Você está na página 1de 10

INTRODUÇÃO

Tanto o Recurso Ordinário quanto o Recurso de Revista fazem parte da fase


recursal do processo do trabalho juntamente com o agravo de instrumento, fase em
que as partes apresentam recursos com o propósito de modificar as decisões
anteriores. Após essa fase, a próxima será a fase de Liquidação da sentença que
compreende a impugnação aos cálculos de liquidação bem como a Homologação dos
Cálculos. A próxima fase é a de Execução onde compete o Embargos a Execução, a
Impugnação à Sentença de Liquidação, a Sentença Resolutória de Embargos à
Execução e Impugnação a Sentença de Liquidação, e o Agravo de Petição.

RECURSO ORDINÁRIO

Os recursos ordinários são os recursos cabíveis para impugnar decisões


havidas nos casos previstos no art. 539 do CPC, os requisitos necessários para a
sua interposição são àqueles previsto para qualquer outro recurso em geral.

Art. 539. Serão julgados em recurso ordinário:


I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os hábeas data e
os mandados de injunção decididos em única instância pelos Tribunais superiores,
quando denegatória a decisão;
II - pelo Superior Tribunal de Justiça:
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal e Territórios,
quando denegatória a decisão;
b) as causas em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo
internacional e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.

Só as decisões coletivas dos tribunais é que desafiam a interposição de


Recurso Ordinário; ou seja, ele não é cabível contra as decisões singulares de
relatores e presidentes dos tribunais.
A interposição do Recurso Ordinário faz em relação ao órgão a quo, em petição
fundamentada com as razões que embasam o pedido.
Depende de preparo, quando for o caso, e será debatida toda a matéria
impugnada. Via de regra terá efeito suspensivo, a não ser nos casos expressos em
que a própria apelação não possui esse efeito.
Um recurso contra sentença definitiva da instância a quo para a instância ad
quem e tem previsão legal no art. 895 da CLT, in verbis:

Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior:


a) das decisões definitivas das Juntas e Juízos, no prazo de 10 (dez) dias;
b) das decisões definitivas dos Tribunais Regionais, em processos de sua
competência originária, no prazo de 10 (dez) dias, quer nos dissídios individuais, quer
nos dissídios coletivos.

O recurso ordinário, portanto, pode ser interposto contra sentenças definitivas


ou terminativas proferidas pela Vara Trabalhista ou pelo juiz de direito que atue no
exercício da função trabalhista. Também será cabível contra as decisões definitivas
proferidas pelos TRT’s em processo de sua competência originária, como mandado
de segurança e ação rescisória, independentemente de ser proferida em dissídios
individuais ou coletivos. .
Todavia, o prazo para interposição não é mais o de 10 dias, conforme
estabelece a CLT, tendo em vista que o art. 6º, da Lei 5.584/70 estabelece 8 dias
(contados do primeiro dia útil seguinte ao do recebimento da notificação) como o
novo prazo para interpor e contra arrazoar qualquer recurso no processo do trabalho.
Vejamos o dispositivo:

Art. 6º. Será de 8 (oito) dias o prazo para interpor e contra-arrazoar qualquer
recurso (CLT, art. 893).

As pessoas jurídicas de direito público têm prazo em dobro para recorrer, mas
não para apresentar contra razões.
Com isso, por exemplo, indeferida a petição inicial e, consequentemente,
extinto o processo sem resolução de mérito por faltar alguma das condições da ação
ou dos pressupostos de constituição e desenvolvimento do processo, somente resta
ao prejudicado a possibilidade de interpor recurso ordinário, por conta da sentença
terminativa proferida. O mesmo efeito ocorre quando a demanda trabalhista é
arquivada em razão da ausência do reclamante à audiência.
Além das sentenças, algumas decisões interlocutórias de natureza terminativa
do feito podem ser questionadas mediante recurso ordinário, conforme estabelece o
art. 799, §2º da CLT.
RECURSO DE REVISTA

A revista cabe das decisões de última instância ordinária, quer decidam o


mérito ou não e sejam definitivas. Sua principal função é de pacificar e padronizar o
entendimento das leis no âmbito da Justiça do Trabalho.
É enviado ao Presidente do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida e
suas razões serão dirigidas à Turma do Tribunal Superior do Trabalho.
O prazo para interpor o recurso de revista é de 08 dias, contados da data de
publicação do acórdão recorrido.
Para utilizá-lo a parte deverá efetuar em juízo, o depósito no valor da
condenação definida no segundo grau. Esta quantia, entretanto, deverá limitar-se ao
valor da condenação ou a importância referente ao valor do depósito recursal que,
atualmente, é de R$10.714,51.
Havendo a condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito
recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou
o depósito não pleiteia sua exclusão da lide.
As hipóteses de cabimento do recurso de revista encontram-se expressamente
estabelecidas nas alíneas "a", "b" e "c" do artigo 896 da CLT.
Ocorrerá divergência jurisprudencial ensejadora do recurso de revista quando
for dada a um mesmo dispositivo de lei federal interpretação jurídica diversa por outro
Tribunal Regional.
O recurso de revista devolve ao Tribunal Superior do Trabalho apenas a
apreciação da matéria de direito objeto da controvérsia. Desta forma, não cabe
recurso de revista para o reexame de fatos e provas.
Conforme estabelece o parágrafo 6º do artigo 896 da CLT, nas causas sujeitas
a procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por
contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho
e por violação direta à constituição Federal. Sua admissibilidade do recurso de
revista depende da demonstração inequívoca de violência direta à Constituição
Federal.
Ocorrerá a preclusão se a parte não ajuizar, previamente, petição de embargos
declaratórios com a finalidade de suprir a omissão apontada no recurso de revista.
O primeiro juízo de admissibilidade do recurso de revista será realizado pelo
presidente do Tribunal Regional do Trabalho prolator da decisão recorrida. O Tribunal
Superior do Trabalho não está subordinado ao juízo de admissibilidade realizado pelo
Tribunal regional "a quo". O despacho de admissibilidade ou não do recurso de
revista deverá ser fundamentado e principalmente, indicar os motivos de seu
convencimento. O recurso próprio a ser ajuizado em face do despacho que não
admite o recurso de revista é o agravo de instrumento.
O segundo juízo de admissibilidade será realizado pelo ministro relator do
processo no Tribunal Superior do Trabalho que, conforme já informado, não esta
subordinado ao juízo de admissibilidade realizado pelo Tribunal Regional "a quo".
A redação atual do parágrafo 1º do artigo 896 da CLT estabelece que o recurso
de revista é dotado apenas de efeito devolutivo. Entretanto, embora raramente
alcançado, dependendo das questões debatidas no âmbito do recurso de revista, o
efeito suspensivo poderá ser obtido através do manejo de ação cautelar.
Desta forma, considerando a inexistência do efeito suspensivo, autoriza-se que
a parte requeira a extração de carta de sentença para que seja iniciada a execução
provisória do julgado.
Admitido o recurso de revista pelo Presidente do Tribunal regional, será aberta
vista à parte contrária para o oferecimento de contra-razões. O prazo para o
oferecimento de contra-razões também é de oito dias.
Esgotado este período, com a apresentação ou não das contra-razões, o
processo será encaminhado ao Tribunal Superior do Trabalho. Exceção a esta regra
diz respeito ao requerimento de extração da carta de sentença que deverá ser
realizada anteriormente ao envio. No Tribunal Superior do Trabalho, o processo será
previamente enviado ao Ministério Público do Trabalho, que dependendo do caso,
elaborará seu parecer.
Após este ato, o processo será distribuído ao relator ministro relator para
elaboração do seu voto. Em seqüência, o processo será encaminhado ao revisor,
para analise. Após o visto do revisor, o processo será posto em pauta para
julgamento, podendo as partes fazer a sustentação oral.
Em face da decisão proferida em sede de recurso de revista é possível,
dependendo do caso, o ajuizamento de recurso de Embargos, no prazo de oito dias.
Entendendo que o acórdão prolatado é omisso ou que há contradição no
julgado também é possível a interposição de embargos declaratórios, no prazo de
cinco dias, contado da publicação do acórdão.

TRANSITO EM JULGADO E LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA

Se não houve interposição de recursos, o transito em julgado começa quando


termina o prazo de recurso (8 dias para ambas as partes). Após esse prazo, inicia-se
a liquidação do processo. pode o reclamante apresentar os cálculos, abrindo prazo
para a reclamada impugnar. Não o fazendo o processo é enviado ao perito do juízo
que realizará os cálculos de liquidação, abrindo prazo para ambas as partes se
manifestarem. O que trata a CLT em seus art. 879 ao 887.
Transitada em julgado a Sentença, esta poderá ser objeto de Liquidação e
depois poderá ser objeto de Execução de Sentença, que será processada, no caso
da Execução Definitiva, nos próprios autos da ação de conhecimento.
Na fase de Liquidação de sentença serão elaborados os cálculos de liquidação,
transformando em valores as determinações e deferimentos contidos nos autos. De
modo geral (não é regra), após o trânsito em julgado do processo ou em outras
palavras, depois de esgotados todos recursos e prazos, e encerrada a fase recursal,
o Juiz abre prazo para que o reclamante ou o réu apresente seus cálculos
demonstrando de forma detalhada, o montante devido, com base nas determinações
contidas nos autos.
Dentro da fase liquidação de sentença poderá ocorrer a Impugnação aos
Cálculos de Liquidação, ou seja, caso a parte não concorde com a conta apresentada
pela outra parte, esta poderá, com base no parágrafo 2º do artigo 879 da CLT, no
prazo de 10 dias, impugnar os cálculos de forma fundamentada e com a indicação
dos itens e valores objeto da discordância.
Além das normas da CLT, - art. 876 e seguintes - aplicam-se à execução
trabalhista, de acordo com o disposto no artigo 889 da CLT, as normas dos
Executivos Fiscais (Lei 6.830/80), e, subsidiariamente, pelo CPC conforme dispõe o
artigo 769 da CLT.
De acordo com o art. 1533 do Código Civil, considera-se líquida a obrigação
que se apresenta certa quanto a sua existência e determinada no que toca ao seu
objeto.
Sobre liquidação de sentença, diz-se que é o conjunto de atos que devem ser
praticados com a finalidade de estabelecer o exato valor da condenação ou de
individualizar o objeto da obrigação.
A doutrina dominante concebe a liquidação como uma fase preparatória da
execução; ela antecede a execução, apesar de ser parte integrante da mesma.
A natureza jurídica da sentença de liquidação é substancialmente declaratória,
uma vez que tende a declarar o “quantum debeatur”, sendo-lhe defeso,
necessariamente, modificar a sentença liquidanda, ou resolver matéria apreciada na
causa principal.
As sentenças de processos trabalhistas, após proferidas e transitadas em
julgado, não possuem valor determinado, necessitando, assim, de liquidação para
apuração dos valores a serem executados. Art. 879, par. 1, 1a, 1b,2, 3 e 4 da CLT.
Há a necessidade de se determinar o valor do crédito reconhecido, para,
posteriormente, levar-se a efeito os atos de constrição patrimonial.
A liquidação de sentença, do ponto de vista dinâmico, vai da notificação do Juiz
- ao Perito, ao Reclamante ou ao Reclamado -, para a apresentação dos cálculos, até
a decisão judicial transitada em julgado, dos Embargos à Execução ou do Agravo de
Petição -, onde, não cabendo mais recurso, o juiz determina o levantamento dos
valores.
Pelo disposto no artigo 879 (rodapé) da CLT a liquidação pode se dar por 3
modos de liquidação: - por cálculos, arbitramento ou artigos.
Na Liquidação por cálculos, mais comum e utilizado nas liquidações
trabalhistas, os elementos suficientes para apuração do título exeqüendo, já estão
presentes nos autos. Far-se-á liquidação por cálculo quando o montante da
condenação depender de simples cálculo aritmético. Neste caso a sentença abriga
em seu interior todos os elementos necessários à fixação do “quantum debeatur”,
destinando esta fase em virtude disso, apenas a revelar a exata expressão
pecuniária desses elementos. A CLT dispõe “por cálculo “, sem acrescentar “do
contador”. Essa simplificação permite admitir-se que o cálculo possa ser realizado
pelo contador do juízo ou Tribunal quando houver, e, também, pelas partes ou por
laudo pericial contábil.
Assim, a liquidação por simples cálculos se consuma com os passos do artigo
879 da CLT. (rodapé)
Caso a execução seja negativa, a parte sucumbente arcará com os honorários
periciais e as custas processuais.
Procedimento mais utilizado na Justiça do Trabalho. Apresentado o cálculo pela
parte interessada ou, se o cálculo, for apresentado pelo Contador nomeado pelo
juízo, será aberta vista às partes, sucessivamente, pelo prazo de 10 dias.
Não havendo impugnação, o juiz julgará imediatamente a conta, podendo
corrigi-la no que lhe parecer conveniente, e mandará citar o executado para o
cumprimento ou seguro o juízo, uma vez que estará precluso o direito de impugnar a
conta.
Não será admitida impugnação genérica ou cálculo que não venha
acompanhado da planilha respectiva.
Havendo impugnação/manifestação circunstanciada, quanto aos fundamentos e
valores do cálculo, o juiz poderá, antes de proceder à homologação dos mesmos,
determinar o retorno dos autos ao Perito para que efetue as devidas alterações ou
preste esclarecimentos. Vindo aos autos o novo cálculo, será aberto vista às partes,
novamente, com prazo de 10 dias para concordância ou impugnação.
Na prática tem-se observado que, mesmo que haja impugnação pelas partes,
os juízes, na sua maioria, têm homologado o cálculo, rejeitando as novas
impugnações.
Tornada líquida a sentença, com essa decisão, o Juiz mandará citar o
executado para cumprimento ou embargar a execução, após seguro o juízo, no prazo
de 05 dias.
Na liquidação por arbitramento, se dará quando a apuração não depende de
simples cálculos, nem de prova de fatos novos, mas seja necessário o “juízo ou
parecer de profissionais ou técnicos”. Arbitrar está aqui, não no sentido de julgar,
mas no de estimar. Em princípio, o arbitrador será um perito, mas pode ocorrer que,
na impossibilidade de calcular-se com exatidão o débito, a estimativa não tenha outro
fundamento senão o bom senso, o prudente arbítrio de um cidadão ou até do próprio
juiz; isto para que a ausência de elementos não impeça a reparação, quando não há
possibilidade de encontrar elementos bastantes.
O arbitramento está previsto quando determinado pela sentença ou convenção
das partes ou exigir a natureza do objeto da condenação. Se as partes escolherem
esta forma, excluem-se outras e passa a ser uma solução de transigência dos
interessados em seu desfecho.
O princípio do contraditório é garantia de defesa e baliza de Justiça, que deve
ser respeitado também na liquidação por arbitramento, ouvindo-se as partes.
A jurisprudência tem se firmado no sentido de que a liquidação por arbitramento
só se justifica quando impossível fazê-la por artigos, forma em que podem ser
utilizados todos os meios de prova em direito admitidos.
Já a Liquidação por Artigos é utilizada quando há necessidade de se provar fato
novo (CPC. Art. 608). Não é qualquer fato, mas aquele que influencia a fixação do
valor da condenação ou a individuação do seu objeto.
O procedimento por artigos não está expressamente indicado na CLT. Como se
trata de processo de conhecimento, devem aplicar-se as normas do procedimento
ordinário trabalhista, que são as da própria CLT, com oitiva de testemunhas, perícia,
nulidades, etc.
A exemplo do que ocorre no processo cível, a liquidação por artigos ocorre
quando há necessidade de provas, não sendo possível, no entanto, introduzir, nessa
fase, fatos estranhos aos limites do contraditório.
Cabe às partes, em geral ao credor, que irá articular em sua petição, aquilo que
deve ser liquidado. Quem elabora os artigos é a própria parte e não o juiz. A
sentença é de mérito e enseja ação rescisória.

HOMOLOGAÇÃO DOS CÁLCULOS: VALOR


CONTROVERSO E INCONTROVERSO

Caso não haja concordância entre as partes, quanto aos cálculos apresentados, o Juízo
poderá homologar o cálculo que lhe parecer correto ou indicar um Perito para a
realização de um novo cálculo. Após a homologação do cálculo pelo Juízo começa a
fase de execução, onde se processa a execução dos bens ou numerário para garantia do
Juízo. Uma vez garantido o juízo, abre-se vistas às partes para a contestação dos
cálculos homologados, a começar pelo Réu (cinco dias).
EMBARGOS À EXECUÇÃO.

Manoel Antonio Teixeira Filho conceitua os Embargos à Execução “como a


ação do devedor, ajuizada em face do credor, no prazo e formas legais, com o
objetivo de extinguir, no todo ou em parte, a execução, desconstituindo, ou não, o
título em que esta se funda”.
É uma ação autônoma, incidente na execução, e não um recurso, porque
configuram um ataque ao título executivo. Tem como objetivo, trazer a matéria objeto
das impugnações, durante a fase de liquidação, e que não foi considerada pelo juiz,
forçando, assim, uma nova sentença, que poderá ser recorrida por meio do Agravo
de Petição, devolvendo a matéria impugnada, ao Tribunal ad quem.
De acordo com o artigo 844, caput, da CLT, os pressupostos de admissibilidade
dos embargos, na execução trabalhista – é a garantia do juízo e o requisito
fundamental para o recebimento dos Embargos à Execução é que a matéria já tenha
sido objeto de impugnação, sob pena de preclusão.
Somente a Fazenda Pública está dispensada do cumprimento a essa exigência.
(Art. 730 do CPC).
A jurisprudência dominante entende incabível impugnar-se, através de
Embargos à Execução, os valores fixados na condenação, se o Embargante não se
manifestou tempestivamente sobre o cálculo do contador, ou mesmo, se não tiver
sido matéria atacada na fase de conhecimento.
Estando equivocados os cálculos de liquidação (erro material), e não tendo sido
impugnado tempestivamente, ou tendo sido indeferida a manifestação, por genérica,
ainda haverá a oportunidade de manifestar a inconformidade, após a homologação,
através de embargos à execução, apesar de ser entendimento minoritário.
Segundo o CPC, artigo 739, par. 1º, os embargos serão sempre recebidos com
efeito suspensivo.
O artigo 741 do CPC, aplicado subsidiariamente na Justiça do trabalho
determina que, os embargos à execução fundados em título judicial poderão versar
sobre:
a) falta ou nulidade de citação, no processo de conhecimento, se a ação lhe
correr à revelia;
b) inexigibilidade do título
c) ilegitimidade das partes
d) cumulação indevida de execuções
e) excesso da execução ou nulidade desta até a penhora
f) qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva de obrigação, como
pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que
superveniente à sentença.
g) incompetência do juízo da execução bem como suspeição ou impedimento
do juiz.
Nos embargos à execução, no processo trabalhista, pode ainda o executado
impugnar a sentença de liquidação, isto é, evidenciar vícios no processo de
liquidação e equívocos no mérito da sentença, como erros de cálculo, critérios
incorretos, etc. em princípio, toda a defesa do executado, na fase de liquidação pode
ser renovada mediante os embargos à execução.
Se os embargos apresentarem alguma irregularidade grave, o juiz poderá
indeferi-los liminarmente, segundo a lei determina. Se contiverem vícios sanáveis,
por ex. ilegibilidade de documentos, o juiz poderá determinar que o Embargante
supra a falha.
O Embargante pode requerer a desistência dos embargos, prosseguindo-se a
execução.
Procedimentos para Interposição dos Embargos
A CLT é insatisfatória com relação aos procedimentos, pois não disciplinou
diversas situações e aspectos importantes, havendo, por isso, a necessidade de ser
invocada supletivamente a Lei 6.830/80 (Lei dos Executivos Fiscais e o CPC).
O Professor Manoel Antonio Teixeira Filho em sua obra “Execução no
Processo do Trabalho, ed. LTr 1998”, apresentou uma sistematização dos atos para
a interposição dos embargos, que, pela forma simples, é interessante apresentar:
a) a petição inicial de embargos deverá ser elaborada observando-se os
requisitos legais (CLT, art. 884, § 1º);
b) deverá ser obrigatoriamente instruída com a prova da garantia do juízo ou
da penhora (CPC, art. 283 e 737 – CLT);
c) o executado poderá alegar toda a matéria de defesa (Lei 6.830/80, art. 16, §
2º, arts. 821, 879, 884 - §§ 1º e 2º da CLT – CPC, art. 741, incis. II a IV).
d) não será admitida – em sede de embargos – reconvenção ou compensação.
A incompetência, o impedimento e a suspeição deverão ser arguidos mediante
exceção (Lei 6.830/80, art. 16, § 3º da CLT, arts. 799 a 802).
e) os embargos deverão ser liminarmente rejeitados nos casos previstos no
art.739 do CPC e, também, quando não houver delimitação motivada das matérias e
valores impugnados.
f) Sendo recebidos os embargos o juiz mandará intimar o credor para impugná-
los no prazo de 5 dias (art. 884, caput).
g) Não tendo sido arroladas testemunhas ou os embargos versarem,
exclusivamente, sobre matéria de direito e de fato, a prova for apenas documental, o
juiz proferirá decisão, no prazo de 5 dias, julgando subsistente ou insubsistente a
penhora (CLT, art. 885 – Lei 6.830/80, art.
h) Tendo sido arroladas testemunhas, ou sendo necessária a produção de
outras provas orais, o juiz designará audiência, no prazo de 5 dias (CLT, art. 884, §
2º), após o que proferirá decisão (CLT, art. 886, caput).
I) Julgar-se-ão, na mesma sentença, os embargos à execução e a impugnação
à Sentença de Liquidação (CLT art. 884 § 4º).
j) Proferida a sentença, dela as partes serão intimadas mediante registro postal
(886, § 1º CLT).
k) Julgada subsistente a penhora, o juiz mandará que se proceda a avaliação
dos bens sobre os quais ela incidiu (CLT, art. 886 § 2º da CLT).
De conformidade com a Lei 10.537 de 27.08.2002 e à Instrução Normativa
20/2002, as custas para interposição de embargos à execução e de agravo de
petição, serão satisfeitas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão,
observada a tabela de emolumentos da Justiça do Trabalho.

Você também pode gostar