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A mídia a favor do crime 

Linchamento moral da polícia 

MÍDIA SEM MÁSCARA, 24 DE AGOSTO DE 2002 

O pedágio da Castelinho, o caso Celso Daniel e as Farc. 

Paulo Diniz Zamboni 

Quem  tem  acompanhado  as  notícias  na  TV  nos  últimos  dias,  com  certeza 
deve  ter  assistido  a  alguma  reportagem sobre as "novas denúncias" contra 
a  Polícia  Militar  de  São  Paulo,  no  episódio  da  interceptação  do  ônibus 
cheio de criminosos ligados ao PCC. 

Na  ocasião,  um  forte  aparato  policial  abordou  um  ônibus  que  se  dirigia 
para  a  cidade  de  Sorocaba,  resultando  em  tiroteio  com  os  doze  marginais 
que  ocupavam  o  veículo,  e  que  acabaram  morrendo  em  conseqüência  da 
troca de tiros. 

Entre  as  armas  apreendidas  pela  polícia,  estavam  fuzis  AR-15,  AK-47,  FAL, 
espingardas  12,  além  de  pistolas  e  revólveres.  Ou  seja,  farto  armamento 
bélico, que prova a capacidade ofensiva dos criminosos. 

Como já era de se esperar, os movimentos pelos "direitos humanos", a OAB, 
e  outras  entidades  que  não  estão  servindo,  nos  últimos  anos,  para 
rigorosamente  nada  além  de  atacar  a  polícia  paulista  e  fazer  jogo 
político-partidário,  logo  saíram  da  toca,  e  começaram  a  lançar  suspeitas 
sobre  a  operação  da  polícia.  Como  se  sabe,  para  essas  ilustres 
organizações,  todas  as  vezes  que  morrem  criminosos,  alguma  coisa  não 
está  certa.  Afinal,  os  únicos  que  podem  morrer  são  policiais  e  cidadãos 
comuns.  Não  importa  em  que  quantidade  ou  em  que  circunstâncias. 
Exemplo  disso  foi  o  recente  seqüestro  de  um  jovem  empresário  de  São 
Bernardo  do  Campo,  barbaramente  torturado  e  assassinado  por um bando 
de  canalhas  travestidos  de  seres  humanos,  que  agora,  vão  ficar  na  cadeia 
comendo,  bebendo,  e  como  dizia meu pai, "coçando", às custas dos otários 
que  produzem  e  pagam  impostos.  Que  eu  saiba,  a  OAB  não  demonstrou 
tanta  diligência  nesse  caso  como  no  do  ônibus  da  Castelinho.  Mas  tudo 
bem, afinal, para que defender o cidadão comum, não é mesmo? 

Sabendo  como  ninguém tirar proveito do fato de que grande parte da mídia 


brasileira  adora  fazer  acusações  e  tirar  conclusões  sem  provas,  além  de 
ser  público  e  notório  que,  para  muitos  jornalistas,  a  polícia  está  sempre 
errada  a  priori,  as  obscuras  organizações  de  "direitos  humanos" 
resolveram,  mais  uma  vez,  faturar  prestígio  em  cima da polícia militar, e de 
quebra,  criar  a  sensação  de  vitória  "moral"  da  criminalidade.  Assim,  fica 
sempre a desagradável sensação de que a polícia "ganha, mas não leva". 

O  sr.  Hélio  Bicudo,  para  variar,  lançou  suspeitas  desde  o  inicio  sobre  a 
operação  da  polícia.  Aliás,  um  perito  foi  contratado,  e,  segundo 
informações,  sem  ter  visitado  o  local  do  confronto,  ou  ter  feito  perícia  nas 
armas  dos  criminosos  ou  exame  residual  de  pólvora  nas  mãos  dos 
marginais,  logo  atestou  que  havia  ocorrido  uma  "emboscada",  um 
"massacre".  Segundo  consta,  o  fato  de  os  marginais  terem  sido  baleados 
na  cabeça  ou  nas  costas  atestaria  a  execução.  É  claro,  não  foi  dito que os 
marginais  não  foram  baleados  apenas  nessas  regiões  do  corpo.  Quem 
sabe,  a  partir  de  agora,  toda  vez  que  a  polícia  trocar  tiros  com  bandidos 
altamente  perigosos  e  armados  até  os  dentes,  ela  deva  orientar  os 
criminosos  a  fazerem  a  gentileza  de  se  colocarem  numa  posição  em  que 
sejam baleados apenas em "áreas não-letais"? 

Só  espero  que  esse  perito  não  tenha  sido  pago  com  dinheiro  do 
contribuinte,  que  já  está  tendo  de  sustentar  o  picadeiro  que  foi  montando 
em  torno  de  outro  caso  rumoroso,  envolvendo  a  tal  de  Glória  Trevi,  mais 
um  exemplo  de  sem-vergonhas  internacionais  que  se  escondem  nessa 
"República  de  Bananas"  que  o  Brasil  está se tornando, com a cumplicidade 
de políticos e mídia. 

Mas  voltando  ao  caso  da  Castelinho,  acusações  foram  feitas,  denúncias 
sem  prova  surgiram,  e  tudo  ficou  por  isso  mesmo.  Contudo,  alguém  deve 
ter  se  lembrado,  em  algum momento, que não estava pegando bem basear 
as  denúncias  contra  a  ação  policial  apenas  em  suposições.  Aliás,  se  o 
Brasil  fosse  um  país  sério,  esse  tipo  de  acusação  sem  provas  renderia um 
belo  processo  por  calúnia  e  difamação  contra  quem  a  apresentou.  Mas 
que  nada!  Os  nossos  "heróicos"  defensores  dos  "direitos  humanos" 
arrumaram  uma  testemunha  "idônea  e  acima  de  qualquer  suspeita",  um 
bandido  condenado,  elemento  de  alta  periculosidade,  ligado  ao  principal 
grupo  criminoso  de  São  Paulo,  o  PCC,  para  corroborar  todas  as  suas 
maravilhosas  teorias!  Francamente,  fora  os  militantes  políticos  que 
formam  essas  comissões  de  direitos  humanos,  quem  levaria  a  sério  uma 
fonte  dessas?  E outra coisa que parece não chamar a atenção de ninguém: 
a  polícia  usar  informantes  dentro  do  crime  organizado,  é  imoral;  mas  os 
apologistas  do  crime  utilizarem  bandidos  e  assassinos  condenados  para 
atacar a polícia, é perfeitamente normal! 

E  o  pior,  é  que  o  Brasil  ainda  vai  acabar  sendo  denunciado  por  esses 
cidadãos,  tão  prestativos  com  os  "direitos  humanos"  dos  criminosos,  em 
algum  organismo  internacional,  onde,  é  claro,  mais  uma  vez,  vão  vender  a 
imagem  de  que  no  Brasil  atuam  "grupos  paramilitares",  "esquadrões  da 
morte", "há presos políticos", "polícia secreta" etc. 

E  esse  pessoal  não  está  nem  aí.  Eles  sabem  muito  bem  que  nas 
entrevistas  que  derem,  dificilmente  serão questionados sobre a idoneidade 
da fonte utilizada. 

E  assim  vai  a  marcha  da  insensatez,  com  a  polícia  sendo  "linchada" 


diariamente,  toda  vez  que  faz  alguma  coisa  para  tentar  combater  o  crime. 
Se os criminosos tomam a iniciativa, a polícia é atacada "por deixar o crime 
agir";  se  a  polícia  atua  com  firmeza,  já  surgem  os  demagogos,  amigos  do 
crime,  para  criticar  e  "aparecer".  Com  certeza,  devem  ser  financiados  por 
ONGs  internacionais,  e  para  receber  o  patrocínio,  precisam  mostrar 
serviço.  E  que  forma  melhor  de  fazer  isso  do  que  apelar  para  a  velha, 
porém infalível, fórmula de bater no espantalho preferido, a polícia? 

O  curioso  é  que  enquanto  a  ação  da  polícia militar paulista é colocada sob 


suspeita,  o  caso  do  brutal  assassinato  do  prefeito  de  Santo  André,  que 
pode  ter  conseqüências  muito  mais  graves,  atingido  altas  personalidades 
políticas,  passa  praticamente  em  "brancas  nuvens".  Excetuando-se  a 
jornalista  Fátima  de  Souza,  da  rede  Bandeirantes  de  Televisão,  que 
investigou  as  inúmeras  controvérsias  do  caso,  os  outros  meios  de 
comunicação permanecem silenciosos. 

Mas  esses  senhores  devem  saber  o  que  fazem.  Afinal,  é  muito  melhor 
"bater  em  bêbado",  do  que  atacar  de  frente  os  criminosos  que  estão 
tomando  conta  de  várias  áreas  dos  grandes  centros,  que  com  certeza  não 
vão  ficar  quietos  caso  sejam  incomodados  (Tim  Lopes  que  o  diga!).  Por 
exemplo,  qual  órgão  de  imprensa  levantou  a  importante  questão do tráfico 
de  armas  em  território  nacional?  Não  estou  me  referindo  aos  revólveres 
apreendidos  com  bandidos  pés-de-chinelo  na  fronteira  Brasil-Paraguai, 
mas  o  tráfico  pesado,  que  abrange  armas  sofisticadas?  Vale  lembrar  que 
recentemente,  a  Polícia  Federal  apreendeu  uma  lista  de  armas 
encomendadas  que  incluía  "apenas"  mísseis  terra-ar  russos  SA-7  e 
lança-foguetes  portáteis  B-40  (cópia  chinesa  dos  RPG-7  russos).  Surge  a 
pergunta:  quem  fez  a  encomenda?  O  tráfico  de  drogas  brasileiro,  cada  vez 
mais  ousado?  Ou  os  terroristas  que  utilizam  o  território  nacional  como 
ponte  para  compra  de  armamentos?  E  sobre  a  notícia,  veiculada  de  forma 
casual  e  como  se  fosse  a  coisa  mais  normal  do  mundo,  pelo  Jornal 
Nacional,  de  que  um  barco,  apreendido  na  região  amazônica  pela  polícia 
federal,  continha  mais  de  uma  tonelada  de  explosivos?  Alguém  se 
manifestou  sobre  o  fato  de  que  esse  material  tinha  como  destino  o 
território colombiano? 

Por  outro  lado,  justiça  seja  feita:  a  parcialidade  e/ou  omissão  da imprensa 
não  se  restringe  apenas  aos  criminosos  brasileiros  e  seus  "bem-feitores" 
Os  criminosos  estrangeiros  também  são  contemplados  com  altas  doses 
de  indulgência,  inclusive  como  forma de continuar acobertando as sujeiras 
dos velhos amigos da extrema-esquerda brasileira. 

Por  exemplo:  o  novo  presidente  colombiano  Uribe  nem  havia  tomava 


posse,  e  os  terroristas  das FARC desencadeavam nova campanha de terror 
no  país,  explodindo  bombas,  seqüestrando  prefeitos,  matando  civis, 
atacando  cidades,  e  ameaçando  de  morte  todas  as  lideranças  do país. E o 
que  a  nossa  mídia  fazia?  Condenava  energicamente  esse  tipo  de  atitude, 
que  visa  abalar  um  país  amigo  e  democrático?  É  claro  que  não!  No  Jornal 
Nacional  exibido  em  12/08,  o  novo  presidente  era  classificado  como 
"suspeito  de  ligações  com  grupos  de  extrema-direita"!  A  mensagem 
subliminar  é  clara:  as  FARC  estão  atacando  porque  o  novo  presidente é de 
direita, e apóia as milícias direitistas. Logo, merece "levar bala". 

Nem  em  sonhos  algum  jornalista  vai  informar  o  público sobre as centenas 


de  prisioneiros  que  os  terroristas  conservam  ilegalmente  em  seu  poder, 
sobre  as  suas  "técnicas  de  persuasão",  como  "colares  bomba"  amarrados 
em  reféns,  ou  das  centenas  de  mortos  provocados  pelos  seus ataques, ou 
sobre  as  centenas  de  crianças  usadas  como  combatentes  pelos 
terroristas.  Ao  contrário!  Toda  vez  que  os  criminosos  colombianos 
ampliam  suas  atividades,  a  mídia  depressa  apela  para  a  tática de "dividir a 
culpa".  Assim,  se  alguma  coisa  é  dita  sobre  as  FARC,  logo  lembram  dos 
"ataques das milícias de extrema-direita". 

Nunca  é  demais  lembrar  que  os  guerrilheiros  das  FARC  possuem  ligações 
com políticos brasileiros, tendo sido inclusive recebidos, a portas fechadas, 
na  sede  do  governo  do  Rio  Grande  do  Sul,  como  também  é  fato  que  o 
prefeito  de  Ribeirão  Preto  defendeu  a  abertura  de  um  escritório  das  FARC 
na  cidade. E que "coincidência", adivinhem qual o partido que governa o Rio 
Grande do Sul e a cidade de Ribeirão Preto? 

É  claro,  como  o  ano  é  eleitoral,  a  mídia  esquerdista  precisa  a  todo  custo 


proteger  o  partido  de  seu  candidato  "oficial" das ligações com esse tipo de 
acontecimento,  pois  se  o  deixarem  um  minuto  sem  apoio,  a  "máscara" 
corre  o  risco  de  cair  muito  rápido,  entre  outros  motivos,  por  episódios 
como os relatados acima. 

Dessa  forma,  enquanto  as  atenções  estão  todas  voltadas  ao  novo  jogo  de 
"faz-de-conta"  sobre a viabilidade ou não de um "pacto" entre os candidatos 
à  presidência  e o atual governo, visando a impedir acima de tudo uma crise 
de  grandes  proporções  ainda  durante  o  governo  FHC,  outras  questões  de 
suma importância não são respondidas. 

Por  exemplo,  qual  dos  candidatos  tratou  a  questão  da  segurança  pública 
com  a  seriedade  merecida?  Ou  da  crise  colombiana,  que  tem  tudo  para se 
estender para solo brasileiro? 

O  pior  disso  tudo é que as pessoas irão votar em outubro com aquela falsa 


idéia  que  estão  contribuindo  para  a  democracia,  sem  saber  que  ela já está 
agonizando  na  UTI  da  ignorância  e  do  conformismo  "bovino"  ao  qual  o 
povo brasileiro está sendo induzido. 

Só  espero  que  não  estejamos  assinando,  em  outubro,  a  nossa  própria 
"eutanásia". 

   

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