TAVEN BLUEBURN, O B ELIGERANTE
Taven Blueburn, é aquele que porta a chama azul da
esperança e carrega o peso de uma raça inteira em seus
ombros. Este dwarf oriundo da terra de Morndfell é o atual
campeão da nação e a pessoa que leva o fardo de ser um dos
últimos de sua espécie.
Taven nasceu da junção de dois grandes clãs dwarven,
os Azureforge, e os Goldenhilt. A sociedade dwarf e todos
os outros povos que viveram sob sua jurisdição sofreram
durante centenas de anos da infeliz maldição da tirania dos
regentes dessas poderosas famílias. Como uma estratégia
militar e política para que eles pudessem se juntar e formar
uma monarquia ainda mais forte, foi realizado um
casamento arranjado entre o patriacar-mór dos Azureforge,
e a grão-senhora dos Goldenhilt.
O produto do casamento foi uma gravidez turbulenta e
repleta de intrigas, onde outros membros da família
disputaram o trono entre si. Porém, por pior que fosse o
ambiente dentro dos halls dos clãs, a situação fora das
terras era insustentável. Fome e peste haviam dizimado
grande parte dos pobres trabalhadores, e taxas exorbitante
retiravam do povo o direito de viver em paz. Em resposta a
isso, uma milícia popular realizou uma manobra arriscada,
e no dia do nascimento do primogênito sequestraram a
criança.
O objetivo de tal era fazer com que os clãs entrassem em
conflito entre si, achando que um deles havia realizado o
crime, e se destruíssem com as próprias mãos, mas o
desdobramento do ato foi por água a baixo, já que o que era
tirania passou a ser loucura desvairada. Os clãs de fato se
culparam, mas aqueles que estavam abaixo de si pagaram o
preço, e uma onda infindável de batalhas travadas nas
terras comuns e com os cidadãos devastaram boa parte do
que era para ser seu sustento. A tirania não havia
acabado, mas dado lugar a algo pior.
A criança sequestrada, entretanto, não foi culpada por
nada, afinal, um bebê recém-nascido não tinha ideia do que
seus pais fizeram para o mundo. Taven – que significa
inocente em dwarven – cresceu entre a dor e sofrimento do
povo simples. Anos de abuso desenvolveram um coração de
ferro e uma vontade de diamante. O dwarf se tornou alguém
com quem os outros podem contar, um ótimo
trabalhador, e um líder de pompa. Junto aos seus
semelhantes decidiram criar uma segunda
milícia, mas dessa vez com um objetivo
mais sombrio.
Justiça é uma palavra bonita quando
se necessita mascarar um assassinato.
Não há desonra em lutar pelos seus
objetivos, principalmente se seus
maiores inimigos forem os obstáculos a
serem superados. E foi com essa filosofia
que os Martelos da Cordilheira se
consolidaram. O grupo formado por pessoas comuns que
viveram grande parte de suas vidas em meio a privação da
tirania.
A missão foi: causar o máximo de destruição possível nos
halls pérfidos dos regentes. Sempre que a chama da
revolução nasce, poucas são as coisas que podem lhe
apagar, e se bem alimentada se torna um incêndio enorme.
Muitas lutas foram travadas, estratégias formuladas, e as
perdas foram significativas para ambas as partes, mas
aqueles que estão embaixo só podem fazer uma coisa, que é
subir. O golpe final fora realizado, a destituição das
cabeças de Azureforge e Goldenhilt.
O chamado foi pesaroso, e os já escassos dwarfs que
existiam em Morndfell se tornaram mais raros, mas os que
ficaram carregaram essa flâmula adiante, o orgulho das
raças prevaleceu, e a ambição para um futuro mais
brilhante continuou...
...ou é o que se pensava.
Fratricídio sempre foi um dos maiores pecados já
contemplados pela sociedade dwarf. E mesmo que o mundo
seja cinza, algumas regras serão sempre pretas no branco.
No momento da comemoração da vitória, como se em um
mar que subitamente vislumbra a tempestade à distância,
os céus enegreceram e o frio gelou não apenas os corpos de
carne, mas as almas imortais dos homens e dwarfs do lugar.
Os ancestrais haviam dito: “amaldiçoados sejam, assassinos
de raça, rompedores da cultura e amálgamas da tradição”.
Cada moeda tem dois lados, e os espíritos guardiões de
Runedar entenderam a situação vivida pelos Martelos. A
maldição, então, caiu em cima de um dos dwarfs, Taven, o
Inocente. Este, por sua vez, se tornou uma espécie de
mártir para seus semelhantes, os corpos de seus
compatriotas caíram gélidos ao chão, mas suas incólumes
essências se transformaram na chama azul da revolução, e
passaram a habitar o templo que Taven se tornara. Sua pele
vívida tomou o tom da pedra, e seus ruivos cabelos se
tornaram brancos e sem vida, a luz do sol passou a ser uma
de suas maiores inimigas.
Os ancestrais nomearam Taven como aquele que
carrega o peso de uma raça, o portador da chama lazuli
e o primeiro cinzento da história. Blueburn, como
o queimado pela responsabilidade, e como o
detentor de uma das verdades pessoais
desse mundo que está em sua contagem
final para a destruição reveladora.
O caminho está obscurecido pelo
medo da incerteza, mas uma das maiores
tochas de Runedar se tornou o malho da
vingança, e para que os dwarfs voltem a
ser o que eram antes, ela deve ser acessa.