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Professora :Rosemere

MANUAL DA

Gramática

2017
1-Acentuação Gráfica

2-Emprego do Hifen

3-Figuras de linguagem

4-Crase

5-Ortografia

6-Substantivo

7-Artigos

8-Adjetivos

9-Numerais

10-Pronomes

11-Verbos

12-Advérbios

13-Preposições

14-Interjeições

15-Concordância nominal

16-Concordância verbal

17-Regência nominal

18-Regência verbal

19-Aposto

20-Vocativo

21-Conjunções

22-Análise sintática-Orações coordenadas

23-Análise sintática-Orações Subordinadas

24-Linguagem

-Semântica das palavras

-Função da linguagem

25-Termos da oração

26-Pontuação
1-Acentuação Gráfica

Acentuação gráfica é o processo pelo qual as palavras acento gráfico de acordo com as normas ortográficas da língua
portuguesa.

ACENTUAÇÃO:
1. Regra dos hiatos (abolida pela reforma ortográfica):
Como era
Todas as palavras terminadas em OO(s) e as formas verbais terminadas em EEM recebiam acento circunflexo: vôo,
vôos, enjôo, enjôos, abençôo, perdôo; crêem, dêem, lêem, vêem, relêem, prevêem.
Como fica
Sem acento: voo, voos, enjoo, enjoos, abençoo, perdoo; creem, deem, leem, veem, releem, preveem.
O que não muda
a) Eles têm e eles vêm (terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos TER e VIR);
b) Ele contém, detém, provém, intervém (terceira pessoa do singular do presente do indicativo dos verbos derivados
de TER e VIR: conter, deter, manter, obter, provir, intervir, convir);
c) Eles contêm, detêm, provêm, intervêm (terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos derivados de
TER e VIR).
2. Regra do U e do I (parcialmente abolida):
O que não muda
As vogais I e U recebem acento agudo sempre que formam hiato com a vogal anterior e ficam sozinhas na sílaba ou
com S:
Gra-ja-ú, ba-ú, sa-ú-de, vi-ú-va, con-te-ú-do, ga-ú-cho, eu re-ú-no, ele re-ú-ne, eu sa-ú-do, eles sa-ú-dam;
I-ca-ra-í, eu ca-í, eu sa-í, eu tra-í, o pa-ís, tu ca-ís-te, nós ca-í-mos, eles ca-í-ram, eu ca-í-a, ba-í-a, ra-í-zes, ju-í-za, ju-
í-zes, pre-ju-í-zo, fa-ís-ca, pro-í-bo, je-su-í-ta, dis-tri-bu-í-do, con-tri-bu-í-do, a-tra-í-do?
Observações:
a) A vogal I tônica, antes de NH, não recebe acento agudo: rainha, bainha, tainha, ladainha, moinho.
b) Não há acento agudo quando formam ditongo e não hiato: gra-tui-to, for-tui-to, in-tui-to, cir-cui-to, mui-to, sai-a,
bai-a, que eles cai-am, ele cai, ele sai, ele trai, os pais
c) Não há acento agudo quando as vogais I e U não estão isoladas na sílaba: ca-iu, ca-ir-mos, sa-in-do, ra-iz, ju-iz, ru-
im, pa-ul
O que muda
Perdem o acento agudo as palavras em que as vogais I e U formam hiato com um ditongo anterior: fei-u-ra, bai-u-ca,
Bo-cai-u-va
Como era
Feiúra, baiúca, bocaiúva
Como fica
Feiura, baiuca, bocaiuva
3. Regra dos ditongos abertos ÉU, ÉI e ÓI (parcialmente abolida):
Como era
Acentuavam-se todas as palavras que apresentam ditongos abertos:
ÉU: céu, réu, chapéu, troféus
ÉI: papéis, pastéis, anéis, idéia, assembléia
ÓI: dói, herói, eu apóio, esferóide
Observações:
a) Não se acentuam os ditongos fechados:
EU: seu, ateu, judeu, europeu
EI: lei, alheio, feia
OI: boi, coisa, o apoio
b) No Brasil, colmeia e centopeia são pronunciados com o timbre aberto.
O que muda?
Perdem o acento agudo somente as palavras paroxítonas: ideia, epopeia, assembleia, jiboia, boia, eu apoio, ele apoia,
esteroide, heroico
O que não muda
O acento agudo permanece nas palavras oxítonas: dói, mói, rói, herói, anéis, papéis, pastéis, céu, réu, troféu, chapéus
4. Regra do acento diferencial (parcialmente abolida):
Como era
Recebiam acento gráfico:
Ele pára (do verbo PARAR - só a 3ª. pessoa do singular do presente do indicativo);
Eu pélo, tu pélas e ele péla (do verbo PELAR);
O pêlo, os pêlos (substantivo = cabelo, penugem);
A pêra (substantivo = fruta - só no singular);
O pólo, os pólos (substantivos = jogo ou extremidade).
Como fica
Sem acento gráfico:
Ele para (do verbo PARAR - 3ª. pessoa do singular do presente do indicativo);
Eu pelo, tu pelas e ele pela (do verbo PELAR);
O pelo, os pelos (substantivo = cabelo, penugem);
A pera (substantivo = fruta);
O polo, os polos (substantivos = jogo ou extremidade).
O que não mudou
a) PÔR (só o infinitivo do verbo): "Ele deve pôr em prática tudo que aprendeu"; POR (preposição): "Ele deve ir por
este caminho".
b) PÔDE é a 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo: "Ontem ele não pôde resolver o problema";
PODE é a 3ª pessoa do singular do presente do indicativo: "Agora ele não pode sair".
Observação:
Sugiro que acentuemos fôrma ("fôrma de pizza"), como orienta o dicionário Aurélio, a fim de diferenciar de forma
('forma física ideal").

ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Posição da sílaba tônica:
Proparoxítona (sílaba tônica na antepenúltima): pálido
Paroxítona (sílaba tônica na penúltima): palito
Oxítona (sílaba tônica na última): paletó

Uso dos acentos gráficos:


- Regras básicas (nada muda com a nova reforma ortográfica):

1. Proparoxítonas
TODAS recebem acento gráfico:
máximo, cálice, lâmpada, elétrico, estatística, ínterim, álcool, alcoólico.

Observações:
déficit (forma aportuguesada) ou deficit (forma latina = sem acento gráfico);
habitat; sub judice (formas latinas);
récorde (usual, mas sem registro nos dicionários e no Vocabulário Ortográfico da ABL) ou recorde (forma registrada).

2. Paroxítonas
Só recebem acento gráfico as terminadas em:
ã(s) - ímã, órfã, ímãs, órfãs
ão(s) - órfão, bênção, órgãos, órfãos
i(s) - táxi, júri, lápis, tênis
us - vírus, bônus, ânus, Vênus
um, uns - álbum, álbuns, fórum, fóruns
ons - íons, prótons, nêutrons
ps - bíceps, tríceps, fórceps
R - éter, mártir, açúcar, júnior
X - tórax, ônix, látex, Fênix
N - hífen, pólen, próton, elétron
L - túnel, móvel, nível, amável
ditongos - secretária, área, cárie, séries, armário, prêmios, arbóreo, água, mágoa, tênue, mútuo, bilíngue, enxáguem,
deságuam

Observações:
Não recebem acento gráfico as paroxítonas terminadas em:
a(s) - bola, fora, rubrica, bodas, caldas
e(s) - neve, aquele, cortes, dotes
o(s) - solo, coco, sapato, atos, rolos
em, ens - nuvem, item, hifens, ordens
am - falam, estavam, venderam, cantam

3. Oxítonas
Só recebem acento gráfico as terminadas em:
a(s) - sofá, atrás, maracujá, babás, dirá, falarás, encaminhá-la, encontrá-lo-á
e(s) - café, pontapés, você, buquê, português, obtê-lo, recebê-la-á
o(s) - jiló, avô, avós, gigolô, compôs, paletó, após, dispô-lo
em, ens - além, alguém, também, parabéns, vinténs, ele intervém, tu intervéns

Observações:
Não recebem acento gráfico as oxítonas terminadas em:
i(s) - aqui, saci, Parati, anis, barris, adquiri-lo, impedi-la
u(s) - bauru, urubu, Nova Iguaçu, Bangu, cajus, expus
az, ez, oz - capaz, talvez, atroz
or - condor, impor, compor
im - ruim, assim, folhetim

4. Monossílabas
Só recebem acento gráfico as palavras tônicas (substantivos, adjetivos, verbos, pronomes, advérbios, numerais)
terminadas em:
a(s) - pá, gás, má, más, ele dá, há, tu vás, dá-lo, já, lá
e(s) - fé, ré, pés, mês, que ele dê, ele vê, vê-los, tu lês, três
o(s) - pó, dó, nó, nós, cós, vós, pôs, pô-lo

Observações:
a) Não recebem acento gráfico os monossílabos tônicos terminados em:
i(s) - ti, si, bis, quis
u(s) - tu, cru, nus, pus
az, ez, oz - paz, fez, vez, noz, voz
or - cor, for, dor
em, ens - bem, sem, trens, ele tem, ele vem, tu tens, tu vens

b) Não recebem acento gráfico os monossílabos átonos:


artigos definidos: o, a, os, as
conjunções: e, mas, se, que
preposições: a, de, por
contrações: da, das, no, nos
pronome relativo: que

c) A palavra QUE recebe acento circunflexo, quando substantivada ou no fim de frase:


As crianças tinham um quê todo especial.
Procurava não sabia o quê.
Ele viajou por quê?

Uso do trema (totalmente abolido)

Como era
Usávamos o trema na vogal U (pronunciada e átona), antecedida de Q ou G e seguida de E ou I. O objetivo do trema
era distinguir a vogal U muda (= não pronunciada) da vogal U pronunciada:
QUE = quente, questão, quesito; QÜE = freqüente, seqüestro, delinqüente;

Palavras que recebiam trema:


agüentar, argüir, argüição, averigüemos, apazigüemos.

Palavras que não recebiam trema:


adquirir, distinguir, distinguido, extinguido, extinguir, seguinte, por conseguinte, questão, questionar, questionário

Como fica: Todas sem trema


2-HÍFEN

Nas formações com prefixos:


(ANTE, ANTI, ARQUI, AUTO, CIRCUM, CO, CONTRA, ENTRE, EXTRA, HIPER, INFRA, INTER, INTRA,
SEMI, SOBRE, SUB, SUPER, SUPRA, ULTRA) e em formações com falsos prefixos (AERO, FOTO, MACRO,
MAXI, MICRO, MINI, NEO, PAN, PROTO, PSEUDO, RETRO, TELE), só se emprega o hífen nos seguintes casos:

a) Nas formações em que o segundo elemento começa por H: ante-histórico, anti-higiênico, anti-herói, anti-horário,
auto-hipnose, circum-hospitalar.

Não se usa, no entanto, o hífen em formações que contêm em geral os prefixos DES- e IN- e nas quais o segundo
elemento perdeu o H inicial: desumano, desarmonia, desumidificar, inábil, inumano

b) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina na MESMA VOGAL com que se inicia o segundo
elemento: auto-observação, anti-imperialismo, anti-inflacionário e anti-inflamatório.

Nas formações com o prefixo CO:


Este aglutina-se em geral com o segundo elemento mesmo quando iniciado por O: coobrigação, coocupante, cooperar,
cooperação, coordenar

Nas formações com os prefixos CIRCUM- e PAN


Quando o segundo elemento começa por H, vogal, M ou N, devemos usar o hífen: circum-hospitalar, circum-escolar,
circum-murado, circum-navegação, pan-africano, pan-americano, pan-mágico, pan-negritude

Com os prefixos AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, NEO, PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA, ULTRA,
ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE. Se o segundo elemento começa por S ou R, devemos dobrar as consoantes, em vez
de usar o hífen

Como era:
auto-retrato, auto-serviço, auto-suficiente, auto-sustentável, contra-reforma.

Como fica:
autorretrato, autosserviço, autossuficiente, autossustentável, contrarreforma, contrassenso, infrarrenal.

Com os prefixos terminados em vogal


Se o segundo elemento começa por uma vogal diferente, devemos escrever sem hífen

Como era:
auto-adesivo, auto-análise, auto-idolatria, contra-espião, contra-indicação.
Como fica:
autoadesivo, autoanálise, autoidolatria, contraespião, contraindicação, contraordem.

Emprego do hífen
Hífen

O uso do hífen muda com o Novo Acordo. O quadro abaixo mostra os prefixos em que o hífen deve ou não
ser empregado.

junta-se com hífen junta-se sem hífen


Letra inicial do segundo termo
Vogal
Prefixos igual à Exemplos
vogal h r s b m n outros
final do
prefixo
aero, agro, alvi, ante, anti-inflamatório,
anti, arqui, auto, antissocial, arqui-inimigo,
contra, des1, eletro, autoestima, autorretrato,
entre, extra, foto, geo, autossuficiente,
contrarregra, contra-
ataque,
extrasseco, infraestrutura,
infravermelho,
maxidesvalorização,
mega-amiga, micro-
hidro, in1, infra, intra, organismo,
macro, maxi, mega, microssistema, mini-
micro, instrumento, minissaia,
mini, moto, multi, motosserra, multirracial,
nano, neo, pluri, poli, neoneonatal, proto-história,
proto, pseudo, retro, pseudociência,
semi, sobre, socio, semiárido, semi-integral,
supra, tele, tri, ultra, semirrígido, sobre-erguer,
vaso, video sobre-humano,
sobressaia,
socioeconômico,
suprassumo, tele-
homenagem, ultra-
apressado, ultrainterino,
ultrassom, vasodilatador.
circum-ambiente, circum-
circum, pan
navegar, panceleste
cibercafé, ciberespaço,
ciber, hiper, inter, super interdisciplinar, super-
homem, superamigo
subalugar, sub-reitor, sub-
sob, sub
humano
malsucedido, mal-estar,
mal2
mal-humorado, malnascido
coautor, cooperar,
co, re corresponsável, reavaliar,
reescrever
além-mar, bem-educado,
além, aquém, bem2,ex,
pré-natal, pró-reitor,
pós3, pré3, pró3, recém,
recém-nascido, sem-terra,
sem, vice
vice-campeão
1
não se usa hífen quando o segundo termo perdeu o h original: desumano, inábil
2
usa-se o hífen quando formar com a outra palavra um adjetivo ou substantivo
3
quando a pronúncia for fechada (pos, pre, pro), liga-se sem hífen ao outro termo: preencher, posposto
(exceções: preaquecer, predeterminar, preestabelecer, preexistir)
Atenção: Quando a pronúncia exigir, dobram-se o r e o s do segundo termo.

3-Figuras de Linguagem

Figuras de som

a) aliteração: consiste na repetição ordenada de mesmos sons consonantais.


"Belos beijos bailavam bebendo breves brumas boreais" (Luan Farigotini)

b) assonância: consiste na repetição ordenada de sons vocálicos idênticos.


“Ó Formas alvas, brancas, Formas claras” (Cruz e Sousa)
c) paronomásia: consiste na aproximação de palavras de sons parecidos, mas de significados distintos.
"Com tais premissas ele sem dúvida leva-nos às primícias" (Padre António Vieira)
Figuras de construção

a) elipse: consiste na omissão de um termo facilmente identificável pelo contexto.


“Na sala, apenas quatro ou cinco convidados.” (omissão de havia)

b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.


Ela come pizza; eu, carne. (omissão de como)

c) polissíndeto: consiste na repetição de conectivos ligando termos da oração ou elementos do período.


"Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!"
com calma sem sofrer” (Olavo Bilac)
d) inversão: consiste na mudança da ordem natural dos termos na frase.
“Do que a terra mais garrida / Teus risonhos, lindos campos têm mais flores" (Osório Duque Estrada, em Hino
Nacional Brasileiro)

e) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que se subentende, com o que está
implícito. A silepse pode ser:

• De gênero
Vossa Excelência está preocupado.

• De número
Os Lusíadas glorificou nossa literatura.

• De pessoa
“O que me parece inexplicável é que os brasileiros persistamos em comer essa coisinha verde e mole que se derrete na
boca.”

f) anacoluto: consiste em deixar um termo solto na frase. Normalmente, isso ocorre porque se inicia uma determinada
construção sintática e depois se opta por outra.
"O homem, chamar-lhe mito não passa de anacoluto" (Carlos Drummond de Andrade) .

g) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.


"Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal"
(Fernando Pessoa)

h) anáfora: consiste na repetição de uma mesma palavra no início de versos ou frases.


“ Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer” (Camões)

Figuras de pensamento

a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido.
"Eu vi a cara da morte, e ela estava viva". (Cazuza)

b) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou
humorístico.
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”

c) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma
afirmação desagradável.
Seu Jurandir partiu desta para uma melhor. (em vez de ele morreu)

d) hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática.


Estava morrendo de fome. (em vez de estava com muita fome)

e) prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres
animados.
“Devagar as janelas olham...” (Carlos Drummond de Andrade)

f) gradação ou clímax: é a apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax)


"O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a gula do milionário." (Olavo Bilac)

g) apóstrofe: consiste na interpelação enfática a alguém (ou alguma coisa personificada).


“Ó Leonor, não caias!”

Figuras de palavras

a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual, com base numa relação de
similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado. A metáfora implica, pois, uma comparação em que o
conectivo comparativo fica subentendido.
“Meu coração é um balde despejado” (Fernando Pessoa)

b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou seja, uma palavra que usualmente
significa uma coisa passa a ser usada com outro significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita
com base em traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma relação lógica entre os
termos. Observe:
Sócrates tomou as mortes. (O efeito é a morte, a causa é o veneno).
c) catacrese: ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por
empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empregado em sentido
figurado.
O pé da mesa estava quebrado.

d) antonomásia ou perífrase: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com facilidade:
O Rei do Futebol (em vez de Pelé)

e) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.
"Como era áspero o aroma daquela fruta exótica" (Giuliano Fratin)

4-Crase

Crase é a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou ainda da preposição “a” com as iniciais dos
pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a qual (as quais). Graficamente, a
fusão das vogais “a” é representada por um acento grave, assinalado no sentido contrário ao acento agudo: à.

5 –Dicas de quando usar crase:

1. A crase deve ser empregada apenas diante de palavras femininas: Essa é a regra básica para quem quer
aprender mais sobre o uso da crase. Apesar de ser a mais conhecida, não é a única, mas saber que – salvo exceções – a
crase não acontece antes de palavras masculinas já ajuda bastante! Caso você fique em dúvida sobre quando utilizar o
acento grave, substitua a palavra feminina por uma masculina: se o “a” virar “ao”, ele receberá o acento grave. Veja só
um exemplo:

As amigas foram à confraternização de final de ano da empresa.

Substitua a palavra “confraternização” pela palavra “encontro”:


As amigas foram ao encontro de final de ano da empresa.

2. Lembre-se de utilizar a crase em expressões que indiquem hora: Antes de locuções indicativas de horas,
empregue o acento grave. Observe:

Às três horas começaremos a estudar.

A partida de futebol terá início às 17h.

Ele esteve aqui às 8h, mas foi embora porque não te encontrou.

Mas quando as horas estiverem antecedidas das preposições para, desde e até, naturalmente o artigo não receberá o
acento indicador de crase. Observe:

Ele decidiu ir embora, pois estava esperando desde as 10h.

Marcaram o encontro no restaurante para as 20h.

Fique tranquilo, eu estarei no trabalho até as 9h.

3. Antes de locuções adverbiais femininas que expressam ideia de tempo, lugar e modo. Observe os exemplos:

Às vezes chegamos mais cedo à escola.

Ele terminou a prova às pressas, pois já passava do horário.

4. A crase, na maioria das vezes, não ocorre antes de palavra masculina: Isso acontece porque antes de palavra
masculina não ocorre o artigo “a”, indicador do gênero feminino:

O pagamento das dívidas foi feito a prazo.

Os primos foram para a fazenda andar a cavalo.

Tempere com pimenta e sal a gosto.

Eles viajaram a bordo de uma aeronave moderna.

Marcos foi a pé para o escritório.

Existe um caso em que o acento indicador de crase pode surgir antes de uma palavra masculina. Isso acontecerá
quando a expressão “à moda de” estiver implícita na frase. Observe o exemplo:

Ele cantou a canção à Roberto Carlos. (Ele cantou a canção à moda de Roberto Carlos).

Ele fez um gol à Pele. (Ele fez um gol à moda de Pelé).


Ele comprou sapatos à Luís XV. (Ele comprou sapatos à moda de Luís XV).

5. Casos em que a crase é opcional:

→ Antes dos pronomes possessivos femininos minha, tua, nossa etc.: Nesses casos, o uso do artigo antes do
pronome é opcional. Observe:

Eu devo satisfações à minha mãe ou Eu devo satisfações a minha mãe.

→ Antes de substantivos femininos próprios: Vale lembrar que, antes de nomes próprios femininos, o uso da crase é
opcional, até porque o artigo antes do nome não é obrigatório. Observe:

Carlos fez um pedido à Mariana.

Ou

Carlos fez um pedido a Mariana.

→ Depois da palavra até: Se depois da preposição até houver uma palavra feminina que admita artigo, a crase será
opcional. Observe:

Os amigos foram até à praça General Osório.

ou

Os amigos foram até a praça General Osório.

5-Ortografia

Ortografia

A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a forma escrita das palavras. Essa escrita está relacionada
tanto a critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) quanto fonológicos (ligados aos fonemas representados).
É importante compreender que a ortografia é fruto de uma convenção. A forma de grafar as palavras é produto de
acordos ortográficos que envolvem os diversos países em que a língua portuguesa é oficial. A melhor maneira de
treinar a ortografia é ler, escrever e consultar o dicionário sempre que houver dúvida.

Emprego de X e Ch

Emprega-se o X:

1) Após um ditongo.

Exemplos: caixa, frouxo, peixe

Exceção: recauchutar e seus derivados

2) Após a sílaba inicial "en".


Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca

Exceção: palavras iniciadas por "ch" que recebem o prefixo "en-"

Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro), encher e seus derivados
(enchente, enchimento, preencher...)

3) Após a sílaba inicial "me-".

Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão

Exceção: mecha

4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas aportuguesadas.

Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu

5) Nas seguintes palavras:

bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, rixa, oxalá, praxe, roxo,
vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, etc.

Emprega-se o dígrafo Ch:

1) Nos seguintes vocábulos:

bochecha, bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, chute, cochilo, debochar, fachada, fantoche,
ficha, flecha, mochila, pechincha, salsicha, tchau, etc.

Para representar o fonema /j/ na forma escrita, a grafia considerada correta é aquela que ocorre de acordo com
a origem da palavra. Veja os exemplos:

gesso: Origina-se do grego gypsos


jipe: Origina-se do inglês jeep.

Emprega-se o G:

1) Nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem

Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem

Exceção: pajem

2) Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio

Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio

3) Nas palavras derivadas de outras que se grafam com g

Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem), vertiginoso (de vertigem)
4) Nos seguintes vocábulos:

algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete, hegemonia, herege, megera, monge,
rabugento, vagem.

Emprega-se o J:

1) Nas formas dos verbos terminados em -jar ou -jear

Exemplos:

arranjar: arranjo, arranje, arranjem


despejar:despejo, despeje, despejem
gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando
enferrujar: enferruje, enferrujem
viajar: viajo, viaje, viajem (3ª pessoa do plural do presente do subjuntivo)

2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica

Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji

3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j

Exemplos:

laranja- laranjeira loja- lojista lisonja - lisonjeador nojo- nojeira


cereja- cerejeira varejo- varejista rijo- enrijecer jeito- ajeitar

4) Nos seguintes vocábulos:

berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje, traje, pegajento

Emprego das Letras S e Z

Emprega-se o S:

1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam s no radical

Exemplos:

análise- analisar catálise- catalisador


casa- casinha, casebre liso- alisar

2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, título ou origem


Exemplos:

burguês- burguesa inglês- inglesa


chinês- chinesa milanês- milanesa

3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e -osa

Exemplos:

catarinense gostoso- gostosa amoroso- amorosa


palmeirense gasoso- gasosa teimoso- teimosa

4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -ose

Exemplos:

catequese, diocese, poetisa, profetisa, sacerdotisa, glicose, metamorfose, virose

5) Após ditongos

Exemplos:

coisa, pouso, lousa, náusea

6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus derivados

Exemplos:

pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse, puséssemos

quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos

repus, repusera, repusesse, repuséssemos

7) Nos seguintes nomes próprios personativos:

Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás

8) Nos seguintes vocábulos:

abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa, cortesia, decisão,despesa, empresa, freguesia, fusível,
maisena, mesada, paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio, querosene, raposa, surpresa,
tesoura, usura, vaso, vigésimo, visita, etc.

Emprega-se o Z:
1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z no radical

Exemplos:

deslize- deslizar razão- razoável vazio- esvaziar


raiz- enraizar cruz-cruzeiro

2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos a partir de adjetivos

Exemplos:

inválido- invalidez limpo-limpeza macio- maciez rígido- rigidez


frio- frieza nobre- nobreza pobre-pobreza surdo- surdez

3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar substantivos

Exemplos:

civilizar- civilização hospitalizar- hospitalização


colonizar- colonização realizar- realização

4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita

Exemplos:

cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito, avezita

5) Nos seguintes vocábulos:

azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar, catequizar, chafariz, cicatriz, coalizão, cuscuz, proeza,
vizinho, xadrez, verniz, etc.

6) Nos vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no contraste entre o S e o Z

Exemplos:

cozer (cozinhar) e coser (costurar)


prezar( ter em consideração) e presar (prender)
traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior)

Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z. Veja os exemplos:

exame exato exausto exemplo existir exótico inexorável


Emprego de S, Ç, X e dos Dígrafos Sc, Sç, Ss, Xc, Xs

Existem diversas formas para a representação do fonema /S/. Observe:

Emprega-se o S:

Nos substantivos derivados de verbos terminados em "andir","ender", "verter" e "pelir"

Exemplos:

expandir- expansão pretender- pretensão verter- versão expelir- expulsão


estender- extensão suspender- suspensão converter - conversão repelir- repulsão

Emprega-se Ç:

Nos substantivos derivados dos verbos "ter" e "torcer"

Exemplos:

ater- atenção torcer- torção


deter- detenção distorcer-distorção
manter- manutenção contorcer- contorção

Emprega-se o X:

Em alguns casos, a letra X soa como Ss

Exemplos:

auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe, texto, trouxe

Emprega-se Sc:

Nos termos eruditos

Exemplos:

acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente, fascículo, fascínio, imprescindível,


miscigenação, miscível, plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc.

Emprega-se Sç:

Na conjugação de alguns verbos

Exemplos:

nascer- nasço, nasça


crescer- cresço, cresça
descer- desço, desça
Emprega-se Ss:

Nos substantivos derivados de verbos terminados em "gredir", "mitir", "ceder" e "cutir"

Exemplos:

agredir- agressão demitir- demissão ceder- cessão discutir- discussão


progredir- progressão transmitir- transmissão exceder- excesso repercutir- repercussão

Emprega-se o Xc e o Xs:

Em dígrafos que soam como Ss

Exemplos:

exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar

Observações sobre o uso da letra X

1) O X pode representar os seguintes fonemas:

/ch/ - xarope, vexame

/cs/ - axila, nexo

/z/ - exame, exílio

/ss/ - máximo, próximo

/s/ - texto, extenso

2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci-

Exemplos: excelente, excitar

Emprego das letras E e I

Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i / pode não ser nítida. Observe:

Emprega-se o E:

1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -oar, -uar

Exemplos:

magoar - magoe, magoes

continuar- continue, continues

2) Em palavras formadas com o prefixo ante- (antes, anterior)

Exemplos: antebraço, antecipar


3) Nos seguintes vocábulos:

cadeado, confete, disenteria, empecilho, irrequieto, mexerico, orquídea, etc.

Emprega-se o I :

1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, -uir

Exemplos:

cair- cai

doer- dói

influir- influi

2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra)

Exemplos:

Anticristo, antitetânico

3) Nos seguintes vocábulos:

aborígine, artimanha, chefiar, digladiar, penicilina, privilégio, etc.

Emprego das letras O e U

Emprega-se o O/U:

A oposição o/u é responsável pela diferença de significado de algumas palavras. Veja os exemplos:

comprimento (extensão) e cumprimento (saudação, realização)

soar (emitir som) e suar (transpirar)

Grafam-se com a letra O: bolacha, bússola, costume, moleque.

Grafam-se com a letra U: camundongo, jabuti, Manuel, tábua

Emprego da letra H

Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético. Conservou-se apenas como símbolo, por força da
etimologia e da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo, grafa-se desta forma devido a sua origem na forma
latina hodie.

Emprega-se o H:

1) Inicial, quando etimológico

Exemplos: hábito, hesitar, homologar, Horácio

2) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh


Exemplos: flecha, telha, companhia

3) Final e inicial, em certas interjeições

Exemplos: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc.

4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo elemento, se etimológico

Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc.

Observações:

1) No substantivo Bahia, o "h" sobrevive por tradição. Note que nos substantivos derivados
como baiano, baianada ou baianinha ele não é utilizado.

2) Os vocábulos erva, Espanha e inverno não possuem a letra "h" na sua composição. No entanto, seus
derivados eruditos sempre são grafados com h. Veja:

herbívoro, hispânico, hibernal.

Emprego dos Porquês

POR QUE

A forma por que é a sequência de uma preposição (por) e um pronome interrogativo (que). Equivale a "por
qual razão", "por qual motivo":

Exemplos:

Desejo saber por que você voltou tão tarde para casa.
Por que você comprou este casaco?

Há casos em que por que representa a sequência preposição + pronome relativo, equivalendo a "pelo qual"
(ou alguma de suas flexões (pela qual, pelos quais, pelas quais).

Exemplos:

Estes são os direitos por que estamos lutando.


O túnel por que passamos existe há muitos anos.

POR QUÊ

Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto (final, de interrogação, de exclamação) ou
de reticências, a sequência deve ser grafada por quê, pois, devido à posição na frase, o
monossílabo "que" passa a ser tônico.

Exemplos:

Estudei bastante ontem à noite. Sabe por quê?


Será deselegante se você perguntar novamente por quê!

PORQUE

A forma porque é uma conjunção, equivalendo a pois, já que, uma vez que, como. Costuma ser utilizado em
respostas, para explicação ou causa.
Exemplos:

Vou ao supermercado porque não temos mais frutas.


Você veio até aqui porque não conseguiu telefonar?

PORQUÊ

A forma porquê representa um substantivo. Significa "causa", "razão", "motivo" e normalmente surge
acompanhada de palavra determinante (artigo, por exemplo).

Exemplos:

Não consigo entender o porquê de sua ausência.


Existem muitos porquês para justificar esta atitude.
Você não vai à festa? Diga-me ao menos um porquê.

Veja abaixo o quadro-resumo:

Forma Emprego Exemplos


Por que ele chorou? (interrogativa direta)
Em frases interrogativas (diretas e indiretas)
Digam-me por que ele chorou. (interrogativa indireta)
Por que Em substituição à expressão "pelo qual" (e
Os bairros por que passamos eram sujos.(por
suas variações)
que = pelos quais)
Eles estão revoltados por quê?
Por quê No final de frases
Ele não veio não sei por quê.
Porque Em frases afirmativas e em respostas Não fui à festa porque choveu.
Porquê Como substantivo Todos sabem o porquê de seu medo.

Estas duas palavras existem na língua portuguesa e estão corretas. Como os seus significados são diferentes, devem
ser usadas em situações diferentes.
Mal é o contrário de bem.
Mau é o contrário de bom.

A forma mais fácil e eficaz de entendermos a diferença entre mal e mau e usarmos corretamente estas palavras é pela
oposição, ou seja, utilizando seus antônimos e vendo qual está correto na frase:

 Você está sendo mau! (antônimo: sendo bom)


 Estou me sentindo mal! (antônimo: sentindo bem)

6-Substantivo

Os substantivos são palavras que usamos para nomear os seres e as coisas. Possuem classificação e flexionam-se em
gênero, número e grau.

Quanto à classificação podem ser:

Concretos
Quando tratam de coisas reais, ou tidas como reais.
homem, menino, lobisomem, fada.

Abstratos
Quando tratam de estados e qualidades, sentimentos e ações.
vida (estado), beleza (qualidade), felicidade (sentimento), esforço (ação).

Simples
Quando formados por um só radical.
flor, tempo, chuva...

Compostos
Quando possuem mais de um radical.
couve-flor, passatempo, guarda-chuva...

Primitivos
Quando não derivam de outra palavra da língua portuguesa.
pedra, ferro, porta...

Derivados
Quando derivam de outra palavra da língua portuguesa.
pedreira, pedreiro, ferreiro, portaria...

Comuns
Quando se referem a seres da mesma espécie, sem especificá-los.
país, cidade, pessoa...

Próprios
Quando se referem a seres, pessoas, entidades determinados. São escritos sempre com inicial maiúscula.
Brasil, Santos, João, Deus...

Coletivos
Quando se referem a um conjunto de seres da mesma espécie.
álbum (fotografias, selos), biblioteca (livros), código (leis)...

Flexionam-se em gênero para indicar o sexo dos seres vivos. (quanto aos seres inanimados a classificação é
convencional).

Masculino
Quando podem ser precedidos dos artigos o ou os.

Feminino
Quando podem ser precedidos dos artigos a ou as.

Existem ainda substantivos que são uniformes em gênero:

Epicenos
Quando um só gênero se refere a animais macho e fêmea.
jacaré (macho ou fêmea)...

Sobrecomuns
Quando um só gênero se refere a homem ou mulher.
a criança (tanto menino quanto menina)

Comuns de dois gêneros


Quando uma só forma existe para se referir a indivíduos dos dois sexos.
o artista, a artista, o dentista, a dentista...

Flexionam-se em número para indicar a quantidade (um ou mais seres).


Singular
Quando se refere a um único ser ou grupo de seres.
homem, povo, flor...

Plural
Quando se refere a mais de um ser ou grupo de seres.
homens, povos, flores...

Existem ainda substantivos que só se empregam no plural.


férias, pêsames, núpcias...

Flexionam-se em grau para se referir ao tamanho e também emprestar significado pejorativo, afetivo, etc.

Normal: gente, povo...


Aumentativo: gentalha, povão (com sentido pejorativo)
Diminutivo: gentinha, povinho (com sentido pejorativo)

7-Artigos

São amigos inseparáveis do substantivo, pois toda vez que tiver artigo o mesmo estará se referindo a um substantivo.
Esta referência poderá ser definindo ou indefinindo.

Artigos definidos: tem a função de caracterizar o ser ou objeto em particular.

Artigos indefinidos: tem a função de apresentar um elemento qualquer de uma espécie, ou seja, sem particularizar.

- Não brinque com os artigos, pois ele tem o poder de mudar as classes de algumas palavras.

Exemplo:
verbo passar a ser substantivo -> O cantar é belo.
Adjetivo ganha a função de substantivo -> O azul do mar é irradiante.
Advérbio funciona como substantivo -> Falou um não.

ARTIGOS DEFINIDOS ARTIGOS INDEFINIDOS


O UM
OS UNS
A UMA
AS UMAS
Exemplos:
“... o mal lhe cresce...” (Gregório de Matos)

“Assim vamos de todo o nosso vagar contemplando este majestoso e pitoresco anfiteatro...” (Almeida Garret).

“As crônicas da vila de Itaguaí...” (Machado de Assis).

“-A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único...” (Machado de Assis).

“Não havia na colônia, e ainda no reino, uma só autoridade em semelhante matéria...” (Machado Assis).

“... tinha decorado para os dramas majestosos dos elementos...” (José de Alencar).

9-Adjetivos

Adjetivos são palavras que caracterizam o substantivo atribuindo-lhes qualidades, estados, aparência, etc.
Quanto à classificação podem ser:

-Simples
Quando formados por apenas um radical.
claro, escuro...

- Compostos
Quando formados por dois ou mais radicais.
amarelo-claro, azul-escuro...

-Primitivos
Quando não derivados de outra palavra em língua portuguesa.
bom, feliz...

-Derivados
Quando derivados de outros substantivos ou verbos.
bondoso, amado...

Existem ainda os adjetivos pátrios, que se referem à origem ou nacionalidade.


brasileiro, paulistano, santista...

Os adjetivos flexionam-se um gênero, número e grau.

Quanto ao gênero, podem ser:

- Uniformes
Quando uma única forma é usada tanto para concordar com substantivos masculinos quanto com femininos.
menino feliz, menina feliz...

-Biformes
Quando se flexionam para concordar com o substantivo que qualificam.
menino bonito, menina bonita...

Quanto ao número, podem ser singular ou plural para acompanhar o substantivo que qualificam.

menina bonita - meninas bonitas


pessoa feliz - pessoas felizes

Flexionam-se em grau para expressar a intensidade das qualidades do substantivo ao qual se referem.

Quanto ao grau, podem ser comparativos ou superlativos.


O grau comparativo pode designar:

 igualdade: Sou tão bonita quanto ela.


 superioridade: Sou mais bonita que ela.

 inferioridade : Ela é menos bonita do que eu.

O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo.

 absoluto analítico: Ela é muito bonita.


 absoluto sintético: Ela é belíssima.

 relativo de superioridade

o analítico: Ela é a mais bonita de todas.

o sintético: Esta vila é a maior de todas.


 relativo de inferioridade: Ela é a menos bonita de todas nós.

10-Numerais

Numeral é uma das palavras que se relaciona diretamente ao substantivo, dando a idéia de número.

Exemplos:
- Andei por duas quadras.
- Fui a segunda colocada no concurso.
- Comi um quarto da pizza.
- Tenho triplo da idade de meu filho.

Classificação do numeral: cardinal, ordinal, multiplicativo e fracionário.

CARDINAL
Indica quantidade, serve para fazer a contagem.

ORDINAL
Expressa ordem.

MULTIPLICATIVO
Indica multiplicação.

FRACIONÁRIO
Expressa divisão, fração e partes.

COLETIVO
Indica um conjunto. Exemplo: centena, dúzia, dezena, década e milheiro.

*Observação: "zero" e "ambos" são considerados como numerais.

Diferença entre um artigo e o um numeral, um artigo indica indefinição do substantivo e o um numeral indica
quantidade do substantivo.

Flexão dos numerais:

Alguns variam em gênero e número.


Dois – duas
segundo – segunda

Com funções adjetivas são variáveis.


- Ficou em coma por tomar doses triplas de veneno.

Números fracionários.
É meio-dia e meia (hora).

11-Pronomes

Pronomes
PRONOMES PESSOAIS são termos que substituem ou acompanham o substantivo. Servem para representar os
nomes dos seres e determinar as pessoas do discurso, que são:

1ª pessoa............a que fala


2ª pessoa............com quem se fala
3ª pessoa............de quem se fala
Eu aprecio tua dedicação aos estudos. Será que ela aprecia também?

Os pronomes pessoais classificam-se em retos e oblíquos:

São pronomes retos, quando atuam como sujeito da oração.

Singular Plural Exemplo

1ª pessoa eu nós Eu estudo todos os dias.

2ª pessoa tu vós Tu também tens estudado?

3ª pessoa ele/ela eles/elas Será que ela estuda também?

São pronomes oblíquos, quando atuam como complemento (objeto direto ou indireto).

Quanto à acentuação, classificam-se em oblíquos átonos (acompanham formas verbais) e oblíquos tônicos
( acompanhados de preposição):

Pronomes oblíquos átonos: me, te, o, a, lhe, se, nos, vos, os, as, lhes.

Desejo-te boa sorte...


Faça-me o favor...

Em verbos terminados em -r, -s ou -z, elimina-se a terminação e os pronomes o(s), a(s) se tornam lo(s), la(s).Em
verbos terminados em -am, -em, -ão e -õe os pronomes se tornam no(s), na(s).

Pronomes oblíquos tônicos: mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas.
A mim pouco importa o que dizem...

Os pronomes de tratamento tem a função de pronome pessoal e serve para designar as pessoas do discurso.

PRONOMES POSSESSIVOS - Indicam posse. Estabelece relação da pessoa do discurso com algo que lhe
pertence.

Singular Plural

1ª pessoa meu(s), minha(s) nosso(s), nossa(s)

2ª pessoa teu(s), tua(s) vosso(s), vossa(s)

3ª pessoa seu(s), sua(s) dele(s), dela(s)

PRONOMES DEMONSTRATIVOS – Indicam a posição de um ser ou objeto em relação às pessoas do discurso.


1ª pessoa este(s), esta(s), isto.................se refere a algo que está perto da pessoa que fala.
2ª pessoa esse(s), essa(s), isso................se refere a algo que esta perto da pessoa que ouve.
3ª pessoa aquele(s), aquela(s), aquilo...se refere a algo distante de ambos.

Estes livros e essas apostilas devem ser guardadas naquela estante.


Estes - perto de quem fala
essas - perto de quem ouve
naquela - distante de ambos

PRONOMES INDEFINIDOS – São imprecisos, vagos. Se referem à 3ª pessoa do discurso.


Podem ser variáveis (se flexionando em gênero e número) ou invariáveis.
São formas variáveis: algum(s), alguma(s), nenhum(s),nenhuma(s), todo(s), toda(s), muito(s), muita(s), pouco(s),
pouca(s), tanto(s), tanta(s), certo(s), certa(s), vário(s), vária(s), outro(s), outra(s), certo(s), certa(s), quanto(s),
quanta(s), tal, tais, qual, quais, qualquer, quaisquer...

São formas invariáveis: quem, alguém, ninguém, outrem, cada, algo, tudo, nada..

Algumas pessoas estudam diariamente. Ninguém estuda diariamente.

PRONOMES INTERROGATIVOS – São empregados para formular perguntas diretas ou indiretas. Podem ser
variáveis ou invariáveis.

Variáveis: qual, quais, quanto(s), quanta(s).


Invariáveis: que, onde, quem...

Quantos de vocês estudam diariamente? Quem de vocês estuda diariamente?

PRONOMES RELATIVOS – São os que relacionam uma oração a um substantivo que representa. Também se
classificam em variáveis e invariáveis.

Variáveis: o(a) qual, os(as) quais, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s).


Invariáveis:que, quem, onde.

12-Verbos

Verbos são palavras que indicam ações, estados ou fenômenos, situando-os no tempo.

Quanto à estrutura, os verbos são compostos pelo radical (a parte invariável e que normalmente se repete), terminação
(a parte que é flexionada) e a vogal temática (que caracteriza a conjugação).

ESTUD- AR ESCREV- ER PART- IR

São três as conjugações em língua portuguesa:


1ª Conjugação: verbos terminados em AR
2ª Conjugação: verbos terminados em ER
3ª Conjugação: verbos terminados em IR

Quanto à morfologia, classificam-se em:

Regulares: quando flexionam-se de acordo com o paradigma da conjugação.


ESTUDAR – eu estudo, tu estudas, ele estuda, nós estudamos...

Irregulares: quando não seguem o paradigma da conjugação.


CABER – eu caibo... MEDIR – eu meço...

Anômalos: quando sofrem modificação também no radical.


IR – eu vou... SER – eu sou...

Defectivos: quando não são conjugados em todas formas.


FALIR – não possui 1ª, 2ª e 3ª pessoa do pres. do indicativo e pres. do subjuntivo.

Abundantes: quando possuem mais de uma forma de conjugação.


ACENDIDO – ACESO, INCLUÍDO - INCLUSO

Flexionam-se em número para concordar com o sujeito/substantivo que acompanham; em pessoa; em tempo; em
modo e em voz.
Quanto ao número podem ser: Singular e Plural.
Quanto à pessoa podem ser:
1ª pessoa – a que fala
2ª pessoa – com quem se fala
3ª pessoa – de quem se fala

Flexionam-se em tempo para indicar o momento em que ocorrem os fatos:


O presente é usado para fatos que ocorrem no momento em que se fala, para fatos que ocorrem no dia-a-dia, para fatos
que costumam ocorrer com certa frequência.

Ele escreve para um jornal local.


Eu estudo português quase todos os dias.

Usa-se o pretérito perfeito para indicar fatos passados, observados depois de concluídos.

Ele escreveu para um jornal local sobre Aquecimento Global.


Eu estudei francês o ano passado.

Usa-se o pretérito imperfeito para indicar fatos não concluídos no momento em que se fala como também para falar de
fatos que ocorriam com frequência no passado.

Ele estudava todos os dias e ainda escrevia para um jornal local.

Usa-se o pretérito mais-que-perfeito para indicar fatos passados ocorridos anteriormente a outros fatos passados.

Já escrevera muitos artigos polêmicos, quando ingressou no jornal local.

Usa-se o futuro do presente para falar de fatos ainda não ocorridos, mas que ocorrerão depois que se fala.

Ela estudará muito e será bem sucedida na profissão.

Usa-se o futuro do pretérito para indicar fatos futuros que dependem de outros fatos .

Ela trabalharia menos, se tivesse estudado mais.


Eu estudaria francês, se tivesse mais tempo.

O modo verbal indica de que forma o fato pode se realizar:


Modo Indicativo para fato certo: Eu estudo, Nós escreveremos.

Modo Subjuntivo para fato hipotético, desejo, dúvida: Se eles trabalhassem...

Modo Imperativo para ordem, pedido: Trabalhem com afinco...Sejam estudiosos...

Há ainda três formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio.


As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação.
Voz ativa, quando o sujeito pratica a ação: O professor elogiou o aluno.
Voz passiva, quando o sujeito recebe a ação: O aluno foi elogiado pelo professor...
Voz reflexiva, quando o sujeito pratica e recebe a ação: Dedicou-se aos estudos.

13-Advérbios

Advérbios são palavras invariáveis que exprimem circunstância (de lugar, de tempo, de modo, etc.) e possuem a
capacidade de modificar o verbo, o adjetivo, ou outros advérbios.

Exs.:

 Eu gosto muito de café.


 Esse chocolate é muito gostoso.
 Nunca mais brigue com sua mãe.

Os advérbios, além de modificarem o verbo, o adjetivo e o próprio advérbio, também podem modificar a oração
inteira. Nesse caso, o advérbio pode ocorrer em qualquer posição.

Ex.:

 Infelizmente, não encontramos nossos amigos na festa.


 Não encontramos nossos amigos na festa, infelizmente.

Quando a frase possui mais de um advérbio de modo terminados em -mente, apenas o último advérbio recebe o sufixo.

Ex.:

 O carrossel girava lenta e suavemente.

Os advérbios são classificados de acordo com as circunstâncias que exprimem. Eles podem ser de afirmação, de
negação, de modo, de lugar, de dúvida, de intensidade, de tempo e interrogativos. A seguir, uma lista com os principais
advérbios de cada tipo.

Advérbios de afirmação: sim, perfeitamente, pois sim, positivamente, efetivamente, certamente.

Exs.:

 A Maria sabe ler perfeitamente em francês.


 Jonas certamente conhecia a estrada.

Advérbios de negação: não, nunca, nada, jamais.

Exs.:

 Mariana nunca teve um animal de estimação.


 Jamais faça bagunça na biblioteca!

Advérbios de modo: bem, mal, melhor, pior, certo, também, depressa, devagar e, em geral, os adjetivos femininos
acrescidos do sufixo -mente.

Exs.:

 Joana caminhava depressa.


 A menina segurava a boneca delicadamente.

Advérbios de lugar: aqui, ali, lá, além, perto, longe, fora, dentro, onde, acima, adiante.

Exs.:

 Marina mora perto de Sofia.


 O cachorro está fora do quintal.

Advérbios de dúvida: talvez, porventura, provavelmente.

Exs.:

 Talvez o João tenha viajado.


 Provavelmente a Maria não volta para o jantar.

Advérbios de intensidade: muito, pouco, bastante, menos, mais, tão, tanto, todo, completamente, excessivamente.
Exs.:

 Maria trabalha bastante para sustentar os seus filhos.


 Carlos dormiu pouco esta noite.

Advérbios de tempo: agora, já, logo, cedo, tarde, antes, depois, sempre, nunca, jamais, hoje, ontem, amanhã.

Exs.:

 João chegou agora da fábrica.


 Amanhã viajaremos para o Canadá.

Advérbios interrogativos: onde (lugar), quando (tempo), como (modo), por que (causa)

Exs.:

 Onde você está?


 Quando você volta de São Paulo?

 Como vamos voltar para casa?

 Por que vocês brigaram?

Advérbios de inclusão: até, também.

Ex.:

 A Joana também vai viajar.

Advérbios de exclusão: exclusivamente, somente.

Ex.:

 Somente Joaquim estava brincando.

Locução adverbial
Quando duas ou mais palavras (geralmente preposição + substantivo ou advérbio) formam uma expressão que
equivale a um advérbio chamamos de locução adverbial. As principais são:

às vezes, às pressas, vez por outra, de qualquer modo, de propósito, em breve, à toa, às escondidas, à noite, de repente,
de súbito.

Exs.:

 Carlos fez o trabalho às pressas.


 Joana errou a letra da música de propósito.

14-Preposições

Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar termos ou orações. Quando esta ligação acontece,
normalmente há uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As preposições são muito importantes
na estrutura da língua pois estabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indispensáveis para a
compreensão do texto.

Tipos de Preposição

1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições.


A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para
com.

2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como preposições.

Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.

3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a última palavra é uma
delas.

Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao
redor de, graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.

A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode unir-se a outras palavras e assim estabelecer
concordância em gênero ou em número.

Ex: por + o = pelo

por + a = pela

Vale ressaltar que essa concordância não é característica da preposição e sim das palavras a que se ela se une.

Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra pode se dar a partir de dois processos:

1. Combinação: A preposição não sofre alteração.

preposição a + artigos definidos o, os

a + o = ao

preposição a + advérbio onde

a + onde = aonde

2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.

Preposição + Artigos

De + o(s) = do(s)

De + a(s) = da(s)

De + um = dum

De + uns = duns

De + uma = duma

De + umas = dumas

Em + o(s) = no(s)

Em + a(s) = na(s)

Em + um = num

Em + uma = numa
Em + uns = nuns

Em + umas = numas

A + a(s) = à(s)

Por + o = pelo(s)

Por + a = pela(s)

Preposição + Pronomes

De + ele(s) = dele(s)

De + ela(s) = dela(s)

De + este(s) = deste(s)

De + esta(s) = desta(s)

De + esse(s) = desse(s)

De + essa(s) = dessa(s)

De + aquele(s) = daquele(s)

De + aquela(s) = daquela(s)

De + isto = disto

De + isso = disso

De + aquilo = daquilo

De + aqui = daqui

De + aí = daí

De + ali = dali

De + outro = doutro(s)

De + outra = doutra(s)

Em + este(s) = neste(s)

Em + esta(s) = nesta(s)

Em + esse(s) = nesse(s)

Em + aquele(s) = naquele(s)

Em + aquela(s) = naquela(s)

Em + isto = nisto

Em + isso = nisso
Em + aquilo = naquilo

A + aquele(s) = àquele(s)

A + aquela(s) = àquela(s)

A + aquilo = àquilo

Dicas sobre preposição

1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal oblíquo e artigo. Como distingui-los?

- Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. Ele servirá para determiná-lo como um substantivo
singular e feminino.

- A dona da casa não quis nos atender.


- Como posso fazer a Joana concordar comigo?

- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois termos e estabelece relação de subordinação entre eles.

- Cheguei a sua casa ontem pela manhã.


- Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar um tratamento adequado.

- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou a função de um substantivo.

- Temos Maria como parte da família. / A temos como parte da família


- Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / Creio que a conhecemos melhor que ninguém.

2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das preposições:

Destino

Irei para casa.

Modo

Chegou em casa aos gritos.

Lugar

Vou ficar em casa;

Assunto

Escrevi um artigo sobre adolescência.

Tempo

A prova vai começar em dois minutos.

Causa

Ela faleceu de derrame cerebral.

Fim ou finalidade

Vou ao médico para começar o tratamento.


Instrumento

Escreveu a lápis.

Posse

Não posso doar as roupas da mamãe.

Autoria

Esse livro de Machado de Assis é muito bom.

Companhia

Estarei com ele amanhã.

Matéria

Farei um cartão de papel reciclado.

Meio

Nós vamos fazer um passeio de barco.

Origem

Nós somos do Nordeste, e você?

Conteúdo

Quebrei dois frascos de perfume.

Oposição

Esse movimento é contra o que eu penso.

Preço

Essa roupa sai por R$ 50 à vista.

15-Interjeições

A interjeição ainda é considerada uma classe gramatical, apesar de alguns gramáticos discordarem, argumentando
que a interjeição se dá muito mais pela semântica da palavra do que pela forma.

Sendo assim, por definição básica, a Interjeição é uma palavra (ou frase) invariável que expressa emoções,
sentimentos, sensações. Ela não possui nenhuma relação sintática com o restante do período no qual se encontra, e
pode ser compreendida sozinha, sem auxílio de nenhuma outra palavra ou frase.

Geralmente a interjeição é a expressão das emoções do próprio interlocutor, sendo, portanto, bastante estudada pela
semântica e pela pragmática.

Vejamos exemplos de interjeições:

 Ah, porque estou tão sozinho


 Ah, porque tudo é tão triste

 Ah, a beleza que existe


 Tomara que você volte depressa

 Ai, minhas costelas!

 Bravo! Bravo!

 Psiu! Não acordem as crianças.

 Coitado, ficou sozinho novamente.

Vejamos também alguns exemplos de locuções interjeitivas, ou seja, expressões com valor de interjeição, que
são formadas por duas ou mais palavras:

 Se Deus quiser!
 Valha-me Deus!

 Nossa Senhora!

A interjeição muda de sentido conforme o contexto em que se encontra, dando margem, portanto, para que qualquer
palavra possa se tornar uma interjeição, dependendo do uso feito pelo falante.

A gramática classifica as interjeições segundo os significados que elas apresentam, classificação esta que não é
morfológica, mas semântica. Ainda há muitos estudos e questionamentos quanto a esta classificação, mas nas
gramáticas tradicionais encontramos as interjeições classificadas desta forma. Vejamos:

 Advertência: Cuidado!, Atenção!, Ah! não vá por aí!, alerta!, alto lá!, calma!, olha!, Fogo!
 Admiração: Ah! que linda paisagem! , Oh! como o mar está bravo!, puxa!, nossa!, que coisa!, oh!, uh!, ué!,
puxa!, uau!, gente!, céus!, uai!, (francês: ou la la)

 Afugentamento: Xô!, Fora!, Passa!, rua!, toca!, arreda!, sai!, roda!, toca!, xô pra lá!

 Agradecimento: graças a Deus!, obrigado!, obrigada!, agradecido!

 Alegria: Ah!, Oba!, Viva!, olé!, eba!, uhu!, eh!, gol!, que bom!, iupi!

 Alívio: Ufa!, Ah!, uf!, ainda bem!

 Animação: Coragem!, Avante!, upa!, vamos!

 Apelo: Alô!, hei!, olá!, psiu!, Socorro!

 Aplauso: bis!, isso!, bravo!, viva!, apoiado!, fiufiu!, valeu!, hurra!, muito bem!, parabéns!

 Aversão: Droga!

 Cansaço: ufa!.

 Chamamento: olá!, alô!, ô!, oi!, psiu!, psit!, ó!;

 Desejo: Oxalá!, Tomara!, Se Deus quiser!, pudera!, queira Deus!, quem me dera!;

 Desculpa: perdão! desculpe!, desculpa!, mal!, foi mal!

 Despedida: adeus!, até logo!, tchau!

 Dor: Ai!, Ui! Ai! que dor!

 Dúvida: hum?, hem?, hã?

 Espanto, surpresa: Meu Deus!, Nossa!, Puxa!, oh!, ah!, ih!, opa!, céus!, chi!, gente!, hein?!, uai!;

 Medo: Oh!, Cruzes!, Credo!, Ui! que horror!, uh!, Jesus!, ai!, ai de mim!

 Silêncio: Psiu!, Silêncio!, calado!, quieto!, bico fechado!;


 Estímulo: eia!, avante!, firme!, toca!, ânimo!, adiante!, coragem!, firme!, força!, vamos!

Quase sempre as interjeições vem acompanhadas de um ponto de exclamação, que pode ser combinado com outros
sinais de pontuação.

São geralmente consideradas “diferentes” das demais classes gramaticais, pelo fato de não assumirem função sintática,
de terem uma difícil caracterização morfológica e de virem das mais diversas origens filológicas.

A análise do discurso sugere analisarmos as interjeições segundo o contexto no qual se apresentam, mas há outros
fatores como a entonação e a mímica (o gesto do falante), que podem alterar o significado da mesma. Desta forma,
considera-se a interjeição como polissêmica, ou seja, uma mesma interjeição pode possuir uma variação de sentido.

16-Concordância nominal

Para o início do estudo da Concordância Nominal, propõe-se a leitura deste trecho do romance O Mulato, de Aluísio
Azevedo:

No dia imediato, Raimundo deu um passeio ao Alto da Carneira; no outro dia foi até São Tiago; no outro,
percorreu a praça do Mercado; foi três ou quatro vezes a Remédios; repetiu a visita aos pontos citados, e não tinha
mais aonde ir. (p.101). (Grifos da autora deste artigo).

Agora, solicita-se a identificação dos referentes das palavras sublinhadas no trecho acima.

 Imediato → dia
 outro → dia

 a → praça

 três → vezes

Regra Geral: O adjetivo, pronome, artigo e numeral concordam em número (singular ou plural) e gênero (masculino
ou feminino) com o substantivo, isto é, com o nome a que se referem. Essa ocorrência gramatical intitula-se
“Concordância Nominal”. A seguir, serão explicitadas as exceções que costumam suscitar dúvidas.

Adjetivo anteposto aos substantivos a que se refere:

1. Concordância com o primeiro substantivo:

O supermercado tem bom atendimento e variadas formas de pagamento.

2. (Adjetivo + nomes próprios = plural obrigatório)

Os talentosos Caio e Pedro são amigos desde a infância.

3. Verbo de ligação (indicador de estado) + adjetivo = concordância com o primeiro substantivo ou com os dois.

Estava agitado o chefe e o funcionário.

Pareciam insatisfeitos o noivo e a noiva com o serviço oferecido pelo buffet.

Adjetivo posposto aos substantivos:

1. Concordância com o substantivo mais próximo ou com todos:

Encantamos-nos com a fauna e a flora brasileira (brasileiras).

2. Último substantivo qualificado = adjetivo singular


Comeu salada e abacaxi maduro.

3. Um substantivo para mais de um adjetivo:

Estudava os idiomas espanhol, inglês e italiano.

Admite-se também:

Estudava o idioma espanhol, o inglês e o italiano.

Concordância das expressões: É necessário, É proibido, É bom

O adjetivo concorda com o substantivo precedido de artigo ou pronome:

É necessária a ingestão de dois litros de água por dia.

É proibida a entrada de estranhos.

A mandioca é boa para a saúde.

Quando os substantivos não vierem precedidos de artigo ou pronome, as referidas expressões são invariáveis:

É necessário ingestão de dois litros de água por dia.

É proibido entrada de estranhos.

Mandioca é bom para a saúde.

Concordância das palavras: meio, bastante, mesmo e próprio

Quando se referem a substantivos, concordam com ele.

Tomou meia garrafa de vinho.

As alunas mesmas montaram a peça de teatro.

Você sempre teve bastantes amigos.

As expressões supracitadas são invariáveis quando funcionam como advérbios, ou seja, referem-se a adjetivo ou a
verbo:

Os estudantes estavam meio ansiosos antes da realização da prova.

As crianças estavam bastante felizes o parque.

Os jogadores de vôlei treinaram mesmo para a Liga Mundial.

Anexo, incluso, quite → concordância com o substantivo

Segue anexa a fotografia de Ouro Preto.

O recibo seguirá anexo à carta.

Remeto inclusa segunda via do contrato.

Obrigado → concordância com o substantivo


Muito obrigado pelas doações dos mantimentos, disse o prefeito da cidade vítima dos alagamentos.

Muito obrigada, disse a professora após a homenagem feita pelos seus alunos.

Alerta e menos → invariáveis

Estou alerta quanto à necessidade da revisão do projeto.

Estamos alerta com relação à possibilidade de novos ataques.

Ela consome menos gordura, após o diagnóstico do alto índice de colesterol.

Concordância da palavra só:

Eles encomendaram só empadinhas para a festa de aniversário.


(só = apenas/somente)

As crianças pediram ficar sós no parque aquático.


(sós = sozinhas)

Obs.: A forma “a sós” é invariável.

A olhos vistos: locução adverbial = invariável

Aquela cidade prosperava a olhos vistos.

Possível em expressões superlativas:

As músicas de seu novo álbum são as mais variadas possíveis. (ou “possível”)

Cabe ressaltar que, embora sejam admissíveis tanto o singular quanto o plural, recomenda-se a opção pela forma
“plural”.

Para encerrar: Normalmente, o nome (substantivo) concorda com o artigo, pronome, adjetivo, numeral, com os quais
se interliga na construção dos textos. No entanto, há exceções relativas à concordância de variadas palavras e
expressões, que utilizamos de modo recorrente em nosso cotidiano, e que comumente suscitam dúvidas. Bons estudos!

17-Concordância verbal

De acordo com Cunha e Cintra (2008, p.510), a solidariedade entre o verbo e o sujeito, que ele faz viver no tempo,
exterioriza-se na concordância, isto é, na variabilidade do verbo para conformar-se ao número e à pessoa do sujeito.
Nessa perspectiva, eis a Regra Geral para a Concordância Verbal: o verbo concorda com seu sujeito em pessoa
(Eu/Tu/Ele/Nós/Vós/Eles) e em número (singular/plural). Porém, há exceções! Para estudá-las, recomenda-se, a
princípio, a atenção com estes conceitos:

 Verbo: palavra que indica um fato (em geral: uma ação, um estado emocional, ou um fenômeno proveniente
da força da natureza), localizando-o no tempo.
 Sujeito: termo da frase sobre o qual se declara algo.

Concordância verbal: Sujeito Simples


O sujeito simples constitui-se de um núcleo, isto é, de uma palavra principal.

1. Os nomes, que apresentam apenas a forma no plural, quando vierem precedidos de artigo, concordarão com o
verbo:

Minas Gerais é responsável por 50% do café produzido no Brasil.


(A concordância é feita, de modo implícito, com a palavra “O Estado”).

As Minas Gerais são responsáveis por 50% do café produzido no Brasil.

Mas, atenção:

Admitem-se as duas construções para a referência a títulos de livros e nomes de obras, mesmo precedidos de artigo:

Vidas Secas retrata a seca do Nordeste e a dura saga de uma família de retirantes.

(A concordância é feita, de forma implícita, com a palavra “O romance”).

Vidas Secas retratam a seca do Nordeste e a dura saga de uma família de retirantes.

2. Os pronomes relativos “que” e “quem”:

a. O verbo concorda com o antecedente do “que”.

Foi o organizador da Feira que sugeriu a exposição do veículo.

b. O verbo pode concordar com o antecedente do “quem” ou – o que é recomendável – ficar na 3ª pessoa do
singular. Cabe destacar que o pronome “quem” somente deve ser empregado para se referir a seres humanos.

Foram os alunos quem reivindicou o desconto nas mensalidades.

3. O pronome apassivador: se

Divulgaram-se os preços dos ingressos.

O sujeito da oração (preços) concorda com o verbo (divulgaram).

Uma dica: Tente a inversão: “Os preços são divulgados.”. Vale ressaltar que a inversão não é possível quando o sujeito
não é determinado na frase. Nesse caso, o verbo fica no singular:

Não se confiava nas suas boas intenções.


(verbo no singular)

Não se admite a transformação: “Nas suas boas intenções não eram confiadas”. Portanto, o verbo fica no singular, pois
o sujeito é indeterminado.

4. As expressões de sentido quantitativo A maior parte de, Grande parte de, A maioria de, Grande número de, Uma
porção de, Grande quantidade de, Parte de acompanhadas de complemento no plural admitem a concordância verbal
no singular e no plural:

A maior parte dos pinguins se concentra naquele ponto.

A maior parte dos pinguins se concentram naquele ponto.

5. Verbos dar, bater, soar indicando horas: concordância com o sujeito

O relógio deu sete horas e cinquenta e um minutos.

O sino da igreja bateu cinco horas.

Caso não seja revelado quem deu as horas, o sujeito é a quantidade de horas expressa:

Deu uma hora no relógio da igreja.


Deram cinco horas...

6. Mais de, menos de, cerca de, perto de + numeral:

O verbo concorda com o número ao qual se refere:

Cerca de sessenta mil ingressos foram vendidos para o jogo do Cruzeiro.

Mais de um interessado compareceu à entrevista de emprego.

Obs.: Emprega-se o verbo no plural quando a expressão “mais de um” exprimir ideia de reciprocidade ou vier
repetida:

Mais de um palestrante se criticaram mutuamente no Congresso.

Mais de um idoso, mais de uma criança não puderam fugir a tempo.

Concordância verbal: Sujeito Composto (constitui-se de mais de um núcleo)


Regra Geral: Sujeito Composto antes do verbo = verbo no plural

7. Exceções → concordância facultativa:

 Núcleos em gradação:

Uma indignação, uma fúria desmedida, um ódio profundo, tomou (tomaram) conta de seu coração.

 Núcleos sinônimos ou quase sinônimos:

A comunidade, a população une-se (unem-se) para reivindicar melhorias na educação municipal.

 Núcleos: verbos no infinitivo:

Cantar e dançar a destacava (destacavam) naquela difícil seletiva.

Obs.: Ocorrerá o plural, quando os infinitivos indicarem ideias contrárias.

Amar e odiar faziam parte da rotina daquele casal.

8. Um e outro + substantivo → verbo no singular ou no plural

Um e outro decreto trata (tratam) da questão ambiental.

9. Um ou outro, ou nem um, nem outro, acompanhadas ou não de substantivo → Verbo no singular:

Luiz Fernando ou Gabriel será eleito o novo presidente da empresa.

Obs.: Quando “ou” não indica a ideia de exclusão, o verbo fica no plural:

O talento ou a dedicação são necessários para o sucesso profissional.

10. O verbo fica no singular ou no plural quando precedido da expressão uma das que, um dos que:

A abelha é uma das espécies que se encontra (encontram) em extinção.

Note que, se a opção é pelo singular, a concordância é feita com “A abelha”, se pelo plural, com “uma das espécies”.
Vale salientar que o plural é a forma mais usual nesse caso.
11. Sujeito Composto + palavra resumitiva (tudo, nada, ninguém...) → verbo no singular

Crisântemos, hortências e tulipas, tudo encantava os turistas.

12. Sujeito Composto depois do verbo:

 Verbo no singular → concordância com o primeiro núcleo

Compareceu ao Conselho de Classe o diretor e os professores.

 Verbo no plural→ concordância com os núcleos

Compareceram ao Conselho de Classe o diretor e os professores.

13. Sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes:

 Se a 1ª pessoa (eu/nós) faz parte do sujeito: verbo na 1ª pessoa do plural

Você, seu amigo e eu fomos ao Farol naquele dia ensolarado.A diretora, os professores, os alunos e nós
concordamos com a realização da gincana.

 Se a 2ª pessoa (tu/vós) constitui o sujeito simples: verbo na 3ª pessoa do singular

Vossa Excelência se posicionou acerca do crescente desemprego no país. (e não posicionastes)

 Se a 2ª pessoa (tu/vós) integra o sujeito composto: verbo na 3ª pessoa do plural

Tu e o teu namorado devem (e não deveis) fazer as pazes.

Obs.: A opção pela 3ª pessoa do plural se deve ao desuso do pronome “vós” e respectivas formas verbais no Brasil.

Concordância Verbal: Concordância dos Verbos Impessoais


Verbos Impessoais: sem sujeito → 3ª pessoa do Singular

14. Verbo “haver” → impessoal quando sinônimo de “existir” ou “acontecer”:

Havia belas cachoeiras e frondosas árvores naquela região.


(sinônimo de “existir”)

Nesta rodovia, nunca houve acidentes.


(sinônimo de “acontecer”)

Obs.: Em locuções verbais, o verbo “haver” transmite a impessoalidade para o verbo auxiliar:

Na reunião, devia haver umas vinte pessoas.


(singular)

15. Verbo “Fazer” → impessoal ao indicar tempo decorrido ou a decorrer:

Faz dois anos que visitamos o “Museu de Arte Contemporânea” em Niterói-RJ.

Em locuções verbais, o verbo “fazer” transmite a impessoalidade para o verbo auxiliar:

Sábado vai fazer três meses que ela se casou.


(Singular)

16. Concordância do verbo “Ser”:


a. Sujeito no singular (referente à coisa) + Predicativo no plural (substantivo):

Minha preocupação são as atividades a serem feitas em grupo.

b. Sujeito no plural (coisa) + Predicativo (coisa):

Aqueles coqueiros era um verdadeiro encanto. (Concordância com o predicativo – verbo no singular)
Aqueles coqueiros eram um verdadeiro encanto. (Concordância com o sujeito – verbo no plural)

c. Sujeito (pessoa) ou Predicativo (pessoa):

Os colegas da faculdade eram a sua maior recordação.

d. A maioria, Grande número, A maior parte, etc. (Sujeito) + verbo “ser”:

A maior parte são japoneses.

e. Pronome pessoal → na função de predicativo:

O autor da música somos nós.

f. É muito, É pouco, É mais de, É menos de, É demais, É suficiente, É bastante ao indicarem quantidade:
singular

Cinco semanas é pouco para ele fazer a reforma da casa.


Duzentos mil reais é mais do que eu preciso para a compra do apartamento.

g. Tudo, isto, isso, aquilo → sujeito

Tudo são comemorações no aniversário do município.

h. Verbo “ser” - horas e distância: concordância com a expressão numérica

Agora são seis horas.


Daqui ao supermercado, são quinze quilômetros.

i. Verbo “ser’ – datas: concordância com a palavra “dia (s)” expressa ou subentendida na frase

Hoje são nove de julho.


Hoje é dia dezesseis.

Expressão Haja vista

Na expressão haja vista, a palavra vista é sempre invariável. O verbo haja pode ficar invariável ou concordar com o
substantivo que se segue à expressão:

Haja (ou hajam) vista os últimos resultados nas provas, tem se estressado com os estudos.

Também admite-se:

Haja vista aos últimos resultados nas provas, tem se estressado com os estudos.

Para concluir: No geral, o verbo concorda com o sujeito ao qual se refere. Entretanto, conforme explicado, há
exceções a essa regra. Há casos em que a concordância pode ser feita no singular e no plural; noutros apenas no
singular, apesar da referência a um sujeito composto; e somente no plural, mesmo se tratando de um sujeito simples.
Nesse contexto, é imprescindível o estudo atento para o aprendizado das regras inerentes à Concordância Verbal.
16-Regência nominal

A regência consiste na relação que se instaura quando um termo principal (chamado de “regente”) tem o seu sentido
complementado por outro (termo regido). A regência nominal, especificamente, ocorre quando o termo regente é um
nome (substantivo ou adjetivo). Para clarear o conceito em questão, propõe-se a observação destas frases:

a) "Ele não se conformava, desejando ouvir qualquer palavra de carinho ou gratidão."

Perceba que se fez necessário especificar que tipo de palavra ele queria ouvir (“de carinho ou gratidão”), tendo em
vista o estado de inconformidade em que se encontrava. Imagine se a frase terminasse com “palavra”? Perguntar-se-ia:
“Mas, que tipo de palavra?”. Não poderia ser qualquer uma, mas apenas aquelas que, de alguma forma, poderiam
reconfortá-lo. Nesse contexto, o nome (substantivo) “palavra” necessita de complementação, que foi realizada por
meio da preposição “de”.

b) "Tenho certeza de que ele não a abandonará em um momento tão delicado como este."

Note que a frase acima é constituída de duas orações, a saber:

 Oração 1: Tenho certeza


 Oração 2: ele não a abandonará em um momento tão delicado como este.

A primeira oração [que é a principal e, por isso mesmo, é a regente] precisa de complemento, pois quem tem certeza,
tem certeza de algo. A segunda oração (a regida) complementa o sentido do nome (substantivo) “certeza”, por meio da
preposição “de” (exigida pelo nome) e da conjunção subordinativa “que”. Dessa forma, o enunciado se torna um todo
integrado e significativo.

Vale enfatizar que os adjetivos também podem funcionar como regentes. Visualize:

Aquele rapaz é muito preocupado com os estudos.

Constate que o nome (adjetivo) “preocupado” precisa de um complemento, pois quem é preocupado, é
preocupado com algo. Para uma melhor percepção, sugere-se a análise desse enunciado sem a presença do
complemento nominal: “Aquele rapaz é preocupado.”. Generaliza-se o estado/a característica de preocupação, que
apresenta diferentes ramificações. Sob esse viés, é fundamental especificar. Ele é preocupado com o quê? Com a
família? Com a saúde? Com o trabalho? Com o meio ambiente?... Não, “aquele rapaz é preocupado com os estudos”.
A conexão dos termos é feita por intermédio da preposição “com”, exigida pelo nome “preocupado”.

Vejamos outros exemplos, nos quais a regência nominal se faz presente na relação entre os termos (regente + regido):

a. lembranças da infância
b. semelhante a uma gaivota

c. cuidado com o meio ambiente

d. ciente do problema

Para encerrar: A regência nominal ocorre quando um nome, substantivo ou adjetivo, tem o seu significado
complementado por outro termo (o regido ou subordinado), compondo um todo compreensível. Vale reiterar que a
relação de regência também se faz presente entre orações dependentes entre si, por meio de uma conjunção
subordinativa, antecedida por uma preposição, caso o nome exigi-la.

18-Regência verbal

A regência é definida como a relação que se institui quando um termo principal, regente, tem o seu sentido
complementado por outro, regido. A regência verbal, como o próprio nome sugere, ocorre quando o termo regente é
um verbo. Cumpre-se evidenciar que a relação de regência também se faz presente entre orações dependentes.
Observe:

a) As crianças se encantaram com a decoração de Natal.


Perceba que o verbo “encantar” necessita de complemento, pois quem se encanta, se encanta com alguém
ou com algo. Se o termo regido for retirado da frase, o que acontece? Analise: “As crianças se encantaram.”. Soou
vago, não? O verbo “encantar” precisa de especificação, uma vez que há inúmeras coisas com as quais as crianças
poderiam se encantar. Nesse caso, a complementação foi feita pela preposição “com”.

b) Eles se esqueceram de que os convites precisam ser entregues até a sexta-feira.

Note que a frase acima se compõe de duas orações, a saber:

 Oração 1: Eles se esqueceram


 Oração 2: os convites precisam ser entregues até a sexta-feira.

Visualize que a oração 1, a principal, tem o seu sentido complementado pela oração 2, que é regida por aquela. Afinal,
é preciso especificar do quê eles se esqueceram. Caso contrário, o enunciado torna-se sem sentido. Trata-se de orações
dependentes entre si, que são conectadas por intermédio da preposição “de”, exigida pelo verbo [quem se esquece, se
esquece de alguém ou de alguma coisa] e pela conjunção subordinativa “que”.

A seguir, serão apresentadas diversificadas situações comunicativas, nas quais a regência verbal costuma suscitar
dúvidas, especialmente no tocante à escrita.

 Aquele é o rapaz com quem discuti. (discute-se com alguém).


 Este é o projeto a que o chefe se referiu. (refere-se a algo ou alguém)

 Eu me lembrei da senha. (lembrar a si mesmo de algo)

 A jovem assistiu ao filme ontem. (assistir a = ver/presenciar)


O dentista assistiu o paciente. (assistir = cuidou/socorreu)

 Rafaela aspira à carreira de modelo. (aspirar a = objetivar/desejar)


Aqui na capital, aspiramos um ar poluído. (aspirar = respirar)

 A empresa ainda não visou o contrato de prestação de serviço. (visar = assinar)


Ele visa ao cargo de presidente. (visar a/ao = objetivar/pretender)

 Todos devem obedecer, rigorosamente, às regras do concurso. (obedecer a)

 Prefiro salgado ao doce. (prefere-se uma coisa a outra e, não, uma coisa do que outra).

 Pediu aos convidados que se dirigissem à sala de jantar. (Pedir a alguém que faça algo e, não, para que faça
algo.).

 Estes são os meios de que disponho para fazer a divulgação do produto. (dispor de)

 Esta é a fazenda em que morei durante a minha infância. [morar em algum lugar. Outras opções: na qual morei
ou onde (pois se trata de um lugar físico) morei].

 Informe

 aos estudantes os locais da prova. (Informar algo a alguém)

 Informe os estudantes dos locais de prova. (Informar alguém de algo)

 Avise os formandos da necessidade de chegarem pontualmente. (avisar alguém de algo).

 Aproveitou a (aproveitou-se da) oportunidade para dizer o que pensa. (aproveitar algo ou aproveitar-se de
algo)

 Aquele é o homem por quem um dia me apaixonei. (apaixonar-se por)

 Esta é a dupla sertaneja de que tanto gosto. (gostar de)

 O parque a que fomos no ano passado será ampliado. (ir a)


 Este é o hospital a que recorreu no dia em que sofreu a fratura. (recorrer a)

Para concluir: A regência verbal é realizada quando um verbo tem o seu sentido complementado por outro termo (o
regido), constituindo um todo significativo. Vale reiterar que a relação de regência é sinalizada entre orações
dependentes entre si. Constantemente, surgem dúvidas concernentes à regência verbal. Portanto, estude com muita
atenção e pratique sempre!

19-Regência nominal

A regência consiste na relação que se instaura quando um termo principal (chamado de “regente”) tem o seu sentido
complementado por outro (termo regido). A regência nominal, especificamente, ocorre quando o termo regente é um
nome (substantivo ou adjetivo). Para clarear o conceito em questão, propõe-se a observação destas frases:

a) "Ele não se conformava, desejando ouvir qualquer palavra de carinho ou gratidão."

Perceba que se fez necessário especificar que tipo de palavra ele queria ouvir (“de carinho ou gratidão”), tendo em
vista o estado de inconformidade em que se encontrava. Imagine se a frase terminasse com “palavra”? Perguntar-se-ia:
“Mas, que tipo de palavra?”. Não poderia ser qualquer uma, mas apenas aquelas que, de alguma forma, poderiam
reconfortá-lo. Nesse contexto, o nome (substantivo) “palavra” necessita de complementação, que foi realizada por
meio da preposição “de”.

b) "Tenho certeza de que ele não a abandonará em um momento tão delicado como este."

Note que a frase acima é constituída de duas orações, a saber:

 Oração 1: Tenho certeza


 Oração 2: ele não a abandonará em um momento tão delicado como este.

A primeira oração [que é a principal e, por isso mesmo, é a regente] precisa de complemento, pois quem tem certeza,
tem certeza de algo. A segunda oração (a regida) complementa o sentido do nome (substantivo) “certeza”, por meio da
preposição “de” (exigida pelo nome) e da conjunção subordinativa “que”. Dessa forma, o enunciado se torna um todo
integrado e significativo.

Vale enfatizar que os adjetivos também podem funcionar como regentes. Visualize:

Aquele rapaz é muito preocupado com os estudos.

Constate que o nome (adjetivo) “preocupado” precisa de um complemento, pois quem é preocupado, é
preocupado com algo. Para uma melhor percepção, sugere-se a análise desse enunciado sem a presença do
complemento nominal: “Aquele rapaz é preocupado.”. Generaliza-se o estado/a característica de preocupação, que
apresenta diferentes ramificações. Sob esse viés, é fundamental especificar. Ele é preocupado com o quê? Com a
família? Com a saúde? Com o trabalho? Com o meio ambiente?... Não, “aquele rapaz é preocupado com os estudos”.
A conexão dos termos é feita por intermédio da preposição “com”, exigida pelo nome “preocupado”.

Vejamos outros exemplos, nos quais a regência nominal se faz presente na relação entre os termos (regente + regido):

a. lembranças da infância
b. semelhante a uma gaivota

c. cuidado com o meio ambiente

d. ciente do problema

Para encerrar: A regência nominal ocorre quando um nome, substantivo ou adjetivo, tem o seu significado
complementado por outro termo (o regido ou subordinado), compondo um todo compreensível. Vale reiterar que a
relação de regência também se faz presente entre orações dependentes entre si, por meio de uma conjunção
subordinativa, antecedida por uma preposição, caso o nome exigi-la.
20-Aposto

Observe os exemplos

1- Joana, filha de D. Maria, comprou uma casa de praia.

A expressão em destaque identifica/explica quem é Joana. Ela é filha de D. Maria. Portanto, “filha de D. Maria” é um
aposto.

2- Machado de Assis, autor de “A mão e a luva”, é considerado o maior escritor brasileiro.

A expressão em negrito também é um aposto.

3- Curitiba, capital do Paraná, é famosa por sua beleza.

“Capital do Paraná” é um aposto.

Em todos os exemplos acima, podemos notar que o aposto está identificando/explicando/esclarecendo algum termo da
oração.

Observe os exemplos
- Vestidos, blusas, camisas, saias, tudo naquela loja é caro.

O termo “tudo”, resume o que foi dito antes. “Tudo” é um aposto.

- Maria, João, Diva, ninguém viu o filme.

“Ninguém” é um aposto, pois também está resumindo o que foi dito antes.

Observe os exemplos

1-Tenho três coisas para fazer: varrer a casa, limpar o pó e fazer almoço.

2-Nicolas terá que comprar três coisas no pet shop: remédio, ração e brinquedos.

Nas duas orações os termos em negrito são apostos.

O aposto nestes exemplos está enumerando tudo que as pessoas terão fazer. Aqui o aposto tem valor enumerativo.

Observe os exemplos

1-A cidade de Manaus tem um teatro lindo.

2-Durante o carnaval a cidade de Salvador fica cheia de gente.

3- A professora Vera trará mais execícios.

Os termos em destaque são apostos, pois estão especificando ou individualizando as cidades.Várias cidades possuem
um teatro lindo, mas aqui especifica que é a cidade de Manaus. Não é outra cidade que fica cheia de gente, várias
cidades ficam cheia de gente, mas a cidade escolhida para o exemplo foi Salvador e não outra. O mesmo ocorre com
Vera.

Observe os exemplos:
Toda mulher deseja uma coisa: ser feliz no casamento.

O aposto poderá vir em forma de oração. Quando isso acontecer será chamado: Oração subordinada substantiva
apositiva.
A expressão em destaque explica o termo “coisa”, logo, é um aposto que está em forma de oração.

Observe o exemplo:

Único mamífero que voa, o morcego é temido por muita gente.

Note que nesta frase o aposto aparece antes do termo a que se refere.

Há duas atitudes que você pode tomar: uma é estudar; a outra é ficar reprovado.

Este tipo de aposto recebe o nome de aposto distributivo.

MAIS EXEMPLOS

Ele, Pedro, será o anfitrião da festa.

Vou comprar duas coisas no mercado: bala e chocolate.

Minha amiga Andréa comprou uma casa de praia.

Cláudia, Ana, Márcia, Michele, todas se formaram comigo.

As duas – Nicole e Maria – foram comprar livros.

Eles todos foram para Portugal.

No mês de fevereiro faz muito calor.

Depois de um tempo – 10 ou 15 minutos – ele encontrou a chave de casa.

O ônibus estava com poucos passageiros: duas crianças, quatro adultos e uma senhora.

21-Vocativo

Segundo o dicionário, vocativo significa:

vocativo
(latim vocativus [casus], caso vocativo, de voco, -are, chamar)
adj. s. m.
1. [Gramática] Diz-se de ou caso das línguas em que os nomes se declinam, que se emprega para chamar ou invocar.
s. m.
2. Palavra ou expressão com que apostrofamos ou invocamos alguém.
adj.
3. Que serve para chamar.

É a função sintática que corresponde a uma INVOCAÇÃO, um chamamento, e não se relaciona sintaticamente com os
demais termos da oração. Muitas vezes vem acompanhada por uma entoação exclamativa ou apelativa. Geralmente é
separado por vírgulas, mas pode aparecer também com um sinal de exclamação, interrogação, etc. É bastante estudado
em retórica e estilística.

Vejamos alguns exemplos:

 João! Volte já aqui!


 Maria, preciso falar com você.

 Mamãe? A senhora já acordou!!!

 Ó céus, quando vos alcançarei?


O vocativo ocorre no discurso direto, geralmente em frases imperativas, interrogativas ou exclamativas, e permite a
identificação do interlocutor.

Na sintaxe, é classificado como um termo acessório da oração, e tem a particularidade de não pertencer nem ao
sujeito, nem ao predicado.

O vocativo pode ser formado por:

a) um substantivo (geralmente próprio)

Lúcia, compareça ao setor de embarque.

b) adjuntos adnominais (artigos, adjetivos e pronomes adjetivos)

Venha, minha querida, nós vamos voltar para casa.

c) um pronome reto de segunda pessoa

Ei, você, deixou cair sua carteira?

Na frase, o vocativo poderá aparecer:

a) no início ou no final da frase,

Menino, cuidado com o carro!

Cuidado com o carro, menino!

b) antes ou depois do adjunto adverbial

Hoje, senhoras e senhores, temos a honra de apresentar nosso projeto concluído.

Senhoras e senhores, hoje temos a honra de apresentar nosso projeto concluído.

c) antes ou depois do verbo imperativo

Lembre-se, meu filho, de que a vida é feita de desafios.cf m.cfggfdb fc b b

Meu filho, lembre-se de que a vida é feita de desafios.

d) entre o nome/verbo e o complemento

Amanhã traremos, professora, o nosso trabalho concluído.

Tenho muito medo, pai, de perder o meu emprego.

22-Conjunções

Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou dois termos semelhantes de uma mesma oração.

CLASSIFICAÇÃO
- Conjunções Coordenativas
- Conjunções Subordinativas

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
Dividem-se em:

- ADITIVAS: expressam a idéia de adição, soma.


Observe os exemplos:

- Ela foi ao cinema e ao teatro.


- Minha amiga é dona-de-casa e professora.
- Eu reuni a família e preparei uma surpresa.
- Ele não só emprestou o joguinho como também me ensinou a jogar.

Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também, não só...como também.

- ADVERSATIVAS
Expressam idéias contrárias, de oposição, de compensação. Exemplos:

- Tentei chegar na hora, porém me atrasei.


- Ela trabalha muito mas ganha pouco.
- Não ganhei o prêmio, no entanto dei o melhor de mim.
- Não vi meu sobrinho crescer, no entanto está um homem.

Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto.

ALTERNATIVAS
Expressam idéia de alternância.

- Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho.


- Minha cachorra ora late ora dorme.
- Vou ao cinema quer faça sol quer chova.

Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...quer, já...já.

CONCLUSIVAS
Servem para dar conclusões às orações. Exemplos:

- Estudei muito por isso mereço passar.


- Estava preparada para a prova, portanto não fiquei nervosa.
- Você me ajudou muito; terá, pois sempre a minha gratidão.

Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.

EXPLICATIVAS
Explicam, dão um motivo ou razão:

- É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.


- Não demore, que o seu programa favorito vai começar.

Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto.

CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS


CAUSAIS
Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como (= porque). Exemplos:

- Não pude comprar o CD porque estava em falta.


- Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
- Como não sabe dirigir, vendeu o carro que ganhou no sorteio.

COMPARATIVAS
Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como, mais...do que, menos...do que.

- Ela fala mais que um papagaio.


CONCESSIVAS
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo que, apesar de, se bem que.

Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato inesperado.Traz em si uma idéia de “apesar de”.

- Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar cansada)


- Apesar de ter chovido fui ao cinema.

CONFORMATIVAS

Principais conjunções conformativas: como, segundo, conforme, consoante

- Cada um colhe conforme semeia.


- Segundo me disseram a casa é esta.

Expressam uma idéia de acordo, concordância, conformidade.

CONSECUTIVAS
Expressam uma idéia de conseqüência.

Principais conjunções consecutivas: que ( após “tal”, “tanto”, “tão”, “tamanho”).

- Falou tanto que ficou rouco.


- Estava tão feliz que desmaiou.

FINAIS
Expressam idéia de finalidade, objetivo.

- Todos trabalham para que possam sobreviver.


- Viemos aqui para que vocês ficassem felizes.

Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque (=para que),

PROPORCIONAIS
Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que.

- À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.


- Quanto mais ela estudava, mais feliz seus pais ficavam.

TEMPORAIS
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que.

- Quando eu sair, vou passar na locadora.


- Chegamos em casa assim que começou a chover.
- Mal chegamos e a chuva desabou.

Obs: Mal é conjunção subordinativa temporal quando equivale a "logo que".

O conjunto de duas ou mais palavras com valor de conjunção chama-se locução conjuntiva.

Exemplos: ainda que, se bem que, visto que, contanto que, à proporção que.

Algumas pessoas confundem as circunstâncias de causa e conseqüência. Realmente, às vezes, fica difícil diferenciá-
las.

Observe os exemplos:
- Correram tanto, que ficaram cansados.
“Que ficaram cansados” aconteceu depois deles terem corrido, logo é uma conseqüência.
Ficaram cansados porque correram muito.

“Porque correram muito” aconteceu antes deles ficarem cansados, logo é uma causa.

23-Análise sintática-Orações coordenadas

As sentenças coordenadas (ou orações coordenadas) são as orações que, como a própria nomeação sugere, se unem
umas as outras, de forma justaposta ou por intermédio de uma conjunção. A referida ordenação tem por finalidade a
composição de um período composto. Sob esse aspecto, cada sentença mantém a sua independência sintática, uma vez
que uma não funciona como termo integrante da outra. Com o objetivo de clarear esse conceito, propõe-se a leitura
deste trecho do romance A menina que roubava livros, do escritor australiano Markus Zusak:

Era o fim de maio de 1939, e a noite tinha sido como quase todas as outras. Mamãe sacudira seu punho de ferro. Papai
havia saído. Liesel limpara a porta da frente e observara o céu da Rua Himmel. (p. 45).

A princípio, é pertinente lembrar que se concebe como período, a frase organizada em oração (período simples) ou
orações (período composto). O primeiro e último períodos do trecho acima se compõem de duas orações, a saber:

Primeiro Período:

 Oração 1: Era o fim de maio de 1939.


 Oração 2: A noite tinha sido como quase todas as outras.

Último Período:

 Oração 1: Liesel limpara a porta da frente.


 Oração 2: Observara (referência à Liesel de maneira subentendida) o céu da Rua Himmel.

Constate que se trata de duas orações independentes entre si, inseridas em seu respectivo período. Cabe elucidar que,
apesar de terem o sentido ligado por meio da conjunção “e”, mantêm-se fiéis a sua estrutura sintática original. Vale
relembrar que a “conjunção” tem o propósito de conectar duas orações, como nos períodos analisados; ou duas
palavras de função equivalente na oração: “A alegria e a ansiedade tomaram conta do seu coração.”. Observe que “e”
une dois substantivos (núcleos) que constituem o sujeito da oração.

As orações coordenadas se dividem em: sindéticas e assindéticas. Observe:

a. Luiz Fernando compareceu ao evento no horário confirmado.


b. Luiz Fernando compareceu ao evento e não se atrasou.

Perceba que não há conjunção no primeiro período. Nesse caso, tem-se uma oração coordenada assindética, isto é,
que não apresenta conjunção. O “a” exprime a ideia de negação, como, por exemplo, em “assintomático” (sem
sintomas). Em contrapartida, no segundo período, as duas orações são interligadas por meio da conjunção “e”. Por
isso, trata-se de uma oração coordenada sindética.

As orações coordenadas sindéticas dividem-se em cinco tipos, conforme a ideia estabelecida, por meio da
conjunção, entre as orações, a saber:

1. Aditiva
No geral, expressa a ideia de adição:
o Ainda não fiz o almoço, nem arrumei a casa. (nem = e não)

o Outro exemplo: não só... mas também.

2. Adversidade
Exprime ideias que se opõem:

o O time jogou bem, porém perdeu o jogo.


o Outros exemplos: todavia, contudo, mas, entretanto...

3. Explicativa
Apresenta uma justificativa:

o Na segunda-feira, não foi ao trabalho porque estava doente.

o Mais exemplos: porque, pois (anteposto ao verbo).

4. Alternativa
Sinaliza uma opção/alternativa:

o Alerte o seu filho, ou ele acabará sendo reprovado este ano.

o Mais exemplos: quer...quer, ou...ou, ora...ora

5. Conclusiva
Indica uma conclusão

o Os preços dos produtos se elevaram significativamente. Por isso, reduzimos a nossa compra.

o Outros exemplos: logo, pois (posposto ao verbo), consequentemente, portanto, por conseguinte, de
modo que.

É pertinente mencionar que um mesmo período pode ser composto por orações coordenadas sindéticas de diferentes
tipos. Constate:

Marcos estudou para a prova e fez todos os trabalhos, porém não conseguiu a média na disciplina.

Note que o período se compõe de três orações, integradas pela conjunção aditiva “e” e pela conjunção adversativa
“porém”.

Para finalizar: As sentenças coordenadas são as orações que se unem, por intermédio ou não de uma conjunção,
compondo períodos. Trata-se de orações independentes entre si, apesar de serem instauradas novas relações de
sentido.

24-Análise sintática-Orações Subordinadas

As Orações Subordinadas são aquelas que exercem função sintática sobre outras, ou seja, a oração que subordina ou
depende da outra.
Dependendo da função que desempenham, os tipos de oração subordinada são substantivas, adjetivas ou adverbiais.
Orações Subordinadas Substantivas
As orações subordinadas substantivas são aquelas que exercem função de substantivo. São classificadas em: Subjetiva,
Predicativa, Completiva Nominal, Objetiva Direta, Objetiva Indireta e Apositiva.
 Oração Subordinada Substantiva Subjetiva - Exerce a função de sujeito. Exemplo: É provável que ela
venha jantar.
 Oração Subordinada Substantiva Predicativa - Exerce a função de predicativo do sujeito. Exemplo: Meu
desejo era que me dessem um presente.
 Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal - Exerce a função de complemento nominal.
Exemplo: Temos necessidade de que nos apoiem.
 Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta - Exerce a função de objeto direto. Exemplo: Nós
desejamos que sua vida seja boa.
 Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta - Exerce a função de objeto indireto. Exemplo:
Recordo-me de que tu me amavas.
 Oração Subordinada Substantiva Apositiva - Exerce a função de aposto. Exemplo: Desejo-te uma coisa:
que tenhas muita sorte.
Orações Subordinadas Adjetivas
As orações subordinadas adjetivas são aquelas que exercem função de adjetivo. São classificadas em: Explicativa e
Restritiva e Reduzida.
 Oração Subordinada Adjetiva Explicativa - Destaca um detalhe do termo antecedente. Exemplo: A África,
que é um continente no hemisfério sul, tem um alto índice de pobreza.
 Oração Subordinada Adjetiva Restritiva - Restringe a significação de seu antecedente. Exemplo: As
pessoas que são alegres vivem melhor.
Orações Subordinadas Adverbiais
As orações subordinadas adverbiais são aquelas que exercem função de advérbio. São classificadas em Causais,
Comparativas, Concessivas, Condicionais, Conformativas, Consecutivas, Finais, Temporais, Proporcionais.
 Oração Subordinada Adverbial Causal - Exprime a causa. Exemplo: Já que está nevando ficaremos em
casa.
 Oração Subordinada Adverbial Comparativa - Estabelece comparação entre a oração principal e a oração
subordinada. Exemplo: Maria era mais estudiosa que sua irmã.
 Oração Subordinada Adverbial Concessiva - Indica permissão (concessão) entre as orações. Exemplo:
Alguns se retiraram da reunião apesar de não terem terminado a exposição.
 Oração Subordinada Adverbial Condicional - Exprime condição. Exemplo: Você fará uma boa prova desde
que se esforce.
 Oração Subordinada Adverbial Conformativa - Exprime concordância. Exemplo: Realizamos nosso
projeto conforme as especificações da biblioteca.
 Oração Subordinada Adverbial Consecutiva - exprime a consequência referente a oração principal.
Exemplo: Gritei tanto, que fiquei sem voz.
 Oração Subordinada Adverbial Final - Exprime finalidade. Exemplo: Todos trabalham para que possam
vencer.
 Oração Subordinada Adverbial Temporal - Indica circunstância de tempo. Exemplo: Fico feliz sempre vou
visitar minha mãe.
 Oração Subordinada Adverbial Proporcional - Exprime proporção entre as orações: principal e
subordinada. Exemplo: À medida que o tempo passa, a chuva aumenta.

24-LINGUAGEM

Semântica-O significado das palavras e sentenças

 Monosemia-é o fato de uma expressão ter no texto apenas um significado


 exemplo

 A porcelana foi criada pelos chineses.

 A jarra é de porcelana.

 Polissemia-A palavra “polissemia”, do grego polysemos (poli = muitos, sema = significados), significa “algo
que tem muitos significados”. Sendo assim, polissemia é a propriedade que uma palavra tem de apresentar
vários sentidos. Observe os exemplos:
 1- O compositor escreveu a letra da canção para seu filho.

 2- A letra “H” é a oitava em nosso alfabeto.

 3- Sua letra é muito bonita


 Sinônimo-Significados semelhantes, ou seja palavras que tenham os mesmos significados
 Exemplo:

 carro e automóvel

 cão e cachorro

 reto e intégro

 Sinônimos perfeitos São os vocábulos que têm significado idêntico. Exemplos:

 bonito e belo

 após e depois

 língua e idioma

 morrer e falecer

 avaro e avarento

 alfabeto e abecedário

 léxico e vocabulário

 brado e grito

 Sinônimos imperfeitos São os vocábulos cujos significados são próximos, porém não idênticos.
Exemplos:

 cidade — município

 córrego — riacho

 belo — formoso

 gordo — obeso

 feliz — alegre

Antônimos- seja contrário, oposto ou inverso ao de outra.


Exemplos
 Alto-baixo
 Bem-mal

 Bom-mau

 Bonito-feio

 Mais-menos

 Amigo-inimigo

 Construção-destruição

 Homônimos

 São palavras que possuem a mesma pronúncia (algumas vezes, a mesma grafia), mas significados diferentes.
Veja alguns exemplos no quadro abaixo:

 acender (colocar fogo)

 ascender (subir)

 acento (sinal gráfico)

 assento (local onde se senta)

 acerto (ato de acertar)

 asserto (afirmação)

 apreçar (ajustar o preço)

 apressar (tornar rápido)

 bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto)

 Parônimos

 É a relação que se estabelece entre palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na
pronúncia e na escrita. Veja alguns exemplos no quadro abaixo.

 absolver (perdoar, inocentar)

 absorver (aspirar, sorver)

 apóstrofe (figura de linguagem)

 apóstrofo (sinal gráfico)

 aprender (tomar conhecimento)


 apreender (capturar, assimilar)

 arrear (pôr arreios)

 arriar (descer, cair)

Ambiguidade- O que é Ambiguidade:

 Ambiguidade é a qualidade ou estado do que é ambíguo, ou seja, aquilo que pode ter mais do que um
sentido ou significado
 A ambiguidade pode estar em palavras, frases, expressões ou sentenças completas. É bastante aplicável em
textos de teor literário, poético ou humorístico, mas deve ser evitado em textos científicos ou jornalísticos, por
exemplo.

 Exemplo: “O rapaz pediu um prato ao garçom”.

 No exemplo acima, a palavra “prato” pode se referir ao objeto onde se coloca a comida ou à um tipo de
refeição.

"Maria comeu um doce e sua irmã também". (Maria comeu um doce, e sua irmã também).
"Mataram o porco do meu tio". (Mataram o porco que era do meu tio).
"O guarda deteve o suspeito em sua casa". (Na casa de quem: do guarda ou do suspeito?)
 Funções da linguagem
 1) Função Referencial ou Denotativa

 Palavra-chave: referente

 Transmite uma informação objetiva sobre a realidade. Dá prioridade aos dados concretos, fatos e
circunstâncias. É a linguagem característica das notícias de jornal, do discurso científico e de qualquer
exposição de conceitos. Coloca em evidência o referente, ou seja, o assunto ao qual a mensagem se refere.

 Exemplo:

Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, uma maçã,


uma laranja, uma banana e um morango. (Este
texto informa o que há dentro da cesta, logo, há função
referencial).

 2) Função Expressiva ou Emotiva

 Palavra-chave: emissor

 Reflete o estado de ânimo do emissor, os seus sentimentos e emoções. Um dos indicadores da função emotiva
num texto é a presença de interjeições e de alguns sinais de pontuação, como as reticências e o ponto de
exclamação.

 Exemplos:

a) Ah, que coisa boa!

b) Tenho um pouco de medo...

c) Nós te amamos!
 3) Função Apelativa ou Conativa
 Palavra-chave: receptor
 Seu objetivo é influenciar o receptor ou destinatário, com a intenção de convencê-lo de algo ou dar-lhe ordens.
Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e
imperativo. É a linguagem usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao
consumidor.

 Exemplos:

a) Você já tomou banho?

b) Mãe, vem cá!

c) Não perca esta promoção!


 4) Função Poética
 Palavra-chave: mensagem

 É aquela que põe em evidência a forma da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em como dizer do que
com o que dizer. O escritor, por exemplo, procura fugir das formas habituais e expressão, buscando deixar
mais bonito o seu texto, surpreender, fugir da lógica ou provocar um efeito humorístico. Embora seja própria
da obra literária, a função poética não é exclusiva da poesia nem da literatura em geral, pois se encontra com
frequência nas expressões cotidianas de valor metafórico e na publicidade.

 Exemplos:

a) “... a lua era um desparrame de prata”.


(Jorge Amado)

b) Em tempos de turbulência, voe com fundos de


renda fixa.
(Texto publicitário)

c) Se eu não vejo
a mulher
que eu mais desejo
nada que eu veja
vale o que
eu não vejo
(Daniel Borges)

 5) Função Fática

 Palavra-chave: canal

 Tem por finalidade estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. É aplicada em situações em que o
mais importante não é o que se fala, nem como se fala, mas sim o contato entre o emissor e o receptor. Fática
quer dizer "relativa ao fato", ao que está ocorrendo. Aparece geralmente nas fórmulas de cumprimento: Como
vai, tudo certo?; ou em expressões que confirmam que alguém está ouvindo ou está sendo ouvido: sim, claro,
sem dúvida, entende?, não é mesmo? É a linguagem das falas telefônicas, saudações e similares.

 Exemplo:

Alô? Está me ouvindo?


 6) Função Metalinguística
 Palavra-chave: código

 Esta função refere-se à metalinguagem, que ocorre quando o emissor explica um código usando o próprio
código. É a poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. As
gramáticas e os dicionários são exemplos de metalinguagem.

 Exemplo:

Frase é qualquer enunciado linguístico com sentido acabado.

(Para dar a definição de frase, usamos uma frase.)

25-Verbos

Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros
processos:

ação (correr);

estado (ficar);

fenômeno (chover);

ocorrência (nascer);

desejo (querer).

Quanto à estrutura, os verbos são compostos pelo radical (a parte invariável e que normalmente se repete), terminação
(a parte que é flexionada) e a vogal temática (que caracteriza a conjugação).

ESTUD- AR ESCREV- ER PART- IR

São três as conjugações em língua portuguesa:


1ª Conjugação: verbos terminados em AR
2ª Conjugação: verbos terminados em ER
3ª Conjugação: verbos terminados em IR

Quanto à morfologia, classificam-se em:

Regulares: quando flexionam-se de acordo com o paradigma da conjugação.


ESTUDAR – eu estudo, tu estudas, ele estuda, nós estudamos...

Irregulares: quando não seguem o paradigma da conjugação.


CABER – eu caibo... MEDIR – eu meço...

Anômalos: quando sofrem modificação também no radical.


IR – eu vou... SER – eu sou...

Defectivos: quando não são conjugados em todas formas.


FALIR – não possui 1ª, 2ª e 3ª pessoa do pres. do indicativo e pres. do subjuntivo.

Abundantes: quando possuem mais de uma forma de conjugação.


ACENDIDO – ACESO, INCLUÍDO - INCLUSO
Flexionam-se em número para concordar com o sujeito/substantivo que acompanham; em pessoa; em tempo; em
modo e em voz.
Quanto ao número podem ser: Singular e Plural.
Quanto à pessoa podem ser:
1ª pessoa – a que fala
2ª pessoa – com quem se fala
3ª pessoa – de quem se fala

Flexionam-se em tempo para indicar o momento em que ocorrem os fatos:


O presente é usado para fatos que ocorrem no momento em que se fala, para fatos que ocorrem no dia-a-dia, para fatos
que costumam ocorrer com certa frequência.

Ele escreve para um jornal local.


Eu estudo português quase todos os dias.

Usa-se o pretérito perfeito para indicar fatos passados, observados depois de concluídos.

Ele escreveu para um jornal local sobre Aquecimento Global.


Eu estudei francês o ano passado.

Usa-se o pretérito imperfeito para indicar fatos não concluídos no momento em que se fala como também para falar de
fatos que ocorriam com frequência no passado.

Ele estudava todos os dias e ainda escrevia para um jornal local.

Usa-se o pretérito mais-que-perfeito para indicar fatos passados ocorridos anteriormente a outros fatos passados.

Já escrevera muitos artigos polêmicos, quando ingressou no jornal local.

Usa-se o futuro do presente para falar de fatos ainda não ocorridos, mas que ocorrerão depois que se fala.

Ela estudará muito e será bem sucedida na profissão.

Usa-se o futuro do pretérito para indicar fatos futuros que dependem de outros fatos .

Ela trabalharia menos, se tivesse estudado mais.


Eu estudaria francês, se tivesse mais tempo.

O modo verbal indica de que forma o fato pode se realizar:


Modo Indicativo para fato certo: Eu estudo, Nós escreveremos.

Modo Subjuntivo para fato hipotético, desejo, dúvida: Se eles trabalhassem...

Modo Imperativo para ordem, pedido: Trabalhem com afinco...Sejam estudiosos...

Há ainda três formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio.


As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação.
Voz ativa, quando o sujeito pratica a ação: O professor elogiou o aluno.
Voz passiva, quando o sujeito recebe a ação: O aluno foi elogiado pelo professor...
Voz reflexiva, quando o sujeito pratica e recebe a ação: Dedicou-se aos estudos.

26-Termos da Oração
 Para que a oração tenha significado, são necessários alguns termos básicos: os termos essenciais. A oração
possui dois termos essenciais, o sujeito e o predicado.
Sujeito: termo sobre o qual o restante da oração diz algo.
 Por Exemplo:
As praias estão cada vez mais poluídas.
Sujeito

Predicado: termo que contém o verbo e informa algo sobre o sujeito.


 Por Exemplo:

As praias estão cada vez mais poluídas.

Predicado

Posição do Sujeito na Oração

Dependendo da posição de seus termos, a oração pode estar:

Na Ordem Direta: o sujeito aparece antes do predicado.

Por Exemplo:

As crianças brincavam despreocupadas.


Sujeito Predicado

Na Ordem Inversa: o sujeito aparece depois do predicado.

Brincavam despreocupadas as crianças.


Predicado Sujeito

Sujeito no Meio do Predicado:

Despreocupadas, as crianças brincavam.


Predicado Sujeito Predicado

Tipos de sujeito

Termos integrantes da oração


Esses termos integram (completam) o significado dos termos essenciais (sujeito e predicato). Os três termos
integrantes da oração são:

 Agente da passiva: indica quem praticou a ação de um verbo na voz passiva;


 Complemento nominal: completa o sentido do adjetivo, do advérbio ou do substantivo;
 Complemento verbal: completa o sentido dos verbos transitivos.

Termos acessórios da oração


Diferentemente dos termos essenciais, os termos acessórios são necessários em apenas alguns contextos. As funções
desses termos são qualificar um ser, exprimir alguma circunstância e determinar os substantivos. A seguir listaremos
os termos acessórios:

 Adjunto Adnominal: termo que caracteriza, modifica, determina ou qualifica um substantivo;


 Adjunto Adverbial: termo que altera o sentido do verbo, do adjetivo ou do advérbio;
 Aposto: explica, resumi, enumera ou especifica um outro termo;
 Vocativo: utilizado para referir-se ao interlocutor.
27-Sinais de Pontuação
Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem escrita. Embora não consigam reproduzir toda a
riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos e procuram estabelecer as pausas e as entonações da
fala. Basicamente, têm como finalidade:

1) Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura;

2) Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas;

3) Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade.

Veja a seguir os sinais de pontuação mais comuns, responsáveis por dar à escrita maior clareza e simplicidade.

Vejamos, a seguir, quais são os sinais de pontuação que nos auxiliam nos processos de escrita:

Ponto ( . )

a) Indicar o final de uma frase declarativa:

 Gosto de sorvete de goiaba.

b) Separar períodos:

 Fica mais um tempo. Ainda é cedo.

c) Abreviar palavras:

 Av. (Avenida)
 V. Ex.ª (Vossa Excelência)
 p. (página)
 Dr. (doutor)

Dois-pontos ( : )

a) Iniciar fala de personagens:

 O aluno respondeu:

– Parta agora!

b) Antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam e/ou resumem
ideias anteriores.

 Esse é o problema dos caixas eletrônicos: não tem ninguém para auxiliar os mais idosos.
 Anote o número do protocolo: 4254654258.

c) Antes de citação direta:

 Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito
enquanto dure.”

Reticências ( ... )

a) Indicar dúvidas ou hesitação:

 Sabe... andei pensando em uma coisa... mas não é nada demais.

b) Interromper uma frase incompleta sintaticamente:

 Quem sabe se tentar mais tarde...

c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a reflexão:

 “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília - José
de Alencar)

d) Suprimir palavras em uma transcrição:

 “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner)

Parênteses ( )

a) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e também podem substituir a vírgula ou o
travessão:

 Manuel Bandeira não pôde comparecer à Semana de Arte Moderna (1922).


 "Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma grande
tormenta no fim do verão.” (O milagre das chuvas no Nordeste- Graça Aranha)

Ponto de Exclamação ( ! )

a) Após vocativo

 Ana, boa tarde!

b) Final de frases imperativas:


 Cale-se!

c) Após interjeição:

 Ufa! Que alívio!

d) Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo:

 Que pena!

Ponto de Interrogação ( ? )

a) Em perguntas diretas:

 Quantos anos você tem?

b) Às vezes, aparece com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado:

 Não brinca, é sério?!

Vírgula ( , )

De todos os sinais de pontuação, a vírgula é aquele que desempenha o maior número de funções. Ela é utilizada
para marcar uma pausa do enunciado e tem a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de
participarem da mesma fraseou oração, não formam uma unidade sintática. Por outro lado, quando há uma relação
sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula.

Antes de explicarmos quais são os casos em que devemos utilizar a vírgula, vamos explicar primeiro os casos em
que NÃO devemos usar a vírgula para separar os seguintes termos:

a) Sujeito de Predicado;

b) Objeto de Verbo;

c) Adjunto adnominal de nome;

d) Complemento nominal de nome;

e) Predicativo do objeto do objeto;

f) Oração principal da Subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa).

Casos em que devemos utilizar a vírgula:


A vírgula no interior da oração

a) Utilizada com o objetivo de separar o vocativo:

 Ana, traga os relatórios.


 O tempo, meus amigos, é o que nos confortará.

b) Utilizada com o objetivo de separar apostos:

 Valdirene, minha prima de Natal, ligou para mim ontem.


 Caio, o aluno do terceiro ano B, faltou à aula.

c) Utilizada com o objetivo de separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado:

 Quando chegar do trabalho, procurarei por você.


 Os políticos, muitas vezes, são mentirosos.

d) Utilizada com o objetivo de separar elementos de uma enumeração:

 Estamos contratando assistentes, analistas, estagiários.


 Traga picolé de uva, groselha, morango, coco.

e) Utilizada com o objetivo de isolar expressões explicativas:

 Quero o meu suco com gelo e açúcar, ou melhor, somente gelo.

f) Utilizada com o objetivo de separar conjunções intercaladas:

 Não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas.

g) Utilizada com o objetivo de separar o complemento pleonástico antecipado:

 A ele, nada mais abala.

h) Utilizada com o objetivo de isolar o nome do lugar na indicação de datas:

 Goiânia, 01 de novembro de 2016.

i) Utilizada com o objetivo de separar termos coordenados assindéticos:

 É pau, é pedra, é o fim do caminho.

j) Utilizada com o objetivo de marcar a omissão de um termo:


 Ele gosta de fazer academia, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar)

Casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e:

1) Utilizamos a vírgula quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes:

 Os banqueiros estão cada vez mais ricos, e o povo, cada vez mais pobre.

2) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizaralguma ideia (polissíndeto):

 E eu canto, e eu danço, e bebo, e me jogo nos blocos de carnaval.

3) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não retratam sentido de adição
(adversidade, consequência, por exemplo):

 Chorou muito, e ainda não conseguiu superar a distância.

A vírgula entre orações

A vírgula é utilizada entre orações nas seguintes situações:

a) Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas:

 Meu filho, de quem só guardo boas lembranças, deixou-nos em fevereiro de 2000.

b) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações iniciadas pela conjunção
“e”:

 Cheguei em casa, tomei um banho, fiz um sanduíche e fui direto ao supermercado.


 Estudei muito, mas não consegui ser aprovada.

c) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem


antepostas à oração principal:

 "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho."
(O selvagem - José de Alencar)

d) Para separar as orações intercaladas:

 "– Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em estar plantando-a...”

e) Para separar as orações substantivas antepostas à principal:


 Quando sai o resultado, ainda não sei.

Ponto e vírgula ( ; )

a) Utilizamos ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros itens:

 Antes de iniciar a escrita de um texto, o autor deve fazer-se as seguintes perguntas:

I- O que dizer;

II- A quem dizer;

III- Como dizer;

IV- Por que dizer;

V- Quais objetivos pretendo alcançar com este texto?

b) Utilizamos ponto e vírgula para separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas
quais já se tenha utilizado a vírgula:

 “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o
que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando
em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso." (O Visconde de Inhomerim -
Visconde de Taunay)

Travessão ( — )

a) Utilizamos o travessão para iniciar a fala de um personagem no discurso direto:

A mãe perguntou ao filho:

 — Já lavou o rosto e escovou os dentes?


b) Utilizamos o travessão para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:

 — Filho, você já fez a sua lição de casa?


 — Não se preocupe, mãe, já está tudo pronto.

c) Utilizamos o travessão para unir grupos de palavras que indicam itinerários:

 Disseram-me que não existe mais asfalto na rodovia Belém—Brasília.

d) Utilizamos o travessão também para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:


 Pelé — o rei do futebol — anunciou sua aposentadoria.
Aspas ( “ ” )

As aspas são utilizadas com as seguintes finalidades:

a) Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos,
arcaísmos e expressões populares:

 A aula do professor foi “irada”.


 Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente.

b) Indicar uma citação direta:

 “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a
mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós)

FIQUE ATENTO!

Caso haja necessidade de destacar um termo que já está inserido em uma sentença destacada por aspas, esse termo
deve ser destacado com marcação simples ('), não dupla (").

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