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Corpus como midia: Jerramentas midioligicas e videosfera Larry Antonio Wizniewsky Laboratorio Corpus: fontes de estudas da linguagem FIDENE — Universidade de fui (UNIJUI Gostaria de iniciae esta comunicagio lembrando um samba elissico, que comemora ‘em 1999 vinte cinco ¢ cinco anos de vida, Testa se de De frente peo crime, paccetia genial de Joio Bosco de Aldir Blane ¢ cujos primeites versos slo: “Ta li o corpo estendido no chivo/ lnvés do ros # foto de wim gol", Pars a3 dimensbes deste debate, & questo € mais (04 menos anilogs eis af 0 corpus estendilo & nossa frente, 20 invés de um zosto, a mia do dia que esconde sua possivel identidade. No sambs, o protagonista acaba “fechando a janela/ de frente pro crime”, Nés portanto, estamos reabtindo aqui a janela de frente pro corpus Roland Barthes eta sua inusitada autobiografia teérico — pritica, intitulada sintomaticamente, Barthes por Barthes propa @ respeito do coepus, que ele é uma bela idéia, se 0 somemte se, n03 condicionarmos a fee ncle o soy. Ble define 0 corpus como “oajunto de textos retidos para o estudo” (BARTHES, 1982: 171 ), Ha nessa retengdo ccos Areudianos inequivocus, que nos levam & pensar na fase anal (fea) que toda scleczo de um coxpus pressupdes ou exige. Evidentemente o costelato objetivo que Barthes prope, para além desta constatiedo, & que se tenks com 0 corpus uma relacio amorasa, @ que potleriamos chamar fica, Sem este aver, parz Barthes © “cospus aio € mais que um simples imaginicio (grfo nosso) cientifico” (BARTHES, 1982: 171). A conexio entre, « rerenglo de textos pata estado, este simplsimaginanio cinuiio, que € 0 eoxpas sem algam Tetrar w 21— Corpus: Anilise de Dados ¢ Cukain Acadtzniea = investmento amoroso, é 0 enigma que nos propomos a wabalhar neste texto. No mesmo racicinio sobre corpas, Barthes nos remefe dictamente Nietwiche, quando este nos Gbrign a eacicinar com as premissas de que “S6 somos cientiieos por falta de Sutlesa"(BARTHES, 1982: 173) Ha portanto, pane de Barthes, dois plos em questo: 1) a etencio do texto objeto para fins de estado, como recage €2) a necessidade de um amor por este objeto setido, tanto em sua estrure quanto em suas figuras de senuncigio. ‘Para amplir © espectro desta discassio, propose am teri elemento que & 6} a dispersio do tesakado desta reagio amorosa na esfera pibic, aves de um processo de ‘misao e que toda a institugao (eetentivs) de um compuseieniico nocessriamente implica Tneado poramto que a escolha © defingio de wm corpos cientifico & essencnlnente o inicio de uma ago comanicativ Jurgen Habermas estabelece a arin camiicatina como um proeesso interatvo de tansmicsio e tenovagio do saber eultiral do ponto de vista de iter. comprecnsio € da formagio de idensdade pessoal. Nest sentido 0 ferm0 comanicagzo € tomalo em seu sentido toa amplo. Nao se refere apenas coasirugdo dena peagesa Gensifica, através da detinigao Se seu corpus, mas tambem A estrutuaglo das eae Je siunivaae ve cla pode ceubelecer nese tnjeto. Para que nos mantenhamos ainda na seadapis bashesians, relagio pesquisa/delimitagio do coepus depend de como se possa mare (Fantasma) nele 8 prtiea amorosa i qual fo submetemos previamente em pensament Bates propse a nominalmente, etapas“eexy” (sc) que wo daquele percurbader Sigolamente nical” do pesquisador a interagio metaforcamente sexwaizad do leitor. Ele se incur & promesss qu lhe € feta © gragae = um “poco que sabe o que quer” inerene a tuo DO texio que parte da delmitagio de wm corpus. Este 2070, com to certeza, esta sebmetido por necessidade, a uin procesto de midrio que o teansformati em acto. comunicatva Podemos deprevader desta metifora (deitance, até certo pono apenas) que, se 0 a Jo pesgusudor mobilza o siainine denen Barthes dist) pars, amorosaments,tcnsforménlo tm corpus, 0 roc # 0 er da outa ponta da acto comunicstiva mobilizam a pareeia da ridin, estbelecia no pare que wo otrabaia? De que forma seri decodiiada® Neste Gquadeo hipotitice a ecolna de om corpus € uma espcie de ekiranszoreinteleena TAuavés da escolha, nos soldiiearemos em relacto 4 um objeto inagtinitio © que dlevemos consis para rnae Sem o que, pea sion vee segundo Barthes, esta escalha ese fbjeto no sio mais do que umn fantasma, A comunicabiidade € ura extegorin estatural desta tseua, e selegzo de um corpus smivel s6 € possi, se levada em conta, a sua condicio de Comunienbivinde F pun determines ees nciinagzo do dieeseeo, por um destino do suit, {gue a Mitiolga ser inwocada neste pererso "A miiologa € una eragao (esd 0 ncologiseno) de Régis Debray que, através cela procura dimensionar a ditadura do conccito de MIDIA na sociedade contemporines. A tnidia para Debray, sio os processos de tsnimissio das mensagens utlizadas em cada Cpoca Sho procesos, alo meios simplesmente . Ai se estibelece wnva diferengafandamental Para tstrturla Debry subdivide histéra cultoral dt humanidade em tees etapas on csfenas Sio a: grandes dimensdes concénticas dos microprocessos eultrsis que vio, desde. totaidade da humanidade, até a instncia do indviduo + LOGOSFERA/ GRAFOSTERA/ VIDTOSFERA. Ni primers, ha uma predominincia da palavr flada, na segunda da palasra Impressa ne terein da palavta em twln-moninor. Estamos portanto, aqui no Brasil ¢ 20 terecito mundo, numa tratsgio entre @ patostera ea videosfera. E logico © natura que ta tstado de cots impigue em uma desestibivacio dos cemmpos de conbecimento © de sa transmissio, Segundo Debray, a midiologia é 0 extudo, no ambito destas_esferas das tediagSes elas qua “uma tla se toona forga matenal"(DFBRAY, 1994: 7), Qualqer oo Progearoa de Pir Graducgio em Lets - USM semelhanga com a escolha e delimitagio de um corpus, nesta transicio, no seri nem de longe meta coineidéncia, O que é um corpus, ¢ em ultima instincia sua escolha, senio a transformagio de idéias cm forgas materiais? Eim midiologia, midio designa, em primelea abordagem, 0 conjunto, técnica e socialmente determinado, dos meios simblicos de transmissio ¢ citcula¢io de idéias. Incluamos af, neste conjanto, © termo centjicamente determinade, © weremos 0 casamento entre cospus © midiologia. Comunicacio pressupée retorno, fecdback, da mesma forma que 2 escolba (setengio) de textos para estudos deve(cia) pressupor. Para Debras, um dos grandes méritos que a midioiogia possui é 0 de unit

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