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Um carrinho se desloca sobre uma superfície


reta e horizontal. No carrinho há um plano inclinado, que
forma um ângulo θ com a horizontal, sobre o plano
coloca-se um corpo. Determinar a aceleração do
carrinho para que o corpo permaneça em repouso sobre
o plano inclinado. Despreze o atrito entre o corpo e o
plano inclinado e adote g para a aceleração da
gravidade.

Dados do problema

• ângulo de inclinação do plano: θ;


• aceleração da gravidade: g.

Esquema do problema

Adotamos um sistema de referência xy com eixo-x paralelo ao plano horizontal e com o


mesmo sentido da aceleração do carrinho.

figura 1
figura 2

Supõe-se o solo (Terra) sem aceleração, referencial inercial. O carrinho possui


aceleração a em relação ao solo, referencial não-inercial. As Leis de Newton valem para
referenciais inerciais, portanto para que o corpo permaneça em repouso sobre o carrinho ele
deve ter, em relação ao solo, a mesma aceleração a do carrinho (figura 1).
Isolando o corpo e pesquisando as forças que agem nele, temos a força peso (P) e a
reação normal da superfície (N), figura 2.

Solução

A reação normal do plano inclinado pode ser decomposta em duas, uma componente
na direção do eixo-x ( N x ) e a outra na direção do eixo-y ( N y ) do referencial. O ângulo do
plano inclinado é dado como sendo θ, da figura 3-A vemos que o ângulo da direção x e o plano
inclinado também é θ (são ângulos alternos internos).

figura 3

A reação normal é perpendicular ao plano inclinado, forma um ângulo de 90º, o ângulo


entre a direção x e a normal é  = 90o −θ , figura 3-B. Como as direções x e y são

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perpendiculares entre si o ângulo entre a reação normal e a direção y e


o o o o
90 −90 −θ = 90 −90 θ = θ , figura 3-C.
Desenhamos as forças num sistema de eixos coordenados,
figura 4, usamos o ângulo θ entre a reação normal e o eixo-y ao
contrário do que se faz usualmente.
Aplicando a 2.a Lei de Newton

 =m 
F a

Na direção y não há aceleração, em módulo temos

N y−P = 0 (I)

sendo a componente da reação normal na direção y dada por figura 4

N y = N cosθ (II)

e o peso dado por

P =mg (III)

substituindo (II) e (III) em (I), temos

N cosθ−m g = 0
N cosθ = m g (IV)

Na direção x temos a aceleração a agindo, em módulo temos

Nx = m a (V)

sendo a componente da reação normal na direção x dada por

N x = N sen θ (VI)

substituindo (VI) em (V), temos

N sen θ = m a (VII)

Dividindo a expressão (VII) por (IV), obtemos

N sen θ m a
=
N cosθ m g

simplificando a reação normal N no numerador e denominador do lado esquerdo da igualdade,


sen 
a massa m do lado direito e lembrando da trigonometria que tg  = , obtemos
cos 

a
tg θ =
g

portanto a aceleração será dada por

a = g tg θ

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