Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
De forma similar, o crescimento verificado nos Tigres Asiáticos (The East Asia Miracle:
economic growth and public policy – Main report de 1993), provém da melhoria no sistema
de educação. ROBERT BARRO, chegou a igual conclusão, afirmando que cada ano
adicional de escolaridade média proporciona um crescimento económico ao nível do PIB
per capita. Os efeitos económicos da educação também se reflectem no aumento da taxa
de vacinação, na redução da criminalidade, no grau de associativismo e civismo, por parte
dos cidadãos e cidadãs que tiveram acesso à instrução, no nível de poupança e de
investimento directo estrangeiro.
Por regra, as nações mais desenvolvidas são aquelas que mais investem na educação e
oferecem produtos diversificados, separando e qualificando os níveis educacionais. De
igual modo, os Estados com maior PIB per capita (os mais ricos) são aqueles que
oferecem um nível educacional mais elevado. Por exemplo, a média de anos de
escolaridade nos países desenvolvidos é de 11,1, enquanto, que nos países em vias de
desenvolvimento é de 3,9 anos. Em Angola, a média de anos de escolaridade é de 1,5
anos no total. As mulheres em média têm 1 ano e os homens 2 anos de escolaridade.
Apenas em 2018 estima-se que mais de 2 milhões de crianças tenham ficado fora do
ensino obrigatório. O cenário é pior porque neste país africano milhares de crianças não
são registadas, logo, não constam dos dados oficialmente avançados. Por conseguinte,
Luanda deverá, caso pretenda atingir níveis de desenvolvimento aceitáveis, investir neste
sector. Pode, nomeadamente, utilizar a experiência ocidental, adaptando-a a realidade
local.
Como exemplo, a reforma colonial de 1962, concebida por Amadeu Castilho Soares cujo
plano de escolarização e ensino, designado por “Levar a Escola à Sanzala”, integrava a
formação de professores, o ensino escolar nas comunidades tribais do território, a
elaboração de manuais didáticos para apoio aos professores e a criação de livros de
iniciação à leitura, para o ensino da Língua Portuguesa. A revolução operada no ensino
primário teve repercussão internacional, sublinhando o prestigiado "The Economist" que,
de 1961 a 1963, o número de angolanos a beneficiarem de escolarização duplicara; e
comentando que "não podendo os alunos ir à escola, a escola vai agora até eles". Do
mesmo modo, o Centro de Estudos Estratégicos da Universidade de Georgetwon, de
Washington, assinalava quer a africanização dos livros escolares.
Segundo a OCDE - Organização da Cooperação e Desenvolvimento Económico, relatório
anual Education at a Glance 2014, numa média de 34 países, o Estado, ao nível do ensino
público, gasta em média, 6.213,00 Euros por aluno e em cada ano, em todo o ciclo pré-
universitário e 10.876 Euros por aluno por ano em todo o ensino universitário.
Os Desafios de Angola
Em Angola, 65 por cento dos cidadãos tem menos de 24 anos e 55 por cento, menos de
18 anos. O país cresce, demograficamente, a taxa de 3,4 por cento por ano, com seis
nascimentos por mulher, ou seja, todos os anos a população angolana acresce bem perto
de um milhão de habitantes. Entre a população com 18 a 24 anos, apenas 25 por cento
completa o segundo ciclo do ensino secundário e 5 por cento entre a população acima dos
24 anos, consegue concluir o ensino superior – Censo 2014.
O Quadro Docente
Tendo por base os valores avançados, que podem servir de ponderador na contratação do
quadro docente angolano, teríamos a remuneração dentro de um intervalo mínimo
equivalente a 50 por cento e máximo correspondente a 130 por cento do PIB per capita de
cada Estado. No caso de Angola, buscando inspiração na experiência ocidental, o salário
dos professores pode ser fixado em 100 por cento acima desta variável, promovendo um
salário mínimo de 6220 Euros por ano, 518 Euros por mês, com as devidas e regulares
atualizações do câmbio.
Por último, o Estado deve também promover uma estratégia de acção social, assente na
criação de bancos sociais que passem a fomentar e gerir refeitórios escolares, programas
para o fornecimento de leite (distribuição diária e gratuita de 20cl de leite às crianças que
frequentam a educação pré-escolar e aos alunos do 1.º ciclo do ensino básico, ao longo de
todo o ano letivo), livros, gestão de experiências piloto com elevada participação familiar e
das comunidades, tal como apostar componente infraestrutural, de modo a reabilitar e
construir o parque imobiliário escolar. É a aposta na componente holística e inserção de
uma vertente institucional no debate em torno da educação, central para a edificação de
um Estado inclusivo e de uma nação de vanguarda na produtividade.
Comentários
Miguel : Um artigo que todos os nossos dirigentes deviam ler obrigatoriamente e de preferência num
lugar fechado e vigiados, para verem que rumo eles tem dado ao pais, em contrapartida da era colonial
em que mesmo sendo colonizados ousou-se pensar o pais. Belo de ler e analisar-
Lda (Lda): Em Angola faltam princípios, seriedade e rigor. Falta de docentes é uma falsidade falsiforme.
Assim nunca resolvem o problema. Organizam e participam em eventos, palestras, conferências e
escrevem artigos inúteis só para aparecer vosso nombre e enriquecer CV.
Quer Comentar?
Últimas Notícias
Ministro aponta interferência...
Obras da Refinaria de Cabinda têm...
Importações de bens alimentares para...
Sindika Dokolo foi a sepultar em Londres
Governo descarta novos impostos em 2021
Vice-PGR desvaloriza polémica sobre...
Resseguro gasta mais de Akz 50 mil...
Luanda acolhe conferência sobre...
Sonangol aprova revisão da sua...
RDC pede apoio a Angola para capacitar...
PUBLICIDADE
Questionário
Sim
Não
Talvez
votar