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1.INTRODUÇÃO
Na presente abordagem didáctica descreveremos sobre o analfabetismo em
Angola e as consequências que o mesmo trás nesta nação. A educação em Angola diz
respeito ao conjunto de elementos formais que se somam para formar do sistema de
ensino do país, que mescla estabelecimentos de ensino público, privado e
comunitário/confessional.

Dada a característica do país, de colonização e independência tardia, o sistema


educacional angolano demorou sobremaneira para desenvolver-se, pautando-se em
ciclos de franca expansão, com períodos de praticamente dormência. A independência
da nação e sua subsequente vinculação ao bloco socialista, bem como as guerras
colonial e civil, influiu bastante no sistema de ensino da jovem nação.

Objectivo Geral: Tramsmitir conhecimentos ligados a analfabetização da


populção Angolana..

Objectivo Específico: Nos tornar conhecidores de quão importante é o processso


de alfabetização para o desenvolvimento da nação.
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2.RESUMO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO EM ANGOLA

Quando a República de Angola conquistou a Independência Nacional a 11 de


Novembro de 1975, a taxa geral de analfabetismo era de 85% da população, o que
revela a dimensão qualitativa e quantitativa dramática da situação sócio - educativa do
povo angolano, cujos efeitos negativos ainda estão presentes quer na estrutura
económico-social do País quer nas condições de vida das populações, não obstante os
consideráveis progressos registados no período Pós – Independência e
fundamentalmente após o alcance da paz definitiva a 04 de Abril de 2002.

Na essência, o ensino colonial era manifestamente discriminatório para os


angolanos, pois a política educativa colonial não permitia o acesso democrático das
populações aos serviços educativos, o que explica os elevados índices de
subescolarização geral da população. O ensino missionário, quer católico quer
protestante, teve grande relevância sócio - educativa no aumento e na melhoria das
condições de escolaridade de muitos cidadãos, particularmente das regiões rurais e peri-
urbanas.

O colonialismo português começou a realizar investimentos razoáveis no domínio


da educação somente a partir da década de 60 em consequência da pressão política e
militar dos Movimentos de Libertação Nacional e do intenso trabalho político e
diplomático da comunidade internacional, alargando assim a rede escolar e permitindo o
acesso de angolanos na função docente-educativa. Em consequência, o ensino
universitário foi instituído em 1962 (Decreto-Lei 44530 de 21 de Agosto de 1962) com
a criação dos Estudos Gerais Universitários de Angola, integrados na Universidade
Portuguesa.

Em 1968 (Decreto-Lei n.º 48790, de 23 de Dezembro), os Estudos Gerais foram


transformados em Universidade de Luanda.

Na altura, encontrava-se representada geograficamente apenas em duas das 18


Províncias do País, com os seguintes cursos:

 Luanda – Engenharia Mecânica, Engenharia Civil, Engenharia Electrónica,


Engenharia de Minas, Engenharia Química, Engenharia Geográfica, Biologia,
Geologia, Medicina e Matemática;
 Nova Lisboa (Huambo) – Letras, Ciências Pedagógicas, Matemática, Geografia,
História e Filologia Românica.

Em 1976, depois da independência, passou a chamar-se Universidade de Angola


(Portaria n.º 77-A/76, de 28 de Setembro). Em 1985 (DR n.º 9 – I Série, de 24/10/85), a
Universidade de Angola passou a designar-se Universidade Agostinho Neto (UAN), em
homenagem ao seu primeiro Reitor da Angola Independente e Fundador da Nação
Angolana.

3.O SISTEMA DE EDUCAÇAO EM ANGOLA

Com a aprovação da Lei de Bases do Sistema de Educação, Lei 13/01 de 31 de


Dezembro de 2001, o país passou a viver uma etapa de transição do Antigo Modelo de
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Sistema de Educação implementado a partir de 1978, para o Novo Modelo de Sistema


de Educação.

Sistema de Educação está estruturado da seguinte maneira:

1 – Educação Pré-Escolar

 Jardim de Infância e similares

2 – Ensino primário

 1.ª a 6.ª classe

3 – Ensino Secundário

 1.º Ciclo – 7.ª a 9.ª classe


 2.º Ciclo – 10.ª a 13.ª classe

4 – Ensino Superior

 Graduação
 Pós-graduação

O ensino secundário de Angola encontra-se em fase de reformulação, na sequência


da Lei n.º 13/01 de 31 de Dezembro de 2001, que prevê a implementação de um novo
sistema de educação em substituição do sistema de 1978.

No sistema de educação em implementação, o ensino secundário é o estágio


seguinte ao ensino primário, correspondendo internacionalmente aos níveis 2 e 3 do
ISCED (International Standard Classification of Education).

Organiza-se em dois ciclos sequenciais, com a duração total de seis ou sete anos.

 1.º ciclo divide-se em ensino geral e em formação profissional, compreendendo


as 7ª, 8ª e 9ª classes, cada qual correspondendo a um ano escolar.
 2.º ciclo divide-se em ensino geral que compreende as 10ª, 11ª e 12ª classes, em
formação média normal e em formação média técnica, estas últimas
compreendendo as 10ª, 11ª, 12ª e 13ª classes.

4.O ANALFABETISMO EM ANGOLA


A taxa de analfabetismo, no país, está calculada em cerca de 30% da população
angolana, que se estima em 21 milhões de habitantes segundo as projecções do INE, o
que quer dizer cerca de 6,3 milhões de adultos.

Segundo a Conferência Geral da UNESCO em 1978, uma pessoa está


funcionalmente alfabetizada quando consegue implicar-se em todas as actividades em
que é necessária alfabetização para o funcionamento eficaz do seu grupo ou comunidade
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e também ao permitir que a pessoa use a leitura, a escrita e o cálculo em favor do seu
próprio desenvolvimento e da comunidade.

De acordo com esta definição, quando se fala de alfabetização, está-se a fazer


referência a uma competência amplia, que alcança a comunidade através da pessoa
alfabetizada. É um critério importante a ter em conta na implementação dos diferentes
programas de alfabetização, uma educação de adultos que desenvolva as suas
capacidades e responda a todas as suas necessidades.

O relatório de monitoria da educação para todos 2013-14 diz que a alfabetização


universal é fundamental para o progresso social e económico. As crianças adquirem
melhores habilidades em leitura e escrita mediante uma educação de boa qualidade.
Poucos países têm sido capazes de criar instituições sólidas para educação de adultos
que ofereçam verdadeiras segundas oportunidades à maioria dos adultos analfabetos.
Como consequência, os países, onde as pessoas tradicionalmente tiveram acesso
limitado à educação escolar não conseguiram até agora erradicar o analfabetismo entre
os jovens e adultos.

Neste mundial da alfabetização queremos ter presente o relatório social de Angola


2013 elaborado pela Universidade Católica do país. Neste relatório diz-se que a
educação continua a ser uma questão estratégica para o crescimento económico-social
do país e um factor determinante do progresso social. Na verdade e em rigor, quanto
maior oportunidade de educação for dada aos cidadãos maior possibilidade haverá
destes participarem na vida pública, económica, social e cultural do país e, por
conseguinte, no seu de desenvolvimento.

Não é possível promover o desenvolvimento do país, assegurar a promoção social


dos angolanos e integrar a globalização do desenvolvimento, tirando deste o melhor
proveito, sem um forte investimento na aquisição inicial e contínua de conhecimentos,
capacidades técnicas e habilidades cognitivas dos cidadãos.

No quadro de desenvolvimento das políticas educativas, em 2013, foi formulado e


implementado o Programa de Alfabetização e Aceleração Escolar (PAAE), bem como
criada a Comissão Nacional de Alfabetização, como um mecanismo de articulação entre
os diferentes departamentos ministeriais e a sociedade civil para tratar da questão da
alfabetização.

A taxa de analfabetismo, no país, está calculada em cerca de 30% da população


angolana, que se estima em 21 milhões de habitantes segundo as projecções do INE, o
que quer dizer cerca de 6,3 milhões de adultos. Em Luanda foram alfabetizados 260.550
adultos (sendo 64,312 homens e 196.238 mulheres). Já em províncias como Benguela,
foram alfabetizados 103.838 adultos (dos quais 66.892 mulheres). A uma forte
implicação das mulheres, embora aparentemente sejam também as mulheres as que mais
o abandonam. Em termos de rendimento da alfabetização pode-se notar uma prevalência
das mulheres.

5.A ANALFABETIZAÇÃO E O DESEMPREGO


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Em Angola, segundo dados disponíveis (MAPTSS) o número de trabalhadores na


Função Pública ainda é muito reduzido. No país apenas dois em cada 100 habitantes são
funcionários públicos, enquanto que a Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE) define que a média são de oito trabalhadores
para 100 habitantes.

Dados do último Censo, realizado em 2014, indicam que o sector da Educação


conta com 203.877 funcionários (cerca de 51 por cento) dos quais; 194.921 (96 por
cento) são técnicos: 8.956 (4 por cento) não técnicos Na; Justiça: 7.883 (técnicos e não
técnicos).

Os dados indicam que existe mais pessoal administrativo na Educação do que em


todo sector da Justiça, que dispõe de vários serviços como conservatórias, registos civil,
predial e automóvel, serviços de cartórios notariais, pessoal para emissão de bilhete
identidade, para registo criminal, dos cartórios e dos tribunais (escrivães e oficiais de
diligência).

Apesar do crescimento, os números actuais são insuficientes, pela necessidade


premente da expansão dos serviços públicos em todo território nacional.

Para a prestação de um serviço público de qualidade é importante a criação de um


regime de carreiras para a função pública, reconversão de carreiras, avaliação de
desempenho (sistema de anotação) implementação gradual das tecnologias de
informação e comunicação na Administração Pública bem como um modelo de
organização administrativa e de sistemas de gestão dos recursos humanos.

6.QUAL A MAIOR CAUSA DO ANALFABETISMO?

 A falta de acesso à educação de qualidade,


 A pobreza,
 As desigualdades sociais,
 As barreiras culturais e linguísticas
são estas algumas das principais causas do analfabetismo.

7.CONSEQUÊNCIAS DO ANALFABETISMO
A pessoa acaba se excluindo ficando à margem da sociedade, com vergonha da
sua situação. Numa sociedade onde tudo é escrito é indigno para um adulto pedir ajuda
constantemente e não ser capaz de preencher um formulário ou ler uma placa.

8.O QUE SE PRETENDE FAZER PARA ERRADICAR O ANALFABETISMO


Ao intervir no acto comemorativo do Dia Internacional da Alfabetização,a
governante( Carolina Cerquera) manifestou-se preocupada com o actual quadro e disse
que é importante o engajamento de todos para se ultrapassar o problema.
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“Devemos executar um programa de prevenção e de combate ao abandono escolar


que cresce, visivelmente, em várias regiões do país”, frisou, sublinhado que caso se
mantenha tal crescimento, os efeitos serão negativos, o que poderá se reflectir,
negativamente, no problema do analfabetismo.Com o propósito de se inverter o quadro,
foi lançado oficialmente, ontem, o Plano de Acção para Intensificação da Alfabetização
e Educação de Jovens e Adultos, denominado “EJA-Angola-2019-2022”.

O referido instrumento, considerado importante, visa a operacionalização das


políticas e estratégias do Executivo, para o alcance dos objectivos e metas previstas no
Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018-2022, relativamente à educação de
jovens e de adultos.

Dos objectivos do “EJA-Angola-2019-2022” constam, entre outros, a redução do


índice de analfabestimo literal e funcional da população jovem e de adultos, com realce
para as mulheres nas zonas rurais e periurbanas, através da intensificação das acções de
alfabetização.A ministra de Estado, Carolina Cerqueira, disse ser necessário que o
referido programa seja avaliado de seis em seis meses, para se aferir as melhorias que
devem ser, sucessivamente, introduzidas ao longo dos próximos três anos.

A governante espera que, a partir de agora, se comece a intensificar o programa de


alfabetização, de modo a se atingir todo o país e se poder aumentar, gradualmente, a
taxa de literacia em adultos."A ideia é o aumento dessa taxa, dos actuais 76 por cento de
alfabetizados para 82% em 2022", realçou, para quem para o alcance desse objectivo
programou-se a reactivação, imediata, da Comissão Nacional de Alfabetização que tem
a missão de dirigir e mobilizar recursos humanos e materiais para a execução do "EJA-
Angola-2019-2022", aprovado pelo Decreto Presidencial nº 257/19 de 12 de Agosto.

De acordo com a Ministra da educação, nos últimos cinco anos, mais de dois
milhões de jovens e adultos foram atendidos no respectivo sistema educacional. 70%
deles eram mulheres.A meta do governo é eliminar o analfabetismo em 90% até 2050.
No entanto, a baixa cobertura do sector, devido à falta de professores e salas de aulas,
dificulta a realização do objectivo.

Portanto, a ministra acredita que, para atingir esse objectivo, é essencial colaborar
com diferentes organizações. O Estado não tem a capacidade de responder
adequadamente aos desafios e a complexidade dessa luta.Finalmente, se você quiser
fazer parte da luta contra o analfabetismo em Angola, estude a Licenciatura em
Educação Primária (Bilíngue) oferecida pela Universidade Internacional do Cuanza
(UNIC). Um programa de estudos que atende às exigências do mercado profissional e
está adaptado às características da sociedade actual.

Informação foi prestada, à ANGOP, pelo director nacional da Educação de Jovens


e Adultos, Evaristo Pedro, por ocasião do Dia Internacional da Alfabetização, que hoje
se celebra. A formação é dividida em três módulos que abarca desde a iniciação a 6ª
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classe e o I ciclo ( 7ª,8ª e 9ª classes).Evaristo Pedro detalhou que 70 por cento dos
alfabetizados são do sexo feminino, lembrando que o Estado angolano acautela a
obrigatoriedade para que todo os cidadãos concluam a 9ª classe, de acordo com a Lei de
base nº 17/16, sobre o Sistema de Educação e Ensino.

Por isso, disse que o governo continua a assumir a alfabetização como factor
preponderante para a sua estratégia de combate à pobreza, diversificação da economia,
bem como para a promoção de um desenvolvimento sustentável.Indagado sobre a taxa
de alfabetização em Angola, o director disse que o Censo de 2014 revelou que mais de
13 milhões de angolanos são jovens a partir dos 15 anos

CONCLUSÃO
Com a pesquisa feita o grupo chegou a conluir que para a erradicação da
analfabetizaão e Intensificação da Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos-Plano
o governo criou o programa EJA-Angola 2019- -2022, aprovado através do DECRETO
PRESIDENCIAL 257/19, de 12 de Agosto, surge para a implementação das políticas do
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Executivo para o desenvolvimento económico-social, nas quais o combate ao


analfabetismo e a redução do atraso escolar, entre a população jovem e adulta, constitui
um dos grandes pilares.

REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS
COSTA, J. J. S. Educação segundo Paulo Freire: Primeira Análise Filosofica, Theoria. Revista
Eletrônica de Filosofia, vol. 2: 42-56, 2015, Disponível em: https://www.theoria.com.br/edicao.
Acesso em 20 out. 2021.
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DIREÇÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. Relatório do Estado Actual de


Educação de Jovens e Adultos em Angola. Luanda. 2021.

GABINETE PROVINCIAL DA EDUCAÇÃO DO UÍGE . Indicadores da Qualidade de Educação de


Adultos e Jovens 2019.

INIDE. Currículo do Ensino Primário. 3ª ed. Luanda: Moderna, 2013.

Jornal de Angola 2023.

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