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GERAÇÃO, TRANSMISSÃO e DISTRIBUIÇÃO DE

ENERGIA ELÉTRICA
INTRODUÇÃO

É difícil imaginar o mundo sem eletricidade, ela afeta nossas vidas de diversos
modos. Vemos o uso da eletricidade diretamente em nossos lares, para iluminação,
funcionamento de aparelhos eletrodomésticos, telefone, televisão, rádio, equipamento
de som, aquecimento, etc. A eletricidade tem sido usada na fabricação da maioria das
coisas que utilizamos diretamente ou para operar máquinas que fazem ou processam
os produtos de que necessitamos.

Como na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma, a produção (ou
geração) de energia elétrica consiste em transformar outras formas de energia em
energia elétrica.

No Brasil, devido a sua enorme quantidade de rios, a maior parte da energia


elétrica disponível é proveniente de grandes usinas hidrelétricas. A energia primária de
uma hidrelétrica é a energia potencial gravitacional da água contida numa represa
elevada. Antes de se tornar energia elétrica, a energia primária deve ser convertida em
energia cinética de rotação. O dispositivo que realiza essa transformação é a turbina.
Ela consiste basicamente em uma roda dotada de pás, que é posta em rápida rotação
ao receber a massa de água. O último elemento dessa cadeia de transformações é o
gerador, que converte o movimento rotatório da turbina em energia elétrica.

ENERGIA ELÉTRICA

Os físicos definem a palavra energia como a quantidade de trabalho que um


sistema é capaz de fornecer. Energia, de acordo com os físicos, não pode ser criada,
consumida ou destruída. No entanto a energia pode ser transformada ou transmitida
de diferentes formas: a energia cinética do movimento das moléculas de ar podem ser
convertidas em energia cinética de rotação pelo rotor de uma turbina eólica, que por
sua vez pode ser convertida em energia elétrica através de um gerador acoplado ao
rotor da turbina.
Em cada processo de conversão de energia, parte da energia da fonte é
dissipada em forma de calor (energia térmica) em função do atrito entre as
engrenagens, moléculas de ar e esforços mecânicos da máquina conversora. A
relação entre a energia que entra no sistema de conversão e a energia que sai desse
sistema chama-se rendimento.
Costuma-se medir a capacidade de produção de energia em quilowatt hora ou
megawatt hora durante um certo período de tempo. Note que a unidade de energia é
quilowatt hora [kW.h], e não apenas quilowatt [kW].
A razão com que se faz trabalho, ao deslocar elétrons de um ponto para outro,
é chamada potência elétrica (representada pelo símbolo P). A unidade básica de
potência é o watt, pode ser definido como a rapidez com que se faz trabalho em um
circuito em que flui uma corrente de 1 ampère, quando a f.e.m. (força eletro-motriz) ou
tensão aplicada é de 1 volt.
A potência dissipada é a energia consumida num intervalo de tempo. No quadro
de distribuição de energia elétrica de uma residência, prédio ou indústria, existe um
medidor de energia que indica constantemente a quantidade de energia que está
sendo consumida. Porém, como a ordem de grandeza do consumo de energia elétrica
em residências e indústrias é muito elevada, a unidade de medida utilizada é em
quilowatt.hora [KWh]. Ou seja:
Energia[KWh] = Potência [KW] x Tempo[h]

GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

A geração de energia elétrica é a transformação de qualquer tipo de energia em


energia elétrica. Esse processo ocorre em duas etapas. Na primeira etapa uma
máquina primária transforma qualquer tipo de energia, normalmente hidráulica ou
térmica, em energia cinética de rotação. Em uma segunda etapa um gerador elétrico
acoplado à máquina primária transforma a energia cinética de rotação em energia
elétrica.
A usina hidrelétrica é uma instalação que transforma a energia hidráulica em
energia elétrica. Para isso acontecer, é necessário existir um desnível hidráulico
natural ou criado por uma barragem, para captação e condução da água à turbina,
situada sempre em nível tão baixo quanto possível em relação à captação, conforme
figura1.

Figura 1 - Ilustração do funcionamento de uma usina Hidrelétrica


Fonte: http://www.eletronuclear.gov.br

Uma usina hidrelétrica é composta de reservatório, da casa de força e da


subestação elevadora. O reservatório é formado pelo represamento das águas do rio,
por meio da construção de uma barragem. Na barragem é construído o vertedor da
usina, por onde sai o excesso de água do reservatório na época das chuvas (figura 2).
A casa de força é o local onde são instalados os equipamentos que vão produzir a
energia. Na subestação elevadora são instalados os transformadores elevadores onde
a energia elétrica tem suas características transformadas para melhor transportá-la
através das linhas de transmissão.
Figura 2 - Foto da Usina Hidrelétrica de Itaipu
Fonte: http://www.itaipu.gov.br

Funcionamento detalhado da usina hidrelétrica:

Primeiramente, capta-se água em um reservatório. Então, ela é conduzida sob


pressão por tubulações forçadas até a casa de máquinas, onde estão instaladas as
turbinas e os geradores. A turbina, sucessora das antigas rodas d’água, é formada por
um rotor ligado a um eixo. A pressão da água sobre as pás do rotor da turbina produz
um movimento giratório do eixo da turbina, transformando a energia hidráulica em um
trabalho mecânico, que por sua vez aciona o gerador. O gerador é um equipamento
composto por um eletroímã e por um fio bobinado. O movimento do eixo da turbina
produz um campo eletromagnético dentro do gerador, produzindo, assim, a
eletricidade, levada para o consumidor por meio das linhas de transmissão.

Funcionamento do Gerador:
Os geradores e os motores de corrente contínua apresentam, basicamente, a
mesma constituição, diferindo apenas no que diz respeito à aplicação, porque o
gerador converte energia mecânica em elétrica, e, com o motor, obtém-se energia
mecânica a partir da energia elétrica.
O gerador consiste de uma espira de fio disposta de tal modo que pode ser
girada em um campo magnético estacionário. Este movimento causa a indução de
corrente na espira. Para ligar a espira a um circuito externo que aproveite a f.e.m.
induzida, são usados contatos deslizantes. Os pólos norte e sul do imã que
proporciona o campo magnético são peças polares. A espira de fio que gira dentro do
campo é chamada de armadura ou induzido. As extremidades da espira são ligadas
aos anéis coletores, que giram com a armadura. As escovas fazem contato com os
anéis coletores e transferem para o circuito externo, a eletricidade gerada na
armadura. À medida que os lados da espira cortam as linhas de força do campo, eles
geram uma f.e.m. que produz uma corrente através da espira, anéis coletores,
escovas e resistor de carga. A f.e.m. induzida que é gerada na espira, e, portanto a
corrente produzida, depende da posição da espira em relação ao campo magnético,
conforme é mostrada na figura 3:
Figura 3 – Funcionamento do Gerador Elétrico

TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

A transmissão de energia elétrica é o processo de transportar energia entre dois


pontos. O gerador de energia elétrica, movido pela turbina gira a 120 r.pm. (rotações
por minuto) e, por motivos técnico-econômicos, são projetados para gerar tensões de
até no máximo 25 kV. Esta energia produzida deve ser transmitida aos centros
consumidores por meio de linhas de transmissão (figura 4). Seria conveniente efetuar
a transmissão da energia elétrica por meio de fios grossos, que apresentam uma
menor resistência, porém, não se pode aumentar excessivamente o diâmetro do
condutor, pois isso traria problemas de construção e transporte, além de encarecer
muito a instalação. Por isso, prefere-se usar altos valores de tensão, que vão de
150.000 até 750.000 V.

Figura 4 – Torres de Transmissão


A energia elétrica é produzida numa tensão relativamente baixa, que em
seguida é elevada, para fins do transporte. Entre o gerador da usina hidrelétrica e o
início da linha de transmissão coloca-se um transformador elevador de tensão e no
final da linha de transmissão, onde está a subestação, coloca-se um transformador
abaixador de tensão.

Figura 5 – Sistema de Transmissão de Energia Elétrica

As subestações de distribuição, geralmente localizadas dentro do perímetro


urbano das cidades são utilizadas para abaixar o nível de tensão até o patamar
característico de sua distribuição na cidade. Uma subestação de distribuição
comumente recebe linhas de transmissão trifásicas que fornecem energia nas tensões
de 69 kV ou 138 kV e abaixa a tensão, usando transformadores, para níveis
padronizados de 11,9 kV, 13,8 kV, 23 kV ou 34,5 kV, considerando tensão de linha
(fase-fase).

Figura 6 – Subestação de Distribuição

A partir das subestações de distribuição, a energia elétrica é distribuída aos


consumidores através de uma rede elétrica, chamada rede de alimentação primária e
rede de alimentação secundária. A rede primária é constituída por alimentadores
primários formados por linhas trifásicas, ou a três fios, que saem de uma subestação
de distribuição e seguem pelas ruas das cidades, podendo ter instalação aérea em
postes ou instalação subterrânea via cabos isolados (usada normalmente nos centros
das cidades). Às vezes, a rede primária contém também um quarto fio (neutro),
dependendo da forma de aterramento utilizada pela empresa.

Para atender aos consumidores residenciais e comerciais de pequeno porte é


necessário tensões ainda menores. Para tanto, utilizam-se transformadores trifásicos
redutores de tensão que interconectam a rede primária à rede de alimentação
secundária, formada por alimentadores trifásicos a quatro fios (o fio neutro está
sempre presente). Os níveis de tensão nessa rede secundária são 380V ou 220V
como tensão de linha (fase-fase), o que corresponde a 220 V ou 127 V como tensão
de fase (fase-neutro).
OUTROS TIPOS DE GERADORES DE ENERGIA ELÉTRICA

Usinas Termelétricas

Figura 7 – Representação de uma Usina Termelétrica

Nas usinas termelétricas, o gerador é acionado pelo vapor d´àgua que sai de
uma caldeira aquecida. Para aquecer esta caldeira, utiliza-se o calor desenvolvido na
combustão de óleo ou carvão e, assim, nestas usinas temos a transformação da
energia térmica em energia elétrica.

Usinas Termonucleares

A usinas termonucleares funcionam utilizando o mesmo princípio de


funcionamento das usinas térmicas, ou seja, as máquinas que entregam energia para
o gerador são as turbinas a vapor. O que torna essas usinas especiais é o combustível
utilizado. Ao invés de uma reação química de combustão, o que acontece é uma
liberação de energia a nível atômico.

Figura 8 – Funcionamento da Usina Nuclear

Turbinas Eólicas

Toda a energia renovável (exceto a geotérmica e a das marés), bem como a


energia dos combustíveis fósseis, são provenientes do sol. O sol irradia 1014 kwh por
hora de energia para a terra. Cerca de 1 a 2% dessa energia proveniente do sol é
convertida em energia eólica. Isto corresponde cerca de 50 a 100 vezes mais do que a
energia convertida em biomassa por todas as plantas do planeta, diferenças de
temperatura fazem com que o ar circule. Uma turbina eólica obtém potência
convertendo a força dos ventos em um torque atuando nas pás do rotor. A quantidade
de energia que o vento transfere para o rotor depende da densidade do ar, da área do
rotor, e da velocidade do vento.

Figura 9 – Visão da Energia Eólica

Energia Solar

A célula fotovoltaica permite a conversão direta de energia solar em energia


elétrica, seu funcionamento é semelhante ao de um diodo foto-sensível, ou seja,
baseia-se nas propriedades dos materiais semicondutores.

A célula é composta por duas camadas de material semicondutor dopadas de


forma diferente, na camada N existe um excesso de elétrons, na camada P existe
deficiência de elétrons. Desta forma, existe uma diferença de potencial entre estas
duas camadas. Os elétrons (camada N) ao captarem a energia dos fótons, saltam a
barreira de potencial, criando assim uma corrente contínua.

Figura 10 – Energia Solar

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