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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO HISTÓRIA - BACHARELADO


DISCIPLINA: História da Educação
PROFESSORA TUTORA: MARILIA FERRANTI MARQUES SCORZONI

TÍTULO DA ATIVIDADE ESTRUTURADA: Revisitando a História da Educação e


projetando Perspectivas futuras

ALUNA AUTORA DA ATIVIDADE: CLAUDIA GOODWIN HENGSTLER


MATRÍCULA 201907296451

Não se nasce humano, torna-se humano. O ser humano é gregário pela sua
própria natureza; sem o grupo, perecemos.

A criança sempre foi educada pelo grupo, com essa educação sofrendo mudanças
ao longo dos milênios. Ela sempre existiu, prescindindo da formalidade da escola. Nas
sociedades ditas primitivas, a educação se dá de forma difusa, assistemática e de
tradição oral.

C.R. Brandão declara:


“Da família à comunidade, a educação existe difusa em todos os mundos sociais,
entre as incontáveis práticas dos mistérios do aprender; primeiro, sem classes de alunos,
sem livro e sem professores especialistas; mais adiante, com escolas, salas, professores
e métodos pedagógicos. A educação pode existir livre e, entre todos, pode ser uma das
maneiras que as pessoas criam para tornar comum, como saber, como ideia, como
crença, aquilo que é comunitário, como bem, como trabalho ou como vida. Ela pode
existir imposta por um sistema centralizado de poder, que usa o saber e o controle sobre
o saber como armas que reforçam a desigualdade entre os homens na divisão dos bens,
do trabalho, dos direitos e dos símbolos.”
(http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon967/galeria/aula1/anexo/historia_educaca
o.pdf)

Ou seja, a educação reflete a organização de determinado grupo social. Pode ser


usada para o bem comum ou como mecanismo de estratificação social e dominação.
Embora não existam hierarquias entre educações distintas, é necessário que a educação
formal de qualidade seja acessível a todos, como forma de redução de desigualdades
socioeconômicas, pois é o método dominante. Os que são dela privados ficam
automaticamente em desvantagem. Uma das formas de dominação é desqualificar e
desprezar a cultura de sociedades de tradição oral. É necessário, portanto, universalizar o
acesso à educação formal, como uma paridade de armas.
Ao olharmos para a linha do tempo da história humana, veremos que a escrita é
algo muito recente. De cerca de 150 mil anos da nossa espécie, aprendemos a escrever
apenas há cerca de seis mil anos:

(https://slideplayer.com.br/slide/14901880/)

A partir do momento em que a sociedade começou a se dividir em classes,


também começou a estratificação cultural, pois o conhecimento é poder e, portanto,
nunca é para todos. Sempre refletindo a organização social, a alfabetização acabou
restrita às camadas superiores da sociedade, sendo seu acesso sistematicamente
negado à maioria da população. Sintomaticamente, a diminuição da desigualdade está
atrelada à democratização do acesso ao ensino, como se vê no quadro abaixo:

https://teses.usp.br/teses/disponiveis/livredocencia/12/tde-22082019-144418/pt-
br.php
Todos os países que democratizaram o acesso à educação básica são os mesmos
que hoje têm os menores índices de desigualdade e os maiores índices de
desenvolvimento humano.

A situação do Brasil foi e ainda é dramática. Ainda que a taxa de analfabetismo


tenha caído bastante desde o fim da monarquia até os dias de hoje, ainda é um índice
absurdamente alto:

Um país de dimensões continentais como o Brasil tem grandes dificuldades de


implementar uma política educacional que atenda às especificidades regionais ao mesmo
tempo em que universaliza um currículo comum. A Base Nacional Curricular Comum –
BNCC – veio nortear essa política, que tem um denominador comum a todo o país, mas
que respeita as diferentes culturas regionais. Isso facilita o aprendizado, pois traz o dia-a-
dia para dentro da escola, em lugar de importar modelos estranhos ao aluno.

O problema é que a BNCC foi elaborada numa época em que a internet ainda não
tinha o tamanho e a importância que tem agora. Crianças e adolescentes têm outras
formas de consumo e produção de conhecimento que a escola atual não acompanhou. A
forma tradicional de ensino deve ser revista. Hoje, ampliaram-se não apenas os espaços
educativos, mas também a forma de difusão do conhecimento. A escola nunca será
extinta, mas precisa urgentemente de uma reestruturação, de forma a adaptar-se tanto
aos novos meios de aprendizagem, mas também atender as exigências das
transformações do mundo do trabalho e seus impactos sobre a vida social. Como espaço
primeiro de interação social, a escola não pode ficar de fora dessa nova dinâmica.

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