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DIRETORIA DE ENSINO – DIREN

COORDENAÇÃO DOS CURSOS LATO SENSU – COLAT


CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA

METODOLOGIA
Izabela Santana Leal Friguis

“Estamos vinte anos depois do segundo milênio”

O espetáculo continua, agora com um novo cenário, voltado aos métodos e outras
visões tecnologias, veremos pelo que analisei coisas mais especificas aos métodos de
outrora para nosso atualidade, com a visão de de Boa Ventura, teremos um gama de
saberes sobre os paradigmas tecnológicos, a sua visão positivista teve grande influência
na sociedade, que nos dar um conjuntos teórico conceitual do dilema ciência, da
contemporaneidade e da modernidade. O “paradigma dominante” constitui-se e se
desenvolve ao longo dos séculos XVI e XIX no âmbito das ciências naturais. No século
XIX, estende-se às “ciências sociais emergentes”, mas podemos dizer que estamos 20
anos depois do segundo milênio, vejamos o porquê: Sua característica fundamental é
negar a racionalidade de outras formas de conhecimento, como o conhecimento do senso
comum e das humanidades. Além disso, o paradigma se opõe a todas as formas de
dogmatismo e autoridade; afirma os dualismos “ciência / senso comum” e “homem /
natureza”; assume a matemática como basilar, o que implica ideias de que conhecer é
quantificar (exclusão de aspectos qualitativos), dividir e classificar (uso do método
científico para reduzir complexidades); busca leis que expliquem o “como” do
funcionamento das coisas (em detrimento do “quem” e do “para que”); ao basear-se na
formulação de leis, adota como “pressuposto meteórico” o “determinismo mecanicista”,
a ideia de um mundo estável, ordenado e fora da história.
Este “determinismo mecanicista” é colocado como aspecto ideológico do
paradigma dominante, como visão de mundo que funcionou como um dos pilares da ideia
de progresso e como “horizonte cognitivo mais adequado aos interesses da burguesia”.
Nas ciências sociais, deu-se através dos percursores na busca pelas leis da
sociedade – Francis Bacon, Giambattista Vico e Montesquieu – e de marcos teóricos
como o estado positivo de Comte, a sociedade industrial de Spencer e a solidariedade
orgânica de Durkheim. A adoção do “modelo mecanicista” pelas ciências sociais deu-se
em duas vertentes: como aplicação do mesmo modelo teórico das ciências naturais às
sociais; e com o desenvolvimento de um modelo próprio, distinto das ciências naturais.
A primeira vertente assume as ciências naturais como modelo universalmente
válido, adota a ideia central do atraso (superável) das ciências sociais em relação às
ciências naturais e entende que existem diferenças entre fenômenos naturais e sociais, que
atuam contra as últimas, pois tornam o cumprimento do método mais difícil e o
conhecimento a que se chega menos rigoroso. A segunda vertente parte da visão de que
a ação humana é radicalmente subjetiva e, por isso, não pode ser descrita / explicada a
partir de características externas, objetiváveis, fazendo com que as ciências sociais,
enquanto ciências subjetivas, adotem métodos qualitativos. As duas vertentes pertencem
ao paradigma da ciência moderna e suas características, como a distinção entre homem e
natureza e a prioridade cognitiva das ciências naturais.

O paradigma da ciência moderna é um paradigma em crise por que o próprio


aprofundamento do conhecimento propiciado pela ciência “permitiu ver a fragilidade dos
pilares em que se funda”. Os cientistas “chegámos a finais do século XX possuídos pelo
desejo quase desesperado de complementarmos o conhecimento das coisas com o
conhecimento de nós próprios”.

As quatro condições teóricas da crise do paradigma moderno são:

1. Relatividade da simultaneidade de Einstein: inexistindo “simultaneidade universal,


o tempo e o espaço absolutos de Newton deixam de existir”.

2. Mecânica quântica: introduziu a consciência no ato do conhecimento e,


fundamentalmente, colocou em xeque o rigor da medição e a distinção (forte) entre
sujeito e objeto.

3. Teoremas de Gödel: abalam o rigor da medição ao questionar o rigor da


matemática (veículo formal da medição e base do rigor das leis da natureza), ao
mostrar que é possível formular “proposições que não se podem demonstrar nem
refutar, sendo que uma dessas proposições é precisamente a que postula o carácter
não contraditório do sistema”.

4. Avanços da microfísica, da química e da biologia em geral; teoria das estruturas


dissipavas e o princípio da “ordem através de flutuações” de Prigogine: “nova
concepção da matéria e da natureza” que transcende a física clássica.

O sociólogo português “Santos” sintetiza as mudanças teóricas que relata nos


seguintes termos: “Em vez da eternidade, a história; em vez do determinismo, a
imprevisibilidade; em vez do mecanicismo, a interpenetração, a espontaneidade e a auto-
organização; em vez da reversibilidade, a irreversibilidade e a evolução; em vez da ordem,
a desordem; em vez da necessidade, a criatividade e o acidente.”

O professor Boa Ventura nos escreveu, que confrontamos com problemas modernos, para
os quais não há mais soluções modernas. A pluralidades do saber poderia contribuir para
emancipação social, para um reforma democrática, diz respeito ao fim do ciclo de
hegemonia de uma certa ordem científica. Para explicar essa transição entre tempos
científicos, estrutura a obra de forma a, primeiro, caracterizar a ordem científica
hegemônica para, em seguida, analisar a crise dessa hegemonia e, finalmente, propor um
perfil de uma ordem científica emergente.
Bibliografia

SANTOS, B. da S. Um discurso sobre as ciências. Porto: Afrontamento, 1995

https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1979672/mod_resource/content/1/SANTOS%2
0Um%20discurso%20sobre%20as%20ci%C3%AAncias_LIVRO.pdf

Boaventura Sousa Santos aborda conceitos fundamentais das ciências sociais e novos
paradigmas (https://www.youtube.com/watch?v=X4EmPrClVRE)

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