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Métodos de Pesquisa

Professora conteudista: Cecília Maria Villas Boas de Almeida


Sumário
Métodos de Pesquisa
Unidade I
1 A PESQUISA COMO PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO.........................................................................1
1.1 Conceito de tecnologia .........................................................................................................................2
1.2 Conceito de pesquisa .............................................................................................................................3
1.3 Conceito de desenvolvimento experimental ...............................................................................4
1.4 Conceito de estado do conhecimento ou “estado da arte” ...................................................5
1.5 Processo de geração de conhecimento ..........................................................................................5
1.6 O interesse pelo estudo do progresso técnico e seus efeitos na economia ....................7
1.6.1 O enfoque dos economistas clássicos ...............................................................................................7
1.6.2 A visão marxista do progresso técnico .............................................................................................8
1.6.3 A visão do pensamento neoclássico convencional ......................................................................9
1.6.4 A visão contemporânea .........................................................................................................................9
1.7 O papel da C&T na afirmação da soberania nacional........................................................... 10
1.7.1 Por que a tecnologia importada não substitui a geração autóctone ............................... 10
2 TIPOS DE PESQUISA........................................................................................................................................ 12
2.1 Quanto à natureza ............................................................................................................................... 13
2.1.1 Pesquisa básica ........................................................................................................................................ 13
2.1.2 Pesquisa teórica ....................................................................................................................................... 13
2.1.3 Pesquisa empírica .................................................................................................................................. 14
2.1.4 Pesquisa aplicada .................................................................................................................................... 14
2.2 Quanto aos objetivos .......................................................................................................................... 15
2.2.1 A pesquisa exploratória ........................................................................................................................ 15
2.2.2 A pesquisa descritiva ............................................................................................................................. 15
2.2.3 A pesquisa explicativa ........................................................................................................................... 15
2.3 Quanto aos procedimentos .............................................................................................................. 16
2.3.1 Pesquisa experimental .......................................................................................................................... 17
2.3.2 Pesquisa de laboratório ........................................................................................................................ 18
2.3.3 Pesquisa operacional ............................................................................................................................. 18
2.3.4 Pesquisa Ex-post-facto (a partir de depois do fato) ................................................................ 19
2.3.5 Levantamento .......................................................................................................................................... 19
2.3.6 Pesquisa de campo ................................................................................................................................. 20
2.3.7 Estudo de caso ......................................................................................................................................... 20
2.3.8 Pesquisa-ação .......................................................................................................................................... 20
2.4 Quanto à natureza da informação ................................................................................................ 21
2.4.1 Pesquisa quantitativa ............................................................................................................................ 21
2.4.2 Pesquisa qualitativa ............................................................................................................................... 23
2.5 Pesquisa bibliográfica ......................................................................................................................... 24
2.5.1 Pesquisa documental ............................................................................................................................ 25
Unidade II
3 O PROJETO DE PESQUISA ............................................................................................................................. 26
3.1 O que pesquisar? ................................................................................................................................. 29
3.2 Por que pesquisar? ............................................................................................................................... 31
3.3 Para que pesquisar? ............................................................................................................................. 32
3.4 Como pesquisar? ................................................................................................................................. 34
3.5 Quando pesquisar? ............................................................................................................................. 35
4 O RELATÓRIO DE PESQUISA ........................................................................................................................ 35
4.1 O que considerar ao planejar um relatório ou um resumo? .............................................. 36
4.2 Como escrever um relatório? .......................................................................................................... 37
4.2.1 Identificação ............................................................................................................................................. 37
4.2.2 Resumo ....................................................................................................................................................... 38
4.2.3 Introdução ................................................................................................................................................. 40
4.2.4 Material e métodos ................................................................................................................................ 41
4.2.5 Resultados ................................................................................................................................................. 41
4.2.6 Discussão / Conclusões......................................................................................................................... 43
4.2.7 Bibliografia citada .................................................................................................................................. 43
4.2.8 Perspectivas de continuidade ou desdobramento do trabalho ........................................... 46
4.2.9 Apoio ............................................................................................................................................................ 46
4.2.10 Agradecimentos .................................................................................................................................... 46
MÉTODOS DE PESQUISA

Unidade I
1 A PESQUISA COMO PRODUÇÃO DE
CONHECIMENTO

A ciência é uma atividade tipicamente humana de busca


sistemática do conhecimento da natureza e dos seus fenômenos.

Observação

Descrição

Experimentação

Teorização

Dependendo do objeto de pesquisa, a experimentação


(tentativa de reproduzir em laboratório, de modo controlado,
5 os fenômenos) poderá não existir, sendo substituída por um
modelo teórico explicativo dos fenômenos naturais ou sociais.

A experimentação pode ser mais ou menos rigorosa,


dependendo dos recursos de que se dispõe, inclusive o
conhecimento teórico preexistente.

10 A profissão de cientista, entendendo-se como a atividade


regularmente remunerada por prestação de serviços de pesquisa
científica e tecnológica, surge pela primeira vez na Alexandria,
cerca de 330 anos a. C. Anteriormente, o conhecimento científico
era gerado por filósofos, professores, sacerdotes, magos e por
15 pessoas com outras profissões, mas que tinham em comum um
grande espírito de curiosidade e certa disciplina.

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Unidade I

Atualmente, muito se tem discutido sobre os métodos por


meio dos quais se desenvolve a atividade científica, podendo-se
dizer que todos eles têm validade tanto para a ciência quanto na
busca de tecnologia. Esses métodos podem:

5 • priorizar a conduta abstrata e teórica e subestimar as


sensações e o experimento;

• entender ser a comprovação experimental o procedimento


fundamental.

1.1 Conceito de tecnologia

A tecnologia é o estudo das técnicas, inclusive de sua


10 evolução. É a busca do conhecimento de como produzir
e desenvolver instrumentos de trabalho, equipamentos e
processos, destinados a elevar a produção por esforço físico
humano ou unidade de trabalho despendida e resolver
problemas e, desta forma, melhorar a qualidade de vida.

15 Na sua origem, a tecnologia era uma atividade típica de


artesãos, dedicados a uma arte diversa daquelas voltadas para
despertar o prazer estético, como a pintura, a escultura etc.

O desenvolvimento destas artes práticas ou técnicas vem se


dando desde o aparecimento do homem, mas a sistematização
20 e a divulgação do conhecimento adquirido são manifestações
recentes.

A tecnologia generaliza-se depois da descoberta da


imprensa. Antes da publicação de tratados impressos, alguns
copistas tentaram, por meio de manuscritos, sistematizar
25 e preservar o conhecimento técnico disponível desde a
Antiguidade.

• O conhecimento se transmitia de homem a homem, nas


oficinas e nos laboratórios.

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MÉTODOS DE PESQUISA

Até o século XVII, não se pode falar de relacionamento


funcional entre a ciência e a tecnologia, ou de ciência e
tecnologia conectadas, C&T. Esse relacionamento se dá com
a Revolução Científica do século XVII, quando a necessidade
5 de equipamentos mais complexos e mais precisos para
as determinações e medições obrigou os cientistas a
estabelecerem um contato mais próximo com os artesãos,
o que propiciou um intercâmbio de ideias com sensíveis
benefícios para as duas partes.

A tecnologia de hoje é a ciência de ontem, e a ciência de


hoje é a tecnologia de amanhã.

1.2 Conceito de pesquisa

10 A pesquisa é o exercício ou a prática da busca pelo


conhecimento, conduzido por meio do método científico
escolhido. Convencionalmente, a pesquisa vem sendo
classificada em:

• básica: objetiva a expansão do saber não necessariamente


15 associada a um interesse imediato de utilização prática
dos resultados;
• aplicada: conduzida com o propósito de gerar inovações
para solucionar problemas.

É desejável que exista um certo equilíbrio no desenvolvimento


20 desses dois tipos de pesquisa, porque, enquanto a pesquisa
básica cria e dá legitimidade e fundamento a novas ideias, a
pesquisa aplicada procura transformá-las em utilidades.

O papel da pesquisa aplicada não deve, contudo, levar à


suposição de que exista uma relação direta e linear entre os
25 seus resultados, de um lado, e o lançamento de novos produtos
no mercado, dinamização da economia, criação de novos
postos de trabalho, de outro. É necessário que ocorra, antes, o
desenvolvimento do produto ou do processo e a mediação do
empresário.

3
Unidade I

Tem-se proposto uma subclassificação da pesquisa em


estratégica e fundamental, que se aplicaria conjuntamente
às categorias básica e aplicada, de acordo com a dimensão
temporal do potencial de aplicação dos seus resultados.

5 • A estratégica apresentaria um elevado potencial para


interagir rapidamente com outras pesquisas, dando
suporte para novos avanços.

• A fundamental teria um horizonte temporal impreciso


de utilização dos resultados, seja para expansão do
10 conhecimento, seja para resolver problemas.

1.3 Conceito de desenvolvimento experimental

Por desenvolvimento experimental entendem-se as diversas


etapas de transformação de uma descoberta ou um invento
em uma inovação, ou o aprimoramento de uma inovação
tecnológica, seja esta um novo produto ou um novo processo
15 produtivo.

O desenvolvimento experimental tem início em uma


bancada de laboratório ou oficina, sendo progressivamente
testado em escalas cada vez maiores (scale-up), até se chegar
ao estágio de protótipo, no caso de produto, ou de uma nova
20 rota de produção, no caso de processo.

Este conjunto de operações é definido como atividade de


Pesquisa e Desenvolvimento, P&D (Research and Development,
R&D).

A P&D pode-se dar por meio de cooperação entre laboratórios


25 e oficinas de universidades e de empresas, ou pelo trabalho
integrado de pesquisadores e engenheiros nos laboratórios
e plantas-piloto de uma indústria, os quais reúnam tanto a
capacitação científica quanto a técnica.

4
MÉTODOS DE PESQUISA

1.4 Conceito de estado do conhecimento ou


“estado da arte”

Estado do conhecimento é a avaliação qualitativa e


quantitativa do conhecimento em um determinado momento,
seja ele referente a um campo da ciência ou a uma determinada
técnica. É também denominado como ”estado da arte” (state of
5 the arts).

• Os avanços de conhecimento na ciência são denominados


descobertas ou invenções, já que houve intencionalidade
de gerar utilidade.

• Os avanços de conhecimento na tecnologia são inventos


10 e inovações.

A denominação de inovação está reservada àquela invenção


que tem condições de ser absorvida pelo setor produtivo,
transformando-se em uma mercadoria.

1.5 Processo de geração de conhecimento

A geração de conhecimento implica que a atividade nas


15 áreas de C&T e de P&D tenha como resultado os produtos, as
descobertas, invenções ou inovações.

• Na área científica, ocorre em laboratórios de universidades


e centros de pesquisa.

• Na área tecnológica, tem lugar nos laboratórios, nas


20 oficinas, nas plantas-piloto e nos parques tecnológicos
ou incubadoras de empresas de universidades, de centros
de pesquisa e também em instalações de pesquisa das
indústrias.

A participação da indústria na geração de conhecimento na


25 área tecnológica se dá porque as inovações interessam de perto
ao setor produtivo.

5
Unidade I

O conhecimento gerado na área científica tem sido de


grande utilidade para as pesquisas na área tecnológica.
Esse conhecimento estabelece um fluxo de informações
sobre novas descobertas e invenções de interesse para o
5 desenvolvimento de um produto ou um processo produtivo.

Da mesma forma, o avanço do conhecimento na área


tecnológica interessa às pesquisas na área científica, porque
significa a possibilidade de se utilizar os resultados obtidos
na produção de novos instrumentos e equipamentos para
10 análises, mensurações e determinações, bem como para
criação de condições especiais para observações. O desafio
está em aumentar a colaboração e o relacionamento entre a
área tecnológica e a científica.

Inovação

15 A inovação é a invenção que tem condições de ser absorvida


pelo setor produtivo, transformando-se em uma mercadoria.

A inovação pode ser de produto ou de processo:

• a de processo se divide em melhoramento organizativo,


de aquisição de conhecimento gerencial, inovação
20 tecnológica propriamente dita ou aquela que tem o
progresso técnico incorporado; pode-se afirmar que a sua
introdução implica, necessariamente, economia de pelo
menos um recurso;

• a inovação de produto compreende a criação de bens


25 finais novos e qualitativamente diversos; não está voltada
para poupar qualquer recurso, mas sim para incrementar
a demanda de um determinado bem.

A inovação faz a ligação entre a ciência e o mercado.

As inovações podem:

30 • impactar o sistema produtivo (caso de um processo


poupador de um determinado fator ou o caso de um
recurso adicionalmente incorporado a um produto);

6
MÉTODOS DE PESQUISA

• tornar a vida mais ética (caso de um método de análise


que auxilie a perícia criminal);
• ou tornar a vida mais humana (no sentido de evitar
sofrimentos, prevenindo e curando enfermidades).

5 Do laboratório ao mercado

Independentemente de serem de processo ou de produto, as


inovações podem ser classificadas em:

• radicais: provocam mudanças de forma pronta e imediata;


• incrementais: causam mudanças progressivas que levam
10 a uma mudança equivalente à que seria produzida por
uma inovação radical;
• genéricas: resultam da fusão das duas anteriores;
• pervagantes: do tipo genérico, mas com um amplo
espectro de aplicações, sobre muitos setores.

1.6 O interesse pelo estudo do progresso


técnico e seus efeitos na economia

15 As possibilidades oferecidas pelo progresso técnico para


renovar e impulsionar os setores produtivos, tornando-
os mais competitivos, e melhorar a qualidade de vida da
população, começam a ser objeto de interesse das ciências
sociais por ocasião das grandes transformações que
20 ocorreram na sociedade quando o capitalismo mercantilista
inicia a dissolução do sistema feudal. Conhecer a natureza
do progresso técnico aplicado ao sistema produtivo
vem constituindo preocupação das várias correntes do
pensamento econômico.

1.6.1 O enfoque dos economistas clássicos

25 Para os economistas clássicos, o progresso técnico traria


prosperidade e bem-estar, e quaisquer inconvenientes que

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Unidade I

resultassem de sua aplicação seriam amplamente compensados


pelos benefícios acarretados pela sua introdução.

Os economistas clássicos (Smith, Ricardo e Mill) foram


os primeiros a reconhecer o papel do progresso técnico no
5 crescimento econômico. Para Ricardo, o progresso técnico – além
de poder reverter a tendência da economia em direção ao “estado
estacionário” – seria uma poderosa arma para a concorrência:

• os países que mais avançassem no uso das novas


técnicas poderiam beneficiar-se nas relações de comércio
10 internacional;
• a inovação tecnológica consolidaria e ampliaria as
vantagens comparativas de uma nação nas trocas
comerciais.

1.6.2 A visão marxista do progresso técnico

Marx foi o primeiro economista a seguir os efeitos do


15 progresso técnico no sistema econômico em sua totalidade.
Marx não dissociava a possibilidade de expansão capitalista da
utilização crescente do progresso técnico, uma vez que este
era a principal arma da concorrência capitalista, portanto, da
concentração e da centralização dos capitais.

20 Os impactos negativos da grande indústria – que era


o vetor da modernização da produção capitalista –, entre
eles a destruição de formas antigas de produção familiar,
a alienação do trabalhador, o aumento da exploração
capitalista através do incremento da mais-valia relativa e a
25 formação de um “exército” de desempregados, explicavam-se
pela formação social em que ela se inseria. Superado o
capitalismo como formação social, a grande indústria seria
expropriada e os benefícios do progresso técnico se voltariam
para os trabalhadores.

8
MÉTODOS DE PESQUISA

1.6.3 A visão do pensamento neoclássico convencional

Os neoclássicos convencionais defendem que não se deve


atribuir qualquer sentido valorativo em relação à adoção ou não
do progresso técnico.

• A inovação tecnológica dependeria do avanço do


5 conhecimento científico e das artes técnicas, o que
estaria permanentemente acontecendo fora do sistema
produtivo.
• A possibilidade de mudança técnica seria algo que
aconteceria a depender do preço relativo dos fatores de
10 produção.

Uma técnica avançada, embutida em uma máquina ou em


um processo de produção disponíveis no mercado, seria utilizada
quando os preços destes bens que a incorporassem pudessem
ser comparativamente vantajosos em relação ao preço dos
15 fatores que seriam substituídos. Só o mercado deve orientar
uma mudança técnica, e um valor afirmativo deve ser dado ao
equilíbrio que por meio dela se venha obter, sendo uma questão
menos relevante o rumo e a velocidade com que o progresso
técnico é incorporado pelo sistema produtivo.

1.6.4 A visão contemporânea

20 A visão contemporânea ressalta o impacto econômico das


políticas públicas de ciência e tecnologia e das instituições
integrantes do sistema nacional de inovações tecnológicas.
Tão ou mais importante que os preços relativos para a decisão
empresarial de introduzir uma inovação, visando à maior
25 competitividade, é o funcionamento do sistema de geração de
tecnologias e os mecanismos de endogenização da demanda
pela pesquisa e desenvolvimento (P&D).

O arcabouço institucional da ciência e da tecnologia, ou


a maneira como se organiza e funciona a pesquisa básica e

9
Unidade I

a aplicada e os mecanismos de difusão em um determinado


país ou região, é um fator decisivo nos processos de indução e
absorção de inovações tecnológicas.

1.7 O papel da C&T na afirmação da


soberania nacional

A afirmação de uma nação, a continuidade de sua


5 independência, a soberania e as relações comerciais mais
equilibradas que estabelece com o resto do mundo são
progressivamente dependentes da ciência e da tecnologia.

Ciência e tecnologia não são somente elementos da cultura


de um povo, de uma sociedade, mas são também elementos
10 delimitadores de um perfil moderno de qualquer Estado ou
nação. Sem uma ciência e uma tecnologia nacionais não se
consegue promover o desenvolvimento econômico, valorizar
devidamente os produtos de exportação e também não se tem
sucesso em educar, nutrir e tornar saudáveis os cidadãos de
15 um país.

No Brasil:
• há necessidade de que certos conhecimentos sejam
adaptados à realidade brasileira;
• há necessidade de sermos menos dependentes de produtos
20 importados e mais eficientes na exportação de produtos
novos.

Estas necessidades nos obrigam a sermos eficientes na


geração autóctone do conhecimento, aquela que se dá no
próprio local em que se faz necessária.

1.7.1 Por que a tecnologia importada não substitui a


geração autóctone

25 A importância de uma produção autônoma em ciência e


tecnologia que leve a uma menor dependência da importação

10
MÉTODOS DE PESQUISA

de conhecimentos se justifica porque a transferência


de tecnologia não esgota o elenco da diversidade das
necessidades de inovações e não apresenta um grau variável de
adaptabilidade ao ambiente e às particularidades de mercados
5 nacionais com especificidades culturais inquestionáveis.

A efetividade da transferência de tecnologia, que deve


ser medida pela capacidade de ir além de soluções tópicas
e localizadas de problemas, somente se verifica quando
10 acompanhada da possibilidade de se produzir conhecimento
autóctone, que é aquele nacionalmente localizado.

Somente por esta via é que serão geradas oportunidades


de investimentos que ajudam a superar o modelo de economia
15 complementar e a reduzir os eventuais desequilíbrios econômicos
entre as nações.

É por meio da produção nacional do conhecimento


científico-tecnológico que surgem as possibilidades de explorar
20 as vantagens de comércio internacional, obtendo lucros
extraordinários, mediante a incorporação em “primeira mão”, de
inovações de processos e produtos, o que não é possível pela via
da importação de tecnologia.

25 A dependência tecnológica como fator de retardamento


do desenvolvimento econômico tem sido salientada por vários
estudiosos. Da mesma forma que é uma utopia pensar-se em
autossuficiência em termos de conhecimento, é, por outro lado,
altamente desejável depender menos da pesquisa realizada fora
30 das fronteiras do Brasil.

Renunciar à geração autóctone do conhecimento e a


uma presença em temas avançados de pesquisa significa
manter um elevado grau de vulnerabilidade da economia e
35 colocar questões essenciais, como a segurança alimentar e a
saúde da população, fora do controle das decisões nacionais.
A cooperação internacional em ciência e tecnologia, bem

11
Unidade I

como nos demais setores, faz parte do convívio das nações.


Entretanto, ela se deve dar em condições de trocas iguais.

O Brasil tem forte potencial para a geração de conhecimento,


mas ainda carece de um mecanismo que faça com que este
5 conhecimento alcance o setor produtivo.

Comparando-se o Brasil com a Coreia, observa-se que a


produção acadêmica dos dois países é semelhante. Porém, a
quantidade de trabalhos acadêmicos transformada em pedidos
de patentes na Coreia é mais de trinta vezes maior que no Brasil.

10 No Brasil, há ainda incongruência entre o volume de


produção científica e a escassez de inovações. A expansão
do conhecimento não é proporcional ao aproveitamento
econômico desse conhecimento. Alguns problemas foram
detectados por pesquisadores:

15 • cultura de propriedade intelectual incipiente: o


conhecimento como fonte de geração de inovação e de
riqueza precisa, antes de qualquer coisa, estar protegido
(situação que vem sendo alterada);
• a reputação / notoriedade do pesquisador parece ser mais
20 importante que o benefício social da exploração comercial
do objeto da patente;
• há pouco incentivo e cultura para a fixação de doutores em
empresas (expectativa de mudança com a Lei de Inovação).

A situação é ainda mais grave quando se compara o Brasil


25 com países como a Inglaterra, a França e a Alemanha. O Brasil
precisa capitalizar mais sua cultura científica.

2 TIPOS DE PESQUISA

A pesquisa compreende qualquer atividade criativa e


sistemática realizada com o fim de incrementar o acervo do
conhecimento científico e o uso desse acervo de conhecimentos
30 para conceber novas aplicações.

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MÉTODOS DE PESQUISA

Para realizar uma pesquisa de cunho científico, é de


fundamental importância que o pesquisador tenha uma clara
distinção dos diversos tipos de conhecimento e uma sólida
fundamentação epistemológica.

Pesquisa científica

Quanto à natureza

Pesquisa básica Pesquisa aplicada

Quanto aos objetivos

Pesquisa Pesquisa Pesquisa


exploratória descritiva explicativa

Quanto aos procedimentos

Pesquisa Pesquisa Estudo


experimental operacional de caso

Pesquisa em e/ou Pesquisa em


laboratório campo

Classificação dos tipos de pesquisa

2.1 Quanto à natureza

2.1.1 Pesquisa básica

5 Tem como objetivo principal a busca do saber.

2.1.2 Pesquisa teórica

Trata-se da pesquisa que é dedicada a reconstruir teoria,


conceitos, ideias, ideologias, polêmicas, tendo em vista, em
termos imediatos, aprimorar fundamentos teóricos.

13
Unidade I

Esse tipo de pesquisa é orientado no sentido de reconstruir


teorias, quadros de referência, condições explicativas da
realidade, polêmicas e discussões pertinentes.

A pesquisa teórica não implica imediata intervenção na


5 realidade, mas nem por isso deixa de ser importante, pois seu
papel é decisivo na criação de condições para a intervenção.

O conhecimento teórico adequado acarreta rigor


conceitual, análise acurada, desempenho lógico, argumentação
diversificada, capacidade explicativa.

2.1.3 Pesquisa empírica

10 É a pesquisa dedicada ao tratamento da face empírica e


factual da realidade; produz e analisa dados, procedendo sempre
pela via do controle empírico e factual.

A valorização desse tipo de pesquisa está na possibilidade


que oferece maior concretude às argumentações, por mais
15 tênue que possa ser a base factual.

O significado dos dados empíricos depende do referencial


teórico, mas esses dados agregam impacto pertinente, sobretudo
no sentido de facilitarem a aproximação prática.

2.1.4 Pesquisa aplicada

Busca de solução para problemas concretos e imediatos.

20 Muitas vezes, pesquisas básicas possuem grande importância


em nossa vida. É o caso da eletricidade. Quando os primeiros cientistas
começaram a pesquisá-la, o único objetivo era a curiosidade.

Ligada à práxis, ou seja, à prática histórica em termos


de conhecimento científico para fins explícitos de
25 intervenção; não esconde a ideologia, mas sem perder o rigor
metodológico.

14
MÉTODOS DE PESQUISA

2.2 Quanto aos objetivos

2.2.1 A pesquisa exploratória

Na primeira aproximação com o tema, pode buscar


descobrir teorias e práticas que modificarão as existentes,
recuperar as informações disponíveis para criar maior
familiaridade com os fenômenos, descobrir os pesquisadores
5 ou buscar informações para a obtenção de inovações
tecnológicas. É feita por meio de:

• levantamentos bibliográficos;
• entrevistas com profissionais da área;
• visitas a instituições, empresas etc.;
10 • websites etc.

2.2.2 A pesquisa descritiva

Observa, registra e analisa os fenômenos, sem manipulá-los,


e é muito utilizada em pesquisas sociais. Procura descobrir a
frequência com que o fenômeno ocorre, sua natureza, suas
características, sua relação com outros fenômenos.

15 Em geral, é executada após a pesquisa exploratória e implica


a realização de observação sistemática e não participante com o
uso de técnicas padronizadas de coleta de dados (questionário e
observação sistemática).

2.2.3 A pesquisa explicativa

Visa ampliar generalizações, definir leis, estruturar e definir


20 modelos, relacionar hipóteses existentes e gerar novas, via
dedução. Exige maior investimento na síntese, na teorização
e na reflexão sobre o objeto. Busca explicar os porquês e
exige aplicação de métodos de modelagem e simulação para
reproduzir fenômenos e aprofundar o conhecimento da
25 realidade.

15
Unidade I

Níveis Conhecimento Objetivos Modalidades

Conhecer mais e
melhor um problema Levantamentos
bibliográficos
Exploratória Como? Elaborar hipóteses
Entrevistas
Aprimorar ideias
Estudos de caso
Descobrir intuições

Descrever Estudos
características etnográficos
de população ou
Descritiva O quê? fenômeno Levantamentos
(opiniões, atitudes,
Estabelecer relações crenças...)
entre variáveis

Identificar variáveis
que determinam a
ocorrência de um
fenômeno
Explicativa Por quê? Experimental
Explicar a razão do
fenômeno
Investigar relações de
causa e efeito

2.3 Quanto aos procedimentos

Uma vez entendida a natureza da pesquisa e determinados


seus objetivos, deve-se escolher o procedimento para sua
execução.

Natureza da pesquisa

Objetivo da pesquisa

Procedimento de execução

Experimental Operacional Estudo de caso

Escolhendo o tipo de pesquisa

16
MÉTODOS DE PESQUISA

2.3.1 Pesquisa experimental

Manipula diretamente as variáveis relacionadas ao objeto de


estudo. Busca as causas e os efeitos, como o evento ocorre. O
cientista cria situações de controle para evitar interferências (o
placebo, por exemplo).

5 A pesquisa experimental viabiliza novas descobertas:


materiais, componentes, métodos, técnicas e é muito utilizada
para obter novos conhecimentos e para a construção de
protótipos. Este tipo de pesquisa requer manipulação e coleta
de dados imparcial.

10 Experimentar significa:

• elaborar e formular novos elementos;


• testar materiais e componentes;
• simular eventos;
• inferir e introduzir variáveis;
15 • realizar modelagens.

Em uma pesquisa experimental, o pesquisador manipula


algumas variáveis e então mede os efeitos dessa manipulação
em outras variáveis.

2.3.1.1 O que são variáveis?

Variáveis são características que são medidas, controladas


20 ou manipuladas em uma pesquisa. Diferem em muitos aspectos,
principalmente no papel que a elas é dado em uma pesquisa e
na forma como podem ser medidas. Há variáveis dependentes e
variáveis independentes.

Variáveis independentes são aquelas que são manipuladas,


25 enquanto variáveis dependentes são apenas medidas ou
registradas.

17
Unidade I

2.3.2 Pesquisa de laboratório

Artificializa a produção do fato ou da sua leitura.

É caracterizada por:

• interferir artificialmente na produção do fato/ fenômeno/


processo;
5 • artificializar o ambiente ou os mecanismos de percepção
para que o fato/fenômeno/processo seja produzido/
percebido adequadamente.

Permite:

• estabelecer padrão desejável de observação;


10 • captar dados para descrição e análise;
• controlar o fato/fenômeno/processo;
• coletar dados em um espaço curto, obtendo um snapshot
do fenômeno.

2.3.3 Pesquisa operacional

É a investigação sistemática dos processos de produção.


15 Utiliza ferramentas estatísticas e métodos matemáticos e
visa selecionar os meios para produção, comparando custos,
eficiência e valores.

Aplicações:

• controle e produção de estoques;


20 • processos e operações de manufatura;
• projeto e desenvolvimento de produtos;
• engenharia e manutenção de fábricas;
• administração de RH;
• gestão e vendas.

18
MÉTODOS DE PESQUISA

Exemplo

Uma empresa de comida para cães produz dois tipos


de ração, A e B. Para fabricar as rações, são utilizados
carnes e cereais. As rações A e B são vendidas em sacos
de 7,5 kg.

A ração A utiliza 6 kg de cereais e 1,5 kg de carne.


A ração B utiliza 5 kg de carne e 2,5 kg de cereais.
O quilo de carne custa R$ 4,00.
O quilo de cereais custa R$ 1,00.
A empresa compra por mês 10.000 kg de carne e 30.000
kg de cereais.

Deseja-se saber qual quantidade de cada ração a empresa


deve produzir de modo a maximizar o lucro.

2.3.4 Pesquisa Ex-post-facto (a partir de depois do fato)

É uma investigação sistemática e empírica em que o


pesquisador não tem controle direto sobre as variáveis
independentes, porque os fatos pesquisados e suas manifestações
5 já ocorreram. São intrinsecamente não manipuláveis. Nesse tipo
de pesquisa, são feitas inferências sobre as relações entre variáveis
em observação direta, a partir da variação concomitante entre
as variáveis independentes e dependentes.

2.3.5 Levantamento

Caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas, cuja


10 opinião se quer conhecer, e por ser um procedimento útil para
pesquisas exploratórias e descritivas. Permite o conhecimento
direto da realidade, a quantificação, economia e rapidez.

Etapas:

• seleção da amostra;
15 • aplicação de questionários, formulários ou entrevista;

19
Unidade I

• tabulação dos dados;


• análise com auxílio de ferramentas estatísticas.

2.3.6 Pesquisa de campo

Observa o lugar natural em que ocorrem os fenômenos e


utiliza diversos procedimentos de coleta, como observações
5 e entrevistas. É realizada onde acontece o fato / fenômeno /
processo e coleta de dados pela observação do fato / fenômenos /
processo in natura.

2.3.7 Estudo de caso

Estudo aprofundado e exaustivo de um ou de poucos objetos,


de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado.

10 É adequado para explorar situações da vida real, descrever


a situação em que está sendo feita determinada investigação
e explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em
situações muito complexas.

Limitações:

15 • falta de rigor metodológico;


• dificuldade de generalização;
• tempo destinado à pesquisa.

Um caso pode ser...


• uma decisão,
• um programa,
• um processo de implantação.

2.3.8 Pesquisa-ação

É um tipo de pesquisa social com base empírica,


concebida e realizada em estreita associação com uma ação
20 ou com a resolução de um problema coletivo, e no qual os
pesquisadores e os participantes representativos da situação

20
MÉTODOS DE PESQUISA

ou problema estão envolvidos de modo cooperativo ou


participativo.

Esse tipo de pesquisa é indicado quando há interesse


coletivo na resolução de um problema ou suprimento de uma
5 necessidade. Há envolvimento participativo ou cooperativo
dos pesquisadores e demais participantes no trabalho de
pesquisa.

2.4 Quanto à natureza da informação

Quantos? Por quê?

Indícios
Números Tendências

Quantitativa Qualitativa

Tipos de pesquisa quanto à natureza da informação

2.4.1 Pesquisa quantitativa

Considera que tudo pode ser quantificável, o que significa


traduzir em números opiniões e informações para classificá-las
10 e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas
(percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente
de correlação, análise de regressão etc.).

Apesar de criticada, por reduzir as relações humanas a


números exatos, é utilizada para estudar o homem e a sociedade
15 quando é possível utilizar a mesma metodologia e o mesmo
instrumental das ciências naturais.

Exemplo

As pessoas gostam mais de sorvete de chocolate


ou de morango?
• 55% das pessoas gostam de chocolate.
• 40% preferem morango.
• 5% não gostam de sorvete.

21
Unidade I

2.4.1.1 Técnicas quantitativas

2.4.1.1.1 Observação sistemática

O observador, munido de uma listagem de comportamentos,


registra a ocorrência dos comportamentos durante um período
de tempo.

Para evitar interferências, é comum utilizarem-se câmeras


5 na observação sistemática.

2.4.1.1.2 Questionário

É um instrumento ou programa de coleta de dados em que o


pesquisador deve saber exatamente o que procura, o objetivo de
cada questão. O informante deve compreender perfeitamente
as questões, portanto, deve-se conhecer e ter cuidado com o
10 repertório do informante.

O questionário deve seguir uma estrutura lógica, do mais


simples ao mais complexo. Deve apresentar uma questão por
vez e ter linguagem clara.

Características:

15 • confeccionado pelo pesquisador e preenchido pelo


informante;
• linguagem simples e direta;
• deve-se considerar um limite máximo de 30 minutos para
respostas;
20 • devem-se determinar as questões mais relevantes e como
se relacionam ao item de pesquisa.

Os questionários devem ser acompanhados de uma carta de


apresentação detalhando:

• a finalidade do estudo;
25 • como preencher o questionário;

22
MÉTODOS DE PESQUISA

• se é preciso identificação pessoal;


• como devolver o questionário.

2.4.1.1.3 Entrevistas

Partem do encontro entre o pesquisador e o objeto de estudo


e servem para coleta de dados não documentados. Possibilitam
5 análises qualitativas e quantitativas. O número de entrevistados
depende da variabilidade da informação a obter. O roteiro da
entrevista deve considerar a distribuição do tempo por assunto
e a formulação de perguntas com respostas descritivas.

Tipos de entrevistas

Entrevista Entrevistador usa um esquema de questões sobre um


estruturada tema.

Entrevista Há um esquema, mas o entrevistador estimula que o


semiestruturada entrevistado fale livremente sobre assuntos que vão
surgindo.
Entrevista O entrevistador foca sua atenção sobre uma experiência e
orientada seus efeitos.
Entrevista de Pequenos grupos respondem simultaneamente a um grupo
grupo de questões.
Entrevista Utilizada em estudos exploratórios, pode ajudar a
informal encaminhar a investigação, rever hipóteses.
O informante apenas escolhe uma entre várias
Entrevista possibilidades.
dirigida Embora possa se expressar com suas próprias palavras, é
importante que as questões sejam fechadas.

2.4.2 Pesquisa qualitativa

10 Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo


real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o
mundo objetivo e a subjetividade do sujeito, que não pode
ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos
e a atribuição de significados são básicas no processo de
15 pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas
estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para
coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É
descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados

23
Unidade I

indutivamente. O processo e seu significado são os focos


principais de abordagem.

2.4.2.1 Técnicas qualitativas

2.4.2.1.1 Observação participante

Ocorre por meio do contato direto do pesquisador com o


fenômeno observado.

2.5 Pesquisa bibliográfica

5 A pesquisa bibliográfica deve anteceder todos os tipos de


pesquisas, pois coloca o pesquisador em contato com o que
existe sobre o seu tema. É feita a partir de documentos (livros,
livros virtuais, cd-ROM, Internet, revistas, jornais...) e compreende
várias etapas:

10 • identificação e localização das fontes;


• consulta aos catálogos das bibliotecas;
• exame de índices de periódicos;
• consultas aos abstracts.

Há três tipos de fontes de informação:

São os elementos sobre os quais se está escrevendo


Fontes diretamente.
primárias As matérias-primas da pesquisa (livro, autor,
experimento...).
Livros e artigos nos quais os autores informam os
Fontes resultados de suas pesquisas baseadas em dados ou
secundárias fontes primárias.
São citados como suporte para sua pesquisa.

Livros e artigos baseados em pesquisas secundárias,


baseados nas pesquisas de outros.
Fontes
terciárias Sintetizam e explicam a pesquisa feita em uma área.
Úteis para início de pesquisa, mas não são atualizados e
dão suporte fraco à pesquisa.

24
MÉTODOS DE PESQUISA

A busca da literatura deverá ser completa, ampla e


profunda. A pesquisa bibliográfica possibilita a determinação
dos objetivos, a construção das hipóteses e oferece elementos
para fundamentar a justificativa ou motivação do tema.

5 Com a revisão bibliográfica, o pesquisador obtém os subsídios


necessários para elaborar um histórico da questão, avaliar os
trabalhos publicados sobre o tema, avaliar métodos apropriados
para coletar e analisar dados e evitar duplicações desnecessárias
de estudos já desenvolvidos.

10 Poucas horas gastas nas bibliotecas das grandes universidades


poderão economizar muitas horas do pesquisador em laboratórios
ou no campo.

2.5.1 Pesquisa documental

Assemelha-se à pesquisa bibliográfica; todavia, as fontes que


a constituem são documentos e não apenas livros publicados
15 e artigos científicos divulgados, como é o caso da pesquisa
bibliográfica.

A pesquisa documental é realizada em documentos


conservados em órgãos públicos e privados de qualquer natureza,
com pessoas, anais, regulamentos, ofícios, memorandos,
20 balancetes, diários, cartas pessoais e outros.

Documento

“Qualquer suporte que contenha informação registrada,


formando uma unidade, que possa servir para consulta,
estudo ou prova. Inclui impressos, manuscritos, registros
audiovisuais e sonoros, imagens, sem modificações,
independentemente do período decorrido desde a primeira
publicação”.
(Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023, 2000)

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