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13. - A funeao entre Finangas Publicas e Privadas no Orientamento do Estado 14. Pressupostos da actividade financeira do Estado 15. As necessidades colectivas 1.6. Definigdo entre as financas Piblicas e finangas privadas "7. Ciéncias das financas, direito financeiro tributério ¢ fiscal Capitulo 2; Orcamento 8eral do estado; Principios gerais 2-1 Nogdo,fungdes ¢ naturezajuridica do orgamento 2.2. A situagdo em Angola no etiodo pré-colonial 2.3. As fisngdes do orgamento 2.4. Principios e regras de organizagio do orgamento, 2S. As consignagdes das recetas ¢ os servigos dotados de autonomia 2.6. Orgamento corrente de capital e equilibrio orgamental Capitulo As propostas na elaboracao do plano orcamental 3.1. 0 periodo de elaboragao e aprovagio do orgamento. 3.2. Balango do Estado e a Contabilidade Nacional 3.3. Votagao do orgamento ¢ as suas consequéncias 3.4. Execugao das autorizagdes do orcamento geral do estado 3.5. Principios da execugao das despesas 3.6. As regras da legalidade na execugao das receitas e nas contas piblicas 3.7. A contabilidade piiblica e privada nas contas do estado 14 16 35 Capitulo 4:Controlo interno e externo do or¢amento 4.1. Definigao sobre 0 controlo orgamental 61 4.2. Entidades incumbidas do controlo externo - 65 4.3 O controlo interno e as entidades na sua existéncia 65 4.4, A responsabilidade financeira - 69 4.5, Orgamento Geral nas contas piblicas . nm 4.6. A estrutura funcional das despesas . = 74 Capitulo 5: As despesas piblicas 1. Nogao de despesa publica . 9 5.2. A classificagdo orgamental da despesa publica . 80 5.3. Tipologias das despesas publicas 80 5.4. As despesas pablicas nas Contas Nacionais 81 5 ‘As Causas do aumento das despesas piblicas 84 Capitulo 6: As receitas puiblicas 6.1. O conceito fundamental das receitas piblicas . 86 62. A proveniéncia e a importancia das receitas publicas 87 6.3, Modalidades das receitas, classificacao e tipologias 89 6.4, Emissio do empréstimo piblico oe 90 6.5. A operagao sobre a divida pablica 91 6.6. Sistemas da amortizacdo da divida publica... 93 6.7. 0 peso da divida piblica e as consequéncias no balango do estado 96 6.8.As politicas financeiras para a redugdo da divida piblica o7 6.9. As politicas conjunturais para a redugao do desemprego 98 6.10. As finangas locais em Angola. 110 6.11. A comparagao das finangas locais em varios paises 110 Bibliografia . : 126 ECONOMIA E FINANGAS PUBLICAS I CAPITULO PUBLICAS CONCEITOS FUNDAMENTAIS DAS FINANCAS 1.1. Introduciio sobre a teoria das financas piiblicas ‘A teoria das finangas piblicas gira em tomo da existéncia das falhas de mercado que tornam necesséria a presenga do govemo, o estudo das fungdes do governo, da teoria da tributagao € do gasto piblico. “is 9 nos dea us ere circulacdo do dinheiro.*Este ramo darceonoma trata de analisar a Obtengdo, a gestio ea administragdo de fundos. J4, 0 adjectivo piblico diz respeito a0 que ¢ comum a toda a sociedade ou ao que é do conhecimento geral. s finangas piblicas so compostas pelas politicas que instrumentam o gasto piblico © ‘os impostos. E. desta relagao que ir depender a estabilidade econémica do pais € a sua entrada em défice ou excedente. O Estado € o responsivel pelas finangas publicas. O principal objectivo estatal através das finangas piblicas ¢ fomento da plena ocupaglo 0 controlo da demanda agregada 6 Estado intervém portanto nas finangas através da variagao da despesa publica e dos impostos. A despesa piblica, & 0 investimento que realiza 0 Estado em varios projectos de interesse social. Para poder concretizar os investimentos, isto é, manter a despesa piblica, as autoridades devem assegurar-se de arrecadar impostos, os quais sio pagos por todos os cidadaos e pelas empresas de uma nacdo. |A despesa publica, por outro lado, pode funcionar como estimulo (ou incentivo) do consumo, O Fstado esta em condigdes de criar postos de trabalho (empregos), conferindo assim salarios as pessoas e dinheiro para despender ou consumir Em geral, 0s impostos estio associados aos rendimentos das pessoas: quanto maiores os rendimentos, mais elevados so os impostos a pagar. Ha ainda impostos que sao considerados recessivos, que afectam da mesma forma a populago com menores rendimentos como as classes altas. “As falhas de mercado: sao fenémenos que impedem que a economia alcance 0 dtimo de PROF. MESTRE AGOSTINO BUMBA 1 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I Existéncia dos bens piiblicos: bens que so consumidos por diversas pessoas ao mesmo tempo (ex. rua). Os bens piiblicos séo de consumo indivisivel e nao excludente. Assim, uma pessoa adquirindo um bem piiblico nao tira o direito de outra adquiri-lo também; Existéncia de monopélios naturais: monopélios que tendem a surgirem devido 0 ganho de escala que 0 sector oferece (ex. gua, elergia). O governo acaba sendo obrigado a assumir a produc ou criar agéncias que impegam a exploragaio dos consumidores; As externalidades: uma fabrica pode poluir um rio e ao mesmo tempo gerar empregos. Assim, a poluigdo ¢ uma externalidade negativa por que causa danos 40 meio ambiente ¢ a gerac3o de empregos é uma externalidade positiva por aumentar 0 bem star ¢ diminuir a criminalidade. O governo deverd agir no sentido de inibir actividades que causem externalidades negativas e incentivar actividades causadoras de externalidades positivas, Desenvolvimento, emprego e estabilidade: principalmente em economias em desenvolvimento a ago governamental é muito importante no sentido de gerar crescimento econdmico através de bancos de desenvolvimento, criar postos de trabalho e do buscar a estabilidade econdmica Funcoes do govern: um govern possui fungdes alocativas, distributivas ¢ estabilizadoras, Funeao alocativa: relaciona-se a alocagao de recursos por parte do governo a fim de oferecer bens piblicos (ex. rodovias, seguranga), bens semi-piiblicos ou meritorios (ex. educagao e saiide), desenvolvimento (ex. construgao de usinas), ete Fungo distributiva: & a redistribuigio de rendas realizada através das transferéncias, dos impostos e dos subsidios governamentais, Um bom exemplo € a destinagdo de parte dos recursos provenientes de tributagao ao servigo publico de satide, servigo o qual é mais utilizado por individuos de menor renda. PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 2 ECONOMIA E FINANGAS PUBLICAS I SS + Funedo estabilizadora: & a aplicagio das diversas politicas econémicas a fim de promover 0 emprego, 0 desenvolvimento € a estabilidade, diante da incapacidade do mercado em assegurar 0 atingimento de tais objetivos. Teoria da tributagao: Pelo conceito da equidade, cada individuo deve contribuir com uma quantia "justa"; pelo conceito da progressividade, as aliquotas devem aumentar 4 medida que sao maiores os niveis de renda dos contribuintes; pelo conceito da neutralidade, a tributagao nao deve desestimular 0 consumo, produgao ¢ investimento; e, por fim, pelo conceito da simplicidade, 0 calculo, a cobranga e a fiscalizagao relativa aos tributos devem ser simplificados a fim de reduzir custos administrativos. Impostos so tributos cobrados cujo valor arrecadado nao tem um fim especifico. As contribuigdes sao tributos cujos recursos devem ser legalmente destinados a finalidades pré-estabelecidas. Taxas so tributos para manutengao do funcionamento de um servigo dirigido a uma comunidade de individuos. O imposto de renda & uma tributagao direta muito eficaz. Segundo dados histéricos, 0 IRPF! tem apresendado caracteristicas de progressividade ao longo do tempo. Infelizmente 0 IRPJ nao tem alcangado muito sucesso rica o valor anual descontado do rendimento do trabslhador ou da empresa ¢entregie 80 Governo, endo que a percentagem de desconto ¢fixada pelo goveno de cada pais onde € aplicado tal imposto (© imposto pago pelo trabathador & denominado TRPF (Imposto de Renda sobre Pessoa Fisica) e a dclarayo anual ‘comprovativa dos rendimentos s80 denominadas DIRPF (Declaragio de Ajuste Anual). A aptesentagio dessa Ldcelaragio &obrigatéria a todos os trabalhadores que possuem rendimento superior ao valor minima definido polo govemo. ‘Quando se fata em resituigo de imposto de renda signifiea que o tabalhador ini eecher um determinado valor apos o balango feito entre rendimento anual e despesas com saide, edueagio, etc, IRPJ (Imposto de Renda sobre Pessoa Juridica) & 0 nome do impesto pago pelas empresas 0 6rgfo responsive pela recotha do imposto de renda em Angola ¢ encarregado pela diregao das finagas. No website desse Srao & possivel encontrar tedos os documentos e softwares nevessirios para elaboragao da deelaragao de Jmposto de renda. © Ministério € também responsivel pelo eruzamento das informagdes prestadas pelos contribuintes para verificagio da veracidade. “Malha fina” €0 termo popular dado a esse proceiment. PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 3 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I ee Algm de inibir a produg&o ele pode causar perda de competitividade do produto nacional frente a0 produto importado, pelo que se observa. O imposto sobre o patriménio, como o IPTU* eo IPVA, sao de facil cobranga e controle ¢ tendem a penalizar os individuos com maior poder aquisitivo IPTU € sigla para Imposto Predial e Territorial Urbano, que ¢ um imposto que cada pessoa que possu ‘uma propriedade urbana, como um apartamento, sala comercial ou uma casa. O IPTU serve tanto para pessoas juridicas, como pessoas fsicas (© objetivo principal do IPTU é basicamente fiscal, on seja, obter recursos financeiros para o Governo, ‘mas também pode ser um meio para controlar os pregos das propriedades, As pessoas que no moran na cidade, e sim em propriedades rurais, também pagam imposto, 0 ITR, que significa Imposto Territorial Rural Em alguns estados, geralmente os menores, o IPTU é a principal origem das verbas. A base de céleulo do IPTU € 0 valor do imével sobre o imposto pago por ele, o valor em dinheiro e a vista, A aliquota utiizada para calcular o IPTU ¢ estabelecida pelo legislador de cada pais, ¢ pode variar conforme os estados. (OIPTU também tem uma fungio social muito importante, que ¢ evitar que grandes propriedades sejam ‘mal utilizadas pelos donos, uma ver. que. quando provado que a propriedade nao esti sendo corretamente aproveitada, 0 governo pode aumentar 0 IPTU, com 0 objetivo de ‘o imével, ¢ assim tomé-lo produtivo, wer com que 0s proprictirios vendam, IPVA € a sigla de Imposto sobre a Propriedade de Veiculos Automotores, que é um imposto estadual com © objectivo de arrecadar dinheiro sobre os automéveis das pessoas, independe de qual tipo de veiculo for © IPVA € um imposto que somente os Estados ou Distrito Federal 1m competéncia para institui-lo, nao poder scr uma obrigago do Governo, a arrecadagio & feita por cada estado, sendlo que 50% do total arrecadado ¢ destinado ao proprio estado, ¢ a outra parte pertence a0 local onde o veiculo foi registrado, A aliquota do IPVA varia em cada Estado, ¢ ¢ determinado por base em cada governo, ¢ seus proprios criterias. © tinico objetivo do IPVA & arrecar dinheiro, ¢ esse imposto sie cobrades apenas de veiculos que circulam em terra, ou seja, no compreende nenhum outro tipo, como barcos, lanchas. ¢ ete. O IPVA & cobrado anualmente, ¢ nao tem relagio nenhuma com a situgio das estradas, ou das ruas, ele & apenas de uso fiscal © IPVA pode ser pago vista ou em até ts parcelas PROF, MESTRE AGOSTINHO BUMBA 4 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS 1 Entretanto, o IPTU, por exemplo, é feito no momento em que o inquilino de um imovel paga 0 imposto ou um estabelecimento comercial encarece seus produtos, embutindo tal imposto nos pregos. O imposto sobre as vendas, embora muito utilizado, no € o mais indicado por questdes de progressividade, Além disso um bem com maior nimero de etapas de produgao mais penalizado do que os demais. Uma critica constante aos impostos "em cascaia" ou "cumulativos" sio a consequente inibigao integragao vertical da produgdo © a perda de competitividade em termos internacionais, Face a isso, grande importancia tem sido dada ao imposto sobre o valor adicionado (IVA) em diversas economias do planeta. Suas principais vantagens so a neutralidade, a dificuldade de sonegagao por concentrar a tributaglo no atacado, dentre outras, Todavia, tal imposto permaneceria infringindo 0 conceito da progressividade, ‘como faz. atual ICMS.* 0 gasto piblico: Embora muito tem-se ouvido dizer sobre reducao de gastos governamentais € redugio do "tamanho" do Estado, a sua participagao na economia € de extrema importancia, € SICMS 6. sigha de Imposto sobre Operagdes relativas 4 Circulagao de Mercadorias ¢ Prestagio de ‘Servigos de Transporte Interestadual ¢ Intermunicipal e de Comunicagio, este imposto, cada estado possuii uma tabela de valores. © objetivo do ICMS é apenas fiscal, ¢ 0 principal facto gerador é a ‘as que iniciam no exterior. © ICMS incide sobre diversos tipos de servigos, como telecomunicagio, culagiio de mercadoria, alé mesmo transporte intermunicipal e interestadual, importagio ¢ prestagio de servigos,¢ etc. ‘Todas as etapas de circulagio de mercadorias ¢ cm toda prestagiio de servigo esto sujcitas a0 ICMS, devendo haver emissio da nota fiscal. Em alguns estados, 0 ICMS ¢ a maior fonte de recursos financeiros ‘0 imposto nao incide sobre qualquer operagio como livros, jornais, operagdes que destinem ao exterior mercadorias, operagdes relativas a energia eléirica e petréleo, operagoes com ouro, operagdes de arrendamento mercantil, ¢ ete PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 5 ECONOMIA E FINANGAS PUBLICAS I inimeras sio as fungSes desempenhadas, Fica dificil decidir onde serao feitos os cortes: se na saiide, educagio, defesa, policiamento, justiga ou, em fim, no investimento econdmico-social Temos observado um fendnemo de crescente participagao do gasto piblico no PIB em todas as prineipais economias mundiais, Esse facto é historicamente explicado pelo envethecimento da populagao e pelo processo de urbanizagao. F. importante ressaltar que a elevagio do gasto pablico tem sido total ou parcialmente compensada com elevagdo tributaria, ndo causando grandes impactos no percentual da vida dobre 0 produto interno 1.2. Nodes fundamentais das actividades financeiras A actividade financeira que constituira © nosso objective do estudo, é a actividade financeira do Estado, pelas caracteristicas e efeitos que apresenta no conjunto de actividades humanas. Em outros termos, a actividade funanceira, consiste na avaliagio monetaria das actividades do estado proposta a satisfagao de necessidades colectivas, contretizadas em receitas ¢ despesas. O Estado nao éa tn a colectividade piblica que exerce actividade financeira Outras colectividades piblicas como as Autarquias, as ordens profissionais, as empresas pablicas, desenvolvem também actividades financeiras. As financas piilicas referem-se a aquisigzo e utilizagio de meios financeiros pelas entidades piblicas. Por outras palavras, dizem respeito as receitas e despesas do Estado, dos municipios e das entidades paraestaduais © seu estudo abarca aspectos como 0 orgamento, as despesas € receitas piblicas e a sua uitlizagZo como instrumento de politica econdmica e social As finangas pablicas existem porque existe a necessidade do Estado realizar despesas e, consequentemente, cobrar receitas © Estado tem como finalidade a satis fagdo de necessidades colectivas, tais como a seguranga e ordem piiblicas, a defesa nacional, a administragao da justiga, 0 acesso a PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 6 ECONOMIA E FINANGAS PUBLICAS I ee educagdo e satide, a existéncia de infraestruturas econdmicas e sociais e a estabilidade macroeconémmica Tem também como objectivo atingir certos objectivos de politica econdmica e social, como a redugiio da pobreza, a redistribuigao do rendimento € 0 desenvolvimento econdmico. A fim de alcangar tais objectivos, O Estado vé-se obrigado a dispender recursos, a efectuar despesas. Para financiar as suas despesas, 0 Estado necessita de arrecadar receitas Temos, pois, os impostos, as taxas, as receitas patrimoniais, os donativos e os empréstimos pablicos PROF, MESTRE AGOSTINHO BUMBA ? ECONOMIA E FINANGAS PUBLICAS I eee eee 1.3. A funcio entre Finangas Piiblicas ¢ Privadas no Orientamento do Estado As Finangas Pablicas diferem radicalmente das finangas privadas ou dos particulares Em primeiro lugar, os impostos constituem um meio de financiamento especitico do Estado, que no se encontra ao dispor de nenhuma empresa privada. Estas obtém as suas receitas através dos pregos que cobram pela venda de bens ou pela prestagto de servigos; Em segundo lugar, a possibilidade do Estado recorrer aos impostos implica que nas finangas piblicas, ao contrario do que sucede nas finangas privadas, ndo so as receitas que determinam as despesas; Por titimo, o Estado procura satisfazer necessidades colectivas e atingir outros fins com a realizacao de despesas e a cobranga de receitas, As empresas privadas, por seu turno, tém como objectivo a maximizagao do seu lucro, através da minimizagao das despesas € maximizagao das receitas, Concluindo os impostos constituem um meio de financiamento especifico do Estado; as despesas piiblicas ao contrario das privadas, nfo sio determinadas pelas reccitas e enquanto 0 Estado visa satisfazer necessidades colectivas e alcangar objectivos econdmicos e sociais, as empresas privadas procuram a maximizagao dos seus lucros. 1 Pressupostos da actividade financeira do Estado Na base da actvidade financeira do Estado encontram-se dois pressupostos Existéncia de necessidades sociais, ou seja necessidades que resultam da propria vida em sociedade € sao, segundo alguns, sentidas pelos individuos enquanto elementos imegrantes da sociedade e, segundo outros, sentidas pela propria sociedade em si Existécia de um proceso pelo qual s4o definidas as necessidades que irdo ser satisfeitas, estabelecida uma hierarquia entre elas, afectados os recursos a sua satisfagao e impostas as opgSes aos membros da sociedade (individuos e grupos) PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 8 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I 1.5. As neces: jades colectivas Na definigao que foi dada de actividade financeira, desde longo, lidamos com varios elementos que se torna necessario classificar. Comegar por dizer que o Estado satisfaz necessidades piiblicas ou seja melhor dizer as necessidades colectivas. Ha que reter, em primeiro lugar, que as necessidades que © estado satisfaz nio sdo necessidades do proprio Fstado, pois as necessidades sirvam-se no plano de desejos insatisfeito, que s6 as pessoas fisicas podem sentir. Estado nao é uma pessoa fisica, nio é um individuo, mais si, uma colectividede de individuos, que como tal nio tem contetido psiquico, por isto nfo pode ser desejos. Para melhor intender, teremos que colocar as seguines termlogias no devido lugar, 0 Estado, a Instituiggo ¢ Governo, a) Estado: A palavra Estado, grafada com inicial maitiscula, ¢ uma forma organizacional cujo significado € de natureza politica. E uma entidade com poder soberano para govemnar um povo dentro de uma area territorial delimitada, As fizngdes tradicionais do Estado englobam trés dominios: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciario, Numa nagio, o Estado desempenha fungdes politicas, sociais e econdmicas ‘Também é designado por Estado, cada uma das divisdes politico-geogrificas de uma repliblica federativa, Estas divisOes so auténomas ¢ possuem um governo proprio regido por uma estrutura administrativa local b) Institui¢io: as instituigdes; s4o organizagdes ou mecanismos: sociais que controlam 0 funcionamento da sociedade , por conseguinte, dos individuos, mostram-se de interesse social, uma vez que refletem experiéncias quantitativas ¢ qualitativas dos processos socio econdmicos. Organizadas sob 0 escopo de reeras € normas, visam ordenagao das interagdes entre os individuos e entre estes ¢ suas respectivas formas organizacionais, Com outras palavras, as instituigdes sociais tem seu papel fundamental no processo de socializago, ou seja, tem como objetivo fazer um individuo tornar-se membro da sociedade 3. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 9 ECONOMIA E FINANGAS PUBLICAS I ee ‘Tornando mais econdmicas essas interages, as instituigoes (formais ou informais), so instrumentos indispensdveis & compreensio da légica evolutiva das particulas sociais, sendo o seu estudo primordial ao entendi ento dos complexos processos pelos quais 0 Capital se estrutura. Em esséncia, as instituigdes sdo responsiveis pela organizagao das interagdes sociais, analisando sua evolugo € desenvolvendo métodos que as associem a ambiente favoravel a alocagio racional de recursos que otimizem a satisfagao de suas necessidades. Exemplos de instituigdes: + As instituigdes politicas incluem os 6rgios e os partidos politicos. «As instituigdes religiosas possuem nomes de acordo com a religio, podendo ser chamadas de igrejas, templos, sinagogas, mesquitas, ou outras denominagoes. so as escolas, universidades, etc + As instituigdes educacionai + As instituigdes cientificas + As instituigdes culturais Segundo Emile Durkheim: A instituigdo social ¢ um mecanismo de protegio da sociedade, é 0 conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade, cuja importancia estratégica € manter a organizacao do grupo e satisfazer as necessidades dos individuos que dele participam. As instituigdes so, portanto, conservadora por esséncia quer seja familia, escola, governo, policia ou qualquer outra, elas agem fazendo forga contra as mudangas, pela manutengdo da ordem Para Santos de Oliveira; a instituigao € forma de organizagao, ou organismo social, que tende a durar independentemente da vontade de seus integrantes. E também definida como um conjunto de regras ¢ procedimentos produzidos, reconhecidos, aceitos € sancionados pela sociedade e que tém grande valor social; sio os modos de pensar, de sentir, ¢ de agir que a pessoa encontra prestabelecidos na sociedade e cuja mudanga se faz muito lentamente, com dificuldade. segundo Cristina Costa, O comportamento humano tem por caracteristica a padronizagdo, isto é, sempre que um agente social obtém aquilo que deseja, tende a repetir 0 comportamento adotado em novas sittagdes, assim como tende a ser imitado PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 10 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I ——— pelos que o cercam. A gratificagao ou a punigao decorrente das diversas acgdes leva a padronizagao ¢ a formago de usos ¢ costumes, ¢ & cristalizagao das formas de comportamento social, ou 4 sua institucionalizacao. c) O governo; Pode-se dizer que o governo é o conjunto dos ras directores de um Estado, que expressa 0 poder estatal através da ordem juridica A historia assinala que os primeiros a instincia maxima de administragao executiva, geralmente reconhecida como a lideranga de um Estado ou uma nagio, sio formados por dirigentes executivos do Estado, ou ministros Existem duas formas de governo, repiblica ou monarquia, e dentro desse sistema de governo pode ser Parlamentarismo, Presidencialismo, Constitucionalismo ow Absolutismo, A forma de governo é a maneira como se dé a instituigaio do poder na sociedade e como se da a relagdo entre governantes e governados. Existem diversos tipos de governo, como anarquismo, que é quando existe a auséncia ou falta de governo, democracia, ditadura, monarquia, oligarquia, tirania ¢ outros. Sistema de governo niio pode ser confundico com a forma de governo, pois a forma é 0 modo como se relacionam os poderes e o sistema de governo é a maneira como o poder politico € dividido ¢ exercido no Ambito de um Estado. Em outras designages; © termo governo refere-se ao exercicio do poder do Estado ou a conducao politica geral. Por governo entende-se 0 drgo ao qual a Constituigao atribuiu © poder executivo sobre uma sociedade e que geralmente é formado por um Presidente ou um Primeiro-Ministro e alguns Ministros, Secretarios ¢ outros funcionarios. E importante destacar que © governo nao ¢ 0 mesmo que o Estado: um governo acede a0 poder (no caso da democracia, através de eleigdes livres), exerce as suas fungdes retira-se, ao passo que o Estado permanece idéntico e inalteravel perante os sucessivos governos. Por outras palavras governs se formaram na tribo, com intengdo de coordenar eficientemente os recursos humanos. Com o passar do tempo, a fung’o de governo viria a determinar por se dividir em trés poderes: 0 Poder Executivo, que actua como ente coordenador; o Poder Legislative, a quem compete aplicar as leis e as ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I _——L normas que regem a vida num determinado territorio; e o Poder Judicial, cuja tarefa consiste em velar pelo cumprimento das ditas leis e normas. Das varias formas de governo, pode mencionar-se a democracia (em que, por meio de mecanismos de participacao directa ou indirecta, o povo elege os seus representantes) € ‘a monarquia (em que 0 cargo supremo de um Estado é vitalicio ¢, € designado através de uma ordem hereditaria) © governo é a autoridade governante de uma unidade politica, que tem o objetivo de regrar uma sociedade politica e exercer autoridade. O tamanho do governo vai variar de acordo com tamanho do Estado, e ele pode ser local, regional e Nacional ‘A Governagao: segundo Fernando Nobre; uma governacao exclusivamente norteada para o bem-estar da Republica ¢ da Humanidade. Boa governagao exige, ética, rigor, verdade, responsabilidade, coeréncia, compromisso @ respeito pelas promessas contidas nos programas eleitorais ou feitas em campanha 0 que a coloca nos antipodas da corrupedio, demagogia, manipulacéio, mentira Governagao implica preocupagao com os mais fragilizados ¢ desprotegidos da sociedade, estar a escuta e em didlogo com as mais intimas aspiragSes dos cidadaos € colocar o Estado Nacional eo Mundo acima dos momentaneos interesses partidarios pessoais. Boa governagdo requer ideias claras quanto as verdadeiras causas Nacionais ¢ Globais existentes ¢ lutar, contra ventos e marés, por elas. ‘A governagao deve impelir a um didlogo singular ¢ colectivo com os povos, olhos nos olhos, explicando bem e claramente a razo de certas decisdes deveras dificeis € sensiveis como sao certas decisdes econdmicas ¢ todas as guerras, mesmo as incompreensiveis, como a guerra do Iraque. E ye ainda que se consulte os povos quando a op¢do da guerra no consta de nenhum programa eleitoral ou de governo, pelo que, de seguida restara apenas acatar a deciso soberana e sem apelo dos povos. 'As entidades acima citadas, colocam-se em causa as necessidades que sio proprias dos individuos, € por isso aquelas necessidades, embora safisfeitas por Estado, sto PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 2 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I ee necessidades do individuo, com isto poe em causa as modalidades ¢ os intrumenstos utilizados para satisfazer as mesmas Mas Estado satisfaz como se afirma na definigio necessidades sentidas pelo individuos nao satisfeitas pelo Estado. Ha as que ndo satisfeitas por acco dos proprios individuos com bens que produzem ou obtem por troca, isto é através da actividade econdmica privada Existem dois tipos de necessidaes basicas: a) Necessidades de satisfagdo activa: so aquelas que exigem uma certa actividade do consumidor, O produto néo pode exigir um prego pela sua utilizagao. Este tipo de necessidade exige uma actividade, um cumprimento por parte do consumidor (como exemplo os bens publicos), b) Necessidades de satisfacdo passivar sao necessidades cuja por exemplo, a defesa do territério, uma necessidade tipo diferente Havendo 0 bem exercido num determinado territorio, os seus habitantes pelo simples facto de ele ter sido criada, satisfazem as necessidades de defesa do territério, todos abitantes se sentem defendido com simples existéncia do exército Nao se exige qualquer actividade do consumidor para a satisfagdo desta necessidade, A este tipo de necessidade que nao implicam a actividade do individuo para a sua satisfagdo, denominando-se por necessidades de satisfagdo passiva ou Necessidades de saiisfacio colectiva Podemos assim conluir que a necessidadle é de satisfagio activa quando o produtor de bens pode exiger o pagamento de un prego pela sua utilizagio, e este caso 0 prego funciona aqui como meio de excluir os que no podem ou ndo querem pagar esse prego Pelo que pode afirmar-se que as necessidades de satisfagao activa vigoram o principio de Execlusdio ou Excludibilidade (como exemplo a instrugio) Se a necessidade ¢ de satisfagio passiva, todos tem a possibilidade de utilizar certo bem, independemnete de qualquer procura, nfo estando por isso, sujeitos de qualquer preco Considera-se de igual modo que as necessidades satisfeitas por bens produzidos por colectividades piiblicas, necessidades colectivas € as necessidades satisfeitas por bens PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 3 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I a produzidos pelo proprio homem independemente de viver em sociedade, necessidades individuas. Todavia, temos numerosos bens que satisfazem simultaneamente necessidades colectivas e individuai como exemplo o servigo de instrugao. 1.6. Definigio entre as finangas piiblicas e finangas privadas conceito das finagas piblicas tem uma certa tradigdo € nem sempre teve o significado que hoje apresenta. Contudo, hoje pode ser entendido em trés sentidos: organico, objectivo e subjective Segundo o sentido orgénico; por finangas piblicas devem entender-se 0s orgio do Estdo ou dos outros entes piiblicos que decidem sobre a Gestdo dos meios econdmicos. ‘Trata-se do sentido de finangas que nos indica quais sio as decisbes financeiras, De acordo com o semido objective; as finangas piblicas referem-se a actividade econdmica de um ente pablico, visando afectar determinados bens ¢ a satisfagao de necessidades, que the sto confiadas. Em semido subjectivo; finangas pil € a disciplina cigntifica que estuda o Estado ou de outros entes piblicos, com vista a satisfagdo publicos, com vista a satisfagdo de necessidades piblicas e ainda as regras que regem essa actividade. Para tratar a problematica das finangas piblicas, € preciso em primeiro lugar definir 0 que sio receitas eo que sto despesas. Receitas. so quaisquer recursos mediamente os quais um sujeito pode cobrir as suas necessidades ou necessidades alheias. Despesas: s80 gastos ou dispendios de dinheiro ou um bem por parte de sujeito para a aquisig&o ou criagéo de bens susceptiveis de satisfazer as suas necessidades individuais ‘ou necessidades alheias. Resumindo, quais so os meios de financiamento do Estado? a) Receitas volomarias, dos quais se distacam: receitas patrimonias ¢ emprestimos b) Receitas Coativas, como exemplo os impostos. Aprimeira distingio entre as finangas do Estado e as finangas privada, ¢ que as receitas patrimonias nao contituem receitas fundamentais do Estado, PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 1“ ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I ‘« Portanto as receitas patrimonias: sao as que tem origem no patrimonio (mobilidrio ou imobiliario) do Estado, Exemplos de receitas patrimoniais sto: venda de patriménio do Estado, os lucros recebido do Sector Empresarial do Estado, juros de depésitos que o Estado tenha efectuado, ete. Finangas do Estado: O termo finanga provém do francés finance © refere-se a0 compromisso que assume um sujeito para responder a sua obrigagdo para com outra pessoa, O conceito também se refere s posses, aos bens e aos cofres do Estado (tesouro Nacional). Na linguagem do dia-a-dia, conhece-se como finangas 0 estudo da circulagao do dinheiro entre os particulares, as empresas ou 0s varios Estados, Posto isto, as finangas surgem com um ramo da economia que se dedica a avaliar como sio obtidos e geridos 0s fundos. Noutros termos, as finangas tratam da gestao do dinheiro, COutras aplicagdes das finangas pessoais sto possiveis em termos de capacidade de poupanga, despesas e investimentos As financas corporativas, por sua ve7, dizem respeito as formas que tém as empresas para criar valor através do uso de recursos financeiros. Investimento, financiamento, beneficios idendos sao alguns dos conceitos vinculados a esta rea. Por fim, podemos dizer que as finangas publicas estdo relacionadas com a politica fiscal de um Estado. O governo obtém fundos através da cobranga de impostos, sendo esse dinheiro reinvestido na sociedade através das despesas piblicas (com a construgao de hospitais e escolas, cuidados de higiene, saiide, etc.) Diferentemente as entidades privadas no podem cobrar impostos, pois carecem do poder de autorizago para o efeito. © financiamento das empresas € feito no ambioto da politica economica, mais propriamente dito moeda e crédito. © finciamento do Estado € feito como vimos através dos impostos, os impostos quais sfo estudados pelas finangas pblicas mais concretamente pelo Direito Fiscal PROF. MESTRE AGOSTINO BUMBA 18 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I Concluindo; 0 Estado financia-se através de impostos, emquanto que as entidades privadas financiam-se através de meios préprios Asegunda destingao radica no facto de que nas finangas de Estado nao sio as receitas que determinam as depesas, mas as despesas que determinam as receitas Diferentemente nas finangas privadas, s8o as receitas que determinam as dispesas, caso contririo mais tarde ou mais cedo seriam levados a falencias. Antigamente existia um velho ditado inglés que dizia que os Estado nunca iriam a faléncia que “states never go bust” Isto porque os Estados detém meios de finaciamentos como os impostos que sho recursos provieniente do rendimento do cidadao. Hoje em dia a situagio é um poco diferente e ja se aceite que existem alguns estados que na pratica esto teoricamente falidos Ex: Brasil-simensas diculdades no inicio dos anos 90 até a imergéncia do plano real Atualmente encontra-se em pleno recuperagao. Acrise Economica actual da comunidade Europea que coloca no plano de emergencia; 6 balango piblico, como Grécia, Portugal, Epanha e Italia, paises acentuados no cenario imternacional através o ecesso da acumulagdo da divida publica nos anos transatos No nosso continente por exemplo, existem actualmente paises que atravessam crises profundas no ponto de vista economica, politico e social, tal como; Congo Democratico, Libia, Sudo, Ruanda ¢ Somalia, Mali, Republica Centro Africano, ia externa crescente fundamantalmente Simagéo particular em Angola, a div proveiniente da acumulagao de atrasos de pagamento, Alerceira distingdo,, radica-se nos fins que, quer as finangas de Estado, quer as finangas privadas predentem prosseguir: © As finangas do Estado propoem-se satisfazer necessidades colectivas > As finangas privadas prosseguem a satisfagio de necessidades individuais nomeadamente a obtengio do lucro por parte dos empresitrios Ciéncias das finacas, direito financeiro tributario ¢ fiscal ‘¢ Ciencias positivas ¢ ciéncias Normativas Ciencia das finangas; estuda a actividade financeira, isto é, a actividade do estado com vista a satisfagdio de necessidades colectivas, que se expreime em receitas ¢ despesas PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 16 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I © estudo das finangas; ¢ 0 estudo da acgdo desenvolvida pelo estado visando a satisfagio de tais necessidades. No primeiro caso, estuda do que €, trata-se de financas positivas que ingloba as finangas reais, observndo e explicando as particularidades de comportamento do estado No segundo caso, estuda do que convém ser, trata-se de finangas normativas que anuciam as regras € as normas a que estado se deve subordinar para melhor cumprimento dos seus fins. Estas regras ou normas, constituem a politica fimanceira > Politica financeira; finangas Neutras, intervencionistas ¢ funcionais. Durante 0 século XIX, enquanto vigorava o estado liberal, 0 principio da politica econémica € financeira, consistia no “laissez faiere, laissez passer” desenvolvido por Frangois Quesnay, popularizado por Jean Baptista Say. No que toca as finagas pablicas, o estado s6 deveria cobrar receitas para cobrir as suas despesas, Dai a desiganacdo de finangas neutras: nfo modificavam as condigdes dos particulares No século XX, tem inicio as finangas intervencionistas que procuram modificar as condigdes da economia privada John Maynard Keynes, autor da politica “Keyneisiana” aparece como principal impulsionador da passagem das finangas neutras para as finangas intervencionistas. De acordo com 0 Domingos Pereira de Sousa, os principais factores que contribuiram para a transigio das finangas classicas para as finangas modernas, foram as seguintes Y Razées politicas ¥ Razbes de natureza econdmica ¥ Ravdes politicas e econdmicas © perfil das finangas pablicas se enquadra no seguinte, «A passagem do sufragio cencitario para sufragio universal (por influncia da revolugao francesa de 1789 ¢ de muitos outros movimentos politicos de messa ‘© 0 aparecimento dos partidos trabalhistas € socialistas ¢ bem assim a doutrina social da Igreja. PROF. MESTRE AGOSTINHO SUMBA 7 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I Se * A introdugdo do coneito de redistribuigdo de riqueza, que se deveu a0 reconhecimento de que a distribuigio da riqueza feita, segundo as regras do funzionamento do mercado, no era mais aceitavel * As distorgoes do sistema capitalista, motivados pelas grandes concentragbes de capitais, * A inclusio da pri eira guerra mundial que veio provocar uma maior procura € exigéncia na obtenglo de recursos, assim como elevados indicios de endividamento, principalemente para os Estados que nela estiveram envolvidos # A nnecessidade da crise de restabelicimento da pos-guerra. * A verificagioda crise de 1929-1930 e a grande depressio que fizeram surgir politicas como “new deal” de Truman, e 0” new Look” de Eisenlower, que assetaram numa visio de maior invervensio do Estado na vida economica. Frutos das percussdes que todos os factores acabaram de referir, provocaram ao nivel dos fenomenos financeiros a concepcao de finangas publicas teve de modificar-se acompanhando todas as tarnsformagdes que passaram a decorrer por forga de uma nova filosolofia de actuagio do Estado na vida econdmica. De mero agente ou policia dos interesses das actividades dos agentes economicos privados (Estado-policia), 0 Estdo passou a ser ele proprio um agente economico (produtor) ao mesmo tempo que passou a uma actividade de inverncionismo e de dirigismo da economia visando a satisfagao de novas necessidades de ordem economica e social As financas intervencionistas; também designadas por finangas modernas ou ainda finangas activais (designago que se funda na intervangao do Estado na actividade ‘economica-social) As particularidades que apresetam as finangas intervencionista s4o; PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 18 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I Se ¥ Autonomia do sector piblico: as finangas publicas gaham certa autonomia, contrariamente ao que se assistia no dominio das finangas classicas.nas quais se verificava uma serta subordinagao do sector publico ao sector privado. Y A regra do minimo é substituida pela regra do éptimo: 0 dominio do Estado procura reduzir ou eliminar uns desequibrios resultantes do insucesso relativo de uma economia, assenta quase, exclusivamente na iniciativa privada, Y Argumento do sector piiblico: motivadas pelas novas fungées assumidas pelo Estado, ¥_ As financas piiblicas deivam de ser neutras: estes, passam a ser utilizados como instrumentos de politicas sociais, ¥ O Estado passa a intervir diractanente na economia: abandono do seu papel abstencionista ¢ assumindo o papel de relevo na actividade economica com uma atitude activa. ¥ 0 declino dos poderes parlamentares: marcados pelo reforgo dos poderes atruidos aos governos YO predominio dos direitos econémicos ¢ sociais: tais como o direito a seguranga social, a0 emprego, a satide, a educagdo, a igualidade de oportunidades ¢ a qualidade de la Y Ressurgimento quer do patriménio imobiliario quer do mobiliario: que se deveu designadamente, a criagio de empresas piblicas e mistas, a compra de accdes ou obrigagdes de empresas privadas em situagio dificil. Y Alteracéo do conceito do equibrio orgamental: os emprestimos passam a ser considerados como um recurso valido para que o Estado se permita combater os aspectos mais negativos da conjura e até para corrigir certas estruturas, possibilitando o desenvolvimento e estabilizagao econémica Os tres objectivos considerados fundamentais das finangas inverncionistas sio: 1) A redistribuiggo do rendimento e da riqueza a favor dos que tem rendimentos mais pequenos; 2) A estabilidade econémica ou seja a estabilidade do emprego ao nivel dos precos a curto prazo ¢ 0 aumento o rendimento ponténcial a longo prazo, de modo que possa aumentar 0 mais possivel 0 rendimento por habitante; PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 19 ECONOMIA E FINANGAS PUBLICAS I ee 3) As riquezas do Estado passam a ser para a satisfagao das necessidades das populagdes. PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 20 ECONOMIA E FINANGAS PUBLICAS I CAPITUTLO 2: | ORCAMENTO GERAL DO ESTADO; PRINCIPIOS GERAIS 24. Nogo, fungdes e natureza jurica do orcamento Orcamento; conceito de orgamento é um projecto em detalhe dos resultados de um programa oficial de operagdes, com base em uma eficiéncia razoavel. Embora, no ambito de “eficiéncia razodvel” ¢ indeterminado e depende da interpretagao da diretiva politica, deve-se afirmar que um projecto nao deve ser confundido com um orgamento, enquanto nao tenha prevista a corregao de determinadas situacdes para obter a economia ¢ redugao de custos excessivos conceito de orgamento tem varios usos, geralmente ligados area de finangas € economia. O orgamento ¢, neste sentido, a quantidade de dinheiro estimada necessiria para atender a certas despesas, sejam estas despesas de uma empresa, organizacao, familia, ete Por exemplo, uma renda familiar estimada nas despesas a qual conclui que tem um orgamento de US$ 1.000 por més. Isto significa que os custos mensais nao poderao exceder essa quantia, caso contririo, a familia vai incorrer em dividas, Desenvolver um orgamento ajuda nestes casos, para atingir as metas de poupanga e para controlar 0 desenvolvimento da economia familiar e logicamente no caso empresarial Outro exempio de orgamento, pode ser visto nas viagens, quando os turistas decidem viajar com determinada quantia de dinheiro e ele sabe que esse dinheiro & 0 dinheiro com o qual dispde para atender as suas necessidades durante 0 tempo que esteja planejado. Se um viajante tem um orgamento de USS 500 para umas férias de quatro dias, ¢ no segundo dia ja tem gastado uns USS 400 ainda ficam dois dias para se manter, entao, a0 analisar os nuimeros o viajante vai perceber que tem que cortar as despesas para evitar a falta de dinheiro antes do fim da viagem. orcamento também é 0 célculo antecipado do custo de uma obra ou a despesa que vai gerar um projecto: “Ontem, 0 eletricista estava em casa e me deixou 0 seu orgamento diz que a nova instalacdo sera de USS 150“, “o nosso orgamento para o criar um site € PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA a ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I ——— ‘Orgamentos sdo ferramentas usadas tanto por pessoas fisicas e juridicas para a previsto das receitas ¢ despesas de um determinado periodo de tempo, geralmente sdo feitos para um ano de prazo, O orgamento é um documento que permite definir as prioridades ¢ avaliar a realizagao dos objetivos. Para sua melhor compreensio ¢ controle, os orgamentos sao classificados em contas que 6s integram para criar um sistema de informagio confidvel e uma ferramenta que ira ganhar uma vantagem sustentavel, optimizagao de processos e agilisar as operagdes. 0 orcamento geral do estado; © Orgamento Geral do Estado, é uma previsdo das receitas ¢ despesas anuais do Estado. Engloba 0 montante ¢ a discriminagao das despesas a efetuar, bem como a forma de as cobrir. Inclui ainda a autorizagao concedida Administragao Financeira para cobrar receitas ¢ realizar despesas. Qualquer Orgamento de Estado cumpre trés conjuntos de fungdes: econdmicas (de racionalidade, jé que permite uma melhor gestao dos dinheiros piblicos, ¢ de eficacia, pois permite ao Governo conhecer a politica econémica global do Estado), politicas (garante 0s direitos fundamentais dos cidadios, ao impedir que sejam tributados sem autorizagdo dos seus legitimos representantes, ¢ 0 equilibrio de poderes, jé que, através do mecanismo de autorizagao politica, a Assembleia da Repiblica pode controlar o Governo) ¢ juridicas (através de normas que permitem concretizar as fungdes de garantia que 0 Orgamento pretende prosseguir) Existem cinco regras orcamentais classicas, embora nem todas sejam atualmente seguidas com frequéncia 1. Regra da anuatidade: qualquer Orgamento tem um ano de vigéncia e, como tal, uma execugdo do orgamental anual. 2. Regra da plenitude: um s6 orgamento ¢ tudo no mesmo documento, em cada ano, 0 Estado deve elaborar apenas um Orgamento (unidade), no qual todas as despesas devem estar inscritas (universalidade) 3. Regra da discriminagdo orgamental: que comporta trés regras relativas a forma de inscrigao orgamental das receitas e despesas: a especificagao (deve ser especificada cada receita a cada despesa), a ndio-compensagao (os montantes devem constar no Orgamento PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 2 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS | EE de uma forma bruta) ¢ a naio-consignagao (todas as receitas devem servir para cobrir todas as despesas, ndo se podendo afetar quaisquer receitas cobertura de determinadas despesas). 4. Regra da publicidade: 0 OGE tem que ter publicagao oficial 5. Regra do equilibrio orcamental. 0 OGE deve ser elaborado para que as receitas previstas cubram na realidade as despesas previstas O sentido actual de algumas destas regras orgamentais é, no entanto, diferente deste conceito classico. Algumas regras so frequente ou mesmo sistematicamente violadas na esmagadora maioria dos paises. 0 caso das regras da plenitude (existe uma tendéncia para a desorgamentagao, pois montantes cada vez maiores de dinheiros pablicos fogem ao controle do OGE, devido a existéncia de servigos piiblicos com autonomia financeira e, como tal, com orgamentos préprios) € do equilibrio (uma vez que em quase todos 0s paises se verificam défices orgamentais, que se acentuam em periodos de dificuldade econdmica, dado que as receitas publicas tém tendéncia a diminuir e as despesas a aumentar). Em Portugal, o regime juridico do Orgamento de Estado é dualista: a Assembleia da Republica aprova a Lei do Orgamento (com 0 conteiido minimo previsto no art’ 108°, n° 1 da Constituigao) ¢ o Governo 0 Decreto-Lei Orgamental. A Lei 6/91 de 20 de fevereiro é 0 diploma legal atualmente em vigor que enquadra 0 Orgamento Geral do Estado. Funcdes Econémicas do Estado O Estado tem fundamemalmente trés fungdes de cariz econémico: afetacdo, distribuigdo e estabilizagao. Através da funcdo de afetacdo, o Estado produz bens piblicos, isto é, aqueles que no apresentam simultaneamente as duas caracteristicas dos bens privados: 0 consumo rival (o consumo do bem por uma pessoa é impeditivo do seu consumo por outra) € a obediéncia ao principio da exclusio (é excluido do usufruto do bem quem nao pagar o seu prego), Quando estas caracteristicas nfo se conjugam, os bens so mais eficientemente produzidos pelo Estado do que por particulares (é 0 caso da defesa nacional ou da seguranga piblica) PROF. MESTRE AGOSTINHO SUMBA 2B ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I — Quando 0 Estado cobra impostos diferenciadamente ¢ redistribui esses montantes através de mecanismos de seguranga social, esta a levar a pritica a fungio de distribuigao. Finalmente, a funedo de estabilizacdo reflete-se quando se processam intervengdes com vista a estabilizar a economia do pais, quer a nivel interno (através das politicas orcamental € monetaria), quer externo (equilibrio da balanga de pagamentos), Pretende- se, acima de tudo, assegurar crescimento econémico, estabilidade dos pregos, emprego equilibrio das relagdes externas do pais. Plano Econémico 0 Plano Fi pnémico, & um instrumento de condugdo da economia no qual so especificados os tipos ¢ quantidades de bens que o pais devera produzir. E um instrumento proprio de um sistema de diregAo central. Plano é elaborado pela administragao central e toda a atividade econémica esti-Ihe subordinada. Sio usualmente definidos planos globais e setoriais, planos anuais, de médio ¢ de longo prazo. Tal como em iniimeros outros paises (de economia planificada e de mercado),como exemplo nos paises do ocidente (Portugal),houve tentativas de conferir importincia planificagao econd: Depoi previa, nos seus arts. 91.° € 92.°, que a organi a, Primeiramente, nos anos 50 ¢ 60, com os planos de fomento. , € com suporte constitucional (a Constituigao da Repiblica Portuguesa de 1976 \¢40 econdmica e social do pais deveria ser orientada pelo Plano, estruturado em plano a longo e a médio prazos e anual, integrando este 0 Orgamento Geral do Estado), adotaram-se planos de caracter imperativo para o sector piblico e indicative para o privado. No entanto, nunca se chegaram a passar esses preceitos a pratica com a rigidez que a Constituigao de entao previa. Hoje, a ideia de ser 0 Plano 0 instrumento de organizagio econémica e social do Pais foi totalmente abandonada PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 28 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I SS SSS eee A Lei-quadro para 0 OGE. Chama-se Lei de bases ou Lei-quadro a /ei que define as linhas mestras da politica porque se deve reger a legislacdo numa certa area de actividade. Normalmente carece de legislagdo complementar a ser emanada pelo Governo da Repiiblica. Definidas no art. 198°. n°3 da CRP. ‘A nova Lei-quadro do orgamento geral do Estado, lei n°9/97 de 17 de outubro, define no seu artigo 2° n°l, 0 OGE como sendo, “isntrumento programatico aprovado por lei especifica de que se serve a administragao do E stado para gerir os recursos publicos, A autorizagio do OGE por parte das Assembigias reprentativas dos cidadaos apenas ocorrem depois de uma ardua luta contra as classes no poder. Exemplo: Em Franga, a revolugao de 1789 teve o inicio a autorizagdo das receitas ¢ despesas pelo corpo legislativo, Em portugal, a constituigio portuguesa em 19330 Orgamento nfo era nem discutido, nem votado pela Assembleia Nacional. A este, apenas competia autorizar 0 Governo a cobrar as receitas e a pagar as despesas art.64e 91 A constituigao de 1976, assembleia da Repiiblica, passa a discutir ¢ a votar os Orgamentos ate 15 de Dezembro. 2.2, A situagio em Angola no periodo pré-colon Em Angla até 1953, os orgamentos eram votados na Metropole colonial pelo Ministro do Ultramar. Esta situagao estava consagrada na carta Organica do Ultramar*. sistema politico portugués mantinha a administragZo do Ultramar separada, na quase totalidade, da administragio da Metropole, Assim, na organica do Governo de Portugal, 08 assuntos intemos ultramarinos eram quase da inteira competéncia do Ministério do Ultramar, sendo que os outros ministérios apenas atuavam no territério metropolitano, © ministério era pois um departamento abrangente que se ocupava de assuntos to * Ministério do Ultramar (1951 - 1974) foi 0 departamento do Governo de Portugal responsivel pela ‘udminitrago civil dos terstéris ultramarinos sob dominio colonial portugués. Até 1951, era chamado “Ministerio das Colénias” e, em 1974 passou a designar-se "Ministerio da Coordenagao Interteritorial” PROF. MESTRE AGOSTINHO SUMBA 28 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I ee variados como a economia, a educacao € cultura, a justiga e as obras piblicas. Até o final da 2* Guerra Mundial 0 ministério tinha inclusive a competéncia exclusiva nos assuntos militares ultramarinos, para os quais mantinha um departamento especializado © um Exército Colonial independente do Exército Metropolitano. O Ministério do Ultramar era pois um super-ministério responsavel pelo governo ¢ administragao internas do que sao atualmente seis paises independentes (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Mogambique, Si Tomé e Principe e Timor-Leste) ¢ ainda outros territorios emo,Macau, Goa’, etc., abrangendo uma area quase do tamanho da Europa Ocidental e uma populagdo de muitos milhdes de habitantes As origens do Ministério do Ultramar estdo na Secretaria de Estado dos Negécios da Marinha © Dominios Ultramarinos, criada no século XVIIL A secretaria de estado, passou a ser conhecida por Ministério da Marinha e Ultramar nos finais do século XIX, €, em 1910 passou a chamar-se Ministério da Marinha e Colénias Em 23 de Agosto de 1911, os assuntos da Marinha sao finalmente separados dos assuntos ultramarinos, sendo criado o Ministério das Colénias separado do da Marinha, m 1951, na sequéncia da revisio constitucional que transforma as colénias Portuguesas em provincias ultramarinas, 0 departamento passa a designar-se Ministério do Ultramar * Goa é um estado da india. Situx-se entre Maharashtra a norte ¢ Kamataka a lest e sul, na costa do Mar da Aribia, a cerca de 400 km a sul de Bomibaim, £0 menor dos estados indianos em terrtério e quarto, nenor em populagdo. ¢ 0 mais rico em PIB per capita da india, A sua lingua oficial é 0 concani, mas ainda existem pessoas neste estado que falam portugués, devido ao dominio de Portugal na regio por mais de 400 anos. As suas principais cidades so Vasco da Gama, Panaji (ou Pangim, antigo nome portugués), Margo (\fadeaon, pronincia aproximada em concanim) ¢ Mapugd. Goa, a partir de 1510, foi a capital do Estado Portugués da india, tendo sido imeprada pela forca ‘na Unido Indiana em 1961 PROF. MESTRE AGOSTINO BUMBA % ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I _._.|_.___ Depois do golpe de 25 de Abril de 1974 0 ministério mudo de denominagdo para Ministério da Coordenagao Interterritorial agora com a misao principal de conduzir 0 processo de independéncia dos territorios ultramarinos. Em 7 de Agosto de 1975, na sequéncia do fim dos territ6rios ultramarinos portugueses, na vigéncia do quinto (V) Governo Provis6rio, 0 ministério é transformado na Secretaria de Estado da Descolonizacao, diretamente dependente do. primeiro-ministro de Portugal, Pouco depois, ja no Ambito do quarto (VI) Governo Provisério 0 departamento ainda volta a ter estatuto de ministério, 20 ser criado 0 Ministério da Cooperagao, por sua vez englobando a Secretaria de Estado da Descolonizagio. departamento s6 € definitivamente extinto ao entrar em fungdes oprimeiro ( 1) Governo Constitucional em 10 de Setembro de 1976. Nomeadamente nos seus artigos 161 a 163,aprovado pelo Decreto-lei n°23228, de 15 de Dezembro de 1933 Por forga da Lei Organica do Ultramar portugués, aprovada pela Lei n°2066,de 27 de junho de 1953, os Orgamentos das Provincias Ultramarinas passaram a ser votados mandados executar pelos orgios das respectivas provincias Apesar desta mudanga de orientag4o, 0 Ministerio do Ultramar continuo a intervir directamente na elaboragao do orgamento através do mecanismo da aprovagdo prévi de acordo com a base do ordenamento XI da referida Lei organica, no que toca as obras ou planos de urbanizagao ou fomento e de desenvolvimento que devem ser inseridas nas tabelas de despesas extraordinarias ou ainda as propostas de alteragao dos servigos Ultramarinos. PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 2 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS | 2.3. As funcdes do orcamento Orcamento de Geréncia e de Exercicio: Orcamento de geréncia; O Orgamento de Gerencia ¢ aquele em que se prevéem as receitas que Estado ira cobrar e as despesas que ira pagar durante o periodo financeiro. E oconjunto de cobrangas e de pagamentos num determinado periodo isto de receitas e despesas na sua fase terminal de cobrangas (uma pre © depagamentos), A previsio de créditos e de despesas; na sua fase terminal de cobranga ¢ de pagamento (Orgamento de Geréncia) Orcamento de exercicio; © Orgamento de exercicios & aquele em que se prevéem as receitas que oEstado ira cobrar ¢ as despesas que ira pagar em virtude dos créditos e das dividas que irao surgir a seu favor e contra si durante o periodo financeiro, E oconjunto de cobrangas e de pagamentos resultantes de créditos e de dividas nascidos num determinado periodo (uma previsio de receitas ¢ despesas na sua fase inicial de créditos e de dividas). Aprevisdo de receitas e despesas; na sua fase inicial de créditos e de débitos (Orgamento de Exercicio), As receitas e despeas podem tepartir-se_ no periodo de cobrangas e pagamentos. Geréncia, ou periodo de nascimento dos créditos e dos débitos por virtudes hao de ser cobradas e pagas Ex1:1994,previsio de receitas de impostos-45.8 bilhdes de kzs —+ Combranga efectiva 28 8 milhdes > Orgamento de exercicio—45.8 bilhes + Orgamento de Gerencia28.8 bilhdes Ex 2: Construgao de uma ponte > Despesas 1 bilhdo de kzs—+100 milhdes por ano > Orcamento de Gerencia—>100 milhdes > Orgamento de exercicio—*1 bilhao PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 28 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS | SE Orcamento base zero O orcamemo base Zero € uma abordagem para planejamento © orgamentagao que inverte a logica tradicional do processo de orgamentagao, Na orgamentacao tradicional & utilizada uma abordagem incremental, na qual os gestores de departamentos justificam apenas as variagdes em relagiio aos anos anteriores, baseados na suposi¢ao de que 0 baseline dos anos anteriores esta implicitamente aprovado. Num orgamento base zero, por outro lado, cada item do orgamento precisa ser explicitamente aprovado, ¢ nao apenas as alteragdes em relago ao ano anterior’. Durante proceso de revisio do orgamento, nenhuma referéncia é feita ao nivel de despesas do ano anterior. 0 processo de orgamento base zero requer que a solicitagao orgamentaria seja revisada € avaliada completamente, a partir de uma "base zero". Este processo ¢ independente do orgamento total ou de seus itens individuais aumentarem ou diminuirem em relago aos exercicios dos anos anteriores A expresso “orgamento base zero" é algumas ve7es utilizada em finangas pessoais para descrever a pratica de "orcamento de soma zero”, ou seja, a pritica de orgar previamente toda a renda recebida ¢ diminuir alguma das despesas sempre que outra for aumentada Vantagens + Permite uma alocagio eficiente dos recursos, uma vez que a alocagao ¢ baseada nas necessidades e beneficios, e no no historico; + Compele os gestores a encontrar melhorias operacionais que tenham um melhor custo e beneficio; + Ajuda a detectar orgamentos inflacionados; + Eutil para empresas de servigos cujos outputs sejam dificeis de identificar: ° How Zero Based Budgeting Will Help Add Extra Cash To Your Bank Account (em inglés). Finance And Business Guide. Pagina visitada em 2011-09 PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 29 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I eee + Aumenta a motivago do quadro de pessoal ao dar maior iniciativa responsabilidade pela tomada de decisdes; + Aumenta a comunicag&o ¢ coordenagaio dentro da organizagao; + Identifica e eli ina processos obsoletos ou que nao agregam valor (desperdicio); + Identifica oportunidades de terceirizagao; « Encoraja os gestores a olhar criticamente para a forma como os servigos sao prestados, + Obriga os centros de custo a identificarem sua missio e sua relag3o com os objetivos estratégicos da organizagao Desvantagens + Consome muito mais tempo do que a orgamentacao tradicional, de base incremental, + Obriga a justificar cada item de despesa do orgamento, 0 que pode prejudicar departamentos de pesquisa e desenvolvimento enquanto departamentos de produgao so beneficiados, + Requer treinamento especifico dos gestores, devido a maior complexidade face orgamentagao tradicional, + Numa organizacao grande, a quantidade de informagao necessaria para suportar © proceso de orgamentagao base zero pode se tornar intratavel; ‘+ As honestidades dos gestores devem ser confidvel e uniforme, pois um gestor propenso a exagerar pode distorcer os resultados do orgamento. Problemas das despesas plurienuias, Quando é que deven ser previstas as despesas plurienuas? No ano do contrato ou no ano em que vao ser pagas? Para o Orgamento de geréncia; é no ano que séo pagas * Para o orgamento de exercicio é no ano do contrato Quais sto as vantagnes do orgamento de geréncia? PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 30 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS | Se A previsio das cobrangas e dos pagamentos a fazer no periodo financeiro, 0 que permite ao governo regular 0 servigo de tesouraria, de mdo a que nao faltem dinheiro, nas épocas em que os pagamentos excedem as cobrancas, Enquanto o orgamento de exercicio, exige uma conta do exercicio que ¢ mais complicada e trabalhosa que conta da geréncia No caso das despesas plurienuais, so apenas computados encargos anuiais As Fungoes do Orcamento; 0 Orgamento exerce tres fangdes jtas deve ser 1) Relacionamentos das receitas com as despesas: 0 total das Tet igual a soma das despesas de todos os servigos do Estado. Cada servirgo é atruibuido um crédito, isto , uma autorizagao de gestor. Os orgamentos das despesas correspondem a sérias e cobertas de creditos, 2) Fixagiio das despesas: © orgamento de receitas é uma simples estimativa, sendo que, as combragas sio sempre incertas. O mesmo nio se passa no orcamento das despesas, os servigos munca devem fazer despesas de montantes superiores aos orgamentos, podem faze-los de montante inferior, que corresponde a um execesso de previsio. 3) Exposigao do plano financeiro: Através da previsio das despesas fica a saber-se quando 0 Estado se propde despender com a organizagio € 0 funcionamento de cada servigo, 2.4, Principios e regras de organizacio do or¢amento Os principios e regras da organizagio do orgamento fundamemtam-se em regras classicas como se sengue, > UNIDADE; As receitas ¢ as despesas devem ser inscritas num tinico documento © Razies a) Esta regra decorre da relacionagao das receitas e das despesas convienigncias destas constarem de um documento tinico. b) Decorre do plano financeiro, Aprende-se melhor um plano quando consta de um documento imico. > ESPECIFICIDADE; PROF, MESTRE AGOSTINHO BUMBA 31 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I [As receitas € as despesas devem ser previstas especificamente, isto & detalhadamente Se © orgamento for previsto de uma forma global, ndo seria possivel determinarem nem as fontes dos recursos nem os diversos gastos do Estado, Entretanto, a regra de especificago niio pode ser levada até as suas ultimas consequéncias. Se fossem especificadas as minimas despesas do orgamento, os servigas poderiam a iniciativa. Ex. Despesas com os consumiveis de secretaria, A especificagao exigiria a descriminagao dos gastos em papel de oficio de envelopes, de espeferografica, lapis, borrachas, etc + NAO COMPENSACAO OU ORCAMENTO BRUTO: [As receitas as despesas devem ser transcritas no orgamento sem qualquer compensagio ou desconto, A cobranga de receitas, enquadra despesas. Ex:Cobra nga de impostos, > UNIVERSIDADE As receitas e as despesas devem ser todas orgamentadas. © professor T ira Riberiro considera que a universidalidade € corolario (consequéncia da regra do orgamento bruto) > NAO CONSIGNACAO [As receitas devem ser indiscriminadamente destinadas a cobertura das despesas ce niio quaisquer receitas afectadas a cobertura de despesas especificas Ex Receitas de montante certo Reembolso de um empréstimo de 100 milhdes de kzs, afectam-se as receitas a cobertura das despesas de igual montante. De acordo com professor Sousa Franco, as regras classicas do orgamento podem ser tipicamente de seguinte forma, 1) Regras de plenitude orgamental = Universidade * Unidade PROF. MESTRE AGOSTINO SUMBA 2 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I eee De acordo com professor Sérvulo Correia, o servigo publico consiste na actividade ou emprendimento assumido por uma pessoa colectiva de direito plblico, tendente a satisfagio de necessidade de interesse geral Existem tres situacio a considerar: * Servigos depedemtes: servigos que nfo dispdem de autonomia admistrativa, pelo que nao podem praticar actos de gestio definitivos € executdrios, nomeadamente autorizar despesas e pagamentos. Ex: departamento dos Ministérios * Servigos com Autonomia Adminisirativer. podem praticar actos de gestiio definitivos e execut6rios, entre os quais autorizar as respectivas despesas € pagamentos, mas com eréditos inscritos no OGE. Ex: Unidades Técnicas Admistativas ‘© Servigos com Autonimia Admistrativa e financeira: além de gozarem de autonomia admistrativa, dispdem de receitas prérias, que Ihes permite autorizar com essas receitas, 0 pagamento das despesas previstas em ‘orcamentos proprios. Estes servigos caracterizam-se pelo facto de possuerem receitas proprias e orgamento proprio. Ex: Empresas piblicas, Institutos Pabilcos Havendo autonmia financeira, 0 Orgamento de receitas e despesas do respectivo servigo tanto pode surgir no mesmo documento (OGE), como em documento a parte (orgamento proprio) A autonomia financeira tanto é compativel com a observancia com a violagio da regra, melhor com a violagao do principio da unidade, = Art 12 da lei n°18/90 de 27 de outubro (sobre o si tema de seguranga social. 0 orcamento de seguranga social 6 aprovado como parte integrante do OGE, Por vezes quando ha autonomia fianceira, existe também duplo cabimento orgamental, havendo consignagio de receitas, as despesas terfio de caber ndo s6 nos créditos orgamentais (primeiro) mais ainda no produto das receitas que Ihe foram afectadas (segundo cabimento) Pluralidade orcamental PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA Era ECONOMIA E FINANGAS PUBLICAS I Se 2) Descriminago orgamental + Especificagtio + Nao compensagio = Nao consignagdo = Publicidade * Equilibrio orgamental * Anualidade + Principio do equilibrio © orgamento geral do Estado deve prever os recursos necessarios para cobrir todas as despesas que justifica equibrio formal As despesas correntes, néio devem ultrapassar as receitas correntes. Quando a conjuntura do periodo a que se refere orgamento nao permitir 0 equilibrio do orgamento corrente, 0 Governo financiara o respective défice sem recorrer a criagao da moeda 2.5. As consignagdes das receitas e os servicos dotados de autonor Excepedes das Regras Orgamentais Y Consignagao de Receitas~rautonomia financeira ¥ Pluralidade orcamental Consignacao das Receitas Y Ocorre por exemplo, quando o Estado cria um imposto e estabece que as suas receitas ficam afectadas a cobertura das despesas de um novo ‘agdo & a afectagko permanente de receitas a realizagio de determinadas despesas. Exl-Receitas afectam a obra de assisténcia, Receitas afecta ao pagamento de juros e com a armonizagao de qualquer empréstimo Por vezes faz-se propositamente para permitir a limitagao de despesas até a0 momento de determinadas receitas, Ex2: manutengao das estradas, a afectagio de uma parte da taxa de circulagao ao fundo rodoviério. Servigos dotados de autonomia PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 3 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS | ee Ha pluralidade orgamental sempre que as recitas ¢ as despesas do estado nfo aparecem num documento nico e que representa uma excepgao a regras da unidade orgamental. As situagées de pluralidade orgamental sio as seguintes: Y Orgamento dos servigos autonomos (ja referidos acima) Y Orcamento ordinario ¢ extardinario VY Despesas ordendria: sio aquelas que se repetem em todos os periodos financeiros, e que se constituem como encargos permantes Exemplo; despesas com salirios, vencimentos e gratifigdes do pessaol. As receitas ordinarias: sio aquelas que 0 Estado cobra este ano € provavelmente retificado no proximo ano financeiro Exemplo: os impostos as taxas. As receitas extraordinarias: s30 aquelas que 0 estado odtém num ano mas com todas probabilidades de néo ter no ano seguinte ou até ndo sabendo quando voltara obté-las Exemplo: Empréstimos e Impostos permanentes Despesas extraorinérias: sio todas aquelas que o Estado realiza num ano mas com todas as probabilidades em no as realizar no ano seguinte e por outro, nio sabendo quando voltara a telas. Alguns autores entedem que as despesas ordinarias devem ser cobertas por receitas, ordinarias e as despesas extraordinaria com as receitas extraordinarias. 2.6, Orcamento corrente de capital ¢ equilibrio orcamental Orgamento corrente € de capital; Despesas correntes: so as que o Estado faz em bens consumiveis durante un exercicio financeiro (periodo financeiro)’, Ou que se vao produzir na compra de bens do consumo (bens nao duradouro) 7 Exercicio financeiro é 0 periodo temporal em que ocorrem as operagses contbeis/financciras dos entes pilblicos. Embora as operagdes orgamentirias ¢ extra-orgamentirias das entidades puiblicas se desenrolem de forma continua, existe a nccessidade de se delimitar as operagdes em periodos temporais. E essa delimitagao que se convenciona chamar de exercicio financeiro, PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 35 ECONOMIA E FINANGAS PUBLICAS | ee Exemplo: despesas de bens consumiveis, vencimentos dos fiuncionarios € compra de bens de consumo. Despesas de capital: sio as que 0 Estado faz em bens duradouros como por exemplo os edificios piblicos, estradas, pontes, compra de acgds em sociedades, reemborso de empréstimos, ete Receitas correntes: sio as que provém do rendimento do proprio periodo financeiro. Exemplo® receitas patrimonais, taxas, impostos, etc Receitas de capitais: sho as que provém da poupanga. Exemplo: juros e principalmente os emprestimos que Estado recebe, produto da venda de acgies e de obrigacoes. Equilibrio orgamental; O principio do equilibrio foi introduzido no sée. XIX do pomo de vista formal, contabilistico (financeiroysé depois da 1* Guerra Mundial & que as doutrinas intervencionistas depuraram 0 seu sentido para transforma-lo em principio econdmico (substancial), 1, Equilibrio formal |; estrita igualdade entre as receitas ¢ as despesas, 0 que traduz a interdigao dos défices de receitas e excedentes de receitas a, Interdi totalidade das receitas (tributarias, patrimoniais). Os défices serio 10 dos défices; sempre que a totalidade das despesas exceda a financiados: * Pelo recurso ao empréstimo;que vem agravar as dificuldades financeiras do Estado,pois vem criar um imposto suplementar (as amortizagdes + os juros),o empréstimo é um imposto diferido & agravado, que no extremo pode conduzir o Estado a bancarrota; © Pelas manipulacées monetarias; as despesas piblicas vém agravar um mal, que €a inflaglo, que conduz desvalorizagao da moeda nacional; b. Interdic&o dos excedentes, mais dificil de compreender, porque o aumento das receitas contribuiria para o aumento da poupanca estadual,portanto se exige mais; © Intervengo minima do Estado; PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 36 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I ______......aw~_ Os impostos devem ser criados de acordo com a sua indispensabilidade; *¢ “O excedente de receita de hoje ¢ 0 défice de amanha” porque o excedente de receitas permite a perduragdo das receitas Este equilibrio formal foi sendo abandonado quando a unidade orgamental softeu algumas inflexdes ¢ em virtude do consequente aumento da intervengao do Estado, fundamentalmente apos a 2° Grande Guerra No OGE, apresenta sempre com receitas iguais ou superior as despesas, estando ib portanto eq Nao se concebe um orgamento com receitas inferiores as despesas, isto € deficitario, Entretanto fala-se de défices do Orgamento isto significa que pode haver défice mesmo quando as receitas so iguais ou inferiores as despesas. E que o equilibrio orgamental nko se define apenas pelo equilibro entre todas as despesas todas as receitas (equilibrio formal) mas também pelo equilibrio entre certas despesas e certas receitas (equilibrio substancial) ou material O que sio despesas e que so as receitas? Despesas ordindrias e receitas ordinarias, se as receitas ordindrias forem iguais as despesas ordinarias, havera equilibrio entre as despesas peridicas As despesas extraordinarias oferecem uma utilidade duradoura, enquanto as receitas extra ordinarias devem ser iguais as despesas extraordinarias 2. Equilibrio substancial:baseia-se em duas teorias iam _Beverid a. Teoria do défice sistematico:elaborada por Wi 1944, baseia-se no facto de o desemprego ser um mal social que nao desaparece espontaneamente, Para a teoria dos défices sistematicos funcionar é preciso o Estado saber com rigor qual a situago conjuntural da economia, porque o Estado esti 2 mexer com as expectativas dos sujeitos que o compdem, pelo que as expectativas podem inverter o classico jogo da oferta e da procura; PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 7 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS | ‘Teoria dos orcamentos ciclicos:elaborada por Perroux € Schumpeter, receitas aumentam em periodos expansionistas (em periodo de vacas gordas), ¢ receitas diminuem em periodos de recessao (em periodo de vacas magras), QUESTAO I: EM QUE CONDIGOES SE PODE RECORRER A EMPRESTIMOS SEM VIOLAR O EQUILIBRIO? Critério clissico Critério classico, as receitas normais (patrimoniais ¢ tributarias) € nao normais (crediticias), quando as receitas normais cobrem todas as despesas: a) O défice orgamental s6 era admissivel para os financeiros clissicos no caso de sobrevivéncia nacional (guerra ou calamidade publica); b) Nas restantes situagdes dificeis era preferivel o agravamento de impostos ao agravamento de empréstimos, ¢) Os empréstimos apenas tinham como fungdo 0 financiamento de bens reprodutivos ou duradouros d) Dificuldades praticas no equilibrio das contas, porque © recurso 20 empréstimo apenas para bens duradouros € em certa medida questionavel © desequilibrio era a situagao normal Orcamento ordindrio.quando as despesas ordinarias si cobertas pelas receitas ordinarias, e as despesas extraordinarias séo cobertas pelo excedente das receitas ordinarias ¢ receitas extraordinarias, varios critérios a) Receitas e despesas ordindrias ¢ extraordinarias (repeti¢ao qualitativa das receitas nos varios orgamentos); b) Receita/despesa ordinaria, a sua prestagdo de utilidade esgota-se no periodo anual, receita/despesa extraordinaria, a sua prestagao de utilidade prolongava-se no tempo: ©) Despesas ordindrias e extraordinarias; 4) Despesas certas € varia 's, consoante © montante nao sofram variagdes, PROF, MESTRE AGOSTINHO BUMBA 38 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I KKK Zona vinculada do orgamento, no sujeita a apreciago parlamentar € Zona nao vinculada no Orgamento, sujeita a apreciagao parlamentar (que inclui despesas ordinarias varidveis e despesas extraordinarias). | do Estado: 0 orgamento corrente e o orgamento de capital.as despesas correntes tém de ser cobertas pelas receitas correntes, enquanto as despesas de capital s4o cobertas pelas receitas de capital ou pelo excedente das correntes, 0 desequi rio depende da cobertura das despesas correntes pelas receitas de capital a) R/D capital; alteram a situagao activa ou passiva do patriménio do Estado b) R/D correntes; ndo oneram nem aumentam o valor do patriménio duradouro do Estado (diferente do patriménio de tesouraria) + Critério do Active de tesouraria: receitas efectivas ¢ nao efectivas, alteragao do patriménio de tesouraria, ex: pagamento de impostos; ¢ receita efectiva / contracgio de empréstimos; receita nao efectiva; porque implica uma inscrigao nas despesas como amortizagao de empréstimos (+ juros ~ encargos correntes da divida publica) a) RD efectiva, representa uma efectiva diminuigio do patriménio monetario do Estado, b) RD nio efectiva, embora diminuindo © patriménio de tesouraria provoca nele um acréscimo idéntico. ©) Para haver equilibrio as despesas efectivas s6 podem ser financiadas por receitas efectivas/ as despesas nio efectivas podem ser financiadas por receitas efectivas e por receitas nao efectivas (aquelas em que a reducao do patriménio monetario seja compensada por uma liberaglo de posigdes passivas), 4) O recurso a um empréstimo s6 serve para amortizar outro empréstimo/o recurso a um empréstimo para outros fins (compra de um imével) vem reduzir o patriménio monetario do Estado €) Activo de tesouraria PROF. MESTRE AGOSTINO SUMBA 39 ECONOMIA E FINANGAS PUBLICAS I + Saldo total; RE> =DE — inclui as necessidades de financiamento e cumula com os encargos da divida publica: = Saldo primario: vamos analisar as regras do equilibrio consagradas na LEI —> exelui o servigo da divida publica, os encargos, os juros, apenas reporta-se as necessidades liquidas de financiamento, « Teoria do impasse; desorgamentagao dos empréstimos reembolsaveis (nao definitivos) € orgamentagao das despesas definitivas de investimento (nio reembolsiveis): + Teoria do orgamento descoberto; 0 saldo negativo das operagdes de caricter definitivo (nao reembolsavel) chama-se défice ¢ a soma do défice ao saldo negativo das operagdes de caracter temporirio (Reembolsaveis) chama-se de descoberto. QUESTAO:I1 EM QUE CONDICOFS SE PODE RECORRER A EMPRESTIMOS SEM VIOLAR O EQUILIBRIO? ‘Todos eles dao respostas diferentes: a Visio esttica - Orgamento ordinario/ Orgamento de capital: as despesas de defesa € de seguranca podem ser financiados por recursos extraordinarios (receitas de capital, incluindo os passivos financeiros), se alterarem 0 patriménio duradouro do Estado, b. Visio dinfimica; Critério clissico/Activo de tesouraria,ideia de liquidez global,relaciona 0 orgamento com os efeitos econdmicos das varias operagdes, brio do orgamento dos servigos integrados (art. 20") 1) Saldo primario (activo de tesouraria);estimula 0 gasto desordenado da divida piblica, porquanto exclui os encargos (juros), b) Eum quebra-cabegas, problema das indemnizagSes compensatorias. c) Clausulas de salvaguarda, conjuntura do periodo justificadamente 0 n30 permitir justificagao pelo art. 20°/2 em relatérios nao ha jurisprudéncia, PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 40 ECONOMIA E FINANGAS PUBLICAS | Dee ee situagdes de recessio, € uma concessio para o orgamento ciclico, aplicavel a situagdes de abrandamento econdmico; ‘+ Equilibrio do orgamento dos servigos e fundos autnomos (art, 22 1) Saldo corrigido (activo de tesouraria) > exclusio activos ¢ passives financeiros + saldo da geréncia anterior, visa evitar défices sistematicos: b) Nao pode ser entendido como o regresso ao critério clissico, porquanto exclui, adicionalmente, o saldo da geréncia anterior, ©) Com clausulas de salvaguarda, se a execugo orgamental o permitir,o MF (Minestério. das Finangas) podera dispensar a aplicagao da regra de equilibrio estabelecida pelo 22°/1, havendo aqui lugar a uma alteragao orgamental,nunca dispensa,dada natureza dos servigos © fundos auténomos (Fundo de Fomento Cultural —> tem de ser alimentado pelo OGE) + Equilibrio do orcamento da seguranga social (art. 25°) 4) Saldo total ou global (activo de tesouraria); b) Exeluido o saldo da geréncia anterior; c) Sem clausula de salvaguarda O proceso orgamental Angolano Quem elabora 0 OGE? a, Eo Ministro das Finangas que define a politica financeira do Estado no dominio orgamental ¢ fiscal (art. 2°, n.° 1, a) € b) do DL 158/96, de 3/9 —sLei Organica do Ministério das Finangas); b. Ea DGO (Direcgdo Geral do Orgamento) que coordena a preparagio do OGE, para além de participar na elaboragio da proposta de lei (DL. 344/98, de 4/11 — Lei Organica da DGO, arts n° 1, a), em concreto cabendo aos seguintes servigos as tarefas de elaboracdo: * Direcgao de Servigos do Orgamento; PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA a ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS | 344/98, de 4/11 ~ Lei Organica da DGO, arts. 2°, n° 1, a.), em conereto cabendo aos seguintes servigos as tarefas de claboracdo: ‘* Direcgao de Servigos do Orgamento; + Gabinete de Estudos de Finangas Publicas, para a elaboragao dos estudos necessérios a preparagao das politicas orgamentai das contas puiblicas. O processo orgamental Angolano obedece 3 fases na sua execugao 4) Preparacao do orgamento e) Preparacao pelo Ministério das Finangas £) Competéncia do governo A primeira lei constitucional da Repiblica popular de Angola (aprovada por aclamagio) do comité central do MPLA aos 10 de Novembro de 1975 publicada no Decreto n? Ide 11 de Novembro de 1975, estabelecia as seguintes atribuigdes ao conselho da Repiiblica © a0 Governo, Art? 38 O conselho da revolugao tem as seguintes atribuigdes © Aprovar © plano Nacional € 0 orgamento geral do Estado elaborados pelo Governo, bem como, apreciar os relatérios sobre a sua execugao, © A mais recente revisiio da constituigao, relevante para o dircito fiianceiro, foi aprovada pela Lei n.23/92, de 16 de setembro, ja referida anteriormente que aprova a Lei de revisio constitucional Art®.12 No exercicio das fungdes administrativas compete ao Governo: elaborar, aprovar, ¢ dirigir a execugao do OGE. Competéncias do Ministério das finangas, As competéncias do Ministério das finangas estavam definidas no art®.6 da Lei n. 20/77, de 15 de Setembro. 1) © Ministério das finangas & responsdvel perante 0 Governo pela orientagdo ¢ controlo de elaboragao € execugio do OGE 2) A orientagao e 0 controlo do OGE, a que se refere o n°I deste art” Serao realizadas através de despachos do Ministério e secretarias do Estado na elaboragao para todos os OGE. Anova Lei-quadro do OGE, Lei n.9/97 de 17 de outubro, estabelece 0 seguinte: O Orgamento Geral do Estado, sendo um instrumento em que se reflecte anualmente o PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 42 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS | ee exercicio do poder com vista a materializacao da politica econdmica e social, contida em Programas de Acco do Governo em diversos exercicios financeiros, encerra em si mesmo uma preponderancia e particular acuidade quanto aos métodos da sua elaboracdo, aprovacdo, execucao e control. Para que 0 Orcamento Geral do Estado nao seja visto apenas como mero instrumento de colecta de dados estatisticos dos recursos neles scritos a serem utilizados pelo conjunto das instituigdes que conformam o Estado, necessirio se torna concebé-lo elaboré-lo como um documento de elevada substincia governativa em que estejam definidas as regras gerais abrangentes, que permitam a fixagao da despesa ¢ a previsiio da receita com a identificagdo, quanto a sua origem e destino. PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 3 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS | ——— CAPITULO 3: AS PROPOSTAS NA ELABORACAO DO PLANO ORCGAMENTAL 3.1. O periodo de elaboracio € aprovacio do orgamento Art. 16felaboracdo da proposta) A elabragio da proposta faz-se com base eminstrugdes piblicadas pelo Miniestério da Finangas. Art, 17(da consolidagio da propsta) A proposta orgamental observa dois niveis de consolidagio a) A primeira sobre a respnsabilidade da unidade orgamental, que consolida as propostas pr nares elaboradas pelas unidades gestores a ele subordinada, b) A segunda,o cargo do orgiio cental, responsavel pelo oramento geral do estado que consolida as propostas parciais elaboradas pelas unidades adm rativas orcamentais. O niimero dois (2) deste artigo estabelece uma regra escepiacial em relaco aos orgio de soberania * As propostas dos orgiios de soberanea que integram a propostas do OGE devem ser discutidas entre o titular do orgio € o Primeiro-ministro (na antiga legislagio) © Estado orgénico do Ministério das finangas, aprovado pelo decreto-lei n.4/98 de 30 de janeiro, estabelece as seguintes atribuicdes para os organismos fundamentais do ministério. Art, 15(Inspegtio) A Inspegiio Nacional do orgamento € 0 orgto executive do Ministerio das finangas ao qual compete a elaboragio ¢ administragao do OGE. + Orcamento original 0 orgamento original € 0 orgamento alocado originalmente, isto €, 0 orgamento antes de qualquer atualizagio, A partir de um certo ponto, estipulado pelo usuério, ele s6 pode ser corrigido por meio de atualizagdes de orgamento. + Atualizagdes de orgamento Eventos imprevistos, necessidades adicionais, elevagdes de pregos e outras PROF. MESTRE AGOSTINHO SUMBA 44 ECONOMIA E FINANGAS PUBLICAS | Leone eee ne eee ee ne ne ee ne EEE situagdes podem gerar a necessidade de corregdo do orgamento original, ou seja, ias atualizagdes de orgamento. © Suplementos co Restituigdes co Transferéncias + Orcamento atual 0 orgamento atual é calculado da seguinte forma: Orgamenio original + Suplementos - Restituigdes +/- Transferéncias = Orgamento atuial + Liberagées Em muitas empresas, distribui¢o de orgamento nfio é 0 mesmo que liberagaio de fundos. Por esse motivo, o Sistema de projetos inclui um recurso separado para s de liberagdo de recursos, que pode ser utilizado para fazer sucessivas liberay orgamento. A liberagdo tem como base 0 orgamento atual. isto 6, o orgamento original corrigido por atualizagdes de orgamento. + Esta segilo descreve: As condigdes para alocagao de orgamento; + Como alocar o orgamento original em um projeto: © Como executar atualizagdes de orgamento na forma de suplementos restituigdes ¢ transferéncias; + Como liberar 0 orgamento > Operiodo de elaboragiio Quando se estabelece o periodo de elaboragiio do orgamento € preciso fazer face ‘a duas condigdes contraditérias: PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 45 ECONOMIA E FINANGAS PUBLICAS | eee... 1. Deve ser sufuciéntemente curto, para que o momento da previsto se deve, Aproxime o mais possivel cobraga das receitas e do pagamento das despesas. Deve ser suficientemente dilatado para permetir que as previsdes se fagam com maior exatidao possivel No caso de dupla, 0 periodo de elaboragiio tem inicio com a publicactio das instrugdes anuais por parte do Ministerio das Finangas. A nova Lei-quadro do orgamento geral do Estado, lei n°9/97 de 17 de outubro, contém no 19°, 0 prazo em que a proposta deve ser submetida pelo Ministerio até ao dia 30 de setembro:o art.20° n°l refere que 0 conselho de Ministros deve aprovar a proposta orcamental até ao 31 de outubro eo niimero 2 refere de que a Assembleia Nacional deve votar a proposta de lei orgamental até ao dia 15 de Dezembro. Em resumo, so os seguites dados fixados na lei + Intrugoes do Ministério das finangas nao existe data estipulada;em principio até 31 de Margo. * Recepgiio das propostas sectorias, discustio com os orgie orcamentias & consolidagio da proposta pelo Ministerio das finangas; * Envio ao conselho de Ministrio até 30 de setembro: + Envio a Assembléia Nacional até 31 de Outubro; * Aplicacio ¢ promulagtio até dia 15 de Dezembro. > Aprovagio do orcamento Apresentagao da proposta do OGE a Assembeia Nacional elaborado pelo Miniatérios das finangas, a proposta do OGE.é entregue ao governo para aprovagtio, Art.14 n°1 da lei n°20/77 de 15 de setembro “cabe ao Mi projecto do OGE,submetido-o a a provagiio pela comisstio nacional do plano. rio das finangas elabor 0 Na elaboragio da proposta de OGE, deveri o Ministerio das finangas basear-se no plano Nacional, bem como nas propostas de orgamnento dos Ministerios ¢ Secretirios de Estado. O projecto de OGE, devera ser acompanhado, quando da sua apresentagiio ao conselho de Ministros dos seguintes elementos. a) Relatério de execugiio do OGE, relativo ao anterior PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 46 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS | eee b)_ Relatorio, sobre projecto apresentado. A actualmente, a situagao 6 diferente. Assim o artigo 2°,da lei 2/96, de 15 de Margo estabelecia: 0 OGE, de 1993, integra as seguintes pegas fundamentais: Anexo I: Resumo geral das receitas por pronte de recursos Anexo I]: Resumo geral das receitas por natureza Anexo II:Resumo geral das despesas por fronte de recurso Anexo TV:Resumo geral da despesas por natureza Anexo V: Resumo geral das despesas por unidades orgamental Anexo VI: Resumo das despesas por fungdes Anexo VII:Resumo geral das despesas por programa Art.17 (consolidagio da proposta) A proposta orgamental observa dois niveis de consolidacio a) © primeniro sob a responsabilidade de unidade orgamental, que consolida as propostas preliminares elaboradas pelas unidades e regras a ela subordinadas. b) O segundo, © cargo do orgtio central, responsavél, pela elaboragiio do OG propostas pareiais elaboradas pelas Unidades Orgamentais. (Direcgtio Nacional do Orgamento-DNO), que consolida as Art.20 (Aprovagio da proposta) Conselho de Ministros até 31 de outubro Assembléia Nazional até 15 de dezembro. 3.2. Balango do Estado e a Contabilidade Nacional balango é um documento fundamental na vida de todo quarquer organizagio.seja 0 estado ou as empresas, porque contém multiplicidade de informagdes ¢ responde a uma séria de fungdes fundamentais entre os quais se podem recodar as fungdes de autorizagao,controlo, programagdo e de comunig: Através de andlise de balango é possivel haver indicagoes sobre as manobras do executivo, em particular as tipologias de intervengo piiblica no campo econémico, com as referéncias das fungdes de alocagao distribuitiva e de estabilidade. PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA a7 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I ee balango do estado pode ser definido como aquele documento contabil politico através do qual 0 parlamento autoriza 0 governo a distruibuir as despesas € prelevar as entradas Um exemplo de estudo da formagio do balango ¢ a ieoria incrementalista do Wildavsky:diz. que em cada cecgao das depesas deve variar em proporgdo ano em ano, como resultado da contraposigdo entre os mistérios,presumindo que o conficiente entre a variagao das entradas © das despsas deve ser maior de um. O tesouro procura de adequar a despesa t-1, com um coficiente menor de 1. E ébvio que podem verificar eventos nao previstos provocando uma mudanga percentual no aumento. Para o Niskanen, no processo de balanco a contraposigio executiva a administracao é muito forte, os burocratas @ sua fungdo objectiva entre também 0 jogo de prestigio pessaol, se comportam como monopolos, nao s6 nos utilizadores finais mais tembém em relagio ao poder executive. A posigio de monopélio deriva em presenga de assimetria informativa Na imposigio public chiose a tendéncia da consentragao no proceso decisivo é um facto que uma desigéo publica nao reflete em geral as preferencas da populagio. O Processo politico se basea no facto que os eleitores (omologo dos consumidores), sao tendencialmente informado, sofrem de uma elusio fiscal, e se afastam de modo conereto as instituigdes devido as tomadas de posigdes contrarias ao seu eleitorado. A burrocracia ¢ a politica podem agir em condigdes complexas. O argumento de public chiose existe ainda na questio de contituigao fiscal, um conjunto de regras sobreordenada, que com um amplo concenso em fase de estesura, consegue de produzir Jogo de soma positiva evitando aquele que se chama dilema prisoneiro, no qual com 0 comportamento oportunistica se leva a uma situago poir de todos. Neste sentido, foi demostrado empiricamente, que onde as regras de balango impossibitam os comportamentos oportunisticas, é mais dificil a ver deficit nas contas piblicas. Na relagdo entre produzir 0 balango, deficit ¢ 0 ciclo econdmico politico & florida uma vastissima literatura que toma o nome de political economy" * Alesina Perott (1996) PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 48 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I * Definigao ¢ classificagao do balanco Balango é um documento que consente a medida financeira de actividade administragao to, segundo ouportuno classificagdo as entradas ¢ das piblica, estes reportam de despesas do estado com a referéncia em um orizonte temporal. Como foi ja antecipado se trata de um documento politico-contabil proprio porque é um estrumento que 0 parlamento autoriza 0 governo de distribuir e prelevar os recursos, isto & a expresiio de balanciamento entre © poder executive e legislativo. Resumindo, podemos dizer as varias fungdes de balango. ) Documento de programagao das actividades de intervencao piiblica b) Doumento politica em relagdo as fungoes de autorizagao ©) Pocumento contabil através do qual orgiio do Estado conduzem a sua gestio 4) Documento de referéncia no qual se mede os controis jurico- admit strativos. Na formago de balango, em conforme dos prineipios gearais elaborados ¢ aceite a0 nivel internacional, se trata dos requisitos de Anualidade:ou seja o petiodo de tempo em que se referem o balango é normalmente de 12 meses. A escolha de unidade de medida de tempo € ovio convencional,mais responde ao cumprisso as exigéncias de nao fornecer autorizago por periodos molto longo © aquele de uma eifiéneia da gestagao que deve haver um minimo de continuidade. © periodo estabelecido (ano solar de 365 dias) € conhecido como periodo financeiro, entre © complesso das operagées que se referem o ano financei . se chama exercicio financeiro. Universidade:segundo este criterio.diz. que, todas as entradas e todas as saidas do Estado deveriam ser escritas no balango. Na realidade em existe alguns casos chamada gestio extra de balango,o seu uso ecessivo podem trovocar um vazio das fungées d controlo do parlamento, Unidade;segendo 0 qual, 0 balango deve avere uma prestagao unitaria e nao se podem institui ligagdes entre particulares itens de entradas e saida, bruto (no Integridade:segundo qual, os ites de entradas devem ser registradas juido), iio considerar por exemplo as despesas necessarias para cobertura das entradas, PROF. MESTRE AGOSTINO BUMBA 49 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS | SS Especiatizagdo: segundo este critério em que os itens devem ser resumidos em modo de reduzir a descregiio € para render a efi de actividade de controlo das entidades propostas. Public idade; segundo 0 criterio da publicidade, os contiudos de balango e os resultados das actividades de gasttio devem aver a maxima difustio possivel, para poder ser conhecido em cada cidadio interessado. A cosignagtio das actividades de programagio e autorizagiio de um lado e as fungdes de controlo do outro lado, balango pode ser: ro de referéncia, a este caso previs geverno a efectuar as actividades da gestao para o sucessivo ano. AS s que o parlamento autoriza para 0 seu gasto stio chamados dotagies. Consuntivo; 0 balango quando é feito depois de fim ano financeiro ¢ tras concigo o resumo dos resultados contabéis da gestao financeira, neste caso, a verificagio das actividades feitas e 0 documento feito de referéncia, toma o nome de balango consuntivo, feita pela magistratura contabil. As proceduras de aquisigao das entradas podem ser ser classificadas da seguinte forma: Acertamento; existe quando a administrago apura a existéncia de um crédito € pessao de devedor, quantificado, 0 devido valor. Se pode haver neste fase o auto acertamento dos contributos a emissio do pedido do pagamento da parte da administragio. Combranca; acontece quando as devidas somas sto pagos dos contribuitos-devedores ssiio (bancos. aos agentes encaregados a sua rece: correios,), € na stio a disposicio da ami stragiio publica. Pagamento, existe quando os valores stio pagos na tesoureria dos agentes indicados a sua reccigiio, ¢ so depois desta fase se pode srever 0 valor no balango. No caso de pagamento derecto em tesoureria, neste sentido so podera transitar em duas fases; acertameto ¢ pagamento. No que toca as despesas.um avéz encotrado o limite de autorizagtio parlamentar, as normas de contabilidade, class sam-se em: Impenho: corresponde a0 momento em que a administrago € obrigado a efectuar um certo pagamento; PROF. MESTRE AGOSTINO BUMBA 50 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I SSE Liquidgiio:fase em que se acerta a quantificagao do pagamento que sera efectuado a adm istragiio: Emissio de ordem: ¢ 0 mmento em que € feito 0 versamento em oredem de pagamento que pode assumir a forma de ordem permanente (exemplo a retribuigdo dos funcionarios as pensoes), uma simpes autorizagio de abertura de crédito aos finciadores delegados. Pagamento: presenta a passagem do dinheiro da tesoureria ao creditor. O balango pode ser feito segundo o criferio de competenca, sto agrupados as despe que se des -jam a efectuar ¢ as entradas que pretende adquirir em um certo exercicio financeiro, independemente da vericagiio do efectivo deste evento. O critério de caixa sao agrupados as despesas efectivamento pagos € as despesas prelevadas em um certo periodo financeito,independemente do facto que autorizagdo do parlamento para prelevar ou para gastar 0 valor que esteja colegado ao mesmo execicio. Na redacgio do balango por forma de competéncia, se refere nas fases de acertamento (para as entradas) ’xa, stio considerados nas de empenho (pelas as saidas), a0 paso que, no balango de fases de prelievo e de pagamento, Se uma soma foi alocado pelo parlamento mais nao utiliza, isto contitui uma poupanga para o balango piiblico ¢ fala de economia, se a soma alocada foi untilizada mais nao pago.nasce um dabito do estado que ¢ denominado residuo passive. Paralelamente se uma soma se preve de prelevar.mais nao vém estabelecidala se fala de uma menor entrada, a0 passo que uma soma que foi estabelecida mais no cobrado, configura um crédito de administragio, toma uma denomigiio de residuo activo. © 0 proceso de formagiio de balango © proceso de formaglio de balango pode ser efectuado em 3 fases: 1) Predisposigiio 2) Gestiio 3) Redacgao A formagtio de balango coivolge complessivamente trés exércicios financeiros.o balango do ano 2011 (periodo 1), exemplo deve ser aprovado (a menos do exercicio provisério) entre 31 de dezembro de 2010 (periodo t-1) proprio porque é o documento no qual se PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA St ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I —————————— i autoriza 0 gverno, mais em geral a administragio de 9: star ou prelevar, claramente, deverd estar predisposto durante os meses precedentes. A actividade de redacgao sera efectuada a consuntivo, ou seja no arco do ano 2012 (periodo t+1). O proceso de formagio de balango comega com a fase de predisposigiio, que coinvolge amente esta fase © aparelho administrativo e autoridades politicas do governo. Tec comega com um circular que a ragioneria geral do estado presdipse para dar indicagoes aos varios ministérios de despesas no contesto macro-econdmico (exemplo a taxa prevista de crescimento das rendas e de inflag’o) e os prineipios que devem ser formulados, as previsdes do exercicio sucessivo O circular de ragioneria geral do estado deve ser inviada entre 31 de margo de cada ano, € 08 varios ministérios, tenhe um tempo de cinquenta dias para apresentar as propostas das previsdes das despesas”. A soma de previsdes das despesas formuladas entre o més de maio, costituem a base da formagio de balango, alegislagio inviada e a base da previstio para treino sucessivo Tais dados confluém no Documento de programagio Econémica e Financeira (DPEF),0 documento que governo deve apresentar na camara dos deputados entre 30 de Junho de cada ano. Neste documento o governo vede explicar os objectivos da manobra de politica econémica ¢ 0 enquadramento macro-economico, entre os quais, crescimento do Bip, Inflagio,as taxas de juros e taxas de cambio. Entre 30 de setembro, 0 geverno deve apresentar 0 verdadeiro proprio 0 projeecto de balango, a Lei financeira que contém os instrumentos para atingir os objectivo prefixados em relagdo as previsdes e os programas. Dentro do quadro reasumido na previsio do balango, este por sua vés,da formagiio de um documento chamado Balanco de Previsio e Legislagiio Vigente (BPLV),cste documento da autorizagio ao parlamento para inciar a discustio sobre balango previsto & a Lei financeira com os dados mais recentes sobre © andamento das finangas piblicas com a normativa em acto. O BPLV é predisposto pelo ministério da Economia Finangas é retificado pelo geverno ¢ contém as indicagdes mais importante dos saldos, * As previsdes das despesas de acda ministério deve ser acompanhado, com as notas preliminares que em fim como anticipado, deveri alegar 0 desenho da Ici de batanco. PROF. MESTRE AGOSTINO BUMBA 52 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I ee seja em termos de competenga seja em termo de caixa e a distribuiglo dos itens de despesas por ministérios Depois da remodulagio dos itens do balango, 0 BPLV se trasforma um verdad! oe proprio balango, ou seja aquela Lei aprovada pelo parlamento que contém as previsdes inicias que cosntituem a base normativa para autrizagio das despesas © govern depois, deve apresentar ao parlamento Desenho da Lei Financeira, que como foi anticipado, o estrumento que o governo actua a monobra anual das finangas publica superando a rigidez da lei do balango. Com a Lei de balango € possivel em primeiro lugar detetar as variagdes das entradas (se podem introduzir novos tributos ou modificar aqueles existéntes) ¢ as saidas (intrduzir ou tirar alguns itens e remodular as despesas plurenais"” A lei financeira, entretanto no pode haver normas “delega ou seja ordinal”. Estes contém esclusivmente normas com efeitos financeiros com a decuréncia do primeiro ano considerado no balango plurenal, A lei finaceira, em fim, s6 pode haver normas que sustificam um aumento de entradas ou redugio das despesas. A Lei financeira faz parte também do prospeto de cobertura que contém 0 resumo dos efeitos financeiros. O instrumento formal através do qual o desenho da Lei de balango por onde vem a atualizagio em base dos resultados da discusao parlamentar € constituido por Nota de variagito. Unitariamente 0 balango, entranto no mesmo termo, entre 30 de setembro em cada ano, € apresentado também o Balango Plurenal a Legislacio Vigente (BPLV) proprio para evidenciar os efeito tendéncias da normativa vigente nos exercicios futuros. Este documento € feito somente em termos de competéncia ¢ num modo sintético proprio porque tem como objectivo, de delinhar 0 andamento tendéncial € niio ha um significado de autorizagio das despesas TI BPLY plurenal, vem apresentado em duas versdes, a primeira ¢ aquele apresentado a0 Governo até dia 30 de setembro e a segunda é aquela aprovada sucessivamente pela Lei financeira ‘A impossibilidade de maturar as repartigoes anuais das despesas plurenais se nao com a proposta legistativo. PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 53 ECONOMIA E FINANGAS PUBLICAS I SSS Em fim, como foi antecedido.vem apresento também o Balango Plurenal programitico (BPP), documento como ja vimos, sto colocados também os efeitos dos presuntos da interneo futura do executivo (que niio tem a froga da Lei) coerente com os objectivos gerais anuciados Entre o 30 de setembro, vem depois apresentado ao Ministerio da Economia também a Relacio Previsional ¢ Programitica (RPP),que é 0 documento com se elustra o quadro macroeconémico geral (com a actualizagdo respeito a DPEF) que vem enserido na manobra presenta na Lei financeira. E um documento que niio é submentido pelo voto parlamentar, mais é itil porque contém muitas informagdes detalhados, entre os quais.por exemplo, as obras publicas financiadas pelo Estado com uma despesa suprior dos 25 milides de dolares. Apos de apresentagtio dos documentos a parte do governo, se comeca a fase parlamentare verdadeira ¢ propria (chamado seccto de balango) que consiste em um exame ¢ eventuais emendagdes a provagdes do desenho da Lei presente ao Governo (balanco e Lei financeira) |A fase parlamentar poderia concluir, pena no exércicio provisorio entre 31 de decembro de cada ano para facilitar a obtegio dos objectivos. A analise do desenho da Lei € visto em cada ramo através do trabalho das comissdes parlamentar (comissiio do mérito € successivamente, comissiio de balango) que prevem uma primeira secgio dos emendiamentos presente € depios com 0 exame € 0 voto da Assembleia. Successivamente na fase parlamentar se apre, aquela que chamamos fase de gestiio de balanco, em as administragdes prevém obter as somas € 0s gastos quanto € aprovado pelo parlamento. Durante a fase da gestiio, 0 Governo deve apresentar um outro documento Assestamento de Balanco, em que substancialmente actualiza no decorrer da gestiio e nas previgdes de Balango. Escritural do Estado (a relagdo geral do Estado), @ um documnento que deve entretanto, ser rapresentado pelo parlamento entre 30 de junho de cada ano que € composto por conta de Balanco e conta do patrimonio. A conta de balango contém o resumo das entradas e as despesas pelo qual foram realizados pela primeira fase (respectivamente a obtengdo e usanga) ¢ gesttio dos restos que constitui esses, 0 balango Consuntivo PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 54 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I ee... Para aformagao da redacedo do balango, cada ministério prepara o esquema da propria contabilidade, e depois que vem retificado (isto é depois de andlise € uma comparagio com outros ministérios) o tribunal de contas. Nas contas do patriménio so evidenciados 05 activos © 0s passivos financeiros e patrimonias com o especifico notagao das variagdes em aumento e em diminuigao, Resumo das fases do processo de labanco | Fases Pretagonistas Periodo | Documento oficial Predisposigio | Administragao, Tl Cirular do tesouro,dpef BLV,BPP,Lei Governo e parlamento financeira Lei de balango (previsio definitiva) Gestao Governo e|T Obtegao € pagamentos administragao_ ‘Assestamento de balango | Redaceao Governo, administragio | T+ Redacgaio (balango ¢ contas de patrimonio) | piblica, tribunal de contas € 0 parlamento A getiio de tesoureria A fase de gestio do balango se presume a exigéncia de efectuar na pratica nas operacdes de combrancas e pagamento a tesoureria a cuprir este papel de caixaira, avelando-se as exigéncias praticas do Banco Nacinal de Angola. O fungao de tesoreria no se limite somente as combragas € pagamentos derivados da autorizagio existente no balango do Estado (gestio de balango) ma se alarga também as operagdes necessaria a enfrentar nos equilibros entre os encassos e pagamentos de natureza temporanea ¢ a gestiio das contas correntes e de contabilidade especial a parte dos entes pertencentes do sector piblico entre gestao de tesoureria. PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 55 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I — eee © andamento geral de incassos e pagamento é piiblicado em um documento com a caducagao mensal que é a conta consuntivo do tesouro, em que o saldo ¢ representado das necessidases de caixa corrspondente ao saldo liquido financeiro. Os desequilibros tempordrio de caixa podem ser cobertos com uma divida de duragao inferior a um ano (divida lutuante) que € costituido substancialmente de: * Bonus Ordenario de Tesouro '* Desequilibrio de conta corrente metido pelo tesouro ao Banco Nacional de Angola * Utilizagao dos saldos activos titular das contas pertencente pela tesoureria © Conta corrente de caixa de deposito e impréstimos Relativamente ao débito de medio-longo periodo (débito partimonial) este pode ser gerida pelo tesouro. nos limites da autorizagao exigidas pela lei financeira (0 financiamento saldo liquido para finaciar o maximo recurso ao mercado finaceiro), mais perdeu progressivamente consisténcia ¢ a destinagao entre débito flutuante e débito patrimonial afovor de uma maior aumento de tesouro na gestdio ena composi¢ao da divida. Débito piblico (divida publica), entendente-se 0 stok de passividade dos operadores piiblicos ¢, em particular, os titulos de médio e longo-prazo colocado no mercado (BTP,CCT,CTZ) BOT e BT 3.3. Votaciio do orcamento e as suas consequéncias A votagtio do orcamento deve ser feita pela assembelia nacional até 15 de Dezembro (Art.20) A lei-quadro do orgamento Geral do Estado dispde ainda que em caso do plano do Governo, obriga-se a apresentar a Assembleia Nacional Nova proposta do orgamento, no prazo de 90 dias a contar da data da rejeigado (n°S art 20) Em qualquer dos casos, © novo orgamento que venha a ser aprovado deve integrar a parte do orgamento anterior reconduzido, ja executado até a data da entrada em vigor do novo orgamento quando este entra em vigor cessa 0 regime transitério estabelicido nuimeros anteriores (n° 6 art.20 da lei quadro OGE). PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 56 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I SS Durante a discusio da proposta do orgamento, os deputados podem intruduzir emenda, quaisquer que clas sejam.desde que, por um lado sejam compativéis com plano Nacional,indiquem os recursos necessarios sendo apenas admitidos os provenientes da ‘anulagio das despesas, com exclusto das despesas que se referem a pessoa € ao servigo da divida, e por outro lado, especifiquem, quando e quanto a sua utilizacao qualificada. Em resumo, no caso de néo votagio ou tendo sido aprovado, as propostas do orgamento, renduz-se o orgamento do anterior,vigorando a Regra Duodécimos'! Durante o periodo de recondugao do orgamento do ano anterior; a) Matém se a autorizagiio para a cobranga das receitas meios previstas; b) E prorrogada a autorizagio referente aos regimes das receitas que se destinavam apenas a vigorar até ao final do referido ano, ©) A execugtio do orgamento de despesas deve obedecer ao principio da autorizagio por duodécimo das verbas fixadas nos mapas das despesas. 3.4. Execuciio das autorizacées do orcamento geral do estado (Os servigos das finangas ao procederem a liquidagio e a combranga, esto a executar 0 Orcamento, estio a reunir-se das autorizogoes para liquidar 0 cobrar aquilo que Ihes foi concedido pelo orgamento Na responsabilizagiio pela execugio do orgamento, os gestores dos Ministros e demais 6raaos da administraco central ¢ local sio responsiveis pela correta gestio e execugao dos orgamentos dos respectivos organismos ¢ unidades. * Duodécimo financeiro; corresponde as doze parcelas mensais que 0 governo destina para os 6rg0s pibblicos que nao tém renda propria, Existe, inclusive, um prazo na Constituigaio Federal (até 0 dia 20 de ccada més) para que 0 governo libere essas parcelas mensais, que serio a receita desses érgios que niio arrecaday mas que tém despesas, Ex: Poder Legislative PROF. MESTRE AGOSTINO BUMBA ‘7 ECONOMIA E FINANGAS PUBLICAS I 3.5. Principios da execusiio das despesas Na execustio das despesas, obedece as seguintes regras; © Regras da previsiio Nenhum pagamento pode ser feito, sem que a despesa se encontra previsto no OGE & Nenhum encargo pode ser assumido sem a que despesa esteja prevista no orgamento, ‘© Regra de combinagio Nenhum encargo deve ser assumido sem que a despesa esteja prevista € haja cabimentagao orgamental + Regra de liquidagio A liquidagio € definita como sendo a verificagtio do direito do credor com base nos titulos e documentos comprovativos do respectivo crédito; 3s seus objectivos sto Y Apurar a origem e natureza do crédito Y Apurar a importancia exacta a pagar ¥ Apurar a quem se deve pagar ‘© Regra do pagamento O orgamento é a quitago do débito apds a liquidagao # Regras do pricipios de duedécimos O regime das despesas deve obedecer ao principio de duodécimo, Isto significa que os encargos ou despesas devem ser assumidos e os pagamentos autorizados por importancias que nio excedem os duodécimos vencidos. Os objectivos,impedir que as despesas se concentrem nos primeiros meses do ano,quando a tesouraria, ainda nao dispde de recursos suficiéntes (esto cobradas apenas uma pequena parte das receitas) Obs: excepgdes em caso da autorizactio por Lei 3.6. As regras da legalidade na execusiio das receitas ¢ nas contas piiblicas As despesas 6 poderio ser realizadas desde que estejam previstas num diploma legal que as autoriza (Art.10 da lei 20/77 de 15 de setembro). PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 58 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I [A execugio das receitas, considerando que a grande maioria das receitas sto constituidas por impostos, obedece a regra ¢ principios que so mais detalhadamente ‘em direito fiscal Entretanto, interessa deixar aqui expresso que.os pricipios de execuctio das receitas coincidem com as regras do orgamento nomeadamente 0 principio da anwalidade, legalidade da néio consigangéio e da néio compensagéio. © documento de arrecadago de receitas (DAR), destina a cobranga das receitas, fot criado no despacho .20/91, de 9 de Margo (Dr n°10). Este sofreu duas alterages do despacho conjunto n°39/92, de 31 de julho através do decreto Executive n°37/95 de 28 de julho. © Acoma geral do Estado e ay contas provisorias Aconta Geral do Estado surge com a sintese de toda execugio orgamental durante 0 periodo financeiro e funciona como um meio de controlo de todas as operagdes em se esdobra a execugiio do orgamento de tal modo que através dela, tormna-se a reponsabilizago dos seus agentes, por intermédio da fiscalizagio aposterior. A conta geral do Estado, como dispde o artigo 53 da LQOGE; Compreende as contas de todos Grgios, servicos,istitutos € fundos auténomos, bem como a seguranga social, o que quer dizer que apenas niio integram esta conta, as contas piblicas, A de endentidades piblicas que gozam de indepedéncia finaceira (autarquias locais) Os resultados de cada exercicio financeiro aparecem inscritos na conta através dos seguintes documentos YO demostrativo da receita prevista e de despesa autorizada, balango financeiro, balango patrimonial e demonstragdes das variagdes patrimoniais. Y Acconta geral do estado deve ser submentida pelo Governo, ao tribunal de comtas para obter 0 parcer desde orgio (até ao dia 31 de Dezembro do ano a seguir aquele a que a conta diz reipeito (art. 58,n°4 da LQOGE) ¥ © parecer do trimbunal de contas deve pronuciar-se aspectos tais como a actividade financeira do Estado em todos os dominios, sobre que incide, o cumprimento da lei do orgamento ¢ legislago complementar, as responsabilidades directa e indirecta do Eestado nas quais se inclui a prestacio (an.7). PROF. MESTRE AGOSTINHO BUMBA 59 ECONOMIA E FINANCAS PUBLICAS I ——— ____.....—— ¥ Distintos na conta geral séo as contas provisorias que sio apresetadas pelo Governo, trimestralmente, a Assembleia Nacional através de balances claborados pela direcgio Nacional de contabi (art.58,n°4 da LQOGE) lade do Ministro das finangas ¥ A conta geral do Estado em Angola é uma conta de gerencia, 0 que quer dizer que nela se inscrevem todas as receitas combradas © as despesas realizadas durante © ano financeiro, 3.7. A contabilidade Piiblica ¢ Privada nas contas do Estado A contabilidade € uma ciéncia de natureza econdmica, cujo objectivo € a realidade econémica de qualquer entidade piblica ou privada, analizada em termos quantitativos, por um periodo especifico, com o fim de obter informacdes indispensdveis a gestio dessa entidade nomeadamente ao conhecimento da sua situagiio patrimonial, dos resultados obtidos e a formagio das politicas de planeamento e controlo das suas actividades A contabilidade publica aplica-se aos entes piiblicos, e tem em conta os fins da natureza politica e administrativa proceguidos, niio havendo como finalidade 0 controlo técnico das activdades densenvolvidas por entidades piblicas A contabilidade publica revela as operacées que decorrem dos conjuntos de actos administrativos realizados por organismos piblicos, como sejam; * © tratamento de registo das opagdes, controlo e dentagio de desvios, claboracdo de alteragdes e revisdes, preparagtio da conta e apuramento do saldo final do execicio * A principal fungio da contabilidade pablica € observar 0 controlo da legalidade,estando definindo 0 conjunto de procedimentos operacionais que mos de controlo conduzem a presentagio de contas de modo a criar mecai eficazes que permitam apuramento de responsabilidade financeira A contabildade privada, tem como funciio de controlo de producdo dos entes privadas havendo como objectivos mirados a satisfazer intereses dos s PROF. MESTRE AGOSTINHO SUMBA 60

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