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Universidade de Brasília - Departamento de Engenharia Mecânica

Matéria: Higiene e Segurança do Trabalho

Professora: Andrea Santos

TRABALHO DE HST

Trabalhos em linhas de transmissão elétrica: instalador de linhas elétricas de baixa e alta


tensão (rede aérea)

Componentes Matrícula
Estarle Roberto Campos 06/83396
Gustavo Brito 06/85585
Gustavo Vieira 08/30992
Thamise Vilela 07/52886
Thales Barbosa 06/96439
1. INTRODUÇÃO
A eletricidade é a forma de energia mais utilizada atualmente. Ela é fácil de ser
transportada dos locais de consumo para os pontos de consumo e sua transformação em
outros tipos de energia ( mecânica, luminosa, térmica) é normalmente simples
contribuindo para o desenvolvimento industrial.

No entanto, a eletricidade pode comprometer a segurança e a saúde das pessoas devido


à forma em que ela é disponibilizada aos consumidores. A pessoa é, muitas vezes,
exposta a situações de risco ignoradas ou mesmo subestimadas. Portanto, para que os
instaladores da rede elétrica não se exponham tão facilmente ao risco é necessário uma
série de atividades de treinamento, além de um desenvolvimento de capacidades
especiais que os habilitem a analisar o contexto da função e aplicar a melhor técnica de
execução em função das características de local, de ambiente e do próprio processo de
trabalho.

Nesse trabalho serão apresentados os riscos associados ao trabalho de um instalador de


linhas elétricas. E, além disso, será a apresentada a análise preliminar de risco (APR)
dessa atividade juntamente com a análise ergonômica, e as normas regulamentadoras
para garantir a segurança das operações em espaços aéreos com alta e baixa tensão.
Algumas soluções serão apresentadas para evitar os riscos na rede elétrica.
2. Energia Elétrica:geração, transmissão e distribuição
A energia elétrica alimenta as indústrias, comércio e lares é gerada no Brasil em , sua
maioria, em usinas hidrelétricas. E a partir dessas usinas a energia é transformada, em
subestações elétricas, e elevada a níveis de tensão (69/88/138/240/440 kV) e
transformada em corrente alternada (60Hz) através de cabos condutores de energia
elétrica, até as subestações rebaixadoras, delimitando a fase de transmissão.

Na fase de distribuição (11,9/13,8/23kW), nas proximidades dos centros de consumo a


energia elétrica é tratada nas subestações, com um nível de tensão rebaixado e qualidade
controlada, sendo transportada por redes elétricas aéreas ou subterrâneas, constituídas
por estruturas (postes, torres, dutos subterrâneos e seus acessórios), cabos condutores e
transformadores para novos rebaixamento (110/127/220/380 V), e finalmente entregue
aos consumidores em níveis diferentes de tensão de acordo com a capacidade de
consumo instalada de cada cliente.

Conforme ABNT através das NBR (Normas Brasileiras Regulamentadoras) considera-


se uma baixa tensão, a tensão a 50V em corrente alternada ou 120V em corrente
contínua e igual ou inferior a 1000 V em corrente alternada ou 1500V em corrente
contínua, entre fases ou entre fase e terra. Da mesma forma considera-se alta tensão, a
tensão superior a 1000V em corrente alternada ou 1500V em corrente contínua, entre
fases ou entre fase e terra.

Figura 1- Etapas da energia elétrica [2].

Neste trabalho será falado somente da transmissão de energia.


Transmissão de Energia Elétrica

A transmissão de energia elétrica é constituída, basicamente, por linhas de condutores


destinados a transportar a energia elétrica desde a fase de geração até a fase de
distribuição, abrangendo processos de elevação e rebaixamento de energia elétrica,
realizados em subestações próximas aos centros de consumo. A energia é transmitida
em corrente alternada (60Hz) em elevadas tensões (138 a 500 kW). Os elevados
potenciais de transmissão se justificam para evitar as perdas por aquecimentos e redução
no custo de condutores e métodos de transmissão da energia, com p empregos de cabos
com menor bitola ao longo das imensas extensões a serem transpostas, que ligam os
geradores aos centros consumidores.

Atividades características do setor de transmissão

Inspeção de Linhas de Transmissão

São verificados: o estado da estrutura e seus elementos, a altura dos cabos elétricos,
condições da faixa de servidão e área ao longo da extensão da linha de domínio. A
inspeção é realizada periodicamente por terra ou helicóptero.

Manutenção de Linhas de Transmissão

Substituição e manutenção de isoladores (dispositivo constituído de uma série de


discos, cujo objetivo é isolar a energia elétrica da estrutura);
Limpeza de isoladores;
Substituição de elementos pára-raios;
Substituição e manutenção de elementos das torres e estruturas;
Manutenção dos elementos sinalizadores dos cabos;
Desmatamento e limpeza de faixa de servidão. Etc.

Construção de Linhas de Transmissão

Desenvolvimento em campo de estudos de viabilidade, relatórios de impacto do


meio ambiente e projetos;
Desmatamentos e desflorestamentos;
Escavações e fundações civis;
Montagem das estruturas metálicas;
Distribuição e posicionamento de bobinas em campo;
Lançamento de cabos (condutores elétricos);
Instalação de acessórios (isoladores, pára-raios);
Tensionamento e fixação de cabos;
Ensaios e testes elétricos.

As atividades de construção são sempre realizadas com os circuitos desenergizados,


destinados à ampliação ou substituição a linhas já existentes, que normalmente estão
energizadas. Contudo, é muito importante a adoção de procedimentos e medidas
adequadas de segurança, como: seccionamento, aterramento elétrico,
equipotencialização de todos os equipamentos e cabos.

Comercialização de energia

Grandes clientes abastecidos por tensão de 67 kW a 88 kW.

Atividades características do setor de transmissão

Manutenção em Linhas De Transmissão

O trabalho de manutenção em linhas aéreas de transmissão elétrica energizadas é de


fundamental importância para evitar falhas de fornecimento de energia. Os profissionais
envolvidos neste tipo de atividade necessitam de alta especialização profissional, pois é
comum no dia-a-dia desses profissionais trabalharem em altitudes superiores a 40
metros de altura. Comumente é necessário aos técnicos caminharem de vão em vão
sobre os próprios condutores para realizarem as manutenções e inspeções adequadas.

Manutenção em Linha Viva

Atualmente, pressões por alta produtividade e competitividade no mercado, as empresas


preocupam-se cada vez mais, em satisfazer seus clientes da melhor maneira
possível,eliminando falhas e possíveis interrupções, e controlando a qualidade da
energia fornecida.A regulamentação visa a proporcionar um serviço de fornecimento de
energia elétrica em níveis e padrões de qualidade e confiabilidade requeridos pelos
consumidores e aprovados pela ANEEL (ONS, 2005).

Método ao contato

O trabalhador tem contato com a rede energizada, mas não fica no mesmo potencial da
rede elétrica, pois está devidamente isolado desta, utilizando equipamentos de proteção
individual e coletiva adequados a tensão da rede.

Método ao potencial

É o método onde o trabalhador fica em contato direto com a tensão da rede, no mesmo
potencial. Nesse método é necessário o emprego de medidas de segurança que garantam
o mesmo potencial elétrico no corpo inteiro do trabalhador, devendo ser utilizado
conjunto de vestimenta condutiva (roupas, capuzes, luvas e botas), ligadas através de
cabo condutor elétrico e cinto à rede objeto da atividade.

Método à distância

É o método onde o trabalhador interage com a parte energizada a uma distância segura,
através do emprego de procedimentos, estruturas, equipamentos, ferramentas e
dispositivos isolantes apropriados.

A atividade de manutenção em linhas de transmissão é regulamentada pela ONS


(Operador Nacional do Sistema Elétrico), através de “Procedimentos de Rede”
referentes ao “Acompanhamento da Manutenção dos Sistemas Elétricos”, que tem como
objetivo a padronização das operações. E para que essas atividades sejam feitas devem
ser seguidos padrões e normas de segurança, para garantir um serviço de qualidade, e
principalmente a saúde do trabalhador envolvido no serviço.

Manutenção em Cadeia de Isoladores

Nesse trabalho será discutido a tarefa de substituir o isolador disco fase de 138 kV por
um instalador de linhas elétricas de alta e baixa tensão (rede aérea). Para que essa tarefa
seja realizada é preciso de um eletricista de linha viva de transmissão (supervisor) e 5
(cinco) eletricistas de linha viva de transmissão. O passo a passo da tarefa é lista abaixo:

• Inspecionar a estrutura (afloramento próximo ao solo). Escalar o(s)


poste(s) (1 eletricista), instalar a(s) linha(s) de vida. Inspecionar a parte
aérea da estrutura. Instalar a carretilha no poste ou na cruzeta (com
estropo de corda), respeitando as distâncias de segurança.
• Escalar o poste (outro eletricista).
• Instalar um bastão garra de elevação (60 x 3450 mm) no cabo condutor.
Prendê-lo a uma sela de elevação instalada no poste de 3,00 metros
abaixo da cruzeta.
• Instalar um bastão de tração com torniquete (38 x 1690 mm) no
condutor. Instalar um estropo de aço ou cavalote na cantoneira do cabo
pára-raios. Entre o estropo de aço e olhal do bastão de tração com
torniquete instalar um moitão duplo. Em estruturas sem pára-raios
instalar o estropo de corda no topo do poste.
• Avaliar peso do condutor pelo movimento da corda do moitão do bastão
de tração com torniquete.
• Sacar parcialmente o contrapino com o sacador de contrapino em
alavanca em bastão universal
• Tracionar o moitão do bastão de tração com torniquete até aliviar o peso
do condutor na cadeia. Desacoplar o condutor da cadeia com o auxílio de
tenaz para isolador e suporte de concha em bastão universal.
• Arriar compassadamente o moitão do bastão de tração com torniquete até
que o condutor se afaste cerca de 1,5 metros da cadeia. Amarrar a corda
do moitão na sela para amarração de corda já instalada cerca de 1,0
metro acima do solo.
• Retirar a cadeia (com auxílio da escada trapézio) e substituir os
isoladores danificados (no solo ou na estrutura) e recolocá-la na posição
de suspensão.
• Reacoplar o cabo na cadeia pela operação inversa dos passos 6 a 8.
• Bater o contrapino com suporte de concha em bastão universal.
• Trazer o condutor de volta para a posição normal. Descer as ferramentas.
• Descer utilizando técnica de escalada adequada.

Para linhas pesadas instalar dois bastões garra de elevação (64 x 3450 mm), com selas
para o poste com colar (passo 3).
3. Normas Regulamentadoras da Atividade
As normas regulamentadoras no setor tem por objetivo propor diretrizes básicas para a
implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, destinados a garantir a
segurança e a saúde dos trabalhadores que direta ou indiretamente interajam em
instalações elétricas e serviços com eletricidade nos seus mais diversos usos e
aplicações e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades utilizadas para
garantir a segurança nas operações de sistemas elétricos. A NR 10 é a norma que rege a
atividade de interesse neste trabalho, e portanto, serão apresentados alguns de seus
trechos relacionados à atividade mencionada, bem como algumas interpretações.

NR-10

O capítulo introdutório da Norma traz orientações objetivas quanto às especificidades e


genéricas quanto às finalidades e aplicabilidade, resumindo e condicionando as
disposições regulamentadas.

10.1.1 Esta norma regulamentadora - NR estabelece os requisitos e condições mínimas


objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente,
interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.

A atividade de interesse apresenta características de trabalho em alta tensão, dessa


maneira são apresentados os principais itens da NR 10 relacionados à esta atividade. A
“alta tensão”, com abreviação “AT”, é aquela superior a 1000 (mil) volts em corrente
alternada ou 1500 (mil e quinhentos) volts em corrente contínua, entre fases ou entre
fase e terra. Os trechos relacionados são descritos abaixo:

10.7 - TRABALHOS ENVOLVENDO ALTA TENSÃO (AT)

10.7.1 Os trabalhadores que intervenham em instalações elétricas energizadas com alta


tensão, que exerçam suas atividades dentro dos limites estabelecidos como zonas
controladas e de risco, conforme Anexo I, devem atender ao disposto no item 10.8 desta
NR.

10.7.2 Os trabalhadores de que trata o item 10.7.1 devem receber treinamento de


segurança, específico em segurança no Sistema Elétrico de Potência (SEP) e em suas
proximidades, com currículo mínimo, carga horária e demais determinações
estabelecidas no Anexo II desta NR.
10.7.3 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles
executados no Sistema Elétrico de Potência – SEP, não podem ser realizados
individualmente.

10.7.4 Todo trabalho em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aquelas
que interajam com o SEP, somente pode ser realizada mediante ordem de serviço
específica para data e local, assinada por superior responsável pela área.

10.7.5 Antes de iniciar trabalhos em circuitos energizados em AT, o superior imediato e


a equipe, responsáveis pela execução do serviço, devem realizar uma avaliação prévia,
estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas de forma a atender os
princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança em eletricidade
aplicáveis ao serviço.

10.7.6 Os serviços em instalações elétricas energizadas em AT somente podem ser


realizados quando houver procedimentos específicos, detalhados e assinados por
profissional autorizado.

10.7.7 A intervenção em instalações elétricas energizadas em AT dentro dos limites


estabelecidos como zona de risco, conforme Anexo I desta NR, somente pode ser
realizada mediante a desativação, também conhecida como bloqueio, dos conjuntos e
dispositivos de religamento automático do circuito, sistema ou equipamento.

10.7.7.1 Os equipamentos e dispositivos desativados devem ser sinalizados com


identificação da condição de desativação, conforme procedimento de trabalho específico
padronizado.

10.7.8 Os equipamentos, ferramentas e dispositivos isolantes ou equipados com


materiais isolantes, destinados ao trabalho em alta tensão, devem ser submetidos a testes
elétricos ou ensaios de laboratório periódicos, obedecendo-se as especificações do
fabricante, os procedimentos da empresa e na ausência desses, anualmente.

10.7.9 Todo trabalhador em instalações elétricas energizadas em AT, bem como aqueles
envolvidos em atividades no SEP devem dispor de equipamento que permita a
comunicação permanente com os demais membros da equipe ou com o centro de
operação durante a realização do serviço.

NR 04 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do


Trabalho

Esta norma tem como objetivo regulamentar os Serviços Especializados em Engenharia de


Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). O SESMT é um grupo especializado em
segurança do trabalho que deve ser compostos por profissionais de várias áreas (médico do
trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, enfermeiro, técnico de segurança do trabalho,
auxiliar de enfermagem) e seu objetivo é dar ao trabalhador as melhores condições possíveis
para um trabalho seguro.

A saúde do trabalhador deve ser o objetivo final do SESMT e por meio de


estudos e análise de riscos, o SESMT é responsável pelo registro de todos os acidentes e
também tem a função de, através de um estudo de segurança e saúde no trabalho,
diminuir o máximo possível os riscos maiores e mais recorrentes em uma atividade.

Na nossa atividade de estudo também se aplica a norma NR 04, pois uma equipe
de manutenção em linhas de transmissão de alta tensão está constantemente em risco de
acidentes de trabalho. Desta forma a empresa deve manter uma equipe de SESMT para
assegurar melhores condições de trabalho.

Conforme o Quadro 1 da norma (Classificação nacional de atividades


econômicas), a atividade de manutenção em alta tensão pode ser classificada com um
risco de grau 3 (Produção e Distribuição de Energia Elétrica), o que deixa mais
claro ainda a necessidade de um grupo especializado em segurança do trabalho.

A norma NR 04, no seu Quadro 2, indica como deve ser feito o


dimensionamento destas equipes:
Observando o grau de risco 3, referente à nossa atividade, percebemos que a
partir de 100 funcionários na empresa, já se faz necessário a criação de uma equipe de
SESMT.

A maior importância da aplicação desta forma, ou seja, da existência de um


grupo de segurança e saúde no trabalho em uma empresa de distribuição de energia está
no planejamento e fiscalização, bem como na capacitação, dos funcionários
responsáveis pela manutenção. A escolha adequada dos EPIs e o cumprimento das
diretrizes técnicas da manutenção são fundamentais para a segurança do trabalhador.

NR 05 – Comissão interna de prevenção de acidentes

A norma NR 05 discorre sobre a CIPA (comissão interna de prevenção de


acidentes) e também é aplicável no caso de manutenções em rede de transmissão de
energia. Em uma breve pesquisa pudemos encontrar facilmente dados sobre as equipes
da CIPA de empresas de distribuição como ELETRONORTE, FURNAS, LIGHT,
NORTE ENERGIA, etc.

Entre algumas das atribuições listadas na norma, a CIPA é responsável por


identificar os riscos do trabalho, mapear e elaborar plano para ações preventivas,
verificar as condições de trabalho e também é responsável pela parte de capacitação,
divulgação das normas regulamentadoras e outras informações pertinentes.

Não se deve ter dúvida da importância da CIPA em uma atividade como a


manutenção em alta tensão, uma vez que os riscos devidos ao ambiente de trabalho e a
falta de informação sobre segurança em manutenção em alta tensão podem ser fatais
quando se está tratando de mais de 100 mil volts.

A divulgação e capacitação em normas técnicas de segurança com a NR 10


(Serviços em eletricidade) são de extrema importância e não podem, de forma alguma,
ser deixado de lado. É neste ponto que entra a CIPA, dando todo o suporte necessário
para que o trabalhador esteja entendido sobre o processo em que está envolvido.

A norma também explica a formação e estruturação da CIPA, dando todas a


diretrizes necessárias para uma boa formação de uma equipe para prevenção de
acidentes, além de determinar um treinamento mínimo que esta equipe deve ter para
realizar o trabalho de prevenção de acidentes.

NR 06 – Equipamentos de proteção individual

A norma NR 06 trata dos EPIs (equipamentos de proteção individual),


equipamentos utilizados com o objetivo de diminuir os efeitos relacionados aos riscos
nas atividades desenvolvidas.

Os equipamentos de proteção individual só têm validade quando estiver indicado


o Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão nacional competente. Toda
empresa é obrigada a fornecer os EPIs que são necessários em suas atividades,
substituindo-os quando danificados ou fora do prazo de validade. O empregado, por sua
vez, é obrigado a utilizar o EPI na atividade de risco e cumprir as obrigações referentes
aos EPIs (guarda e conservação).

A norma tem em seu anexo I uma lista de equipamentos de proteção individual,


vamos listar aqui apenas aqueles que são frequentemente utilizados em situações de
manutenção em linhas de transmissão vivas de alta tensão:

A.1.b) Capacete para proteção contra choques elétricos;


F.1.c) luvas para proteção das mãos contra choques elétricos;

F.3.a) manga para proteção do braço e do antebraço contra choques elétricos;

G.1.b) calçado para proteção dos pés contra agentes provenientes de energia elétrica;

H.2.c) vestimenta condutiva para proteção de todo o corpo contra choques elétricos;
I.1.a) dispositivo trava-queda para proteção do usuário contra quedas em operações com
movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado com cinturão de segurança para
proteção contra quedas.

Todos estes equipamentos são fundamentais para um serviço em uma torre ou


linha de transmissão de alta tensão. Somente com uma vestimenta condutiva, por
exemplo, o técnico consegue entrar em uma linha de transmissão viva, pois esta roupa
condutiva protege os efeitos da alta tensão no corpo, deixando a energia passar pela
roupa (que é mais condutiva que o corpo humano).

Para esta atividade consideramos esta norma com uma das mais importantes e
fundamentais, uma vez que seu descumprimento provavelmente causaria um acidente
fatal, devido a fundamental importância dos EPIs nesta atividade.

NR 07 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

A norma NR 07 também se aplica à atividade analisada, pois trata do Programa


de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e deve ser aplicado em qualquer
empresa onde tenha riscos envolvidos.
O PCMSO consiste em exames periódicos ou mediantes a algum evento de
modo a promover e prevenir a saúde dos funcionários de uma empresa. Além dos
exames periódicos, o PCMSO fica com a responsabilidade de analisar a atividade do
funcionário de forma a identificar quais os riscos médicos que a atividade está mais
sujeita, para promover um programa médico de forma a reduzir os riscos ou prevenir os
acidentes ou seus efeitos na saúde física do funcionário.

NR 16 – Atividades e operações perigosas

Esta norma trata às atividades e operações perigosas, assegurando adicional de


periculosidade de 30% do salário ao trabalhador que estiver contemplado nesta área.
Apesar de esta norma tratar de atividades de alto grau de perigo, esta norma não é
aplicável à nossa atividade, pois não contempla em nenhum de seus anexos a
manutenção em linhas de alta tensão. Apesar desta norma não ser aplicável ao nosso
caso, achamos importante citar este fato apenar para esclarecimento, uma vez que os
funcionários de manutenção em linhas de transmissão recebem sim o adicional de
periculosidade, porém vale ressaltar que não é a partir desta NR que os é concedido este
benefício.

Decreto Nº 93.412, de 14 de outubro de 1986

Este decreto regulamenta a Lei nº 7.369, de 20 de setembro de 1985, que trata


dos serviços em condições de periculosidade para o setor de energia elétrica. Fica
definido que a área de risco todo equipamento ou local cujo contato físico ou exposição
aos efeitos da eletricidade possam resultar incapacitação, invalidez permanente ou
morte.

Logo, este decreto é o que determina o pagamento de adicional de


periculosidade aos trabalhadores da manutenção em linhas de transmissão, já que na
atividade que estamos estudando o funcionário fica em contato direto ou indireto com
tensões maiores que 100 mil volts (suficiente para causar morte caso seja feito um
contato indevido).

No anexo deste decreto são listadas várias atividades do setor elétrico e suas
respectivas áreas de risco. A nossa atividade é enquadrada no item 1 (Atividades de
construção, operação e manutenção de redes e linhas aéreas de alta e baixa tensão
integrantes de sistemas elétricos de potência, energizados ou desenergizados, mas com
possibilidade de energização, acidental ou por falha operacional).
4. ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS –APR

Manutenção em Cadeia de Isoladores

Categoria
,Desenvolvimento Competência Riscos Causa Efeito de Controle
Severidade

Deixar de • Tomar conhecimento do tipo


1. Planejamento.
considerar de tarefa, local, roteiro, acesso,
Ir ao local do SERVIÇO, e pontos código do alimentador, bitola do
avaliar as condições físicas do importantes do condutor, corrente aproximada
poste e estruturas, as condições serviço; do alimentador, existência do
de acesso, possíveis dispositivo de religamento
Material
empecilhos (árvores, vespeiros, automático no religador, data
Engenheiro, incompleto ou
etc.), recursos necessários, para execução e condições
encarregado inadequado;
pontos importante, fazendo o climáticas;
supervisor.
planejamento para o serviço; Pessoal
insuficiente; • Verificar se o material,
Verificar se o veículo e os ferramentas e equipamentos
equipamentos disponíveis estão Passarem estão completos e em condições
em boas condições de uso; despercebidas de uso conforme necessidade do
as condições serviço;
Consultar mapas e guias, se
físicas ou
necessário, e/ou ter em mãos o • Verificar se a equipe está bem
emocionais dos
croqui de localização; eletricistas; dimensionada;

Se houver dúvidas, consultar o Comunicação • Verificar se todos os


CCS (Centro de Controle do deficiente das componentes estão física e
Sistema) o número do atribuições emocionalmente capacitados;
alimentador, corrente individuais aos
aproximada, bitola dos eletricistas • Certificar-se através de
condutores, classe de tensão e sobre a perguntas, do perfeito
existência de religamento execução do entendimento de cada um, na
automático na proteção do serviço. participação do serviço.
circuito a ser trabalhado;

Dimensionar o pessoal para as


tarefas em número e nível de
treinamento e verificar se os
elementos disponíveis estão em
perfeitas condições físicas e
emocionais e instruir o pessoal
para a tarefa

2. Observar as condições
meteorológicas
Engenheiro,
Na execução de qualquer encarregado Sem risco • Sem controle de risco.
tarefa, deverão ser observadas supervisor.
as condições meteorológicas e
tomadas as seguintes
providências;

Com tempestade, chuva ou


neblina, a tarefa não deverá ser
iniciada e as operações em
andamento deverão ser
interrompidas ou suspensas;

Com ventos, verificar se a


situação permite a execução ou
continuidade do serviço.

3. Procedimentos iniciais:
Realizar a rigorosa inspeção
visual observando se existem
falhas e emendas nos
condutores, às condições das
amarrações, das alças Eletricistas e
Sem risco • Sem controle de risco.
preformadas, dos isoladores, Engenheiro
pinos, conexões, ferragens,
cruzetas, postes e na baixa
tensão, da estrutura a ser
trabalhada e nos vãos e postes
adjacentes.
4. Escalada Choque
elétrico e/ou • Utilizar conjunto de segurança
Escalar o poste, instalar a linha Falha de
curto-circuito; Morte; para o trabalho em altura;
de vida. Inspecionar a parte equipamento
Queda das lesão
aérea da estrutura. Instalar a Eletricistas coberturas;
s; III e IV • Usar técnicas de escalada
carretilha no poste ou na corporal segura .
Imperícia do grave.
cruzeta (com estropo de corda), Lesão Corporal • Manter segurança, atenção e
profissional
respeitando as distâncias de devido a queda utilizar EPI's.
segurança. do material

3. Instalação de coberturas.
Iniciar Instalando as coberturas
na baixa tensão, luminária (se
ela dificultar o serviço removê- • Verificar se as coberturas estão
la) e estais se houver; Choque cobrindo convenientemente as
Instalar as coberturas para elétrico e/ou partes energizadas ou sujeitas a
Falha de
condutor na fase lateral curto-circuito; Morte; energização acidental;
equipamento
externa, na cadeia de Eletricistas Queda das lesão • Instalar as coberturas com
s; imperícia III e IV
isoladores utilizar lençol ou coberturas; corporal cuidado a fim de evitar que os
do
cobertura circular, cobrir Lesão Corporal grave. jumpers toquem na cruzeta e a
profissional.
também os jumpers; devido a queda queda das mesmas.
Repetir o mesmo processo do material • Manter as distâncias de
acima para as outras duas segurança especificadas.
fases, lembrando de reforçar as
coberturas nos condutores nas
costas quando estiver entre
duas fases.

4. Instalar o conjunto de
tensionamento.
Colocar na cruzeta próxima à
cadeia que se irá trocar o
isolador de disco por cima da
cobertura circular, um estropo
Falha de
de nylon com argolas. Em Morte; Içar o equipamento de tração e
equipamento
seguida fixar o equipamento de Queda do lesão esticador pela corda de serviço,
Eletricistas s; imperícia III e IV
tração (moitão duplo ou talha conjunto corporal amarrar e manuseá-lo
do
de nylon) na extremidade do grave. corretamente.
profissional.
estropo;
Colocar a 1.500 mm,
aproximadamente, um
esticador no condutor, e ligado
a este, a outra extremidade do
equipamento de tração.
5.Substituir o isolador.
• Segurar o equipamento com
Tensionar o condutor o
firmeza e descê-los somente
suficiente para a retirada da
Falha de pela corda de serviço,
cadeia de isoladores. Morte;
equipamento acondicionado em balde de
Fixar o condutor com fio ou Queda do lesão
Eletricistas s; imperícia III e IV lona;
com o prendedor na corda do isolador; corporal
do • Utilizar esticador para
moitão ou na cinta da talha; grave.
profissional. condutor
Retirar o pino da manilha
adequado ao tipo e bitola do
sapatilha e remover a cadeia de
mesmo e em boas condições de
isoladores danificada;
uso;

6. Conclusão • Utilizar conjunto de segurança


para o trabalho em altura;
Descer a cadeia de isoladores
pela • Usar técnicas de escalada
corda de serviço e substituí-la segura .
pela Queda do Falha de
Morte; • Manter segurança, atenção e
nova cadeia de isoladores; eletricista; equipamento utilizar EPI's.
lesão
Retirar a fixação do condutor, a Eletricistas Deslizamento s; imperícia
corporal
III e IV • Manipular a cadeia com
cinta ou corda do equipamento do esticador de do cuidado,
grave.
de condutor. profissional. verificar se está correto o
tração e soltar lentamente o cosicionamento das coberturas e
equipamento até que o reforçar as coberturas nas costas
condutor fique na quando estiver entre duas fases;
sua tensão de trabalho. • Fazer rigorosa inspeção visual
os
condutores dos vãos adjacentes.
5. ANÁLISE ERGONÔMICA
A ergonomia é a disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre
seres humanos e outros elementos de um sistema, e também é a profissão que aplica teoria,
princípios, dados e métodos para projeto, a fim de otimizar o bem-estar humano e o
desempenho geral de um sistema.

Sendo assim, através do programa ERGOLÂNCIA foram apresentados alguns modelos


de ergonomia do nosso problema. Serão apresentados os resultados abaixo.

• MÉTODO MOORE E GARG

É um método de análise de risco de desenvolvimento de disfunções músculo tendinosas


em membros superiores, com principal objetivo de avaliar o risco de lesões em punhos e mãos.
Apresenta grande aceitação no meio acadêmico, empresarial e judicial, quando se trata
de demandas relacionadas à repetitividade, aplicação de forças e posturas forçadas para
extremidades distais de um membro superior.

Parâmetros de análise do método

• FIE – Fator Intensidade do Esforço

A intensidade do esforço é uma estimação do esforço requerido para realizar a tarefa uma vez.
Trata-se de um parâmetro subjetivo de avaliação da quantidade de esforço realizado pelo
trabalhador na realização de uma tarefa. Um dos pontos a se analisar é a expressão facial.

• FDE – Fator Duração do Esforço

O percentual de duração do esforço se calcula medindo a duração do esforço durante um


período de observação dado, e dividindo-se esse tempo pelo tempo total e multiplicando por
100. Basicamente por quanto tempo um esforço é mantido.
• FFE – Fator Freqüência do Esforço

O fator freqüência é o número de esforços que ocorrem durante um período de observação.


Deve-se observar que cada ação técnica é um esforço distinto; Quando o esforço for estático
considere a freqüência máxima.

• FPMP – Fator Postura da Mão e Punho

A postura de mão e punho é uma estimativa da posição destas regiões corporais em relação à
posição neutra.

• FRT – Fator Ritmo de Trabalho

O fator ritmo do trabalho é uma estimação do quão rápido a pessoa está trabalhando. Segundo a
classificação do método o ritmo pode variar desde muito lento a muito rápido.

• FDT – Fator Duração do Trabalho

O fator duração do trabalho expressa, em horas, o tempo em que a pessoa fica exposta a
atividade de trabalho. Quantifica-se a jornada de trabalho.
• O cálculo

Inseridos todos os “fatores de multiplicação” procede-se ao cálculo, que nada mais é do que o
produto (multiplicação) de todos os fatores.
Os critérios de interpretação seguem a seguinte ordem:

1. < ou igual a 3,0 –> trabalho seguro;


2. 3,0 a 5,0 –> duvidoso, questionável;
3. 5,0 – 7,0 –> risco de lesão da extremidade distal do membro superior;
4. > 7,0 –> Alto risco de lesão; tão mais alto quanto maior o número observado.
O método indica que o esforço realizado é excessivo, com risco de lesão dos membros
superiores. O levantamento do disco deve ser realizado com uso de colete para proteção de
coluna, assim como em dupla, para diminuir os esforços realizados.
• MÉTODO OWAS

O método OWAS surgiu da necessidade de se identificar e avaliar as posturas inadequadas


durante a execução de uma tarefa, que podem em conjunto com outros fatores determinar o
aparecimento de problemas músculos-esqueléticos, gerando incapacidade para o trabalho,
absenteísmo e custos adicionais ao processo produtivo.

Baseia-se em analisar determinadas atividades em intervalos variáveis ou constantes,


observando-se a freqüência e o tempo gasto em cada postura. Permite que os dados posturais
sejam analisados para catalogar posturas combinadas entre as costas, braços, pernas e forças
exercidas, e determinar o efeito resultante sobre o sistema músculo-esquelético e para examinar
o tempo relativo gasto em uma postura específica para cada região corporal, determinando o
efeito resultante sobre o sistema ósteo-muscular. É possível obter os dados mediante observação
direta (em campo) ou indireta (por vídeo), devendo ser observado todo o ciclo, em atividades
cíclicas, e nas atividades não cíclicas ser observado um período de no mínimo trinta segundos.

Durante a observação são consideradas as posturas relacionadas às costas, braços, pernas, ao


uso de força e a fase da atividade que está sendo observada, sendo atribuídos valores e um
código de seis dígitos. O primeiro dígito do código indica a posição das costas, o segundo,
posição dos braços, o terceiro, das pernas, o quarto indica levantamento de carga ou uso de
força e o quinto e sexto, a fase de trabalho.
Através desse método é possível observar que a postura de execução do trabalho indica
uma necessidade de ação para correção da mesma. As costas do trabalhador, em torção e
inclinação sofrem os maiores esforços, durante toda a operação de troca do isolador disco fase
de 138 kV.
• MÉTODO NIOSH

O método Niosh é uma ferramenta utilizada para identificar os limites de carga em


determinada atividade, voltada para a quantificação dos esforços de um levantamento manual de
cargas, que ainda nos dias de hoje é uma das maiores causas de disfunções músculo-esqueléticas
nos trabalhadores.
O método utilizado estabeleceu que, para uma situação qualquer de trabalho, no
levantamento manual de cargas, existe um limite de peso recomendado - L.P.R . O L.P.R, uma
vez calculado, é comparado com a carga real levantada, obtendo-se então o Índice de
Levantamento (I.L).

O Índice de Levantamento

O Índice de Levantamento (I.L) do método Niosh é o que determina se uma atividade


apresenta risco de lesão músculo esquelética e ainda quantifica esse risco.
Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, o índice de 23 Kg amplamente difundido não é
aplicável a todas as situações de trabalho encontradas; e sim o IL.
O I.L nada mais é do que a divisão da constante (23 kg) pela multiplicação de todos os
outros fatores como já apresentados previamente.
A interpretação dos resultados segue os seguintes parâmetros:

• IL menor que 1,0 –> condição segura – chance mínima de lesão;


• IL entre 1,0 e 2,0 –> condição insegura – médio risco de lesão;
• IL acima de 2,0 –> condição insegura – alto risco de lesão.

A Fórmula de cálculo

Limite de peso recomendado:

• LPR = 23 x FDH x FAV x FDVP x FFL x FRLT x FQPC ou;

Onde o valor 23, corresponde ao peso limite ideal, quer dizer, aquele que pode ser manuseado
sem risco particular, quando a carga está idealmente colocada.

• FDH – corresponde a distância horizontal (em centímetros) entre a posição das mãos no
início do levantamento e o ponto médio sobre uma linha imaginária ligando os dois
tornozelos. Calcula-se dividindo a constante 25 pela distância mensurada 25/D = fator
de multiplicação da fórmula
• FAV – corresponde à distância vertical (em cm) das mãos com relação ao solo no início
do levantamento. O cálculo se dá por meio da fórmula: 1 – (0,003 x [V-75]) – para
alturas até acima de 75 cm e; 1 – (-0,003 x [V-75]) – para alturas até 75 cm .
• FDVP – corresponde à distância vertical percorrida desde do início do levantamento até
o término da ação. Sua fórmula de cálculo é assim utilizada: (0,82 + 4,5/D); onde “D” é
a distância total percorrida. Se o trabalhador apanha um saco a uma altura de 2 metros e
leva até o palet (40 cm), teremos: altura inicial (200) – altura final (40) = distância
percorrida “D” (160 cm). Substituindo na fórmula de cálculo: (0,82 + 4,5/160) = 0,85
(fator de multiplicação);
• FFL – o fator freqüência de levantamento é obtido por meio de uma tabela pré-
estabelecida. Nesta tabela deveremos observar quantas vezes o funcionário realiza o
levantamento dentro de um minuto, a duração desta atividade e a distância vertical (V)
em que o levantamento acontece.
• FRLT – o fator rotação lateral do tronco verifica a rotação em graus durante o
transporte da carga. A fórmula de cálculo se dá por: 1-(0,032 x A). Então se um
funcionário realiza uma pega a sua frente e leva até uma esteira lateral esse ângulo pode
aproximar-se de 90º, então: 1-(0,032 x 90) = 0,71 será o fator de cálculo;
• FQPC – o fator qualidade de pega da carga segue alguns fatores mais qualitativos. A
figura abaixo explicita algumas recomendações para se determinar a qualidade da pega:

Através do método Niosh foi calculado o I.L de 3,031, muito acima do recomendado e
com um alto índice de lesão. Isso se dá por conta do peso do disco isolador e da forma como o
trabalhador deve levantar o disco, suspenso no suporte realizando movimentos torcionais do
tórax.
6. MEDIDAS E SOLUÇÕES PARA MINIMIZAR
RISCOS
Após a análise de riscos e ergonômica, para minimizar o risco do trabalhador foi
realizado um estudo da NR10 (norma que prevêem contra problemas e riscos de
instalações elétricas). Desta foram adotadas alguns pontos importantes como:

- MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA

Em todos os serviços executados em instalações elétricas devem ser previstas e


adotadas, prioritariamente, medidas de proteção coletiva aplicáveis, mediante
procedimentos, às atividades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a
segurança e a saúde dos trabalhadores.
As medidas de proteção coletiva compreendem, prioritariamente, a
desenergização elétrica conforme estabelece na NR10 e, na sua impossibilidade,
o emprego de tensão de segurança.
Na impossibilidade de implementação do estabelecido no subitem anterior,
devem ser utilizadas outras medidas de proteção coletiva, tais como:

a) isolação das partes vivas, obstáculos, barreiras, sinalização, sistema de

b) seccionamento automático de alimentação, bloqueio do religamento automático.

O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme


regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência desta,
deve atender às Normas Internacionais vigentes.

- MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Nos trabalhos em instalações elétricas, quando as medidas de proteção coletiva


forem tecnicamente inviáveis ou insuficientes para controlar os riscos, devem
ser adotados equipamentos de proteção individual específicos e adequados às
atividades desenvolvidas, em atendimento ao disposto na NR 6.
As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, devendo
contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas.
É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou
em suas proximidades.

Importante também observar alguns pontos da NR 10, subitem 10.6, que fala
sobre instalações elétricas energizadas e o subitem 10.7 que fala de trabalhos
envolvendo altas tensões.

A diminuição de riscos depende de uma realização de medidas de controle do


risco elétrico, na manutenção de uma linha elétrica como é dito neste trabalho é
importante fazer a desenergizaçao e seccionamento da energia. O aterramento é também
um ponto importante para a prevenção de riscos elétricos.
Toda realização de manutenção ou qualquer reparo em redes elétricas é
extremamente importante a sinalização e o uso correto de EPI (equipamentos de
proteção individual). Abaixo temos alguns exemplos de objetos para sinalização e
equipamentos de proteção do operador, em que incluindo equipamentos de proteção
coletivo.

Perigo de Morte - Alta Tensão

PLACA FINALIDADE

Destinada a advertir as pessoas quanto ao perigo de ultrapassar


áreas delimitadas onde haja a possibilidade de choque elétrico,
devendo ser instalada em carácter permanente.

Cone de Sinalização

EQUIPAMENTO FINALIDADE

Sinalização de áreas de trabalho e obras em vias públicas ou


rodovias e orientação de transito de veículos e de pedestres,
podendo ser utilizado em conjunto com a fita zebrada,
sinalizador strobo, bandeirola etc..

Fita de Sinalização

EQUIPAMENTO FINALIDADE

Utilizada na delimitação e isolamento de áreas de


trabalho.
Cinturão de Segurança tipo Pára-Quedista

EQUIPAMENTO FINALIDADE

Utilizado para proteção do empregao contra quedas em


serviços onde exista diferença de nível.

Luva de Isolante de Borracha

EQUIPAMENTO FINALIDADE

Utilizada para proteção das mãos e braços do empregado contra


choque em trabalhos e atividades com circuitos elétricos
energizados.

Calçado de Proteção tipo Botina de Couro

EQUIPAMENTO FINALIDADE

Utilizado para proteção dos pés contra


torção, escoriações, derrapagens e
umidade.
A tabela abaixo mostra algumas formas de controle e e prevenção para os riscos
estudados neste trabalho.

FORMAS DE CONTROLE E
RISCOS
PREVENÇÃO

Ergonomico Postura ergonomica correta

Choque Elétrico Utilizar EPI adequado

Explosão Utilizar EPI adequado

Queda Utilizar EPI adequado

7. CONCLUSÃO

A análise dos riscos envolvidos na atividade de manutenção em linhas de


transmissão é bastante importante devido ao alto grau de tensão envolvido, chegando a
níveis de até 700 mil volts. Assim, a análise de segurança e higiene se torna
fundamental na redução de acidentes fatais e melhoria no serviço de manutenção.

Através da análise de prevenção de risco se torna possível determinar todos os


perigos envolvidos na atividade, assim pode-se, mesmo não extinguindo o risco,
diminuir bastante a probabilidade de sua ocorrência, uma vez que podemos prever os
possíveis acidentes e tomar as melhores medidas de prevenção.

Utilizando as várias ferramentas de análise ergonômica pudemos perceber a


gravidade dos riscos envolvidos em substituições de isoladores em linhas de
transmissão e a urgente necessidade de medidas corretivas e mudanças nas condições de
trabalho, de forma a dar ao eletricista as condições de segurança necessárias para
garantir a execução do trabalho.
BIBLIOGRAFIA
0

[1] http://publishing.yudu.com/Freedom/Aob57/OT168ManualdeManuten/resources/4.
Acesso em: 17 nov. 2011.
[2]http://www.fundacentro.gov.br/dominios/ctn/anexos/cdNr10/Manuais/Manual%20N
R-10. Acesso em: 17 nov. 2011
[3]http://www.mte.gov.br/Empregador/CBO/procuracbo/conteudo/tabela3.asp?gg=8&s
g=5&gb=7.
[5] http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf. Acesso
em: 17 nov. 2011.

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