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Bacharelado e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo Grande
Mestrado em Letras • UEMS / Campo Grande
ISSN: 2178-1486 • Volume 2 • Número 1 • julho 2012

NOVOS LETRAMENTOS, HIPERTEXTO DIGITAL E ENSINO DE


LÍNGUA INGLESA COMO PRÁTICA CULTURAL

Azenaide Abreu Soares Vieira1 (UEMS)


Azenaide_vieira@hotmail.com
Ana Patrícia Toledo Picolo2 (UEMS)
patricia_picolo@hotmail.com

RESUMO: Estudos em profícuo desenvolvimento no Brasil como de Monte Mór (2000; 2002; 2008) tem
nos levado a refletir sobre a importância do ensino e aprendizagem de língua inglesa como uma ação
cultural, uma vez que o objeto de estudo nada mais é do que a língua do outro. A autora defende que
aspectos referentes à cultura, identidade e diversidade podem e devem ter espaço garantido nas aulas de
língua estrangeira. Brydon (2011) explica que o movimento da globalização favoreceu o contato entre as
nações e com isso o acesso a culturas variadas. O efeito das transformações provocadas pela globalização
no ensino e aprendizagem de línguas é de certa forma positivo e pode ser explorado pelo educador,
acrescenta a autora. A língua inglesa, tida como língua internacional ou global, deve ser abordada de
forma interdisciplinar, permitindo ao aprendiz o contato com diferentes formas de pensar e agir, o que
pode promover uma visão mais geral da língua a ser aprendida e, por conseguinte, o Letramento Crítico
(Menezes de Souza, 2011) do indivíduo. A partir da perspectiva de língua como instrumento de mediação
de cultura e diversidade cultural, é possível que sua compreensão deixe de ter como foco a mera
constituição de regras gramaticais e passe a ser interpretada como um instrumento vivo, dinâmico e
carregado de sentidos. Diante dos pressupostos trazidos pelos autores, percebemos que o processo
institucionalizado de ensino e aprendizagem de língua inglesa adota novos norteamentos teóricos. Sendo
assim, o objetivo deste ensaio é ampliar a discussão sobre os novos conceitos de letramento, tidos aqui
como „letramentos‟, pela sua diversidade e por abranger diferentes aspectos como do letramento digital e
letramento crítico. Além disso, enfocando situações didáticas a partir dos novos letramentos e sua
abrangência conceitual, apresentamos reflexões sobre o hipertexto digital e sua construção como
mecanismo de produção colaborativa.

Palavras-chaves: Novos Letramentos, Hipertexto Digital, Ensino de Língua Inglesa.

ABSTRACT: Studies in development in Brazil, as the ones by Monte Mor (2000, 2002, 2008), has led us
to reflect on the importance of teaching and learning English as a cultural action, because the object of the
study is the language of other people. The author argues that aspects related to culture, identity and
diversity can and should have guaranteed space in foreign language classes. Brydon (2011) explains that
the movement of globalization facilitated the contact between nations and provided access to a varied of
cultures. The effect of transformations caused by globalization in the teaching and learning languages is
in some way positive and can be explored by the educator, the author adds. The English language,
considered a global or international language, can be addressed in an interdisciplinary manner, allowing
the learner contact with different ways of thinking and acting, which can promote a more general
overview of the language to be learned and, therefore, the Critical Literacy (Menezes de Souza, 2011) by
the learners. From the perspective of language as an instrument of mediation of culture and cultural
diversity, it is important the teachers understand that teaching and learning a foreign language is not just

1
Doutora em Linguística Aplicada e professora no curso de Letras, Primeira e Segunda Licenciatura em
Computação da UEMS, unidade de Nova Andradina.
2
Acadêmica do curso de Segunda Licenciatura em Computação da UEMS, unidade de Nova Andradina.

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the learning of grammar rules and it can be interpreted as a living instrument, dynamic and full of
meanings. According to the assumptions brought by the authors, we realize that institutionalized the
process of teaching and learning English language adopts new theories. Thus, the purpose of this essay is
to broaden the discussion on the new concepts of literacy, taken here as 'literacies', for its diversity and
cover different aspects, as digital literacy and critical literacy ones. Moreover, focusing on teaching
situations from the new literacies and its conceptual scope, we intend to bring reflections on the digital
hypertext and its construction as a mechanism for collaborative production.

Keywords: New Literacies, Hypertext Digital, English Language Teaching.

1. NOVOS LETRAMENTOS

As mudanças provocadas pelo desenvolvimento das tecnologias de computação


(webtecnologia) e sua integração em todos os setores sociais, inclusive na educação,
tem instigado educadores e pesquisadores a pensar em práticas de ensino que contemple
habilidades diferenciadas das anteriormente exigidas. Surgem, então, os estudos sobre
novos letramentos, foco de discussão neste estudo. Antes de iniciar tais reflexões,
apresentamos uma breve discussão sobre alfabetização e letramento.

1.1 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

O domínio da escrita e da alfabetização sempre foi delegado à escola. Essa


instituição sempre teve como objetivo fazer com que os estudantes aprendessem a
escrever e a ler os significantes. Até então a discussão era pouca sobre o fato de ser
alfabetizado ou letrado realmente.
Segundo Xavier (2002, p. 2), o alfabetizado seria

[...] aquele sujeito que adquiriu a tecnologia de escrita, sabe


decodificar os sinais gráficos do seu idioma, mas ainda não se
apropriou completamente das habilidades de leitura e de escrita, isto é,
aquele indivíduo que, mesmo tendo passado pela escola, ainda lê com
dificuldade.

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Ainda de acordo com o autor, nesse caso, o alfabetizado consegue escrever e ler
coisas simples do dia a dia, mas não consegue entender o contexto de certas escritas, e
nem se aprofundar em leituras um pouco mais complexas. Assim, aquele que lê os
códigos, mas não entende sua mensagem, não vê as informações implícitas ou críticas
contidas na leitura, é considerado um indivíduo alfabetizado, mas isso não significa ser
letrado.

1.2 LETRAMENTO ALFABÉTICO E LETRAMENTO DIGITAL

Aquele que é letrado consegue decifrar os códigos e suas mensagens,


estabelecendo conexões entre os significados, e criando um esquema de entendimento
mental. Porém, ser alfabetizado e letrado nos moldes anteriores da sociedade não
garante que o indivíduo será alfabetizado e letrado digitalmente, pois, de acordo com
Xavier (2002, p. 2)

[...] o letramento digital implica realizar práticas de leitura e escrita diferentes


das formas tradicionais de letramento e alfabetização. Ser letrado digital
pressupõe assumir mudanças nos modos de ler e escrever os códigos e sinais
verbais e não-verbais, como imagens e desenhos, se compararmos às formas
de leitura e escrita feitas no livro, até porque o suporte sobre o qual estão os
textos digitais é a tela, também digital.

Atualmente, para enquadrar-se nas mais variadas sociedades, o indivíduo precisa


se capacitar para lidar com as diversas tecnologias existentes. Basta que ele entre em um
banco ou vá a uma loja para perceber o quanto essa adequação é necessária. Esse
enquadramento se dá pelo chamado letramento digital, no qual o indivíduo deve
aprender a lidar com equipamentos tecnológicos para ocupar o seu espaço na sociedade.
A fim de preparar o indivíduo para atuar socialmente, a escola tem como objetivo ser
um componente ativo no ensino do manuseio e uso adequado das tecnologias.
Com o desenvolvimento das habilidades tecnológicas dos aprendizes, o
professor não pode ficar à margem do desenvolvimento tecnológico. Ele deve
acompanhar a evolução de seu tempo e se adaptar a todas as mudanças sociais. Não é
verdadeira a afirmação de que os alunos não precisam mais da ajuda do professor,

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devido à praticidade de acesso a informações oferecidas pela internet. Cabe ao docente


compreender as formas como o aluno do novo milênio aprende e atuar para que esse
aluno construa seus conhecimentos.
Apesar das tecnologias, o professor ainda é o orientador do conhecimento. Sua
participação na vida educacional do aluno é necessária, tendo em vista que ele é como
um guia para o desenvolvimento daquele que utiliza as tecnologias para seu
desenvolvimento. Adaptar-se a essas mudanças é fundamental e exige que o educador
deixe para trás muitas das técnicas tradicionalistas de ensinar.
Xavier (2002, p. 4) indica que na análise do letramento alfabético e do
letramento digital não há aquele que é melhor ou aquele que é pior no contexto da
aprendizagem, mas sim que “[...] neste processo, observa-se que um tipo de letramento
tem o outro como ponto de partida, ou seja, o alfabético está servindo de apoio para a
aprendizagem do letramento digital”. E, podemos afirmar que “a principal condição
para a apropriação do letramento digital é o domínio do letramento alfabético pelo
indivíduo”.
O autor acrescenta ainda que o letrado alfabético, ou seja, aquele que domina o
sentido e analisa o contexto das palavras, consegue ter êxito como letrado digital,
manuseando corretamente ferramentas existentes nos programas e na Internet a partir de
sua leitura de mundo.
As escolas, com o advento das novas tecnologias, devem oferecer a
possibilidade para que o aluno seja um letrado digitalmente. A interatividade e as várias
possibilidades de comunicação trazidas pela rede mundial de computadores é um grande
facilitador da prática de letramento digital e do letramento alfabético. Assim, o aluno
que aprende a manusear essas ferramentas e a usá-las como recurso facilitador, tem em
mãos um grande instrumento de aprendizagem.
Coscarelli (2005, p. 29) explica que o letramento digital é “a inserção dos alunos
nessa nova faceta do mundo letrado”. Para ser letrado, acrescenta a autora, o aluno
precisa ser um bom navegador e digitador. A prática de letrar digitalmente possibilita ao
aluno o domínio dos principais recursos webtecnológicos. Com isso, o educador é capaz
de “minimizar a exclusão de muitos sujeitos já excluídos em muitas outras situações”.

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1.3 INCLUSÃO DIGITAL E ENSINO

A informática tem sido muito útil para a vida escolar atualmente. Tem ajudado
nas pesquisas e facilitado o trabalho de alunos e professores. Porém, apesar de muitas
dúvidas quanto ao seu uso pedagógico, Coscarelli (2005, p. 25) ressalta que “[...] a
informática não vai substituir ninguém. Ela não vai tomar o lugar do professor nem vai
fazer mágica na educação”. Conforme nos alerta a autora, a máquina em si não produz
nada sem o manuseio do ser humano. O professor deve conhecer os recursos que o
computador oferece e procurar os caminhos que melhor atenderão as suas necessidades
e de seus alunos. A metodologia do professor, com o uso das tecnologias, deve ser
amplamente desenvolvida. A abordagem, nesses casos, deve partir da experiência do
professor em sala de aula, com a integração das tecnologias que os envolvem. Somente
o uso dessas tecnologias não garante que as aulas obtenham resultados positivos.
Ainda analisando as abordagens de ensinar do professor, Coscarelli (2005, p. 26)
diz que:

[...] programas de apresentação de slides (como o Power Point) podem


transformar o computador em um lindo quadro que não é mais de giz nem é
negro, mas que vai funcionar em sala de aula da mesma forma que as tão
conhecidas lousas, que servem de suporte para o professor apresentar todo o
saber.

Sem dúvida, equipar a escola com diferentes tecnologias não garante bons
resultados educacionais. O bom uso desses materiais deve ser estudado, pois o aluno é
capaz de buscar mais do que visualizar imagens e ler conteúdos. A interação e a busca
por novos conhecimentos devem ser a prática dos professores.
Coscarelli (2005) defende também a construção coletiva do saber, envolvendo
professor e aluno. Cabe ao professor elaborar estratégias que contemplem o uso do
computador em suas aulas, de forma a propiciar atividades colaborativas entre os
alunos. A autora sugere ainda que não há a necessidade de o aluno passar o tempo todo
frente a um computador para construir projetos e elaborar ideias. Outros recursos, o
planejamento e as discussões são cruciais nas aulas.

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Outro ponto a considerar é que quando se fala em inclusão, não é suficiente


saber ligar, desligar, acessar notícias e mais algumas coisas para se autodenominar um
incluso. Muitos professores não aceitam que eles próprios não estão incluídos, pois o
simples fato de editar um texto, construir uma planilha, slides ou até mesmo navegar é
um desafio a ser superado devido à resistência de muitos. Até mesmo as licenciaturas
não oferecem essa possibilidade aos que nelas se formam. Ainda hoje, são poucos os
cursos de formação docente que possuem em sua ementa essa iniciação às novas
tecnologias.
Coscarelli (2005) afirma que a sociedade procura por culpados pelo fracasso da
educação. Certamente, uma revolução na área é iminente e, segundo a autora, a
informática será peça fundamental nessa transformação. A autora fala ainda que a
escola deve atuar “mostrando para nossos alunos, desde os primeiros dias de aula, um
universo que eles devem dominar e do qual eles precisam fazer parte” (p. 32).
A escola, de um modo geral, e professores que não facilitam o acesso à
informática privam seus alunos da inclusão digital que os envolve na sociedade.
Teoricamente, é na escola o primeiro contato de muitos com as máquinas e as
informações propiciadas pelo uso da internet. Não oferecer essa utilização contribui
para a exclusão digital e social, pois aquele que não sabe manusear os computadores
será marginalizado no contexto atual que vive.
Nesse sentido, Coscarelli (2005, p. 32) pontua que:
A escola precisa encarar seu papel, não mais apenas de transmissora de saber,
mas de ambiente de construção do conhecimento. Os alunos precisam saber
aprender, saber onde encontrar as informações de que precisam e ter
autonomia para lidar com essas informações, avaliando, questionando e
aplicando aquelas que julgarem úteis e pertinentes. Para isso, é preciso que a
escola abra mão de um conteúdo ou uma matéria rigidamente determinada e
seja capaz de administrar a flexibilidade exigida daqueles que querem adotar
uma postura de construção de conhecimento.

A autora sugere ainda que os alunos não precisam de aulas de informática para
estarem inclusos e sim, usar a informática para tornarem-se usuários das tecnologias.
Desse modo, ter aulas de informática não contribui para o conhecimento das outras
disciplinas.
Coscarelli (2005, p. 40) defende que

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[...] uma vez conquistado esse espaço, por professores e alunos, não temos
dúvida de que a escola poderá se transformar num lugar mais “real”, mais
acessível, em que aprender será um prazer, onde a troca de informações e a
construção de saberes serão atividades constantes.

Sendo assim, o professor não deve ser um especialista em tecnologias para


conseguir atender aos anseios dos alunos nos dias atuais. Basta que ele se prepare e
prepare suas aulas de maneira a incitar o aprendiz para a busca de conhecimento, a sua
autonomia e, fazer isso, baseados em experiências, desvendando o que a rede mundial
de computadores tem a oferecer.

1.4 LETRAMENTO CRÍTICO

Ampliando a discussão fomentada por Coscarelli (2005), Menezes de Souza


(2011) lembra-nos dos conflitos e justaposição entre culturas, causadas pelo mundo
globalizado contemporâneo. Com isso, torna-se importante que a escola prepare os
alunos não somente para viver em um mundo informatizado, mas também para lidar
com os conflitos causados pelas diferenças, através do letramento crítico. No entanto,
ressalta o autor, é imprescindível compreendermos qual o real sentido de letramento
crítico.
Por crítico, Menezes e Souza (2011 p. 130) nos remete aos pressupostos de
Paulo Freire (2005, p. 242), principalmente no que concerne ao significado de
conscientização trazido por esse autor:

[...] a conscientização não era outra coisa senão o esforço da compreensão do


mundo histórico-social sobre que se está intervindo ou se pretende intervir
politicamente. O mesmo ocorre com a compreensão de um texto de cuja
invenção os leitores não podem escapar, embora respeitando o trabalho
realizado, neste sentido, por seu autor. Não há realmente, prática educativa
que não seja um ato de conhecimento e não de transferência de
conhecimento. Um ato de que o educando seja um dos sujeitos críticos.

O ato de compreender um objeto (ou situação) para Freire pode acontecer de


forma ingênua ou rigorosa. Assim, o autor difere as duas formas de analisar um mesmo
objeto: “uma coisa é exercer minha curiosidade diante [de um objeto] de uma forma

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ingênua e outra coisa é exercer essa curiosidade diante do mesmo [ob-jeto] de uma
forma mais rigorosa, criticamente” (Freire, 2005, p. 151).
Mediante observação rigorosa o sujeito leitor é capaz de diferenciar o senso
comum e aprender a ouvir o que o texto quer dizer. É nesse interim que a ação
pedagógica torna-se primordial, no sentido de “promover o afastamento das leituras
ingênuas do mundo para desenvolver leituras mais críticas” (Menezes de Souza, 2011 p.
132), lembrando que “não é falando que eu aprendo a falar, mas escutando que eu
aprendo a falar” (Freire, 2005, p. 157).
A fim de aprender a escutar para aprender a falar, que nos desenvolvemos como
pessoas críticas, enfatiza o autor. Mais uma vez, Menezes de Souza (2011, p. 132) se
remete a Freire para explicar o “eu” e o “não eu” na constituição identitária de uma
sociedade. Precisamos nos compreender como único e parte de um todo, pois “foi
exatamente o mundo, como contrário de mim, que disse a mim você é você” (Freire
2005, p. 252). São as diferenças que nos faz ser individual, em outras palavras Freire
(2005, p. 149) explica que “não é a partir de mim que eu conheço você... é o contrário.
A partir da descoberta de você como não-eu meu, que eu me volto sobre mim e me
percebo como eu e, ao mesmo tempo, enquanto eu de mim, eu vivo o tu de você”.
Em retomada ao conceito de Letramento Crítico, Menezes de Souza (2011, p.
133) pontua que é papel da escola ensinar o sujeito a escutar/ouvir, para que perceba
que seu mundo, suas palavras (valores e significados) “se originam na coletividade
sócio-histórica na qual nasceu e a qual pertence. A tarefa de letramento crítico seria
então a de desenvolver essa percepção e entendimento”.
O sentido de Letramento Crítico defendido por Menezes de Souza (2011, p. 133)
nos alerta de que:

[...] o processo de ler criticamente envolve aprender a escutar não apenas o


texto e as palavras que o leitor estiver lendo, mas também - e talvez mais
crucialmente no mundo de conflitos e diferenças de hoje - aprender a escutar
as próprias leituras de textos e palavras. Isso quer dizer que ao mesmo tempo
em que se aprender a escutar, é preciso aprender a se ouvir escutando.

Nesse sentido, o autor chama a nossa atenção para procurar perceber não apenas
como o autor produziu determinados significados que tem origem em seu contexto e seu

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pertencimento sócio-histórico, mas ao mesmo tempo, perceber como, enquanto leitores,


a nossa percepção desses significados e de seu contexto sócio-histórico está inseparável
de nosso próprio contexto sócio-histórico e os significados que dele adquirimos.
Cabe ao Letramento Crítico instigar o leitor/autor na compreensão de que a
história não é coisa do passado, ela “constitui e afeta a percepção do presente”
(Menezes de Souza, 2011, p. 137). Ao se conscientizar de que o passado influencia na
produção de significados de ações presentes, somos capazes de transformar atitudes
negativas para a atualidade em atitudes mais desejáveis diante do contexto sócio-
histórico atual e para o futuro. Trata do ato de reconhecer o hoje à luz do ontem para
projetar o amanhã.
Menezes e Souza (2011, p. 138) traça sugestões de como ensinar/aprender a
lidar com conflito e confronto diante de diferenças. Primeiramente, temos que ter claro
que as verdades e valores do outro tem uma origem na comunidade e realidade social,
que são igualmente fundamentados como os nossos valores e verdades. Ou seja,
devemos ter consciência do “não eu” e conscientizar o aluno de que o eu se constitui do
não eu, que devemos respeitar. Diante de situações de conflito devemos saber escutar o
outro e a nós mesmo escutando. O que para Menezes de Souza (2011, p.141),

[...] a escuta cuidadosa e crítica nos levará a perceber que nada disso
eliminará a diferença entre nós mesmos e o outro, e nos levará a procurar
outras formas de interação e convivência pacífica com as diferenças que não
resultem nem no confronto direto e nem na busca de uma harmoniosa
eliminação das diferenças.

É a partir dos conceitos de Letramentos (alfabético, digital, crítico) que


procuramos compreender quais ações pedagógicas são necessárias ao contexto atual de
ensino e aprendizagem de língua inglesa. Diante de contextos escolares cada vez mais
informatizados, é urgente pensarmos em práticas que envolvam a integração de
webtecnologias3 na promoção do ensino e aprendiz de língua estrangeira e aspectos
culturais provenientes do contato entre as línguas (estrangeira e nativa). Dessa forma,

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O termo é usado para denominar a integração de computadores conectados à internet em contextos
educacionais.

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apresentamos a seguir conceitos de hipertexto digital e na sequência sugerimos


atividades que envolvam o desenvolvimento de Novos Letramentos, conforme os
parâmetros atuais de ensino e aprendizagem de línguas.

2. HIPERTEXTO DIGITAL

Lima (2012) defende que quem domina o ciberespaço se considera dono do


poder. O poder de encontrar coisas que os outros não conseguem. O poder de conhecer
pessoas sem precisar se mostrar e também de ter o conhecimento a seu alcance sem
precisar recorrer aos livros ou aos professores.
Pensando nesse poder, a autora descreve o hipertexto como um poderoso
engenho de busca de informação, no qual aquele que navega pode buscar por assuntos
de seu interesse, de acordo com sua curiosidade, já que o hipertexto é uma forma de
escrita não linear, sem ponto fixo de entrada e de saída, sem uma hierarquia pré-
determinada, sempre expansível e literalmente sem limite.
Ainda seguindo os pressupostos de Lima (2012), quando se fala em hipertexto é
necessário lembrar que o termo é novo, mas sua essência existe até em textos impressos
onde ocorre a falta de linearidade, ou seja, o leitor vai direto ao ponto que deseja ler e
não existe a ideia de sequência nos dados. Nesse caso, esse tipo de leitura é um
hipertexto, porém fora do ambiente virtual. Lima (2012) lembra que:

[...] o hipertexto é como um livro impresso, no qual o autor tem disponível


uma tesoura para cortar e colar pedaços do texto de tamanhos convenientes.
A diferença é que o hipertexto eletrônico não se reduz a uma série de
anotações desordenadas: embora seja o leitor quem determina o percurso de
leitura, cabe ao autor definir a sua estrutura, estabelecendo os nós (tópicos) e
os nexos (links) hipertextuais.

O hipertexto interliga as informações, anexa dados, relaciona textos, mostra


análises em uma cadeia de elos sem fim. O leitor se torna agente de sua leitura,
escolhendo, por sua vez, os dados mais relevantes e o caminho pelo qual gostaria de
seguir através de links de imagens, palavras, ou frases que os leva para o assunto
desejado. Esses links são símbolos ou palavras que remetem o leitor a outros nós.

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Segundo Lima (2012), para lidar com o conceito de hipertexto é necessário ter
em mente outros conceitos paralelos como: Hiperdocumento, que é o conteúdo da
informação e as conexões entre esses fragmentos, independente do sistema usado para
ler ou escrever o documento; hipermídia, que é o texto não linear com informações
multimídia e o hiperespaço, que é o termo que descreve o número total de locações e
todas as suas interconexões em um ambiente “hipermidial”.
Nesses textos o leitor não deve esperar que os tópicos estejam em ordem e que
as informações tenham um começo, meio e fim. Para Lima (2012), essa não é uma
característica do hipertexto. O que não significa que a leitura não tenha fundamento.
Todo o texto que é caracterizado hipertexto tem uma maneira diferente de apresentar
seu conteúdo, porém o entendimento do leitor não fica prejudicado. O que o identifica é
justamente o fato de não atender a mesma sequência de informações de um texto
impresso.

2.1 PRINCÍPIOS DO HIPERTEXTO DIGITAL

São muitas as características de um hipertexto. Esse tipo de escrita imita a mente


humana, onde uma palavra pode trazer muitos significados agregados, impressões e
lembranças. Imagine alguém em um momento de concentração em que a mente pensa
em uma pessoa ou em um acontecimento. Nem bem seu pensamento foi concluído, logo
vem na lembrança outro pensamento, associado a essa pessoa ou acontecimento, e
assim, os pensamentos se multiplicam e, por fim, o pensador nem se lembra mais qual
foi seu pensamento inicial, de tanto que navegou por suas lembranças e pensamentos.
Lévy (1993) caracteriza o hipertexto através de seis princípios básicos, sendo
eles o de metamorfose, heterogeneidade, multiplicidade e de encaixe das escalas,
exterioridade, topologia e mobilidade dos centros.
O primeiro destacado pelo autor é o princípio da metamorfose, no qual é
percebido que um texto escrito em hipertexto está sempre mudando, seja mudando o
conteúdo humano, textual, estrutural “[...] Sua extensão, sua composição e seu desenho

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estão permanentemente em jogo para os atores envolvidos, sejam eles humanos,


palavras, imagens, traços de imagens ou de contexto, objetos técnicos, componentes
destes objetos, etc”. (Lévy, 1993, p. 25).
O segundo princípio, é o da heterogeneidade que traz a variedade de sujeitos e
materiais envolvidos na estrutura de um hipertexto. Lévy (1993, p. 25) explica que “na
memória serão encontradas imagens, sons, palavras, diversas sensações, modelos, etc., e
as conexões serão lógicas, afetivas, etc”. Os elementos de uma rede são muito variados,
porém associam-se para compor as informações.
De acordo com Lévy (1993, p. 26), “um nó ou conexão, quando analisado, pode
revelar-se como sendo um composto por toda uma rede, e assim por diante,
indefinidamente, ao longo da escala dos graus de precisão” e esse é o chamado princípio
de multiplicidade e de encaixe das escalas.
O princípio da exterioridade trata do crescimento ou diminuição do conteúdo da
rede que resultam daqueles que a alimentam com informações. Lévy (1993, p. 26) diz
que “sua composição e sua recomposição permanente dependem de um exterior
indeterminado”.
No principio da topologia, tudo que circula deve seguir um caminho, uma
topologia. Não há homogeneidade onde haja força de ligação e separação. E ainda “tudo
que se desloca deve utilizar-se da rede hipertextual tal como ela se encontra, ou então
será obrigado a modificá-la”. A rede não está no espaço, ela é o espaço. (Lévy, 1993, p.
26).
O último princípio destacado por Lévy (1993) é o da mobilidade dos centros, da
qual ele ressalta que não existe um centro definido e sim vários centros móveis nas
redes e que formam as informações, mudando sempre o seu ponto de informação.
Como é possível perceber, o hipertexto leva o hipernavegador a um mundo
diferente do que traz a leitura convencional. Ele viaja por links, textos, mídias e imagens
e se fixa naquilo que o interessa. Sendo assim, ele tem a possibilidade de se perder e
entrar num estado de sobrecarga cognitiva e de desorientação, o que foi chamado por
Marchuschi (2001) de stress cognitivo, visto que, as possibilidades são variadas e
podem levá-lo também a dispersão. Sendo assim, a leitura de um hipertexto deve ser

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feita conscientemente e o leitor, para uma leitura mais proveitosa, deve ter um mínimo
de experiência nesse mundo tão diferente. É nesse interim que a escola pode contribuir
para que os alunos se tornem “hipernavegadores” e não estressados digitais.
Autor e leitor eram entidades diferentes, separadas quando o assunto era a leitura
convencional. Um somente escrevia e o outro somente lia. Agora com o advento da rede
mundial de computadores, escritor e leitor se confundem. O autor é o próprio leitor que
pode complementar o texto do outro, mudar pontos de vista, opinar, entre outros, além
de poder desviar de seu texto inicial através dos links ativos em uma página. Essas
ações é que fazem do hipertexto uma leitura menos centrada e perigosa para os que se
distraem com facilidade.
Para alguns especialistas, o hipertexto tem mais de linguagem oral do que de
escrita. E segundo Lima (2012)
[...] pode-se contrapor o fato de que, muito além do jamais sonhado pela
simples oralidade ou pela escrita convencional, o texto virtual consegue
estabelecer a mais ampla intertextualidade, a mais ampla discussão
simultânea com outros textos e outras mídias.
A partir desse tipo de escrita, muitos temas podem ser abordados e discutidos
sem que percam sua essência. O ambiente é mais amplo e aberto para pensamentos
diferentes vindo de cabeças diferentes e as divergências podem se tornar ponto de
partida para grandes discussões.
A nosso ver, a escola pode e deve explorar as possibilidades de construção do
conhecimento favorecidas pela leitura e construção de hipertextos digitais. Uma
possibilidade que pode trazer resultados positivos é a construção colaborativa de
hipertextos.

2.2 HIPERTEXTO E ESCRITA COLABORATIVA

A escrita colaborativa é outro lugar comum na internet e no que diz respeito aos
hipertextos é uma das principais ferramentas. É como uma equipe que escreve para que
eles próprios e muitos outros possam ler e tirar suas conclusões. É como se pensamentos
e ideias pudessem se fundir e chegar a um texto único e melhor ainda, produzido pelos
leitores, muito diferente da leitura impressa, onde muitos escrevem e poucos leem.

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ISSN: 2178-1486 • Volume 2 • Número 1 • julho 2012

Claro que para uma única mente e mão escrever no papel é bem mais simples. E,
seguindo o pensamento de Lima (2012), para se chegar a uma escrita colaborativa é
necessária utilização de muita mão de obra. A começar pelos criadores das páginas no
sentido técnico, depois disso, as pessoas que se disponibilizam a escrever e continuar o
processo. Não é tão simples como no papel, mas a cada dia, mais e mais usuários se
disponibilizam a criar e a preencher essas páginas.
A internet entrou nos sistemas educacionais a partir do ano de 1990, quando se
tornou mais acessível nas universidades. Depois disso, vem se discutindo cada vez mais
o uso de hipertextos na aprendizagem. Essa discussão ainda gera muita controvérsia. A
favor do ensino mediado por estratégias de hipertextualização, Lima (2012) ressalta
que:
[...] os sistemas de hipertexto não apenas fornecem uma nova maneira de
aprender, mas também um novo caminho para o aprender a aprender,
possibilitando uma constante tomada de decisões e uma avaliação contínua, o
que, necessariamente, conduzirá ao desenvolvimento de novas habilidades
cognitivas.

São várias as vantagens do ensino permeado pelo hipertexto, entre elas pode-se
destacar a interatividade, a cooperação, o uso de materiais mais atrativos, redução de
custos e a personalização do ensino. Porém, muitas são as dúvidas ainda na
implementação do hipertexto nas escolas, como por exemplo, a questão do hipertexto
facilitar ou dificultar o aprendizado e se o país tem ou não a possibilidade de suportar as
novas tecnologias no ambiente escolar, enfatizando os fatores tecnológicos,
econômicos, logísticos e financeiros desse mesmo país (Lima, 2012). Essas dificuldades
permanecerão até o momento em que todos os docentes se capacitarem na utilização
dessas ferramentas e o país melhorar na questão da difusão das tecnologias, acrescenta a
autora.
Apesar dos empecilhos encontrados para a utilização do hipertexto em sala de
aula, as instituições estão no caminho para tornar essa questão uma realidade. Basta
verificar a quantidade de computadores e aparatos tecnológicos existentes nas escolas,
que têm sido contempladas por Programas de informatização da educação do Governo
Federal, como o Proinfo, Proinfo Integrado e o Prouca, por exemplo. No entanto, como

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destacado ao longo do texto, o que contará é a conscientização e o conhecimento de


professores e alunos para a utilização dessa nova ferramenta.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com os conceitos dos Novos Letramentos, brevemente discutidos neste ensaio, a


nosso ver, faz-se necessário e urgente a construção de propostas pedagógicas que
contemplem tais bases teóricas. Compreendemos que ações interdisciplinares de ensino
e aprendizagem de Língua Inglesa com base em conteúdos curriculares referentes à
Literatura Britânica, pode ser uma proposta que vá ao encontro dos pressupostos teórico
dos Novos Letramentos.
A partir dos estudos sobre cultura e produção literária, pode-se fomentar no
aluno uma reinterpretação e compreensão da realidade que se constrói e se vive. Em
outras palavras, temáticos referentes à Literatura Britânica, podem mediar discussões e
produções textuais sobre temas culturais, tendo como mecanismo de comunicação a
Língua Inglesa oral e escrita. Para tanto, é importante que o professor utilize ambientes
mistos, sendo, ora presencial, na sala de aula, ora online, explorando ambientes
webtecnológicos. Com isso, o professor passa de transmissor de informações
descontextualizadas para mediador de produções significativas para a realidade do
aprendiz, construindo, assim, conhecimentos referentes tanto à Língua Inglesa como a
aspectos culturais da língua.
Uma sugestão é o uso de wikis para o desenvolvimento de competência
linguístico-comunicativa multimodal. Websites do wiki permitem a construção de texto
multimodal, “que inclui a habilidade de usar estratégias para interpretar textos
compostos por palavras e imagens e habilidade de se comunicar através desses textos
compostos” (Silva, s/a). A comunicação multimodal envolve inúmeras maneiras de
transmitir mensagens e conhecimento a partir de imagens, músicas e filmes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ISSN: 2178-1486 • Volume 2 • Número 1 • julho 2012

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Carla Viana; RIBEIRO, Ana Elisa (Orgs.). Letramento digital: aspectos sociais e
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LÉVY, Pierre. As tecnologias da Inteligência. Rio de Janeiro: ed. 34, 1993.
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de aula. Linguagem & Ensino, Vol. 4, No. 1, 2001. p. 79-111.
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conflito e produção de Significação. In: MACIEL, Ruberval Franco; ARAUJO, Vanessa
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SILVA, Gisele Gama. Multimodalidade na sala de aula: Um desafio. Disponível em:
www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br. Acesso em: 19 de maio 2012.
XAVIER, Antônio Carlos dos Santos. Letramento digital e ensino. 2002. Disponível
em: <http://www.ufpe.br/nehte/artigos.htm> Acesso em: 05 de setembro 2012.

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Recebido Para Publicação em 30 de junho de 2012.


Aprovado Para Publicação em 15 de julho de 2012.

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