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P.A.G.D.

Plano de Ativação de Gerenciamento de Desastres

Gerenciamento de Desastres
Manual de Procedimentos

Primeira Edição
2

Plano de Ativação
GERENCIAMENTO DE DESASTRES

Manual de Procedimentos
Primeira Edição - 2015
3

Este Manual foi publicado pela primeira vez pelo Centro de Resposta a
Desastres (CRD) em nome do Corpo de Bombeiros Militar de Pernabuco, em junho de
2015. Questionamentos sobre o conteúdo e solicitações de cópias deste Manual devem
ser feitas para a Diretoria Integrada Metropolitana do CBMPE em (81) 3182-
9117/9116/9115 ou dpo@bombeiros.pe.gov.br.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser


reproduzida, armazenada em um sistema de recuperação ou transmitida de qualquer
forma por qualquer meio eletrônico, mecânico, fotocópia, gravação ou outro, sem a prévia
permissão por escrito do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco.
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COMISSÃO DE ELABORAÇÃO
Stênio Flávio Alves Xavier
Tenente Coronel BM - Chefe do Centro de Resposta a Desastres

Cleyton David Silva


Major BM - Chefe da Divisão de Articulação e Planificação do CRD

Roberto Ryanne Ferraz de Menezes


1°Tenente BM - Chefe da Seção de Levantamento de Área do CRD

Caio Hercílio Oliveira de Souza


Tenente Coronel BM - Chefe da Divisão de Planejamento da DIM
CONTEÚDO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................6
2. CENÁRIO DE DESASTRES ................................................................................................. 7
3. CONCEITOS DA OPERAÇÃO ............................................................................................ 10
4. GERENCIAMENTO DAS OPERAÇÕES ............................................................................ 25
5. PROCEDIMENTOS DE GERENCIAMENTO ..................................................................... 29
6. ATUALIZAÇÃO E AVALIAÇÃO ......................................................................................... 38
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1. INTRODUÇÃO

Criado com o objetivo de nortear a conduta do Corpo de Bombeiros Militar de


Pernambuco nas ações de gerenciamento de desastres, e atentando para os princípios
basilares do Sistema de Comando de Incidentes, este Plano reune várias obras na sua
construção com o intuito de fornecer o maior número possível de informações e
orientações acerca da gestão de grandes emergências.
Este Plano define e descreve conceitos e procedimentos para a coordenação
dos esforços por ocasião de situações emergenciais, bem como busca oferecer respostas
e responsabilidades diante de um incidente que fuja da rotina diária do serviço
operacional.
É importante destacar que o termo desastre, utilizado neste Plano, poderá ser
sinônimo de crise, incidente, acontecimento calamitoso, emergência, entre outros, desde
que remetam a um grande dano ou prejuizo à sociedade.
Por fim, informamos que este é um trabalho para ser usado pelas equipes de
supervisão e coordenação operacional do serviço ordinário, ou mesmo pelos demais
órgãos da Secretaria de Defesa Social (SDS) ou outros serviços de emergência do Estado,
que podem responder a um incidente de grandes proporções, devendo ser lembrado que
os procedimentos dentro deste Plano são relacionados com atividades do CBMPE.
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2. CENÁRIO DE DESASTRES

2.1 DEFINIÇÃO
Um desastre é considerado todo incidente ou situação crucial não rotineira, que
exija uma resposta especial dos órgãos operativos de defesa social, em razão da
possibilidade de agravamento conjuntural, com grande risco à vida e ao patrimônio. Por
exemplo:
 Enchentes e grandes inundações;
 Desabamentos de grandes estruturas;
 Graves vazamentos de produtos perigosos;
 Grandes deslizamentos de encostas;
 Acidentes massivos envolvendo transporte aéreo e ferroviário;
 Atos de terrorismo e/ou ocorrências envolvendo bombas e explosivos;
 Grandes incêndios; e
 Outros desastres naturais e tecnológicos.

2.2 DECLARAÇÃO
O presente Plano será ativado pelo Diretor Integrado Metropolitano do CBMPE
quando ocorrer incidentes ou situações cruciais não rotineiras, que exijam uma resposta
especial das OME's, em razão da possibilidade de agravamento conjuntural, desde que
seja considerado qualquer um dos critérios mencionados no item 2.1.

2.3 ESTÁGIOS
Os desastres podem ser considerados como tendo quatro fases:
 Resposta inicial;
 Fase de consolidação;
 Fase de recuperação; e
 Restauração da normalidade.
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Fig. 01 - Estágios de uma Emergência (Modificada pelos autores)

Resposta inicial: Fase compreendida entre o surgimento do sinistro e a


consolidação das ações de resposta. Caracterizada pela confusão generalizada e o início
do planejamento para resposta à emergência.

Fase de Consolidação: Fase existente entre a estabilização das ações de


resposta e o início das ações especializadas. Momento em que é posto em prática todo o
planejamento (realizado na fase anterior) para fazer frente aos efeitos negativos do
desastre, visando à extinção da ação danosa do evento adverso.

Fase de recuperação: Caracterizada por ser aquela em que são executados


procedimentos para o restabelecimento da normalidade no local atingido pelo desastre. É
quando o poder público e a sociedade, unidos, realizam obras estruturais reparadoras,
reorganizam a rotina e reconstroem o que foi perdido, buscando o retorno da normalidade
o mais rápido e da maneira menos traumática possível.

Rescuperação da normalidade: É o período no qual volta-se a trabalhar na


conscientização da população, visando a minimização de desastres e na preparação para
emergências.
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2.4 CENÁRIOS DE DESASTRES


Diante da frágil infra-estrutura urbana da Região Metropolitana do Recife
(RMR), tais como: distribuição de energia e água, esgotamento de águas pluviais, vias de
trânsito, telecomunicações, transporte público, são consideradas áreas críticas aquelas
onde é elevada a probabilidade de se desenvolver eventos adversos relacionados com os
riscos naturais e tecnológicos provenientes das ameaças e vulnerabilidade da região.
Entre elas podemos destacar: deslizamentos de encostas, inundações, enchentes,
incêndios florestais, incêndios e colapsos estruturais, acidentes aeronáuticos, acidentes
ferroviários, acidentes náuticos, vazamento de produtos perigosos, atentados criminosos e
terroristas.
Em decorrência de sua vulnerabilidade, cada área crítica da Região
Metropolitana do Recife (RMR) poderá desenvolver cenários de emergência ou desastre
específicos para os eventos adversos já mencionados.
Baseado em levantamentos preliminares de vulnerabilidade, surgem 03 (três)
hipóteses de emergências, sendo elas:
1) Emergências isoladas: aquelas em que as equipes regulares, existentes na
área, atendem a demanda sem maiores complicações;
2) Emergências Múltiplas: aquelas que, por sua área de abrangência, fazem
com que as equipes regulares não consigam atender a demanda, tendo a necessidade de
ativação de equipes extras e apoio de outras áreas não afetadas;
3) Desastre ou Emergências Generalizadas: aquelas que, por sua área de
abrangência e complexidade, há a necessidade de acionamento das forças amigas para
apoio nas ações de atendimento.
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3. CONCEITOS DAS OPERAÇÕES

3.1 COMANDO DO INCIDENTE


O Comando do Incidente é caracterizado pelo grupo composto por especialistas,
necessariamente de maior grau de decisão que os demais componentes da operação,
responsável por todas as atividades no local da emergência.

“O sucesso ou o fracasso de um comandante depende


de sua capacidade de avaliar a situação, pesar os
vários fatores existentes, aplicar os princípios táticos
básicos, formular o plano de operações e zelar pelo
seu cumprimento, rápido e eficientemente.”
Lloyd Layman.

3.2 POSTO DE COMANDO


É definido como o local, exclusivamente, de onde partem todas as ordens e para
onde devem, obrigatoriamente, convergir todas as informações de uma operação,
buscando uma eficiência e eficácia no emprego da estratégia e dos recursos.

“O principal objetivo de qualquer comandante de


incidente é impedir, a partir do momento de sua
chegada, maiores prejuízos à vida e à propriedade, que
os já causados.”
Autor Desconhecido.

Para efeito do presente plano, existirão 02 (duas) esferas de gerenciamento de


desastres na estrutura de resposta da Corporação: o Gabinete de Gerenciamento de
Crises, através da Sala de Gerenciamento de Emergência ou Posto de Comando Geral
(nível estratégico) e os Postos de Comando de Área (nível tático).
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O organograma dos Postos de Comando de Área (PCA), nos locais de


emergência, como do Gabinete de Gerenciamento de Crise (GCRISE/BM) ou Sala de
Gerenciamento de Emergência (SGE) ou ainda Centro Integrado de Comando e Controle
(CIC2), seguirá ao que está preconizado pela normatização existente no CBMPE e
sugerido pela doutrina de Sistema de Comando de Incidentes (SCI), podendo haver,
contudo, algumas adequações necessárias à integração entre as equipes de socorro, os
postos de comando e o sistema de gerenciamento de emergências da SGE.

3.2.1 CENTRO INTEGRADO DE COMANDO E CONTROLE

Fig. 02 – Organograma do PCA ou GCRISES BM

1) Comandante da Emergência
Oficial superior, do posto de tenente-coronel QOC, designado pelo Diretor
Integrado Metropolitano que, auxiliado por uma equipe de gerenciamento e apoio,
possuindo as seguintes atribuições:
a) Assumir o comando geral da operação;
b) Coordenar as ações do CIC2;
c) Estabelecer as prioridades táticas para o seu turno de serviço;
d) Avaliar as informações da emergência;
e) Supervisionar as atividades dos comandos de área;
12

f) Reportar-se, periodicamente, ao Diretor Integrado Metropolitano


relatando as informações relacionadas com o andamento da operação
nas áreas atingidas;
g) Aprovar os planos de operações dos comandos de área;
h) Autorizar a mobilização de recursos humanos e materiais;
i) Aprovar a solicitação de apoio externo;
j) Autorizar a desmobilização dos recursos empregados nas áreas
atingidas.

2) Oficial de Informação
Oficial intermediário, do posto de capitão QOC ou QOA, designado pelo Diretor
Integrado Metropolitano, que possui as seguintes atribuições:
a) Adquirir informações de inteligência relacionadas com a emergência;
b) Gerar previsões e simulações de cenários adversos e favoráveis;
c) Disponibilizar procedimentos, planos e mapas operacionais
relacionados com a emergência;
d) Obter a relação de especialistas para auxílio na emergência;
e) Registrar informações e emitir relatórios sobre a evolução da
emergência.

3) Oficial de Ligação
Oficial intermediário, do posto de capitão QOC, designado pelo Diretor
Integrado Metropolitano, que possui as seguintes atribuições:
a) Servir de elemento de ligação com os demais órgãos envolvidos nas
ações de socorro e assistência;
b) Manter atualizado o cadastro dos órgãos de apoio;
c) Coordenar as visitas de dignitários no CIC2;
d) Repassar aos demais operadores do CIC2 as disponibilidades de
recursos externos;
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e) Representar o comando da emergência em reuniões externas, quando


de seu impedimento.

4) Oficial de Imprensa
Oficial intermediário, do posto de capitão, QOC ou QOA, designado pelo Diretor
Integrado Metropolitano, que possui as seguintes atribuições:
a) Obter informações nos meios de comunicação que auxiliem o
gerenciamento da emergência;
b) Elaborar boletins informativos para o CIC2;
c) Organizar coletivas com os meios de comunicação, seguindo as
orientações e devidamente autorizadas pela CIC2 e Gabinete de
Gerenciamento de Crises da Secretaria de Defesa Social (SDS);
d) Integrar o CIC2 com o setor de comunicação do palácio do governo
estadual e da SDS.

5) Oficial de Operações
Oficial Superior, do posto de major QOC, designado pelo Diretor Integrado
Metropolitano, que possui as seguintes atribuições:
e) Coordenar as ações desenvolvidas pelos comandos de área;
f) Ordenar as comunicações entre os postos de comando de área (PCA);
g) Identificar as necessidades para as ações dos comandos de área;
h) Controlar os recursos empregados pelos comandos de área;
i) Executar o plano de operações do comando geral da operação e
supervisionar a execução dos planos dos comandos da área;
j) Zelar pelas condições de segurança das equipes dos postos de
comando das áreas e dos grupos de intervenção;
k) Supervisionar a desmobilização dos recursos empregados na área.

6) Oficial de Planejamento
Oficial superior ou intermediário, do posto de major ou capitão QOC, designado
pelo Diretor Integrado Metropolitano, que possui as seguintes atribuições:
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a) Construir o plano geral de operações e avaliar os planos dos


comandos de área;
b) Elaborar os quadros táticos para as diversas informações relacionadas
com a emergência;
c) Coordenar as reuniões táticas;
d) Acompanhar a execução das prioridades táticas;
e) Organizar o serviço de reprodução e arquivamento de documentos;
f) Coordenar o briefing e os procedimentos de transferência de comando
em cada turno de serviço;
g) Analisar as informações de inteligência relacionadas com a
emergência, nas áreas atingidas;
h) Disponibilizar procedimentos, planos e mapas operacionais
relacionados com a emergência;
i) Sugerir o emprego de especialistas.

7) Oficial de Logística
Oficial intermediário, do posto de capitão, QOC ou QOA, designado pelo Diretor
Integrado Metropolitano, que possui as seguintes atribuições:
a) Gerenciar os aspectos financeiros e administrativos da operação;
b) Suprir as necessidades logísticas das equipes da CIC2, dos postos de
comando de área e dos grupos de intervenção;
c) Supervisionar a instalação e manutenção das bases e dos postos de
comando de área, principalmente, sobre aspectos relacionados com
iluminação, subsistência, equipamentos de apoio e operacionais,
comunicação, transporte, energia, acomodação e combustível;
d) Gerenciar o emprego de viaturas, embarcações e aeronaves nos
procedimentos de mobilização e desmobilização;
e) Controlar os recursos internos e externos disponibilizados para a
operação.
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3.2.2 POSTO COMANDO DE ÁREA


O posto de comando de área tem por finalidade coordenar, no terreno, as ações
de resposta desenvolvidas pelas guarnições, com base nas prioridades táticas
estabelecidas pelo Gabinete de Gerenciamento de Crises ou Centro Integrado de
Comando e Controle.

Fig. 03 – Organograma do PCA

1) Comandante de Área
Oficial superior, do posto de tenente-coronel QOC, designado pelo Diretor
Integrado Metropolitano que, auxiliado por uma equipe de gerenciamento e apoio,
possuindo as seguintes atribuições:
a) Assumir o comando da operação na área para qual foi designado;
b) Coordenar as ações do posto de comando de sua área de
responsabilidade;
c) Estabelecer os procedimentos a serem executados para que sejam
atendidas as prioridades táticas estabelecidas pelo Centro Integrado
de Comando e Controle (CIC2);
d) Avaliar as informações dos cenários encontrados em sua área;
e) Reportar-se ao CIC2 periodicamente repassando as informações
relacionadas com o andamento da operação na sua área de
responsabilidade;
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f) Encaminhar ao CIC2 o plano de operações da sua área, a fim de ser


avaliado;
g) Supervisionar o gerenciamento dos recursos humanos e materiais;
h) Solicitar a desmobilização dos recursos empregados em sua área;
i) Representar o comando geral da operação na sua área.

2) Oficial de Ligação
Oficial intermediário ou subalterno, do posto de capitão ou tenente, QOC ou
QOA, designado pelo Diretor Integrado Metropolitano, que possui as seguintes atribuições:
a) Servir de elemento de ligação com os demais órgãos envolvidos nas
ações de socorro e assistência na região de seu comando de área;
b) Manter atualizado o cadastro dos órgãos de apoio;
c) Coordenar as visitas de dignitários na base e no posto de comando;
d) Obter informações nos meios de comunicação que auxiliem o
gerenciamento da emergência na área;
e) Representar o comando da área em reuniões externas, quando de seu
impedimento.

3) Oficial de Operações
Oficial Superior, do posto de major QOC, designado pelo Diretor Integrado
Metropolitano, que possui as seguintes atribuições:
a) Coordenar as ações desenvolvidas pelos grupos de intervenção;
b) Ordenar as comunicações entre os grupos de intervenção e o posto de
comando de área (PCA);
c) Identificar as necessidades para as ações dos grupos de intervenção;
d) Controlar os recursos empregados na emergência;
e) Executar o plano de operações do comando da área;
f) Zelar pelas condições de segurança dos grupos de intervenção e do
posto de comando;
g) Coordenar a desmobilizar dos recursos empregados na área.
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4) Oficial de Intervenção
Oficial intermediário ou subalterno, do posto de capitão ou tenente, QOC e
QOA, designado pelo Diretor Integrado Metropolitano, que possui as seguintes atribuições:
a) Coordenar o briefing e os procedimentos de passagem de serviço,
entre os integrantes de seu grupo, em cada turno;
b) Coordenar as ações de intervenção desenvolvidas pelos integrantes
do grupo sob sua responsabilidade;
c) Informar as necessidades para as ações do seu grupo de intervenção;
d) Controlar os recursos empregados pelo seu grupo de intervenção;
e) Executar as ações estabelecidas no plano de operações do comando
da área;
f) Zelar pelas condições de segurança do seu grupo de intervenção.

5) Oficial de Planejamento
Oficial intermediário ou subalterno, do posto de capitão ou tenente QOC,
designado pelo Diretor Integrado Metropolitano, que possui as seguintes atribuições:
a) Construir o plano de operações da área;
b) Elaborar os quadros táticos para as diversas informações relacionadas
com a emergência;
c) Coordenar as reuniões táticas;
d) Acompanhar a execução das prioridades táticas;
e) Organizar o serviço de reprodução e arquivamento de documentos;
f) Coordenar o briefing e os procedimentos de transferência de comando
em cada turno de serviço;
g) Analisar as informações de inteligência relacionadas com a
emergência; na área de responsabilidade de seu comando;
h) Disponibilizar procedimentos, planos e mapas operacionais
relacionados com a emergência;
i) Registrar informações e emitir relatórios sobre a evolução da
emergência;
j) Elaborar boletins informativos para o CIC2;
18

k) Organizar coletivas com os meios de comunicação, seguindo as


orientações e devidamente autorizadas pelo CIC2.

6) Oficial de Logística
Oficial intermediário ou subalterno, do posto de capitão ou tenente QOC,
designado pelo Diretor Integrado Metropolitano, que possui as seguintes atribuições:
a) Promover recursos materiais e humanos para o PCA e grupos de
intervenção.

3.3 ZONAS DE EMERGÊNCIA


O local de qualquer emergência e, em particular, de um cenário de desastres
deve ser dividido em zonas de emergência e áreas de trabalho, a fim de facilitar as ações
de gerenciamento e resposta, bem como a manutenção de um padrão aceitável de
segurança. São zonas de emergência as áreas de interferência dos riscos relacionados
com o incidente, enquanto as áreas de trabalho são os locais onde serão desenvolvidas as
ações de resposta e apoio da operação.
Zona quente é a área do incidente propriamente dito, onde os riscos possuem
grande interferência nas ações. Nela trabalham apenas as equipes de intervenção
especializada relacionada com a natureza do incidente.
Zona morna é a área onde os riscos ainda possuem certa interferência nas
ações. Nela trabalham as equipes de suporte às equipes de intervenção, bem como as de
triagem das vítimas.
Zona fria é a área do incidente onde os riscos não possuem interferência nas
ações. Nela localiza-se o posto de comando, a área de estacionamento de recursos, de
tratamento das vítimas e reabilitação das equipes.
Para a delimitação das mesmas são estabelecidos cordões de isolamento,
também chamados de perímetros de segurança, que serão estabelecidos ao redor da
cena pelas seguintes razões: guardar a cena, proteger o público, controlar os curiosos,
evitar interferências com a operação e a futura investigação, facilitando as operações dos
serviços de emergência e de outras agências.
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Deve-se notar que o acesso não autorizado ao local de um incidente de grandes


proporções poderia prejudicar tanto o resgate quanto a investigação. Autorizações de
acesso podem ser emitidas através do comando do incidente.
Três cordões de isolamento serão estabelecidos:
1) cordão interno - fornece segurança imediata da área de perigo e da cena
da emergência em potencial;
2) cordão exterior - veda uma extensa área ao redor do cordão de
isolamento interno, e
3) cordão de tráfego - criada no limite ou além do cordão de isolamento
externo para evitar que qualquer veículo ou pessoal não autorizado tenha acesso à área
que circunda o local do incidente.

Fig. 04 – Zonas de Emergência e Áreas de Trabalho (Modificada pelos autores)


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As dimensões e a geometria das zonas de emergência, bem como, a localização


das áreas de trabalho serão determinadas após serem observados:
 Direção do vento;
 Topografia do terreno;
 Amplitude de interferência dos riscos associados ao incidente; e
 Vias de acesso disponíveis.
As áreas de trabalho, ainda, poderão ser modificadas de acordo com a natureza
do cenário instalado no acidente.

3.4 BRIEFING
Briefing é o ato de repassar informações e/ou instruções concisas e objetivas
sobre uma missão ou tarefa a ser executada.
Os briefings devem ser orientados de forma a seguir a seguinte estrutura:
 Abertura da reunião pelo comandante do incidente;
 Diagnóstico dos cenários adversos instalados;
 Revisão e/ou atualização das decisões chaves;
 Estabelecimento, revisão ou atualização das prioridades, limitações e
obstáculos;
 Elaboração, revisão e atualização dos procedimentos:
 Manejo de informações sensíveis;
 Fluxo de informações;
 Solicitações de recursos;
 Táticas e segurança das ações.
 Determinação da carga de trabalho;
 Resumo e documentação das decisões chave.

3.5 TRANSFERÊNCIA DE COMANDO


A transferência de comando é a passagem do gerenciamento da operação entre
os comandantes dos seus respectivos turnos.
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.Durante as transferências de comando, por ocasião das modificações de turno,


devem ser abordados os seguintes tópicos:
 Desenvolvimento da emergência;
 Condições de segurança das ações;
 Objetivos e prioridades;
 Organização atual;
 Designação de recursos;
 Recursos solicitados e a caminho;
 Instalações estabelecidas;
 Plano de operações;
 Sistema de comunicação;
 Atendimentos realizados e pendentes;
 Provável evolução dos cenários;
 Repasse da transferência aos comandos da operação.

3.6 PLANIFICAÇÃO DA OPERAÇÃO


Entende-se como um Plano de Operações eficiente aquele que consiga
responder as seguintes questões: o que é a emergência? O que fazer para respondê-la? O
que é necessário para uma resposta adequada? O que tenho é suficiente para minha
atuação? Quem fará cada atividade de resposta ao sinistro? Quando se fará cada
atividade? Como fará? e por último, Está dando certo? A resposta a todas essas perguntas
auxiliará o comandante da emergência tanto no planejamento quanto na execução das
missões da operação.
Além disso, para o planejamento da operação é sugerido que seja seguindo um
ciclo de planificação de operações conforme estrutura a seguir:
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Fig. 05 Ciclo de Planificação de Operações

3.7 FORÇAS AMIGAS


São consideradas forças amigas todos os órgãos, externos à Corporação, que
possam disponibilizar recursos e informações complementares que poderão ser utilizados
no desenvolvimento das ações de socorro.
Para o presente plano estão relacionados como forças amigas os seguintes
órgãos:

ÓRGÃO ÁREAS DE APOIO


CODECIPE Evacuação, transporte aéreo, transporte terrestre, máquinas
pesadas, Informação e alerta das condições das barragens e dos
rios e informações estratégicas da área atingida.
GTA Transporte aéreo
PMPE Segurança, evacuação, isolamento, transporte fluvial e pontos de
apoio.
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EB Segurança, evacuação, isolamento, transporte terrestre,


transporte aéreo, transporte fluvial, máquinas pesadas e pontos
de apoio.
MB Transporte aéreo, transporte fluvial e pontos de apoio.
FAB Segurança, evacuação, isolamento, transporte aéreo e transporte
terrestre.
PRF Transporte aéreo e pontos de apoio.
COMDEC Evacuação, isolamento, transporte terrestre, máquinas pesadas,
pontos de apoio, Informação e alerta das condições das
barragens e dos rios e informações estratégicas da área atingida.
Para lista de contato ver Anexo B.
APAC Informações e alertas meteorológicos.
SES Vacinação e atendimento emergencial do efetivo.
COMPESA Informação e alerta das condições das barragens e dos rios.
DNOCS Informação e alerta das condições das barragens e dos rios.
DER Máquinas pesadas.
DNIT Máquinas pesadas.

Tabela. 01 - Forças Amigas

3.8 LIGAÇÃO
Uma das estruturas essenciais no controle da emergência, a Ligação, será
desempenhada visando o contato com os representantes das instituições que estejam
trabalhando no incidente ou que possam ser convocadas. Como atribuição, inclui a
identificação dos representantes de cada uma das instituições, bem como sua localização
e linhas de comunicação.
Quanto à interação entre a coordenação do CIODS/BM, o CIC2 e as forças
amigas fica estabelecida a seguinte estrutura:
24

Fig. 06 Fluxo de Ligação

Segundo o fluxograma, o acionamento de ocorrências operacionais rotineiras e


não rotineiras (desastres), terão suas entradas por meio do sistema CIODS através do
número 193 (Bombeiros). Quando as ocorrências encontram-se dentro da normalidade do
serviço operacional, o próprio CIODS repassará para as equipes de socorro a resolução
do sinistro. Caso as ocorrências, caracterizadas como um desastre, começam a fugir do
controle do CIODS, este repassará essas ocorrências para o CIC2 o qual fará todo o
gerenciamento.
O Centro Integrado de Comando e Controle, objetivando a resolução das
ocorrências, contará com o apoio dos Postos de Comando de Área e das equipes de
socorro dos Postos.
Caso haja a necessidade de apoio das Forças Amigas e Defesa Civil, quanto à
disponibilização de recursos e informações complementares na atuação do sinistro, esse
contato será feito pelo CIC2, o qual fará a articulação com os órgãos solicitados.
25

4. GERENCIAMENTO DAS OPERAÇÕES

4.1 NÍVEIS DE ACIONAMENTO


O acionamento da estrutura de gerenciamento de desastres da Corporação é
dividido em 04 (quatro) níveis, sendo eles: nível 0, I, II e III.

4.1.1 NÍVEL 0
O nível “0” é caracterizado pelas ocorrências regulares do serviço operacional.
Nessa fase, os meios disponíveis para a resolução das ocorrências estão restritas ao
efetivo escalado operacionalmente e os mateirias existentes nas viaturas operacionais.
Não há ações específicas a serem desencadeadas, e a gestão das ações de socorro será
feita por mediação do CIODS e a SGE, conforme figura a seguir.

Fig. 07 Exemplo de Fluxo de Gerenciamento – Nível 0

No nível “0” não há necessidade de se fazer nenhum acionamento, visto que


são ocorrências regulares operacionais.

4.1.2 NÍVEL I
O nível “I” é caracterizado pelas ocorrências complexas pontuais que se
estendem em mais de 12h. Nesse nível, os recursos empregados para a resolução do
sinistro ainda ficam restritos ao efetivo escalado operacionalmente e os materias
existentes nas viaturas operacionais.
26

Já o gerenciamento das ocorrências se dará mediante o Posto de Comando


(PC) existente no teatro de operações, o qual estará subordinado ao Centro Integrado de
Comando e Controle (CIC2), conforme demonstrado na figura abaixo.

Fig. 08 Exemplo de Fluxo de Gerenciamento – Nível I

A transmissão de informações para o acionamento do nível “I” se dará quando


da percepção, pelo oficial comandante da operação no terreno, da complexidade da
ocorrência e seu lapso temporal superior às 12h.
Na RMR, após ciência do supervisor sobre o andamento da ocorrência, o
mesmo entrará em contato com o Comandante Operacional Metropolitano o qual
repassará as informações para o Diretor Integrado Metropolitano. Este último determinará,
juntamente com o Chefe do CIODS, o acionamento do CIC2 para gerir a emergência,
ficando o CIODS, exclusivamente, a frente das ocorrências regulares do serviço
operacional.
No caso de ocorrências no interior do Estado, o Comandante do Grupamento ao
qual a emergência esteja instalada, estabelecerá contato com o Comandante operacional
do Interior o qual fornecerá as informações ao Diretor Integrado do Interior. Este último
determinará a instalação do CIC2 para fazer gestão à emergência.

4.1.3 NÍVEL II
Já o nível “II” é caracterizado por ocorrências complexas pontuais que se
estendem por mais de 12h e que necessitam de recursos extras para resolução do sinistro.
Nesse nível, o aporte gerencial será feito através do CIC2, PC e os recursos
advindos dos órgãos externos de apoio (Forças amigas), conforme figura a seguir.
27

Fig. 09 Exemplo de Fluxo de Gerenciamento – Nível II

O acionamento do nível “II” se dará de forma igual ao do nível “I”, sendo


acrescentada a aquisição de recursos extras mediante o contato do CIC2 com os órgãos
externo de apoio (Forças Amigas).

4.1.4 NÍVEL III


O nível “III” é representado por ocorrências complexas múltiplas e que
necessitam do apoio de recursos extras para eliminação ou neutralização dos riscos.
O gerenciamento das ocorrências contará, além do apoio do CIC2, PC e os
recursos advindos das forças amigas, do PCA, que controlará os PC’s.

Fig. 09 Exemplo de Fluxo de Gerenciamento – Nível III


28

O acionamento do nível “III” ocorrerá de forma semelhante ao do nível “II”,


diferenciando no surgimento do PCA, o qual fará o contato entre os PCs e o CIC2.

Observação: Sendo o desastre no interior do Estado, o CIC2 será na sede do


Grupamento de Bombeiros da área sinistrada, ou ainda a critério do Diretor Integrado do
Interior. Os Postos de Comando de Área (PCA) ficarão na(s) cidade(s) da emergência,
coordenando os Postos de Comando e servindo de ligação entre o CIC2 e os PC’s.

4.2 GERENCIAMENTO DE DESASTRES

Sugere-se que o protocolo de gerenciamento de cenários de desastres detalhe


as seguintes ações:
 Ativação e mobilização de recursos;
 Avaliação e interpretação de cenários;
 Busca, resgate, atendimento pré-hospitalar e remoção de vítimas;
 Assistência inicial às vítimas (suprimentos essenciais, vestimentas,
acomodação, cadastro de afetados e de desaparecidos);
 Evacuação e recolocação temporária da população atingida (liberação de
acessos, transporte coletivo e identificação de áreas);
 Segurança de áreas (bloqueios, isolamento, prevenção de saques,
segurança pública e prevenção de abuso de preços);
 Restabelecimento de acesos e serviços essenciais (aeroporto, porto,
estradas, balsas, ferrovias, energia elétrica, água potável, comunicação
fixa e móvel, segurança pública, acomodação);
 Suporte básico das operações (energia elétrica, comunicação,
abastecimento de combustível, acomodação e suprimentos de
sobrevivência e operacionais);
 Manejo e identificação de cadáveres (preservação, identificação e
destinação);
 Gestão de informações (internas, poder público, imprensa e população);
 Monitoramento de cenários adversos (clima, maré, sismologia, rios);e
 Desmobilização de recursos.
29

5. PROCEDIMENTOS DE GERENCIAMENTO

O fluxo completo para o desenvolvimento adequado do gerenciamento de


desastres pelo CBMPE deve seguir os procedimentos abaixo relacionados.

Para efeito do gerenciamento de desastres, a corporação emprega dois tipos de


cenários: desastre previsto e desastre instalado. Para cada tipo de cenário tem-se um
conjunto de procedimentos específicos.

5.1 CENÁRIO NÃO INSTALADO (PREVISÃO DA EMERGÊNCIA)


A previsão de uma emergência se dá através da perspectiva que os órgãos de
resposta a desastres do Estado venham a ser empregados diante de um evento adverso
severo. Para isso, no âmbito do CBMPE, setores, como: CG, SCG, DIM/DIInt, COM/COInt,
DGP, DF, DLog, CRD, CCS e AjG, deverão envidar esforços no planejamento da resposta
para uma possível emergência.

5.1.1 MONITORAMENTO E SIMULAÇÃO DE CENÁRIOS ADVERSOS


Na situação de normalidade, ou seja, antes que um possível cenário venha a se
instalar, o monitoramento ocorrerá de forma diária pelo Centro de Respostas a Desastres
nos casos de emergências relacionadas a enchentes, alagamentos e deslizamentos de
30

encostas, através do acompanhamento da situação dos rios, reservatórios e nível de


marés, além da verificação diária dos boletins meteorológicos emitidos pela Agência
Pernambucana de Águas e Chuvas (APAC).
Outros monitoramentos poderão ser feitos quando da iminência ou instalação
da emergência. Entre eles, podemos citar o grau de afetação do solo, através do
derramamento/vazamento de produtos perigosos; a possibilidade de colapso estrutural em
situações de desabamento parciais, grandes incêndios com vítimas e utilização de
artefatos explosivos, os quais serão monitorados por órgãos externos como o CPRH e
Defesa Civil, respectivamente.
Tendo como dados os indices do monitoramento, se pensará nos mais diversos
tipos de cenário que poderão ser instalados, e assim possibilitar uma melhor gestão
quando do surgimento da ocorrência.

5.1.2 ALERTA DE CENÁRIO ADVERSO


Durante a realização do monitoramento, caso se verifique a real possibilidade
do surgimento da emergência, deverá ser emitido um alerta para todos os órgão de
resposta a desastres do Estado para uma possível intervenção.
A fase de alerta para as ocorrências de enchentes e grandes deslizamentos de
encostas, se dará por meio do monitoramento diário feito pelo CRD, enquanto as demais
situações de desastres ocorrerão de forma súbita e com base, algumas vezes, na análise
feita pelas equipes presentes no teatro de operações.

5.1.3 REUNIÃO DE ALTO COMANDO


Emitido o alerta, o alto comando do CBMPE se reunirá juntamente com os
outros órgãos externos de apoio para tratar como melhor se fará o gerenciamento do(s)
possível(is) cenário(s), caso este(s) venha(m) a se instalar. Nessa reunião será
determinado o número de integrantes, o aporte logístico a ser utilizado, a verificação da
computação do saldo de horas e as necessidades existentes para resposta ao incidente.
31

5.1.4 BRIEFING INICIAL DA OPERAÇÃO


Após a reunião de alto comando e definida a forma de gestão a ser empregada
no possível cenário de desastres, realizar-se-á o briefing inicial da operação com as
equipes do CBMPE. Aqui, as informações decididas na reunião do alto comando deverão
ser repassados, pelo Diretor Integrado da possível área afetada, a todos os integrantes
(OMEs e militares) da operação para o seu cumprimento.

5.1.5 PREPARAÇÃO DE RECURSOS


Estabelecido o briefing da operação, os participantes e responsáveis pela
aquisição dos recursos para possível emprego dos bombeiros, deverão evidar esforços
para a realização das missões atribuidas, dentre elas, compra de equipamentos
operacionais, preparação de alimentação, manutenção e disponibilização de viaturas,
montagem dos kits de atendimento das guarnições, além da ativação de escalas extras,
sendo responsáveis por essas atribuições: DLog, DF, AjG, CMan e Grupamentos.

5.2 CENÁRIO INSTALADO

5.2.1 DESPACHO INICIAL


Quando da instalação do cenário de desastres, o despacho inicial da ocorrência
se dará pelo CIODS. Caso a emergência acabe superando a capacidade de
gerenciamento do CIODS, as ocorrências serão repassadas para o SGE e, dependendo
da complexidade, a gestão ficará sob responsabilidade do CIC2.

5.2.2 AÇÕES DE PRIMEIRA RESPOSTA


No cenário do sinistro, o Comandante de Incidentes do primeiro atendimento
tomará todas as medidas necessárias para:
 avaliar a eficácia do combate a emergência e outras medidas realizadas
antes de sua chegada;
 identificar os riscos associados com a área e as características do acidente;
 formar um plano de ação para lidar com a situação em desenvolvimento;
32

 decidir sobre recursos adicionais adequados;


 avaliar a situação e qualquer potencial de desenvolvimento;
 estabelecer contato com outros serviços de emergência oficiais na primeira
oportunidade e fornecer um briefing de segurança, além de coordenar a
avaliação dos perigos, respondendo de acordo com os níveis adequados de
equipamento de protecção pessoal dentro da área quente da emergência.

5.2.3 ESTABELECIMENTO DE POSTO DE COMANDO INICIAL

5.2.3.1 AVALIAÇÃO INICIAL DO CENÁRIO


Para se estabelecer o Posto de Comando inicial, uma avaliação do cenário
deverá ser feita pelo bombeiro militar comandante da operação, sugerindo-se, para isso,
que sejam observados os seguintes tópicos:
 Natureza da emergência;
 Fato motivador;
 Ameaças presentes;
 Vulnerabilidades;
 Área afetada;
 Possibilidade de evolução;
 Viabilidade de isolamentos e evacuações;
 Áreas para instalação de bases e postos de comando;
 Rotas seguras de acesso e evasão das áreas atingidas;
 Ações sugeridas para cada cenário;
 Meios necessários e existentes.
Caberá a equipe de primeira resposta a organização da cena e ativação,
preliminarmente, das áreas para o estabelecimento:
 do Posto de Comando;
 da Área de Espera;
 da Área de Concentração de Vitimas;
 de Outras Instalações (base, acampamento e heliponto);
33

5.2.3.2 REPASSE DE INFORMAÇÕES AO COMANDO DA


OPERAÇÃO
Estabelecido o Posto de Comando inicial, as informações colhidas sobre a
emergência deverão ser repassadas para o Comandante da Operação com o objetivo de
auxiliá-lo no gerenciamento da ocorrência no terreno. Também deverão ser
disponibilizados os planos de emergência do cenário em risco, caso existam, bem como
demais informações solicitadas pelo próprio comandante para auxílio na resposta inicial da
operação.

5.2.3.3 INÍCIO DAS AÇÕES DE RESPOSTA


O início das ações de resposta se dará com a avaliação dos danos
ocasionados, e será feita pela primeira guarnição que chegar ao local da ocorrência.
Verificando que os meios que se dispõe não são suficientes para o atendimento, a equipe
de resposta deverá reportar a situação e solicitar apoio enquanto realiza o combate com
os meios existentes no local sinistrado.

5.2.4 ACIONAMENTO DAS EQUIPES DE COMANDO


Iniciada as ações de socorro, o acionamento das equipes ocorrerá baseado nas
necessidades apresentadas pelo Comando da Operação, e será feito com o conhecimento
do Diretor Integrado da área.

5.2.5 DETALHAMENTO DO PLANEJAMENTO DE RESPOSTA


Após fazer a avaliação inicial da emergência, o Comandante da Operação
detalhará o planejamento para combater o sinistro. Entre o que deverá ser detalhado, tem-
se: a mobilização das equipes, a estratégia a ser utilizada pelas equipes de resposta, a
possibilidade de continuidade da emergência, como será feita a desmobilização, entre
outros pontos que permitam um maior entendimento por parte das equipes atuantes no
incidente.
34

5.2.6 MOBILIZAÇÃO DE RECURSOS COMPLEMENTARES


Caso haja a necessidade de recursos adicionais para a resolução da
ocorrência, o Comandante da Operação no terreno solicitará ao CIODS, inicialmente. Caso
este não consiga obter os recursos solicitados, a SGE fará gestão as OMEs ou, em caso
de maior complexidade, o CIC2 fará junto aos órgãos externos de apoio.

5.2.7 BRIEFING COMPLEMENTAR


Depois de acionado e mobilizado os recursos (humanos e materiais) e feito o
detalhamento do planejamento, o Comandante da Operação no terreno realizará um novo
briefing, dando ciência aos respondedores da ocorrência sobre o norte que agora deverão
seguir.

5.2.8 DIVISÃO DE GRUPOS E DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS


Após o Briefing complementar, já presentes os recursos e detalhado o
planejamento, far-se-á a divisão dos grupos e distribuição dos materiais solicitados entre
os seus integrantes pelo bombeiro militar comandante da operação.

5.2.9 ATIVAÇÃO DO CIC2


A ativação do CIC2 se dará quando o número de ocorrências superar a
capacidade de resposta do CIODS ou quando em razão da possibilidade de agravamento
conjuntural conforme prevê os tópicos existentes no item 2.1 deste Plano. A ativação se
dará pelo Diretor Integrado da área afetada com o consentimento do Subcomandante
Geral.

5.2.10 ORIENTAÇÃO AOS GRUPOS E EMBARQUE


Quando do acionamento de recursos complementares para a emergência,
veículos de socorro e militares farão parte de grupos de apoio. Após montado os grupos,
orientações de como deverão proceder diante da ocorrência serão repassadas pelo CRD e
pela Diretoria Integrada da região afetada, antes mesmo da realização do embarque.
35

Chegando ao teatro de operações, os grupos se apresentarão ao bombeiro militar


Comandante da Operação para orientações complementares.

5.3 CENÁRIO EM DESENVOLVIMENTO

5.3.1 ESTABELECIMENTO DE PCA E PC


Dependendo da complexidade da ocorrência, a necessidade do
estabelecimento do Posto de Comando de Área é primordial para se gerir o sinistro, e
deverá ser ativada por ordem do Diretor Integrado da região onde o desastre aconteceu. A
instalação do PCA será feita no quartel onde a ocorrência se instalou, ou a critério do
Diretor Integrado da região, após avaliar a necessidade de apoio de outras guarnições,
bem como, de outros órgãos. Na instalação do Posto de Comando, também deverá ser
definido os locais para Área de Espera, Área de Concentração de Vitimas e outras
Instalações (acampamento, heliponto) em local distante da zona quente. Será também
designado o staff do comando, determinando quais militares serão responsáveis pela
Operação, Planejamento, Logística, Informação, Imprensa, Ligação e Administração e
Finanças, podendo haver a subdivisão para melhor gerir a emergência.

5.3.2 TRANSFERÊNCIA DE COMANDO


Quando as ocorrências ultrapassam às 12h de serviço ininterrupto, ou a critério
do Diretor Integrado ao qual o incidente está relacionado, a transferência de comando
deverá ser realizada. Durante a transferência, alguns pontos deverão ser observados:
 Desenvolvimento da emergência;
 Condições de segurança das ações;
 Objetivos e prioridades;
 Organização atual;
 Designação de recursos;
 Recursos solicitados e a caminho;
 Instalações estabelecidas;
 Plano de Operações;
36

 Sistema de comunicação;
 Atendimentos realizados e pendentes;
 Provável evolução;
 Repasse de transferência aos comandos da operação.

5.3.3 ACIONAMENTO DE APOIO EXTERNO


Havendo necessidade do emprego de recursos não disponível na Corporação, o
Diretor Integrado da área se reportará ao Subcomandante Geral sobre os recursos o qual
necessita, solicitando autorização para manter contato com o Órgão em busca dos
recursos.

5.3.4 CONTINUAÇÃO DAS AÇÕES DE RESPOSTA


Diante do cenário instalado, e constatando o mantimento dela por período
indeterminado, as ações de resposta deverão ter sua continuação. Para isso, os relatórios
preenchidos na transferência de comando deverão ser utilizados como forma de dispor ao
novo comandante da operação dados que auxiliarão na estratégia a ser lançada.

5.3.5 PERMUTA DE EFETIVO


Em grandes emergências, a impossibilidade de assunção do serviço muitas
vezes deverá ser realizada mediante permuta de serviço, o qual ficará sujeita à análise da
Diretoria Integrada da área onde se instalou a emergência, devendo, portanto, seguirem o
padrão estabelecido pelo Centro de Resposta a Desastres.

5.3.6 RELATÓRIOS REGULARES


Para melhor gestão das ocorrências, os comandantes terão a disposição o
Relatório de Gerenciamento elaborado pelo CRD, os quais deverão ser preenchidos,
servindo tanto de base de dados para o comandante sucessor na ocorrência, quanto para
estudo estatístico e de melhoria operacional por parte do CRD e da Diretoria Integrada da
região.
37

5.4 DESMOBILIZAÇÃO
Finalizada a emergência, a desmobilização será feita de forma organizada e
planejada, priorizando os recursos humanos empregados inicialmente.
5.4.1 DESMONTAGEM DO PCA E DO PC
A desmobilização do desastre poderá ser autorizada pelas seguintes
autoridades:
1. Comandante Geral;
2. Subcomandante Geral;
3. Diretor Integrado Metropolitano ou Diretor Integrado do Interior.

Observação: Excepcionalmente, na ausência do Diretor Integrado


Metropolitano e do Diretor Integrado do Interior, o presente plano poderá ser
desmobilizado pelo Comandante Operacional Metropolitano e pelo Comandante
Operacional do Interior, dentro de suas respectivas áreas de atuação.
A desmobilização ocorrerá sempre que forem constatadas condições e
pressupostos que descaracterizam os cenários de desastre previstos, seja pela evolução
das informações monitoradas ou pela dimensão do impacto, em especial:
 Quando o nível das águas baixarem e permitam que a população da região
afetada volte as suas residências, no caso de enchentes.
 Quando todas as vítimas forem localizadas e socorridas, no caso de
desabamento de grandes estruturas, deslizamentos de encostas, acidentes
massivos envolvendo transporte aéreo e ferroviário, desastres naturais e
tecnológicos.
 Quando o vazamento de produto perigoso for estancado, tendo ocorrido o
transbordo do produto perigoso pela empresa responsável, no caso de
graves vazamentos de produtos perigosos.
 Quando as chamas estiverem extintas e já esteja por finalizar a fase de
rescaldo, tendo as possíveis vítimas fatais sido localizadas e entregue a
autoridade competente, no caso de grandes incêndios.
38

5.4.2 EMBARQUE E RETORNO


O Comandante da Operação deverá manter contato com o Coordenador de
Defesa Civil do município, a fim de informar que, diante do retorno da normalidade na
localidade afetada e/ou terminada as operações de busca, combate a incêndio e outras
que geraram a situação de crise, as guarnições serão retraídas para o aquartelamento.
A Diretoria Integrada da região onde se instalou a situação de crise
desmobilizará o plano de chamada, o Posto de Comando, bem como o Plano de Ativação
de Gerenciamento de Desastres.

5.5. DE-BRIEFING
Já finalizando a ocorrência, o De-briefing acontecerá após a desmobilização do
teatro de operações, sendo um feedback da emergência. É através do De-briefing que o
Comandante da Operação passará as instruções finais para a conclusão da ocorrência.

5.6. AVALIAÇÃO
A avaliação do gerenciamento do desastre será feita baseando-se nos dados
colhidos pelos Postos de Comando, bem como nas ações realizadas durante a operação.
A análise se dará em reunião com todas as OBMs envolvidas dias após o fechamento da
emergência, analisando as tomadas de decisão, o planejamento realizado, os
procedimentos de comando, entre outros, objetivando trazer melhorias na gestão de
futuros desastres. A avaliação será de responsabilidade do CRD juntamente com a
Diretoria Integrada da região afetada pelo desastre.

6. ATUALIZAÇÃO E AVALIAÇÃO

Para a verificação da eficiência dos procedimentos de comando e controle e de


resposta estabelecidos no presente plano, realizar-se-ão anualmente, exercícios táticos de
mesa, simulados parciais e simulados completos, conforme cronograma emitido pelo CRD.
Sugere-se que cada um dos procedimentos protocolados no presente Plano
seja alvo de avaliação anual. Caso sejam identificadas quaisquer inconformidades, durante
39

os processos de avaliação, deverão ser emitidos relatórios aos setores responsáveis pela
gestão do Plano, devendo ser designada comissão conjunta com o objetivo de propor as
adequações necessárias para a correção das inconformidades identificadas, que passarão
pela homologação dos setores gestores do Plano.
A incorporação de novos procedimentos, também, deverá ser alvo de uma
avaliação anual, a qual obedecerá o mesmo rito descrito anteriormente.
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ANEXO

PROCEDIMENTOS DE GERENCIAMENTO

Cenário Não Instalado (Previsão da Emergência)

ITEM AÇÃO RESPONSÁVEIS


Monitoramento e simulação de cenários CRD e Órgãos do Estado relacionados a
1
adversos possível emergência
CRD e Órgãos do Estado relacionados a
2 Alerta de cenário adverso
possível emergência
CG, SCG, DIM/DIInt, COM/COInt, DGP, DF,
3 Reunião de Alto Comando
DLog, CRD, CCS e AjG
4 Briefing inicial da operação DIM/DIInt
5 Preparação de recursos DLog, DF, AjG, CMan e Grupamentos

Cenário Instalado
ITEM AÇÃO RESPONSÁVEIS
6 Despacho inicial CIODS, SGE ou CIC2
7 Ações de Primeira Resposta Comandante da Operação no Terreno
Estabelecimento de Posto de Comando
8 Comandante da Operação no Terreno
inicial: Avaliação inicial do cenário
Repasse de informações ao Comando
9 CIODS, SGE e/ou CIC2
da Operação
10 Início das ações de resposta 1ª Equipe de resposta
11 Acionamento das Equipes de Comando Diretor Integrado da área afetada
Detalhamento do planejamento de
12 Comandante da Operação no Terreno
resposta
Mobilização de recursos CIODS, SGE e/ou CIC2
13
complementares
14 Briefing complementar Comandante da Operação no Terreno
Divisão de grupos e distribuição de
15 Comandante da Operação no Terreno
recursos
16 Ativação do CIC2 Diretor Integrado da área afetada
17 Orientação aos grupos e embarque CRD e a Diretoria Integrada da área

Cenário em Desenvolvimento
ITEM AÇÃO RESPONSÁVEIS
Diretor Integrado da área afetada em conjunto
com o Comandante da Operação no terreno e
18 Estabelecimento de PCA e PC
o(s) Comandante(s) do(s) Quartel(is) da(s)
área(s) envolvida(s)
Comandantes da Operação no terreno, o que sai
19 Transferência de Comando
e o que entra
Diretor Integrado da área envolvida com apoio
20 Acionamento de apoio externo
do Subcomandante Geral
21 Continuação das ações de resposta Comandante da Operação no terreno que entra
22 Permuta de efetivo Diretoria Integrada da região afetada
41

Elaborado pelo Comandante da Operação no


23 Relatórios regulares
terreno e encaminhado ao CRD

Desmobilização
ITEM AÇÃO RESPONSÁVEIS
Comandante Geral, Subcomandante Geral ou
24 Desmontagem do PCA e PC
Diretor Integrado da área afetada
Diretor Integrado da área afetada em conjunto
25 Embarque e Retorno
com o Comandante da Operação no terreno
26 De-Briefing Comandante da Operação no terreno

Avaliação
ITEM AÇÃO RESPONSÁVEIS
Diretoria Integrada e OBM(s) da área afetada,
27 Avaliação
juntamente com o CRD

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