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QUAL É A CONTRIBIÇÃO DEIXADA PELOS FILÓSOFOS DA ANTIGUIDADE

PARA O PENSAMENTO FILÓSOFICO DO DIREITO CONTEMPORÂNEO?

What is a contribility left by the philosophers of the antique ages to the philosophical
thought of contemporary law?

JOÃO PEDRO PEREIRA CINTRA1

TIA: 31985841

TURMA: 1ºB SEMESTRE / 2019

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Estudante – Faculdade de Direito
Universidade Presbiteriana Mackenzie
E-mail: joaoppcintra@gmail.com
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Sumário:

1. RESUMO............................................................................................................ 3

2. ABSTRACT ......................................................................................................... 3

3. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3

4. SOFISTAS ........................................................................................................... 4

5. SÓCRATES ......................................................................................................... 5

6. PLATÃO ............................................................................................................. 7

7. ARISTÓTELES .................................................................................................... 9

8. RELAÇÃO DOS FILÓSOFOS GREGOS COM O DIREITO CONTEMPORÂNEO . 12

9. CONCLUSÃO ................................................................................................... 13

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................................. 14


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1. RESUMO

Esse artigo visa analisar os atos realizados ao longo da vida dos principais filósofos
que existiram no período histórico entre 4.000 a.C. até o século V d. C.., que ficou conhecido
como Antiguidade. Ademais, será estudado as consequências que suas atitudes causaram no
pensamento filosófico do Direito contemporâneo.

Palavras chaves: Principais filósofos; Antiguidade; Atitudes; Direito.

2. ABSTRACT

This article aims to study the acts carried out throughout the life of the main
philosophers that existed in the European historical period between the 4.000 A.D. to V A.D;
which became known as the Antique Ages. In addition, it Will be studied how their attitudes
caused the philosophical impact of contemporany law.

Key words: Main philosophers; Middle Ages; Consequences.

3. INTRODUÇÃO

No período da antiguidade, a Grécia Antiga teve um papel fundamental na história, pois o


direito nesse local foi abordado por uma forma que não foi sistematizado de maneira única em
códigos ou leis. Isso ocorreu, porque o Estado Grego não tinha uma unidade política, mas era
composto por várias cidades independentes, que possuíam diferentes aspectos, como, a
cultura, economia, entre outros, que foi denominado de polis. Dentre as polis, duas se
destacaram, as quais são: Atenas e Esparta.

A cidade-estado de Esparta era caracterizada por ser militarista, possuir instituições


arcaicas e se fechava às influências externas. Sendo assim, esses aspectos baseiam numa polis
conservadora e aristotélica para formar seus cidadãos, com o intuito deles servirem a milícia.
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Enquanto a polis de Atenas possuía alguns aspectos diferentes de Esparta, como, um


regime mais aberto e desenvolvido. Ademais, esses aspectos junto com sua posição
geográfica favorável, já que era próxima ao Mar Mediterrâneo, permitiam que a região fosse o
centro comercial e cultural de diversas cidades gregas, o que também atraia pessoas ao redor
do mundo, além de possuir um forte desenvolvimento do exército marítimo.

Nesse cenário, a democracia direta desenvolveu-se em Atenas, a qual exigia a


participação dos cidadãos direta na política, os quais detinham os direitos iguais nas
assembleias, onde as pessoas precisavam argumentar suas ideias racionalmente para discutir
os assuntos públicos que envolviam o destino da cidade.

Ressalvando que para ser considerado cidadão ateniense, tinha que ter nascido na cidade-
estado, ser homem, branco e ser maior de idade (21 anos). Desta forma, impossibilitava
mulheres, estrangeiros e escravos de participar do âmbito político.

Assim, no contexto ateniense surgiu um espaço racional para a filosofia construir suas
primeiras obras. Nesse contexto, alguns filósofos se destacaram por realizar atos que
buscavam influenciar a sociedade da época, mas também, surgiu a concepção de Direito.
Ademais, os filósofos buscavam questionar se dentro do direito haveria uma divisão, os quais
serão vistos a seguir.

4. SOFISTAS

Nesse período histórico da antiguidade, os cidadãos precisavam saber a retórica do


discurso para valer seus interesses dentro das assembleias. Assim, surgem a necessidade de
aprender a usar a palavra de forma racional, o que podia ser ensinado pelos oradores
denominados de sofistas.

Os sofistas eram homens portadores de um vasto conhecimento incomum sobre vários


assuntos. Além disso, eles possuíam a técnica da argumentação e da persuasão, ou seja,
sabiam falar em público e também em fazer com que o público fosse dominado pela sua fala,
pela sua postura e pela ideia que defendia.
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Com essa habilidade, os sofistas propunham ensinar qualquer tema aos cidadãos que
tivessem condições financeiras de subsidiar os trabalhos deles, consistindo no aprendizado da
retórica. Isso ocorria, com o objetivo de articular os argumentos dos seus clientes conforme as
necessidades do debate para convencer o seu interlocutor, e contribuir nas discussões políticas
da cidade.

Por conseguinte, os sofistas contribuíram para o surgimento do direito, pois através de


suas habilidades desenvolvidas abordavam a verdade relativa, que foram transmitidas para os
cidadãos na época da democracia ateniense. Isso ao longo do tempo auxiliou em várias
funções adquiridas pelos advogados ao redor do mundo.

5. SÓCRATES

No século V a.C., Sócrates buscou aprofundar seus estudos filosóficos sobre o


pensamento na área epistemológica (teoria do conhecimento) para tratar assuntos difíceis
relacionados ao indivíduo e a organização da humanidade para mostrar ao povo grego.

Ao longo de sua vida, Sócrates acreditava que existiam verdades universais, válidas
para toda a humanidade em qualquer espaço e tempo. Entretanto, para encontrá-las era
necessário refletir sobre elas, descobrir suas razões. Assim, ele ouviu a sua divindade interior
e caminhou por vários lugares da Grécia, principalmente, em Atenas, para analisar os
acontecimentos da época.

Nesse processo, Sócrates compreendeu que para encontrar a verdadeira sabedoria,


precisa fazer uma análise própria das fases da pessoa, com o intuito de reconhecer seus
valores, mas também, sua própria ignorância. Ressaltando isso, não significa que a verdade
não exista, mas que ela é, e sempre será maior do que aquele que a procura. Dessa forma, ele
elabora a frase “Conhece-te a ti mesmo”.

Outro ponto importante nessa jornada foi que ele descobriu de forma interior a
capacidade do seu conhecimento, visto que, refletiu ser pouco, limitado e insuficiente para
obter informações sobre tudo que ocorria ao redor do mundo. Nesse processo, ele formulou a
frase: “Só sei que nada sei”

Todo esse preparo para ele foi importante para entender sua importância, além de
conseguir realizar um papel na sociedade. Sendo que ele desenvolveu um método de ensino, o
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qual era realizado através do uso da palavra para levar sua sabedoria e conhecimento sobre as
coisas do mundo e do ser humano. Isso foi denominado de método dialético, o qual veremos
suas fases a seguir.

Na primeira fase, que foi chamada de ironia ou refutação, Sócrates inicia um diálogo
com os indivíduos para interrogar sobre os conceitos que pensavam saber o significado na sua
mente. Isso, muitas vezes, parecia que ele pretendia ridicularizar as pessoas, mas, na verdade,
era feito com o intuito de purificar o pensamento dos outros e, consequentemente, conduzir
seu interlocutor a irromper o entendimento verdadeiro daquilo.

Na segunda fase, que foi denominada de a "maiêutica", que significa técnica de trazer
à luz, Sócrates solicita vários exemplos particulares do que está sendo discutido. Por exemplo,
se está procurando definir a coragem, pede descrições de atos considerados corajosos. Em
seguida, analisa esses casos com a finalidade de descobrir o que é comum a todos eles. Esse
algo comum é a coragem, a essência dos atos heroicos, e existirá em qualquer ato corajoso,
independente das circunstâncias que o cercarem.

Esse método pressupõe uma crença do filósofo, o qual acredita que a verdade está no
próprio homem, mas ele não pode atingi-la porque não só está envolto em falsas ideias; em
preconceitos; em opiniões alheias, como também está desprovido de estratégias adequadas.
Dessa forma, quando o indivíduo abandona seus empecilhos, chega-se ao conhecimento
verdadeiro, pois ele adquire um modo de ver e agir, que o faz pensar e refletir por si mesmo.

Por fim, o filósofo ressalta isso, identificando esse processo como virtude, o que é
difícil de conseguir, mas deve estar disposto a contrariar o vício, o qual se deve unicamente à
ignorância. Partindo disso, surge outra frase conhecida dele que é: "Ninguém faz o mal
voluntariamente".

Ademais, percebe que esse procedimento, foi fundamental para os sujeitos, pois
Sócrates mostra que a virtude pode ser conhecida e, acima de tudo, pode ser ensinada. Isso é
importante para transmitir alguns valores éticos e morais para viver em sociedade, mas
também, ensinar regras de condutas para eles, o que torna os sujeitos a pensar racionalmente,
o que deve guiar a sua consciência crítica para controlar sua vontade ao invés de ser
dominado pela tirania dos seus desejos.

Após o filósofo conseguir impor seu método de ensinamento para os jovens


atenienses, o que obteve resultados positivos referente à educação e, consequentemente, ao
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pensamento crítico da situação da cidade. Isso deixou a elite conservadora do local receosa de
alguma mudança em sua forma de governo, pois observava o filósofo como um agitador
público com potencial e, consequentemente, tornou-se inimigo deles.

Assim, essa classe social conseguiu prender Sócrates alegando que ele era culpado de
corromper a mente dos jovens; subverter a ordem social; provocar mudanças na religião
grega, visto que, acreditavam que ele desrespeitava os Deuses grego. Posteriormente, ele foi
levado para julgamento, e defendeu as atitudes que realizava à população ateniense, o que fez
ser condenado a suicidar-se tomando um veneno chamado de cicuta.

6. PLATÃO

Em Atenas, nasceu Platão que foi educado e discípulo de Sócrates, que o ensinou
sobre os conhecimentos acerca dos assuntos do mundo e da virtude humana. Posteriormente,
ao modo que Sócrates foi tratado pela elite da cidade, o filósofo não entendeu e opôs a
democracia ateniense. Assim, ele faz uma crítica a forma de governo de sua época, pois
afirma que os governantes deveriam brigar para não governar, como brigam para chegar ao
poder. Diz, ainda, que o verdadeiro chefe não nasce para atender os interesses de si próprio,
mas sim de toda a coletividade a ele subordinada.

Dessa forma, percebe-se que a crítica de Platão estava ligada ao governo que criava
leis visando seus interesses, e os determinando como justo; entretanto, punindo como injusto
aquele que transgredir suas regras, uma vez que o elegido para governar poderia ser o mais
votado, mas não sendo, portanto, o mais preparado para aquela função.

Depois saiu de sua cidade viajou pelo mundo para adquirir conceitos sobre
determinadas áreas, especialmente, na matemática. Depois, voltou para sua cidade e fundou
sua escola chamada de “Academia”, onde ele tinha formação intelectual necessária para
formular suas teorias escrita, sendo uma de suas principais obras “A república” que será visto
os pontos principais a seguir.

Na obra “A república”, Platão acredita que necessita de dois mundos de conhecimento


para verificar um problema relacionado a verdade absoluta, que é: a) mundo sensível
aprendido pelos sentidos, isto é, relativo para cada indivíduo que pode ver de uma maneira
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diferente a mesma experiência; b) mundo das ideias, aprendido pelo “logos” (conhecimento
racional).

Isso é exemplificado pela história do “Mito da Caverna” para contar ao maior número
de pessoas. Essa narrativa expressa dramaticamente a imagem de prisioneiros que desde o
nascimento foram isolados e acorrentados no interior de uma caverna, de forma que só era
possível olhar para uma parede com alguns objetos, que estava iluminada por uma fogueira,
que representa o cotidiano. No entanto, as sombras eram projetadas na parede, sendo a única
imagem que os prisioneiros conseguiam enxergar. Ao longo do tempo, os homens passaram a
nomear as sombras como seres, e também à regularidade de aparições destas.

Mas, caso um prisioneiro conseguisse se libertar das correntes, e chegasse fora da


caverna. Ao sair, a luz do sol ofuscaria sua visão imediatamente e só depois do abalo se
depararia com uma realidade completamente diferente da qual estava acostumado. Não
demoraria a perceber que aqueles seres tinham mais qualidades do que as sombras, sendo,
mais reais. Significa dizer que ele poderia contemplar a verdadeira realidade, os seres como
são em si mesmos. Não teria dificuldades em perceber que o Sol é a fonte da luz que o faz ver
o real, bem como é desta fonte que provém toda existência.

Maravilhado com esse novo mundo e com o conhecimento que então passará a ter da
realidade, sentirá pena dos seus companheiros e voltará para resgatá-los, mas provavelmente
será recebido como louco.

Assim, Platão retrata os prisioneiros como o ser humano, pois ele tem tradições,
hábitos e crenças diferentes e só acreditam no que é transmitida, isto é, o homem prefere viver
com algo do que a verdade. Ademais, ele trata o ambiente da caverna como o mundo ao redor,
físico e sensível, onde nele imagens prevalecem sobre conceitos, de forma a induzir a
formação de juízos equivocados. O ofuscamento está relacionado à dificuldade de assimilar
novas descobertas e a necessidade de estar aberto ao conhecimento da verdade o, enquanto, o
mundo do lado de fora é o real e inteligível, que é dotado de formas e com uma identidade
inalterável.

Platão acredita que a justiça é uma virtude, tendo essa concepção atribuída tanto no
plano do senso exercido pelo espírito interior do homem de maneira individual como no plano
do cenário da polis, onde ocorre a relação social das pessoas em harmonia, que busca o
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equilíbrio do afazeres mais adequado aos indivíduos para organizar a vida sistematizada entre
as classes da cidade-estado.

Na obra “A república”, o filósofo busca estruturar uma sociedade justa em três pilares
que são: a) guardiões - representavam a parte racional, pois os homens que pensavam
racionalmente e não se enganavam pela aparência tinha condição de direcionar o governo e
fazer as leis; b) guerreiros - representavam a parte irascível, pois tinham coragem e força para
cuidar da defesa e da ordem que mantém a organização interna; c) trabalhadores -
representavam a parte concupiscente, pois eram pessoas que trabalhavam no campo para
produzir os bens materiais necessárias para a população sobreviver.

Ademais, Platão cria sua concepção do conceito de direito, que visa o ensino
pedagógico, pois ele regula o convívio social através de fontes jurídicas relacionadas à
interpretação da justiça, com o intuito de transmitir para os indivíduos visando propagar os
diálogos platônicos. Portanto, na visão platônica, os operadores jurídicos devem praticar a
função de analisar e elaborar leis para o Estado (direito positivado), além de descobrir normas
que buscam o bem da comunidade, o que precisa de uma visão iluminada que é referida à
teoria mostrada pela narrativa do “Mito da Caverna”.

7. ARISTÓTELES

Em Atenas, Aristóteles foi um estudante da Academia de Platão e tornou-se um


brilhante discípulo do mestre, pois se ajustou à linha de pensamento realizada e não tinham
discordâncias perturbadoras. Posteriormente, ele rompe os estudos com seu mestre ao fazer
uma crítica a Platão que diz respeito da teoria em que existem dois mundos. Ademais, ele
lecionou para o príncipe herdeiro Alexandre, o grande. Depois voltou para Atenas, e fundou
sua própria escola, Liceu, que tinha um método de ensino erudito, mas também, desenvolveu
suas obras escritas, que será visto a seguir.

O filósofo grego realizou seus estudos baseado na teoria dos cosmos, que ordena os
objetos de uma forma encontrar seu lugar natural para obter sua finalidade no universo através
de sua própria atividade. Assim, ele relaciona isso com o ser humano, que ao viver em
sociedade, o sujeito nasce com a potência de realizar várias atividades, mas é com o ato de
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praticar algo específico, que desenvolve suas aptidões. Isso pode alcançar a excelência moral
e, consequentemente, a felicidade aristotélica (eudaimonia).

Ademais, Aristóteles acreditava que a virtude advinha da disposição racional do justo


meio, consistindo na distância do percurso entre o excesso e a ausência. Dessa forma, ele
considera a justiça como um equilíbrio.

Na obra “Ética a Nicômaco”, Aristóteles considera a justiça como uma virtude ética,
pois visa as atitudes benéficas das relações sociais. Assim, ele buscou definir seu conceito
universal da justiça.

Para ele definir esse conceito, foi necessário em dividir em duas esferas que são:
justiça geral e justiça particular.

Sendo que a justiça geral consistindo em qualificar as atitudes humanas em seu


convívio na comunidade como justa de acordo com a lei moral. Enquanto, a justiça particular
representa uma visão particular dos atos reais de cada indivíduo, que são julgados conforme a
justiça

Na prática, Aristóteles explica isso dividindo a justiça particular em duas espécies, que
são: justiça distributiva e justiça corretiva.

A primeira forma manifesta a ideia de o Estado repartir os seus bens materiais com as
pessoas de acordo com o critério da igualdade proporcional. Assim, as pessoas receberiam sua
parte segundo a necessidade passada na época ou pelo merecimento e esforço realizado por
cada um. Enquanto, a segunda maneira propõe restabelecer a igualdade proporcional no
ambiente, quando algo de injusto foi realizado com as pessoas.

Aristóteles emerge sua concepção de direito baseado na justiça, já que, ele acredita que
o direito começa como algo vindo do exterior ao indivíduo para regular as relações humanas
determinada pela igualdade proporcional para manter a justiça geral. Assim, o direito
aristotélico adquire autonomia, pois ele é responsável pelo convívio social, mas também,
solucionar os conflitos de maneira justa, mas caso fosse necessário poderia aplicar uma
sanção para corrigir os atos falhos cometidos por cada indivíduo.

Nesse sentido, ele considera importante dividir o direito em duas esferas, que são: o
direito natural e o direito positivado.
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Sendo que o direito natural se baseia nas leis feitas pela natureza, que são imutáveis.
Enquanto, o direito positivado constitui de normas legais criadas pelo homem para intervir na
natureza e conforme sua intuição regular as relações sociais.

Por conseguinte, percebe que o direito positivado consiste na realização das leis dentro
da cidade-estado, isto é, as normas legais mudam conforme os costumes culturais e de
vivência diferente de cada sociedade. Enquanto, o direito natural propõe julgar os casos
praticados pelo povo de maneira justa na comunidade, pois se baseia na igualdade e na
honestidade que são aspectos imutáveis.

Conforme foi visto, o direito busca colocar a lei em prática, com o intuito de obedecer
ao exterior do homem, para alcançar um jeito de viver com igualdade na região. Assim, o
filósofo acredita que é necessário isso para as duas espécies de justiça se unirem no mesmo
caminho para realizar atos justos.

Por fim, Aristóteles estabelece sua concepção de equidade, consistindo em um método


que é utilizado a interpretação à luz dela, muitas vezes, quando o direito não possua uma
solução prática para o caso ou se for criado uma lei nova posta em prática na sociedade.
Assim, observa-se que a equidade é superior ao direito, pois busca corrigir o uso deste meio.

Ademais, o autor Clarence Morris diserta sobre os dois primeiros capítulos do livro “A
política”, pois ele acredita ser importante para relacionar a completitude dos elementos já
citados.

No livro I, o filósofo aborda o termo da comunidade, que é formada com indivíduos que
se unem para realizar ações visando a algum bem. Em seguida, ele defende que conforme as
comunidades vão se tornando Estados, que possuem funções mais complexas, como, a relação
de poder natural entre os indivíduos, em que alguns tem qualidade para ordenar e outros
obedecem. Assim, surge as comunidades políticas, que possuem um grau maior, pois busca o
bem do soberano.

Enquanto, no livro II, a proposta principal de Aristóteles é identificar a melhor forma de


comunidade política para realizar seu ideal de vida, e a melhor constituição. Sendo que para
isso, ele tem que considerar alguns quesitos da comunidade política, que são: a) oferecer a
todos condição igual; b) a cidade conseguir se adaptar para alocar todos os cidadãos; c)
oferecer todas as coisas para os cidadãos é essencial, é uma forma de comunidade,
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Ademais, o autor tem que pensar em uma forma de controlar o poder, para evitar a tirania.
Nesse âmbito, ele acredita que os indivíduos através de critérios devem escolher um
representante que dura um tempo. Desta maneira todos realmente governam, os cidadãos
exercem funções públicas e podem ocupar cargos diferentes, a fim de regular as relações
internas do local.

8. RELAÇÃO DOS FILÓSOFOS GREGOS COM O DIREITO


CONTEMPORÂNEO

Na contemporaneidade, quando o indivíduo decide cursar o curso de direito, ele tem


uma base de aprendizado, incluindo as ideias transmitidas pelos principais filósofos no
decorrer do período histórico que realizaram algo para aperfeiçoar e/ou criar algo na área
jurídica.

Nesse contexto, observa-se que os sofistas foram relevantes, pois eles ensinavam a arte
da persuasão e da retórica para os cidadãos atenienses. Essa atitude, posteriormente, foi
incorporada ao direito, devido a ela relacionar-se com a linguagem utilizada pelos operadores
jurídicos, mas também, por estar atrelada aos interesses pessoais de cada profissional nas
disputas de negócios através da argumentação. Assim, atualmente, isso é utilizado, muitas
vezes, em audiências e em tribunais, os quais utilizam essa ferramenta de forma estratégica e
estudada para favorecer as preferencias na defesa de seu cliente.

Os filósofos preocupavam em buscar a verdade absoluta para tratar os assuntos


relacionados à sociedade. Assim, os filósofos que viveram na Grécia antiga procuraram
ponderar modos de método de ensino para lidar de assuntos com a sociedade ateniense.

Sócrates aprendeu algumas lições ao longo de sua vida e procurou transmitir isso ao
povo ateniense através do método dialético. Com essa técnica, ele ensinou alguns valores
éticos e morais para viver em sociedade, mas também, ensinar regras de condutas para eles, o
que torna os sujeitos a pensar racionalmente, o que deve guiar a sua consciência crítica para
controlar sua vontade ao invés de ser dominado pela tirania dos seus desejos. Esse
pensamento foi passado para as futuras gerações até os dias atuais, visto que, elas aprenderam
a buscar mostrar o seu potencial, mesmo em época que a tecnologia expõe notícias fictícias.
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No entanto, Platão mostra uma teoria de dois mundos de conhecimento que se


complementam. Partindo disso, ele mostra sua preocupação com a ética e a moral,
relacionado com o âmbito jurídico. Esse pensamento foi passado para as outras gerações, pois
ele contribui na parte interior do indivíduo, isto é, buscar retirar o máximo de sua aptidão para
entender sua função de operador jurídico para conseguir auxiliar outras pessoas.

Por fim, Aristóteles concerne sua concepção dos ideais da moral com uma visão das
atitudes e aptidões de cada um para alcançar a felicidade. Enquanto, ele reflete sobre a justiça,
que é a virtude perfeita, de uma maneira igualitária e proporcional, que é lembrada até os dias
atuais.

Ademais, ele utiliza isso para demonstrar seu conceito de direito, que é referido na
obra “Ética e Nicômaco”, da visão que privilegia o poder que a lei possui na comunidade, mas
também, a junção das duas esferas do direito para realizar um ato. Isso é supervisionado pela
equidade que está em um patamar mais elevado, pois ela busca corrigir a prática desse
método.

Por conseguinte, Aristóteles realizou seus estudos de forma impecável, o que forma a
base do sistema jurídico ocidental, visto que, busca concretizar a prática do justo aristotélico.

9. CONCLUSÃO

Este artigo busca mostrar as ideias dos principais filósofos do período da Idade Média,
com o intuito de conseguir responder à questão inicial. Sendo que, é percebido os atos de cada
filósofo realizado em um contexto social e histórico que foram importantes para dar início ao
direito, e que também contribuíram nas áreas da moral, da ética e da justiça. Ademais, eles
criaram aspectos fundamentais utilizados na vida profissional de um advogado, por exemplo,
a retórica. Dessa forma, isso faz com que eles sejam lembrados e estudados no âmbito das
ciências jurídicas até os dias atuais.

Ademais, esse artigo tem a função de verificar a importância dos atos desses filósofos
mencionados para relacionar com a contemporaneidade. Isso é feito com o intuito do
estudante compreender a origem das ferramentas usadas no direito, a fim de poder refletir
sobre elas.
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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

SCALQUETTE, R.A. Lições Sistematizadas da História do Direito. Ed. 1. São Paulo.


Editora, Atlas, 2014.

CLARENCE, M. Os grandes filósofos do direito. Ed. 1. São Paulo. Editora: Martins


Fontes, 2015.

ARISTÓTELES. Ética e Nicômaco. Ed. 3. Brasília: Editora Universidade de Brasília,


1999.

https://www.todamateria.com.br/socrates/ Acessado em 17/06/2019.

https://jus.com.br/artigos/23037/justica-e-direito-em-platao-aristoteles-e-hobbes Acessado
em 18/06/2019.

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