AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL

Língua Portuguesa – Aula 04

Edvaldo Ferreira

AFRFB / 2016
Língua Portuguesa 13. Quando me convocarem, entregar-lhe-ei as
PROF. EDVALDO FERREIRA - aula 4 provas do crime que...
COLOCAÇÃO PRONOMINAL Obs.: Usar-se-á a mesóclise com verbos no futuro
do presente e no futuro do pretérito, desde que não
Ocorre com os pronomes oblíquos átonos: me, te, haja termo atrativo.
se, nos, vos, o/a/os/as, lhe/lhes 14. Se se motivasse, mostrar-se-ia capaz.
Próclise = Pronome oblíquo antes do verbo. 15. Ninguém me daria razão naquela hora.
Ênclise = Pronome oblíquo após o verbo. Carla, à semana passada, se feriu. (V)
Mesóclise ou Tmese = Pronome oblíquo entre o Carla, à semana passada, feriu-se. (V)
verbo. Alguém, à semana passada, chamou-me. (F)
Obs.: A próclise pode ser empregada, desde que Alguém, à semana passada, me chamou. (V)
não inicie orações. Todavia, existindo termo atrativo, EM LOCUÇÃO VERBAL
a próclise deve ser usada obrigatoriamente. GRUPO I
Não devo-lhe dizer. (errado)
A criança se feriu. Não devo lhe dizer. (certo)
A criança feriu-se. Não lhe devo dizer. (certo)
Alguém se feriu. Não dever-lhe-ia dizer. (errado)
Termos Atrativos: Não devo dizer-lhe. (certo)
1. Advérbio; GRUPO II
2. Palavras negativas Devo-lhe dizer. (certo)
3.Pronome demonstrativo Dever-lhe-ia dizer. (certo)
4. Pronome relativo Devo lhe dizer. (certo)
5. Conjunção Subordinada Deveria dizer-lhe. (certo)
6. Frases optativas Lhe devo dizer. (errado)
7. Pronome indefinido Devo dizer-lhe. (certo)
8. Frases exclamativas GRUPO III
9. Frases interrogativas Alguém me tem dito. (certo)
10. Verbos no gerúndio precedidos da prep. “em” Alguém ter-me-ia dito. (errado)
4. Luciana me chamou. / Luciana chamou-me. Alguém tem-me dito. (errado)
Em “Luciana me chamou”, temos o uso da próclise, Alguém tem me dito. (certo)
mas a ênclise támbém é correta. Alguém tem dito-me. (errado)
* A precedência é da ênclise. Ter-se-lhe-ia devolvido o material. (certo)
* Mesóclise é usada com verbo no futuro do pre- CRASE
sente e no futuro do pretérito. Mas, ressalto: se o REGRA GERAL
termo anterior não for atrativo, a próclise também é A+A=À
correta. A + AQUELA = ÀQUELA
Marta chamar-me-á amanhã. A + AQUELE = ÀQUELE
Marta me chamará amanhã. A + AQUILO = ÀQUILO
5. Santa Madalena o proteja. ( Frase Optativa ) NOTA: Observe que a crase ocorre da fusão entre a
preposição “A” e o artigo “A”. Logo, o acento grave
* A frase optativa é a expressão de um desejo, surge de termos sintáticos que apresentam preposi-
cabendo ao sujeito a opção em realizar a ação. ção. Assim sendo, quais os termos sintáticos que
Observe que o sujeito na estutura tem a opção em trazem preposição?
realizar ação. Não sabemos, em verdade, se irá Objeto indireto, complemento nominal e adjunto
concretizar ou não concretizar a ação. adverbial.
6. Ela te ama. ( ou Ela ama-te ) Portanto, use o acento grave em adjunto adverbial,
7. Ela te ama! complemento nominal e objeto indireto, desde que
8. Comprei o livro que me indicaram. os núcleos sejam palavras femininas e definidas (ou
masculinas, quando precedidas do pronome de-
9. Quero que se mostrem interessados. monstrativo “aquele”).
10. Não te entregar o recibo é ser imprudente. Exs.:
11. Não entregar-te o recibo é ser imprudente. a) Os policiais foram à praia, às pres-
Obs.: Mesmo existindo termo atrativo, se o verbo sas, às 8 horas.
estiver no infinitivo, devo empregar a Próclise, mas [o acento grave surge em virtude de termos adjun-
posso usar a ênclise. tos adverbiais com núcleos femininas e definidas]
12. Se não se envolvesse com más pessoas, estaria b) À amiga Helena, durante a sessão, os diretores
tranquilo. fizeram alusão.

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(Trata-se de complemento nominal, tendo “alusão”
como termo regente)
c) Obedeço às regras do jogo. (O emprego do acen-
to grave é correto, pois temos objeto indireto)
d) Irei a alguma festa.
(embora seja adjunto adverbial, o termo grifado não
recebe o acento grave, pois o substantivo “ festa”
está indefinido. O pronome “alguma” indefine o
substantivo “festa”)
e) Referiram-se a Roma.
Referiram-se à Roma de César.
f) Vi os criminosos a distância.
Vi os criminosos à distância de dois metros.
g) Cheguei a casa.
Cheguei à casa de meus avós.
h) Os marinheiros desceram a terra, após meses no
oceano.
i) Após duas semanas, desceu à terra, reconfortan-
do-se.
Obs.: Com as palavras “Roma”, “Terra”, “Distância”
e “Casa”, exercendo os valores sintáticos de objeto
indireto, complemento nominal e adjunto adverbial,
apenas use o acento grave quando acompanhadas
de um determinante (o determinante justifica o arti-
go / já a preposição virá da regência empregada no
período).
j) A menina a quem deram o livro saiu cedo.
(nunca use acento grave antes do pronome relativo
“quem”, pois se trata de termo indefinido)
k) Daqui a uma hora, colegas, iremos à festa.
(como a hora não está definida, não use o acento
grave. A palavra “uma”, no contexto, é um numeral.)
l) Cheguei a reuniões financeiras.
(não se usa o acento grave, quando o “a” estiver no
singular e o substantivo estiver no plural, pois fica
evidente que não existe artigo. E se não há artigo, o
substantivo está indefinido, sendo o “a” apenas a
preposição, vinda da flexão “Cheguei”)
m) Cheguei às reuniões financeiras. (o termo em
destaque exerce a função de adjunto adverbial de
lugar)
n) Dei o livro a Gustavo. (não há acento grave, pois
“Gustavo” é uma palavra masculina)
o) Renata usa sapatos à Luís XV.
(Use acento grave, pois existe implícita a palavra
“moda”)
p) Viso àquele emprego, Anafábia.
(A preposição vinda da regência verbal se aglutina
com o “a” do pronome demonstrativo “aquele”. De
fato, neste exemplo, temos gramaticalmente correto
o acento grave diante de palavra masculina)
q) Prefiro isto àquilo.
(o termo acima exerce a função de objeto indireto,
tendo a preposição “a” se fundido com o pronome
demonstrativo “aquilo”)
r) Estou a analisar processos. (nunca use acento
grave antes de palavra verbal)
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s) Fiz referências a algumas propostas oportunas.
(não se usa acento grave antes de termo indefinido)
t) A beleza a que me referi lembra quadros simbolis-
tas. (não use acento grave antes do pronome relati-
vo “que”, desde que o termo regente esteja pospos-
to ao pronome relativo “que”. No exemplo, a prepo-
sição “a” surge de “me referi”. Substituindo pelo
pronome relativo “qual”, teríamos o acento grave: “A
beleza à qual me referi lembra quadros simbolistas)
u) Elas saíram da sala, Sônia, à uma, às 20 horas.
(Empregue acento grave em “à uma” quando indicar
tempo ou quando o termo “à uma” corresponder a
“juntos”, “aproximadamente”. Nesse exemplo ao
lado, “à uma” equivale a “juntos” / no próximo
exemplo, a ideia é de tempo)
v) Saímos à uma da tarde.
w) A carta a cuja mensagem eu fui grata guardo
com carinho. (antes do pronome relativo “cuja” não
use o acento grave. A preposição “a” antes do pro-
nome relativo “cujo” e suas variantes é decorrente
da regência da oração em que o próprio pronome
relativo está inserido. No exemplo, a preposição
vem da regência da palavra “grata”)
ATENÇÃO:
Fui à Bahia.
Fui a Salvador
Irei a Portugal.
* Fui à Bahia / Voltei da Bahia (ao inverter a ação
verbal, perceba que a preposição “de” se fundiu
com o artigo. Logo, em “Fui à Bahia” empregue o
acento grave. Porém, se na inversão verbal, não
ocorrer a fusão da preposição “de” com o artigo “a”,
não use o acento indicativo de crase.
CASOS FACULTATIVOS CLÁSSICOS: ora o acen-
to grave é facultativo, em decorrência do uso optati-
vo do artigo, ora em virtude do uso optativo da pre-
posição.
a) Dei o texto à sua amiga.
b) Fui até à esquina.
c) Fizemos alusão à Helena Xavier.
d) Dei o dinheiro à sua amiga.
(antes de pronome possessivo feminino no singular
é facultativo o uso do artigo. Não usando o artigo,
também é correta a construção: “Dei o dinheiro a
sua amiga”).
b) Fui até à praça.
(após a palavra “até” é facultativa a preposição.
Dessa forma, também é correta a construção: “Fui
até a praça”)
c) Fizemos alusão à Lourdes Costa. (diante de no-
me de mulher quando não conhecida publicamente,
temos o emprego facultativo do artigo. Mas se o
substantivo próprio for de alguém conhecida publi-
camente, não podemos mais optar pelo uso do
acento grave, pois o artigo não pode ser posto antes
de nome de pessoa renomada – cuidado para não
se confundir com regionalismos. Ex.: Fizemos alu-
são a Dilma Rousseff)
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ALERTA:
Não use acento grave diante de sujeito e objeto
direto / e não use acento grave diante de pronomes
de tratamento, exceto Senhora, Senhorita, Dona e
Madame.
Exs.:
Definiu-se a distância de quatro metros.
Vendi a casa de meus avós.
Ofereci livros a V. Sa. e a senhora Lourdes, mas a
Senhora Lourdes não quis.
Preposição Acidental: ocorre quando a preposição
não surge de termo regente. Nesse caso, é comum
acento grave em adjuntos adverbiais, locuções pre-
positivas e locuções conjuntivas.
Exs.:
À medida que ela estuda, aprende mais e mais.
(locução conjuntiva)
Estão sentados à mesa. (adjunto adverbial)
À custa de muito esforço, obteve êxito. (locução
prepositiva)
ESAF - Assinale a opção que completa corretamen-
te as lacunas do texto abaixo.
Produtividade é o que se busca na essência. Só
houve racionalidade na indústria, depois de décadas
de desperdício, depois que os computadores come-
çaram __(1)__ ser interligados uns aos outros. O
nosso tempo, este da ampliação extraordinária da
internet, onipresente
e onisciente, é o melhor dos mundos para o salto de
produtividade. Com a internet das coisas, estaremos
aptos __(2)__ levantar informações detalhadíssi-
mas, o que ajudará __(3)__ administrar melhor
qualquer negócio e o tempo que __(4)__ para reali-
zá-lo. Para entender como esse novíssimo movi-
mento tecnológico transformará __(5)__ sociedade,
em todos os aspectos, basta olhar __(6)__ nossa
volta, observar nossa casa e o escritório de traba-
lho. Quanto tempo se demora ajustando a tempera-
tura do chuveiro antes de tomar banho? Ou en-
chendo de gasolina o tanque do carro? Pagando
contas bancárias? Com a internet das coisas, não
nos preocuparemos com nada disso. Os aparelhos
que nos rodeiam, conectados entre si e programa-
dos para
compreender os hábitos de seus donos, se encarre-
garão sozinhos de resolver __(7)__ maior parte dos
afazeres do dia a dia. Soa longínquo? Não é.
__(8)__ hoje experiências interessantíssimas do
bom uso da internet plugada em objetos. (Adaptado
de VEJA, 22 de janeiro, 2014)

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