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 Introdução

Este trabalho faz uma análise da crase visando entender o assunto e demonstra as
principais regras para a correcta colocação deste importante recurso linguístico.

Na Moderna Gramática de Bichara apresenta a crase como um fenómeno fonético, o


qual se refere a toda fusão de vogais iguais, e não somente ao acentuado.

Já o autor Rocha Lima apresenta a Crase como aquilo “que não se distinguem na
pronúncia o /a/ artigo, o /a/ preposição, o /a/ pronome e o /à/ resultante de crase
(seguidos ou não de /s/ o primeiro e os dois últimos) ” (LIMA, 2011 p. 71).

A opção do grupo em aprofundar os estudos sobre a Crase foi perceber que o emprego
correcto acento da crase, nos casos de regência, depende do conhecimento do emprego
do artigo. Isto é, no momento em que percebe-se a importância da regência na
identificação do uso da crase.

A justificativa para a escolha do tema se faz importante por perceber que no uso da
crase, muitas pessoas não sabem como usa-la, e dessa forma não dão a devida
importância de se aprofundar para aprender a utilizá-la correctamente. Assim o trabalho
torna-se relevante justamente por demonstrar, por exemplo, que em algumas vezes o
emprego da crase na sua utilização apresenta um duplo sentido. Exemplos: Vou a
Copacabana e à Tijuca. Iriam à penha, a Casca dura.

Os pressupostos acima supracitados apontam para a seguinte questão da pesquisa:


Como utilizar a Crase correctamente?

O objectivo geral do presente trabalho demonstra as diversas formas de utilizar a crase.

A base teórica do trabalho e a análise dos dados apoiam-se em pesquisa bibliográfica.

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 Crase

A palavra crase é de origem grega e significa "fusão"ou "mistura". Na língua


portuguesa, é o nome que se dá à "junção" de duas vogais idênticas.

É de grande importância a crase da preposição "a" com o artigo feminino "a" (s), com
o pronome demonstrativo "a" (s), com o "a" inicial dos pronomes aquele (s), aquela
(s), aquilo e com o "a" do relativo a qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento
grave ( ` ) para indicar a crase.

Torna-se importante o uso da crase uma vez que muitas pessoas não sabem como usa-la,
e dessa forma não percebem a importância de se aprofundar para aprender o modo de
usar correctamente.

O autor Rocha Lima apresenta as regras práticas do uso da crase que serão
demonstradas seguir.

O autor explica que o acento grave é assinalado na escrita quando os sons da preposição
(a) e dos artigos (a), as ou pronomes demonstrativos femininos (a, as, aquele, aquela,
aqueles, aquelas, aquilo, a qual e as quais) se fundem.

Regras citadas para o uso ou não do acento grave:

Casos que sempre ocorrem crase segundo Rocha Lima:

 Antes de palavra feminina que venha acompanhada de artigo.

Exemplo: Vou à escola.

 Antes de palavra masculina quando se subentende uma palavra feminina.

Exemplo: Chapéu à Napoleão (ou seja, chapéu à moda de Napoleão) assim como : Eu
amo à Luzembo (ou seja ela ama à moda de Luzembo).

 Na designação das horas.

Exemplo: Os empregados entram à uma hora e deixam o serviço às seis.

 Nas locuções de natureza adverbial, formadas com palavra feminina.

Exemplo: Fazer tudo à pressa.

Casos em que é facultativo o acento:

 Antes de nome próprio feminino.

a. Exemplo: Darei o vestido a/à Feliciana.

 Antes de pronome possessivo.

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b. Exemplo: Dirija-se a/à sua sala.

O acento indicativo de crase é obrigatório ainda:

Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas femininas em que aparece “a” ou


“as”.

Exemplo: Retomaremos nossa rotina à medida que os processos pendentes sejam


analisados.

Eis algumas locuções:

 Adverbiais:

À parte, à disposição, à distância, à custa, às pressas, às vezes, às escondidas, e às


claras.

 Prepositivas:

À procura de, à espera de, à roda de, em frente à e à beira de.

 Conjuntivas:

À medida que, à proporção que.

Nas expressões à moda de e à maneira de, ainda que subentendidas.

«Casos que não ocorrem a crase:

 Diante de substantivo masculino.

Exemplo: Não vendemos a prazo.

 Diante de verbos.

Exemplo: Convido-os a participarem do lançamento de nosso mais novo produto.

 Diante de artigo indefinido e pronome indefinido.

Exemplo: Seu relatório não conseguiu direccionar a nenhuma conclusão.

 Diante de pronomes pessoais do caso recto e do caso oblíquo e de alguns


pronomes de tratamento que repelem o artigo.

Exemplo: Solicite a ela que se apresente com 30 minutos de antecedência.


Encaminhamos a Vossa Senhoria o pedido de reclassificação salarial dos
funcionários do sector fiscal.

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 Quando um (a) no singular encontra-se diante de palavra no plural,
fornecendo (à).
 Não há crase no regime preposicional de cuja (s), por isso que o relativo
não pode ser determinado.

Exemplos: Homens a cuja probidade tudo confiamos; Tribunal a cujas decisões


devemos respeito.

 Na opinião de Rocha Lima não ocorre crase:


 Antes de palavra masculina.

Exemplo: Pintura a óleo.

 Antes do artigo indefinido uma.

Exemplo: Você faz jus a uma recompensa.

 Antes de palavra no plural.

Exemplo: Não compareço a festas públicas.

 Antes de verbo.

Exemplo: Preferiu morrer a entregar-se.

 Antes de pronome pessoal e de tratamento.

Exemplo: O concerto será dedicado a você.

 Antes de numeral cardinal (excepto da designação e horas).

Exemplo: O vilarejo fica a duas léguas da cidade.

 Antes de pronome demonstrativo, indefinido, relativo ou interrogativo


(nesse caso executa-se: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a qual, as
quais – que podem fundir com a preposição).

Exemplo: Não sei responder a essa questão.

 Antes de nome de lugar, que se use sem artigo.

Exemplo: Foi a Paris. Entretanto se a palavra é determinada usa-se crase. Exemplo:


Jamais voltei à Paris dos meus sonhos.

 Em expressões como frente a frente.


 Recomenda-se substituir a palavra feminina precedida de a (s) por um termo
masculino que pertença à mesma classe ou categoria gramatical.

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Caso apareça ao (s), o acento será obrigatório; se ao se mantiver inalterado ou aparecer
apenas o (s), não haverá acento: entregamos flores à garotinha. (Ao garotinho)
Compareceu à comemoração (Ao desfile).

Além dos casos em que ocorre fusão de preposição com artigo, a crase é
obrigatória:

 Antes dos numerais que indicam horas: Abriremos às 18h.


 Quando “moda” ou “maneira” estiverem implícitas: Ela preparou um virado à
paulista delicioso!
 Nas locuções femininas à noite, à toa, à tona, à custa de, à risca, à procura.

 Exercícios

Quando você encontrar algum caso que não foi explicado aqui, pense se o verbo ou o
nome exigem uma preposição e se a palavra que vem a seguir precisa de um artigo
feminino definido (singular ou plural).

1. (TRE-RN/2011) Graças ___ resistência de portugueses e espanhóis, a Inglaterra furou


o bloqueio imposto por Napoleão e deu início ___ campanha vitoriosa que causaria ___
quedam do imperador francês. Preencha as lacunas da frase acima, na ordem dada, a) a
– à – a b) à – a – a c) à – à – a d) a – a – à e) à – a – à

2. (FCC-TRT/2011) O avanço rumo ___ um desenvolvimento sustentável depende de


diversos factores, entre os quais estão o estímulo ___ novas tecnologias e o
compromisso ético de empresas que tenham como prioridade o respeito ___ causas
ambientais. Preencha correctamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: a) a – à –
as b) a – a – às c) à – a – as d) a – à – às e) à – à – a

3. (CESGRANRIO/2013) A frase em que o sinal indicativo de crase está usado de


acordo com a norma-padrão é: a) As determinações do comité destinam-se àqueles
atletas indicados. b) Ele se apoderou à bola e saiu correndo. c) Ele ajuntou-se à um
conjunto de mulheres inteligentes. d) Este fato é comum à todo campeonato mundial. e)
Tenho todas essas contas à pagar.

4. (IBGE) Assinale a opção em que o A sublinhado nas duas frases deve receber acento
grave indicativo de crase:

a) Fui a Lisboa receber o prémio. / Paulo começou a falar em voz alta.

b) Pedimos silêncio a todos. / Pouco a pouco, a praça central se esvaziava.

c) Esta música foi dedicada a ele. / Os romeiros chegaram a Baía.

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d) Bateram a porta fui atender. / O carro entrou a direita da rua.

e) Todos a aplaudiram. / Escreve a redacção a tinta.

5. (TTN) Preencha as lacunas da frase abaixo e assinale a alternativa correcta:


“Comunicamos ___ Vossa Senhoria que encaminhamos ___ petição anexa ___ Divisão
de Fiscalização que está apta ___ prestar ___ informações solicitadas.” a) a, a, à, a, as b)
à, à, a, à, às c) à, a, à, a, às d) à, a, à, à, as e) a, à, a, à, as

6. (FUNIVERSA/SEDEST) Considerando as relações de regência e (ou) o uso do


acento indicativo de crase, assinale a alternativa correcta.

a) À quem interessaria tal proposta?

b) As leis as quais se referiu foram sancionadas.

c) Não deu resposta àqueles questionamentos proferidos.

d) A dirigente estava atenta à qualquer reivindicação.

e) A carta encaminhada era semelhante a escrita pelo Deputado.

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 Conclusão

Na pesquisa feita cheguei a concluir que a palavra crase é de origem grega e significa
"fusão", "mistura". Na língua portuguesa, é o nome que se dá à "junção" de duas vogais
idênticas. Conclui ainda que a crase é utilizada em categorias funcionais, uma vez que a
mesma não possui uma relação semântica com os argumentos em sua volta, ela possui
uma função funcional, ou seja, gramatical. A crase identifica a fusão que ocorre com a
preposição a e um determinante (um artigo, por exemplo).

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 Referencia Bibliográfica

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37a edição revista, ampliadas e


actualizada conforme o novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Editora Nova
Fronteira, 2009.

TODA MATÉRIA. Disponível em https://www.todamateria.com.br/crase/ Acesso em:


26/05/2019 ás 23:50.

ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. Gramática normativa da língua portuguesa. 38 ed.
Rio de Janeiro: José Olympio, 2000.

SCHMITD, Luzia. Crase Sala de aula Mónaco em 15/05/ 2019.

https://pt.scribd.com/doc/62650446/TERMOS-TECNICOS. /. Acesso em: 26/05/2019


ás 23:50.

https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/conteudo/crase/1308. /. Acesso
em: 26/05/2019 ás 23:50.

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