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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JATAÍ

UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Disciplina: Antropologia do Corpo Período: 4°.


Professor (a): Ms. Luizmar Vieira da Silva Júnior.
Aluno (a): Max Yury Almeida Lopes. Data: 05/11/2019

FICHAMENTO DE ARTIGO

REFERÊNCIA:
DAOLIO, Jocimar. VELOZO, Emerson Luís. A técnica esportiva como construção
cultural: implicações para a pedagogia do esporte. PENSAR A PRÁTICA 11/1: 9-16,
jan./jul. 2008.

Para Gilles-Gaston Granger, a técnica na antiguidade era um meio de criar a


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tradição dos povos - costumes e rituais de d grupos.
A técnica foi aos poucos sendo passada para o meio científico. Isso veio
devido aos desenvolvimentos de habilidades de determinado povo que
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exercia determinada função, como por exemplo a manufatura, que foi sendo
difundida aos demais povos.

Gilles-Gaston fala de dois tipos de técnicas: empírica e científica. p. 10

A técnica empírica são as experiências práticas e não infiltrada pelo


conhecimento científico. É o que vai sendo transmitido de geração em
geração, são as superstições. É o senso comum. Essa possuí grau de p. 10
singularidade, expressão de algo como a particularidade, estilo próprio, a
criação.
A técnica científica são as criações de teorias ou o que podemos chamar de
“método científico” sendo determinado por 5 itens: observação,
questionamento, formulação de hipótese, realização da dedução e p. 10
experimentação (experimental e controle). Essa técnica faz o que se podemos
chamar de padronização, ou seja a normalização.
O que o cientificismo fez com a técnica é muito explicito no que conhecemos
como Taylorismo, Fordismo e o Toyotismo. Os quais criaram um p. 10
padronização de fabricação, com um mesmo princípio .
Os gestos técnicos são de origem local, pois são construções culturais e
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históricas.
Para Marcel Mauss, as técnicas corporais aliado as conquistas de grandes
nomes tendem a ser repetidas por outros povos e, consecutivamente, se p. 11
tornam universal. Isso é definido por ele como “imitação prestigiosa”.
A dimensão técnica dentro do esporte é compreendida pela tríada:
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modernidade, ciência moderna e esporte moderno.
No Brasil, atualmente, o esporte de alto rendimento ou espetáculo é o
preferencial. Dessa maneira, o modelo esportivo aqui é a busca pela
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perfeição técnica, sendo composto por regras, técnicas e táticas. Nesse
sentido, seus praticantes buscam a vitória a qualquer preço.
Hoje, a técnica na Educação Física e Esporte é adquirida como princípio,
sendo um ensino reduzido, quebrado, mecanizado e organizado. A técnica
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mecanizada é vista como sinônimo de eficiência e, posteriormente, ocorre
uma supervalorização da ação.
Parafraseando Clifford Geertz (1989), a técnica esportiva tradicional seria
vista pela área de Educação Física e Esporte numa perspectiva estratigráfica
de natureza humana, a partir da qual o ser humano seria dividido em p. 12
camadas, tendo o nível biológico como núcleo, superposto pelos estratos
psicológico, social e cultural.
São escritos artigos e livros específicos destinados a públicos profissionais
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abordando a técnica de forma instrumental.
As técnicas corporais “são os gestos simbólicos que são, ao mesmo tempo,
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gestos reais e fisicamente eficazes” (MAUSS, 2001, p. 115).
Para Mauss o ser humano, no decorrer da história, cria costumes que atendem
a sociedade presente se tornando uma tradição e sendo passado de geração p. 13
em geração.
Mauss observa duas questões técnicas corporais: a especificidade da
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sociedade e a transformação ao longo das gerações.
Para Garganta, no ensino do esporte coletivo, as técnicas corporais referem-
se “às diferentes formas de utilização do corpo que permitem lidar
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eficazmente com os constrangimentos impostos pelas características das
respectivas modalidades esportivas”.
Jocimar Daolio lança mão do conceito cultural técnico corporal, propondo
um ensino dos gestos técnicos não somente fundamentado pela dimensão da
ciências (eficiência mecânica), assim também como adotar os gestos p. 14
culturais específicos daquele lugar, honrando assim a cultura local da ação
humana.
O autor cita o futebol de atualmente mostrando como a competividade, o
gosto pela a vitória a qualquer preço - o esportivo em destaque - tem
abandonado algumas tradições culturais no Brasil e no mundo. O Brasil se
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destacou nos anos 70, 80 e 90 por possuir jogadores técnicos capazes de
quebrar marcações através do drible, que hoje é proibida por diversos
professores/ técnicos por considerar o ato um risco de derrota.
O mesmo esporte praticado no Brasil pode ser praticado em qualquer lugar,
contudo isso deve ocorrer de acordo com os costumes dos seus povos locais, p. 14
valorizando seus gestos e cultura.

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