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1. Semântica histórica
- Reisig e Bréal: ruptura dos estudos semânticos com a filosofia, filiando-os à linguística.
- Michel Bréal (1883): propôs o termo semântica: inicia a semântica como ciência das significações.
- Causas linguísticas: contágio (elipse, forma mais comum): “numa frase feita constituída por duas
palavras, omite-se uma delas e transfere-se o seu significado para a companheira”.
- Causas históricas: Ullmann (1964) - “objetos, instituições, ideias, conceitos científicos mudam no
decurso do tempo; no entanto, em muitos casos, o nome conserva-se e contribui assim para
assegurar um sentido de tradição e continuidade”. Ex.: a palavra computador (pessoa que faz
cômputos > máquina de fazer cálculos > máquina que processa múltiplas funções, desktop); a palavra
forró (ritmo musical nordestino > mistura de ritmos).
- Causas sociais – generalização semântica: processo pelo qual o significado de uma palavra deixa de
ser aplicado a um referente específico e passa a ser aplicado a um referente genérico (dog, reggae,
assistência); restrição semântica: processo oposto à generalização – o significado de uma palavra
deixa de ser aplicado a um referente genérico e passa a ser aplicado a um referente específico
(voyage = viagem > viagem por água; gado = reses em geral, rebanho > gado bovino).
- Outras causas:
- Causas de natureza psicológica: tabus – “coisa proibida”: se uma palavra é proibida, é necessário
encontrar-se uma forma de expressar seu significado, o que geralmente dá origem a eufemismos,
expressão mais agradável, mais polida.
. Tabus de decência (relacionado com partes do corpo e com questões sexuais): pinto = filhote de
galinha ainda novo > pênis (termo chulo) -> esteira de eufemismos.
. Tabus de delicadeza: empregada doméstica > secretária; cego > deficiente visual; operário da
construção civil, não qualificado > Paraíba (desenvolvimento pejorativo).
- Desenvolvimento ameliorativo: processo em que as palavras podem adquirir significados mais
positivos do que seus significados originais. Ex.: monstro (ser anômalo) > pessoa cruel, gigante >
pessoa exímia em algum ofício ou arte.
- A metáfora também é uma fonte de mudanças semânticas. Ex.: mala = pessoa inconveniente; porta
= pessoa não inteligente.
- Crítica: a semântica histórica foi criticada pela natureza atomística (analisa palavras isoladas).