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PROJETO ELÉTRICO RESIDENCIAL

AULA 14 - ELETRODUTOS
Diego Berlezi Ramos
Instalações Elétricas Prediais – 2018/I
SUMÁRIO
• Introdução;

• Procedimentos para determinação das dimensões;

• Acessórios;

• Instalação.
INTRODUÇÃO
Eletrodutos
• É o elemento de linha elétrica fechada

• De seção circular, destinado a conter condutores elétricos,


permitindo tanto a enfiação como a retirada por puxamento

• Caracterizado pelo seu diâmetro nominal ou diâmetro externo

(em mm).
• Existem:
• Eletrodutos flexíveis metálicos
• Não devem ser embutidos;

• Eletrodutos
• Rígidos (de aço ou de PVC)
• Semirrígidos (de polietileno),
• Que podem ser embutidos.

• Não é permitida
• A instalação de condutores sem isolação no interior de
eletrodutos – item 6.2.11.1.5.
• Só podem ser colocados, em um mesmo eletroduto,
condutores de circuitos diferentes quando:

• Se originarem do mesmo quadro de distribuição;

• Tiverem a mesma tensão de isolamento;

• As seções dos condutores de fase estiverem em um intervalo de


três valores normalizados consecutivos
• Exemplo: 1.5, 2.5 e 4.0 mm2.
• De acordo com a NBR5410

• Item 6.2.11 – Prescrições para a instalação:

• 6.2.11.1.6 As dimensões internas dos eletrodutos e de suas

conexões devem permitir que, após montagem da linha, os

condutores possam ser instalados e retirados com facilidade.


• (a) Taxa de ocupação do eletroduto
• O quociente entre a soma das áreas das seções transversais
dos condutores
• Calculadas com base no diâmetro externo, e a área útil da seção
transversal do eletroduto, não deve ser superior a:

• 53% no caso de um condutor;

• 31% no caso de dois condutores;

• 40% no caso de três ou mais condutores;


• (b) Trechos contínuos de tubulação, sem interposição
de caixas ou equipamentos não devem exceder

• 15 m de comprimento para linhas internas às edificações e

• 30 m para as linhas em áreas externas às edificações

• SE OS TRECHOS FOREM RETILÍNEOS!

• Se os trechos incluem curvas:

• O LIMITE DE 15 m E O DE 30 m DEVEM SER REDUZIDOS

EM 3 m PARA CADA CURVA DE 90°!


• Se não é possível usar caixa intermediária:

• O comprimento do trecho contínuo pode ser aumentado:

• Usar um eletroduto de tamanho nominal imediatamente superior

para cada 6 m, ou fração, de aumento da distância máxima


calculada segundo os critérios da alínea (b).

• Exemplo:

• Um aumento de 9 m:

• Implica um diâmetro dois degraus acima do inicialmente definido,


• Base na taxa de ocupação máxima indicada na alínea (a).
• Em cada trecho de tubulação delimitado, de um lado
e de outro, por caixa ou extremidade de linha,
qualquer que seja essa combinação (caixa-caixa,
caixa-extremidade ou extremidade-extremidade):

• Podem ser instaladas, no máximo, três curvas de 90°


• Ou equivalente até, no máximo, 270°;

• Em nenhuma hipótese: usar curvas com deflexão superior a 90°;

• Dobras nos eletrodutos não devem alterar seu diâmetro interno.


• 6.2.11.1.9 Devem ser empregadas caixas:
• a) Onde houver entrada ou saída de condutores
• Exceto nos pontos de transição de uma linha aberta para a linha
em eletrodutos
• Nestes casos, devem ser rematados com buchas;

• b)Em todos os pontos de emenda ou de derivação de


condutores;

• c) Sempre que for necessário segmentar a tubulação


• Atendimento do item 6.2.11.1.6-b.
• Caixas devem ser facilmente acessíveis:

• Providas de tampas ou, caso alojem interruptores, tomadas de

corrente e congêneres:
• Fechadas com os espelhos que completam a instalação desses

dispositivos.

• Caixas de saída para alimentação de equipamentos:

• Podem ser fechadas com as placas destinadas à fixação desses


equipamentos.
• Os condutores:

• Devem formar trechos contínuos entre as caixas

• Não se admitem emendas e derivações senão no interior das caixas.

• Condutores emendados ou cuja isolação tenha sido danificada

e recomposta com fita isolante ou outro material


• Não devem ser enfiados em eletrodutos.
• Linhas embutidas em concreto armado:

• Eletrodutos devem ser dispostos de modo a evitar sua

deformação durante a concretagem;

• As caixas, bem como as bocas dos eletrodutos devem ser

• Fechadas com vedações que impeçam a entrada de argamassas

ou nata de concreto durante a concretagem.


• Cortes nos eletrodutos:

• Corte perpendicular ao eixo;

• Realizar a limpeza de rebarbas.


ELETRODUTOS
• Tubos
• Rígidos ou flexíveis;

• Metal
• Magnéticos ou não magnéticos;

• PVC;

• Proteção dos condutores

• Ação mecânica;

• Corrosão;

• Incêndio.
• Metálicos
• Pesados ou leves.
• Eletrodutos de PVC rígido
Roteiro para dimensionamento
• A) Para condutores de seção diferente
• Determinar a seção total ocupada pelos condutores, usando a
tabela (11.4) e as equações

𝜋⋅ 𝐷2
𝑆𝑡 = Σ ou 𝑆𝑡 = Σ 𝑆𝑒
4

• 𝑆𝑡 = seção total ocupada pelos condutores, 𝑚𝑚2 ;


• 𝐷 = diâmetro externo do condutor, em 𝑚𝑚, (tab 11.4);
• 𝑆𝑒 = seção externa ou área, em mm, (tab 11.4).
• B) Determina-se o diâmetro externo do eletroduto (mm)

(tabela 11.3), com o valor de 𝑆𝑡 , definido em “a”


• C) Se os condutores instalados no eletroduto

• Mesmo tipo;

• Mesma seção nominal;

• Determinar o diâmetro externo do eletroduto

• Usando tabelas 11.5 e 11.6.


• D) Para determinar o comprimento máximo dos
eletrodutos que interligam caixas de passagem:

𝑙𝑚𝑎𝑥 = 15 – 3 ⋅ 𝑁

• 𝑙𝑚𝑎𝑥 - Comprimento máximo entre duas caixas, 𝑚

• 𝑁 - número de curvas de 90 existentes no trecho (de 0 a 3)


• E) Se não é possível usar caixa de passagem, dentro dos
limites da NBR 5410
• Usar diâmetro nominal imediatamente superior para cada 6,00
m (ou fração), de aumento dessa distância;

𝑙𝑟𝑒𝑎𝑙 – 𝑙max
𝐴 =
6

• 𝐴 – aumentos de diâmetros nominais do eletroduto;


• 𝑙𝑟𝑒𝑎𝑙 – comprimento real do trecho, m
• F) Para instalações simples (com uso de caixas de
derivação)
• Se o comprimento do trecho estiver dentro dos limites do item
6.2.11.1.6b – NBR5410;

• E para instalação de condutores diferentes


• Pode-se usar um método simplificado:
• 1º) Contar o número de condutores contidos no trecho;
• 2º) Adotar a maior seção desses condutores;
• 3º) Usar a tabela 11.3 – diâmetro nominal do eletroduto para este trecho.
• A escolha do eletroduto poderá ficar com um 𝜙𝑛 imediatamente superior ao
calculado em “A”!
EXEMPLOS DE
DIMENSIONAMENTO
• 1) Dimensionar o trecho de eletroduto de PVC rígido:

• a) Calcular a 𝑆𝑡 dos condutores

𝜋 ⋅ 𝐷12 𝜋 ⋅ 𝐷22
𝑆𝑡 = 𝑁1 ⋅ + 𝑁2 ⋅
4 4

𝜋 ⋅ 3,42 𝜋 ⋅ 3,92
𝑆𝑡 = 2 ⋅ + 5 ⋅ = 77,9 𝑚𝑚2
4 4

• b) Seleção do eletroduto
• Usando a tabela 11.3, coluna 40%, com o valor de 77,9𝑚𝑚2 :
• Eletroduto de PVC de 𝝓𝒏 = 𝟐𝟎 𝒎𝒎 𝒐𝒖 ½”
• 2) Dimensionar o eletroduto no trecho, considerando a
instalação de cabos
• Obs.: Os condutores de seção 1,5 𝑚𝑚2 não necessitam ser
especificados no esquema
• a) Calcular 𝑆𝑡

𝑆𝑡 = 𝑁1 ⋅ 𝑆𝑒1 + 𝑁2 ⋅ 𝑆𝑒2 + 𝑁3 ⋅ 𝑆𝑒3


𝑆𝑡 = 2 ⋅ 7,1 + 3 ⋅ 10,7 + 3 ⋅ 13,8 = 87,7 𝑚𝑚2

• b) Seleção do eletroduto
• Pela tabela 11.3, coluna 40%, com o valor de 138,6𝑚𝑚2 :

• Eletroduto de PVC de 𝜙𝑛 25 mm ou ¾”

• c) O comprimento do trecho que interliga as duas caixas é:

𝑙𝑚á𝑥 = 15 – 3 ⋅ 𝑁 = 15 – 3 ⋅ 1 = 12,0 𝑚
• 3) Dimensionar o eletroduto
• Circuito 1: 3#10 10 𝑚𝑚2 ;
• Circuito 2: 3#25(16) 𝑇16 𝑚𝑚2 ;
• Obs.: condutores Pirastic Antiflam; fio para condutores de seção 10 𝑚𝑚2 e
16 𝑚𝑚2 ; cabo para condutor de seção 25 𝑚𝑚2 ;
• a) Calcular a 𝑆𝑡 dos condutores:

𝑆𝑡 = Σ𝑆𝑒 = 𝑁1 ⋅ 𝑆𝑒1 + 𝑁2 ⋅ 𝑆𝑒2 + 𝑁3 ⋅ 𝑆𝑒3

= 4 ⋅ 24,6 + 3 ⋅ 56,7 + 2 ⋅ 33,2 = 334,9 𝑚𝑚2

• b) Seleção do eletroduto

• Tabela 11.3, coluna 40%: eletroduto de PVC de 𝜙𝑛 = 40 𝑚𝑚 1 ¼”

• Porém, devido ao comprimento excessivo e ao número de curvas:

• Comprimento total: 𝟏𝟖 𝒎;

• Número de curvas: 𝟑;

• A distância máxima entre as caixas será:

𝑙𝑚á𝑥 = 15 – 3 ⋅ 𝑁 = 15 – 3 ⋅ 3 = 6,00 𝑚
• No entanto, pelo desenho do circuito, observa-se que
• A distância entre as caixas é superior ao valor de 𝑙𝑚á𝑥 (6 𝑚 < 18 𝑚).
• Devemos calcular o número de "aumentos" no diâmetro do eletroduto:

𝑙𝑟𝑒𝑎𝑙 – 𝑙𝑚á𝑥 18 – 6
𝐴 = = = 2,0
6 6

• CONCLUSÃO:

• Usar o 2º. diâmetro superior a 40,0 mm: eletroduto de 60mm (2") para
interligação das caixas CP-1 e CP-2.
OUTROS TIPOS DE
CONDUTOS
Canaletas no solo
• Construída (normalmente)
• Em alvenaria.
• Pode-se usar a largura padrão do tijolo.
• Ao nível do solo.
• Paredes de tijolo ou em concreto.

• Deve ser imune a penetração de líquidos


• Ou usar eletrodutos estanques dentro da canaleta.

• Cabos instalados
• Apenas uma camada (preferencialmente).
• Prateleiras em diferentes níveis da canaleta.
• Ocupação máxima: 30%.
Método de Instalação de Canaleta no solo
• Ex. A seção transversal de uma canaleta onde estão instalados

21 cabos unipolares de seção 120 𝑚𝑚2 , diâmetro externo igual


a 19,20 𝑚𝑚 deve ser:

21 ⋅ 𝜋 ⋅ 19,202 1
𝑆𝑐𝑎 = ⋅ = 20.267𝑚𝑚2
4 0,30

• As canaletas no solo devem ter, no mínimo:

200 x 105 𝑚𝑚 → 21.000𝑚𝑚2


6.2.11.4. Canaletas e perfilados
• Nas canaletas instaladas sobre paredes, em tetos ou
suspensas e nos perfilados, podem ser instalados
condutores isolados, cabos unipolares e cabos
multipolares.
• Condutores isolados:
• Apenas em canaletas ou perfilados de paredes não-perfuradas
• Com tampas que só possam ser removidas com auxílio de ferramenta.

• Altura mínima: 2,50 m.


6.2.11.3 Bandejas, leitos, prateleiras, suportes horizontais e
fixação direta dos cabos em paredes ou tetos
• 6.2.11.3.1. Só devem ser utilizados cabos unipolares ou
cabos multipolares.

• 6.2.11.3.2 Para a fixação direta dos cabos em paredes ou


tetos, podem ser usadas
• Abraçadeiras, argolas ou outros meios.
• Escolhidos e dispostos de maneira a não danificar os cabos nem
comprometer seu desempenho.

• 6.2.11.3.4 Nos percursos verticais:


• Assegurar que o esforço de tração imposto pelo peso dos cabos
não resulte em deformação ou ruptura dos condutores.
• Esse esforço também não deve recair sobre as conexões.
• 6.2.11.3.5. Em Bandejas, leitos, prateleiras:

• Instalação em única camada (preferencial).

• Disposição em várias camadas se

• Volume de material combustível (isolações, capas e coberturas)

• a) 3,5 𝑑𝑚3 /metro linear - cabos de categoria BF da ABNT NBR 6812.

• b) 7 𝑑𝑚3 /metro linear - cabos categoria AF ou AF/R da ABNT NBR 6812.

• Conveniência:

• Ocupar a calha com, no máximo, 35% de sua área útil.


• Ex.: No caso de se instalarem 15 cabos de 95 𝑚𝑚2 ,
isolação XLPE (diâmetro externo de 17,7mm), a
eletrocalha deve ter dimensões de

15 ⋅ 𝜋 ⋅ 17,702 1
𝑆𝑐𝑙 = ⋅ = 10.545 𝑚𝑚2
4 0,35

• Isto é: 𝑆𝑐𝑙 = 200x60 𝑚𝑚 (tabela anterior)


6.2.11.5 Espaços de construção
• Nos espaços de construção podem ser utilizados

condutores isolados e cabos unipolares ou multipolares,


• Métodos de instalação 21, 22, 23, 24 e 25 da tabela 33,

• Os condutores ou cabos devem ser instalados ou retirados sem

intervenção nos elementos de construção do prédio


6.2.11.6 Linhas enterradas
• Só são admitidos cabos unipolares ou multipolares.
• Em linhas com cabos diretamente enterrados desprovidas de
proteção mecânica adicional só são admitidos cabos armados.

• 6.2.11.6.3 Prevenção contra a movimentação de terra


• Pelo menos a 0,70 m da superfície do solo.
• Aumentar para 1 m
• Na travessia de vias acessíveis a veículos
• Incluindo uma faixa adicional de 0,50 m de largura de um lado e de outro
dessas vias.
• Essas profundidades podem ser reduzidas:
• Em terreno rochoso
• Ou quando os cabos estiverem protegidos, por exemplo, por eletrodutos que suportem
sem danos as influências externas.
• No cruzamento de duas linhas elétricas:
• Afastamento mínimo: 0,20 m.

• Cruzamento com conduto não elétrico:


• Afastamento mínimo: 0,20 m.

• 6.2.11.6.6 As linhas elétricas enterradas devem ser


sinalizadas, ao longo de toda a sua extensão
• Por um elemento de advertência (por exemplo, fita colorida) não
sujeito a deterioração, situado, no mínimo, a 0,10 m acima da
linha.
6.2.11.7 Linhas sobre isoladores
• 6.2.11.7.1 Nas linhas com condutores fixados sobre isoladores
• Podem ser utilizados condutores nus, condutores isolados, condutores
isolados em feixe, cabos unipolares, cabos multipolares e barras.

• 6.2.11.7.2 Não admitida em locais de habitação.

• 6.2.11.7.4 Em edificações de uso comercial ou assemelhado,


• Linhas com condutores nus são admitidas como linhas de contato
alimentando lâmpadas ou equipamentos móveis
• Desde que alimentadas em SELV (extra-baixa tensão - < 25 V).

• 6.2.11.7.5 Condutores nus sobre isoladores em


estabelecimentos industriais ou assemelhados
• Limitado aos locais de serviço elétrico ou a utilizações específicas
• Exemplo: alimentação de pontes rolantes.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
• Cotrim, A., “Instalações elétricas”, 5ª Ed., São Paulo: Prentice
Hall, 2002.
• Creder, H., “Instalações elétricas”, 16ª Ed., Rio de Janeiro:
LTC, 2016.
• Niskier, J., Macintyre, A.J., “Instalações elétricas”, 6ª Ed. Rio
de Janeiro: LTC, 2013.
• MAMEDE FILHO, J.
• Instalações Elétricas Industriais, 9 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
• Manual de equipamentos elétricos, 4ª Ed. Rio de Janeiro, RJ : LTC,
2013.
• MEDEIROS FILHO, S.. Medição de Energia Elétrica. Rio de
Janeiro: Guanabara, 1986.
• Kindermann, Geraldo
• Aterramento elétrico, 6ª. Ed., UFSC/LabPlan, 2010.
• Proteção contra descargas atmosféricas em estruturas edificadas, 4ª.
Ed., UFSC/LabPlan, 2009.
• Material De Apoio

• Regulamentação da Concessionária de Energia


• GED – Gerenciador Eletrônico de Documentos: https://goo.gl/xoMbPD

• ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


• NBR5410 - Instalações Elétricas em Baixa Tensão, 2004.
• NBR 5419: Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas, Partes 1 a
4, 2015.
• NBR 14039: Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV, 2003.
• NBR 13301: Redes telefônicas internas em prédios, 1995.
• NBR ISO/CIE 8995-1 - Iluminação de ambientes de trabalho Parte 1: Interior,
2013.
• NBR 7117: Medição da Resistividade e Determinação da Estratificação do
Solo, 2012.
• NBR 15749: Medição da resistência de aterramento e de potenciais na
superfície do solo em sistemas de aterramento, 2009.
• NBR 15751: Sistemas de aterramento de Subestações - Requisitos, 2009.

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