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CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES

ARQUITETURA E URBANISMO

BÁRBARA REGINA MORAES PONTES


BEATRIZ RODRIGUES SIMÕES GOMES
CECÍLIA LÔBO GALVÃO DE ROSSITER CORREA
HERBET RICHARD SANTOS ALVES SEGUNDO
JOSÉ ALBERTO MADEIRO NETO
LETÍCIA DAMASCENO ÁVILA
MARIA BEATRIZ MARANHÃO
MARIAH FIREMAN VITAL

RELATÓRIO DO PLANO DE ESTRUTURAÇÃO

Maceió
2019
BÁRBARA REGINA MORAES PONTES
BEATRIZ RODRIGUES SIMÕES GOMES
CECÍLIA LÔBO GALVÃO DE ROSSITER CORREA
HERBERT RICHARD SANTOS ALVES SEGUNDO
JOSÉ ALBERTO MADEIRO NETO
LETÍCIA DAMASCENO ÁVILA
MARIA BEATRIZ MARANHÃO
MARIAH FIREMAN VITAL

RELATÓRIO DE OCUPAÇÃO: BAIRRO FAROL

Relatório solicitado pelo professor


Vivaldo Ferreira Chagas Junior,
referente à disciplina de Planejamento
Urbano e Regional III do curso de
Arquitetura e Urbanismo do Centro
Universitário Tiradentes – UNIT no
segundo semestre de 2019 para
complemento da nota para da IIUP.

Maceió
2019
1. Desenvolvimento Urbano sustentável

O início dos anos 70 do século XX foi marcado por uma virada na


consciencialização das sociedades sobre a ligação do modelo de desenvolvimento
económico e a preservação do meio ambiente, fazendo com que essas duas coisas
andassem a partir daí sempre juntas.
No ano de 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o
Ambiente Humano, “pela primeira vez foi introduzido na agenda política
internacional a dimensão ambiental como condicionadora e limitadora do modelo
tradicional de crescimento económico’’. A partir de então, as várias Convenções
Mundiais realizadas tiveram como principal objetivo o estabelecimento de medidas
que reduzissem o impacto ambiental global, o que deu origem a um novo conceito, o
““ecodesenvolvimento”.
Este conceito apresentado por Maurice Strong e largamente melhor
difundido a partir de 1974 por Ignacy Sachs, evolui nos anos 80 para o conceito de
“Desenvolvimento Sustentável” anunciado em 1987 no Relatório de Brundtland
– Our Common Future – elaborado pela Comissão para o Ambiente e
Desenvolvimento das Nações Unidas que defendeu um “desenvolvimento que dê
resposta às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de assegurarem as suas próprias necessidades,“ através da
preservação dos ecossistemas naturais.
Este relatório critica os padrões de produção e consumo vigentes e aponta
para a sua incompatibilidade com o desenvolvimento de sociedades mais
sustentáveis e a necessidade de ideias globais de interesse coletivo e de
consciência global. Este conceito resultou então, de um longo processo de reflexão,
em que se procurou compatibilizar o crescimento económico com o ambiente, tendo
sido introduzida uma nova vertente, a social/cultural de forma a promover um
desenvolvimento mais integrado. (Cesur, 2009)
Apesar de que a ideia da consciência em relação aos impactos ambientais
globais, sua ação inicialmente se tem através de mudanças e melhorias locais
buscando a diminuição desses impactos.
Assim, a “Conferência do Rio realizada em 1992 (Eco 92) teve um enorme
impacto na criação de uma agenda ambiental consciente, criando um conjunto de
objetivos, políticas, metas e medidas de ação que buscou promover um
desenvolvimento sustentável ao nível local e urbano, o que resultou na Agenda
Local para o século XXI (AL21) (CESUR, 2010: 17).
Apesar de todas essas tentativas de mudança de consciência, dez anos
depois, em 2002, foi realizada a Cimeira da Terra, em Joanesburgo, criado por
conta de uma inatividade dos governos do mundo, apresentadas as linhas de ação
que visavam regular uma transição para cidades mais sustentáveis, baseadas nas
seguintes conjecturas:
● Um modelo de uma cidade compacta e bastante contida na sua expansão,
que promovesse um desenvolvimento policêntrico do território que fosse mais
eficiente na utilização dos recursos de solo e energia e permitisse uma maior
sustentabilidade dos transportes.
● A conservação dos espaços de importância ecológica, designadamente os
espaços de produção agrícola, contribuindo para restabelecer a
biodiversidade em meio urbano.
● A proteção, conservação, reabilitação do espaço construído, o que implica na
melhoria de suas condições de uso e reutilização, contrariando a urbanização
extensiva e a consequente segregação socioespacial. Desta forma, é
importante recuperar a função urbana de terrenos obsoletos e degradados,
dando-lhes novas funcionalidades.
● A requalificação de espaços públicos e a promoção de uma mistura de usos e
grupos sociais, favorecendo a segurança e a coesão social.
● A valorização dos recursos renováveis em opção aos não renováveis, como é
o caso dos recursos energéticos de origem fóssil.
● A valorização da reciclagem como forma de reduzir a poluição e dos resíduos
urbanos produzidos. (CESUR, 2010:27)
Todas essas conjecturas exigem uma mudança no consumo e modos de
vida da população urbana através do desenvolvimento de uma cultura social e cívica
que permita priorizar o interesse coletivo ao plano local e global.  (CESUR,
2010:14-16). Entretanto, esta mudança depende do desenvolvimento de uma
governança urbana baseada numa democracia moderna e participativa por parte de
todos os atores da sociedade. (Hallsmith, in CESUR, 2009: 15; CEU, 2003)
Se por um lado, à intervenção participativa dos cidadãos permite uma
melhor identificação dos problemas sentidos pela comunidade e oportunidades de
desenvolvimento, por outro, a promoção de um envolvimento entre os vários
domínios de preocupação e de atuação – técnicos, políticos e a população, –
potencia o sucesso das medidas que vierem a ser propostas, rumo a um território
mais sustentável, o que poderá contribuir para o desenvolvimento de uma cidadania
ativa que estimule uma maior coesão social, sentido de identidade e sentimento de
pertença dos habitantes urbanos. (CESUR, 2010:17)
Um modelo de desenvolvimento alternativo que apresente ideais de
interesse coletivo e de consciência global só é possível através da participação ativa
de todos os atores da vida urbana, potenciando “um entendimento partilhado das
questões de sustentabilidade urbana”. (CESUR, 2010:141).

2. Desenvolvimento associado ao transporte coletivo

A mobilidade urbana tornou-se uma das prioridades de planejamento das


cidades modernas. A Lei 12.587/2012, conhecida como Lei da Mobilidade Urbana,
determina aos municípios a tarefa de planejar e executar a política de mobilidade
urbana. A Política Nacional de Mobilidade Urbana passou a exigir que os municípios
com população acima de 20 mil habitantes, elaborem e apresentem plano de
mobilidade urbana, com a intenção de planejar o crescimento das cidades de forma
ordenada. A Lei determina que estes planos priorizem o modo de transporte não
motorizado e os serviços de transporte público coletivo.
O transporte é um importante instrumento de direcionamento do
desenvolvimento urbano das cidades. A mobilidade urbana bem planejada, com
sistemas integrados e sustentáveis, garante o acesso dos cidadãos às cidades e
proporciona qualidade de vida e desenvolvimento econômico. O grande foco da Lei
de Mobilidade não se volta ao serviço individual, de interesse público ou privado,
mas sim ao transporte coletivo de passageiros. Nesse particular, cumpre trazer uma
pequena distinção: o serviço coletivo ora constituirá atividade econômica em sentido
estrito, ora serviço público.
O transporte público coletivo configura “serviço público de transporte de
passageiros acessível a toda a população mediante pagamento individualizado, com
itinerários e preços fixados pelo poder público” (art. 4º, VI). Essa definição se
harmoniza ao art. 30, inciso V da Constituição da República, pelo qual o transporte
coletivo de interesse local é essencial, devendo ser organizado e prestado pelo
Município.
Através disso, buscou-se demonstrar as razões pelas quais os serviços de
transporte e o sistema de mobilidade urbana representam fatores fundamentais para
o desenvolvimento das cidades, entendido como um processo histórico por meio do
qual o tecido urbano viabiliza a concretização de direitos fundamentais de modo
crescente. Se a cidade é o espaço dos contatos, das trocas e dos fluxos, uma
cidade sem mobilidade não é capaz de cumprir suas funções sociais.
No Brasil, os problemas de mobilidade já se sentem há vários anos,
principalmente em grandes metrópoles. Mais recentemente, passaram a atingir
cidades de médio porte e isso em razão de três fatores centrais, a falta de
planejamento, o planejamento tardio ou falho; a ausência de estratégias eficientes
na gestão do transporte público e o aumento intenso da frota de veículos
automotores de uso privativo, fazendo com que cada vez mais cria-se um caos de
muitos veículos para cada vez menos espaço.
Apesar de atrasada, a Política Nacional de Mobilidade Urbana, criada em
2012, buscou oferecer soluções para evitar alguns desses problemas e para garantir
e ampliar a mobilidade urbana. É através disso que as regras disciplinantes do
serviço de utilidade pública de transporte individual e dos serviços de transporte
público coletivo ganham visibilidade.
Através disso pode-se compreender que o transporte coletivo esta
diretamente relacionado ao desenvolvimento urbano local, trazendo consigo
melhorias de vivência e um crescimento ordenado local.

3. Escala Humana
A escala humana tem como principal intuito priorizar os sentimentos e
emoções do ser humano, isso é visto pela grande maioria dos profissionais da
Arquitetura. A análise desses sentimentos precisa ser vista como algo principal,
pois, precisa-se analisar como uma pessoa ocupa o espaço, seja ele parado ou em
movimento por diferentes posições, esta visão é realizada pelo arquiteto alemão
Ernst Neufert, segundo ele esse é o conceito de escala humana.
Segundo alguns pesquisadores, o profissional sempre que está projetando,
ele se coloca como o ser humano utilizando o espaço do projeto. Esse é o motivo de
diferentes formas do corpo e da atividade corporal desses desenhos nos projetos.
No geral o fator humano, para muitos arquitetos, baseia-se no seu tamanho,
sentidos e emoções.
Tudo que é projetado será usado pelas pessoas, tornando isso o princípio
básico da escala humana, então precisa-se existir esse vínculo entre o ser humano
e o meio projetado. A escala humana tem relação direta com tamanho de paredes,
pavimento e outros elementos que envolvem o desenho da construção.
Embora existam diversas abordagens diferentes para criar um espaço
arquitetônico, os arquitetos em sua grande maioria, concordam que priorizar o ser
humano é fundamental para um projeto bem-sucedido. A arquitetura é percebida
através de nossos sentidos, colocamos nosso corpo em comparação a sua escala,
e, é claro, exigimos que a arquitetura nos proteja contra a força da natureza. Por
isso, os arquitetos frequentemente incluem figuras humanas em seus desenhos,
dando, assim, um sentido melhor de escala e atmosfera para o projeto. 

4. Revisão do Zoneamento proposto para a área;

O bairro do Farol possui atualmente 17.343 habitantes, este sempre foi o


bairro preferido da elite alagoana. A Avenida Fernandes Lima até as proximidades
do limite norte do bairro do Farol, era ocupada por grandes mansões. Porém, a
partir da utilização do comércio, muitas casas antigas foram derrubadas ou
descaracterizadas, cedendo o lugar para estabelecimentos comerciais. Alem disso
alguns desses espaços abrigam edifícios comerciais e também residenciais.
A maioria dos habitantes do bairro posto em questão, residem em casas, isto
confirma a horizontalidade, e sua predominância na região; devido a ocupação para
fins de comércio, as residências passaram a ocupar o interior do bairro, sendo estas
indeficadas como de padrão popular e de baixa renda.
O bairro do Farol é disposto por colégios, faculdades, hospitais, clínicas e
consultórios? emissoras de rádio e TV, supermercado, bancos, restaurantes,
farmácias, igrejas católicas e evangélicas, e outros estabelecimentos comercias;
Sua divisão territorial deve ser feita através da separação de suas zonas:

Art. 32. O zoneamento do Município deverá incluir, dentre outras, as seguintes


zonas:I - Zona Exclusivamente Residencial
- ZER;II - Zonas Predominantemente Residenciais
- ZPR;III - Zonas Mistas
- ZM;IV - Zonas de Centralidades
- ZC;V - Zona de Desenvolvimento Econômico
- ZDE;VI - Zona Predominantemente Industrial
- ZPI;VII - Zona de Ocupação Especial
- ZOE;VIII - Zona de Preservação e Desenvolvimento Sustentável
- ZPDS;IX - Zonas Especiais de Interesse Social
- ZEIS;X - Zonas Especiais de Preservação Cultural
- ZEPEC;XI - Zonas Especiais de Preservação Ambiental
- ZEPAM;XII - Zona Especial de Preservação
- ZEP;XIII - Zona de Transição - ZT

Devido a mudança do tipo de atividade no local, as zonas do bairro do Farol


não foram bem divididas como é proposto no Art.31 seção III - do zoneamento, onde
ocorre a predominância de zonas mistas, destinadas para uso residencial e não
residenciais, podendo as mesmas atividades estarem presentes no mesmo lote ou
edificação. Porém estas mesmas zonas não seguem os critérios gerais de
compatibilidade, incomodidade, e qualidade ambiental.
Seria necessário uma intervenção nos novos processos construtivos para
uma tentativa de reorganização do zoneamento, buscando a aplicação de tipologias
de edificações compatíveis aos níveis de densidade, ruídos, revisão da altura
máxima das edificações, além disso os corredores comerciais e de serviços deverão
manter as características paisagísticas de cada zona.
É importante propor a criação ZEU, e estabelecer regras complementares,
como os usos que seriam permitidos nestas zonas, como por exemplo a
manutenção de elementos que qualificam o espaço público e priorizam o pedestre,
como alargamento de calçadas e adotar fachadas ativas. Manutenção das Zonas
Especiais de Interesse Social, ajustando as demarcações das zonas. Além disso é
necessário
a exigência de número mínimo de vagas de garagem e manter penas para os usos
não residenciais.
Foi previsto também um novo zoneamento que inovaria a Quota Ambiental,
fazendo com que as novas edificações públicas mas também as privadas possam
contribuir com a qualidade ambiental da cidade. Com essa nova medida,
determinados lotes atingiram uma pontuação mínima que seria adquirida através da
adoção de soluções construtivas, paisagísticas e tecnológicas contribuam com a
melhoria da qualidade ambiental da cidade. Foram previstos também incentivos
para quem pretender adotar a certificação ambiental e atingir pontuação acima da
mínima exigida.

5. Parâmetros de parcelamento

O emprego do plano ortogonal pode ser explicado por uma incansável busca
pelo lucro da venda dessas terras e também pela facilidade de delimitação de
quadras e lotes que de certa forma foi possibilitada pelos desenhos regulares.
No bairro do Farol a avenida Fernandes Lima foi constituida sobre um
caminho de mercadorias existente séculos atrás, e pode ser infentificados como um
percurso matriz, já que antecedeu a urbanização desta região, logo é possível dizer
que esta avenida foi em parte responsável pela ocupação e pela forma do traçado
empregado no bairro.
As principais avenidas do bairro foram parceladas e ocupadas inicialmente
para fins de habitação, mas acabaram despertando o interesse de comercial, por
apresentarem um bom potencial.
Devido ao mal planejanento, ocorre um grande problema no sistema viário,
como por exemplo na avenida Fernades Lima; pois cada vez mais estabelecimentos
comerciais se fixavam em suas margens, isto acabou gerando uma série de
problemas de deslocamento, sobretudo nas horas críticas, ou seja o bairro do Farol
acaba absorvendo as deficiências que sao causadas pela existência da via.
É possivel afirmar que, durante o processo de ocupação do bairro, diversas
vezes a legislação pertinente não foi seguida da forma como deveria, por ter sido
um processo que aconteceu de maneira, rápida, é possível que esta ocupação
tenha sido responsável por uma grande parte dos problemas existentes.

6. Parâmetros de uso e ocupação


As atividades urbanas são os sinais vitais da cidade, são as atividades que
contribuem com a vida urbana e expressam os nossos hábitos cotidianos. Definir
regiões, locais ou zonas para as atividades urbanas e estabelecer regras de como
os lotes devem ser ocupados são os objetos básicos da Lei de Uso e Ocupação do
Solo.
Para a aplicação das normas de uso e ocupação do solo nas Zonas
Urbanas e Corredores Urbanos, consideram-se os seguintes usos:
I – residencial, destinado à moradia de caráter permanente, unifamiliar,
multifamiliar ou coletivo, nas seguintes modalidades:
a) Uso Residencial 1 (UR-1), quando na gleba ou no lote for implantada uma
unidade residencial unifamiliar;
b) Uso Residencial 2 (UR-2), quando na gleba ou no lote forem implantadas
2 (duas) unidades residenciais unifamiliares;
c) Uso Residencial 3 (UR-3), quando na gleba ou lote for implantada uma
vila, segundo as características que lhe são aplicáveis;
d) Uso Residencial 4 (UR-4), quando na gleba ou no lote forem implantadas
3 (três) ou mais unidades residenciais de uso UR-1, e/ou 2 (duas) ou mais unidades
de uso UR-5;
e) ​Uso Residencial 5 (UR-5), quando na gleba ou lote for implantada 1
(uma) edificação multifamiliar com 3 (três) ou mais pavimentos.
II – comercial, destinado à comercialização de mercadorias;
III – de serviços, destinado à prestação de serviços e ao apoio às atividades
comerciais e industriais.
IV – misto, que agrupa em uma mesma edificação ou num conjunto
integrado de edificações em um mesmo lote, 2 (duas) ou mais categorias de uso;
V – industrial, destinado à extração, beneficiamento, desdobramento,
transformação, manufatura, montagem, manutenção ou guarda de matérias-primas
ou mercadorias de origem mineral, vegetal ou animal;
VI – agropecuário, destinado ao cultivo de produtos agrícolas e/ou à criação
de animais cujo manejo seja compatível com a Área Urbana;
Consideram-se os seguintes parâmetros urbanísticos para ocupação nas
Zonas Urbanas e nos Corredores Urbanos de Maceió:
I – Coeficientes de Aproveitamento do Terreno: é a relação entre a área de
construção total e a área do terreno;
II – Taxa de Ocupação do Terreno: é a relação entre a área da projeção
horizontal da edificação ou edificações e a área do lote;
III – Recuos da Edificação: são as distâncias da edificação aos
alinhamentos existentes ou projetados e às demais divisas do lote ou terreno;
IV – Altura Máxima da Edificação: considera-se altura máxima da edificação
a altura medida a partir do nível do meio fio até o ápice do prédio;
V – Taxa de Permeabilidade do Terreno: Considera-se taxa de
permeabilidade a relação entre áreas descobertas e permeáveis do terreno e a sua
área total.
1. PLANO DIRETOR
DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
Art. 117. ​São objetivos para a ordenação do uso e ocupação do solo no
Município de Maceió:
I – promover a integração de toda a população aos benefícios decorrentes
da urbanização;
II – garantir o desenvolvimento sustentável no uso e ocupação do solo;
III – distribuir as atividades no território, de modo a evitar incompatibilidades
ou inconveniências para a vizinhança;
IV – garantir a qualidade da paisagem urbana;
V – minimizar os conflitos viários.

Art. 118. ​São diretrizes para a ordenação do uso e ocupação do solo no


Município de Maceió:
I – controle do adensamento populacional e da instalação de atividades de
acordo com:
a) potencial de infra-estrutura urbana instalada e prevista;
b) condições de ocupação existente;
c) capacidade de suporte do meio físico natural;
II – redistribuição dos investimentos públicos e de serviços e equipamentos
urbanos e coletivos, de modo a promover a justiça social;
III – estudos para a ampliação e disciplinamento do uso e qualificação dos
espaços públicos da Cidade de Maceió;
IV – ordenamento do uso do solo na área rural;
V – coibição da ocupação e do uso irregulares.

Art. 119. ​As diretrizes previstas para o uso e a ocupação do solo serão
implementadas mediante:
I – adoção do macrozoneamento municipal urbano e rural;
II – revisão da legislação urbanística, especialmente referentes ao
parcelamento do solo urbano, ao uso e ocupação do solo e às obras e edificação;
III – aplicação dos instrumentos da política urbana previstos pelo Estatuto da
Cidade;
IV – implementação do Sistema Municipal de Planejamento e Gestão
Territorial.
7. Respeito, preservação e recuperação dos recursos naturais;

O solo, a água, o oxigênio, energia solar, as florestas, os animais, dentre


outros, são considerados recursos naturais por serem tudo aquilo que é necessário
ao homem. Classificados em duas categorias desiguais, os recursos naturais podem
ser: renováveis e não renováveis, sendo esses respectivamente os que detêm a
capacidade de renovação posteriormente ao seu uso, como a água, o solo, o vento,
energia solar, entre outros.
Os recursos naturais não renováveis, abrangem os elementos que são
usados e não possuem capacidade de renovação, tais recursos são: ferro, ouro,
estanho, alumínio e muitos outros. Dessa forma, sabe-se que quanto mais se extrai,
mais reservas diminuem, com isso, é necessário e importante adotar medidas
protetivas, de forma a regular e manter um consumo comedido, visando o respeito e
a preservação de todos os tipos de recursos naturais.
Diante disso, o cuidado, a prevenção, a manutenção, a conservação e a
recuperação dos recursos naturais renováveis e não renováveis nas cidades, devem
ser precedências e prioridades em qualquer plano de organização das
comunidades, sabendo que os mesmos, são de extrema importância para a boa
vivência nos espaços e para própria existência humana.
O estudo local realizado na área delimitada localizada no bairro do Farol,
permitiu a percepção de espaços públicos, como praças que possuem uma grande
quantidade de arborização, muitas dessas centenárias, que obtêm de cuidados
realizados pela prefeitura, mas que não possui o valor e respeito merecido.
A arborização urbana tem sido a preocupação de muitos por saber as
benfeitorias que ela oferece quando são postas nos espaços, são vastos benefícios
como a diminuição das amplitudes térmicas, melhoramento do ar, diminuição da
poluição sonora, além do fato que a arborização urbana não tem apenas princípios
ambientais, mas também responsabilidade social enfatizando a qualidade de vida.
Como em qualquer outra área, a arborização urbana possui a necessidade
de um planejamento estratégico, com seus objetivos bem claros e explícitos de
forma a atingir as metas requeridas por todos, e diante de sua tamanha importância,
o planejamento é uma das melhores medidas das administrações públicas que
optam pela priorização da arborização urbana.
Uma medida com objetivo de preservar os recursos naturais na área voltada
a arborização do espaço delimitado ao estudo, será a implantação de uma grande
horta comunitária, com o objetivo de instigar a população a conservar e manter um
espaço público destinado a eles, que se bem cuidado e protegido, só trará
benefícios aos mesmos, criando assim, um polo de desenvolvimento rural
sustentável, sendo uma área protegida nos termos da legislação federal específica,
com função ambiental de preservar a paisagem e biodiversidade, assegurando o
bem estar da população, além de incentivar os usos sustentáveis e a agricultura
orgânica.
Diante das necessidades e características da área, as árvores que já existem
devem ser mantidas e explicitadas a população por meio de placas, outdoor ou
outros, seu nome, o quão são importantes, junto com suas características e
qualidades.
As árvores e vegetações que forem implantadas não só em praças, mas em
calçadas e outros locais, devem condizer com tais pontos: possuir resistência a
pragas e doenças, evitando o uso de produtos fitossanitários muitas vezes
desaconselhados em vias públicas; não produzir frutos grandes; possuir troncos e
ramos com lenho resistente sem espinhos, evitando a queda nas vias públicas; não
conter princípios tóxicos ou de reações alérgicas; não deter de flores grandes com
odores fortes; é obrigatório a vegetação ser nativa, de forma a preservar a
vegetação local, tal como a facilidade de adaptação ao ambiente e por fim, a copa
das árvores devem ser pequenas no intuito da não interferência na passagem de
veículos e pedestres e fiação elétrica.
Outro recurso natural renovável que pode ser preservado e aproveitado é a
energia solar. A versatilidade e autonomia possuída pela mesma, permite que seu
uso seja feito de diversas formas se adequando especialmente para cada ambiente
em que for inserido. No caso da área delimitada, há uma grande quantidade de
espaços que podem ser reaproveitados e utilizados como geradores de uma energia
limpa e renovável.
À vista disso, nas coberturas de todos os pontos de ônibus serão colocadas
placas fotovoltaicas no intuito de gerar energia não só para o bairro, como também
instalar entradas e plugs de tomadas elétricas, podendo ali carregar baterias de
qualquer aparelho eletrônico. Outro local que também possuirá placas fotovoltaicas
são os estacionamentos, onde os painéis solares protegem os veículos do sol e ao
mesmo tempo captam os raios solares, gerando energia elétrica.
Nas praças, calçadas e outros locais, serão instaladas pequenas estruturas
ao ar livre, ligados diretamente aos postes, no intuito de captar a energia necessária
durante o dia, utilizando-a durante a noite.
Outro elemento considerado recurso natural é a água, um recurso hídrico
importante na estrutura de desenvolvimento social, econômico e ambiental que deve
ser levado em conta, sabendo-se que seu uso racional não se refere mais apenas à
contenção no consumo, mas a novos processos que visam manter esse recurso.
A água da chuva pode ser utilizada apenas para consumo não potável,
podendo ser captada por superfícies impermeáveis como piso, telhado e laje. Dessa
forma, as calçadas e vias públicas serão dispostas de pisos drenantes, de forma a
captar a água da chuva, armazenando essa água em galerias pluviais e
posteriormente depois de um pequeno tratamento, sendo reutilizada na lavagem de
calçadas e regar plantas das praças e outros espaços.
Visto as ideias elaboradas acima, foram demarcada regiões do bairro do
Farol como ZEPAM (Zona Especial de Proteção Ambiental), que devem ser
protegidas por prestar importantes serviços ambientais de conservação da
biodiversidade, controle de erosão, captação de águas pluviais e controle de
inundação.
Todas as praças existentes e implementadas pelo novo programa de estudo
passa a ser uma Zona Especial de Proteção Ambiental (ZEPAM) e com isso,
impede um futuro interesse do mercado imobiliário em se apropriar de espaços que
ainda não possuem parques, porém tem potencial de se tornar uma área verde, com
todos essas características de uma ZEPAM.
As áreas definidas como ZEPAM, devem ficar próximas ou juntas com área
de proteção cultural, sejam eles imovéis de produção cultural, espaços de
identidade e memória do bairro da cidade, e próximos das áreas de urbanização
especial, com características singulares. Tais decisões voltada a nova perspectiva,
visam agrupar e unir espaços divergentes, atraindo uma maior diversidade de
pessoas, que buscam algo diferente, em um único espaço, ou ambientes próximos.

8. Estruturação da área:
Áreas verdes
Praças
Parques
9. Sistema viário (Mobilidade)​:

O sistema viário tem como definição o sistema que engloba os meios de


transporte, serviços e infraestrutura relacionados à mobilidade da população e
transporte de cargas pela cidade. Na área escolhida para intervenção, os eixos a
serem trabalhados serão o sistema viário com relação ao progresso e mudanças
das vias já existentes, o desenvolvimento de áreas de circulação dos pedestres, a
implantação do sistema cicloviário e a melhoria do transporte público coletivo e
privado.
Tem como objetivos garantir a mobilidade da população com segurança,
conforto, acessibilidade, o aumento do uso do transporte coletivo público,
diminuição do tempo perdido em trânsito, incentivo ao uso de transportes
alternativos sustentáveis, revisão dos transportes de cargas grandes que
atrapalham o trânsito e delimitação dos mesmos.
A situação do sistema viário do bairro do Farol é crítica e seus problemas e
potencialidades já foram identificados. Dentre os maiores problemas identificados
pelo grupo, o congestionamento de veículos nas vias estruturais e não estruturais é
caótico e prejudica o funcionamento do bairro em diversos horários do dia. Como
soluções, já foi adotado o alargamento das vias para que houvesse mais espaços
para os veículos, entretanto o trânsito só aumentou.
O aumento das vias não é mais uma opção pois quanto mais existe espaço
maior a demanda dos transportes privados no local. Também foi reconhecido como
problema, principalmente na área em recorte, a memória de um bairro
essencialmente residencial, que sofre com a verticalização e com isso, a falta de
segurança e fluxo de pessoas nas ruas. A problemática discutida é para tornar as
ruas do bairro do Farol caminháveis e com espaços públicos e de permanência para
que a essência do bairro residencial volte a existir através do sistema viário.
Diante da análise feita anteriormente, a estruturação prioritária proposta pelo
plano diretor - e escolhida pela equipe - é a priorização da segurança do pedestre e
do ciclista. Esses que são em sua maioria prejudicados com a falta de infraestrutura.
O art. 77 do plano diretor municipal diz que todas as obras executadas, sejam elas
públicas ou privadas devem estar de acordo com o Sistema Municipal de
Mobilidade, que garante a infraestrutura física do local, mobilidade dos transportes,
sistema institucional de mobilidade e plano dos transportes urbanos.
Tendo isso como premissa, o art. 79 propõe a prioridade aos pedestres,
transporte público e ao uso de bicicleta, não incentivando o uso de transportes
motorizados particulares, deste modo, para garantir a maior segurança e conforto,
em uma das vias principais da área estudada, foi implantado uma rede de calçadas
acessíveis, baseadas na cartilha de orientação das normas NBR9050/15 E
NBR165387/1 em passeios públicos, uma ciclofaixa e canteiros com área verdes.
Além disso, tendo em vista que o bairro do farol - essencialmente no recorte
em questão - é um bairro residencial tradicional da cidade, foi pensado para o
mesmo, a interdição de uma de suas vias com canteiro para uso público de lazer da
população com intuito de combater o excesso da verticalização e trazer a população
de volta para a rua, bem como feito na rua fechada na Orla de Maceió.
Como base da estruturação secundária, foi escolhido a melhoria da eficiência
dos transportes públicos. Ainda com base no art. 79 do Capítulo lll sobre mobilidade,
é citado diversas vezes a estruturação do transporte coletivo, visando melhorar as
funções urbanas com rapidez e conforto para a população.
Para isso, foi delimitado um horário de serviço para os veículos que
transportam cargas pesadas, incentivo ao uso compartilhado de veículos privados, o
já citado anteriormente na estruturação prioritária uso das ciclofaixas. Para buscar
demais alternativas, é proposto o aumento da iluminação em áreas com pontos de
ônibus, a criação de novos corredores de uso exclusivo dos transportes públicos,
articulação de novas rotas para garantir maior segurança, implantação de uma
maior quantidade de terminais - e estes, com a infraestrutura e segurança
necessária.
Para o incentivo a redução do transporte público privado, o Art. 254 da seção
Vlll do compartilhamento de automóveis, sugere ações de incentivo a esse
compartilhamento, limitações de vagas em estacionamentos e taxa cobrada
mediante a estacionamentos inapropriados.

10. Equipamentos públicos​:

O Sistema de Equipamentos Urbanos é caracterizado pela sua composição


através das redes de equipamentos urbanos e sociais, que estão voltados, no geral,
para a efetivação e universalização de direitos sociais, que são tidos como direito do
todo cidadão e também como um dever do Estado, devendo ser elaborado mediante
a participação da sociedade civil em todas as fases que compreendem o processo,
sendo elas: decisão, execução e fiscalização dos resultados. Para o bairro do Farol,
o presente trabalho considera como parte dos equipamentos públicos:

I - os equipamentos de educação;
II - os equipamentos de saúde;
III - os equipamentos de esportes;
IV - os equipamentos de cultura;
V - os equipamentos de assistência social;

A proposta elaborada tem, portanto, como principais objetivos: o intuito de


promover a segurança, o atendimento prioritário das carências dos grupos sociais
mais vulneráveis, a redução das desigualdades socioespaciais, de modo que se
possa suprir as necessidades de equipamentos e infraestrutura urbana no bairro e o
atendimento de todas as áreas habitacionais através dos equipamentos urbanos
necessários a saúde, educação, lazer, esporte e cultura da população. Por fim,
também pode-se citar a ampliação do acesso aos sistemas de mobilidade, incluindo
pedestres e ciclovias.
8.3.1 Educação, Saúde e Serviços diversos

A fim de orientar os investimentos pensados, é preciso que o sistema


priorize, inicialmente, o uso de terrenos públicos e de áreas ociosas, visando a
potencialização dos espaços preexistentes na área. As áreas que forem
desapropriadas devem ser otimizadas, oferecendo maior acessibilidade e potencial
construtivo para a área. Os equipamentos existentes devem sempre seguir o
princípio da integração, compatibilizando demandas diversas de modo a favorecer a
integração das políticas públicas a serem implantadas. Sendo assim,
compreende-se que o plano tem como finalidade potencializar a área estudada e
promover a inclusão, que acarreta, consequentemente, na redução da desigualdade
no meio urbano.

No que diz respeito ao desenvolvimento da educação na área, tem-se como


principais estratégias:

I - Expansão dos Centros de Educação Infantil e das Escolas Municipais;


II - Implantação de Escolas técnicas que ofereçam novas oportunidades a
população;
III - Implantação de Centros de Ensinos de Jovens e Adultos;
IV - Inserção, nas escolas, de professores para acompanhar alunos com
deficiências ou mobilidades reduzidas;

Com relação a promoção de melhores qualidades de vida e saúde a


população, observa-se a necessidade e propõe-se:

I - Expansão da rede hospitalar e do número de leitos da região e adequação dos


hospitais municipais as necessidades da população;
II - Expansão dos postos de saúde de atendimento rápido, de forma a facilitar a
realização de exames e o atendimento ambulatorial ou de urgência e emergência;
III - Criação de programas de acolhimento e proteção às mulheres vítimas de
violência;
IV - Construção de consultórios de rua, que ofereçam tratamentos odontológicos ou
relacionados ao uso de drogas para a população em situação de rua;
V - Criação de programas de proteção à criança e ao adolescente vítima de
violência;

Num contexto mais generalizado, as demais medidas pensadas para o plano


estratégico se constituem da seguinte maneira:

I - Criação de clubes de esporte na comunidade;


II - Integração com clubes sociais que estimulem a prática ao esporte;
III - Criação de uma nova rede de equipamentos voltados a cultura;
IV - Implantação de conexão sem fio na área;
V - Criação de centros e restaurantes comunitários que visem atender as demandas
da população em situação de rua;
VI - Políticas de promoção da acessibilidade;
VII - Criação de feiras livres nos parques e praças e ampliação de locais para
comercialização de produtos orgânicos;
VIII - Implantação de postos policiais para promover maior segurança urbana;
Referências

CESUR (2010), ​Métodos e técnicas para o Desenvolvimento Urbano


Sustentável​, n°8, coleção Expoentes, Lisboa: Parque EXPO 98
Escala humana: a medida que usa o ser humano como referência na arquitetura​.
Acessado 10 Nov 2019.
<​https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/escala-humana/​>.

Gaete, Constanza Martínez. ​"O que é escala humana? 3 definições para


considerar em projetos urbanos" [¿Qué es la Escala Humana? 3 definiciones
para su promoción en los barrios]. 21 Jul 2016. ArchDaily Brasil. (Trad. Santiago
Pedrotti, Gabriel) Acessado 10 Nov 2019.
<https://www.archdaily.com.br/br/791400/que-es-la-escala-humana-3-definiciones-p
ara-su-promocion-en-los-barrios> ISSN 0719-8906
IPEA. ​Mobilidade Urbana- Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS).
2ª ed. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 2011.
PLANO DIRETOR .​ Prefeitura Municipal de Maceió, 2005.
CÓDIGO DE URBANISMO E EDIFICAÇÕES DE MACEIÓ. ​Prefeitura de Maceió,
2006.

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