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EXERCÍCIO SISTEMAS DE SANEAMENTO

1. O volume de água necessário para abastecer uma população é obtido levando em consideração
as parcelas componentes dos diferentes usos e demanda de água. Cite os principais usos.
R: O homem precisa de água com qualidade satisfatória e quantidade suficiente, para satisfazer
suas necessidades de alimentação, higiene e outras, sendo um princípio considerar a quantidade
de água, do ponto de vista sanitário, de grande importância no controle e na prevenção de
doenças. Nesse aspecto, considera-se que o volume de água necessário para abastecer uma
população é obtido levando-se em consideração uma determinada demanda de consumo
caracterizada pelas parcelas componentes dos diversos usos, como:

 Doméstico: bebida; cozinha; banho; lavagem de roupas e utensílios; limpeza da


casa; descarga dos aparelhos sanitários; irrigação de jardins; e lavagem dos
veículos.
 Comercial: hotéis; pensões; restaurantes; estabelecimento de ensinos particulares;
postos de abastecimento de combustível; padarias; e açougues.
 Industrial: transformação de matéria-prima; entra na composição do produto; fins
agropecuários; e clubes recreativos.
 Público: fontes; irrigação de jardins públicos; limpeza pública; e edifícios públicos.
 Segurança: combate de incêndio.
2. Quais os fatores que afetam o consumo de água em uma cidade. Explique dois fatores de
caráter geral e dois específicos.
R: Alguns dos fatores que influenciam no consumo de água em uma cidade são:
1 - crescimento da população: A experiência tem mostrado que o consumo “per capita” tende a
aumentar à medida que aumenta a população da cidade. Entre os fatores determinantes desse fato
destacam-se a maior demanda industrial e comercial, logicamente ocorrente, as maiores
possibilidades de perdas nas extensas e, muitas vezes, obsoletas redes distribuidoras, e o uso
para fins públicos, que podem assumir proporções mais amplas com a prosperidade da
administração local e a preocupação em manter e ampliar o serviço de limpeza de pavimentos,
edifícios, monumentos e parques.
2 - natureza da cidade As cidades industriais destacam-se como as que apresentam maior
consumo per capita, em conseqüência dos gastos elevados de água, que geralmente se verificam
na maior parte das indústrias. Há entretanto, certas espécies de indústrias em que o consumo não
é tão significativo (Indústria de calçados, de móveis, de confecções). Os agrupamentos tipicamente
residenciais como as vilas operárias, cidades satélites de centros industriais e conjuntos
habitacionais, são os que apresentam consumo mais baixo, pelo fato de não existir atividade
profissional da população que acarrete uma demanda complementar à verificada nas residências.
3 - Clima Quanto mais quente a região maior o consumo. A umidade também exerce influência,
sendo maior o consumo em zonas mais secas que nas mais úmidas. De um modo geral, os valores
de consumo médio per capta oscilam de 150 L/(hab.dia) para clima semi-frio e úmido, até 300
L/(hab.dia) para clima tropical muito seco. - Influência dos Hábitos e Nível de Vida da População
Os hábitos da população refletem na utilização direta ou indireta da água, tais com em banhos,
lavagem de pisos, lavagem de logradouros, irrigação de jardins e de gramados públicos e
particulares. Sobre a influência do nível de vida, tem-se como certo que, quanto mais elevado o
estágio econômico e social da população, maior o consumo, em decorrência de um maior de
utilização da água, resultante do emprego de máquinas de lavar roupa, de lavagem de automóveis
e de numerosas outras aplicações que visam trazer conforto e facilidades. O aumento do consumo
de água com a elevação do nível de vida, identifica-se com fenômeno que se verifica também com
relação ao consumo de energia elétrica.
4 - Medição da água distribuída A presença de medidores de consumo nas instalações prediais é
um fator que muito influencia o consumo de água. A ausência de controle impede que a taxação
seja feita com base no consumo efetivo; assim, desaparece o temor de que um gasto exagerado
causado por desperdícios e fugas possa ocasionar contas elevadas. Em todas as cidades em que
o serviço medido não foi implantado, observa-se que o consumo per capita é bem mais alto
comparativamente a cidades semelhantes onde há medição, parcial ou total.
5 - Pressão na rede Quando os aparelhos e torneiras de uma instalação predial são alimentados
diretamente pela rede pública na qual reina uma pressão muito elevada, o consumo médio
aumenta devido à maior vazão, mesmo com pequena abertura das válvulas e torneiras e, também,
devido às maiores fugas ocorrentes na própria rede. Se alimentação for indireta, isto é, através de
reservatórios domiciliares, os defeitos de registros de bóia serão mais freqüentes e ocasionarão,
igualmente, perdas de água e, portanto, maior consumo. Por isso, às redes distribuidoras devem
trabalhar com pressão tanto quanto possível reduzida, desde que assegure o abastecimento
adequado a todos os prédios servidos.
3. Explique manancial superficial e manancial subterrâneo.
R: Os Mananciais são toda fonte de água de onde é retirada a água para abastecimento. Os
mesmos são divididos em: 1 - manancial superficial: É toda parte de um manancial que escoa na
superfície terrestre, compreendendo os córregos, ribeirões, rios, lagos e reservatórios artificiais; 2 -
Manancial Subterrâneo: trata-se do manancial que se encontra totalmente abaixo da superfície
terrestre, compreendendo os lençóis freático e profundo, tendo sua captação feita através de poços
rasos ou profundos, galerias de infiltração ou pelo aproveitamento das nascentes.

4. Quais as formas de captação de água? Cite exemplos.


R: De acordo com o manancial a ser aproveitado, podem ser utilizadas as seguintes formas de
captação:

 Superfície de coleta (água de chuva): A água de chuva pode ser armazenada em cisternas,
que são pequenos reservatórios individuais;

 Caixa de tomada (nascente de encosta): O aproveitamento da água de encosta é realizado


através da captação em caixa de tomada. Para prevenir a poluição da água essa caixa deve
ter as paredes impermeabilizadas, tampa, canaletas para afastamento das águas de
chuvas, bomba para retirada da água, ser convenientemente afastada de currais, pocilgas,
fossas e ter sua área protegida por uma cerca.

 Galeria filtrante (fundo de vales): O aproveitamento da fonte de fundo de vale é conseguido


por meio de um sistema de drenagem subsuperficial sendo, em certos casos, possível usar
a técnica de poço raso para a captação da água. Normalmente, a captação é feita por um
sistema de drenos que termina em um coletor central e deste vai a um poço.

 Poço escavado (lençol freático): Também conhecidos como poços rasos ou freáticos, com
diâmetro mínimo de 90 centímetros, são destinados tanto ao abastecimento individual como
coletivo. Esta solução permite o aproveitamento da água do lençol freático, atuando
geralmente, entre 10 a 20 metros de profundidade, podendo obter de dois a três mil litros de
água por dia.
 Poço tubular profundo (lençol subterrâneo): Os poços tubulares profundos captam água do
aqüífero denominado artesiano ou confinado, localizado abaixo do lençol freático, entre
duas camadas impermeáveis e sujeitas a uma pressão maior que a atmosférica.

 Tomada direta de rios, lagos e açudes (mananciais de superfície).

5. Quais as partes constitutivas do sistema convencional de abastecimento de água?


R: Um sistema convencional de abastecimento de água é constituído das seguintes unidades:
captação, adução, estação de tratamento, reservação, redes de distribuição e ligações
domiciliares.
6. Explique resumidamente as constituintes do fluxograma apresentado na figura abaixo.

R: Captação: A seleção da fonte abastecedora de água é fundamental na construção de um


sistema de abastecimento. Ao escolher uma fonte, ela avalia-se a sua localização, topografia da
região, vazão do manancial e a presença de possíveis focos de contaminação. A captação pode
ser superficial ou subterrânea. A superficial é feita nos rios, lagos ou represas, por gravidade ou
bombeamento. No caso do bombeamento, uma casa de máquinas é construída junto à captação,
com conjuntos de motobombas que sugam a água do manancial e a enviam para a estação de
tratamento. A captação subterrânea é efetuada por meio de poços artesianos - perfurações com 50
a 100 metros feitas no terreno para captar a água dos lençóis subterrâneos. A água desses lençóis
também é sugada por motobombas instaladas perto do lençol d’água e enviada à superfície por
tubulações. A água dos poços artesianos está, em sua quase totalidade, isenta de contaminação
por bactérias e vírus, além de não apresentar turbidez e cor.
Estação Elevatória de água Bruta: Chama-se de elevatória ao conjunto de bombas e acessórios
que eleva a água de um ponto mais baixo para um mais alto. As elevatórias podem estar
localizadas antes, dentro ou depois da estação de tratamento de água. Podem ser elevatórias de
água bruta ou tratada, quando conduzem água bruta ou tratada, respectivamente. Quando a
elevatória localiza-se entre um trecho e outro da rede de distribuição, ela recebe o nome de
booster. Uma bacia hidrográfica pode ter o terreno tão íngreme que a água, para chegar a
determinados pontos, deverá ser recalcada, utilizando-se bombas. Nesses casos a existência de
elevatórias é essencial, tanto para captar a água quanto para conduzi-la a pontos de distribuição,
viabilizando, assim, o tratamento da água e sua distribuição às pessoas. As bombas devem ser
instaladas, de preferência, abrigadas. Contudo, nem sempre isso é possível ou necessário (por
exemplo, bomba submersa). Uma casa de bomba deve ter iluminação e ventilação adequadas e
espaço suficiente para sua instalação, de forma a permitir o acesso, com segurança, ao operário.
As elevatórias podem ter diferentes formas; isso dependerá das características e da quantidade de
bombas, do tipo de acionamento escolhido e do espaço necessário para instalação das tubulações
e acessórios. As tomadas de água em que se utilizam bombas podem ser realizadas por captação
flutuante, torre de tomada de água, caixa de tomada de água, poço de sucção. As bombas para
tomada de água bruta podem ficar localizadas em uma estação elevatória próxima ao manancial,
no próprio manancial, em um abrigo sobre bóias flutuantes, ou podem estar submersas, no caso de
captação em poços.
Adução: Transporte do montante de água coletado através de adutoras, podendo este ser por
recalque (bombeamento) ou por gravidade, e sendo nomeado de acordo com o início-fim do
transporte. Exemplo: Captação-Tratamento, Tratamento-Reservação, etc.;
Estação de tratamento de água (ETA) e fases de processamento: 1 - Oxidação: injeção de
cloro ou produto similar na água para tornar insolúveis os metais presentes, principalmente ferro e
manganês. Dessa forma, eles poderão ser removidos nas outras etapas de tratamento. Nessa fase
também pode ocorrer a oxidação de matéria orgânica, como os restos de folhas e as algas. 2 -
Coagulação: a remoção das partículas de sujeira se inicia no tanque de mistura rápida com a
dosagem de sulfato de alumínio ou cloreto férrico, produtos químicos que têm o poder de
aglomerar ou “coagular” a sujeira, formando flocos. Ao mesmo tempo, adiciona-se cal para otimizar
o processo e manter o pH da água no nível adequado. 3 - Floculação: nessa etapa, a água já
coagulada movimenta-se de tal forma dentro dos tanques que os flocos se misturam uns com os
outros, ganhando peso, volume e consistência. 4 - Decantação: os flocos formados anteriormente
separam-se da água e se sedimentam, pela força da gravidade, no fundo dos tanques. A água
decantada (que fica na parte superior) vai para os filtros. 5- Flotação com ar dissolvido: os flocos
formados anteriormente separam-se da água e flotam, sendo recolhidos por calhas coletoras. A
água sem os flocos vai para os filtros. 6 - Filtração: a água ainda contém impurezas que não foram
completamente sedimentadas ou flotadas nos processos de decantação ou de flotação. Para isso,
ela passa por filtros constituídos por camadas de areia ou areia e antracito suportadas por cascalho
de diversos tamanhos que retêm a sujeira restante. 7 - Desinfecção: embora já esteja limpa nessa
etapa, a água recebe ainda o cloro, para eliminar os germes nocivos à saúde e garantir a qualidade
da água nas redes de distribuição e nos reservatórios. 8 -Correção de pH: para proteger as
canalizações das redes e das casas contra corrosão ou incrustação, a água recebe uma dosagem
de cal, que corrige seu pH. 9 - Fluoretação: finalizado o tratamento, a água recebe uma dosagem
de composto de flúor (ácido fluossilícico), uma exigência do Ministério da Saúde. A presença do
flúor previne as cáries dentárias, especialmente no período de formação dos dentes, que vai da
gestação até a idade de 15 anos
Reservação: Depois de tratada nas ETAs, a água é armazenada em reservatórios, que podem ser
subterrâneos (enterrados), apoiados ou elevados, dependendo da sua posição em relação ao solo.
Os reservatórios são importantes para manter a regularidade do abastecimento, mesmo quando é
necessário paralisar a produção para manutenção em qualquer uma das unidades do sistema.
Também são utilizados para atender as demandas extraordinárias que podem ocorrer nos períodos
de calor intenso.
Redes de distribuição: Para chegar aos imóveis, a água passa por vários canos enterrados sob a
pavimentação das ruas da cidade. Essas canalizações são chamadas redes de distribuição. Para
que uma rede de distribuição possa funcionar perfeitamente, é necessário haver pressão
satisfatória em todos os seus pontos. Nos trechos com menor pressão, instalam-se bombas,
chamadas boosters, para levar a água para locais mais altos. Muitas vezes, é preciso construir
estações elevatórias, equipadas com bombas de maior capacidade. Nos trechos de redes com
pressão em excesso, são instaladas válvulas redutoras.
7. Explique o que é controle de qualidade da água para consumo humano.
R: A qualidade da água é resultante de fenômenos naturais e da atuação do homem. De modo
geral, pode-se dizer que a qualidade de uma determinada água é função do uso e da ocupação do
solo na bacia hidrográfica. Tal se deve aos seguintes fatores: Condições naturais: mesmo com a
bacia hidrográfica preservada nas suas condições naturais, a qualidade das águas subterrâneas é
afetada pelo escoamento superficial e pela infiltração no solo, resultantes da precipitação
atmosférica. O impacto nas mesmas é dependente do contato da água em escoamento ou
infiltração com as partículas, substâncias e impurezas no solo. Assim, a incorporação de sólidos
em suspensão (ex.: partículas de solo) ou dissolvidos (ex.: íons oriundos da dissolução de rochas)
ocorre, mesmo na condição em que a bacia hidrográfica esteja totalmente preservada em suas
condições naturais (ex.: ocupação do solo com matas e florestas). Neste caso, tem grande
influência a cobertura e a composição do solo; e - Interferência do homem: a interferência do
homem quer de uma forma concentrada, como na geração de despejos domésticos ou industriais,
quer de uma forma dispersa, como na aplicação de defensivos agrícolas no solo, contribui na
introdução de compostos na água, afetando a sua qualidade. Portanto, a forma em que o homem
usa e ocupa o solo tem uma implicação direta na qualidade da água. O controle da qualidade da
água de consumo humano se tornou uma ação de saúde pública a partir da década de 1970,
quando a portaria No 52 Bsb 77 do Ministério da Saúde instituiu a norma de potabilidade em todo o
território nacional. Entretanto, a implementação de um programa de vigilância da qualidade da
água só ocorreu a partir da criação do Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde em
1999, e da publicação da portaria 1.469 em 2000. Água potável é a água para consumo humano
cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de
potabilidade e que não ofereça riscos à saúde. A água própria para o consumo humano, ou água
potável, deve obedecer a certos requisitos de ordem: A água deve estar: - isenta de substâncias
químicas e organismos prejudiciais à saúde; - adequada para serviços domésticos; - de baixa
agressividade e dureza; - esteticamente agradável (baixa turbidez, cor, sabor e odor) e ausência de
organismos visíveis.
8. Explique em que consiste o tratamento de água.
R: O tratamento de água consiste na remoção de impurezas e contaminantes antes de destiná-la
ao consumo. Isso porque a água sempre contém resíduos das substâncias presentes no meio
ambiente como micro-organismos e sais minerais, necessitando, pois, de tratamento para remover
as impurezas que podem ser prejudiciais ao homem.

9. Explique o fluxograma de tratamento de água apresentado na figura acima.


R:
10. Explique como se dá a origem das águas residuárias.
R: Águas residuais são aquelas descartadas pelas atividades humanas, vulgarmente denominada
como esgoto. Após a utilização humana, a água apresenta suas características naturais alteradas e
com uma quantidade considerável de poluentes, seja pelo uso doméstico, comercial ou industrial, e
a devolução desta água ao meio ambiente deve prever o seu devido tratamento a fim de evitar que
este seja prejudicado, bem como a saúde das pessoas. As águas residuais podem ser
classificadas em cinco tipos, de acordo com a sua origem.

• Águas residuais domésticas: proveniente de instalações residenciais, do metabolismo humano


e de atividades domésticas como banhos, cozinhas e lavagens de pavimentos domésticos;
• Águas residuais industriais: águas residuais provenientes de instalações utilizadas para todo o
tipo de comércio ou indústria, resultantes de processos de fabricação;
• Águas residuais por escorrência urbana: mistura de águas residuais domésticas com águas
residuais industriais e/ou água de escoamento pluvial, além de chuvas, regas, lavagem de
pavimentos públicos;
• Águas residuais de infiltração: águas residuais resultantes de infiltrações nos coletores de água
nos terrenos;
• Águas residuais turísticas: águas residuais que apresentam características sazonais, com
menor ou maior carga poluente provenientes de estabelecimentos hoteleiros ou complexos
turísticos isolados.

11. Quais as parcelas que constituem o esgoto sanitários? Explique-as.


R: Esgotos são os despejos provenientes das diversas modalidades do uso da água, tais com as
de uso doméstico, comercial, industrial, de utilidade pública, de áreas agrícolas, de superfície, de
infiltração, pluviais, etc e são divididos em duas áreas.

Esgotos Sanitários: São essencialmente domésticos, contendo também águas de infiltração e


ainda uma parcela não significativa de despejos industriais, com características bem definidas. Os
esgotos domésticos provêm principalmente de residências, edifícios comerciais, instituições ou
quaisquer edificações que contenham banheiros, lavanderias ou cozinhas.

Esgotos Industriais: Extremamente diversificados, provêm de qualquer utilização para fins


industriais e adquirem características próprias em função do processo industrial empregado.
12. Defina sistema de esgotamento sanitário.
R: O esgoto sanitário ou efluente doméstico são os termos usados para caracterizar dejetos
provenientes de residências, edifícios comerciais, indústrias, instituições ou quaisquer edificações
que contenham banheiros e/ou cozinhas, dispostos em fossas ou tanques de acúmulo. Compõem-
se basicamente de líquidos de hábitos higiênicos e das necessidades fisiológicas como urina,
fezes, restos de comida, lavagem de áreas comuns, etc. Sua composição inclui sólidos suspensos,
sólidos dissolvidos, matéria orgânica, nutrientes (nitrogênio e fósforo) e organismos patogênicos
(vírus, bactérias, protozoários e helmintos). Necessita-se de um meio destinado a afastar,
transportar e tratar estas águas residuárias da comunidade de uma forma adequada do ponto de
vista sanitário, o que é conseguido com a implementação do Sistema de esgotos sanitários,
conjunto de obras e instalações projetadas para este fim.

13. Quais os principais benefícios oferecidos por esse sistema?


R: As principais vantagens do sistema de esgotamento sanitário são a conservação dos recursos
naturais, eliminação de focos de poluição e contaminação, redução das doenças causadas pelas
águas contaminadas por dejetos, bem como a diminuição de custo no tratamento de água para
abastecimento (que seriam ocasionadas pela poluição dos mananciais).

14. Explique a diferença entre os sistemas de esgotamento individual e coletivo.


R: Sistema de esgotos sanitários é o conjunto de obras e instalações destinadas a propiciar o
transporte, afastamento, tratamento e disposição final das águas residuárias (esgoto gerado por
uma comunidade ou por indústrias) da comunidade, de uma forma adequada do ponto de vista
sanitário. O fluxo natural dos esgotos é por gravidade, isto é, os esgotos fluem naturalmente dos
pontos mais altos para os pontos mais baixos. As águas residuárias, provenientes das habitações,
estabelecimentos comerciais e industriais, instituições e edifícios públicos e hospitais, são
conduzidas pelas redes coletoras aos coletores tronco e interceptores. Existem, basicamente, dois
tipos de sistema para o esgotamento de uma determinada área: sistema individual e sistema
coletivo. Os Sistemas individuais são adotados para atendimento unifamiliar e consistem no
lançamento dos esgotos domésticos gerados em uma unidade habitacional, usualmente em fossa
séptica seguida de dispositivo de infiltração no solo (sumidouro, irrigação sub-superficial). Os
sistemas coletivos consistem em canalizações que recebem o lançamento dos esgotos,
transportando-os ao seu destino final correto. Em alguns casos, a região a ser atendida poderá
estar situada em área afastada do restante da comunidade, ou mesmo em áreas cujas altitudes
encontram-se em níveis inferiores. Nestes casos, existindo área disponível cujas características do
solo e do lençol d’água subterrâneo sejam propícias à infiltração dos esgotos, poder-se-á adotar a
solução de atendimento coletivo da comunidade através de uma única fossa séptica de uso
coletivo, que também atuará como unidade de tratamento dos esgotos.

15. Explique a diferença entre os sistemas de esgotamento unitário e separador absoluto.


R: Em áreas urbanas, a solução coletiva mais indicada para a coleta dos esgotos pode variar entre
Sistema unitário ou combinado e Sistema separador. O Sistema unitário ou combinado consiste em
um sistema em que as canalizações são construídas para coletar e conduzir as águas residuárias
juntamente com as águas pluviais. Já no Sistema separador os esgotos sanitários e as águas de
chuva são conduzidos ao seu destino final, em canalizações separadas.

16. Quais os principais inconvenientes do sistema unitário?


R= Os sistemas unitários não têm sido utilizados no Brasil, devido aos seguintes inconvenientes: 1
- riscos de refluxo do esgoto sanitário para o interior das residências, por ocasião das cheias; 2 - as
estações de tratamento não podem ser dimensionadas para tratar toda a vazão que é gerada no
período de chuvas. Desta forma, uma parcela de esgotos sanitários não tratados que se encontram
diluídos nas águas pluviais será extravasada para o corpo receptor, sem sofrer tratamento.
17. Quais os principais vantagens do sistema separador absoluto?
R: No Brasil, adota-se basicamente o sistema separador absoluto, devido às vantagens
relacionadas a seguir: 1 - O afastamento das águas pluviais é facilitado, pois pode-se ter diversos
lançamentos ao longo do curso d’água, sem necessidade de seu transporte a longas distâncias; 2 -
Possibilidade do emprego de diversos materiais para as tubulações de esgotos, tais como: tubos
cerâmicos, de concreto, PVC ou, em casos especiais, ferro fundido; 3 - Possível planejamento de
execução das obras por partes, considerando a importância para a comunidade e possibilidades de
investimentos; Não ocorrência de extravasão dos esgotos nos períodos de chuva intensa,
reduzindo-se a possibilidade da poluição dos corpos d’água.
18. Quais as partes componentes do sistema convencional de esgotamento?
R: A solução de esgotamento sanitário mais freqüentemente usada para o atendimento de um
município se faz através dos sistemas denominados convencionais. As unidades que podem
compor um sistema convencional de esgotamento sanitário são as seguintes: 1 – Canalizações:
coletores, inspetores e emissários; 2 – Estações elevatórias. Ao se estudar as alternativas de
esgotamento sanitário de uma localidade, são usuais delimitarem-se bacias sanitárias a serem
esgotadas. A bacia sanitária é a área a ser esgotada, contribuinte por gravidade num mesmo ponto
do interceptor. As Partes constitutivas do sistema convencional são as seguintes:

• Rede coletora: Conjunto de canalizações destinadas a receber e conduzir as águas de esgoto dos
edifícios. Dividem-se em Coletores secundários (recebem diretamente as ligações prediais) e
Coletores-tronco (coletor principal de uma bacia de drenagem, que recebe a contribuição dos
coletores secundários, conduzindo seus efluentes a um interceptor ou emissário)

• Interceptor: Canalização que recebe coletores ao longo de seu comprimento, não recebendo
ligações prediais diretas; em geral os interceptores passam nos fundos de vale.

• Emissário: Canalização destinada a conduzir os esgotos a um destino conveniente – estação de


tratamento e/ ou lançamento – sem receber contribuições em marcha; Corpo de água receptor
Corpo de água onde são lançados os esgotos;

• Estação elevatória: Conjunto de instalações destinadas a transferir os esgotos de uma cota mais
baixa para outra mais alta;

• Estação de tratamento (ETE) Conjunto de instalações destinadas à depuração dos esgotos, antes
de seu lançamento;

• Sifões invertidos: Obras destinadas à transposição de obstáculos pelas tubulações de esgotos,


funcionando sob pressão.

19. O que objetiva o tratamento e esgoto?


R: O esgoto é uma mistura de água e matéria orgânica (fezes, urina e água do serviço doméstico),
99 % do volume do esgoto pode ser água e 1% ou mais pode ser de matéria orgânica. Assim, o
objetivo principal do tratamento de esgoto é desfazer essa mistura, removendo os sólidos
suspensos e dissolvidos, bem como a matéria orgânica, nutrientes e
organismos patogênicos (causadores de doenças).
20. Qual a classificação do sistema de tratamento de esgoto em função da predominância do
processo? Explique cada uma delas.
21. Qual a classificação do sistema de tratamento de esgoto em função da eficiência das
unidades? Explique cada uma delas.
22. Quais os subprodutos gerados no tratamento de esgoto?
R: O tratamento de esgotos gera como subprodutos o lodo, o efluente tratado e o biogás.
23. Explique a diferença entre lixo e resíduos sólidos.
R: Lixo é todo e qualquer material descartado pela atividade humana, doméstica, social e industrial,
que é jogado fora, pois para o seu proprietário não tem mais valor. Já resíduo configura-se como
sendo a sobra no processo produtivo e é equivalente a refugo ou rejeito.
24. Qual a definição de resíduos sólidos de acordo com a NBR 10.004/2004?

R: A norma em questão conceitua os resíduos sólidos como sendo aqueles resíduos nos
estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica,
hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição
os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em
equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos
cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou
corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face
à melhor tecnologia disponível.

25. Qual a definição de resíduos sólidos de acordo com a Lei N°12.305/2010?

R: A presente lei expressa que resíduos sólidos é qualquer material, substância, objeto ou
bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final
se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou
semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou
exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor
tecnologia disponível.
26. Explique destinação final ambientalmente adequada.

R: É a destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a


recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos
competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final, observando
normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à
segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.
27. Explique disposição final ambientalmente adequada.

R: Trata-se da distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas


operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança
e a minimizar os impactos ambientais adversos.
28. Quais as classificações mais importantes dos resíduos sólidos?

R: Os resíduos sólidos podem ser classificados de acordo com a origem, tipo de resíduo,
composição química e periculosidade conforme abaixo:

A - De acordo com a ORIGEM:

- “Resíduo Hospitalar ou de Serviços de Saúde”: qualquer resto proveniente de hospitais e


serviços de saúde como pronto-socorro, enfermarias, laboratórios de análises clínicas,
farmácias, etc.. Geralmente é constituído de seringas, agulhas, curativos e outros materiais
que podem apresentar algum tipo de contaminação por agentes patogênicos (causadores
de doenças);
- “Resíduo Domiciliar”: são aqueles gerados nas residências e sua composição é
bastante variável sendo influenciada por fatores como localização geográfica e renda
familiar. Porém, nesse tipo de resíduo podem ser encontrados restos de alimentos,
resíduos sanitários (papel higiênico, por exemplo), papel, plástico, vidro, etc. Atenção:
alguns produtos que utilizamos e descartamos em casa são considerados perigosos e
devem ter uma destinação diferente dos demais, preferencialmente para locais destinados
a resíduos perigosos. Por exemplo: pilhas e baterias, cloro,água sanitária, desentupidor de
pia, limpadores de vidro, fogão e removedor de manchas, aerossóis, medicamentos
vencidos, querosene, solventes, etc.

- “Resíduo Agrícola”: são aqueles gerados pelas atividades agropecuárias (cultivos,


criações de animais, beneficiamento, processamento, etc.). Podem ser compostos por
embalagens de defensivos agrícolas, restos orgânicos (palhas, cascas, estrume, animais
mortos, bagaços, etc.), produtos veterinários e etc..

- “Resíduo Comercial”: são aqueles produzidos pelo comércio em geral. A maior parte é
constituída por materiais recicláveis como papel e papelão, principalmente de embalagens,
e plásticos, mas também podem conter restos sanitários e orgânicos.

- “Resíduo Industrial”: são originados dos processos industriais. Possuem composição


bastante diversificada e uma grande quantidade desses rejeitos é considerada perigosa.
Podem ser constituídos por escórias (impurezas resultantes da fundição do ferro), cinzas,
lodos, óleos, plásticos, papel, borrachas, etc.

- “Entulho”: resultante da construção civil e reformas. Quase 100% destes resíduos podem
ser reaproveitados embora isso não ocorra na maioria das situações por falta de
informação. Os entulhos são compostos por: restos de demolição (madeiras, tijolos,
cimento, rebocos, metais, etc.), de obras e solos de escavações diversas.

- “Resíduo Público ou de Varrição": é aquele recolhido nas vias públicas, galerias, áreas
de realização de feiras e outros locais públicos. Sua composição é muito variada
dependendo do local e da situação onde é recolhido, mas podem conter: folhas de árvores,
galhos e grama, animais mortos, papel, plástico, restos de alimentos, etc..

- “Resíduos Sólidos Urbanos”: é o nome usado para denominar o conjunto de todos os


tipos de resíduos gerados nas cidades e coletados pelo serviço municipal (domiciliar, de
varrição, comercial e, em alguns casos, entulhos).

- “Resíduos de Portos, Aeroportos e Terminais Rodoviários e Ferroviários”: o lixo


coletado nesses locais é tratado como “resíduo séptico”, pois pode conter agentes
causadores de doenças trazidas de outros países. Os resíduos que não apresentam esse
risco de contaminação, podem ser tratados como lixo domiciliar.

- “Resíduo de Mineração”: podem ser constituídos de solo removido, metais pesados,


restos e lascas de pedras, etc.

B - De acordo com o TIPO:


- “Resíduo Reciclável”: papel, plástico, metal, alumínio, vidro, etc.

- “Resíduo Não Reciclável” ou “Rejeito”: resíduos que não são recicláveis, ou resíduos
recicláveis contaminados;

C - De acordo com a COMPOSICÃO QUÍMICA:

- Orgânicos: restos de alimentos, folhas, grama, animais mortos, esterco, papel, madeira,
etc.. Muita gente não sabe, mas alguns compostos orgânicos podem ser tóxicos. São os
chamados “Poluentes Orgânicos Persistentes” (POP) e “Poluentes Orgânicos Não
Persistentes”.

“Poluentes Orgânicos Persistentes” (POP): hidrocarbonetos de elevado peso molecular,


clorados e aromáticos, alguns pesticidas (Ex.: DDT, DDE, Lindane, Hexaclorobenzeno e
PCB`s). Estes compostos orgânicos são tão perigosos que foi criada uma norma
internacional para seu controle denominada “Convenção de Estocolmo”.

“Poluentes Orgânicos Não Persistentes”: óleos e óleos usados, solventes de baixo peso
molecular, alguns pesticidas biodegradáveis e a maioria dos detergentes (Ex.:
organosfosforados e carbamatos).

- Inorgânicos: vidros, plásticos, borrachas, etc.

D - De acordo com a PERICULOSIDADE:

Essa classificação foi definida pela ABNT na norma NBR10004:2004 da seguinte forma:

- Resíduos Perigosos (Classe I): são aqueles que por suas características podem
apresentar riscos para a sociedade ou para o meio ambiente. São considerados perigosos
também os que apresentem uma das seguintes características: inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxicidade e/ou patogenicidade. Na norma estão definidos os
critérios que devem ser observados em ensaios de laboratório para a determinação destes
itens. Os resíduos que recebem esta classificação requerem cuidados especiais de
destinação.

- Resíduos Não Perigosos (Classe II): não apresentam nenhuma das características acima,
podem ainda ser classificados em dois subtipos:

Classe II A – não inertes: são aqueles que não se enquadram no item anterior, Classe I,
nem no próximo item, Classe II B. Geralmente apresenta alguma dessas características:
biodegradabilidade, combustibilidade e solubilidade em água.

Classe II B – inertes: quando submetidos ao contato com água destilada ou desionizada, à


temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a
concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, com exceção da cor,
turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G da norma NBR10004:2004.

29. Explique a classificação feita em função dos riscos potenciais ao meio ambiente.
R: A classificação quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente é estabelecida pela NBR
10004/2004:
- Resíduos Perigosos (Classe I): são aqueles que por suas características podem
apresentar riscos para a sociedade ou para o meio ambiente. São considerados perigosos
também os que apresentem uma das seguintes características: inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxicidade e/ou patogenicidade. Na norma estão definidos os
critérios que devem ser observados em ensaios de laboratório para a determinação destes
itens. Os resíduos que recebem esta classificação requerem cuidados especiais de
destinação.

- Resíduos Não Perigosos (Classe II): não apresentam nenhuma das características acima,
podem ainda ser classificados em dois subtipos:

Classe II A – não inertes: são aqueles que não se enquadram no item anterior, Classe I,
nem no próximo item, Classe II B. Geralmente apresenta alguma dessas características:
biodegradabilidade, combustibilidade e solubilidade em água.

Classe II B – inertes: quando submetidos ao contato com água destilada ou desionizada, à


temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a
concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, com exceção da cor,
turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G da norma NBR10004:2004.

30. Quais os métodos mais comuns de disposição final de resíduos sólidos. Explique cada um.

R: As formas mais conhecidas de disposição final de resíduos são:

Aterro Sanitário: Método que utiliza princípios de engenharia para confinar resíduos
sólidos à menor área possível e reduzí-los ao menor volume possível, cobrindo-os com
uma camada de terra na conclusão da jornada de trabalho ou a intervalos menores, se
necessário. Os aterros sanitários apresentam em geral a seguinte configuração: setor de
preparação, setor de execução e setor concluído. Alguns aterros desenvolvem esses
setores concomitante em várias áreas, outros de menor porte desenvolvem cada setor de
cada vez.
Aterro Controlado: é uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem
causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos
ambientais. Esse método utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos,
cobrindo-os com uma camada de material inerte na conclusão de cada jornada de
trabalho.
Lixão a céu aberto.

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