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MANUAL DA
Gramática
2017
1-Acentuação Gráfica
2-Emprego do Hifen
3-Figuras de linguagem
4-Crase
5-Ortografia
6-Substantivo
7-Artigos
8-Adjetivos
9-Numerais
10-Pronomes
11-Verbos
12-Advérbios
13-Preposições
14-Interjeições
15-Concordância nominal
16-Concordância verbal
17-Regência nominal
18-Regência verbal
19-Aposto
20-Vocativo
21-Conjunções
24-Linguagem
-Função da linguagem
25-Termos da oração
26-Pontuação
1-Acentuação Gráfica
Acentuação gráfica é o processo pelo qual as palavras acento gráfico de acordo com as normas ortográficas da língua
portuguesa.
ACENTUAÇÃO:
1. Regra dos hiatos (abolida pela reforma ortográfica):
Como era
Todas as palavras terminadas em OO(s) e as formas verbais terminadas em EEM recebiam acento circunflexo: vôo,
vôos, enjôo, enjôos, abençôo, perdôo; crêem, dêem, lêem, vêem, relêem, prevêem.
Como fica
Sem acento: voo, voos, enjoo, enjoos, abençoo, perdoo; creem, deem, leem, veem, releem, preveem.
O que não muda
a) Eles têm e eles vêm (terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos TER e VIR);
b) Ele contém, detém, provém, intervém (terceira pessoa do singular do presente do indicativo dos verbos derivados
de TER e VIR: conter, deter, manter, obter, provir, intervir, convir);
c) Eles contêm, detêm, provêm, intervêm (terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos derivados de
TER e VIR).
2. Regra do U e do I (parcialmente abolida):
O que não muda
As vogais I e U recebem acento agudo sempre que formam hiato com a vogal anterior e ficam sozinhas na sílaba ou
com S:
Gra-ja-ú, ba-ú, sa-ú-de, vi-ú-va, con-te-ú-do, ga-ú-cho, eu re-ú-no, ele re-ú-ne, eu sa-ú-do, eles sa-ú-dam;
I-ca-ra-í, eu ca-í, eu sa-í, eu tra-í, o pa-ís, tu ca-ís-te, nós ca-í-mos, eles ca-í-ram, eu ca-í-a, ba-í-a, ra-í-zes, ju-í-za, ju-
í-zes, pre-ju-í-zo, fa-ís-ca, pro-í-bo, je-su-í-ta, dis-tri-bu-í-do, con-tri-bu-í-do, a-tra-í-do?
Observações:
a) A vogal I tônica, antes de NH, não recebe acento agudo: rainha, bainha, tainha, ladainha, moinho.
b) Não há acento agudo quando formam ditongo e não hiato: gra-tui-to, for-tui-to, in-tui-to, cir-cui-to, mui-to, sai-a,
bai-a, que eles cai-am, ele cai, ele sai, ele trai, os pais
c) Não há acento agudo quando as vogais I e U não estão isoladas na sílaba: ca-iu, ca-ir-mos, sa-in-do, ra-iz, ju-iz, ru-
im, pa-ul
O que muda
Perdem o acento agudo as palavras em que as vogais I e U formam hiato com um ditongo anterior: fei-u-ra, bai-u-ca,
Bo-cai-u-va
Como era
Feiúra, baiúca, bocaiúva
Como fica
Feiura, baiuca, bocaiuva
3. Regra dos ditongos abertos ÉU, ÉI e ÓI (parcialmente abolida):
Como era
Acentuavam-se todas as palavras que apresentam ditongos abertos:
ÉU: céu, réu, chapéu, troféus
ÉI: papéis, pastéis, anéis, idéia, assembléia
ÓI: dói, herói, eu apóio, esferóide
Observações:
a) Não se acentuam os ditongos fechados:
EU: seu, ateu, judeu, europeu
EI: lei, alheio, feia
OI: boi, coisa, o apoio
b) No Brasil, colmeia e centopeia são pronunciados com o timbre aberto.
O que muda?
Perdem o acento agudo somente as palavras paroxítonas: ideia, epopeia, assembleia, jiboia, boia, eu apoio, ele apoia,
esteroide, heroico
O que não muda
O acento agudo permanece nas palavras oxítonas: dói, mói, rói, herói, anéis, papéis, pastéis, céu, réu, troféu, chapéus
4. Regra do acento diferencial (parcialmente abolida):
Como era
Recebiam acento gráfico:
Ele pára (do verbo PARAR - só a 3ª. pessoa do singular do presente do indicativo);
Eu pélo, tu pélas e ele péla (do verbo PELAR);
O pêlo, os pêlos (substantivo = cabelo, penugem);
A pêra (substantivo = fruta - só no singular);
O pólo, os pólos (substantivos = jogo ou extremidade).
Como fica
Sem acento gráfico:
Ele para (do verbo PARAR - 3ª. pessoa do singular do presente do indicativo);
Eu pelo, tu pelas e ele pela (do verbo PELAR);
O pelo, os pelos (substantivo = cabelo, penugem);
A pera (substantivo = fruta);
O polo, os polos (substantivos = jogo ou extremidade).
O que não mudou
a) PÔR (só o infinitivo do verbo): "Ele deve pôr em prática tudo que aprendeu"; POR (preposição): "Ele deve ir por
este caminho".
b) PÔDE é a 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo: "Ontem ele não pôde resolver o problema";
PODE é a 3ª pessoa do singular do presente do indicativo: "Agora ele não pode sair".
Observação:
Sugiro que acentuemos fôrma ("fôrma de pizza"), como orienta o dicionário Aurélio, a fim de diferenciar de forma
('forma física ideal").
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Posição da sílaba tônica:
Proparoxítona (sílaba tônica na antepenúltima): pálido
Paroxítona (sílaba tônica na penúltima): palito
Oxítona (sílaba tônica na última): paletó
1. Proparoxítonas
TODAS recebem acento gráfico:
máximo, cálice, lâmpada, elétrico, estatística, ínterim, álcool, alcoólico.
Observações:
déficit (forma aportuguesada) ou deficit (forma latina = sem acento gráfico);
habitat; sub judice (formas latinas);
récorde (usual, mas sem registro nos dicionários e no Vocabulário Ortográfico da ABL) ou recorde (forma registrada).
2. Paroxítonas
Só recebem acento gráfico as terminadas em:
ã(s) - ímã, órfã, ímãs, órfãs
ão(s) - órfão, bênção, órgãos, órfãos
i(s) - táxi, júri, lápis, tênis
us - vírus, bônus, ânus, Vênus
um, uns - álbum, álbuns, fórum, fóruns
ons - íons, prótons, nêutrons
ps - bíceps, tríceps, fórceps
R - éter, mártir, açúcar, júnior
X - tórax, ônix, látex, Fênix
N - hífen, pólen, próton, elétron
L - túnel, móvel, nível, amável
ditongos - secretária, área, cárie, séries, armário, prêmios, arbóreo, água, mágoa, tênue, mútuo, bilíngue, enxáguem,
deságuam
Observações:
Não recebem acento gráfico as paroxítonas terminadas em:
a(s) - bola, fora, rubrica, bodas, caldas
e(s) - neve, aquele, cortes, dotes
o(s) - solo, coco, sapato, atos, rolos
em, ens - nuvem, item, hifens, ordens
am - falam, estavam, venderam, cantam
3. Oxítonas
Só recebem acento gráfico as terminadas em:
a(s) - sofá, atrás, maracujá, babás, dirá, falarás, encaminhá-la, encontrá-lo-á
e(s) - café, pontapés, você, buquê, português, obtê-lo, recebê-la-á
o(s) - jiló, avô, avós, gigolô, compôs, paletó, após, dispô-lo
em, ens - além, alguém, também, parabéns, vinténs, ele intervém, tu intervéns
Observações:
Não recebem acento gráfico as oxítonas terminadas em:
i(s) - aqui, saci, Parati, anis, barris, adquiri-lo, impedi-la
u(s) - bauru, urubu, Nova Iguaçu, Bangu, cajus, expus
az, ez, oz - capaz, talvez, atroz
or - condor, impor, compor
im - ruim, assim, folhetim
4. Monossílabas
Só recebem acento gráfico as palavras tônicas (substantivos, adjetivos, verbos, pronomes, advérbios, numerais)
terminadas em:
a(s) - pá, gás, má, más, ele dá, há, tu vás, dá-lo, já, lá
e(s) - fé, ré, pés, mês, que ele dê, ele vê, vê-los, tu lês, três
o(s) - pó, dó, nó, nós, cós, vós, pôs, pô-lo
Observações:
a) Não recebem acento gráfico os monossílabos tônicos terminados em:
i(s) - ti, si, bis, quis
u(s) - tu, cru, nus, pus
az, ez, oz - paz, fez, vez, noz, voz
or - cor, for, dor
em, ens - bem, sem, trens, ele tem, ele vem, tu tens, tu vens
Como era
Usávamos o trema na vogal U (pronunciada e átona), antecedida de Q ou G e seguida de E ou I. O objetivo do trema
era distinguir a vogal U muda (= não pronunciada) da vogal U pronunciada:
QUE = quente, questão, quesito; QÜE = freqüente, seqüestro, delinqüente;
a) Nas formações em que o segundo elemento começa por H: ante-histórico, anti-higiênico, anti-herói, anti-horário,
auto-hipnose, circum-hospitalar.
Não se usa, no entanto, o hífen em formações que contêm em geral os prefixos DES- e IN- e nas quais o segundo
elemento perdeu o H inicial: desumano, desarmonia, desumidificar, inábil, inumano
b) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina na MESMA VOGAL com que se inicia o segundo
elemento: auto-observação, anti-imperialismo, anti-inflacionário e anti-inflamatório.
Com os prefixos AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, NEO, PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA, ULTRA,
ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE. Se o segundo elemento começa por S ou R, devemos dobrar as consoantes, em vez
de usar o hífen
Como era:
auto-retrato, auto-serviço, auto-suficiente, auto-sustentável, contra-reforma.
Como fica:
autorretrato, autosserviço, autossuficiente, autossustentável, contrarreforma, contrassenso, infrarrenal.
Como era:
auto-adesivo, auto-análise, auto-idolatria, contra-espião, contra-indicação.
Como fica:
autoadesivo, autoanálise, autoidolatria, contraespião, contraindicação, contraordem.
Emprego do hífen
Hífen
O uso do hífen muda com o Novo Acordo. O quadro abaixo mostra os prefixos em que o hífen deve ou não
ser empregado.
3-Figuras de Linguagem
Figuras de som
e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que está
implícito. A silepse pode ser:
• De gênero
Vossa Excelência está preocupado.
• De número
Os Lusíadas glorificou nossa literatura.
• De pessoa
“O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se derrete na
boca.”
f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada
construção sintática e depois se opta por outra.
"O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto" (Carlos Drummond de Andrade) .
Figuras de pensamento
a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido.
"Eu vi a cara da morte, e ela estava viva". (Cazuza)
b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou
humorístico.
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”
c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma
afirmação desagradável.
Seu Jurandir partiu desta para uma melhor. (em vez de ele morreu)
e) prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres
animados.
“Devagar as janelas olham...” (Carlos Drummond de Andrade)
Figuras de palavras
a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de
similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o
conectivo comparativo fica subentendido.
“Meu coração é um balde despejado” (Fernando Pessoa)
b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente
significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita
com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os
termos. Observe:
Sócrates tomou as mortes. (O efeito é a morte, a causa é o veneno).
c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por
empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido
figurado.
O pé da mesa estava quebrado.
d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade:
O Rei do Futebol (em vez de Pelé)
e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.
"Como era áspero o aroma daquela fruta exótica" (Giuliano Fratin)
4-Crase
Crase é a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou ainda da preposição “a” com as iniciais dos
pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a qual (as quais). Graficamente, a
fusão das vogais “a” é representada por um acento grave, assinalado no sentido contrário ao acento agudo: à.
1. A crase deve ser empregada apenas diante de palavras femininas: Essa é a regra básica para quem quer
aprender mais sobre o uso da crase. Apesar de ser a mais conhecida, não é a única, mas saber que – salvo exceções – a
crase não acontece antes de palavras masculinas já ajuda bastante! Caso você fique em dúvida sobre quando utilizar o
acento grave, substitua a palavra feminina por uma masculina: se o “a” virar “ao”, ele receberá o acento grave. Veja só
um exemplo:
2. Lembre-se de utilizar a crase em expressões que indiquem hora: Antes de locuções indicativas de horas,
empregue o acento grave. Observe:
Ele esteve aqui às 8h, mas foi embora porque não te encontrou.
Mas quando as horas estiverem antecedidas das preposições para, desde e até, naturalmente o artigo não receberá o
acento indicador de crase. Observe:
3. Antes de locuções adverbiais femininas que expressam ideia de tempo, lugar e modo. Observe os exemplos:
4. A crase, na maioria das vezes, não ocorre antes de palavra masculina: Isso acontece porque antes de palavra
masculina não ocorre o artigo “a”, indicador do gênero feminino:
Existe um caso em que o acento indicador de crase pode surgir antes de uma palavra masculina. Isso acontecerá
quando a expressão “à moda de” estiver implícita na frase. Observe o exemplo:
Ele cantou a canção à Roberto Carlos. (Ele cantou a canção à moda de Roberto Carlos).
→ Antes dos pronomes possessivos femininos minha, tua, nossa etc.: Nesses casos, o uso do artigo antes do
pronome é opcional. Observe:
→ Antes de substantivos femininos próprios: Vale lembrar que, antes de nomes próprios femininos, o uso da crase é
opcional, até porque o artigo antes do nome não é obrigatório. Observe:
Ou
→ Depois da palavra até: Se depois da preposição até houver uma palavra feminina que admita artigo, a crase será
opcional. Observe:
ou
5-Ortografia
Ortografia
A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a forma escrita das palavras. Essa escrita está relacionada
tanto a critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) quanto fonológicos (ligados aos fonemas representados).
É importante compreender que a ortografia é fruto de uma convenção. A forma de grafar as palavras é produto de
acordos ortográficos que envolvem os diversos países em que a língua portuguesa é oficial. A melhor maneira de
treinar a ortografia é ler, escrever e consultar o dicionário sempre que houver dúvida.
Emprego de X e Ch
Emprega-se o X:
1) Após um ditongo.
Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro), encher e seus derivados
(enchente, enchimento, preencher...)
Exceção: mecha
bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, rixa, oxalá, praxe, roxo,
vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, etc.
bochecha, bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, chute, cochilo, debochar, fachada, fantoche,
ficha, flecha, mochila, pechincha, salsicha, tchau, etc.
Para representar o fonema /j/ na forma escrita, a grafia considerada correta é aquela que ocorre de acordo com
a origem da palavra. Veja os exemplos:
Emprega-se o G:
Exceção: pajem
Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem), vertiginoso (de vertigem)
4) Nos seguintes vocábulos:
algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege, megera, monge,
rabugento, vagem.
Emprega-se o J:
Exemplos:
Exemplos:
berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje, traje, pegajento
Emprega-se o S:
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
5) Após ditongos
Exemplos:
6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus derivados
Exemplos:
Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás
abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa, cortesia, decisão,despesa, empresa, freguesia, fusível,
maisena, mesada, paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio, querosene, raposa, surpresa,
tesoura, usura, vaso, vigésimo, visita, etc.
Emprega-se o Z:
1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z no radical
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
Exemplos:
azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar, catequizar, chafariz, cicatriz, coalizão, cuscuz, proeza,
vizinho, xadrez, verniz, etc.
Exemplos:
Emprega-se o S:
Exemplos:
Emprega-se Ç:
Exemplos:
Emprega-se o X:
Exemplos:
Emprega-se Sc:
Exemplos:
Emprega-se Sç:
Exemplos:
Exemplos:
Emprega-se o Xc e o Xs:
Exemplos:
Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i / pode não ser nítida. Observe:
Emprega-se o E:
Exemplos:
Emprega-se o I :
Exemplos:
cair- cai
doer- dói
influir- influi
Exemplos:
Anticristo, antitetânico
Emprega-se o O/U:
A oposição o/u é responsável pela diferença de significado de algumas palavras. Veja os exemplos:
Emprego da letra H
Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético. Conservou-se apenas como símbolo, por força da
etimologia e da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo, grafa-se desta forma devido a sua origem na forma
latina hodie.
Emprega-se o H:
Observações:
1) No substantivo Bahia, o "h" sobrevive por tradição. Note que nos substantivos derivados
como baiano, baianada ou baianinha ele não é utilizado.
2) Os vocábulos erva, Espanha e inverno não possuem a letra "h" na sua composição. No entanto, seus
derivados eruditos sempre são grafados com h. Veja:
POR QUE
A forma por que é a sequência de uma preposição (por) e um pronome interrogativo (que). Equivale a "por
qual razão", "por qual motivo":
Exemplos:
Desejo saber por que você voltou tão tarde para casa.
Por que você comprou este casaco?
Há casos em que por que representa a sequência preposição + pronome relativo, equivalendo a "pelo qual"
(ou alguma de suas flexões (pela qual, pelos quais, pelas quais).
Exemplos:
POR QUÊ
Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto (final, de interrogação, de exclamação) ou
de reticências, a sequência deve ser grafada por quê, pois, devido à posição na frase, o
monossílabo "que" passa a ser tônico.
Exemplos:
PORQUE
A forma porque é uma conjunção, equivalendo a pois, já que, uma vez que, como. Costuma ser utilizado em
respostas, para explicação ou causa.
Exemplos:
PORQUÊ
A forma porquê representa um substantivo. Significa "causa", "razão", "motivo" e normalmente surge
acompanhada de palavra determinante (artigo, por exemplo).
Exemplos:
Estas duas palavras existem na língua portuguesa e estão corretas. Como os seus significados são diferentes, devem
ser usadas em situações diferentes.
Mal é o contrário de bem.
Mau é o contrário de bom.
A forma mais fácil e eficaz de entendermos a diferença entre mal e mau e usarmos corretamente estas palavras é pela
oposição, ou seja, utilizando seus antônimos e vendo qual está correto na frase:
6-Substantivo
Os substantivos são palavras que usamos para nomear os seres e as coisas. Possuem classificação e flexionam-se em
gênero, número e grau.
Concretos
Quando tratam de coisas reais, ou tidas como reais.
homem, menino, lobisomem, fada.
Abstratos
Quando tratam de estados e qualidades, sentimentos e ações.
vida (estado), beleza (qualidade), felicidade (sentimento), esforço (ação).
Simples
Quando formados por um só radical.
flor, tempo, chuva...
Compostos
Quando possuem mais de um radical.
couve-flor, passatempo, guarda-chuva...
Primitivos
Quando não derivam de outra palavra da língua portuguesa.
pedra, ferro, porta...
Derivados
Quando derivam de outra palavra da língua portuguesa.
pedreira, pedreiro, ferreiro, portaria...
Comuns
Quando se referem a seres da mesma espécie, sem especificá-los.
país, cidade, pessoa...
Próprios
Quando se referem a seres, pessoas, entidades determinados. São escritos sempre com inicial maiúscula.
Brasil, Santos, João, Deus...
Coletivos
Quando se referem a um conjunto de seres da mesma espécie.
álbum (fotografias, selos), biblioteca (livros), código (leis)...
Flexionam-se em gênero para indicar o sexo dos seres vivos. (quanto aos seres inanimados a classificação é
convencional).
Masculino
Quando podem ser precedidos dos artigos o ou os.
Feminino
Quando podem ser precedidos dos artigos a ou as.
Epicenos
Quando um só gênero se refere a animais macho e fêmea.
jacaré (macho ou fêmea)...
Sobrecomuns
Quando um só gênero se refere a homem ou mulher.
a criança (tanto menino quanto menina)
Plural
Quando se refere a mais de um ser ou grupo de seres.
homens, povos, flores...
Flexionam-se em grau para se referir ao tamanho e também emprestar significado pejorativo, afetivo, etc.
7-Artigos
São amigos inseparáveis do substantivo, pois toda vez que tiver artigo o mesmo estará se referindo a um substantivo.
Esta referência poderá ser definindo ou indefinindo.
Artigos indefinidos: tem a função de apresentar um elemento qualquer de uma espécie, ou seja, sem particularizar.
- Não brinque com os artigos, pois ele tem o poder de mudar as classes de algumas palavras.
Exemplo:
verbo passar a ser substantivo -> O cantar é belo.
Adjetivo ganha a função de substantivo -> O azul do mar é irradiante.
Advérbio funciona como substantivo -> Falou um não.
“Assim vamos de todo o nosso vagar contemplando este majestoso e pitoresco anfiteatro...” (Almeida Garret).
“-A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único...” (Machado de Assis).
“Não havia na colônia, e ainda no reino, uma só autoridade em semelhante matéria...” (Machado Assis).
“... tinha decorado para os dramas majestosos dos elementos...” (José de Alencar).
9-Adjetivos
Adjetivos são palavras que caracterizam o substantivo atribuindo-lhes qualidades, estados, aparência, etc.
Quanto à classificação podem ser:
-Simples
Quando formados por apenas um radical.
claro, escuro...
- Compostos
Quando formados por dois ou mais radicais.
amarelo-claro, azul-escuro...
-Primitivos
Quando não derivados de outra palavra em língua portuguesa.
bom, feliz...
-Derivados
Quando derivados de outros substantivos ou verbos.
bondoso, amado...
- Uniformes
Quando uma única forma é usada tanto para concordar com substantivos masculinos quanto com femininos.
menino feliz, menina feliz...
-Biformes
Quando se flexionam para concordar com o substantivo que qualificam.
menino bonito, menina bonita...
Quanto ao número, podem ser singular ou plural para acompanhar o substantivo que qualificam.
Flexionam-se em grau para expressar a intensidade das qualidades do substantivo ao qual se referem.
relativo de superioridade
10-Numerais
Numeral é uma das palavras que se relaciona diretamente ao substantivo, dando a idéia de número.
Exemplos:
- Andei por duas quadras.
- Fui a segunda colocada no concurso.
- Comi um quarto da pizza.
- Tenho triplo da idade de meu filho.
CARDINAL
Indica quantidade, serve para fazer a contagem.
ORDINAL
Expressa ordem.
MULTIPLICATIVO
Indica multiplicação.
FRACIONÁRIO
Expressa divisão, fração e partes.
COLETIVO
Indica um conjunto. Exemplo: centena, dúzia, dezena, década e milheiro.
Diferença entre um artigo e o um numeral, um artigo indica indefinição do substantivo e o um numeral indica
quantidade do substantivo.
Números fracionários.
É meio-dia e meia (hora).
11-Pronomes
Pronomes
PRONOMES PESSOAIS são termos que substituem ou acompanham o substantivo. Servem para representar os
nomes dos seres e determinar as pessoas do discurso, que são:
São pronomes oblíquos, quando atuam como complemento (objeto direto ou indireto).
Quanto à acentuação, classificam-se em oblíquos átonos (acompanham formas verbais) e oblíquos tônicos
( acompanhados de preposição):
Pronomes oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes.
Em verbos terminados em -r, -s ou -z, elimina-se a terminação e os pronomes o(s), a(s) se tornam lo(s), la(s).Em
verbos terminados em -am, -em, -ão e -õe os pronomes se tornam no(s), na(s).
Pronomes oblíquos tônicos: mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas.
A mim pouco importa o que dizem...
Os pronomes de tratamento tem a função de pronome pessoal e serve para designar as pessoas do discurso.
PRONOMES POSSESSIVOS - Indicam posse. Estabelece relação da pessoa do discurso com algo que lhe
pertence.
Singular Plural
São formas invariáveis: quem, alguém, ninguém, outrem, cada, algo, tudo, nada..
PRONOMES INTERROGATIVOS – São empregados para formular perguntas diretas ou indiretas. Podem ser
variáveis ou invariáveis.
PRONOMES RELATIVOS – São os que relacionam uma oração a um substantivo que representa. Também se
classificam em variáveis e invariáveis.
12-Verbos
Verbos são palavras que indicam ações, estados ou fenômenos, situando-os no tempo.
Quanto à estrutura, os verbos são compostos pelo radical (a parte invariável e que normalmente se repete), terminação
(a parte que é flexionada) e a vogal temática (que caracteriza a conjugação).
Flexionam-se em número para concordar com o sujeito/substantivo que acompanham; em pessoa; em tempo; em
modo e em voz.
Quanto ao número podem ser: Singular e Plural.
Quanto à pessoa podem ser:
1ª pessoa – a que fala
2ª pessoa – com quem se fala
3ª pessoa – de quem se fala
Usa-se o pretérito perfeito para indicar fatos passados, observados depois de concluídos.
Usa-se o pretérito imperfeito para indicar fatos não concluídos no momento em que se fala como também para falar de
fatos que ocorriam com frequência no passado.
Usa-se o pretérito mais-que-perfeito para indicar fatos passados ocorridos anteriormente a outros fatos passados.
Usa-se o futuro do presente para falar de fatos ainda não ocorridos, mas que ocorrerão depois que se fala.
Usa-se o futuro do pretérito para indicar fatos futuros que dependem de outros fatos .
13-Advérbios
Advérbios são palavras invariáveis que exprimem circunstância (de lugar, de tempo, de modo, etc.) e possuem a
capacidade de modificar o verbo, o adjetivo, ou outros advérbios.
Exs.:
Os advérbios, além de modificarem o verbo, o adjetivo e o próprio advérbio, também podem modificar a oração
inteira. Nesse caso, o advérbio pode ocorrer em qualquer posição.
Ex.:
Quando a frase possui mais de um advérbio de modo terminados em -mente, apenas o último advérbio recebe o sufixo.
Ex.:
Os advérbios são classificados de acordo com as circunstâncias que exprimem. Eles podem ser de afirmação, de
negação, de modo, de lugar, de dúvida, de intensidade, de tempo e interrogativos. A seguir, uma lista com os principais
advérbios de cada tipo.
Exs.:
Exs.:
Advérbios de modo: bem, mal, melhor, pior, certo, também, depressa, devagar e, em geral, os adjetivos femininos
acrescidos do sufixo -mente.
Exs.:
Advérbios de lugar: aqui, ali, lá, além, perto, longe, fora, dentro, onde, acima, adiante.
Exs.:
Exs.:
Advérbios de intensidade: muito, pouco, bastante, menos, mais, tão, tanto, todo, completamente, excessivamente.
Exs.:
Advérbios de tempo: agora, já, logo, cedo, tarde, antes, depois, sempre, nunca, jamais, hoje, ontem, amanhã.
Exs.:
Advérbios interrogativos: onde (lugar), quando (tempo), como (modo), por que (causa)
Exs.:
Ex.:
Ex.:
Locução adverbial
Quando duas ou mais palavras (geralmente preposição + substantivo ou advérbio) formam uma expressão que
equivale a um advérbio chamamos de locução adverbial. As principais são:
às vezes, às pressas, vez por outra, de qualquer modo, de propósito, em breve, à toa, às escondidas, à noite, de repente,
de súbito.
Exs.:
14-Preposições
Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece,
normalmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes
na estrutura da língua pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a
compreensão do texto.
Tipos de Preposição
2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições.
3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
delas.
Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao
redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer
concordância em gênero ou em número.
por + a = pela
Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição e sim das palavras a que se ela se une.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois processos:
a + o = ao
a + onde = aonde
Preposição + Artigos
De + o(s) = do(s)
De + a(s) = da(s)
De + um = dum
De + uns = duns
De + uma = duma
De + umas = dumas
Em + o(s) = no(s)
Em + a(s) = na(s)
Em + um = num
Em + uma = numa
Em + uns = nuns
Em + umas = numas
A + a(s) = à(s)
Por + o = pelo(s)
Por + a = pela(s)
Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s)
De + ela(s) = dela(s)
De + este(s) = deste(s)
De + esta(s) = desta(s)
De + esse(s) = desse(s)
De + essa(s) = dessa(s)
De + aquele(s) = daquele(s)
De + aquela(s) = daquela(s)
De + isto = disto
De + isso = disso
De + aquilo = daquilo
De + aqui = daqui
De + aí = daí
De + ali = dali
De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s)
Em + este(s) = neste(s)
Em + esta(s) = nesta(s)
Em + esse(s) = nesse(s)
Em + aquele(s) = naquele(s)
Em + aquela(s) = naquela(s)
Em + isto = nisto
Em + isso = nisso
Em + aquilo = naquilo
A + aquele(s) = àquele(s)
A + aquela(s) = àquela(s)
A + aquilo = àquilo
1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los?
- Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. Ele servirá para determiná-lo como um substantivo
singular e feminino.
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação entre eles.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo.
Destino
Modo
Lugar
Assunto
Tempo
Causa
Fim ou finalidade
Escreveu a lápis.
Posse
Autoria
Companhia
Matéria
Meio
Origem
Conteúdo
Oposição
Preço
15-Interjeições
A interjeição ainda é considerada uma classe gramatical, apesar de alguns gramáticos discordarem, argumentando
que a interjeição se dá muito mais pela semântica da palavra do que pela forma.
Sendo assim, por definição básica, a Interjeição é uma palavra (ou frase) invariável que expressa emoções,
sentimentos, sensações. Ela não possui nenhuma relação sintática com o restante do período no qual se encontra, e
pode ser compreendida sozinha, sem auxílio de nenhuma outra palavra ou frase.
Geralmente a interjeição é a expressão das emoções do próprio interlocutor, sendo, portanto, bastante estudada pela
semântica e pela pragmática.
Bravo! Bravo!
Vejamos também alguns exemplos de locuções interjeitivas, ou seja, expressões com valor de interjeição, que
são formadas por duas ou mais palavras:
Se Deus quiser!
Valha-me Deus!
Nossa Senhora!
A interjeição muda de sentido conforme o contexto em que se encontra, dando margem, portanto, para que qualquer
palavra possa se tornar uma interjeição, dependendo do uso feito pelo falante.
A gramática classifica as interjeições segundo os significados que elas apresentam, classificação esta que não é
morfológica, mas semântica. Ainda há muitos estudos e questionamentos quanto a esta classificação, mas nas
gramáticas tradicionais encontramos as interjeições classificadas desta forma. Vejamos:
Advertência: Cuidado!, Atenção!, Ah! não vá por aí!, alerta!, alto lá!, calma!, olha!, Fogo!
Admiração: Ah! que linda paisagem! , Oh! como o mar está bravo!, puxa!, nossa!, que coisa!, oh!, uh!, ué!,
puxa!, uau!, gente!, céus!, uai!, (francês: ou la la)
Afugentamento: Xô!, Fora!, Passa!, rua!, toca!, arreda!, sai!, roda!, toca!, xô pra lá!
Alegria: Ah!, Oba!, Viva!, olé!, eba!, uhu!, eh!, gol!, que bom!, iupi!
Aplauso: bis!, isso!, bravo!, viva!, apoiado!, fiufiu!, valeu!, hurra!, muito bem!, parabéns!
Aversão: Droga!
Cansaço: ufa!.
Desejo: Oxalá!, Tomara!, Se Deus quiser!, pudera!, queira Deus!, quem me dera!;
Espanto, surpresa: Meu Deus!, Nossa!, Puxa!, oh!, ah!, ih!, opa!, céus!, chi!, gente!, hein?!, uai!;
Medo: Oh!, Cruzes!, Credo!, Ui! que horror!, uh!, Jesus!, ai!, ai de mim!
Quase sempre as interjeições vem acompanhadas de um ponto de exclamação, que pode ser combinado com outros
sinais de pontuação.
São geralmente consideradas “diferentes” das demais classes gramaticais, pelo fato de não assumirem função sintática,
de terem uma difícil caracterização morfológica e de virem das mais diversas origens filológicas.
A análise do discurso sugere analisarmos as interjeições segundo o contexto no qual se apresentam, mas há outros
fatores como a entonação e a mímica (o gesto do falante), que podem alterar o significado da mesma. Desta forma,
considera-se a interjeição como polissêmica, ou seja, uma mesma interjeição pode possuir uma variação de sentido.
16-Concordância nominal
Para o início do estudo da Concordância Nominal, propõe-se a leitura deste trecho do romance O Mulato, de Aluísio
Azevedo:
No dia imediato, Raimundo deu um passeio ao Alto da Carneira; no outro dia foi até São Tiago; no outro,
percorreu a praça do Mercado; foi três ou quatro vezes a Remédios; repetiu a visita aos pontos citados, e não tinha
mais aonde ir. (p.101). (Grifos da autora deste artigo).
Agora, solicita-se a identificação dos referentes das palavras sublinhadas no trecho acima.
Imediato → dia
outro → dia
a → praça
três → vezes
Regra Geral: O adjetivo, pronome, artigo e numeral concordam em número (singular ou plural) e gênero (masculino
ou feminino) com o substantivo, isto é, com o nome a que se referem. Essa ocorrência gramatical intitula-se
“Concordância Nominal”. A seguir, serão explicitadas as exceções que costumam suscitar dúvidas.
3. Verbo de ligação (indicador de estado) + adjetivo = concordância com o primeiro substantivo ou com os dois.
Admite-se também:
Quando os substantivos não vierem precedidos de artigo ou pronome, as referidas expressões são invariáveis:
As expressões supracitadas são invariáveis quando funcionam como advérbios, ou seja, referem-se a adjetivo ou a
verbo:
Muito obrigada, disse a professora após a homenagem feita pelos seus alunos.
As músicas de seu novo álbum são as mais variadas possíveis. (ou “possível”)
Cabe ressaltar que, embora sejam admissíveis tanto o singular quanto o plural, recomenda-se a opção pela forma
“plural”.
Para encerrar: Normalmente, o nome (substantivo) concorda com o artigo, pronome, adjetivo, numeral, com os quais
se interliga na construção dos textos. No entanto, há exceções relativas à concordância de variadas palavras e
expressões, que utilizamos de modo recorrente em nosso cotidiano, e que comumente suscitam dúvidas. Bons estudos!
17-Concordância verbal
De acordo com Cunha e Cintra (2008, p.510), a solidariedade entre o verbo e o sujeito, que ele faz viver no tempo,
exterioriza-se na concordância, isto é, na variabilidade do verbo para conformar-se ao número e à pessoa do sujeito.
Nessa perspectiva, eis a Regra Geral para a Concordância Verbal: o verbo concorda com seu sujeito em pessoa
(Eu/Tu/Ele/Nós/Vós/Eles) e em número (singular/plural). Porém, há exceções! Para estudá-las, recomenda-se, a
princípio, a atenção com estes conceitos:
Verbo: palavra que indica um fato (em geral: uma ação, um estado emocional, ou um fenômeno proveniente
da força da natureza), localizando-o no tempo.
Sujeito: termo da frase sobre o qual se declara algo.
1. Os nomes, que apresentam apenas a forma no plural, quando vierem precedidos de artigo, concordarão com o
verbo:
Mas, atenção:
Admitem-se as duas construções para a referência a títulos de livros e nomes de obras, mesmo precedidos de artigo:
Vidas Secas retrata a seca do Nordeste e a dura saga de uma família de retirantes.
Vidas Secas retratam a seca do Nordeste e a dura saga de uma família de retirantes.
b. O verbo pode concordar com o antecedente do “quem” ou – o que é recomendável – ficar na 3ª pessoa do
singular. Cabe destacar que o pronome “quem” somente deve ser empregado para se referir a seres humanos.
3. O pronome apassivador: se
Uma dica: Tente a inversão: “Os preços são divulgados.”. Vale ressaltar que a inversão não é possível quando o sujeito
não é determinado na frase. Nesse caso, o verbo fica no singular:
Não se admite a transformação: “Nas suas boas intenções não eram confiadas”. Portanto, o verbo fica no singular, pois
o sujeito é indeterminado.
4. As expressões de sentido quantitativo A maior parte de, Grande parte de, A maioria de, Grande número de, Uma
porção de, Grande quantidade de, Parte de acompanhadas de complemento no plural admitem a concordância verbal
no singular e no plural:
Caso não seja revelado quem deu as horas, o sujeito é a quantidade de horas expressa:
Obs.: Emprega-se o verbo no plural quando a expressão “mais de um” exprimir ideia de reciprocidade ou vier
repetida:
Núcleos em gradação:
Uma indignação, uma fúria desmedida, um ódio profundo, tomou (tomaram) conta de seu coração.
9. Um ou outro, ou nem um, nem outro, acompanhadas ou não de substantivo → Verbo no singular:
Obs.: Quando “ou” não indica a ideia de exclusão, o verbo fica no plural:
10. O verbo fica no singular ou no plural quando precedido da expressão uma das que, um dos que:
Note que, se a opção é pelo singular, a concordância é feita com “A abelha”, se pelo plural, com “uma das espécies”.
Vale salientar que o plural é a forma mais usual nesse caso.
11. Sujeito Composto + palavra resumitiva (tudo, nada, ninguém...) → verbo no singular
Você, seu amigo e eu fomos ao Farol naquele dia ensolarado.A diretora, os professores, os alunos e nós
concordamos com a realização da gincana.
Obs.: A opção pela 3ª pessoa do plural se deve ao desuso do pronome “vós” e respectivas formas verbais no Brasil.
Obs.: Em locuções verbais, o verbo “haver” transmite a impessoalidade para o verbo auxiliar:
Aqueles coqueiros era um verdadeiro encanto. (Concordância com o predicativo – verbo no singular)
Aqueles coqueiros eram um verdadeiro encanto. (Concordância com o sujeito – verbo no plural)
f. É muito, É pouco, É mais de, É menos de, É demais, É suficiente, É bastante ao indicarem quantidade:
singular
i. Verbo “ser’ – datas: concordância com a palavra “dia (s)” expressa ou subentendida na frase
Na expressão haja vista, a palavra vista é sempre invariável. O verbo haja pode ficar invariável ou concordar com o
substantivo que se segue à expressão:
Haja (ou hajam) vista os últimos resultados nas provas, tem se estressado com os estudos.
Também admite-se:
Haja vista aos últimos resultados nas provas, tem se estressado com os estudos.
Para concluir: No geral, o verbo concorda com o sujeito ao qual se refere. Entretanto, conforme explicado, há
exceções a essa regra. Há casos em que a concordância pode ser feita no singular e no plural; noutros apenas no
singular, apesar da referência a um sujeito composto; e somente no plural, mesmo se tratando de um sujeito simples.
Nesse contexto, é imprescindível o estudo atento para o aprendizado das regras inerentes à Concordância Verbal.
16-Regência nominal
A regência consiste na relação que se instaura quando um termo principal (chamado de “regente”) tem o seu sentido
complementado por outro (termo regido). A regência nominal, especificamente, ocorre quando o termo regente é um
nome (substantivo ou adjetivo). Para clarear o conceito em questão, propõe-se a observação destas frases:
Perceba que se fez necessário especificar que tipo de palavra ele queria ouvir (“de carinho ou gratidão”), tendo em
vista o estado de inconformidade em que se encontrava. Imagine se a frase terminasse com “palavra”? Perguntar-se-ia:
“Mas, que tipo de palavra?”. Não poderia ser qualquer uma, mas apenas aquelas que, de alguma forma, poderiam
reconfortá-lo. Nesse contexto, o nome (substantivo) “palavra” necessita de complementação, que foi realizada por
meio da preposição “de”.
b) "Tenho certeza de que ele não a abandonará em um momento tão delicado como este."
A primeira oração [que é a principal e, por isso mesmo, é a regente] precisa de complemento, pois quem tem certeza,
tem certeza de algo. A segunda oração (a regida) complementa o sentido do nome (substantivo) “certeza”, por meio da
preposição “de” (exigida pelo nome) e da conjunção subordinativa “que”. Dessa forma, o enunciado se torna um todo
integrado e significativo.
Vale enfatizar que os adjetivos também podem funcionar como regentes. Visualize:
Constate que o nome (adjetivo) “preocupado” precisa de um complemento, pois quem é preocupado, é
preocupado com algo. Para uma melhor percepção, sugere-se a análise desse enunciado sem a presença do
complemento nominal: “Aquele rapaz é preocupado.”. Generaliza-se o estado/a característica de preocupação, que
apresenta diferentes ramificações. Sob esse viés, é fundamental especificar. Ele é preocupado com o quê? Com a
família? Com a saúde? Com o trabalho? Com o meio ambiente?... Não, “aquele rapaz é preocupado com os estudos”.
A conexão dos termos é feita por intermédio da preposição “com”, exigida pelo nome “preocupado”.
Vejamos outros exemplos, nos quais a regência nominal se faz presente na relação entre os termos (regente + regido):
a. lembranças da infância
b. semelhante a uma gaivota
d. ciente do problema
Para encerrar: A regência nominal ocorre quando um nome, substantivo ou adjetivo, tem o seu significado
complementado por outro termo (o regido ou subordinado), compondo um todo compreensível. Vale reiterar que a
relação de regência também se faz presente entre orações dependentes entre si, por meio de uma conjunção
subordinativa, antecedida por uma preposição, caso o nome exigi-la.
18-Regência verbal
A regência é definida como a relação que se institui quando um termo principal, regente, tem o seu sentido
complementado por outro, regido. A regência verbal, como o próprio nome sugere, ocorre quando o termo regente é
um verbo. Cumpre-se evidenciar que a relação de regência também se faz presente entre orações dependentes.
Observe:
Visualize que a oração 1, a principal, tem o seu sentido complementado pela oração 2, que é regida por aquela. Afinal,
é preciso especificar do quê eles se esqueceram. Caso contrário, o enunciado torna-se sem sentido. Trata-se de orações
dependentes entre si, que são conectadas por intermédio da preposição “de”, exigida pelo verbo [quem se esquece, se
esquece de alguém ou de alguma coisa] e pela conjunção subordinativa “que”.
A seguir, serão apresentadas diversificadas situações comunicativas, nas quais a regência verbal costuma suscitar
dúvidas, especialmente no tocante à escrita.
Prefiro salgado ao doce. (prefere-se uma coisa a outra e, não, uma coisa do que outra).
Pediu aos convidados que se dirigissem à sala de jantar. (Pedir a alguém que faça algo e, não, para que faça
algo.).
Estes são os meios de que disponho para fazer a divulgação do produto. (dispor de)
Esta é a fazenda em que morei durante a minha infância. [morar em algum lugar. Outras opções: na qual morei
ou onde (pois se trata de um lugar físico) morei].
Informe
Aproveitou a (aproveitou-se da) oportunidade para dizer o que pensa. (aproveitar algo ou aproveitar-se de
algo)
Para concluir: A regência verbal é realizada quando um verbo tem o seu sentido complementado por outro termo (o
regido), constituindo um todo significativo. Vale reiterar que a relação de regência é sinalizada entre orações
dependentes entre si. Constantemente, surgem dúvidas concernentes à regência verbal. Portanto, estude com muita
atenção e pratique sempre!
19-Regência nominal
A regência consiste na relação que se instaura quando um termo principal (chamado de “regente”) tem o seu sentido
complementado por outro (termo regido). A regência nominal, especificamente, ocorre quando o termo regente é um
nome (substantivo ou adjetivo). Para clarear o conceito em questão, propõe-se a observação destas frases:
Perceba que se fez necessário especificar que tipo de palavra ele queria ouvir (“de carinho ou gratidão”), tendo em
vista o estado de inconformidade em que se encontrava. Imagine se a frase terminasse com “palavra”? Perguntar-se-ia:
“Mas, que tipo de palavra?”. Não poderia ser qualquer uma, mas apenas aquelas que, de alguma forma, poderiam
reconfortá-lo. Nesse contexto, o nome (substantivo) “palavra” necessita de complementação, que foi realizada por
meio da preposição “de”.
b) "Tenho certeza de que ele não a abandonará em um momento tão delicado como este."
A primeira oração [que é a principal e, por isso mesmo, é a regente] precisa de complemento, pois quem tem certeza,
tem certeza de algo. A segunda oração (a regida) complementa o sentido do nome (substantivo) “certeza”, por meio da
preposição “de” (exigida pelo nome) e da conjunção subordinativa “que”. Dessa forma, o enunciado se torna um todo
integrado e significativo.
Vale enfatizar que os adjetivos também podem funcionar como regentes. Visualize:
Constate que o nome (adjetivo) “preocupado” precisa de um complemento, pois quem é preocupado, é
preocupado com algo. Para uma melhor percepção, sugere-se a análise desse enunciado sem a presença do
complemento nominal: “Aquele rapaz é preocupado.”. Generaliza-se o estado/a característica de preocupação, que
apresenta diferentes ramificações. Sob esse viés, é fundamental especificar. Ele é preocupado com o quê? Com a
família? Com a saúde? Com o trabalho? Com o meio ambiente?... Não, “aquele rapaz é preocupado com os estudos”.
A conexão dos termos é feita por intermédio da preposição “com”, exigida pelo nome “preocupado”.
Vejamos outros exemplos, nos quais a regência nominal se faz presente na relação entre os termos (regente + regido):
a. lembranças da infância
b. semelhante a uma gaivota
d. ciente do problema
Para encerrar: A regência nominal ocorre quando um nome, substantivo ou adjetivo, tem o seu significado
complementado por outro termo (o regido ou subordinado), compondo um todo compreensível. Vale reiterar que a
relação de regência também se faz presente entre orações dependentes entre si, por meio de uma conjunção
subordinativa, antecedida por uma preposição, caso o nome exigi-la.
20-Aposto
Observe os exemplos
A expressão em destaque identifica/explica quem é Joana. Ela é filha de D. Maria. Portanto, “filha de D. Maria” é um
aposto.
Em todos os exemplos acima, podemos notar que o aposto está identificando/explicando/esclarecendo algum termo da
oração.
Observe os exemplos
- Vestidos, blusas, camisas, saias, tudo naquela loja é caro.
“Ninguém” é um aposto, pois também está resumindo o que foi dito antes.
Observe os exemplos
1-Tenho três coisas para fazer: varrer a casa, limpar o pó e fazer almoço.
2-Nicolas terá que comprar três coisas no pet shop: remédio, ração e brinquedos.
O aposto nestes exemplos está enumerando tudo que as pessoas terão fazer. Aqui o aposto tem valor enumerativo.
Observe os exemplos
Os termos em destaque são apostos, pois estão especificando ou individualizando as cidades.Várias cidades possuem
um teatro lindo, mas aqui especifica que é a cidade de Manaus. Não é outra cidade que fica cheia de gente, várias
cidades ficam cheia de gente, mas a cidade escolhida para o exemplo foi Salvador e não outra. O mesmo ocorre com
Vera.
Observe os exemplos:
Toda mulher deseja uma coisa: ser feliz no casamento.
O aposto poderá vir em forma de oração. Quando isso acontecer será chamado: Oração subordinada substantiva
apositiva.
A expressão em destaque explica o termo “coisa”, logo, é um aposto que está em forma de oração.
Observe o exemplo:
Note que nesta frase o aposto aparece antes do termo a que se refere.
Há duas atitudes que você pode tomar: uma é estudar; a outra é ficar reprovado.
MAIS EXEMPLOS
O ônibus estava com poucos passageiros: duas crianças, quatro adultos e uma senhora.
21-Vocativo
vocativo
(latim vocativus [casus], caso vocativo, de voco, -are, chamar)
adj. s. m.
1. [Gramática] Diz-se de ou caso das línguas em que os nomes se declinam, que se emprega para chamar ou invocar.
s. m.
2. Palavra ou expressão com que apostrofamos ou invocamos alguém.
adj.
3. Que serve para chamar.
É a função sintática que corresponde a uma INVOCAÇÃO, um chamamento, e não se relaciona sintaticamente com os
demais termos da oração. Muitas vezes vem acompanhada por uma entoação exclamativa ou apelativa. Geralmente é
separado por vírgulas, mas pode aparecer também com um sinal de exclamação, interrogação, etc. É bastante estudado
em retórica e estilística.
Na sintaxe, é classificado como um termo acessório da oração, e tem a particularidade de não pertencer nem ao
sujeito, nem ao predicado.
22-Conjunções
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração.
CLASSIFICAÇÃO
- Conjunções Coordenativas
- Conjunções Subordinativas
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
Dividem-se em:
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também, não só...como também.
- ADVERSATIVAS
Expressam idéias contrárias, de oposição, de compensação. Exemplos:
ALTERNATIVAS
Expressam idéia de alternância.
CONCLUSIVAS
Servem para dar conclusões às orações. Exemplos:
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
EXPLICATIVAS
Explicam, dão um motivo ou razão:
COMPARATIVAS
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como, mais...do que, menos...do que.
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato inesperado.Traz em si uma idéia de “apesar de”.
CONFORMATIVAS
CONSECUTIVAS
Expressam uma idéia de conseqüência.
FINAIS
Expressam idéia de finalidade, objetivo.
Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque (=para que),
PROPORCIONAIS
Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que.
TEMPORAIS
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que.
O conjunto de duas ou mais palavras com valor de conjunção chama-se locução conjuntiva.
Exemplos: ainda que, se bem que, visto que, contanto que, à proporção que.
Algumas pessoas confundem as circunstâncias de causa e conseqüência. Realmente, às vezes, fica difícil diferenciá-
las.
Observe os exemplos:
- Correram tanto, que ficaram cansados.
“Que ficaram cansados” aconteceu depois deles terem corrido, logo é uma conseqüência.
Ficaram cansados porque correram muito.
“Porque correram muito” aconteceu antes deles ficarem cansados, logo é uma causa.
As sentenças coordenadas (ou orações coordenadas) são as orações que, como a própria nomeação sugere, se unem
umas as outras, de forma justaposta ou por intermédio de uma conjunção. A referida ordenação tem por finalidade a
composição de um período composto. Sob esse aspecto, cada sentença mantém a sua independência sintática, uma vez
que uma não funciona como termo integrante da outra. Com o objetivo de clarear esse conceito, propõe-se a leitura
deste trecho do romance A menina que roubava livros, do escritor australiano Markus Zusak:
Era o fim de maio de 1939, e a noite tinha sido como quase todas as outras. Mamãe sacudira seu punho de ferro. Papai
havia saído. Liesel limpara a porta da frente e observara o céu da Rua Himmel. (p. 45).
A princípio, é pertinente lembrar que se concebe como período, a frase organizada em oração (período simples) ou
orações (período composto). O primeiro e último períodos do trecho acima se compõem de duas orações, a saber:
Primeiro Período:
Último Período:
Constate que se trata de duas orações independentes entre si, inseridas em seu respectivo período. Cabe elucidar que,
apesar de terem o sentido ligado por meio da conjunção “e”, mantêm-se fiéis a sua estrutura sintática original. Vale
relembrar que a “conjunção” tem o propósito de conectar duas orações, como nos períodos analisados; ou duas
palavras de função equivalente na oração: “A alegria e a ansiedade tomaram conta do seu coração.”. Observe que “e”
une dois substantivos (núcleos) que constituem o sujeito da oração.
Perceba que não há conjunção no primeiro período. Nesse caso, tem-se uma oração coordenada assindética, isto é,
que não apresenta conjunção. O “a” exprime a ideia de negação, como, por exemplo, em “assintomático” (sem
sintomas). Em contrapartida, no segundo período, as duas orações são interligadas por meio da conjunção “e”. Por
isso, trata-se de uma oração coordenada sindética.
As orações coordenadas sindéticas dividem-se em cinco tipos, conforme a ideia estabelecida, por meio da
conjunção, entre as orações, a saber:
1. Aditiva
No geral, expressa a ideia de adição:
o Ainda não fiz o almoço, nem arrumei a casa. (nem = e não)
2. Adversidade
Exprime ideias que se opõem:
3. Explicativa
Apresenta uma justificativa:
4. Alternativa
Sinaliza uma opção/alternativa:
5. Conclusiva
Indica uma conclusão
o Os preços dos produtos se elevaram significativamente. Por isso, reduzimos a nossa compra.
o Outros exemplos: logo, pois (posposto ao verbo), consequentemente, portanto, por conseguinte, de
modo que.
É pertinente mencionar que um mesmo período pode ser composto por orações coordenadas sindéticas de diferentes
tipos. Constate:
Marcos estudou para a prova e fez todos os trabalhos, porém não conseguiu a média na disciplina.
Note que o período se compõe de três orações, integradas pela conjunção aditiva “e” e pela conjunção adversativa
“porém”.
Para finalizar: As sentenças coordenadas são as orações que se unem, por intermédio ou não de uma conjunção,
compondo períodos. Trata-se de orações independentes entre si, apesar de serem instauradas novas relações de
sentido.
As Orações Subordinadas são aquelas que exercem função sintática sobre outras, ou seja, a oração que subordina ou
depende da outra.
Dependendo da função que desempenham, os tipos de oração subordinada são substantivas, adjetivas ou adverbiais.
Orações Subordinadas Substantivas
As orações subordinadas substantivas são aquelas que exercem função de substantivo. São classificadas em: Subjetiva,
Predicativa, Completiva Nominal, Objetiva Direta, Objetiva Indireta e Apositiva.
Oração Subordinada Substantiva Subjetiva - Exerce a função de sujeito. Exemplo: É provável que ela
venha jantar.
Oração Subordinada Substantiva Predicativa - Exerce a função de predicativo do sujeito. Exemplo: Meu
desejo era que me dessem um presente.
Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal - Exerce a função de complemento nominal.
Exemplo: Temos necessidade de que nos apoiem.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta - Exerce a função de objeto direto. Exemplo: Nós
desejamos que sua vida seja boa.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta - Exerce a função de objeto indireto. Exemplo:
Recordo-me de que tu me amavas.
Oração Subordinada Substantiva Apositiva - Exerce a função de aposto. Exemplo: Desejo-te uma coisa:
que tenhas muita sorte.
Orações Subordinadas Adjetivas
As orações subordinadas adjetivas são aquelas que exercem função de adjetivo. São classificadas em: Explicativa e
Restritiva e Reduzida.
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa - Destaca um detalhe do termo antecedente. Exemplo: A África,
que é um continente no hemisfério sul, tem um alto índice de pobreza.
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva - Restringe a significação de seu antecedente. Exemplo: As
pessoas que são alegres vivem melhor.
Orações Subordinadas Adverbiais
As orações subordinadas adverbiais são aquelas que exercem função de advérbio. São classificadas em Causais,
Comparativas, Concessivas, Condicionais, Conformativas, Consecutivas, Finais, Temporais, Proporcionais.
Oração Subordinada Adverbial Causal - Exprime a causa. Exemplo: Já que está nevando ficaremos em
casa.
Oração Subordinada Adverbial Comparativa - Estabelece comparação entre a oração principal e a oração
subordinada. Exemplo: Maria era mais estudiosa que sua irmã.
Oração Subordinada Adverbial Concessiva - Indica permissão (concessão) entre as orações. Exemplo:
Alguns se retiraram da reunião apesar de não terem terminado a exposição.
Oração Subordinada Adverbial Condicional - Exprime condição. Exemplo: Você fará uma boa prova desde
que se esforce.
Oração Subordinada Adverbial Conformativa - Exprime concordância. Exemplo: Realizamos nosso
projeto conforme as especificações da biblioteca.
Oração Subordinada Adverbial Consecutiva - exprime a consequência referente a oração principal.
Exemplo: Gritei tanto, que fiquei sem voz.
Oração Subordinada Adverbial Final - Exprime finalidade. Exemplo: Todos trabalham para que possam
vencer.
Oração Subordinada Adverbial Temporal - Indica circunstância de tempo. Exemplo: Fico feliz sempre vou
visitar minha mãe.
Oração Subordinada Adverbial Proporcional - Exprime proporção entre as orações: principal e
subordinada. Exemplo: À medida que o tempo passa, a chuva aumenta.
24-LINGUAGEM
A jarra é de porcelana.
Polissemia-A palavra “polissemia”, do grego polysemos (poli = muitos, sema = significados), significa “algo
que tem muitos significados”. Sendo assim, polissemia é a propriedade que uma palavra tem de apresentar
vários sentidos. Observe os exemplos:
1- O compositor escreveu a letra da canção para seu filho.
Sinônimo-Significados semelhantes, ou seja palavras que tenham os mesmos significados
Exemplo:
carro e automóvel
cão e cachorro
reto e intégro
bonito e belo
após e depois
língua e idioma
morrer e falecer
avaro e avarento
alfabeto e abecedário
léxico e vocabulário
brado e grito
Sinônimos imperfeitos São os vocábulos cujos significados são próximos, porém não idênticos.
Exemplos:
cidade — município
córrego — riacho
belo — formoso
gordo — obeso
feliz — alegre
Bom-mau
Bonito-feio
Mais-menos
Amigo-inimigo
Construção-destruição
Homônimos
São palavras que possuem a mesma pronúncia (algumas vezes, a mesma grafia), mas significados diferentes.
Veja alguns exemplos no quadro abaixo:
ascender (subir)
asserto (afirmação)
Parônimos
É a relação que se estabelece entre palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na
pronúncia e na escrita. Veja alguns exemplos no quadro abaixo.
Ambiguidade é a qualidade ou estado do que é ambíguo, ou seja, aquilo que pode ter mais do que um
sentido ou significado
A ambiguidade pode estar em palavras, frases, expressões ou sentenças completas. É bastante aplicável em
textos de teor literário, poético ou humorístico, mas deve ser evitado em textos científicos ou jornalísticos, por
exemplo.
No exemplo acima, a palavra “prato” pode se referir ao objeto onde se coloca a comida ou à um tipo de
refeição.
"Maria comeu um doce e sua irmã também". (Maria comeu um doce, e sua irmã também).
"Mataram o porco do meu tio". (Mataram o porco que era do meu tio).
"O guarda deteve o suspeito em sua casa". (Na casa de quem: do guarda ou do suspeito?)
Funções da linguagem
1) Função Referencial ou Denotativa
Palavra-chave: referente
Transmite uma informação objetiva sobre a realidade. Dá prioridade aos dados concretos, fatos e
circunstâncias. É a linguagem característica das notícias de jornal, do discurso científico e de qualquer
exposição de conceitos. Coloca em evidência o referente, ou seja, o assunto ao qual a mensagem se refere.
Exemplo:
Palavra-chave: emissor
Reflete o estado de ânimo do emissor, os seus sentimentos e emoções. Um dos indicadores da função emotiva
num texto é a presença de interjeições e de alguns sinais de pontuação, como as reticências e o ponto de
exclamação.
Exemplos:
c) Nós te amamos!
3) Função Apelativa ou Conativa
Palavra-chave: receptor
Seu objetivo é influenciar o receptor ou destinatário, com a intenção de convencê-lo de algo ou dar-lhe ordens.
Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e
imperativo. É a linguagem usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao
consumidor.
Exemplos:
É aquela que põe em evidência a forma da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em como dizer do que
com o que dizer. O escritor, por exemplo, procura fugir das formas habituais e expressão, buscando deixar
mais bonito o seu texto, surpreender, fugir da lógica ou provocar um efeito humorístico. Embora seja própria
da obra literária, a função poética não é exclusiva da poesia nem da literatura em geral, pois se encontra com
frequência nas expressões cotidianas de valor metafórico e na publicidade.
Exemplos:
c) Se eu não vejo
a mulher
que eu mais desejo
nada que eu veja
vale o que
eu não vejo
(Daniel Borges)
5) Função Fática
Palavra-chave: canal
Tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. É aplicada em situações em que o
mais importante não é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor. Fática
quer dizer "relativa ao fato", ao que está ocorrendo. Aparece geralmente nas fórmulas de cumprimento: Como
vai, tudo certo?; ou em expressões que confirmam que alguém está ouvindo ou está sendo ouvido: sim, claro,
sem dúvida, entende?, não é mesmo? É a linguagem das falas telefônicas, saudações e similares.
Exemplo:
6) Função Metalinguística
Palavra-chave: código
Esta função refere-se à metalinguagem, que ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio
código. É a poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. As
gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem.
Exemplo:
25-Verbos
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros
processos:
ação (correr);
estado (ficar);
fenômeno (chover);
ocorrência (nascer);
desejo (querer).
Quanto à estrutura, os verbos são compostos pelo radical (a parte invariável e que normalmente se repete), terminação
(a parte que é flexionada) e a vogal temática (que caracteriza a conjugação).
Usa-se o pretérito perfeito para indicar fatos passados, observados depois de concluídos.
Usa-se o pretérito imperfeito para indicar fatos não concluídos no momento em que se fala como também para falar de
fatos que ocorriam com frequência no passado.
Usa-se o pretérito mais-que-perfeito para indicar fatos passados ocorridos anteriormente a outros fatos passados.
Usa-se o futuro do presente para falar de fatos ainda não ocorridos, mas que ocorrerão depois que se fala.
Usa-se o futuro do pretérito para indicar fatos futuros que dependem de outros fatos .
26-Termos da Oração
Para que a oração tenha significado, são necessários alguns termos básicos: os termos essenciais. A oração
possui dois termos essenciais, o sujeito e o predicado.
Sujeito: termo sobre o qual o restante da oração diz algo.
Por Exemplo:
As praias estão cada vez mais poluídas.
Sujeito
Predicado
Por Exemplo:
Tipos de sujeito
Veja a seguir os sinais de pontuação mais comuns, responsáveis por dar à escrita maior clareza e simplicidade.
Vejamos, a seguir, quais são os sinais de pontuação que nos auxiliam nos processos de escrita:
Ponto ( . )
b) Separar períodos:
c) Abreviar palavras:
Av. (Avenida)
V. Ex.ª (Vossa Excelência)
p. (página)
Dr. (doutor)
Dois-pontos ( : )
O aluno respondeu:
– Parta agora!
b) Antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem
ideias anteriores.
Esse é o problema dos caixas eletrônicos: não tem ninguém para auxiliar os mais idosos.
Anote o número do protocolo: 4254654258.
Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito
enquanto dure.”
Reticências ( ... )
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José
de Alencar)
Parênteses ( )
a) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e também podem substituir a vírgula ou o
travessão:
Ponto de Exclamação ( ! )
a) Após vocativo
c) Após interjeição:
Que pena!
Ponto de Interrogação ( ? )
a) Em perguntas diretas:
Vírgula ( , )
De todos os sinais de pontuação, a vírgula é aquele que desempenha o maior número de funções. Ela é utilizada
para marcar uma pausa do enunciado e tem a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de
participarem da mesma fraseou oração, não formam uma unidade sintática. Por outro lado, quando há uma relação
sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula.
Antes de explicarmos quais são os casos em que devemos utilizar a vírgula, vamos explicar primeiro os casos em
que NÃO devemos usar a vírgula para separar os seguintes termos:
a) Sujeito de Predicado;
b) Objeto de Verbo;
f) Oração principal da Subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa).
Os banqueiros estão cada vez mais ricos, e o povo, cada vez mais pobre.
2) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizaralguma ideia (polissíndeto):
3) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sentido de adição
(adversidade, consequência, por exemplo):
b) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção
“e”:
"No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho."
(O selvagem - José de Alencar)
Ponto e vírgula ( ; )
a) Utilizamos ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens:
I- O que dizer;
b) Utilizamos ponto e vírgula para separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas
quais já se tenha utilizado a vírgula:
“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o
que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando
em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso." (O Visconde de Inhomerim -
Visconde de Taunay)
Travessão ( — )
a) Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos,
arcaísmos e expressões populares:
“Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a
mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós)
FIQUE ATENTO!
Caso haja necessidade de destacar um termo que já está inserido em uma sentença destacada por aspas, esse termo
deve ser destacado com marcação simples ('), não dupla (").