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TEREOS AÇÚCAR & ENERGIA BRASIL


UNIDADE INDUSTRIAL ANDRADE

CONJUNTO ACIONAMENTO: EXAUSTOR DA CALDEIRA 03


REDUTOR DE VELOCIDADES CESTARI H311

SAFRA 19/20
PITANGUEIRAS, 2019
Planejamento e Controle da
Manutenção
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SUMÁRIO

1. ANÁLISE DE VIBRAÇÕES MECÂNICA .............................................................................................. 17


1.1. CONCEITOS ................................................................................................................................ 17
1.2. NORMAS E REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 18
1.3. DETECÇÃO DE FALHA EM ROLAMENTO .................................................................................... 20
1.3.1. PEAKVUE................................................................................................................................ 21
2 METODOLOGIA.............................................................................................................................. 23
3. RESULTADOS ................................................................................................................................. 24
3.1. IDENTIFICAÇÃO DO EQUIPAMENTO ROTATIVO ........................................................................ 24
3.1.1. PLACA DE IDENTIFICAÇÃO ..................................................................................................... 24
3.1.2. PONTO DE MONITORAMENTO ............................................................................................. 25
3.2. IDENTIFICAÇÃO DAS FREQUÊNCIAS DE FALHA DO EQUIPAMENTO ......................................... 26
3.3. TENDÊNCIA DO NÍVEL GLOBAL DA VIBRAÇÃO MECÂNICA ....................................................... 26
3.4. ANÁLISE ESPECTRAL .................................................................................................................. 29
3.5. HISTÓRICO DE MONITORAMENTO EM FORMA DE ESPECTRO “AMPLITUDE X FREQUÊNCIA”. 30
3.6. HISTÓRICO DE MONITORAMENTO EM FORMA DE ONDA “AMPLITUDE X TEMPO” ................ 32
3.7. HISTÓRICO DE MONITORAMENTO DO ÓLEO LUBRIFICANTE.................................................... 33
3.8. INSPEÇÃO VISUAL DOS ROLAMENTOS ...................................................................................... 34
3.9. CORRELAÇÃO DA INSPEÇÃO VISUAL COM A LITERATURA DA FABRICANTE NSK...................... 37
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 38
APÊNDICE: COMPARATIVO REDUTOR EXAUSTOR DA CALDEIRA 03 E 04 ............................................. 41

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RESUMO

Este estudo tem como objetivo apresentar quatro indicadores preditivos,


sendo três pela técnica de análise de vibração e um pela técnica de análise de óleo
lubrificante, no qual conduziu a elaboração de um relatório de recomendação preditivo
pela técnica de análise de vibrações mecânicas para o equipamento rotativo “redutor
de velocidades” em que faz parte do conjunto de acionamento do exaustor da caldeira
à vapor número 3. Se apresentará a identificação do equipamento rotativo,
identificação das frequências de falha dos rolamentos, tendência do nível global da
vibração mecânica, análise espectral, histórico do monitoramento em forma de
espectro, histórico do monitoramento em forma de onda, histórico do monitoramento
do óleo lubrificante, avaliação visual dos rolamentos e correlação da falha de
rolamento com as ilustrações de falha de rolamento do fabricante NSK.

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1. ANÁLISE DE VIBRAÇÕES MECÂNICA

1.1. CONCEITOS

Conforme a Norma Brasileira de Vibrações Mecânicas e Choques (NBR


7497 – ABNT, 1981), a vibração é a variação no tempo do valor de uma grandeza a
qual descreve o movimento ou posição de um sistema mecânico, quando o valor é
alternadamente maior ou menor que certo valor médio ou de referência.
Quando um movimento oscilatório realiza um determinado número de
ciclos em um período de 1 segundo, este fenômeno é chamado de frequência e sua
unidade de medida é descrita em hertz (Hz).

Figura 1: Movimento oscilatório.

A amplitude do movimento pode conter como unidade de medida três


grandezas, como o deslocamento a velocidade e também a aceleração. Usualmente
se utiliza como unidade de medida em deslocamento o mícron, a velocidade em
milímetros por segundo e a aceleração em g (metros por segundo ao quadrado).
Todas as três grandezas identificarão os mesmos componentes de frequência, porém
com diferentes sensibilidades.

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Figura 2: Variação da aceleração e do deslocamento em função da


frequência, mantendo uma velocidade de vibração constante.

Portanto se constata que os dados adquiridos em deslocamento reforçam


as componentes em baixa frequência, os dados adquiridos em velocidade apresentam
sensibilidade constante e os dados adquiridos em aceleração reforçam as
componentes em alta frequência. Dependendo do tipo de falha que se deseja
monitorar é viável modificar a unidade de medida na aquisição dos dados.

1.2. NORMAS E REFERÊNCIAS

A amplitude da vibração pode ser quantificada de diversas maneiras, tais


como:

• Nível Pico-a-Pico;
• Nível de Pico;
• Nível Quadrático Médio ou Valor Eficaz (ou RMS – Root Mean Square);
• Nível Médio.

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Figura 3: Quantificação da amplitude de um sinal de vibração.

Figura 4: Aplicação prática dos parâmetros.

Pico RMS Pico-a-Pico Valor Médio

Relaciona-se
diretamente com a
energia do sinal, ou
seja, com a
capacidade destrutiva
da vibração.
Útil nas considerações
Útil na medida das Ela fornece também
sobre folgas e tensões
respostas dos informações sobre a
dinâmicas geradas
sistemas a choques história do sinal.
pela vibração
mecânicos.
O sinal tem alguma
Relaciona-se com as
Em muitos casos não informação da história
Em muitos casos não severidades e normas
se relaciona com a do sinal.
se relaciona com a de vibrações
história do sinal.
história do sinal. existentes no mercado.
Não se relaciona com
Usado para máquinas nenhuma grandeza
Usados para pequenos Muito utilizado para
de baixas rotações. física.
defeitos em diagnósticos de
rolamentos. defeitos em máquinas
Usado para
rotativas, como
rolamentos com
Medida mais sensível. desbalanceamento,
pequenos defeitos.
desalinhamento, etc.

Usado para
diagnósticos de
defeitos avançados ou
distribuídos em
rolamentos.

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A Norma ISO 10816 de 1998 leva em consideração o nível global que a


máquina apresenta para identificar a severidade em que a mesma se enquadra.
O nível global é a soma das energias de vibrações em uma determinada
faixa de frequência. É calculado a partir dos níveis de vibração “A” que o espectro
apresenta. A equação para a determinação do nível global é expressa como:

Equação 1: Equação para determinação do nível global.


𝑛

𝑁í𝑣𝑒𝑙 𝐺𝑙𝑜𝑏𝑎𝑙 = √∑ 𝐴𝑖 = √𝐴2𝑖 + 𝐴22 + 𝐴23 + ⋯ + 𝐴2𝑛


𝑖=1

1.3. DETECÇÃO DE FALHA EM ROLAMENTO

Defeitos em rolamentos podem ser prognosticados através da medição de


vibração e pelo monitoramento da presença das frequências de defeitos. Assim como
outros componentes em um equipamento, os rolamentos quando defeituosos
apresentam frequências características, em função da localização do defeito, tais
como, defeito na gaiola, elemento rolante, pista externa e pista interna.
Para a detecção de falhas em estágios iniciais, uma diversidade de técnicas
e instrumentos foram desenvolvidos, dependendo da faixa de frequências em que a
análise de vibrações será realizada. Algumas técnicas são mais adequadas a altas
faixas de frequência, médias ou baixas. As técnicas que analisam a zona de alta faixa
de frequência são baseadas na excitação. A elevação da faixa de frequência é
originada da excitação de frequências naturais características do rolamento ou
estrutura, devido à falha do rolamento. A falha no rolamento age similarmente a uma
batida em um sino, cada elemento rolante que passa pela falha é uma batida que gera
dois sinais, um de baixa e um de alta frequência. A alta frequência é gerada pela
ressonância do rolamento e/ou estrutura.
Quando um rolamento gira, com uma velocidade de rotação constante,
esses pulsos são gerados periodicamente e as frequências são as características de
defeito.

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Figura 5: Representação das ondas de impacto geradas pelos


elementos rolantes causando falha no rolamento.

As técnicas mais utilizadas para análise relacionada à excitação das


frequências naturais são a do envelope ou demodulação e a do valor de pico ou
PeakVue. Neste estudo apenas será apresentado a técnica de falha em rolamento
PeakVue.

1.3.1. PEAKVUE

A técnica do PeakVue, isola as zonas de ressonância pela passagem de


filtro passa alta ou passa banda, para a remoção de baixas frequências. Após, o sinal
passa por um conversor analógico-digital, então cada amostra é analisada e apenas
aos níveis de amplitude que excedam um valor especificado são atribuídos sinais
digitais. A forma de onda digital no domínio tempo só terá os maiores valores positivos,
um por amostra. Se não houver defeitos, não haverá impulsos elevados, e apenas o
ruído de baixa amplitude (a partir do sinal ou instrumento) irá existir, não sendo assim
transformado em sinal digital. Um pulso de um impacto, devido a um defeito de
rolamento tem uma duração de tempo muito curta e tende a ser periódico, por
conseguinte, só haverá valores de pico elevados nas amostras onde o pulso ocorre.
Por fim, algoritmo FFT (transformada de Fourier) processa a informação
digital e constrói o espectro, que apresenta apenas os picos fundamentais e
harmônicas com frequências iguais as dos pulsos. Com PeakVue, o sinal é extraído a
partir de dados de alta frequência, porém não é retificado ou envelopado por um filtro

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passa baixa. Então, o bloco de dados digitais consiste nos máximos valores absolutos
da forma de onda no domínio tempo, em cada incremento de tempo definido pela taxa
de amostragem. Por isso, a análise dos valores representativos da forma de onda no
tempo é a análise dos valores de pico.

Figura 6: Representação das ondas de


impacto geradas pelos elementos rolantes
causando falha no rolamento.

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2 METODOLOGIA

Este estudo consiste em apresentar quatro indicares preditivos no qual se


produziu um relatório de recomendação pelo método preditivo de análise de vibrações
mecânicas no equipamento rotativo “Redutor de Velocidades” do conjunto de
acionamento do Exaustor da Caldeira 03 da Unidade Industrial Andrade.

▪ Identificação do equipamento rotativo;


▪ Identificação das frequências de falha dos rolamentos;
▪ Tendência do nível global da vibração mecânica;
▪ Análise espectral;
▪ Histórico do monitoramento em forma de espectro;
▪ Histórico do monitoramento em forma de onda;
▪ Histórico do monitoramento do óleo lubrificante;
▪ Inspeção visual dos rolamentos;
▪ Correlação da falha de rolamento com as ilustrações de falha de rolamento do
fabricante.

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3. RESULTADOS

3.1. IDENTIFICAÇÃO DO EQUIPAMENTO ROTATIVO

3.1.1. PLACA DE IDENTIFICAÇÃO

Figura 7: Placa de identificação.

Equipamento: Redutor de Velocidades


Marca: Cestari
Modelo: H31105P190R00
Relação de Redução de Velocidades: 1,8
Tipo de Óleo Lubrificante: ISO-VG 220
Número de Dentes Z1 (pinhão): 32
Número de Dentes Z2 (coroa): 64
Rolamento Eixo de Entrada: NSK HR 32324 J (15 elementos rolantes)
Rolamento Eixo de Saída: FAG 32228-A (20 elementos rolantes)

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3.1.2. PONTO DE MONITORAMENTO

O ponto monitorado no qual será levado em consideração para a


apresentação dos dados está denominado como R4P. Este ponto de monitoramento
está na direção radial horizontal no eixo de saída do redutor no lado entre o
acoplamento redutor e o mancal, conforme a Figura 8.

Figura 8: Ponto de monitoramento.

A parametrização para a aquisição dos dados do sinal é de um espectro


em PeakVue com um range de 0 à 500Hz, aplicação de um Filtro Passa Alta de
1000Hz, unidade em aceleração “g” (m²/s) e amplitude do sinal em Pico.

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3.2. IDENTIFICAÇÃO DAS FREQUÊNCIAS DE FALHA DO EQUIPAMENTO

Para este estudo não será calculado as frequências de falha, apenas será
identificado os valores das frequências de falha conforme cada componente.

• Frequência de operação no eixo de entrada do redutor (1X): 17,95Hz;


• Frequência de operação no eixo de saída do redutor (1x): 9,97Hz;
• Frequência de Falha no Engrenamento (1>2:GrMesh): 638,18Hz;
• Frequência de Repetição de Dentes (1>2: Tth Repet): 0,29Hz;
• Frequência de Falha na Gaiola no rolamento NSK HR 32324 J (FTF): 7,32Hz;
• Frequência de Falha no Elemento Rolante no rolamento NSK HR 32324 J (BSF): 47,22Hz;
• Frequência de Falha na Pista Externa do rolamento NSK HR 32324 J (BPFO): 108,95Hz;
• Frequência de Falha na Pista Interna no rolamento NSK HR 32324 J (BPFI): 159,39Hz;
• Frequência de Falha na Gaiola no rolamento FAG 32228-A (FTF): 4,30Hz;
• Frequência de Falha no Elemento Rolante no rolamento FAG 32228-A (BSF): 34,29Hz;
• Frequência de Falha na Pista Externa do rolamento FAG 32228-A (BPFO): 85,93Hz;
• Frequência de Falha na Pista Interna no rolamento FAG 32228-A (BPFI): 113,5Hz.

3.3. TENDÊNCIA DO NÍVEL GLOBAL DA VIBRAÇÃO MECÂNICA

A linha de tendência apresenta quatro datas importantes que estão em


destaque na Figura 9.

08/10/2018 – última coleta de dados no ano de 2018;


22/04/2019 – primeira coleta de dados no ano de 2019;
01/07/2019 – data da elaboração do relatório de recomendação;
23/09/2019 – última coleta de dados antes da mantenção.

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Figura 9: Linha de tendência.

Os níveis de vibração em relação ao nível global apresentaram os


seguintes valores de 0,181 g’s, 0,240 g’s, 2,235 g’s e 6,564 g’s respectivamente.
Entre as datas de 08/10/2018 e 22/04/2019 não houve um aumento
significativo do nível global de vibração.
Ente as datas de 22/04/2019 e 01/07/2019 houve um aumento significativo
do nível global com o fator multiplicador de 9,3125 vezes, ou seja, a energia do
sistema aumentou 9,1325 vezes.
Entre as datas de 22/04/2019 e 23/09/2019 houve um aumento ainda
maior, com um fator multiplicador, do aumento de energia do sistema de 27,35 vezes.
Conforme Figura 10, o nível de alarme para pista externa (BPFO) em
rolamentos monitorados com a tecnologia em PeakVue recomendado pela CSI,
fabricante do equipamento e tecnologia, é de aproximadamente 4,5 g’s.

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Figura 10: Nível de alarme recomendado pela CSI para pista externa do rolamento monitorado
em peakvue.

Outer Race = BPFO

≈ 4,5 g’s

600 RPM

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3.4. ANÁLISE ESPECTRAL

Figura 11: Espectro em peakvue monitorado no ponto 4P.

BPFO BPFO BPFO BPFO

9,961 9,961
Hz Hz

A partir da interpretação do espectro, pode se concluir com clareza o


diagnóstico abaixo:

• Presença da frequência característica 85,93Hz, no qual indica a falha de BPFO


(pista externa) do rolamento FAG 32228-A (20 elementos rolantes);
• Presença dos harmônicos da frequência característica 85,65Hz (171,33Hz,
256,98Hz, 342,66Hz e 428,35Hz) do rolamento FAG 32228-A (20 elementos rolantes),
no qual indica maior severidade na BPFO (pista externa) do rolamento;
• Presença da frequência característica de 9,961Hz, banda lateral de
modulações FM em torno da frequência e dos harmônicos da BPFO (pista externa)
do rolamento FAG 32228-A (20 elementos rolantes), no qual indica maior severidade
na BPFO (pista externa) do rolamento.

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3.5. HISTÓRICO DE MONITORAMENTO EM FORMA DE ESPECTRO


“AMPLITUDE X FREQUÊNCIA”

A partir da interpretação do espectro da Figura 11, pode se observar com


clareza na Figura 12, a evolução das frequências de falha nas datas que estão em
destaque na Figura 9.

Figura 12: Espectros em peakvue monitorado no ponto 4P.

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Na Figura 13 pode se observar a evolução em forma de cascata, as


frequências de falha com um intervalo de monitoramento de 15 dias, conforme a
classe de criticidade do equipamento, desde o início da safra até o presente momento
desde a data de 22/04/19.

Figura 13: Espectros em peakvue em forma de cascata monitorado no ponto 4P.

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3.6. HISTÓRICO DE MONITORAMENTO EM FORMA DE ONDA “AMPLITUDE X


TEMPO”

A partir da interpretação do espectro da Figura 14, pode se observar a


evolução da amplitude da forma de onda do sinal e a evolução da nitidez dos impactos
na BPFO (pista externa) do rolamento FAG 32228-A (20 elementos rolantes).

Figura 14: Forma de onda do sinal monitorado no ponto 4P.

Impactos na BPFO 1 volta do eixo de


saída

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3.7. HISTÓRICO DE MONITORAMENTO DO ÓLEO LUBRIFICANTE

Conforme Figura 15 é possível verificar o relatório, gerado pelo laboratório


ALS Tribology, que a condição do óleo lubrificante se encontra em condições normais
de uso. Em relação à anormalidade encontrada na coleta da data de 18/04/19, a
amostra do óleo lubrificante se encontrava com partículas suspensas não magnéticas,
no qual, é possível concluir que na amostra havia impurezas, tais como vestígios de
bagaço e cinzas provenientes do processo de geração de vapor.

Figura 15: Histórico da condição do óleo lubrificante.

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3.8. INSPEÇÃO VISUAL DOS ROLAMENTOS

Conforme Quadro 01 é possível observar:

• Na referência 1 não há a presença de impressões no rolamento;


• Na referência 2 há uma pequena impressão na BPFO (pista externa) do
rolamento NSK HR 32324 J;
• Na referência 3 não há a presença de impressões no rolamento;
• Na referência 4 há uma impressão na BPFO (pista externa) do rolamento FAG
32228-A;

Quadro 1: Rolamentos do redutor de velocidades.

Referência Descrição Foto

FTF / BSF
Rolamento
NSK HR
32324 J

BPFI
Rolamento
NSK HR
32324 J

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Referência Descrição Foto

FTF / BSF
Rolamento
NSK HR
32324 J

BPFI
Rolamento
NSK HR
32324 J

FTF / BSF
Rolamento
FAG
32228-A

BPFI
Rolamento
FAG
32228-A

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Referência Descrição Foto

FTF / BSF
Rolamento
FAG
32228-A

BPFO
Rolamento
FAG
32228-A

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3.9. CORRELAÇÃO DA INSPEÇÃO VISUAL COM A LITERATURA DA


FABRICANTE NSK

Conforme Figura 15, é possível observar a similaridade no tipo de falha


entre a inspeção visual e a literatura de falha em rolamentos da fabricante NSK. A
presença de estrias na pista do rolamento indica a ocorrência de passagem de
corrente elétrica pelo rolamento.

Quadro 2: Comparativo inspeção visual x literatura NSK.

Referência 04 – Foto Ampliada Literatura NSK

Imagem
Comparativa

A corrosão elétrica ocorre quando há a passagem de corrente pelo rolamento. A


Ocorrência corrente elétrica em forma de arco passa do eixo pelos anéis e pelos elementos
rolantes derretendo os componentes.

- Diferença de potencial ente os anéis internos e externos;


Possíveis
- Utilização de máquinas de soldas, com o aterramento em equipamentos com
Causas rolamentos.

- Projetar circuitos elétricos para prevenir fluxo através dos rolamentos;


Ações
- Isolamento do rolamento;
Corretivas - Não aterrar máquinas de solda em equipamentos com rolamentos.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No tópico 3.3, é possível identificar uma significativa evolução do nível


global em relação à somatória de energia no sistema de 27,35 vezes, comparado entre
as datas de 22/04/19 e 23/09/19, no qual constitui o primeiro parâmetro para a
identificação da falha.
No tópico 3.4, é possível identificar as frequências de falha na BPFO (pista
externa) do rolamento FAG 32228-A com agravantes, tais como a presença de
harmônicos da frequência de falha da BPFO (pista externa) e bandas laterais de
modulações FM no valor de 1x. No tópico 3.5, é possível identificar a evolução das
frequências de falha em uma periodicidade de monitoramento de 15 dias, conforme a
classe de criticidade do equipamento rotativo, no qual constitui o segundo parâmetro
para a identificação da falha;
No tópico 3.6, é possível identificar a evolução da amplitude da força
“impactos na pista externa do rolamento FAG 32228-A em relação ao tempo ou giro
do eixo” no período de monitoramento, em que, evoluiu de impactos de amplitude em
aceleração de aproximadamente 1 g’s para 28 g’s entre as datas de 22/04/2019 à
23/09/2019 respectivamente, no qual constitui no terceiro parâmetro para a
identificação da falha;
No tópico 3.7, é possível identificar que o óleo lubrificante do redutor de
velocidades se encontrava em condições normais de uso, no qual este quarto
parâmetro preditivo não possui anomalia que indica falha nos rolamentos;
No tópico 3.8, é possível identificar pela inspeção visual que todos os
rolamentos, apesar da evolução da falha, se encontravam condições aceitáveis para
operação com um tempo significativo de vida útil;
No tópico 3.9, é possível identificar a similaridade da falha entre a inspeção
visual e a literatura da fabricante NSK, indicando que existe a passagem de corrente
elétrica pelo rolamento FAG 32228-A.
Portanto dos quatro parâmetros monitorados em relação à manutenção
preditiva para o redutor de velocidades, três apresentaram significativa evolução. A
elaboração do relatório de recomendação para a substituição dos rolamentos do
redutor de velocidades tem coerência e embasamento na técnica de análise de
vibrações mecânicas. Apesar da inspeção visual dos rolamentos mostrar que havia
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um tempo significativo da vida útil, os parâmetros relacionados pela técnica de análise


de vibração não poderiam passar de uma forma despercebida já que o equipamento
do conjunto está classificado como crítico. A partir da Figura 16 e 17 é possível
observar a ausência das frequências de falha do rolamento FAG 32228-A, e também
que o nível global reduziu de 6,465 g’s para 0,875 g’s, após a realização da
manutenção e coleta dos dados na data de 28/09/19.

Figura 16: Tendência do ponto monitorado 4P antes e após a substituição dos rolamentos.

Figura 17: Espectro em forma de cascata do ponto monitorado 4P antes e após a substituição dos
rolamentos.

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Um ponto de melhoria, para a eliminação ou mitigação do problema, são


as ações corretivas indicadas pela fabricante de rolamentos NSK conforme Quadro 2.

• Projetar circuitos elétricos para prevenir fluxo através dos rolamentos;


• Isolamento do rolamento;
• Não aterrar máquinas de solda em equipamentos com rolamentos.

Unidade Industrial Andrade, 04 de outubro de 2019.

Davi Caroni Bolzan Adevaldo José Carneiro


Analista Manutenção Pleno Analista Manutenção Pleno

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APÊNDICE: COMPARATIVO REDUTOR EXAUSTOR DA CALDEIRA 03 E 04

Na Figura 17, o espectro em forma de cascata do lado esquerdo é referente


ao ponto 4P do redutor de velocidades do exaustor da caldeira 03 e ao lado direito é
referente ao ponto 4P do redutor de velocidades do exaustor da caldeira 04. No
entanto é possível observar a evolução das frequências de falha de rolamento do
redutor de velocidades da caldeira 03 enquanto há uma estabilidade nas frequências
de falha do redutor de velocidades da caldeira 04.

Figura 18: Comparativo do ponto monitorado 4P entre redutores iguais dos exaustores das caldeiras
03 e 04.

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