Departamento de Ciências Humanas e Letras – Jequié
Docente: Anisio Asis Filho Discentes: Elivania, Isabela,Manoel Sena Costa, Valdineia Disciplina: Literatura brasileira _______________________________________________________________________
RESUMO
Graciliano Ramos foi um romancista, cronista, contista, jornalista, político militante
comunista e memorialista brasileiro do século XX, mais conhecido por sua obra Vidas Secas (1938). Este autor nasceu em Alagoas, Quebrângulo, em 27 de outubro de 1892 e passou a vida inteira envolvido com a literatura. Morreu aos 60 anos, no Rio de Janeiro. Considerado o melhor ficcionista e o prosador mais importante da Segunda Fase do Modernismo, Graciliano Ramos teve em Vidas Secas sua maior criação literária. Trata-se de um romance documental, regionalista, cuja história desenrola-se no sertão nordestino, onde uma família de retirantes é obrigada a ir para outros lugares. O diferencial desse livro para os demais da época é o apuro técnico do autor. A começar do título, o livro consegue mostrar a desumanização que a seca provoca nos personagens, tendo a expressão verbal tão castigada quanto o solo da região. A miséria causada pela seca, como elemento natural, soma-se à miséria imposta pela influência social, representada pela exploração dos ricos proprietários da região. Escrito em 1938, Vidas Secas é uma obra contemporânea, tendo em vista o conceito de contemporâneo delineado por Bosi (1997, p. 383): “Somos hoje contemporâneos de uma realidade econômica, social, política e cultural que se estruturou depois de 1930”.
O espaço geral da obra é o sertão nordestino, conferindo-lhe o cunho regionalista. A narrativa
é ambientada no sertão, região marcada pelas chuvas escassas e irregulares. De forma geral, as obras de Graciliano Ramos tratam de problemas sociais do Nordeste brasileiro, apresentando uma visão crítica das relações humanas que as tornam de interesse universal. É sob esse olhar de universal que Chiappini (2019, p. 153) descreve o regionalismo ao afirmar: “Estudar o regionalismo hoje nos leva a constatar seu caráter universal e moderno”. Na conceituação de regionalismo, Araújo (2006, p. 113), revela que “é a expressão literária que valoriza a força que se dá a peculiaridades locais, tanto em suas formas particulares de dizer quanto na exploração descritiva de seu lugar geográfico”.
Levando-se em conta o que foi observado no período (regionalista de 30 ou neorrealista) em
que Vidas Secas foi escrita buscava-se denunciar as condições precárias e miseráveis do nordeste brasileiro. O romance demostra as relações humanas com o ambiente, o modo de vida sertaneja, e a situação socioeconômica