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No início era o nada, o mais completo vazio infinito, nada era feito de nada e possuía nada. Quando a
primeira palavra apareceu, essa palavra foi se metamorfoseando e se tornando muitas palavras. As palavras, ao
juntar-se, formavam orações. A uma oração ligavam-se outras e outras, criando uma oração principal e as que
dependiam dela para existir. Eram a oração principal e as subordinadas. Por serem seres imortais e
extremamente antigos, receberam pelos seres menores o título de deuses. Com todo o poder creditado aos
deuses principais, estes se tornaram soberbos e queriam usurpar todo o significado, impedindo que fosse
repartido entre todos os deuses.
Principiou-se, assim, uma guerra sem precedentes entre os deuses principais e os deuses subordinados. Os
deuses principais recebiam todo o prestígio das orações e dos sacrifícios, pois, segundo a lenda, eram eles os
detentores do significado. Aos deuses subordinados restava apenas uma parte da glória, pois eram considerados
deuses inferiores, sem significado completo. Depois de aturar a subordinação por milênios, os deuses resolveram
se revoltar, provando aos mortais que seu valor semântico era muitas vezes igual ou superior aos dos deuses
principais. Adotaram para si um novo nome: os deuses insubordinados. Iniciou-se então uma guerra sombria, em
que os deuses principais elegeram a gramática normativa como escudo, enquanto os deuses subordinados
atacavam os adversários tomando os usos da língua como arma mortal. Conta a lenda que essa terrível
logomaquia dura até hoje, com os deuses insubordinados a cada dia provando mais o seu valor.
Deus das Causas (Oração subordinada adverbial causal)
É o irmão gêmeo bonzinho da Deusa das Consequências. Atende a
orações e pedidos que são feitos por uma boa causa. Conhece a causa de
todos os acontecimentos, independente de quão obscuros sejam seus
motivos.
Frase de efeito: Já que é por uma boa causa, eu vou te ajudar.