALLIDAY, KRANE, FÍSICA, 5.ED., LTC, RIO DE JANEIRO, 2003.

FÍSICA 3

CAPÍTULO 26 - O CAMPO ELÉTRICO

EXERCÍCIOS

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

PROBLEMAS

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

[Início documento]

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