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LISBOA POMBALINA

Governo de D. José I

Em 1750, D. José I sobe ao trono e nomeia Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro
Marquês de Pombal, como ministro.

Terramoto de 1755

Lisboa ficou praticamente destruída após o terramoto de 1755:

 Morreram cerca de 10 000 pessoas


 Grande maior parte dos edificios ficaram em ruínas
 Perderam-se muitos tesouros como livros, manuscritos, quadros e objetos de ouro
e de prata

Ação do Marquês de Pombal após o terramoto

 Mandou enterrar os mortos e socorrer os feridos


 Mandou policiar as ruas e os edifícios mais importantes para evitar roubos
 Encarregou o engenheiro Manuel da Maia e o arquiteto Eugénio dos Santos
elaborar um plano de reconstrução da baixa de Lisboa

Características da nova Lisboa


A baixa de Lisboa é conhecida por baixa pombalina porque o responsável pela sua
reconstrução após o terramoto foi o Marquês de Pombal. Esta reconstrução
caracterizou-se por várias inovações:
 Ruas largas
 Passeios calcetados
 Traçado geométrico
 Prédios da mesma altura com fachadas iguais e dotados de um sistema de madeira
anti-sísmico
 Rede de esgotos
O Terreiro do Paço deu lugar à Praça do Comércio em homenagem aos burgueses que
contribuíram com dinheiro para a reconstrução de Lisboa.

Situação de Portugal neste período

O reino português encontrava-se em crise:

 O comércio enfrentou uma grande concorrência estrangeira que impediu o seu


crescimento
 A agricultura e a indústria não produziam o suficiente, portanto Portugal tinha que
comprar quase tudo ao estrangeiro
 Chegava cada vez menos ouro do Brasil, por isso deixou de haver dinheiro para
importar tantos produtos
 O terramoto de 1755 veio agravar ainda mais a situação do país

Reformas pombalinas
Para resolver a grave situação que enfrentava Portugal, Marquês de Pombal decidiu
fazer várias reformas:

 Reformas económicas:
 Desenvolveu a indústria apoiando fábricas antigas e criando novas
 Criou companhias de comércio
 Reformas políticas e sociais
 Perseguiu e retirou poder à Nobreza (retirou cargos e riquezas e reprimiu quem
se lhe opusesse)
 Diminuiu o poder do Clero, expulsando os Jesuítas
 Protegeu a Burguesia
 Extinguiu a escravatura no reino (embora continuasse a existir nas colónias
portuguesas)
 Reformas no ensino
 Criou escolas primárias
 Reformou a Universidade de Coimbra
 Extinguiu a Universidade de Évora que era controlada pelos Jesuítas

Marquês de Pombal utilizou a Burguesia como motor de desenvolvimento económico


do país, e retirou poder às classes privilegiadas, ou seja, ao Clero e à Nobreza.

Todas estas medidas, a nível social, político, económico e do ensino, contribuíram para
a modernização do país.

A REVOLUÇÃO FRANCESA DE 1789 E SEUS REFLEXOS EM PORTUGAL

REVOLUÇÃO FRANCESA

Em 1789 aconteceu a Revolução Francesa que pôs fim à Monarquia Absoluta em França.
Esta revolução tinha como princípios a igualdade, a liberdade e a separação dos
poderes (liberalismo).

No entanto, os reis europeus absolutistas sentiram-se ameaçados com estas ideias


liberais, uniram-se e declararam guerra à França.

Napoleão Bonaparte estava à frente do governo francês e conseguiu derrotar os seus


opositores e passou a dominar grande parte da Europa, com excepção da Inglaterra.
Para os enfraquecer, ordenou que todos os portos europeus não permitissem a entrada
de navios ingleses – Bloqueio Continental.

Fuga da família real portuguesa para o Brasil


Neste período, Portugal tinha uma rainha, D. Maria I, viúva e doente. Por isso, o reino
era governado pelo seu filho, o príncipe João.
Portugal, como era um velho aliado da Inglaterra, e não queria perder o comércio com
os ingleses, demorou a aderir ao bloqueio continental imposto por Napoleão
Bonaparte. Quando o príncipe regente decidiu aderir ao bloqueio continental, já a
França e a Espanha, sua aliada, tinham decidido invadir Portugal.

A família real, com medo de ser presa pelas tropas francesas, parte para o Brasil em
1807, e é criada uma Junta de Regência para governar Portugal.

INVASÕES FRANCESAS EM PORTUGAL

1ª invasão francesa (1807)


Comandante: Junot
Instalou-se em Lisboa, mandou substituir a bandeira portuguesa pela francesa no
castelo de S. Jorge, acabou com a Junta de Regência e passou ele a governar Portugal.

Durante a invasão francesa destruíram-se culturas, mataram-se pessoas e foi roubado


tudo o que tivesse valor.

Reação portuguesa:
Foram criados movimentos de resistência pelos populares e foi pedido auxílio aos
ingleses. O exército anglo-português venceu os franceses nas batalhas da Roliça e
do Vimeiro e Junot assinou a Convenção de Sintra e abandonou Portugal.
2ª invasão francesa (1809)

Comandante: Soult
Entrou por Trás-os-Montes, chegou ao Porto mas encontrou uma forte resistência e
refugiou-se na Galiza.

3ª invasão francesa (1810)


Comandante: Massena
O seu exército perdeu muitos soldados na batalha do Buçaco mas tentou na mesma a
todo o custo chegar a Lisboa. No entanto, ficou retido na linha defensiva de Torres
Vedras, que era um conjunto de fortificações e canhões criados pelos ingleses para
proteger a cidade de Lisboa.
Massena foi obrigado a desistir e a retirar-se definitivamente.

A REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1820

Situação do reino português após as invasões francesas

A população encontrava-se bastante descontente:

 A família real continuava no Brasil e sem intenções de voltar


 O reino encontrava-se pobre e desorganizado
 Os ingleses não saíram de Portugal e controlavam o comércio feito com o Brasil,
prejudicando assim os comerciantes portugueses

Grande parte da população, sobretudo o povo e a burguesia, começou a defender as


ideias liberais vindas de França.

Revolução liberal de 1820


Em 1818 foi fundada no Porto uma sociedade secreta chamada Sinédrio que tinha como
objetivo preparar uma revolução para expulsar os ingleses e ordenar o regresso do rei
que estava no Brasil.
Em 1820 iniciou-se a Revolução Liberal, no Porto, que depois se espalhou por todo o
país e em Lisboa.

Monarquia Liberal

Portugal passou a ter uma monarquia liberal.


Foram criadas as Cortes Constituintes, que tiveram a função de criar a Constituição de
1822, onde estavam definidos os direitos e deveres dos cidadãos.
Nesta Constituição estava definido que todos os cidadãos eram iguais perante a lei e
estava estabelecida a separação de poderes.

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

O rei D. João VI regressou a Portugal, ficando o seu filho D. Pedro na regência do Brasil.
Durante a permanência do rei o Brasil teve um grande desenvolvimento e os portos
foram abertos aos comerciantes estrangeiros o que favoreceu a burguesia brasileira.
Estes apoiaram D. Pedro que declarou a independência do Brasil em 1822.
A LUTA ENTRE LIBERAIS E ABSOLUTISTAS

Guerra Civil
Quando D. João VI morre, D. Pedro sucede-lhe mas abdica do trono para ficar no Brasil.
Passa a coroa para a sua filha Maria da Glória mas, como tinha apenas 7 anos, fica como
regente o seu irmão D. Miguel.

D. Miguel prometeu governar segundo um regime liberal mas em 1828 dissolveu as


cortes e passou a governar como rei absoluto com o apoio da nobreza e do clero e
perseguiu os liberais.

Em 1831, D. Pedro abdicou do trono brasileiro e rumou à Europa, instalando-se com


exilados liberais na Ilha Terceira, nos Açores.

Em 1832 desembarcou com as suas tropas numa praia próxima do Porto e avançou
sobre a cidade, sem encontrar resistência.

Assistimos assim a uma Guerra Civil em Portugal (de um lado os Absolutistas, liderados
por D. Miguel e do outro lado os Liberais, liderados por D. Pedro).

Só depois de várias derrotas é que D. Miguel assinou a paz através da Convenção de


Évora Monte em 1834.

O Liberalismo saiu vitorioso e implantou-se definitivamente no nosso país.

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