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MARIA DE FÁTIMA ANJOS

BIGAÍL
- ADVOGADA -

EXMO. SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO


COMARCA DO PORTO – VILA NOVA DE GAIA – INST. CENTRAL
SEC. FAMILIA E MENORES – J1

PROC ARQUIVADO Nº:12981/07.9TBVNG


SECÇÃO FAM. MENORES

RICARDO FRANCISCO NUNES SAMPAIO, pai da menor – ANA SOFIA


MADUREIRA SAMPAIO – vem intentar a competente acção de
ALTERAÇÃO DAS RESPONSABILIDADES PARENTAIS, nos termos e
com os seguintes fundamentos:

DOS FACTOS,

Por Acordo, em 12 de Março/2008, no Tribunal a quo e nos presentes


autos, foram reguladas as Responsabilidades Parentais em relação à
sua filha menor, ANA SOFIA;

Ficou assim determinado que a menor ficaria à guarda e cuidados da


mãe – Sónia Patrícia Carvalho Madureira -;

Sendo que, se regulou ainda todo o regime de visitas, aniversários e de


férias, bem com a necessária Pensão de Alimentos a prestar por este;

Acontece que,

PRACETA SOEIRO PEREIRA GOMES, Nº: 90, 2º ESQ,4500-216 ESPINHO


RUA 18, Nº: 582, 1º ESQ. 4500-245 ESPINHO
TELF: 227325115 FAX: 224959832 TELM: 934314767
–2– 24 de outubro de 2016

A menor não está bem!

Efectivamente, a menina vive uma vida muito difícil, de amargura e de


sofrimento, sem necessidade, uma vez que tem, o aqui Requerente, seu
pai que pugna por lhe dar outras condições de vida, bem como os seus
avós paternos, retaguarda na vida desta criança desde sempre;

DO QUOTIDIANO desta menina:

A ANA SOFIA tem 9 anos de idade;

Vive com a sua mãe e com o companheiro desta;

Vive ainda com uma irmã, bebé, fruto deste relacionamento da mãe com
o actual companheiro;

Bebé que, no âmbito de um Processo de Promoção e Protecção, foi já


retirada a esta mãe e entregue à avó paterna daquela (mãe do
companheiro da Sra. D. Sónia Madureira);

Regularmente a menor ANA SOFIA SAMPAIO presencia episódios de


violência doméstica do companheiro à sua mãe;

Inclusive as forças policiais tiveram já que intervir, deslocando-se ao


local;
–3– 24 de outubro de 2016

10º

O companheiro da mãe, não trabalha não se lhe conhecendo qualquer


actividade laboral;

11º

A Ana Sofia não gosta de viver naquela casa; Embora não seja
directamente com ela, vivencia experiências e situações que são
inaceitáveis e que lhe provocam dor, por ela, pela mãe, pela sua vida;

12º

A mãe da menina trabalha, por turnos; Trabalha desde as 19.00h da


noite às 08.00h da manhã, todos os dias, todas as noites, ficando a
menor Ana Sofia sozinha em casa, na companhia do companheiro da
mãe!

13º

Com retaguarda, com um pai e avós paternos que a amam e com


disponibilidade para lhe darem outra vida, esta criança cuida de si,
praticamente sozinha;

14º

À noite arranja-se como pode, mesmo porque a mãe vai trabalhar;

15º

Levanta-se todos os dias às 06.00h da manhã, e é levada pela mãe a


casa de uma amiga desta, a pé, percorrendo um percurso de 6km com a
mochila às costas, sem qualquer ajuda!!

Ninguém é meigo ou atencioso com ela;


–4– 24 de outubro de 2016

16º

Sujeita às intempéries, muitas vezes a chover, chegando, nesses dias,


por vezes completamente encharcada à escola;

17º

E fica, diariamente, das 07.30h às 09.00h na escola, à espera do início


das aulas!

18º

A avó materna, pessoa com quem, na prática, a menor passa mais


tempo, tem um café, que explora;

19º

A menina é obrigada a trabalhar, sendo que se não o fizer, batem-lhe;

Não foi já a primeira vez que a menina ficou a sangrar do nariz, por esse
motivo;

20º

Convive ainda com um Tio materno, que se incomoda facilmente com a


menina, que lhe puxa as orelhas, marcando-a;

21º

Quando é necessário a menor descansar, ou quando a própria, agora,


reclama esse sossego, a avó materna coloca-a no carro a dormir, com a
porta fechada, e sem ninguém atento, porque a menor teve já que fazer
as suas necessidades fisiológicas dentro do carro, porque, pese embora
tenha chamado, ninguém a ouviu, ninguém apareceu!!
–5– 24 de outubro de 2016

22º

Não é dado à menor a alimentação necessária;

Por vezes a menor quer comer e não lhe dão nada;

Não porque não haja, mas porque não dão!

23º

Quanto à entrega da menina ao pai ou aos avós paternos, nunca há um


sítio certo e o determinado também não acontece;

24º

O Pai e os avós paternos estão constantemente sujeitos aquilo que mãe


da Ana Sofia pretende, pelo que têm que aguardar mensagens a indicar
o sítio onde devem entregar a menina; Por exemplo, Café “Oliveira do
Douro”, em Avintes, na Igreja de “ Argoncilhe”, são alguns dos locais
onde já a entregaram;

25º

Mesmo na Escola, a menina passa enumeras dificuldades e já


verbalizou a professores e auxiliares ter uma vida muito difícil;

26º

A Ana Sofia, está saturada da vida que é obrigada a viver diariamente;

27º

A mãe desta, para além de tudo isto, não é pessoa carinhosa; Não é
interessada, e não participa em nada que diz respeito à sua filha;

Nem mesmo à Catequese a mãe vai;

Quando muito lhe é pedido, aparece, mas apenas no fim;


–6– 24 de outubro de 2016

MERETISSÍMO JUIZ,

28º

A Ana Sofia está cansada;

É ainda pequena para viver amargurada, angustiada, sempre no limite


do esforço físico;

Sente-se sempre muito sozinha;

29º

A alegria que a menina sente é apenas quando se encontra na


companhia do Pai/Requerente e dos seus avós paternos;

30º

Desde sempre, estes avós paternos cuidaram dela com amor e carinho,
sempre preocupados e atentos, procurando sempre dar estabilidade e
conforto à sua neta;

31º

Assim como o seu pai, em estreita colaboração com os avós (paternos),


sempre pretenderam cuidar, mimar, acariciar, emoções que faltam à
Ana Sofia;

Se inicialmente, por Acordo, se regularam as Responsabilidades


Parentais atribuindo-se a guarda à sua mãe, desde muito cedo também
se tem vindo a verificar que isso não é o melhor para a Ana Sofia;
–7– 24 de outubro de 2016

32º

Apenas nada se fez ou requereu mais cedo, porque a própria Ana Sofia
não verbalizava o que muitas vezes ia vivendo, por receio, por timidez,
talvez;

33º

O pai da Ana Sofia, pese embora viva ainda em casa de seus pais, os
avós paternos da menor, reúne todas as condições para acolher a
menor, condições físicas e outras;

Pretende mesmo que assim seja;

34º

A Ana Sofia, quando tem que deixar o pai e os avós paternos e quando
tem que regressar a sua casa e ao ambiente em que vive, fica muito
triste;

Uma tristeza que causa ainda maior dor no seu pai e consequentemente
também nos seus avós paternos;

35º

A Ana Sofia dá beijinhos na roupa que leva de casa do Pai e Avós


paternos;

36º

A menina tem a possibilidade de viver outro cenário;

Mesmo a escola, dista 500 metros de casa de seu pai e avós paternos;

Para além de que não necessita de ir a pé;

Posto isto, importa ainda referir a V. Exa. que,


–8– 24 de outubro de 2016

37º

A Ana Sofia quer viver em casa do Pai, com este e com os seus Avós
Paternos;

38º

É ali que se sente “menina”, amada e protegida;

PELO QUE,

É urgente proceder-se à ALTERAÇÃO DAS RESPONSABILIDADES


PARENTAIS da Ana Sofia;

ASSIM,

II - Requer-se a V. Exa. se digne convocar a Conferência a que alude o


RGPTC, artigo 35º;

III – Requer-se ainda a audição da menor, nos termos do disposto no


artigo 35º, nº: 3 do RGPTC;

IV – Requerendo-se igualmente a V. Exa. a audição dos Avós Paternos


da Ana Sofia, como Testemunhas ou como INTERVENIENTES
ACIDENTAIS, nos termos do nº: 2 do artigo 35º do RGPTC;

PROVA:

Requer-se a audição das seguintes testemunhas:

- Francisco José Machado Sampaio –

- Deolinda Almeida Nunes Sampaio –

Requer-se ao Tribunal a notificação das Testemunhas arroladas;


–9– 24 de outubro de 2016

Protesta juntar: Procuração;

Valor: 30.0001,00

A ADVOGADA,

Maria de Fátima Anjos

Bigaíl

(c/assinatura digital)

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