Você está na página 1de 4

PRONOMES

PRONOMES PESSOAIS
Designam as três pessoas do discurso. Classificam-se em retos e oblíquos.
*Ele (a), nós, vós, eles (as): quando oblíquos tônicos sempre preposicionados.
Ex.: Ora se dirigia a nós, ora a eles.
Observação: Quando os verbos terminam em r, s, z e os pronomes pedidos são o(s), a(s), ocorre a queda
daquelas terminações, acrescentando-se o l (lo(s), la(s)); quando os verbos terminarem em som nasal (m ou
til), acrescenta-se o n (no(s), na(s)).
Ex.: Quero comprá-las. (= comprar + as) / Expusemo-la. (Expusemos + a) / Fê-los com rapidez.
(Fez + os) / Trouxeram-no (Trouxeram + o).
Retos
Funcionam, na maior parte dos casos, como sujeito ou predicativo.
Ex.: Tu não és eu. / O fato de ele reconhecer o erro...
suj. p.s. suj.
Oblíquos átonos
Funcionam, geralmente, como complemento (objeto direto, objeto indireto, complemento nominal).
Ex.: Vi – o na rua. / Obedeci-lhe. / A decisão lhe foi favorável.
O.D - O.I. - C.N

Colocação dos pronomes oblíquos átonos


me – te – se – o(s) – a(s) – lhe(s) – nos – vos
Próclise: quando o pronome átono aparece antes do verbo.
Ex.: Eu o ajudei naquela difícil tarefa.
Mesóclise: quando o pronome átono aparece no meio do verbo.
Ex.: Ajudá-lo-ei naquela difícil tarefa.
Ênclise: quando o pronome átono aparece após o verbo.
Ex.: Ajudei-o naquela difícil tarefa.
Observamos que a possibilidade de se usar o oblíquo átono é muito maior do que a proibição.
Portanto, estudaremos aqui os casos em que o uso do pronome átono é proibido.
É proibido:
a) iniciar oração com oblíquo átono; Exs.: Direi-te a verdade. (errado)
Exs.: Me espere hoje às seis horas. (errado) Havia falado-me a verdade. (errado)
Espere-me hoje às seis horas. (certo) Dir-te-ei a verdade. (certo)
b) colocá-los após futuros e particípio. Havia-me falado a verdade. (certo)
Observações:
1. Havendo palavra invariável (palavra que não tem feminino nem plural – que, quem, caso, se, em,
ninguém, alguém, tudo...) antes do verbo, próclise.
Ex.: Para me responder... / Não te ouvi.
Na locução verbal, se aparecer palavra invariável e o pronome vier preso ao auxiliar por
hífen, estará errada a construção.
Ex.: Ninguém queria-me ouvir. (errado)
Ninguém me queria ouvir. (certo)
Ninguém queria me ouvir. (certo: mesmo havendo palavra indefinida, o pronome pode ficar proclítico ao
verbo principal)
2. Após infinitivo, sempre certo o uso do pronome átono.
Ex.: Para responder-me...
Ninguém queria ouvir-me.
3. Com conjunção coordenativa (e, ou, mas, ...): próclise ou ênclise.
Ex.: Chegou e se deitou ou Chegou e deitou-se.

Reflexivos
Referem-se à mesma pessoa, correspondendo a a mim mesmo, a si mesmo etc.
Exs.: Eu me cortei. / Ele se feriu. / Olhou-se no espelho. / Trazia consigo as lembranças do passado.
Recíprocos
Indicam ideia mútua, recíproca, correspondendo a um ao outro.
Exs.: Eles se abraçaram.
Os namorados olhavam-se apaixonadamente.
Quanto aos pronomes possessivos, atenção:
Há duas maneiras de indicar a posse no discurso: utilizando-se de um pronome possessivo ou por meio de
um pronome oblíquo átono com valor possessivo. Assim, teríamos:
Beijou-lhe a face. (Beijou a sua face)
Beijou-me a face. (Beijou a minha face)
À noite, apareceram-lhe em casa alguns amigos. (em sua casa)
É exatamente isso: um pronome oblíquo átono pode ter o mesmo valor semântico que um pronome
possessivo. A seguir, alguns exemplos.
Assinale as opções em que o pronome lhe apresenta o mesmo valor significativo que possui em “uma
espécie de riso sardônico e feroz contraía-lhe as negras mandíbulas. ”:
Observe que aqui o que se pede é o pronome oblíquo átono com valor de posse. Nesse caso, ele irá sempre
se referir a um substantivo e poderá ser substituído por um outro pronome possessivo.
a) A mãe apalpava-lhe o coração.
(Isso é o mesmo que a mãe apalpava o seu coração, o coração dele.)
b) Aconteceu-lhe uma desgraça.
(Aconteceu uma desgraça a ele, e não dele.)
c) Tudo lhe era indiferente.
(Tudo era indiferente a ele.)
d) Afastou-lhe os cabelos.
(Afastou os seus cabelos, os cabelos dele.)
e) Ao inimigo, não lhe nego perdão.
(Não nego perdão a ele, e não o perdão dele.)
f) Não lhe contei o segredo.
(Não contei o segredo a ele.)
g) Apertou-lhe gentilmente a mão.
(Apertou a sua mão, a mão dele.)
Resposta: as alternativas que apresentam pronomes oblíquos com valor possessivo são A, D e G.

RESUMÃO
São muitos os pronomes... Pessoais, possessivos, indefinidos, relativos... Vamos resumir tudo
que é mais relevante sobre pronomes?
• Pronome indefinido é classe que se refere a substantivo. Indica ideia vaga, generaliza.
• Tanto o pronome indefinido quanto o adjetivo referem-se a substantivo. A diferença entre eles é
semântica: o adjetivo qualifica o substantivo e o pronome indefinido indica ideia indefinida,
vaga.
Atenção aos vocábulos “certo”, “vários”, “bastante”: quando se referem ao substantivo e vêm antes, são
pronomes indefinidos; quando vêm depois do substantivo, são adjetivos.

• Pronome pessoal reto substitui sujeito. Para substituir complementos, use o pronome pessoal oblíquo.
• Os pronomes oblíquos o, a, os, as substituem objetos diretos, complementos sem preposição.
Os pronomes oblíquos lhe e lhes substituem objetos indiretos, complementos com preposição.
• Já os curingas (me, te, se, nos, vos) podem ser objetos diretos ou indiretos. Tudo vai depender da regência
do verbo.
• Pronomes de tratamento são pronomes de 2a pessoa do discurso (com quem se fala), mas carrega o verbo e
os demais pronomes para a 3a pessoa do discurso (= você).
• Em colocação pronominal, lembre-se de que há 3 proibições, 1 regra e 2 exceções. Ao julgar uma frase
como certa ou errada, comece pensando nas proibições. Parta do princípio de que o que não é proibido está
correto
• Ao utilizar os demonstrativos em frases, não se esqueça de perguntar primeiramente se ele se refere ao
espaço/tempo/texto.
• Quando o pronome remete o leitor para uma informação que está dentro do texto, diz-se que ele tem
função endofórica. Tal função pode se subdividir em anafórica (o pronome retoma) ou catafórica (o
pronome avança no texto).
• O pronome terá função exofórica quando remeter o leitor para uma informação fora do texto: algo que tem
de se deduzido. É a função do “onde”, “quando”, “quem.
• Pronomes relativos têm sempre função anafórica. Lembre-se de que o pronome cujo não pode ser
substituído por nenhum outro relativo.
• Para saber a preposição que antecederá o relativo, basta colocar a oração que vem após o relativo na ordem
direta, verificando se há ali verbo ou nome que peça preposição.

Você também pode gostar