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edição

GUIA DO INVESTIDOR
fundo de investimento imobiliário
Caro leitor,

O mercado de Fundos de Investimento Imobiliário (FII) tem protagonizado


uma das principais transformações no mercado de capitais brasileiro nos últimos
tempos. Uma das características marcantes deste processo é a pulverização
dos recursos captados pelos fundos. Dezenas de milhares de investidores
pessoa física se tornaram cotistas destes veículos, viabilizando aquisições e
financiamentos de empreendimentos imobiliários e, consequentemente,
diversificando e melhorando o perfil de risco de suas carteiras de investimento.
Este Guia foi concebido para o usufruto de todos os participantes do mercado
de FII, mas principalmente para este imprescindível player do mercado que é o
investidor pessoa física.
Há dois anos a Uqbar lançou a primeira edição do Guia do Investidor –
Fundo de Investimento Imobiliário. Naquele momento, uma conjunção de fatores
macroeconômicos, regulamentares e setoriais apontavam para um ponto de
inflexão na evolução do mercado de FII. O realizado até então era bastante
incipiente, mas o estimado para o futuro iminente era auspicioso. Apostando
nesta sequência de cenários, a Uqbar produziu naquela época o primeiro Guia
do mercado direcionado ao investidor de FII e, como comprovação desta visão,
recebeu um entusiasmado retorno do mercado não só pela tempestividade da
publicação como pela qualidade da mesma.
No final de 2009, ao se analisar mais depuradamente as condições de
mercado, era possível prever que o setor de FII iria crescer bastante, que uma
classificação de fundos por tipo de ativo, de imóvel e de finalidade era pertinente,
apesar de ainda distante de estar consolidada na prática, que fundos de renda
fixa iriam brotar, que o mercado primário e principalmente o secundário iriam
deslanchar e que novos tipos de carteira ou de estrutura de passivo passariam
a existir. Foi baseado neste racional que o primeiro Guia foi elaborado.
Passados dois anos, esta segunda edição do Guia do Investidor – Fundo
de Investimento Imobiliário vem corroborar a evolução de mercado prevista na
primeira edição. Agora, com um histórico recente mais rico em dados empíricos,
esta publicação tem um olhar que pode se dar ao luxo de contemplar o
retrovisor, até os dias de hoje. Assim, as classificações apresentadas são melhor
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preenchidas, os gráficos e rankings incluem escalas mais altas e a análise


desenvolvida tem menos aspectos históricos e mais dados de carteira e de
desempenho de cotas.

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O Guia está dividido em oito capítulos. Após a introdução e a descrição
dos termos e condições, o Capítulo 3 traz uma classificação dos Fundos e o
Capítulo 4 faz uma ampla análise de mercado, bastante focada na evolução
nos últimos dois anos e contendo uma tabela com informações relativas
aos imóveis nas carteiras dos fundos listados e um quadro explicativo dos
indicadores de rentabilidade. Em seguida, o Capítulo 5 apresenta algumas
considerações fundamentais sobre risco. Na sequência, vem um capítulo
abordando aspectos tributários e contábeis, especialmente escrito por João
Santos, Alvaro Taiar, Thais Romano e Ana Luiza da PricewaterhouseCoopers.
O Capítulo 7 é dedicado aos rankings de desempenho e de participantes no
mercado. Finalmente, no último capítulo é produzida uma tabela com todos
os FII listados na BM&FBOVESPA, contendo dados e informações financeiras
principais de cada fundo.
A Uqbar tem a convicção de que o momento pelo qual o mercado de FII
atravessa neste final de 2011 clama por uma nova publicação com o conteúdo
e o enfoque deste Guia. O mercado imobiliário brasileiro continua oferecendo
amplas oportunidades para empreendedores e investidores e o veículo
Fundo de Investimento Imobiliário vai assumindo um papel de destaque na
consolidação do elo com o mercado de capitais. Através da propagação da
educação especializada e da divulgação da informação qualitativa, a Uqbar
busca contribuir para que o investidor tenha as melhores ferramentas para
suas decisões. Formar, Informar e Transformar, este é o nosso lema.
Como sempre, criticas e sugestões serão entusiasticamente recebidas.
Tenham todos uma boa leitura.

Equipe Uqbar
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© 2011 Uqbar - A Uqbar Educação e Informação Financeira Avançada Ltda. empregou seus melhores esforços na obtenção e
verificação dos dados apresentados neste documento. Entretanto, a Uqbar Educação e Informação Financeira Avançada Ltda.
não se responsabiliza por quaisquer perdas ou prejuízos que possam advir de erros, omissões ou opinião expressa. Todos os direitos
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Patrocínio
Em 1996 a Coinvalores estruturou e lançou o primeiro Fundo Imobiliário dentro
da Resolução CVM 205/1994. Dois anos mais tarde estruturou o primeiro Fundo
Imobiliário lançado e negociado na Bolsa de Valores. Desde então emprega sua vasta
experiência em negociações no mercado secundário e na administração de sua
carteira de Fundos.
www.coinvalores.com.br

Tauil & Chequer Advogados oferece aos seus clientes soluções inovadoras, criativas
e excelência no atendimento jurídico personalizado. O escritório é associado ao Mayer
Brown LLP desde 2009 e através de sua prática full service, presta assessoria a clientes
nacionais e internacionais em diversas áreas do Direito Empresarial.
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Criada em 1999, a Brazilian Mortgages foi a primeira companhia hipotecária


independente no Brasil. Com seu pioneirismo, inovou o mercado financeiro brasileiro
ao criar o primeiro Fundo de Investimento Imobiliário (FII) voltado para o varejo: o
Shopping Pátio Higienópolis. É líder no segmento de estruturação e administração de
FII com 27% de market share e R$ 5,6 bilhões de ativos administrados. (Set/2011) 
www.brazilianmortgages.com.br

A PwC tem, entre seus pilares fundamentais, o estímulo à produção e disseminação de


conhecimento voltado às suas áreas de atuação: Auditoria, Consultoria de Negócios e
de Gestão, e Consultoria Tributária e Societária. A experiência dos nossos quase 5 mil
profissionais é focada no desenvolvimento de soluções que auxiliam na criação do
valor que os nossos clientes buscam.
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O PMKA combina qualidade técnica, vasta experiência em negócios imobiliários e


profundo conhecimento da dinâmica empresarial do setor, que contribuem para uma
melhor performance na identificação, avaliação, discussão e proposição de soluções
eficazes.
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Criada em 2003, a área de Investimentos Imobiliários da Credit Suisse Hedging-Griffo


estruturou o primeiro Fundo de Investimento em Participações do Brasil. Atualmente,
tem como foco a estruturação de FII genéricos e com gestão ativa, sendo pioneira na
estruturação deste tipo de produto. A instituição é uma das líderes no mercado de FII
administrando R$ 1,7 bilhões na BMF&Bovespa (Fonte: BMF&Bovespa Nov.2011).
www.cshg.com.br
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O BNY Mellon é um dos líderes em serviços financeiros para gestores independentes


e investidores institucionais, prestando serviços de administração e controladoria
fiduciária para diversos tipos de fundos e estruturas de investimento. Possuímos uma
equipe experiente, especializada em fundos estruturados, que está pronta para se
tornar parceira de seus negócios.
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Índice de Conteúdo

1 Introdução 6
Cronologia Histórica 12

2 Resumo dos termos e condições 14

3 Classificação dos fundos 18


Por classe de ativos 19
Por classe de imóveis 21
Por finalidade 24

4 Análise do Mercado 28
Mercado Primário 31
Mercado Secundário 33

5 Considerações sobre Risco 44

6 Aspectos tributários e contábeis dos FII 48


Aspectos Tributários 49
Aspectos Contábeis 50

7 Rankings 55
Rankings de cotas 57
Rankings de Prestadores de Serviço 62

8 Fundos Listados na BM&FBOVESPA 67


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Os dados de gráficos e tabelas desta publicação têm como data base 31 de outubro de 2011.
Para acompanhamento contínuo de dados e notícias sobre fundos de investimento
imobiliário, acesse www.uqbar.com.br ou utilize o Orbis.

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Introdução 1
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O setor de Fundos de Investimento Imobiliário (FII) já apresenta um 1

Introdução
histórico de quase vinte anos no mercado de capitais brasileiro. Porém, esta
evolução se deu de forma não linear. O veículo FII sofreu transformações
regulatórias ao longo deste período que refletiram objetivos variados, mas que
em última análise visavam, cada qual a seu tempo, fortalecer o elo que este
veículo representa entre o mercado imobiliário e o mercado de capitais.
Criados por lei (nº 8.668) em 1993, os FII passaram a existir a partir de
1994 com a publicação da Instrução de nº 205 da Comissão de Valores
Mobiliários (ICVM 205), que regulamentou a constituição, o funcionamento
e a administração destes fundos. Caracterizados como uma comunhão de
recursos captados através de sistema de distribuição de valores mobiliários
para aplicação em empreendimentos imobiliários, os FII vêm constituindo
um segmento à parte dentro do mercado de capitais, apresentando um
crescimento robusto e consistente nos últimos anos.
Nos primeiros anos, boa parte dos FII estruturados tinham uma razão
de ser que desvirtuava a intenção original do legislador e do regulador. Ao
invés de se fundamentarem em empreendimentos imobiliários, muitos destes
primeiros fundos funcionavam mais como ferramenta de planejamento
fiscal e tributário. Na tentativa de se corrigir essa finalidade não desejada, em
1999 a Lei nº 9.779 determinou que as aplicações financeiras destes fundos
passassem a ser tributadas na fonte. A partir dessa data, os FII passam a ser os
únicos fundos de investimento no país que têm seus investimentos tributados,
realidade que persiste até os dias de hoje.
Por outro lado, esta mesma lei estabelece critérios para a distribuição
de rendimentos e ganhos de capital para os cotistas de FII. Assim, a indústria
de FII começa a se transformar e a ganhar uma nova cara, mais consistente
com os objetivos de fomento ao mercado imobiliário inicialmente desejados.
Surgem, na virada do século, os primeiros FII que captam recursos de forma
pulverizada junto ao pequeno investidor. As duas operações pioneiras neste
sentido são as do FII Shopping Pátio Higienópolis, que inicia oferta pública de
R$ 40,0 milhões para aquisição de participação de 25,0% em empreendimento
homônimo na cidade de São Paulo, e do FII Financial Center (atual Rio Bravo
Renda Corporativa), que capta R$ 38,8 milhões para aquisição de seis andares
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em lajes corporativas para locação.


Buscando expandir significativamente a demanda por investimentos em
cotas de FII, aprovou-se em novembro de 2005 a Lei nº 11.196. Esta estabelece
a isenção fiscal de imposto de renda sobre os rendimentos de cotas de FII
distribuídos para investidores pessoas físicas, condicionado à existência de
um mínimo de cinquenta cotistas por fundo e à negociabilidade destas cotas

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em ambiente de bolsa ou balcão organizado. Consequentemente, crescem 1

Introdução
fortemente os incentivos para se estruturar fundos e distribuir suas cotas
junto a este tipo de investidor. Nos anos seguintes a taxa de crescimento
de montante de emissões de cotas de FII é alta e a participação relativa aos
fundos listados para negociação nestes ambientes aumenta para acima de
80,0% do total. Em 2007, o montante emitido por este grupo de fundos atingiu
R$ 822,5 milhões de reais, mais de quatro vezes qualquer ano precedente.

Observação: Em 2011, a emissão do FII Porto Maravilha, de R$ 3,50 bilhões em


cotas adquiridas pelo FGTS, aumentou substancialmente o valor consolidado. O
FII Porto Maravilha adquiriu Certificados de Potencial Adicional de Construção
(CEPACs) e pode adquirir imóveis na Região do Porto do Rio de Janeiro. Foi
estruturado para financiar operação consorciada naquela região.

O mercado de FII, ao acumular alguns anos seguidos de crescimento


e adquirir dimensões não mais irrelevantes enquanto setor à parte, passa
a ter um desempenho mensurável que é altamente correlacionado com o
setor imobiliário. Assim, a crise financeira de 2008/2009, que interrompeu um
período inédito de alto volume de captação através de emissão de ações por
parte das empresas do setor de construção, também diminuiu o momentum
de expansão que os fundos imobiliários começavam a usufruir. Apesar de dois
impulsionadores eventos, um de natureza jurídica e outro regulamentar, que
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ocorreram neste período, o mercado de FII só retoma trajetória ascendente


a partir do final de 2009, quando o setor entra em uma fase de crescimento
acelerado.

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1

Introdução
Em outubro de 2008 a CVM emite a Instrução nº 472 (ICVM 472), um
verdadeiro divisor de águas na evolução histórica do setor. A ICVM 472
substituiu a ICVM 205, de quatorze anos antes, e praticamente redefine os FII,
ao ampliar consideravelmente o escopo de investimentos possíveis vinculados
ao setor imobiliário por estes fundos. O destaque fica por conta da permissão
expressa de investimentos em valores mobiliários, entre eles o Certificado de
Recebíveis Imobiliários (CRI), como também as Letras de Crédito Imobiliário
(LCI) e as Letras Hipotecárias (LH).
Ao permitir a existência de FII dedicados exclusivamente a investimentos
em títulos de lastro imobiliário como o CRI, esta instrução transforma o FII
em um veículo que pode investir em uma carteira composta por ativos
de renda-fixa, em contraposição às carteiras de imóveis (“fundos de tijolo”)
de características de renda variável (equity). Os FII de CRI, neste sentido, se
assemelham bastante a outros fundos que possuem carteiras de crédito
privado, inclusive os fundos de recebíveis, ou Fundos de Investimento em
Direitos Creditórios.
Este tipo de fundo, no entanto, só passa a efetivamente existir a partir
da promulgação da Lei nº 12.024, em agosto de 2009, que isenta na fonte
os rendimentos auferidos em investimentos realizados por FII em CRI, LCI,
LH e cotas de FII. Desta forma, o benefício da isenção fiscal referente a
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investimentos, por parte de pessoas físicas, em CRI, LCI e LH é devidamente


transmitido para o caso quando estes investimentos se dão de forma indireta,
através da aquisição de cotas de FII que, por sua vez, investem nestes títulos.
Cria-se assim um eficiente mecanismo de acesso, por parte da pessoa física, a
investimentos em títulos estruturados, uma vez que gestores independentes e
especializados passam agora a oferecer investimentos em carteiras com risco
pulverizado em diferentes títulos.
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Tanto em relação aos tipos de ativos que compõem as carteiras dos FII, 1

Introdução
como também no que diz respeito à própria estrutura possível do seu passivo,
muito se evoluiu ao longo do tempo, particularmente depois de 2008 com
a emissão da ICVM 472. Nos últimos três anos o mercado destes fundos se
multiplicou, tendo consequentemente alargado o escopo das carteiras de
investimentos, do perfil de investidores e da atuação de terceiros envolvidos,
como por exemplo, a entrada de grandes bancos comerciais. Variável
fundamental neste processo, estas instituições com suas grandes redes de
varejo, passaram a alocar esforços de distribuição de cotas de FII junto ao vasto
universo de seus clientes pessoas físicas.
O mercado secundário, ainda relativamente menor se comparado ao
mercado de ações, saltou de patamar em termos de liquidez. Os níveis de
capitalização de mercado dos fundos passou a ser mais elevado, tendo
rompido a marca individual de R$ 1,0 bilhão no caso do maior fundo. A
rentabilidade média do setor vem superando outros mercados há mais de
dois anos. Sob a perspectiva de análise de risco, surgiu a primeira cesta de
casos reais diversos de desempenho afetado negativamente que oferecem
lições a serem aprendidas.
Abaixo, a figura 3 mostra a evolução da capitalização de mercado e do
número de fundos consolidados do conjunto de FII negociado no mercado
secundário.
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Porém, apesar da maior amplitude e do forte crescimento do mercado, 1

Introdução
é importante registrar que quando considerados os investimentos feitos por
estes fundos em imóveis, nota-se uma forte concentração em dois tipos:
escritórios e shopping centers. Importantes segmentos como o habitacional, o
de hospedagem e o de logística ainda representam na indústria participações
pequenas quando comparado às necessidades do país no presente e futuro
próximo, incluindo, por exemplo, o financiamento de infraestrutura para os
próximos eventos esportivos mundiais que serão realizados no país.
Ao longo deste Guia será apresentada uma completa cobertura dos
aspectos relevantes do mercado de FII para investidores potenciais e existentes.
Boa parte do conteúdo é focado na leitura dos desdobramentos mais recentes
no setor e reflete as transformações qualitativas e quantitativas que ocorreram
desde 2008. Uma avaliação mais centrada neste período tem o benefício
de usufruir, assim, de um rico material empírico e didático para se melhor
compreender as opções de investimento que o mercado de FII oferece nos
dias de hoje. Cr
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Cronologia Histórica 1

Introdução
1993
25 | Junho – Lei nº 8.668
Instituição dos fundos de investimento imobiliário (FII). Determina que
a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autorize, discipline e fiscalize a
constituição, o funcionamento e a administração destes fundos.

1994
14 | Janeiro – Instrução CVM nº 205
Dispõe sobre a constituição, o funcionamento e a administração de FII.

14 janeiro – Instrução CVM nº 206


Dispõe sobre normas contábeis aplicáveis às demonstrações financeiras
dos FII.

1997
20 | Novembro – Lei nº 9.514
Cria o Sistema de Financiamento Imobiliário, institui a alienação fiduciária
de coisa imóvel, as companhias securitizadoras de crédito imobiliário e
os certificados de recebíveis imobiliários (CRI).

1999
19 | Janeiro – Lei nº 9.779
Institui condições para critérios relativos à distribuição de rendimentos
e ganhos de capital de FII e estabelece que os rendimentos e ganhos
líquidos auferidos por estes fundos, em aplicações financeiras de renda
fixa ou de renda variável, sujeitam-se à incidência do imposto de renda
na fonte.

2001
06 | Abril – Resolução CMN nº 2.829
Estabelece cronograma de redução, através de limites máximos
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decrescentes, do total de recursos aplicados nas diversas carteiras


que compõem o segmento de imóveis das entidades fechadas de
previdência privada.

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2004 1

Introdução
21 | Dezembro – Lei nº 11.033
Isenta do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual
das pessoas físicas, a remuneração produzida por CRI, letras hipotecárias
(LH) e letras de crédito imobiliário (LCI).

2005
21 | Novembro - Lei nº 11.196
Isenta do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual
das pessoas físicas, os rendimentos distribuídos pelos FII: (i) cujas cotas
sejam admitidas à negociação exclusivamente em bolsas de valores ou
no mercado de balcão organizado; e (ii) que apresentem, no mínimo, 50
cotistas. Este benefício não será concedido a cotistas pessoa física que
representem 10,0% ou mais da totalidade das cotas emitidas pelo FII ou
cujas cotas lhe derem direito ao recebimento de rendimento superior a
10,0% do total de rendimentos auferidos pelo fundo.

2008
31 | Outubro – Instrução CVM nº 472
Cria nova regulamentação para FII. Destaque para permissão expressa
de investimentos em valores mobiliários e outros ativos ligados ao setor
imobiliário.

2009
27 | Agosto – Lei nº 12.024
Isenta do imposto de renda na fonte os rendimentos auferidos em
aplicações efetuadas pelos FII em CRI, LH, LCI e cotas de FII.

24 | Setembro – Resolução CMN nº 3.792
Aprova novas diretrizes para as Entidades Fechadas de Previdência
Complementar (EFPC), aumentando os limites permitidos de
investimento e criando novos segmentos com seus limites próprios.
Destaque para os FII que na nova classificação não fazem mais parte
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do segmento de imóveis, tendo sido deslocados para o segmento de


investimentos estruturados.

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Resumo
dos termos
e condições
2
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Fundo de investimento imobiliário 2

Resumo dos termos e condições


Descrição Comunhão de recursos captados por meio do sistema de distribuição de
valores mobiliários e destinados à aplicação em empreendimentos
imobiliários.

Forma e Registro Constituídos sob a forma de condomínio fechado, podem ter prazo de
duração indeterminado. A constituição e funcionamento dos FII dependem
de registro prévio na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é
concedido automaticamente mediante entrega de conjunto de documentos
e informações.

Tipos de Ativos Podem investir em empreendimentos imobiliários representados por quaisquer


direitos reais sobre bens imóveis e títulos de renda fixa e variável.

Limites (a) de Investimento: Fundos que invistam preponderantemente em valores


mobiliários devem respeitar certos limites de aplicação por emissor e por
modalidade de ativos financeiros. Não existem limites para investimentos
em cotas de Fundos de Investimento em Participações (FIP), cotas de FII e
Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).
(b) de Distribuição: Deverão distribuir a seus cotistas, no mínimo, 95,0% dos
lucros auferidos, apurados segundo o regime de caixa, com base em balanço ou
balancete semestral encerrado em 30 de junho e 31 de dezembro de cada ano.

Administração Compreende o conjunto de serviços relacionados ao funcionamento e à


manutenção do fundo. Administradores de FII devem prover ao fundo, direta
ou indiretamente, os seguintes serviços: (i) manutenção de departamento
técnico habilitado a prestar serviços de análise e acompanhamento de projetos
imobiliários; (ii) atividades de tesouraria, de controle e processamento dos
títulos e valores mobiliários; (iii) escrituração de cotas; (iv) custódia de ativos
financeiros; (v) auditoria independente; e (vi) gestão dos valores mobiliários
integrantes da carteira do fundo.
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Administrador Somente podem ser administradores de FII as seguintes instituições: bancos


comerciais, bancos múltiplos com carteira de investimento ou carteira de
crédito imobiliário, bancos de investimento, sociedades corretoras ou
sociedades distribuidoras de valores mobiliários, sociedades de crédito
imobiliário, caixas econômicas e companhias hipotecárias.

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Custódia Custódia dos ativos financeiros dos FII é necessária sempre que estes ativos 2

Resumo dos termos e condições


representem mais que 5,0% do patrimônio líquido do fundo.

Tipo de Investidor Não existe limitação quanto ao tipo de investidor. Porém, é permitida a
constituição de fundos destinados exclusivamente a investidores
qualificados, que podem contar com condições e características
específicas.

Cota de Fundos de Investimento Imobiliário

Descrição Fração ideal de patrimônio do Emissor.

Emissor Fundos de Investimento Imobiliário (FII), uma comunhão de recursos captados


por meio do sistema de distribuição de valores mobiliários e destinados à
aplicação em (a) direitos reais sobre bens imóveis, (b) títulos imobiliários de
renda fixa, (c) ações, debêntures, notas promissórias e outros valores
mobiliários de emissores cujas atividades preponderantes sejam permitidas
aos FII, (d) ações de companhias de capital fechado ou sociedades limitadas
cujo único propósito se enquadre entre as atividades permitidas aos FII, (e)
certificados de potencial adicional de construção, e (f) cotas de outros FII ou
de Fundos de Investimento em Participações (FIP) e Fundos de Investimento
em Direitos Creditórios (FIDC) que tenham como política de investimento,
exclusivamente, atividades permitidas aos FII. Os FII são constituídos sob a
forma de condomínio fechado e podem ter prazo de duração
indeterminado.

Forma e Registro Escritural e nominativa.

Classe Classe única no caso de fundos para investidores em geral. Fundos destinados
exclusivamente a investidores qualificados podem emitir cotas com direitos ou
características especiais quanto à ordem de preferência no pagamento dos
rendimentos periódicos, no reembolso de seu valor ou no pagamento do saldo
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de liquidação do fundo.

Série Emissão de cotas pode ser dividida em séries, com o fim específico de
estabelecer, para cada série, datas diversas de integralização, sem prejuízo da
igualdade dos demais direitos conferidos aos cotistas.

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Distribuição Oferta pública de cotas depende de prévio registro na CVM e deve ser 2

Resumo dos termos e condições


realizada por instituições intermediárias integrantes do sistema de
distribuição de valores mobiliários. Uma nova distribuição não pode ser
iniciada antes de totalmente subscrita ou cancelada a anterior.

Subscrição Subscrição parcial e cancelamento de saldo não colocado é permitido,


desde que um montante mínimo a ser subscrito seja estipulado
inicialmente e alcançado.

Integralização Integralização pode ser à vista ou em prazo determinado no compromisso de


investimento. Pode ser feita em dinheiro, imóveis, direitos relativos a imóveis e,
no caso de fundos destinados exclusivamente a investidores qualificados,
títulos e valores mobiliários.

Amortizações Cotas podem ser amortizadas: (i) em datas preestabelecidas no regulamento


do fundo; ou (ii) em virtude de decisão da assembleia geral de cotistas.

Resgate Não é permitido.

Retorno Capital investido Capital investido em cotas de FII é retornado através (i) da distribuição de
resultados; (ii) da amortização das cotas; (iii) da venda das cotas no mercado
secundário; ou (iv) da dissolução do fundo, com a venda dos seus ativos e a
distribuição proporcional do patrimônio aos seus cotistas.

Transferência As cotas podem ser transferidas mediante termo de cessão e transferência,


assinado pelo cedente e pelo cessionário, e registrado em cartório de títulos e
documentos, ou através de bolsa de valores ou entidade de mercado de balcão
organizado onde as cotas do fundo forem registradas para negociação.

Ambiente de Negociação BM&FBOVESPA (bolsa e balcão).

Liquidação Financeira BM&FBOVESPA e CETIP.


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Classificação
dos fundos
3
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O arcabouço regulamentar para fundos imobiliários define, de forma 3

Classificação dos fundos


bastante abrangente, os ativos passíveis de serem adquiridos por um FII.
Levando em consideração a variedade permitida, a prática do mercado
observada atualmente e a proliferação esperada para estes fundos, a Uqbar
classificou os fundos imobiliários listados para negociação na BM&FBOVESPA
de acordo com três critérios diferentes: por classe de ativos, por classe de
imóveis e por finalidade. O objetivo desta classificação é agrupar os fundos com
políticas de investimento semelhantes para facilitar a análise comparativa.
As figuras deste capítulo consideram somente os fundos imobiliários
com capitalização de mercado em 31 de outubro de 2011. A capitalização de
mercado é calculada pela multiplicação do preço médio ponderado mensal
das negociações de outubro (por montante negociado) pelo número de cotas.
O número de cotas é o do final de outubro enquanto que o preço médio
ponderado mensal é o do mês de outubro, ou o do mês mais recente em
que houve negociação, dentro de um período de seis meses, caso não tenha
havido negociação em outubro.

Por classe de ativos


Classifica os fundos de acordo com a classe de ativo predominante em
cada fundo.
n Imóvel – Fundos cuja política de investimento prioriza direitos
reais sobre bens imóveis. Estes incluem projetos em fase de
desenvolvimento, incorporação ou construção, ou imóveis acabados,
sendo ou não ocupados, e em funcionamento pleno ou parcial. Inclui
também investimentos em Sociedades de Propósito Específico que
são proprietárias ou detentoras de direitos reais ou direitos aquisitivos
sobre Imóveis.
n Renda Fixa – Fundos cuja política de investimento prioriza
instrumentos de renda fixa, que incluem: (i) títulos registrados na CVM,
tais como debêntures, certificados de desdobramentos, certificados
de depósito de valores mobiliários, cédulas de debêntures e notas
promissórias; (ii) certificados de recebíveis imobiliários; (iii) letras
hipotecárias; e (iv) letras de crédito imobiliário. Em todos os casos, as
formar n informar n transformar

atividades preponderantes dos emissores têm que ser necessariamente


aquelas permitidas aos FII.
n Renda Variável – Fundos cuja política de investimento prioriza
instrumentos de renda variável, que incluem: (i) títulos registrados
na CVM, tais como ações, bônus de subscrição, seus cupons,
direitos, recibos de subscrição e cotas de fundos de investimento; (ii)

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ações ou cotas de Sociedades de Propósito Específico; (iii) cotas de 3

Classificação dos fundos


Fundos de Investimento em Participações (FIP); (iv) cotas de fundos
de investimento em ações que sejam setoriais e que invistam
exclusivamente em construção civil ou no mercado imobiliário; (v)
cotas de outros FII; e (vi) cotas de Fundos de Investimento em Direitos
Creditórios (FIDC). Em todos os casos, as atividades preponderantes
dos emissores têm que ser necessariamente aquelas permitidas aos FII.
n Multiclasse – Fundos cuja política de investimento combina duas ou
mais das classes de ativos mencionadas acima.
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Em 31 de outubro de 2011, dos 55 FII cujas cotas eram negociadas na 3

Classificação dos fundos


BM&FBOVESPA, 49 pertenciam à classe Imóvel. Dos seis FII restantes, quatro
pertenciam à classe Renda Fixa e um pertencia a cada uma das classes
restantes. Vale observar que os dois maiores FII de Renda Fixa, cujo patrimônio
líquido conjunto em outubro de 2011 era de R$ 1,10 bilhão, não têm suas
cotas negociadas na BM&FBOVESPA e portanto não estão incluídos nesta
distribuição. Em outubro de 2011, os FII da classe Imóvel representavam 95,3%
e 89,1% respectivamente da capitalização de mercado e do número de fundos
negociados na BM&FBOVESPA.

Por classe de imóveis


Classifica os fundos da classe de ativos Imóvel por classe predominante
de empreendimento imobiliário adquirido ou passível de aquisição pelo FII.
n Logística – Prédios e galpões, ou projetos para a construção destes,
utilizados para apoiar a atividade industrial ou comercial como o
armazenamento e distribuição de bens. Um investimento nesta
categoria tipicamente inclui espaços e estruturas para estacionamento,
carregamento e descarregamento de caminhões.
n Hospitalar – Hospitais e o equipamento médico necessário para seu
funcionamento, ou projetos para a construção destes. Dependendo
do equipamento envolvido, este poderia ser o maior componente de
valor do investimento. Neste caso, a caracterização do investimento
como “imobiliário” poderia ser questionada pela CVM e pelo mercado.
A Uqbar entende que o componente imobiliário do investimento
deveria ser o predominante para ser elegível para uma carteira de
FII. Investimentos hospitalares tipicamente incluem espaços para
estacionamento nos imóveis.
n Hospedagem – Prédios e outras estruturas usadas para a acomodação
de pessoas físicas, locadas com base temporária ou prolongada,
frequentemente na forma de hotéis, resorts e serviços de flat, ou um
projeto para a construção destes. Investimentos em hospedagem
podem incluir uma infraestrutura variada, desde estacionamento,
restaurante e piscina até campo de golfe, quadras de tênis e praia.
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n Industrial – Prédios e outras estruturas usadas para a acomodação


de fábricas, parques industriais, unidades fabris e outras atividades
industriais, ou projetos para a construção destes. Investimentos
industriais podem incluir espaços e estruturas de apoio à atividade
industrial principal, tais como estacionamento e uma área gerencial.

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n Residencial – Prédios e outras estruturas residenciais, normalmente 3

Classificação dos fundos


casas ou apartamentos, ou projetos para a construção destes.
n Escritórios – Prédios e outras estruturas usadas para a acomodação
de pessoas enquanto exercem uma atividade profissional que não
seja a industrial, ou projetos de construção destes. Um exemplo é
um prédio de salas comerciais alugadas por pessoas jurídicas ou
profissionais liberais. Estes empreendimentos poderiam incluir espaços
de estacionamento e áreas de apoio ao funcionamento e manutenção
do imóvel.
n Educacional – Imóveis destinados a instituições de ensino e o
equipamento necessário para a realização da atividade de ensino,
ou projetos para a construção destes. Investimentos nesta categoria
podem incluir a exploração comercial de outros espaços associados a
estes imóveis como pequenas lojas, restaurantes e estacionamento.
n Varejo – Esta categoria está dividida em três sub-categorias, conforme
descrito abaixo.
Shopping Centers – Complexos imobiliários encobertos para um
conjunto de lojas de varejo, ancoradas por duas ou mais lojas de
departamento de grande escala e marca reconhecida, ou projetos para
a construção destes. O número de lojas normalmente excede 150 e a
variedade é grande, frequentemente incluindo restaurantes e cinemas.
Shopping Centers tipicamente incluem espaços para estacionamento
e áreas de apoio gerencial e de manutenção.
Galerias – Um conjunto de lojas encoberto, que normalmente conta
com menos de 150 lojas e sem a presença de âncoras, ou projetos
para a construção destes. A variedade normalmente não inclui
cinemas, mas poderia incluir restaurantes. Galerias podem ou não
ter espaços para estacionamento e normalmente tem áreas de apoio
gerencial e de manutenção.
Lojas Individuais – Prédios, espaços no andar térreo de edifícios e
outras estruturas para uma ou mais lojas comerciais individuais, ou
projetos para a construção destas.
Diversificado – Complexos imobiliários que hospedam duas ou mais
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das outras categorias aqui apresentadas, ou projetos para a construção


destes. Um exemplo seria um imóvel com um shopping center numa
área específica e salas comerciais numa outra área.
n Indeterminado – Investimentos imobiliários que não se enquadram
em nenhuma das outras categorias.

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3

Classificação dos fundos

Em 31 de outubro de 2011, três classes de empreendimentos imobiliários


dominavam o mercado de FII dentro da classe de ativos Imóvel: Escritórios,
Varejo (Shopping Centers) e Diversificado. Juntos, os fundos destas classes de
empreendimentos imobiliários representavam 90,6% e 73,5% respectivamente
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do total da capitalização de mercado e do número de fundos negociados da


classe de ativos Imóvel na BM&FBOVESPA.

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Por finalidade 3

Classificação dos fundos


Classifica os fundos de acordo com a principal finalidade de existência do
fundo.
n Renda Regular – Fundos cuja principal finalidade é a geração de
renda regular para seus cotistas. A regularidade é alcançada pela
composição da carteira que poderia ser, no caso de FII da classe
Imóvel, o pagamento sistemático de aluguel, ou, no caso de FII da
classe Renda Fixa, o pagamento de juros dos títulos investidos.
n Ganho de Capital – Fundos cuja principal finalidade é o aumento do
valor patrimonial e de mercado da cota através da valorização dos bens
e direitos investidos e/ou de sua negociação no mercado secundário.
n Investimentos Gerais – Fundos cuja finalidade é definida amplamente.
Estes fundos geram resultados para seus cotistas com investimentos
em ativos que produzem aluguel, juros, dividendos e também através
de ganhos de capital realizados pela compra e venda de ativos. Inclui-
se também nesta classe fundos que tem como principal objetivo a
gestão patrimonial de imóveis.
n Securitização – Fundos cuja principal finalidade é viabilizar uma
operação de securitização. O fundo participa destas operações
como cedente de uma carteira de ativos, geralmente um fluxo
de caixa proveniente do pagamento de aluguéis ou equivalentes
de um imóvel adquirido pelo fundo. Ver box Fundos Imobiliários e
Securitização na página 26 para maior detalhamento.
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3

Classificação dos fundos


Em 31 de outubro de 2011, três categorias da classificação dos fundos por
finalidade estavam presentes entre os fundos com capitalização de mercado
para aquela data: Renda Regular, Ganho de Capital e Investimentos Gerais. A
categoria Renda Regular era predominante, com uma participação de 87,2%
e de 87,3% respectivamente da capitalização de mercado e do número de
fundos negociados de todo o conjunto de FII listados na BM&FBOVESPA.
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Fundos Imobiliários e Securitização 3

Classificação dos fundos


Dois tipos de estruturas relacionadas a processos de securitização de ativos muitas vezes contam
com a participação de um fundo de investimento imobiliário (FII). O fundo participa destas
operações como cedente de uma carteira de ativos, geralmente um fluxo de caixa proveniente
do pagamento de aluguéis ou equivalentes de um imóvel adquirido pelo fundo. Abaixo uma
descrição resumida destas estruturas.

Build-to-suit
Neste tipo de estrutura, os créditos que lastreiam a emissão dos títulos são provenientes de um
contrato “build-to-suit” entre uma construtora ou incorporadora/FII e uma ou mais empresas
de um mesmo grupo econômico. Nestas operações, uma empresa que busca financiamento
para aquisição e construção de uma nova propriedade contrata um terceiro, geralmente um
FII, para: (i) comprar o terreno; (ii) definir um projeto que atenda às necessidades do inquilino;
(iii) desenvolver e construir o prédio; e (iv) alugar o prédio para a própria empresa, de acordo
com termos e condições previamente definidos. Estes contratos geram, portanto, recebíveis ao
FII, decorrentes dos pagamentos de aluguel pela empresa (que passa a ser inquilino do FII), os
quais são vendidos para uma Companhia Securitizadora de Créditos Imobiliários (Securitizadora
Imobiliária), que financia esta aquisição com a emissão de certificados de recebíveis imobiliários
(CRI). A figura abaixo exibe uma representação esquemática deste tipo de estrutura.

Build-to-suit

Incorporadora

Securitizadora Imobiliária

Vendedor
(FII)
Recebíveis de
Aluguel
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Contrato “Build to suit”

Empresa

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3

Classificação dos fundos


Reforços de crédito nestas estruturas podem incluir: (i) alienação fiduciária ou hipoteca do
terreno; e (ii) garantias cobrindo os riscos de desempenho da construtora ou incorporadora e o
penhor das cotas do FII. A documentação geralmente restringe mudanças no regulamento do
fundo. O inquilino também pode ter uma opção de compra da propriedade a um preço pré-
determinado no final do prazo do contrato de aluguel.

Sale and lease-back


Devido à similaridade das estruturas, este tipo de operação toma emprestado o nome de uma
estrutura conhecida no mercado como “sale and lease-back”. Nestas operações uma empresa
vende um imóvel a um veículo, geralmente um FII, o qual concede, por prazo determinado e
mediante pagamento a prazo de preço, o direito de uso da superfície do imóvel para a empresa
vendedora. O fundo financia a compra da propriedade com a cessão dos créditos de concessão
do direito real de superfície para uma Securitizadora Imobiliária que, por sua vez, financia a
compra com a emissão de CRI lastreados nestes ativos. A figura a seguir exibe a representação
esquemática desta estrutura.

Sale and lease-back

Securitizadora Imobiliária

Créditos da Concessão do Direito


de Uso de Superfície Créditos da
CRI
FII Concessão do
CRI Investidores
Direito de Uso
Cessão Definitiva de Superfície R$
R$

Contrato de Direito
de Uso de Superfície

Pagamentos pelo Direito de Uso de Superfície


Empresa
R$

Outros tipos de reforço de crédito que poderiam ser incorporados neste tipo de operações
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incluem: (i) alienação fiduciária ou hipoteca do terreno; e (ii) direito de regresso contra a empresa
vendedora do imóvel. Se construção ou incorporação forem necessárias, garantias para estes
riscos, bem como penhor das cotas do fundo, poderão fazer parte da operação.

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Análise
do Mercado
4
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Nos últimos dois anos o setor de Fundos de Investimento Imobiliário 4

Análise do Mercado
(FII) vem expandindo em número, conteúdo e forma. Cresceram de forma
substancial as emissões de cotas destes fundos no mercado primário e as
negociações destas no mercado secundário realizadas através de bolsa
de valores e balcão organizado. Ao mesmo tempo, novos tipos de ativos
e carteiras foram adquiridos e formados por fundos inovadores. E do lado
do passivo, chegou-se às primeiras operações com diferenciação de classe
de cotas.
Em setembro de 2009, depois de quinze anos do nascimento do marco
regulatório deste setor, existiam 75 FII em funcionamento no país. Porém,
apenas 23 destes fundos tinham suas cotas negociadas em ambientes de
bolsa e balcão da BM&FBOVESPA (fundos listados). Dois anos depois, em
setembro de 2011, eram 123 FII em operação, dos quais 55 tinham suas cotas
negociadas naquela casa. Analisado sob o prisma do ritmo da evolução
histórica do montante consolidado de emissão de cotas de FII, em um espaço
de seis anos, que compreende o período do ano de 2003 ao de 2008, um
montante total de R$ 2,53 bilhões foi emitido, sendo R$ 1,75 bilhão em cotas
de fundos listados, enquanto que em um prazo de apenas um ano e nove
meses, que vai do começo de 2010 até setembro de 2011, um montante total
de R$ 11,26 bilhões foi emitido, sendo R$ 4,39 bilhões em cotas de fundos
listados. A conclusão imediata é a de que 2009 representou um ponto de
inflexão na taxa de crescimento do mercado de FII.
No nível individual, destaque para o aparecimento, em dezembro de
2010, do primeiro fundo listado cujo valor de capitalização de mercado
superou a marca de R$ 1,0 bilhão. A tendência recente de surgimento de
um maior número de fundos de tamanho mais significativo e de base
pulverizada de cotistas contribui para geração de mais liquidez no mercado
secundário. Em outubro de 2011 existiam cinco fundos listados com valor
individual de capitalização de mercado superior a R$ 500,0 milhões e oito
fundos com valor acima de R$ 400,0 milhões.
Este crescimento nas cifras de alguns dos principais indicadores
relacionados ao tamanho do mercado consolidado e dos fundos tomados
individualmente mostra, em uma primeira análise, o grau de transformação
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do setor nos últimos anos do ponto de vista quantitativo.


A partir do advento da ICVM 472, novos tipos de FII que a partir de então
puderam também ter como objeto de investimento valores mobiliários, foram
estruturados. Dentre eles, se destacam os fundos que compuseram suas
carteiras preponderantemente com Certificados de Recebíveis Imobiliários
(CRI) e o primeiro fundo que investe em cotas de FII. Além disto, com a

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evolução geral do setor e o aumento de operações, fundos com mais de um 4

Análise do Mercado
imóvel, baseados na capacidade de gestão imobiliária de uma determinada
instituição, passaram a ser mais frequentes. Carteiras alternativas foram
montadas, como por exemplo, carteiras de participações em Sociedades de
Propósito Específico (SPE) responsáveis por empreendimentos imobiliários
residenciais.
O avanço de carteiras de FII formadas por títulos de lastro imobiliário ou
por ativos múltiplos e alternativos é um testemunho da transformação do
setor do ponto de vista de conteúdo.
Mais recentemente foram estruturados os primeiros FII que emitiram
cotas de classes diferentes: sênior e subordinada1. A ICVM 472 permite a
estruturação de passivo de FII com classes diferentes de cotas, sendo a
distribuição restrita a investidores qualificados. Esta possibilidade aproxima os
FII, enquanto veículos, dos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios,
único tipo de fundo, até então, do qual era possível a emissão de classes
diferentes de cotas.
A estruturação de FII com classes diferentes de cotas representa uma
evolução do setor do ponto de vista de forma.
A evolução do mercado de FII nos últimos anos é inquestionável. Porém,
a velocidade com que as transformações vem ocorrendo não permitiu que
o regime informacional aplicado para esses fundos evoluísse da mesma
forma. Relatórios como o Informe Mensal, submetido pelos administradores
de FII todos os meses, ainda seguem um modelo da época anterior à ICVM
472. Idem em relação às práticas contábeis ainda vigentes para estes fundos.
A boa notícia é que regulador e participantes de mercado estão cientes
da necessidade de aprimoramento neste campo. Como exemplo, pode-se
citar a iniciativa liderada pela Comissão de Valores Mobiliários, e que contou
com participantes de diversos segmentos do mercado, visando consolidar
as normas e procedimentos contábeis e padronizar as demonstrações
financeiras para estes fundos. O resultado deste trabalho resultou em uma
minuta de instrução, a qual já passou por audiência pública, e que deve ser a
base de uma nova norma para FII, esperada para muito em breve.
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A seguir uma análise mais detalhada dos mercados primário


e secundário de cotas de FII. Exceto quando expressamente
mencionado, as estatísticas apresentadas referem-se apenas a
fundos listados para negociações de suas cotas em bolsa de valores
e ambiente de balcão organizado.

1
Em 31/10/2011, os dois FII listados que tinham emitido cotas de classe sênior e subordinada eram o FII RB Capital Agre
e o FII RB Prime Realty I.
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Mercado Primário 4

Análise do Mercado
O montante consolidado de emissões de cotas de FII deu um salto em 2010,
passando de um nível de R$ 866,8 milhões no ano anterior para R$ 2,59 bilhões
naquele ano. Nos primeiros dez meses de 2011, o montante atingiu R$ 1,80 bilhão,
projetando um valor anual comparável ao de 2010. Impulsionado por uma
conjunção de fatores construtivos, dentre os quais se destacam o advento
da ICVM 472, o boom imobiliário no país, a expectativa de queda a longo
prazo das taxas de juros e as evoluções institucional e estrutural do setor, o
mercado de FII começou a decolar e a atrair cada vez mais participantes de
peso, principalmente aqueles com grande capacidade de distribuição junto
ao investidor pessoa física.
Após a vinda ao mercado dos primeiros fundos dedicados a títulos de
crédito, os FII que investem em imóveis deixaram de representar 100,0% do
setor. Porém, esta redução da preponderância absoluta do segmento de
imóveis por enquanto se deu de forma moderada. As emissões dos fundos
pertencentes às duas maiores categorias por tipo de imóvel, a de escritórios
e a de shopping centers, ainda tem representado, nos últimos dois anos, mais
de 65,0% do total de emissões de todos os FII. Se somadas às emissões de
todos os outros fundos que investem em imóveis, esta participação tem sido
maior que 85,0 %. Os fundos dedicados a investimentos em títulos de renda
fixa com lastro imobiliário, principalmente CRI, os chamados FII de Renda Fixa,
emitiram R$ 203,3 milhões nos primeiros dez meses de 2011, representando
11,3% do total do setor2.
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2
Os dados referentes aos dois maiores FII de Renda Fixa atuais não estão inclusos nos gráficos apresentados nesta
publicação pelo fato de não terem suas cotas negociadas na BM&FBOVESPA. Eles são o FII Votorantim Securities I e FII
Votorantim Securities II, com valor de patrimônio líquido em 31/10/2011 de R$ 604,7 milhões e R$ 493,7 milhões respec-
tivamente.

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Devido ao foco no mercado investidor pessoa física, os bancos comerciais 4

Análise do Mercado
de varejo se tornaram protagonistas, através de seus canais de distribuição,
do alcance à crescente demanda por cotas de FII emitidas no mercado
primário. O rendimento líquido competitivo para o investidor pessoa física,
proporcionado pela isenção fiscal em relação aos rendimentos das cotas dos
fundos, contribuiu de forma determinante para a atratividade destes títulos
junto à extensa base destes clientes dos bancos comerciais de varejo. Por sua
vez, as corretoras independentes também intensificaram seu foco de atuação
junto a este tipo de investidor visando a distribuição de cotas destes fundos.
O resultado desta participação crescente dos bancos e corretoras
no mercado primário de emissão de cotas de FII tem sido a colocação
destes títulos perante dezenas de milhares de investidores pessoas físicas,
caracterizando este tipo de investidor, por larga margem, como o mais
relevante. Até o final de outubro, a classe de investidor pessoa física adquiriu
79,7% de tudo o que foi emitido no ano.

A expectativa de forte crescimento do mercado de FII resultou em um


grande número de pedidos de registro de ofertas junto à CVM. Apesar do
seu registro concedido, algumas destas ofertas não se materializaram, ou
vieram a existir com montantes reduzidos, refletindo na maior parte das
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vezes uma dificuldade do lado da oferta por conta do esforço de originação.


Este fenômeno ocorreu de forma geral em relação ao tipo de ativo a ser
originado, mas com maior proeminência no caso de tentativas de se originar
carteiras compostas por CRI, os quais se tornaram muito demandados a
partir da ICVM 472.

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Mercado Secundário 4

Análise do Mercado
Uma mudança marcante que caracterizou a evolução do mercado de
FII, particularmente a partir do segundo trimestre de 2010, foi a alta taxa de
crescimento da liquidez consolidada no mercado secundário de cotas na
BM&FBOVESPA, seja qual for a medida utilizada para capturar este movimento.
O montante negociado total pulou de um patamar que raramente era
superior aos R$ 50,0 milhões trimestrais até o começo de 2010, para um nível
médio acima dos R$ 200,0 milhões nos últimos quatro trimestres, sendo
que no trimestre mais recente, finalizado em setembro de 2011, atingiu um
valor acima de R$ 250,0 milhões. A categoria de FII que investe em imóveis
destinados a escritórios tem sido historicamente a que representa a maior fatia
da liquidez do mercado por montante negociado, tendo alcançado um valor
de R$ 126,5 milhões no terceiro trimestre de 2011.
A mesma tendência, que aponta para um aumento substancial de liquidez
nos últimos dois anos quando se avalia os números de montante negociado,
pode ser detectada através do histórico de número de negócios trimestral. No
terceiro trimestre de 2011 houve quase dez vezes mais negócios com cotas de
FII no mercado secundário do que no último trimestre de 2009. A ascendência
no período foi ininterrupta e de alta inclinação. A categoria de FII que investe
em escritórios também tem sido historicamente a que representa a maior fatia
da liquidez do mercado por número de negócios, tendo alcançado 9.764 no
terceiro trimestre de 2011.
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O crescimento da liquidez das cotas de FII pode ser registrado via outras 4

Análise do Mercado
formas de acompanhamento. Por exemplo, através do número de fundos que
consistentemente atingem mensalmente os patamares de R$ 1,0 milhão em
montante de cotas negociado e de 100 em número de negócios. Para um
período de seis meses precedentes, o número de fundos que atingiu ambos
estes critérios saiu de zero em setembro de 2009 para nove em setembro de
2011. Ou alternativamente, através do número de fundos que consistentemente
atingem mensalmente o patamar de 90,0% em frequência de participação em
negociações nos pregões do respectivo mês. Para um período de seis meses
precedentes, o número de fundos que atingiu este critério aumentou de um
fundo em setembro de 2009 para onze em setembro de 2011.
Passando para uma análise de desempenho médio da liquidez de FII,
mesmo com o crescimento do número de fundos negociados no secundário
nos últimos dois anos, houve um ligeiro aumento do float mensal médio por
fundo no mesmo período. O float mensal é definido como a porcentagem do
valor de capitalização de mercado de um fundo, em um determinado mês,
em termos de montante total negociado de sua cota no mercado secundário
ao longo daquele mês.
Anteriormente, quando existiam muito poucos fundos listados, e depois,
entre o final de 2005 e o primeiro semestre de 2006, quando o setor começou
a crescer em função da isenção fiscal para o investidor pessoa física que tinha
sido recém-regulamentada naquela época, o float mensal médio por fundo
chegou a superar 1,0%, ou até 2,0%, em alguns meses. Porém, com o aumento
inicial do número de fundos, seguido por um período de atividade reduzida
no mercado secundário que antecedeu a ICVM 472 e o boom imobiliário, o
float mensal médio passou a apresentar tendência de retração se aproximando
de 0,5%. A partir do começo de 2010, quando as condições de mercado se
alteraram e o setor começou a adquirir relevância crescente como opção
real de alocação e diversificação de investimentos para o investidor pessoa
física, o float mensal médio voltou a subir em direção ao 1,0%. Isto, mesmo
com o lançamento ininterrupto, no período recente, de novos fundos. Ou
seja, a atividade consolidada do mercado secundário de FII tem crescido mais
rapidamente ainda do que o número de FII que fazem parte do mercado.
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A figura 13 traz a evolução da média mensal por trimestre do float


médio mensal do mercado secundário de FII, segregado por tipo de ativo, na
BM&FBOVESPA. Os FII de Renda Fixa, aqueles que investem predominantemente
em CRI, são os únicos que, em conjunto, tem apresentado float médio mensal
acima de 1,0% em quase todos dos últimos seis trimestres.

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4

Análise do Mercado
A capitalização de mercado consolidada do conjunto de FII cujas cotas
são negociadas na BM&FBOVESPA cresceu sistematicamente, em uma base
mensal, de setembro de 2008, quando era de R$ 2,14 bilhões, até setembro de
2011, quando atingiu R$ 11,00 bilhões, um crescimento equivalente a 412,7%
em um período de três anos. Somente no último ano deste período, entre
setembro de 2010, quando a capitalização de mercado era de R$ 5,08 bilhões,
e setembro de 2011, o crescimento foi de 116,3%.
A acentuada taxa de crescimento do valor consolidado de capitalização
de mercado do setor de FII nos últimos anos ocorreu não só em função do
número de fundos, mas também como consequência do tamanho médio por
fundo. Em setembro de 2008 existiam 16 FII, com valor médio de capitalização
de mercado por fundo de R$ 134,0 milhões. Em setembro de 2011 o número
de FII subiu para 55, com valor médio de capitalização de mercado por fundo
de R$ 199,8 milhões.
A classe de fundos que investem em escritórios domina o setor na
evolução histórica quando analisada em termos de capitalização de mercado.
Em setembro de 2011, os FII de escritórios tinham uma capitalização de
mercado consolidada de R$ 5,85 bilhões, equivalente a 53,3% de todos os
fundos. Este domínio foi reforçado em dezembro de 2010, com a oferta
pública secundária de cotas do FII Brazilian Capital Real Estate Fund I (FII
formar n informar n transformar

BC Real Estate Fund I), primeiro fundo a superar o valor de R$ 1,0 bilhão em
capitalização de mercado. Naquele mês, devido principalmente ao início das
negociações de cotas do FII BC Real Estate Fund I no mercado secundário na
BM&FBOVESPA, a classe de fundos que investem em escritórios, da qual este
fundo faz parte, saltou de um valor de capitalização de mercado de R$ 2,41
bilhões para R$ 4,09 bilhões.

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4

Análise do Mercado
O rendimento mensal médio por fundo, ponderado pela capitalização de
mercado, apresentou uma tendência de queda sutil ao longo dos últimos dois anos.
O rendimento mensal é definido como a razão entre o rendimento distribuído por
um fundo em um determinado mês e o valor de mercado do fundo naquele mês,
em termos percentuais. No final de 2009 e começo de 2010, o rendimento mensal
médio por fundo, para todo o setor, chegou a ficar acima de 0,90% em alguns meses
e apresentou uma média temporária perto de 0,80%. De março até outubro de 2010,
esta média caiu para a faixa entre 0,65% e 0,70%, e, a partir do final de 2010, caiu para
baixo de 0,65%, chegando a se aproximar de 0,60%.
Devido às taxas de vacância bastante reduzidas em imóveis alugados,
o crescimento nominal dos rendimentos da maioria dos fundos, que seria
capturado pelo desempenho de um rendimento mensal que fosse calculado
com base no valor fixo (denominador) de emissão das cotas, esteve acima do
IGP-M, principal índice de reajuste dos contratos de aluguel de grande parte dos
imóveis que compõem as carteiras dos fundos. (ver box “Algumas Estatísticas sobre
Imóveis de FII”). Por outro lado, devido à valorização destes imóveis, que reflete
uma dinâmica de mercado de demanda maior do que oferta e uma expectativa
de rendimentos crescentes oriundos em aluguéis, as cotas dos FII apresentaram
uma valorização média acentuada de preço negociado no mercado secundário.
Como a valorização dos preços de cotas aconteceu em ritmo mais acelerado
do que a taxa de aumento nominal dos rendimentos dos fundos, o rendimento
mensal médio, tal qual é calculado, com base no valor (crescente) de mercado
formar n informar n transformar

dos fundos, apresentou tendência de decrescimento nos últimos dois anos. Esta
queda reflete uma expectativa atual de mercado de retorno ligeiramente menor
se comparado com dois anos antes.
Os FII pertencentes à classe de ativos de Renda Fixa foram os fundos
que apresentaram melhor histórico de rendimento mensal médio nos
últimos dois anos, chegando a se aproximar de 2,0% no começo de 2011.

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A carteira destes fundos é majoritariamente composta por CRI e o lastro 4

Análise do Mercado
destes títulos é composto por recebíveis imobiliários cujo retorno é atrelado
ao desempenho do IGP-M, frequentemente com reajustes em base mensal.
Como este índice teve uma valorização acentuada a partir do final de 2010 e
durante todo o primeiro semestre de 2011, este desempenho se refletiu direta
e pontualmente em toda a cadeia de títulos beneficiária desta indexação:
recebíveis imobiliários, CRI e cotas de FII de Renda Fixa.
Mais recentemente, a partir de agosto de 2011, o IGP-M passou a ter
valorizações mensais menores. Consequentemente, os FII de Renda Fixa
passaram por reduções fortes no nível de rendimento mensal médio, se
aproximando do patamar de 0,4% por dois meses seguidos.
Como o rendimento mensal médio consolidado de todo o setor de FII
é calculado de forma ponderada por valor de capitalização de mercado,
e como os FII da classe de ativos de Renda Fixa representam menos do
que 3,0% do total consolidado de capitalização de mercado, as oscilações
fortes no rendimento mensal médio dos FII de Renda Fixa tiveram impacto
negligenciável no valor do rendimento mensal médio consolidado.
Finalmente, é importante destacar que, embora possam ser comparáveis,
como feito nesta publicação, os rendimentos de FII de Imóveis e de Renda
Fixa têm dinâmicas diferentes, com impactos resultantes no valor patrimonial
e de mercado das cotas destes fundos. Os rendimentos dos FII de Renda Fixa,
dependendo do fluxo de amortização dos CRI que compõem suas carteiras e
do nível do IGP-M, principal indexador destes títulos, podem ser majorados pelo
efeito da distribuição do componente referente à atualização monetária do valor
do principal do CRI, resultando assim em uma tendência de queda do valor real
do CRI, e consequentemente da carteira de títulos, ao longo do tempo.
Abaixo, segue a figura 15 com o histórico nos últimos dois anos do
rendimento mensal médio dos FII por tipo de ativo.
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A rentabilidade efetiva das cotas de FII, definida como a taxa interna 4

Análise do Mercado
de retorno que considera o fluxo de distribuições e de amortizações das
cotas e seus preços negociados no mercado secundário da BM&FBOVESPA
no começo e fim do período referente ao cálculo da rentabilidade (ver
Indicadores de Rentabilidade na página 39), apresentou um nível médio para o
setor nos últimos dois anos bastante superior aos de outros mercados como
o de ações ou o de títulos públicos. Um valor que capturasse o desempenho
real do setor por este critério, devidamente ponderado por capitalização de
mercado individual, não é possível de ser calculado de forma única, já que
a composição do setor foi se alterando (aumentando) substancialmente
ao longo do último ano. No capítulo de Rankings são apresentados os dez
melhores desempenhos, em termos da rentabilidade efetiva, nos últimos
doze meses.
Por outro lado, nos últimos doze meses ocorreram alguns casos de
desempenho afetado negativamente por conta da realização de riscos
inerentes ao setor de FII. Estes casos não chegam a representar 10,0% do
número total de fundos e, em alguns deles, a rentabilidade efetiva dos últimos
doze meses permaneceu positiva por conta da subsequente resolução do risco
e/ou rendimentos que mais do que compensaram a queda no valor do preço
da cota. Os principais riscos realizados (ver Capítulo 5 – Considerações sobre
Risco) foram de vacância parcial de imóvel por inquilino único, superestimação
de fluxo consolidado de receita de alugueis e outras fontes em shopping
centers, pedido de redução de aluguel por inquilino único, não pagamento
de aluguel por inquilino único, e término do prazo e consequente cessação de
receita garantida antes de imóvel novo estar em condições de ocupação.
Para concluir, no tocante à evolução de mercado mais recente, o
número total de FII cujas cotas são negociáveis na BM&FBOVESPA cresceu
ao longo de 2011 e, mesmo após a data final de referência desta publicação,
que é 31/10/2011, continua tendência de alta para o ano. Entre a data final
de referência e a data da publicação, dois novos FII passaram a ter cotas
negociadas no mercado secundário e quatro FII, cujas cotas serão negociáveis
no mercado secundário, estão em período de oferta pública. Baseado
somente nestas operações, a projeção de aumento no valor de capitalização
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de mercado consolidado ainda em 2011 é de R$ 457,9 milhões.

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Indicadores de Rentabilidade 4

Análise do Mercado
Três indicadores de rentabilidade são utilizados pelo mercado para acompanhar o desempenho
das cotas de FII: a Variação de Preço, o Dividend Yield e a Taxa Interna de Retorno.

Variação de Preço
Este indicador se refere simplesmente ao retorno, em um determinado intervalo de tempo,
gerado pela valorização (positivo) ou desvalorização (negativo) do preço da cota de um FII,
negociada no mercado secundário no começo e fim daquele intervalo de tempo. Para mitigar
efeitos distorcidos causados por baixos níveis de liquidez em uma base diária, a Uqbar trabalha
com intervalos de tempo de base mensal e para tanto utiliza os preços médios mensais das
cotas de FII, ponderados por montante negociado.
A fórmula da Variação de Preço (VP), em termos percentuais, no intervalo de tempo que vai do
mês A ao mês B é:

VP = [(PA/PB) – 1] x 100

onde:
PA = ΣmiApiA/ΣmiA
PB = ΣmiBpiB/ΣmiB
e
miA e miB são os montantes negociados em cada negócio i, nos preços piA e piB, durante
os meses A e B respectivamente.

Dividend Yield
A rentabilidade medida pelo dividend yield segue o conceito equivalente ao que é aplicado no
mercado de ações e, alternativamente, pode ser entendida como o retorno sobre o preço. É
definida como o quociente entre o somatório das distribuições de uma cota em um determinado
intervalo de tempo e o preço de mercado da mesma cota.
O dividend yield mais comumente utilizado no mercado de FII é o anual, mas o mensal também
é bastante acompanhado. O dividend yield anual mitiga eventuais efeitos sazonais. O dividend
yield anual mais utilizado é o que se refere às distribuições dos doze meses precedentes ao mês
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de referência, incluindo o próprio, e ao preço de mercado da cota no mês de referência. É o


dividend yield estimado. Outras opções menos utilizadas se referem ao preço de mercado da
cota no mês do início do intervalo de tempo de doze meses precedentes ao mês de referência
(dividend yield realizado) ou à estimativa do somatório das distribuições nos doze meses futuros
ao mês de referência (dividend yield futuro).

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4

Análise do Mercado
A Uqbar, em seu acompanhamento mensal da indústria, trabalha com o dividend yield anual
estimado, referente ao somatório de distribuições nos doze meses precedentes ao mês de
referência, incluindo o próprio, e ao preço médio de mercado da cota no mês de referência, este
último calculado de forma ponderada por montante negociado, conforme descrito na seção
anterior referente ao indicador Variação de Preço.
A fórmula do dividend yield (DY) utilizado pela Uqbar, em termos percentuais, referente ao mês
de referência A é:

DY = (Σdi / PA) x 100

onde:
di é cada distribuição que ocorreu nos doze meses precedentes ao mês de referência A,
incluindo o próprio, e PA é o preço médio no mês A, ponderado por montante negociado,
conforme descrito anteriormente.

A interpretação direta do significado do dividend yield é a da proporcionalidade entre o valor das


distribuições e o valor da cota de FII. Tudo o mais constante, estes dois valores devem manter o
coeficiente de proporcionalidade inalterado. Alternativamente, um dividend yield crescente indica
uma propensão do mercado de demandar uma antecipação de rendimentos e/ou um aumento
do retorno; e um dividend yield decrescente indica uma propensão do mercado de aceitar uma
postergação de rendimentos e/ou uma redução do retorno.
Ao se analisar a rentabilidade indicada pelo dividend yield, é importante que se tenha a
informação se está ocorrendo alguma amortização das cotas por parte do fundo. Se o FII entrar
em alguma fase de desinvestimento, por exemplo, realizando lucros com a venda de imóveis
que se valorizaram de acordo com metas preestabelecidas, e distribuir este lucro, adicionando-o
aos seus rendimentos, o dividend yield do fundo aumentará de forma insustentável no longo
prazo e deve ser analisado neste contexto. Ademais, se o dividend yield calculado se refere às
distribuições que ocorreram durante o período de amortização e ao preço de mercado da cota
no final deste período, como no caso do dividend yield estimado, haverá também um efeito
adicional de aumento artificial neste indicador por conta da diminuição do denominador, já que
o preço de mercado da cota tenderá a se reduzir em função da amortização.
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Taxa Interna de Retorno
4

Análise do Mercado
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é o indicador de rentabilidade mais completo, que leva em conta
tanto os fluxos inferidos no cálculo da Variação de Preço, como os fluxos utilizados no cálculo
do Dividend Yield. Por isto, este indicador também é referido como o indicador de rentabilidade
efetiva.
O indicador é equivalente à TIR do fluxo de caixa que considera as distribuições e as amortizações
de uma cota em um determinado intervalo de tempo e os preços médios, ponderados por
montante negociado, das negociações das cotas no mercado secundário nos meses do começo
e fim daquele intervalo de tempo. Ou seja, a TIR é a taxa de desconto que faz com que o somatório
do valor presente do fluxo de caixa futuro (equivalente ao fluxo das distribuições e amortizações
no intervalo de tempo e do preço da cota no final do intervalo de tempo) seja igual ao valor
do investimento inicial (equivalente ao preço da cota no início do intervalo de tempo), tal qual
representado pela fórmula abaixo:

f (t)
∑ ( 1+TIR )
n
ut = Investimento inicial
252
t =1

onde:
t = período (de 1 a n)
ut = dias úteis do início do período 1 ao fim do período t
f(t) = fluxo de caixa no período t
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Algumas Estatísticas sobre Imóveis de FII 4

Análise do Mercado
Os quadros na página seguinte apresentam algumas estatísticas sobre os imóveis que pertenciam
à carteira de investimentos dos FII na data base desta publicação.
Estes dados foram obtidos a partir de levantamento feito pela Uqbar baseado em documentação
pública de todos os FII cujas cotas são negociadas nos mercados de bolsa e balcão organizado
da BM&FBOVESPA. A Uqbar enviou a todos os administradores destes fundos o resultado deste
trabalho e solicitou confirmação da informação coletada, assim como, para alguns casos, o envio
de informação que também é considerada pública, mas que não havia sido encontrada ou
achava-se incompleta ou desatualizada.
A Uqbar gostaria de agradecer às instituições que retornaram as solicitações, confirmando e/
ou completando as informações levantadas, o que permitiu que a amostragem de fundos fosse
maior e a informação sobre os imóveis mais acurada.

Os nomes dos administradores e gestores de FII que contribuíram para este trabalho encontram-
se abaixo listados por ordem alfabética:
n Banco Banif
n Brazilian Mortgages
n Bradesco Asset Management
n Caixa Econômica Federal
n Coinvalores
n Credit Suisse Hedging-Griffo
n Kinea Investimentos
n Opportunity
n RB Capital
n Votorantim Wealth Management & Services

Para o quadro abaixo, foram utilizadas as seguintes definições:


Número de Fundos: quantidade de fundos negociados na BM&FBOVESPA que têm nas suas
carteiras imóveis com dados disponíveis.
Amostra: número de fundos com dados disponíveis sobre área ou valor de mercado de imóveis.
Área Útil Média: média de área útil total por tipo de imóvel por fundo.
Valor de Mercado Médio: média de valor de mercado total por tipo de imóvel por fundo.
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Para cada tipo de imóvel são considerados os fundos que possuem pelo menos um imóvel
pertencente àquela categoria.

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Tipo de Com 1 Entre 2 e Entre 6 e 10 Mais de 10
4

Análise do Mercado
Variável Total
Imóvel imóvel 5 imóveis imóveis imóveis
Número de Fundos 53 25 17 8 3
Área Útil Média (mil m²) 65,9 25,1 51,0 114,2 256,1
Todos Amostra 38 19 9 7 3
Valor de Mercado Médio (R$ milhões) 221,5 207,6 260,2 204,0 217,3
Amostra 41 20 11 8 2
Número de Fundos 25 10 11 2 2
Área Útil Média (mil m²) 34,5 27,9 14,5 48,2 113,4
Escritórios Amostra 20 10 6 2 2
Valor de Mercado Médio (R$ milhões) 233,8 234,2 116,1 534,1 335,1
Amostra 17 8 6 2 1
Número de Fundos 13 9 4 0 0
Área Útil Média (mil m²) 59,8 26,9 158,3 - -
Shopping
Amostra 8 6 2 0 0
Center
Valor de Mercado Médio (R$ milhões) 341,1 238,7 614,0 - -
Amostra 11 8 3 0 0
Número de Fundos 23 6 8 6 3
Área Útil Média (mil m²) 95,5 12,4 18,6 140,6 180,4
Outros Amostra 14 3 3 5 3
Valor de Mercado Médio (R$ milhões) 74,8 92,2 55,7 94,0 49,8
Amostra 19 4 7 6 2

Para os quadros a seguir, Amostra significa: número de fundos ou de imóveis com dados
disponíveis sobre a localização dos imóveis ou a situação dos imóveis ou o indexador dos
contratos ou o tipo de imóvel.
As distribuições são feitas pelo número de imóveis em cada categoria.

Amostra Localização dos Imóveis


Nº de Fundos Nº de Imóveis SP RJ MG BA DF Outros
53 219 117 (53,4%) 71 (32,4%) 8 (3,7%) 5 (2,3%) 5 (2,3%) 13 (5,9%)
               
Amostra  Situação dos Imóveis 
Nº de Fundos Nº de Imóveis Construído Em Construção Outros      
53 219 174 (79,5%) 38 (17,4%) 7 (3,2%)      
               
Amostra  Indexador do Contrato 
Nº de Fundos Nº de Imóveis IGP-M IPCA Outros      
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26 71 49 (69,0%) 17 (23,9%) 5 (7,0%)      


               
Amostra  Tipo de Imóvel
Nº de Fundos Nº de Imóveis Escritórios Residencial Shopping Center Outros    
53 218 101 (46,3%) 32 (14,7%) 21 (9,6%) 64 (29,4%)  

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Considerações
sobre Risco
5
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O objetivo desta seção não é fornecer ao leitor uma análise compreensiva 5

Considerações sobre Risco


dos riscos associados a investimentos em cotas de FII, uma vez que este assunto,
por si só, demandaria uma publicação dedicada exclusivamente ao tema. A
ideia é prover uma compreensão inicial de algumas das principais variáveis
que podem influenciar direta ou indiretamente o retorno dos investimentos
realizados nestes fundos. Por outro lado, as considerações levantadas estão
focadas nos riscos específicos, ou seja, aqueles que podem ser mitigados por
qualquer investidor a partir da diversificação de sua carteira de investimentos.
Logo, não são considerados aqueles fatores e acontecimentos de mercado
que afetam, de maneira indiscriminada, a todos os participantes de um ou de
todos os segmentos do mercado financeiro.
Os FII são constituídos sob a forma de condomínio fechado, ou seja, uma
vez que um investimento é feito em cotas destes fundos, o retorno sobre
o capital investido se dará por meio das seguintes maneiras: (i) alienação
das cotas em bolsa de valores ou mercado de balcão; (ii) distribuição de
resultados; (iii) amortização das cotas; e (iv) dissolução do fundo.
Tendo em vista que a grande maioria dos FII são constituídos com
prazo indeterminado, ou seja, não está programado o retorno do capital
investido pelos cotistas via dissolução do fundo no curto ou médio prazo,
as expectativas quanto ao preço de venda das cotas em um determinado
intervalo de tempo passa a ter papel preponderante em qualquer análise de
risco-retorno para esses fundos.
São inúmeras as variáveis que podem impactar positiva ou negativamente
o valor deste parâmetro. Excluindo-se os fatores exógenos ou particulares do
mercado de capitais brasileiro, como já mencionado acima, estas variáveis
estarão diretamente ligadas: (i) aos objetivos e à política de investimento
estabelecidos para o fundo (e.g.: classe de ativo, tipo de imóvel, finalidade de
investimento, diversificação); e (ii) ao desempenho dos principais prestadores
de serviços do fundo.
Para tentar exemplificar essa situação, tomemos os fundos A, B e C com
as características de acordo com as definidas na tabela abaixo.

Exemplo didático
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Características Fundo A Fundo B Fundo C


Finalidade Renda Regular Renda Regular Renda Regular
Diversificação Sim Não Sim
Classe de Ativo Imóvel Imóvel Renda Fixa
Tipo de Ativo Escritórios Escritórios CRI

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No exemplo em questão, todos os fundos tem como finalidade prover 5

Considerações sobre Risco


uma renda regular aos seus investidores, porém, nos casos dos fundos A
e B, esta renda virá a partir de investimento em imóveis, decorrente de
pagamentos de alugueis, enquanto que no caso do fundo C a renda será
proveniente de pagamentos de juros de títulos de crédito, especificamente
juros provenientes de uma carteira composta de Certificados de Recebíveis
Imobiliários (CRI), e eventuais montantes relativos à atualização monetária do
valor do principal destes títulos.
Por outro lado, embora os fundos A e B pertençam à mesma classe
e invistam no mesmo tipo de ativo, imóveis para escritórios, eles podem
apresentar exposição a riscos muito diferentes entre si. Enquanto o fundo A
conta com um portfólio com múltiplos imóveis destinados a escritórios, o
fundo B concentrou seus investimentos em um único imóvel. Considerações
típicas de análise de riscos relacionadas à diversificação de investimento são
válidas aqui. Porém, esta análise deve ser aprofundada uma vez que os fundos
têm como finalidade propiciar renda regular aos seus investidores. Logo, além
da diversificação, a qualidade de crédito do(s) locatário(s) passa(m) a ser parte
importante na análise. Por exemplo, o fundo A, apesar de diversificado em
termos de imóveis, pode estar concentrado em um pequeno número de
locatários com risco de crédito intermediário, enquanto que o fundo B pode
ter como inquilino uma instituição com altíssima qualidade de crédito.
Uma outra componente dessa análise, ainda vinculada ao imóvel e seus
locatários geradores de renda, está vinculada à facilidade com que o imóvel
pode ser recolocado no mercado em caso de término ou rompimento do
contrato de locação atual. Imóveis com destinação muito específica podem
ter uma maior dificuldade em conseguir novos inquilinos. Logo, embora o
fundo seja destinado à geração de renda, esta pode deixar de existir por
um determinado tempo, até que o imóvel passe a contar novamente com
locatários. Esta situação passa a ser significativa quando este imóvel é o único
investimento do fundo.
Por outro lado, como em qualquer análise de riscos de fundos de investimentos,
a avaliação inicial da expertise dos prestadores de serviço na operação é parte
fundamental do processo. No caso dos FII, devido à grande diversidade de
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ativos nos quais estes fundos podem investir, a análise deve ser feita baseada no
conhecimento específico relacionado ao tipo de ativo investido.
Assim, espera-se de um administrador ou gestor de FII de Renda Fixa,
que no exemplo acima é o fundo C, a expertise em investimentos em títulos
de renda fixa, no geral, e em títulos de securitização, em particular. Do mesmo
modo, os mesmos profissionais nos fundos A e B devem ter experiência

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em questões relacionadas à administração e à gestão de investimentos no 5

Considerações sobre Risco


mercado financeiro e imobiliário.
Do ponto de vista de monitoramento, um indicador importante do
grau de observância que ocorre em relação aos objetivos e à política
de investimento estabelecidos para um fundo e do desempenho sendo
atingido por parte de seus principais prestadores de serviços é o seu fluxo
de rendimentos. O fluxo histórico de rendimentos realizados e o fluxo futuro
de rendimentos esperados tendem a traduzir, em grande medida, a realidade
operacional do fundo.
Abaixo definimos cinco grandes categorias de riscos associados a
investimentos em cotas de FII. A classificação tem finalidade didática e visa
estabelecer uma estrutura básica para se pensar riscos. Outras categorias
podem ser facilmente incluídas, assim como determinados riscos podem ser
reclassificados em outras categorias. Em seguida é apresentado um pequeno
exemplo dessa classificação para FII para as duas classes de ativos mais
importantes atualmente no mercado brasileiro: Imóveis e Renda Fixa.

Definição de tipos de riscos


n Imóvel – Incerteza associada à exposição a imóveis.
n Mercado – Incerteza associada à exposição aos mercados imobiliário
e financeiro.
n Crédito – Incerteza associada à qualidade de crédito vinculada
aos ativos e aos prestadores de serviço.
n Estrutural – Incerteza associada à exposição à estrutura da operação,
incluindo as decisões tomadas quanto aos termos e condições do
fundo e seus prestadores de serviço.
n Jurídica – Incerteza associada à exposição a questões de natureza
regulamentar ou jurídica.

Exemplo didático
Tipo de Risco FII Imóvel FII Renda Fixa
engenharia e construção, manutenção e depreciação,
Imóvel desapropriação, sinistro, administração de terceiros, recolocação N/A
no mercado.
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Imóvel mudança da oferta e da demanda, vacância. N/A


Mercado
Financeiro Índice de reajuste de preço do aluguel. pré-pagamento, reinvestimento.
Crédito locatários, seguradora, garantidor (receita mínima). títulos de crédito estruturado.
concentração de ativos, concentração de investidores, concentração de devedores, diluição da
participação de cotistas, conflito de interesse, não atingir a rentabilidade almejada, qualidade e
Estrutural
quantidade de informação, capacidade de terceiros (administrador, gestor, etc.), descrição genérica
de objetivos, política, etc.
processos relacionados a transmissão da posse dos imóveis ao contrato de cessão de créditos
Jurídico
fundo. imobiliários, execução de garantias.

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Aspectos tributários
e contábeis dos FII
Por João Santos, Alvaro Taiar, Thais Romano e Ana Luiza
da PricewaterhouseCoopers
6
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Aspectos tributários 6

Aspectos tributários e contábeis dos FII


Os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) estão sujeitos a um regime
de tributação particular, regulado nas Instruções Normativas Nos. 25/2001
e 1.022/2010, nas Leis Nos. 11.033/2004 e 12.024/2009. Diferentemente de
outros fundos de investimento, rendimentos e ganhos líquidos auferidos por
FII em aplicações financeiras de renda fixa e variável, exceto os rendimentos
imobiliários, sujeitam-se à incidência do imposto de renda na fonte. Isso
porque, a partir de agosto de 2009, os rendimentos provenientes das
aplicações financeiras dos FII em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI),
Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras Hipotecárias (LH) e em cotas de FII
admitidas à negociação em bolsa, passaram a ser excluídos da tributação.
O imposto pago pelos ganhos e rendimentos auferidos pela carteira do FII
em aplicações financeiras em outros ativos, que não os de natureza imobiliária
citados anteriormente, poderá ser compensado, sob certas condições, com o
retido na fonte pelo próprio FII, por ocasião da distribuição de rendimentos e
ganhos de capital aos seus cotistas. Esta compensação deverá ser efetuada
proporcionalmente à participação do cotista pessoa jurídica ou pessoa física
não sujeita à isenção. A parcela do imposto não passível de compensação
deverá ser considerada como exclusiva de fonte.
No que se refere à tributação do cotista, a regra geral é que sejam
tributáveis os rendimentos distribuídos pelo FII a seus cotistas, à alíquota de
20% por cento.
A legislação estipula que as distribuições de rendimentos pelo FII
correspondam a, no mínimo, 95% do lucro auferido, apurado segundo o
regime de caixa, com base nos balanços de junho e de 31 de dezembro de
cada ano.
Estão isentos do imposto de renda os rendimentos distribuídos pelo
FII aos cotistas que sejam pessoas físicas nos casos em que o FII: (i) tenha
suas cotas admitidas à negociação exclusivamente em bolsa de valores ou
no mercado de balcão organizado, e, (ii) tenha, no mínimo, 50 cotistas. Tal
benefício não será concedido ao cotista pessoa física titular de cotas que
representem 10% ou mais da totalidade das cotas emitidas pelo FII ou cujas
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cotas lhe derem direito ao recebimento de rendimento superior a 10% do total


de rendimentos auferidos pelo fundo.

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Na tabela abaixo encontra-se um resumo do acima exposto, considerando- 6

Aspectos tributários e contábeis dos FII


se as alíquotas de tributação aplicáveis a cada caso.

Imposto Alíquota
Sobre Rendimentos e ganhos de capital
Aplicações de Renda Fixa
CRI, LCI, LH 0,0%
Outros 15,0% - 22,5%
Aplicações de Renda Variável
Cotas de FII 0,0%
Outros 0,005% - 15,0%
Imóveis 0,0%
Sobre rendimentos distribuídos pelo FII
Cotistas em geral 20%
Cotistas pessoas físicas (atendidas as condições citadas anteriormente) 0,0%

Aspectos contábeis

Os FII foram inicialmente regulados, operacionalmente, pela Instrução


CVM 205/94. Em virtude das mudanças e do crescimento no mercado
imobiliário que se consolidou nos últimos anos, a Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) revisou a antiga Instrução e emitiu a Instrução CVM 472, ao
final do ano de 2008.
Com a flexibilidade trazida por esse novo marco regulatório, diversos FII
foram criados e passaram a apresentar carteiras com perfis de investimentos
bastante distintos, detendo desde participações diretas em empreendimentos
imobiliários, participações em títulos de capital ou dívida emitidos por
sociedades de propósito específico de atividade imobiliária, bem como em
títulos com lastro em ativos ou direitos de natureza imobiliária tais como, LH,
LCI, CRI e Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI). Entretanto, as práticas contábeis
aplicáveis aos FII não evoluíram na mesma velocidade, permanecendo ainda
em vigor a Instrução CVM 206/94, editada ao mesmo tempo da Instrução
CVM 205.
Em decorrência de tamanha evolução regulatória dos FII, as práticas
formar n informar n transformar

contábeis definidas na ICVM 206/94 tornaram-se ultrapassadas, visto que


não contemplam a diversidade de instrumentos de investimento imobiliário
criados nos últimos anos, bem como por estarem desalinhadas às novas
normas contábeis editadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC),
implementadas no Brasil, dentro do processo de convergência às normas
internacionais de contabilidade (IFRS).

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Considerando este panorama, a CVM, como parte de seu esforço 6

Aspectos tributários e contábeis dos FII


no sentido de consolidar as normas e procedimentos contábeis, assim
como padronizar as demonstrações financeiras aplicáveis aos FII, reuniu
administradores e gestores destes fundos, auditores e outros participantes
do mercado para debater o tema, iniciativa que resultou na elaboração da
minuta da Instrução, colocada em audiência pública em 18 de julho de 2011,
entretanto ainda não emitida em sua versão final pela CVM . A referida minuta
de Instrução engloba as práticas contábeis descritas nos CPC e IFRS. A seguir
apresenta-se um sumário das principais alterações previstas nas práticas
contábeis e na apresentação das demonstrações financeiras dos FII, a partir
da vigência da nova norma:

a) Reconhecimento e mensuração dos investimentos detidos pelo fundo:


a) 1. Os investimentos em propriedades para renda1, que atualmente
são mensurados ao custo de aquisição2 reduzido pela depreciação
acumulada, passam a ser reconhecidos pelo custo de aquisição e
continuamente mensurados pelo seu valor justo3.
a) 2. Os investimentos em propriedades para venda, atualmente
mensurados ao custo de construção incorrido, passam a ser mensurados
pelo menor entre o valor de custo ou valor realizável desses ativos, líquido
das despesas estimadas necessárias para realização da venda.

A mudança na mensuração dos ativos acima e a extinção do registro da


depreciação possibilitará demonstrar de forma mais apropriada o valor desses
ativos e a posição patrimonial dos FII, eliminando uma das principais distorções
atualmente existentes, tendo em vista que demonstra uma contínua redução,
na maioria das vezes irreal, do valor dos ativos.
1
Imóveis para renda, que atualmente são registrados como “Ativo Permanente”, passam a ser classificados como
“Propriedades para Investimento”, dentro do subgrupo “Investimento” no “Ativo não Circulante”.
2
Custo de aquisição engloba: preço de aquisição adicionado de todos os gastos da transação diretamente atribuíveis
à operação de compra, tais como gastos com cartório, ITBI e honorários advocatícios. No caso de imóveis construídos e
destinados à venda, deve englobar, além dos gastos diretamente relacionados à construção (materiais, mão-de-obra e
serviços técnicos especializados) os gastos incorridos para colocar os imóveis em condições normais de venda.
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3
Valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser trocado entre partes independentes, conhecedoras do negócio e
dispostas a realizar a transação, sem que represente uma operação forçada, sendo a melhor evidência do valor justo
dada pelos preços correntes de negociação em um mercado líquido, de ativos semelhantes na mesma região e condição
e sujeitos a contratos similares. Na inexistência desta evidência, deve-se utilizar em ordem de preferência (i) preços
correntes praticados em um mercado líquido de ativos de diferente natureza, condição, localização, sujeitos a diferentes
contratos, ajustados para refletir estas diferenças; (ii) preços recentes de ativos semelhantes praticados em mercados
menos líquidos, ajustados para refletir quaisquer mudanças nas condições econômicas em relação à data da ocorrência
daqueles preços; (iii) projeções de fluxos de caixa descontados baseados em estimativas confiáveis de fluxos futuros de
caixa, consubstanciado nos termos do contrato de aluguel ou qualquer outro contrato existente e, quando possível, em
evidências externas de valores correntes de aluguéis de ativos na mesma localização.

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b) Os ativos financeiros, atualmente mensurados pelo custo de aquisição 6

Aspectos tributários e contábeis dos FII


acrescido dos rendimentos auferidos, ajustado a mercado se inferior ao
valor contábil, passam a ter as classificações previstas pelos CPC e IFRS
(i) ativos financeiros pelo valor justo por meio do resultado (aqueles
designados dessa forma no reconhecimento inicial e os classificados
como mantidos para negociação); (ii) investimentos mantidos até o
vencimento; e (iii) empréstimos e recebíveis. Em virtude da classificação
como ativos financeiros para negociação, os títulos e valores mobiliários
passam a ser mensurados ao valor justo e aqueles classificados como
investimentos mantidos até o vencimento, assim como os recebíveis,
permanecem mensurados pelo custo amortizado.

c) Para os ativos financeiros avaliados ao custo amortizado há necessidade


de avaliação do seu valor recuperável e sempre que houver evidência de
redução no valor recuperável dos ativos (mensuradas pela diferença entre
o valor contábil dos ativos e o valor presente dos novos fluxos de caixa
esperados calculados após a mudança de estimativa). No caso de ativos
financeiros de crédito relacionados a um mesmo devedor, a estimativa
de perda deve ser mensurada sobre todo o fluxo de caixa esperado
desse devedor, levando em consideração a natureza da transação e as
características das garantias, tais como suficiência e liquidez.

d) A rubrica “Resultados de Exercícios Futuros” atualmente utilizada para


registrar as cessões de recebíveis imobiliários será extinta. Tais operações
deverão ser registradas consoante as disposições dos CPC e IFRS, o que
requer a análise de diversos fatores, tais como: a transferência ou não dos
direitos contratuais de receber os fluxos de caixa dos recebíveis cedidos,
a retenção de riscos e benefícios da propriedade dos recebíveis e o
controle sobre os mesmos. Em havendo retenção de riscos e benefícios,
a referida cessão deve ser registrada contabilmente com uma obrigação
do FII para com o cessionário. E os recebíveis permanecem registrados no
ativo do FII e as receitas por estes geradas reconhecidas de acordo com
sua competência e baseado nos seus termos originalmente contratados.
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Por outro lado, o custo financeiro da operação de cessão é calculado com


base na taxa de juros embutida na cessão e computado como despesa
financeira, de acordo com sua competência.

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e) Os valores referentes à comercialização de pontos de negócios em 6

Aspectos tributários e contábeis dos FII


“shoppings” e similares (“res sperata”), que atualmente são apropriados
como receita ao longo dos períodos dos respectivos contratos iniciais
de locação, passam a ter seu reconhecimento consoante a essência
da operação. O momento da apropriação da receita deve considerar a
análise quanto à transferência de riscos e benefícios.

f) A rubrica de “Ativo Diferido” deixa de existir, devendo ser analisada a


natureza dos gastos anteriormente alocados a essa rubrica e o seu registro
diretamente aos ativos ou passivos relacionados ou como despesas.

g) Os custos incorridos em operações de captações de recursos, quer sejam


relacionados a financiamentos para aquisição de imóveis, quer sejam
incorridos em processos de cessões de fluxos futuros de recebíveis,
atualmente registrados como despesa, passam a ser considerados
como redutores do montante dos recursos obtidos para cálculo da taxa
efetiva de captação, sendo apropriados ao resultado ao longo do prazo
da operação. No caso dos custos atrelados ao processo de emissão
e distribuição das cotas do FII, estes devem ser registrados em conta
específica diretamente no patrimônio líquido do fundo.

Dentre as mudanças na apresentação das demonstrações financeiras,


destacamos a seguir as mais importantes:

a) O Balanço Patrimonial passa a ser designado como “Demonstração da


Posição Financeira”, e passa a apresentar os grupos de ativos e passivos
circulantes e não circulantes, com extinção do grupo ativo permanente. O
referido demonstrativo passa a apresentar também informações sobre o
percentual de representatividade (%) de cada linha dos ativos e passivos em
relação ao patrimônio líquido do FII.

b) A Demonstração do Resultado passa a demonstrar receitas e despesas


de acordo com sua natureza, o que propicia melhor informação sobre a
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origem dos resultados gerados pelo FII.

c) A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, atualmente


apenas apresentada de forma opcional em nota explicativa, passa a ser
peça integrante das demonstrações financeiras.

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d) A Demonstração dos Fluxos de Caixa, cuja apresentação atualmente é 6

Aspectos tributários e contábeis dos FII


permitida apenas pelo método direto, tem como opção a utilização do
método indireto.

e) Para os investimentos do FII, passa a ser obrigatória a divulgação de:


(i) composição analítica dos investimentos na data-base; (ii) métodos e
estimativas relevantes aplicados para determinar o valor justo, incluindo
declaração se a determinação do valor justo é suportada por evidências
de mercado ou é baseada em outros fatores e; (iii) se a avaliação a valor
justo for feita por um avaliador independente.

f) Passam a ser requeridas divulgações quanto aos seguintes aspectos:


(i) práticas de gerenciamento de riscos, notadamente em relação aos
riscos de mercado, de crédito e de liquidez; (ii) política, riscos de
utilização e os valores reconhecidos no resultado do exercício dos
instrumentos financeiros derivativos; (iii) séries de cotas do FII e os critérios
de distribuição de resultados; (iv) valor patrimonial da cota ao final do
período; (v) a rentabilidade percentual média do FII; (vi) a rentabilidade
percentual média dos rendimentos pagos no período; (vii) condições
existentes no regulamento e transações ocorridas quanto a emissões
e amortizações de cotas; (viii) demonstrativo da base de cálculo da
distribuição do resultado aos cotistas ocorrida no período; (ix) ambientes
de negociação das cotas do fundo e preço de fechamento da cota no
último dia de negociação de cada mês do exercício; (x) divulgação dos
prestadores de serviços de custódia e tesouraria; (xi) informação sobre os
gastos com taxa de administração e com consultor de investimento; (xii)
regra fiscal aplicável aos cotistas, bem como a alíquota do imposto de
renda e demais tributos incidentes; (xiii) demandas judiciais, sua natureza
e valores envolvidos.

Certamente a nova norma contábil, como se apresenta na minuta de


instrução, uma vez em vigor, proporcionará a apuração e divulgação de
informações mais consistentes e fidedignas quanto à natureza das operações,
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riscos e resultados originados, fazendo que as demonstrações financeiras dos


FII efetivamente se tornem uma ferramenta indispensável para os investidores,
reguladores e demais stakeholders dessa indústria.

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Rankings 7
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Este capítulo apresenta dois conjuntos de Rankings, todos tendo 31 7

Rankings
outubro de 2011 como data de referência.
O primeiro conjunto classifica as cotas de FII por montante emitido,
negociações, capitalização de mercado, float, presença em pregões e
rentabilidade. Os Rankings de montante emitido são apresentados para
os últimos doze meses e desde o início do mercado de FII. Os Rankings de
negociações são apresentados por número de negócios e por montante
negociado nos últimos doze meses. O Ranking de float classifica as cotas pela
razão entre seus montantes negociados e suas capitalizações de mercado.
O Ranking de presença em pregões ordena as cotas pela porcentagem do
número total de pregões em que elas foram negociadas. Os Rankings de
rentabilidade classificam as cotas pelas suas taxas internas de retorno, pelos
dividend yield estimados e pelos dividend yield realizados.
O segundo conjunto de Rankings classifica os prestadores de serviço da
indústria de FII. Os administradores e os auditores são classificados por número
de operações e pela capitalização de mercado agregada dos fundos para os
quais prestam serviço. Os estruturadores e os advogados são classificados por
número de operações e montante emitido de cotas.
Para todos os Rankings foram considerados somente os FII cujas
cotas são negociadas na BM&FBOVESPA.
Mais informações sobre os critérios utilizados, incluindo definições dos
prestadores de serviço, encontram-se junto a cada tabela de Ranking.

Lista de Rankings

Rankings de Cotas
Ranking Emissões – Montante Emitido 12 meses – Outubro 2011
Ranking Emissões – Montante Emitido – Consolidado
Ranking Negociações – Montante Negociado 12 meses – Outubro 2011
Ranking Negociações – Número de Negócios 12 meses – Outubro 2011
Ranking Capitalização de Mercado – Outubro 2011
Ranking Float – Montante Negociado 12 meses por Capitalização de Mercado – Outubro 2011
Ranking Pregões – Frequência de Pregões 12 meses – Outubro 2011
Ranking Rentabilidade – Dividend Yield Estimado 12 meses – Outubro 2011
Ranking Rentabilidade – Dividend Yield Realizado 12 meses – Outubro 2011
Ranking Rentabilidade – Rentabilidade Efetiva 12 meses – Outubro 2011
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Rankings de Prestadores de Serviços


Ranking Administradores – Capitalização de Mercado – Outubro 2011
Ranking Administradores – Número de FII Listados – Outubro 2011
Ranking Auditores – Capitalização de Mercado – Outubro 2011
Ranking Auditores – Número de FII Listados – Outubro 2011
Ranking Advogados – Montante Emitido 12 meses – Outubro 2011
Ranking Advogados – Número de FII 12 meses – Outubro 2011
Ranking Estruturadores – Montante Emitido 12 meses – Outubro 2011
Ranking Estruturadores – Número de FII 12 meses – Outubro 2011

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Rankings de cotas 7

Rankings
Emissões

Ranking Emissões – Montante Emitido 12 meses – Outubro 2011 Tabela 1


01/11/2010 – 31/10/2011
Emissor
Montante (R$) Participação (%)
Kinea Renda Imobiliária 463.017.992 16,2
BB Votorantim JHSF Cidade Jardim Continental Tower 311.650.000 10,9
BM CENESP 195.833.000 6,9
CSHG Brasil Shopping 178.648.431 6,3
BB Renda Corporativa 159.000.000 5,6
CSHG Logistica 155.653.000 5,5
Opportunity 146.353.155 5,1
RB Capital Renda II 137.002.148 4,8
BC Fundo de FII 114.773.800 4,0
RB Capital General Shopping Sulacap 107.800.000 3,8
Dez Maiores 1.969.731.526 69,0
Total 2.855.425.078 100,0
* Fonte: Uqbar

Ranking Emissões – Montante Emitido – Consolidado Tabela 2


01/01/1995 – 31/10/2011
Emissor
Montante (R$) Participação (%)
Brazilian Capital Real Estate Fund I 720.690.000 9,1
Opportunity 493.109.374 6,2
Kinea Renda Imobiliária 463.017.992 5,8
Torre Norte 379.394.116 4,8
CSHG Brasil Shopping 370.156.713 4,7
BB Votorantim JHSF Cidade Jardim Continental Tower 311.650.000 3,9
CSHG Real Estate 309.134.061 3,9
Premier Realty 210.811.300 2,7
BM CENESP 195.833.000 2,5
Presidente Vargas 195.000.000 2,5
Dez Maiores 3.648.796.556 45,9
Total 7.951.106.420 100,0
* Fonte: Uqbar

Critério: Ordenam as cotas de FII por montante emitido nos últimos 12 meses (novembro 2010 a outubro
2011), e de forma consolidada desde 1995.
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Negociações 7

Rankings
Ranking Negociações – Montante Negociado 12 meses – Outubro 2011 Tabela 3

01/11/2010 – 31/10/2011   01/11/2009 – 31/10/2010 Mudança na


Título participação
Montante Posição Participação Posição Participação (%)
(R$) (%) (%)
Brazilian Capital Real Estate Fund I 154.681.737 1 17,8   - -   17,8
BC Fundo de FII 71.645.553 2 8,3   24 0,9   7,3
Hotel Maxinvest 62.615.887 3 7,2   4 6,6   0,6
West Plaza 55.601.018 4 6,4   3 6,6   -0,2
Kinea Renda Imobiliária 52.745.867 5 6,1   - -   6,1
Presidente Vargas 37.743.466 6 4,3   8 5,7   -1,4
BB Progressivo 29.735.615 7 3,4   7 6,0   -2,6
TRX Realty Logística Renda I 29.374.044 8 3,4   2 6,6   -3,3
Hospital Nossa Senhora de Lourdes 27.306.294 9 3,1   5 6,2   -3,1
CSHG Real Estate 27.067.363 10 3,1   10 5,2   -2,0
Dez Maiores 548.516.844   63,2   132.918.117 63,8   -0,6
Total 868.413.747   100,0   208.477.181 100,0    
* Fonte: Uqbar

Ranking Negociações – Número de Negócios 12 meses – Outubro 2011 Tabela 4


01/11/2010 – 31/10/2011   01/11/2009 – 31/10/2010  
Mudança na
Título Número de Posição Participação Posição Participação
participação (%)
Negócios (%) (%)

BC Fundo de FII 10.660 1 16,0   28 0,4   15,7


West Plaza 6.094 2 9,2   3 6,0   3,2
Brazilian Capital Real Estate Fund I 5.372 3 8,1   - -   8,1
Rio Bravo Renda Corporativa 4.028 4 6,1   1 26,0   -19,9
Hotel Maxinvest 3.744 5 5,6   9 4,1   1,5
Kinea Renda Imobiliária 2.605 6 3,9   - -   3,9
Presidente Vargas 2.376 7 3,6   4 5,6   -2,0
TRX Realty Logística Renda I 2.356 8 3,5   17 1,8   1,7
BM CENESP 2.195 9 3,3   - -   3,3
Hospital Nossa Senhora de Lourdes 2.149 10 3,2   10 3,8   -0,6
Dez Maiores 41.579   62,6   14.259 72,6   -10,0
Total 66.466   100,0   19.649 100,0    
* Fonte: Uqbar
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Critério: Ordenam as cotas de FII negociadas na BM&FBOVESPA por montante negociado e por número
de negócios nos últimos 12 meses (novembro 2010 a outubro 2011).

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Capitalização de Mercado 7

Rankings
Ranking Capitalização de Mercado – Outubro 2011 Tabela 5

31/10/2011   31/10/2010 Mudança na


Fundo participação
Cap. Mercado Posição Participação   Posição Participação (%)
(R$) (%) (%)
Brazilian Capital Real Estate Fund I 1.246.155.326 1 11,5   - -   11,5
Opportunity 905.604.480 2 8,4   - -   8,4
Torre Norte 697.672.292 3 6,5   1 11,0   -4,5
Kinea Renda Imobiliária 538.600.922 4 5,0   - -   5,0
CSHG Real Estate 502.254.291 5 4,6   3 6,5   -1,9
BB Progressivo 493.031.503 6 4,6   4 6,2   -1,6
Grand Plaza Shopping 443.064.222 7 4,1   2 7,7   -3,6
CSHG Brasil Shopping 433.869.707 8 4,0   7 4,8   -0,8
Edifício Almirante Barroso 375.676.936 9 3,5   5 5,4   -1,9
BB Votorantim JHSF
292.164.166 10 2,7   - -   2,7
Cidade Jardim Continental Tower
Dez Maiores 5.928.093.845   54,8   2.997.012.042 58,3   -3,5
Total 10.808.790.641   100,0   5.138.747.737 100,0    

* Fonte: Uqbar

Critério: Ordena os FII pela capitalização de mercado em outubro de 2011. A capitalização de mercado dos
fundos é calculada multiplicando-se o valor da cota em outubro de 2011 e o número de cotas emitidas e
integralizadas no final deste mês. O valor da cota em outubro de 2011 é o preço médio de negociação no
mês, ponderado pelo montante negociado na BM&FBOVESPA. Caso não haja valor da cota em outubro
de 2011 é utilizado o último valor de cota de até 6 meses anteriores.

Float

Ranking Float
Montante Negociado 12 meses por Capitalização de Mercado – Outubro 2011 Tabela 6
01/11/2010 – 31/10/2011 01/11/2009 – 31/10/2010
Título
Float (%) Posição Mercado Float (%) Posição
Hospital Nossa Senhora de Lourdes 148,50 1 Balcão   5,69 7
West Plaza 63,10 2 Balcão   13,99 3
BC Fundo de FII 49,10 3 Balcão   - -
Hotel Maxinvest 40,90 4 Balcão   11,94 4
TRX Realty Logística Renda I 29,20 5 Bolsa   - -
REP 1 CCS 25,99 6 Bolsa   - -
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Presidente Vargas 17,27 7 Bolsa   - -


Floripa Shopping 16,82 8 Balcão   4,65 9
Excellence 15,53 9 Balcão   42,32 1
Parque Dom Pedro Shopping Center 15,29 10 Bolsa   9,19 6

* Fonte: Uqbar
Critério: Ordena as cotas de FII negociadas na BM&FBOVESPA por float nos últimos doze meses
(de novembro 2010 a outubro 2011). O float nos últimos doze meses é calculado pela divisão entre (i)
o montante negociado na BM&FBOVESPA de novembro 2010 a outubro 2011, e (ii) a capitalização de
mercado do mês de outubro de 2011, calculada conforme o critério da tabela 5.

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Pregões 7

Rankings
Ranking Pregões – Frequência de Pregões 12 meses – Outubro 2011 Tabela 7
01/11/2010 – 31/10/2011 01/11/2009 – 31/10/2010
Título
Participação (%) Posição Mercado Participação (%) Posição
West Plaza 99,60 1 Balcão   83,27 5
Rio Bravo Renda Corporativa 99,20 2 Bolsa   93,47 2
Hotel Maxinvest 98,80 3 Balcão   68,16 11
TRX Realty Logística Renda I 98,80 4 Bolsa   - -
Presidente Vargas 97,59 5 Bolsa   - -
Hospital Nossa Senhora de Lourdes 97,59 6 Balcão   80,00 6
Square Faria Lima 96,39 7 Bolsa   79,59 7
Parque Dom Pedro Shopping Center 92,37 8 Bolsa   - -
BB Progressivo 91,97 9 Balcão   88,16 3
Europar 91,97 10 Bolsa   94,69 1
* Fonte: Uqbar

Critério: Ordena as cotas de FII negociadas na BM&FBOVESPA por frequência de presença nos pregões
dos últimos 12 meses (novembro 2010 a outubro 2011).

Rentabilidade

Ranking Rentabilidade – Dividend Yield Estimado 12 meses – Outubro 2011 Tabela 8a


01/11/2010 – 31/10/2011  01/11/2009 – 31/10/2010
Título
Dividend Yield (%) Posição Mercado Dividend Yield (%) Posição
Excellence 15,55 1 Balcão   9,81 3
CSHG Recebíveis Imobiliários BC 12,80 2 Bolsa   5,28 23
BC Fundo de FII 11,35 3 Balcão   2,38 28
West Plaza 11,23 4 Balcão   10,02 2
Hospital Nossa Senhora de Lourdes 11,17 5 Balcão   9,69 4
Floripa Shopping 10,33 6 Balcão   9,00 6
Hospital da Criança 9,75 7 Balcão   8,64 9
Max Retail 9,70 8 Balcão   2,77 27
Campus Faria Lima 9,39 9 Balcão   2,35 29
Anhanguera Educacional 9,37 10 Balcão   7,23 19
* Fonte: Uqbar

Observação: Do Ranking de dividend yield estimado (tabela 8a) foram excluídas as cotas dos FII Hotel
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Maxinvest, RB Capital Agre (sênior), RB Capital Prime Realty I (sênior), RB Capital Renda II e Rio Bravo Renda
Corporativa, dado que as mesmas apresentaram amortizações no período de novembro 2010 a outubro
2011. As amortizações distorcem o cálculo do valor do dividend yield estimado porque diminuem os valores
das cotas sem um ajuste de contrapartida no numerador deste indicador, que é formado
pelo valor dos rendimentos históricos dos últimos doze meses.

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Ranking Rentabilidade – Dividend Yield Realizado 12 meses – Outubro 2011
01/11/2010 – 31/10/2011
Tabela 8b
01/11/2009 – 31/10/2010
7

Rankings
Título
Dividend Yield (%) Posição Mercado Dividend Yield (%) Posição
Excellence 17,06 1 Balcão   - -
CSHG Recebíveis Imobiliários BC 13,27 2 Bolsa   - -
Hotel Maxinvest 13,02 3 Balcão   10,18 2
BC Fundo de FII 11,35 4 Balcão   - -
Square Faria Lima 10,65 5 Bolsa   8,33 12
Projeto Água Branca 10,35 6 Bolsa   8,94 7
GWI Condominios Logisticos 10,24 7 Bolsa   - -
BB Progressivo 10,09 8 Balcão   7,47 17
Max Retail 10,04 9 Balcão   - -
West Plaza 10,02 10 Balcão   9,35 4

* Fonte: Uqbar

Critério: Ordenam as cotas FII pelos dividend yield indicados em outubro de 2011. O dividend yield estimado
é calculado somando-se os rendimentos distribuídos pelos fundos ao longo dos últimos doze meses (de
novembro 2010 a outubro 2011) dividido pelo valor da cota em outubro de 2011. O dividend yield realizado
é calculado somando-se os rendimentos distribuídos pelos fundos ao longo dos últimos doze meses
dividido pelo valor da cota em outubro de 2010. O valor da cota é o preço médio de negociação no
mês, ponderado pelo montante negociado na BM&FBOVESPA. Ficam excluídos os fundos cujas cotas não
foram negociadas nestes meses (outubro 2010 e 2011).

Ranking Rentabilidade – Rentabilidade Efetiva 12 meses – Outubro 2011 Tabela 9

10/2010 – 10/2011 10/2009 – 10/2010


Título
Rentabilidade TIR (%) Posição Mercado Rentabilidade TIR (%) Posição
BB Progressivo 67,98 1 Balcão   18,46 5
Hotel Maxinvest 51,82 2 Balcão   29,01 3
Edifício Almirante Barroso 44,85 3 Balcão   20,27 4
GWI Condomínios Logísticos 40,63 4 Bolsa   - -
Square Faria Lima 40,24 5 Bolsa   13,94 9
Rio Bravo Renda Corporativa 38,14 6 Bolsa   6,22 16
Projeto Água Branca 36,35 7 Bolsa   15,06 8
Torre Norte 35,15 8 Balcão   15,07 7
Presidente Vargas 31,58 9 Bolsa   - -
Excellence 29,65 10 Balcão   - -

* Fonte: Uqbar

Critério: Ordena as cotas dos FII pela rentabilidade efetiva nos últimos doze meses (de outubro de 2010 a
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outubro de 2011). A rentabilidade efetiva é calculada usando-se a Taxa Interna de Retorno, levando-se em
conta os rendimentos distribuídos pelos fundos ao longo dos ultimos doze meses (de novembro 2010 a
outubro 2011) e a variação de preço de cota destes. Por sua vez, a variação de preço de cota dos fundos
é calculada usando-se os preços médios da cota de cada fundo nos meses de outubro de 2010 e 2011,
ponderados pelos montantes negociados na BM&FBOVESPA. Ficam excluídos os fundos cujas cotas não
foram negociadas nestes meses.

GUIA DO INVESTIDOR  |  FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO  |  2a edição 61


Rankings de Prestadores de Serviço 7

Rankings
Administradores

Definição: Instituição autorizada pela CVM para o exercício profissional de administração de fundos
de investimento. A administração de um fundo compreende o conjunto de serviços relacionados direta
ou indiretamente ao funcionamento e à manutenção deste. Especificamente, o administrador de FII deve
prover o fundo com os seguintes serviços:
n manutenção de departamento técnico habilitado a prestar serviços de análise e acompanhamento
de projetos imobiliários;
n atividades de tesouraria, de controle e de processamento dos títulos e valores mobiliários;
n escrituração de cotas;
n custódia de ativos financeiros;
n auditoria independente; e
n gestão dos valores mobiliários integrantes da carteira do fundo.

Observadas limitações legais e regulamentares, o administrador tem poderes para praticar todos os
atos necessários ao funcionamento do fundo, podendo contratar em nome deste, terceiros devidamente
habilitados e autorizados para prestar serviços específicos. O administrador é também responsável pela
constituição do fundo e pela prestação de informações à CVM. Os administradores de FII devem também
observar disposições determinadas em instruções específicas da CVM.

Ranking Administradores – Capitalização de Mercado – Outubro 2011 Tabela 10


31/10/2011   31/10/2010 Mudança na
Administrador Cap. Mercado Posição Participação Posição Participação participação
(R$) (%) (%) (%)

Brazilian Mortgages Companhia Hipotecária 4.054.755.937 1 37,5   2 20,8   16,7


Credit Suisse Hedging Griffo CV 1.507.321.100 2 13,9   4 13,5   0,5
Rio Bravo Investimentos DTVM 932.665.559 3 8,6   3 14,1   -5,5
Banco Opportunity 905.604.480 4 8,4   - -   8,4
Votorantim Asset Management DTVM 635.645.828 5 5,9   - -   5,9
Caixa Econômica Federal 600.346.138 6 5,6   5 8,1   -2,6
Intrag DTVM 538.600.922 7 5,0   - -   5,0
Citibank DTVM 350.383.107 8 3,2   - -   3,2
formar n informar n transformar

Oliveira Trust DTVM 284.679.001 9 2,6   6 5,2   -2,5


Coin DTVM 283.797.383 10 2,6   7 4,9   -2,2
Dez maiores 10.093.799.455   93,4   5.071.412.260 98,7   -5,3
Total 10.808.790.641   100,0   5.138.747.737 100,0    
* Fonte: Uqbar

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Ranking Administradores – Número de FII Listados – Outubro 2011

31/10/2011   31/10/2010
Tabela 11
7

Rankings
Mudança na
Administrador Número de Posição Participação Posição Participação participação
Fundos (%) (%) (%)

Brazilian Mortgages Companhia Hipotecária 18 1 32,7   2 18,2   14,5


Credit Suisse Hedging Griffo CV 7 2 12,7   4 9,1   3,6
Rio Bravo Investimentos DTVM 5 3 9,1   3 9,1   0,0
Citibank DTVM 5 4 9,1   - -   9,1
Votorantim Asset Management DTVM 3 5 5,5   - -   5,5
Oliveira Trust DTVM 3 6 5,5   5 9,1   -3,6
Caixa Econômica Federal 2 7 3,6   6 6,1   -2,4
Coin DTVM 2 8 3,6   7 6,1   -2,4
Banco Opportunity 1 9 1,8   - -   1,8
Intrag DTVM 1 10 1,8   - -   1,8
Dez maiores 47   85,5   32 97,0   -11,5
Total 55   100,0   33 100,0  

 * Fonte: Uqbar

Critério: Ordenam os administradores de FII com base no número de fundos e no montante agregado
de capitalização de mercado dos fundos sob administração em 31 de outubro de 2011. A capitalização de
mercado é calculada conforme o critério da tabela 5.

Auditores Independentes

Definição: Perito-contador que presta serviços de auditoria independente. A sua atuação está sujeita
ao registro na CVM, que mantém cadastro dos responsáveis técnicos autorizados a emitir e assinar parecer
de auditoria, em nome de cada fundo, no âmbito do mercado de valores mobiliários. Responsável pela
validação dos demonstrativos trimestrais do fundo, evidenciando que as operações efetuadas estão em
consonância com a política de investimento e os limites de composição e diversificação, bem como que
as negociações foram realizadas a valores de mercado.

Ranking Auditores – Capitalização de Mercado – Outubro 2011 Tabela 12


31/10/2011   31/10/2010 Mudança na
Auditor Cap. Mercado Posição Participação Posição Participação participação
(R$) (%) (%) (%)

PricewaterhouseCoopers 6.642.968.958 1 61,5   1 71,1   -9,6


Ernst & Young Terco 1.375.590.764 2 12,7   4 6,4   6,3
formar n informar n transformar

Performance 963.025.893 3 8,9   - -   8,9


KPMG Auditores Associados 700.856.997 4 6,5   2 11,2   -4,7
Deloitte Touche Tohmatsu 598.386.871 5 5,5   - -   5,5
KPMG Auditores Independentes 527.961.157 6 4,9   5 3,7   1,2
Total 10.808.790.641   100,0   5.138.747.737 100,0    
* Fonte: Uqbar

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Ranking Auditores – Número de FII Listados – Outubro 2011
31/10/2011   31/10/2010
Tabela 13
7

Rankings
Mudança na
Auditor Número de Posição Participação Posição Participação (%) participação (%)
Operações (%)
PricewaterhouseCoopers 30 1 54,6   1 69,7   -15,2
Ernst & Young Terco 9 2 16,4   3 6,1   10,3
KPMG Auditores Associados 8 3 14,6   2 18,2   -3,6
KPMG Auditores Independentes 4 4 7,3   5 3,0   4,2
Performance 2 5 3,6   - -   3,6
Deloitte Touche Tohmatsu 2 6 3,6   - -   3,6
Total 55   100,0   33 100,0    
* Fonte: Uqbar

Critério: Ordenam os auditores de FII com base no número de fundos e no montante agregado de
capitalização de mercado dos fundos em 31 de outubro de 2011. A capitalização de mercado é calculada
conforme o critério da tabela 5.

Advogados

Definição: Escritórios de advocacia que respondem pela definição da estrutura jurídica de um fundo
de investimento imobiliário.

Ranking Advogados – Montante Emitido 12 meses – Outubro 2011 Tabela 14


01/11/2010 – 31/10/2011   01/11/2009 – 31/10/2010 Mudança na
Escritório de Advogados Montante Posição Participação Posição Participação participação
(R$) (%) (%) (%)

PMKA Advogados Associados 973.992.992 1 51,4   5 9,1   42,3


Souza, Cescon, Barrieu & Flesch Advogados 311.650.000 2 16,4   2 25,9   -9,4
Navarro Advogados 197.992.000 3 10,5   6 1,3   9,1
FreitasLeite Advogados 153.100.000 4 8,1   3 21,9   -13,8
Campos Mello Advogados 101.664.000 5 5,4   - -   5,4
Pinheiro Guimarães Advogados 66.085.000 6 3,5   - -   3,5
Barbosa, Müssnich & Aragão Advogados 60.000.000 7 3,2   - -   3,2
Almeida Bugelli e Valença Advogados Associados 30.160.122 8 1,6   4 11,8   -10,2
Total 1.894.644.114   100,0   753.719.000 100,0    
* Fonte: Uqbar
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Ranking Advogados – Número de FII 12 meses – Outubro 2011
01/11/2010 – 31/10/2011   01/11/2009 – 31/10/2010
Tabela 15

Mudança na
7

Rankings
Escritório de Advogados Número de Posição Participação Posição Participação participação
Operações (%) (%) (%)

PMKA Advogados Associados 6 1 40,0   5 11,1   28,9


Navarro Advogados 2 2 13,3   6 11,1   2,2
FreitasLeite Advogados 2 3 13,3   3 11,1   2,2
Souza, Cescon, Barrieu & Flesch Advogados 1 4 6,7   2 11,1   -4,4
Campos Mello Advogados 1 5 6,7   - -   6,7
Pinheiro Guimarães Advogados 1 6 6,7   - -   6,7
Barbosa, Müssnich & Aragão Advogados 1 7 6,7   - -   6,7
Almeida Bugelli e Valença Advogados Associados 1 8 6,7   4 11,1   -4,4
Total 15   100,0   9 100,0  

* Fonte: Uqbar

Critério: Ordenam os assessores legais de FII com base no montante emitido e no número de operações
durante o período em questão. Quando duas ou mais instituições assessoram conjuntamente um mesmo
FII, o crédito é atribuído integralmente a todas as instituições. O ranking considera apenas as operações
efetivamente realizadas, através de sua primeira emissão, durante os últimos doze meses (novembro 2010
a outubro 2011).

Estruturadores

Definição: Pessoa jurídica especializada pela montagem do fundo. O trabalho de estruturação


consiste da definição de todos os parâmetros quantitativos e qualitativos do fundo.

Ranking Estruturadores – Montante Emitido 12 meses – Outubro 2011 Tabela 16


Estruturador 01/11/2010 – 31/10/2011   01/11/2009 – 31/10/2010 Mudança na
Montante Posição Participação Posição Participação participação
(R$) (%) (%) (%)

Itaú Unibanco 463.017.992 1 20,8   - -   20,8


Banco Votorantim 311.650.000 2 14,0   - -   14,0
BB Gestão de Recursos DTVM 311.650.000 3 14,0   - -   14,0
RB Capital Realty Investimentos Imobiliários 207.800.000 4 9,3   3 17,6   -8,3
Brazilian Mortgages Companhia Hipotecária 195.833.000 5 8,8   1 30,6   -21,8
Credit Suisse Hedging Griffo CV 160.487.000 6 7,2   2 25,2   -18,0
BB Banco de Investimento 159.000.000 7 7,1   - -   7,1
formar n informar n transformar

Rio Bravo Investimentos DTVM 101.664.000 8 4,6   6 0,9   3,7


Banco Bradesco BBI 90.840.000 9 4,1   4 17,6   -13,5
Citibank DTVM 66.085.000 10 3,0   - -   3,0
Dez Maiores 2.068.026.992   93,0   1.108.217.400 100,0   -7,0
Total 2.224.272.114   100,0   1.108.217.400 100,0    
* Fonte: Uqbar

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Ranking Estruturadores – Número de FII 12 meses – Outubro 2011 Tabela 17 7

Rankings
01/11/2010 – 31/10/2011  01/11/2009 – 31/10/2010 Mudança na
Estruturador Número de Posição Participação Posição Participação participação
Operações (%) (%) (%)

RB Capital Realty Investimentos Imobiliários 2 1 13,3   3 14,3   -1,0


Credit Suisse Hedging Griffo CV 2 2 13,3   2 28,6   -15,2
Itaú Unibanco 1 3 6,7   - -   6,7
Banco Votorantim 1 4 6,7   - -   6,7
BB Gestao de Recursos DTVM 1 5 6,7   - -   6,7
Brazilian Mortgages Companhia Hipotecária 1 6 6,7   1 35,7   -29,0
BB Banco de Investimento 1 7 6,7   - -   6,7
Rio Bravo Investimentos DTVM 1 8 6,7   6 7,1   -0,5
Banco Bradesco BBI 1 9 6,7   4 7,1   -0,5
Citibank DTVM 1 10 6,7   - -   6,7
Dez Maiores 12   80,0   14 100,0   -20,0
Total 15   100,0   14 100,0    
* Fonte: Uqbar

Critério: Ordenam os estruturadores de FII com base no montante emitido e no número de operações
durante o período em questão. Quando duas ou mais instituições estruturam conjuntamente um mesmo
FII, o crédito é atribuído integralmente a todas as instituições. O ranking considera apenas as operações
efetivamente realizadas, através de sua primeira emissão, durante os últimos doze meses (novembro 2010
a outubro 2011).
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GUIA DO INVESTIDOR  |  FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO  |  2a edição 66


Fundos Listados
na BM&FBOVESPA
8
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Este capítulo apresenta a lista das cotas de FII negociadas na BM&FBOVESPA. 8

Fundos Listados na BM&FBOVESPA


Além do nome do FII, do código de negociação do título e do tipo de ativo
que o FII investe, são apresentadas algumas estatísticas de cada cota para o
mês de outubro de 2011.

A Capitalização de Mercado é calculada multiplicando-se o valor da


cota em outubro de 2011 e o número de cotas emitidas e integralizadas, no
final deste mês. O valor da cota em outubro de 2011 é o preço médio de
negociação no mês, ponderado pelo montante negociado na BM&FBOVESPA.
Caso não haja valor da cota em outubro de 2011, é utilizado o último valor de
cota de até seis meses anteriores.

O Preço Médio é o valor da cota utilizado na Capitalização de Mercado.


Valor de Mercado/Valor Patrimonial é a razão entre o Preço Médio e o valor
patrimonial de outubro da cota. Rendimento por Cota é o valor unitário
relativo às distribuições de rendimentos realizadas em outubro. O Montante
Negociado e o Nº de negócios são os do mês de outubro e Pregões é a
porcentagem dos pregões diários nos quais as cotas foram negociadas
durante o mês de outubro.
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GUIA DO INVESTIDOR  |  FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO  |  2a edição 68


Fundos Listados para Negociação na BM&FBOVESPA Tabela 18
8

Fundos Listados na BM&FBOVESPA


Capitalização Preço Valor de Rendimento Montante
Código de Tipo Nº Pregões
Nome do FII de Mercado Médio Mercado/ Valor por Cota Negociado
Negociação de Ativo Negócios (%)
(R$ milhões) (R$) Patrimonial (%) (R$) (R$ milhares)
Shopping
Ancar IC ANCR11B 172,9 600,00 149,1 0,0000 0,0 0 0,0
Centers
Anhanguera Educacional FAED11B Escolar 64,5 124,50 124,6 0,9813 976,7 83 90,0
BB Progressivo BBFI11B Escritórios 493,0 3.792,55 247,3 32,0509 3.159,0 197 100,0
BB Renda Corporativa BBRC11 Escritórios 217,2 136,59 141,3 0,4483 2.133,2 240 100,0
BB Votorantim JHSF Cidade
BBVJ11 Escritórios 292,2 107,81 107,0 0,8000 916,4 180 90,0
Jardim Continental Tower
BC Fundo de FII BCFF11B Renda variável 145,9 100,44 104,2 0,9214 5.918,0 1073 100,0
BM CENESP CNES11B Escritórios 204,5 104,43 105,9 0,8930 5.846,6 842 100,0
Brasílio Machado BMII11 Escritórios 0,0 0,00 0,0 2,8571 0,0 0 0,0
Brazilian Capital Real Estate
BRCR11B Escritórios 1.246,2 113,29 190,7 0,6670 1.583,9 843 100,0
Fund I
Caixa Cedae CXCE11B Escritórios 107,3 1.566,23 160,5 1,0856 148,7 19 45,0
Campus Faria Lima FCFL11B Escolar 177,1 1.060,45 108,4 8,3000 690,2 40 85,0
Shopping
CSHG Brasil Shopping HGBS11 433,9 1.562,39 116,1 11,0000 2.729,4 112 90,0
Centers
CSHG Desenvolvimento de Shopping
CSHP11B 0,0 0,00 0,0 0,0000 0,0 0 0,0
Shoppings Populares Centers
CSHG JHSF Prime Offices HGJH11 Escritórios 190,2 1.153,03 118,3 8,1000 96,8 10 35,0
CSHG Logistica HGLG11 Diversificado 170,1 1.092,09 108,4 8,2000 614,7 48 45,0
CSHG Real Estate HGRE11 Escritórios 502,3 1.377,92 119,3 10,3000 2.131,6 168 100,0
CSHG Recebíveis Imobiliários
CSBC11 Renda fixa 114,7 1.095,37 104,5 7,0000 379,9 56 75,0
BC
Daycoval Renda Itaplan DRIT11B Escritórios 29,7 1.000,00 97,3 0,0000 0,0 0 0,0
Dovel DOVL11B Escritórios 57,4 1.062,14 100,4 22,3854 0,0 0 0,0
Edifício Almirante Barroso FAMB11B Escritórios 375,7 3.584,70 549,1 16,0529 915,9 44 80,0
Edifício Ourinvest EDFO11B Escritórios 47,2 200,04 242,0 1,4674 6,4 4 10,0
Europar EURO11 Logística 67,6 190,54 257,0 1,3600 455,6 66 100,0
Excellence FEXC11B Renda fixa 85,3 108,04 108,2 1,0065 930,5 128 100,0
Fator Verita VRTA11 Renda fixa 31,7 109,66 97,7 0,0000 233,6 7 15,0
Shopping
Floripa Shopping FLRP11B 49,0 1.021,83 110,6 8,8000 779,7 68 95,0
Centers
Shopping
Grand Plaza Shopping ABCP11 443,1 7,84 307,6 0,0409 73,6 55 85,0
Centers
GWI Condomínios Logísticos GWIC11 Logística 80,8 167,00 177,1 1,2221 1.026,4 5 20,0
Hospital da Criança HCRI11B Hospitalar 55,2 276,13 461,6 2,2658 303,7 54 65,0
Hospital Nossa Senhora de
NSLU11B Hospitalar 18,4 175,63 16,0 1,7445 2.753,4 374 100,0
Lourdes
Hotel Maxinvest HTMX11B Hospedagem 153,1 214,26 262,3 2,2568 3.780,6 544 100,0
Renda fixa
formar n informar n transformar

JS Real Estate Multigestão JSRE11 / Renda 59,8 996,43 97,9 7,1989 155,4 4 20,0
variável
Kinea Renda Imobiliária KNRI11 Escritórios 538,6 1.228,43 115,0 7,0000 6.718,0 323 100,0
Shopping
Mais Shopping Largo 13 MSHP11 61,1 672,14 70,1 2,7300 142,4 35 75,0
Centers
Lojas
Max Retail MAXR11B 60,5 1.020,86 106,3 6,1904 432,8 34 65,0
Individuais
Memorial Office FMOF11 Escritórios 50,2 98,75 101,4 0,5900 50,5 33 40,0
Mercantil do Brasil MBRF11 Escritórios 105,4 1.036,58 103,7 8,7500 1.328,7 136 90,0

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Fundos Listados para Negociação na BM&FBOVESPA (cont.) Tabela 18
8

Fundos Listados na BM&FBOVESPA


Capitalização Preço Valor de Rendimento Montante
Código de Tipo Nº Pregões
Nome do FII de Mercado Médio Mercado/ Valor por Cota Negociado
Negociação de Ativo Negócios (%)
(R$ milhões) (R$) Patrimonial (%) (R$) (R$ milhares)
Shopping
MSL 13 MSLF11B 85,7 800,00 81,0 2,8000 0,0 0 0,0
Centers
Opportunity FTCE11B Diversificado 905,6 1.980,00 153,8 0,0000 0,0 0 0,0
Panamby PABY11 Diversificado 114,8 151,43 39,2 0,0000 8,0 4 15,0
Parque Dom Pedro Shopping Shopping
PQDP11 150,0 1.260,77 654,5 8,7211 500,5 61 95,0
Center Centers
Presidente Vargas PRSV11 Escritórios 218,6 1.120,89 116,0 8,5800 1.679,0 149 100,0
Projeto Água Branca FPAB11 Escritórios 233,6 311,51 307,5 2,2500 453,5 54 90,0
RB Capital Agre RBAG11 (cota sênior) Residencial 31,1 56,63 n.d. 0,5557* 107,3 38 75,0
RB Capital Desenvolvimento
RBDS11 Residencial 79,8 1.050,61 111,3 0,0000 630,4 5 20,0
Residencial II
RB Capital General Shopping Shopping
RBGS11 102,4 95,02 n.d. 0,7998 974,0 111 85,0
Sulacap Centers
RB Capital Prime Realty I RBPR11 (cota sênior) Residencial 70,8 88,54 n.d. 0,8900* 504,7 121 90,0
RB Capital Renda I FIIP11B Diversificado 136,9 147,63 107,6 1,0153 223,2 21 50,0
RB Capital Renda II RBRD11 Diversificado 126,3 68,20 96,4 0,3514 305,7 50 85,0
REP 1 CCS RCCS11 Galerias 10,4 1.043,35 102,5 0,0000 6,3 3 10,0
Rio Bravo Cibrasec RBCB11 Renda fixa 0,0 0,00 0,0 8,0010 0,0 0 0,0
Rio Bravo Renda Corporativa FFCI11 Escritórios 110,9 1,71 108,2 0,0115 462,9 201 100,0
São Fernando SFND11 Escritórios 0,0 0,00 0,0 0,3974 0,0 0 0,0
Lojas
SCP SCPF11 0,0 0,00 0,0 0,0737 0,0 0 0,0
Individuais
Shopping
Shopping Pátio Higienópolis SHPH11 243,7 421,33 228,5 2,4000 672,4 47 85,0
Centers
Square Faria Lima FLMA11 Diversificado 103,9 1,51 189,3 0,0117 294,5 185 95,0
Torre Almirante ALMI11B Escritórios 229,9 2.195,90 301,6 13,0964 860,8 77 85,0
Torre Norte TRNT11B Escritórios 697,7 177,27 116,6 1,3173 726,6 27 75,0
TRX Realty Logística Renda I TRXL11 Logística 100,6 109,77 110,6 0,7765 1.295,6 169 100,0
Shopping
Via Parque Shopping FVPQ11 0,0 0,00 0,0 0,0000 0,0 0 0,0
Centers
Shopping
West Plaza WPLZ11B 88,1 89,07 102,7 0,8333 2.387,9 607 100,0
Centers
WM RB Capital WMRB11B Renda fixa 66,2 1.001,00 98,5 1,8054 50,1 2 5,0

* Em outubro as cotas sênior dos FII RB Capital Agre e RB Capital Prime Realty I também tiveram amortizações nos valores de R$ 5,4545 e R$ 2,50
por cota respectivamente.
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GUIA DO INVESTIDOR  |  FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO  |  2a edição 70


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