Você está na página 1de 58

Linguagem e Comunicação

4. Período

Profa. Maria Aparecida Rosa Oliveira

1
IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR A LÍNGUA PORTUGUESA

Os vários registros da nossa língua:

Linguagem Vulgar
É a linguagem usada sem policiamento. Usada pela marginalidade.
Ex: gírias, palavrões.

Linguagem Coloquial
É a linguagem despreocupada, usada no dia-a-dia.
Ex: amigos, familiares.

Linguagem Culta ou Formal


É a linguagem que segue os rigores da N.G.B. (Nomenclatura Gramatical
Brasileira).
Ex: livros técnicos.

Linguagem Ultraformal
É a linguagem que também segue a N.G.B., porém com exageros, ou seja,
com palavras que caíram em desuso.
Ex: palavras do século XIX.

MORFOLOGIA
Estuda a forma e a estrutura das palavras, para depois classificá-las em
classes.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Primeira Regra (Oxítonas)


Acentuam-se as palavras oxítonas terminadas em:

A(s), e(s), o(s)


Ex: sofá, barnabé, vitrô, etc.

Em, ens (com mais de uma sílaba)


Ex: ninguém, reféns, etc.

Oxítonas terminadas em:

ei, oi,eu (abertos e seguidos ou não s ).


Ex: anéis, chapéu, herói.

2
Casos Particulares

1º) Monossílabos: acentuam-se somente os tônicos terminados ema(s),


e(s),o(s), ei,oi, eu ( abertos, seguidos ou não de s).
Ex: pé, só, réis, sóis, céu

2º) Verbo ter: (ele) tem - (eles) têm


Verbo vir: (ele) vem - (eles) vêm
* Nos derivados: (ele) contém (regra geral) - (eles) contêm (segue o primitivo);

Segunda Regra (Paroxítonas)


Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: l, n, r, x; i(s), us; um,
uns; ei(s), ão(s), ã, ãs, on, ons, ps, ditongo.

Ex: afável, hífen, açúcar, tórax, Vênus, álbum, jóquei, órgão, órfã, bíceps,
série, vácuo.

Casos Particulares

1º) Não se acentuam os prefixos paroxítonos terminados em: i ou r.


Ex: semi - árido, super - herói

2º) Os estudiosos atuais acrescentam à regra geral as palavras terminadas em:


om, ons.
Ex: nêutrons.

Terceira Regra (Proparoxítonas)

Acentuam-se todas as palavras proparoxítonas. Ex: médico, lâmpada, histórico,


prótese.
* Podem-se incluir nesta norma as palavras paroxítonas terminadas em
ditongo crescente. Ex: légua, médio, tênue.

Quarta Regra (Hiatos)

Acentuam-se o i e o u tônicos e segunda vogal de hiato sozinho na sílaba.


Ex: sa- í - do, Ja-ca-re-í, sa-ú-de.

Acentuam-se o i e o u tônico do hiato seguido de s na mesma sílaba.


Ex: e-go-ís-ta, he-ro-ís-mo.

Não se acentuam quando:

• seguidos de l, m, n, r, z, formando sílaba com eles e nh.


Ex: ruim, ainda, cair, raiz, rainha.

• base dos ditongos tônicos iu e ui.


Ex: traiu, contribuiu.
• no hiato, as duas vogais (i ou u) forem iguais. Ex: mandriice.

3
EXERCÍCIO

1. Acentue, se necessário:

Fregues Aquem Rubrica Tenis Nu

Voce Moveis Realizavel Geleia Po

Capsula Diziamos Ingenuo Chapeu Fe

Ciencia Hifen Lampada Gratis Pa

O que muda com o acordo ortográfico


Fonte: professor Sérgio Nogueira www.g1.globo.com
Alfabeto - ganha três letras

Antes Depois
23 letras 26 letras: entram k, w ,Y;

A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, W, X, Y, Z.

Trema - desaparece em todas as palavras

Antes Depois
Freqüente, lingüiça, agüentar Frequente, linguiça, aguentar

* Fica o acento em nomes como Müller

Acentuação 1 - some o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras


paroxítonas (as que têm a penúltima sílaba mais forte)

Antes
Européia, idéia, heróico, apóio, bóia, asteróide, Coréia,estréia, jóia, platéia,
paranóia, jibóia, assembléia.

* Herói, papéis, troféu mantêm o acento (porque têm a última sílaba mais forte)

Depois
Europeia, ideia, heroico, apoio, boia, asteroide, Coreia, estreia, joia, plateia,
paranoia, jiboia, assembleia.

4
Acentuação 2 - some o acento no i e no u fortes depois de ditongos (junção de
duas vogais), em palavras paroxítonas

Antes
Baiúca, bocaiúva, feiúra

* Se o i e o u estiverem na última sílaba, o acento continua como em: tuiuiú ou Piauí

Depois
Baiuca, bocaiuva, feiura

Acentuação 3 - some o acento circunflexo das palavras terminadas em êem e


ôo (ou ôos)

Antes
Crêem, dêem, lêem, vêem, prevêem, vôo, enjôos.

Depois
Creem, deem, leem, veem, preveem, voo, enjoos.

Acentuação 4 - some o acento diferencial

Antes
Pára, péla, pêlo, pólo, pêra, côa.

* Não some o acento diferencial em pôr (verbo) / por (preposição) e pôde (pretérito) / pode
(presente). Fôrma, para diferenciar de forma, pode receber acento circunflexo.

Depois
Para, pela, pelo, polo, pera, coa.

Acentuação 5 - some o acento agudo no u forte nos grupos gue, gui, que,
qui, de verbos como averiguar, apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar

Antes
Averigúe, apazigúe, ele argúi, enxágüe você.

Depois
Averigue, apazigue, ele argui, enxágue você.

Observação: as demais regras de acentuação permanecem as mesmas.

5
Hífen - veja como ficam as principais regras do hífen com prefixos:

Prefixos Usa Hífen Não Usa Hífen

Agro, ante, anti, arqui, Quando a palavra Em todos os demais


auto, contra, extra, infra, seguinte começa com h casos:
intra, macro, mega, micro, ou com vogal igual à autorretrato,
maxi, mini, semi, sobre, última do prefixo: autossustentável,
supra, tele, ultra... auto-hipnose,auto- autoanálise, autocontrole,
observação, anti-herói, antirracista, antissocial,
anti-imperalista, micro- antivírus, minidicionário,
ondas, mini-hotel minissaia, minirreforma,
ultrassom,

Hiper, inter, super. Quando a palavra Em todos os demais


seguinte começa com h casos:
ou com r: hiperinflação, supersônico,
super-homem, inter-
regional

Sub Quando a palavra Em todos os demais


seguinte começa com b, casos:
h ou r: subsecretário, subeditor
sub-base, sub-reino, sub-
humano

Vice Sempre: vice-rei, vice-


presidente

Pan, circum Quando a palavra Em todos os demais


seguinte começa com h, casos:
m, n ou vogais: pansexual, circuncisão
pan-americano, circum-
hospitalar

E X E R C ÍC I O S

1) “Aí” é acentuada pelo mesmo motivo de:

a) aqui;
b) dá;
c) é;
d) baú;
e) porém;

6
2) Marque o item que completa corretamente a frase: “Aqueles que
___________ do interior, ________________ a cidade grande como o mundo
que lhes __________

a) veem - vêm – convêm;


b) vêm – veem – convêm;
c) veem – vêm – convem;
d) vêem – veem – convém;
e) vêm – vem – convém;

3) Em todas as alternativas as palavras foram acentuadas corretamente,


EXCETO em:

a) Eles têm muita coisa a dizer.


b) Estude os dois primeiros ítens do programa.
c) Afinal, o que contém este embrulho?
d) Foi agradável ouvir aquele orador.
e) Por favor, deem-lhe uma nova chance.

4) Na frase: “Ele mantem, ou melhor, eles mantem a esperança de pegar este


onibus e sair deste pais para so voltar quando a violencia estiver totalmente
erradicada e as aguas despoluidas”, temos:

a) 4 acentos agudos e 3 circunflexos;


b) 4 acentos agudos e 4 circunflexos;
c) 5 acentos agudos e 2 circunflexos;
d) 4 acentos agudos e 2 circunflexos;
e) 5 acentos agudos e 3 circunflexos.

5) Que par de palavras abaixo NÃO tem sua acentuação gráfica justificada com
base na MESMA regra?

a) súditos – fábrica;
b) denúncia – consciência;
c) está – já;
d) útil – agradável;
e) país – saúde.

6) Assinale a alternativa em que todas as palavras estejam corretamente


grafadas, seguindo as regras de acentuação gráfica:

a) Tietê – órgão – chapéuzinho – estrêla – advérbio;


b) item – geleia – Tatuí – armazém – caráter;
c) saúde – melância – gratuíto - amêndoim – fluído;
d) inglês – cipó – cafézinho – útil – Itú;
e) canôa – heroísmo – creem – Sergipe – bambú

7
7) A palavra em que a acentuação ocorre unicamente em vista da presença do
hiato é:

a) cocaína;
b) estaríamos;
c) galáxias;
d) plateia;
e) zoólogos.

Ortografia

Preencha as lacunas com mal e/ou mau, como convier.

a) O _____ vento causa profundo _______ às videiras _______ conservadas.


b) O ____________ profissional procede ____________.
c) Estava ____________ feito o trabalho.
d) O ____________ aluno fez ____________ o exercício.
e) Os ____________ informados fazem, às vezes, ____________ juízo.
f) Evite o ____________; isto o ____________ não gosta de fazer.
g) ____________ a festa começou, o casal retirou-se.
h) “A língua com seu veneno transforma o que é bom em ____________.”
i) O menor ____________ ainda é ____________.
j) De quem sempre foi ____________, espera-se todo ____________.
k) A atitude, foi __________ interpretada.
l) Dei um __________ jeito no braço.
m) O __________ político sempre arranja alguma desculpa.

Lembrete
Mal
Quando o substantivo, advérbio ou conjunção pode ser substituído, como
recurso, por bem.

Mau
Quando o adjetivo pode ser substituído, como recurso, por bom.

8
Texto
O AMOR É ROSA

Eu sou branco. Você é vermelho. Quando estamos juntos somos rosa.


Antes de eu conhecer você, eu não sabia o que era ser rosa.
Até que eu vivia bem sozinho: comia o que e na hora que eu queria;
saía quando bem entendia para ir ao lugar a que tinha vontade de ir, com
liberdade, independência e autossuficiência.
Quando eu vi você, fiquei vermelho de paixão e nem me incomodei
com os meus brancos. Até perceber que eu já não era mais o branco. Foi
quando o vermelho começou a me sufocar e, então, brancamente me
protegi. Mas às vezes eu me irritava e brigava com você. No fundo era
porque você era vermelha e não branca igualzinha a mim. Percebi-me em
alguns variados momentos querendo mudar a sua cor. Ainda bem que você
soube permanecer-se vermelha, ter suas próprias emoções, sentimentos,
comportamentos e pontos de vista. Caso contrário, você seria também
branca.
Mas tive minhas reticências, pois estava acostumado ao meu ritmo e
modo de vida brancos. Temi perder minha individualidade. Mas aos poucos
fui descobrindo que o branco para se transformar em rosa não é se perder,
desestruturar-se e desaparecer, mas é completar-se com o vermelho. O
rosa me atemorizou, mas hoje vejo quanto é gostoso conviver, relacionar-
se, amar e ser amado. Dá mais trabalho, porque nem tudo pode e deve ser
feito brancamente, mas sem dúvida tudo pode ser mais gostoso e rico com
o vermelho. Freqüentemente, um bom lanche branco não é tão agradável
quanto um singelo jantar rosa.

Içami Tiba. Texto apresentado pelo autor em palestra

Interpretando o texto:

1) Explique como você entende esse trecho: “Eu sou branco. Você é vermelho.
Quando estamos juntos somos rosa...”

2) Por que o narrador afirma que: “Antes de eu conhecer você, eu não sabia o
que era ser rosa...” O que significa ser rosa?

3) Releia o 3º parágrafo. Usando as cores como referência, o narrador fala


sobre os conflitos que ocorrem em um relacionamento. Retire desse parágrafo
alguns exemplos que mostram esse conflito.

9
4) O narrador confessa que temia perder a sua individualidade, se entregando
ao relacionamento. Em seguida, afirma que se entregar não é a mesma coisa
que se perder. O que ele quis dizer com isso?

5) Por que dá mais trabalho “ser rosa”?

6) Você concorda que “Frequentemente, um bom lanche branco não é tão


agradável quanto um singelo jantar rosa”? Por quê?

Ortografia

Como utilizar:

Por que ou porque ou por quê ou porquê?

Por que
Usado no meio das orações, com significado de: pelo(a)(s) qual(is) e nas frases
interrogativas diretas e indiretas.

Ex: Por que o sol não aparece à noite?


Este é o caminho por que passamos. (por que = pelo qual)

Porque
Usado nas respostas a perguntas formuladas com por que ou em explicações.

Ex: Por que o sol não aparece à noite?


Porque à noite ele descansa para a lua iluminar.
Ele vai mal porque não estuda.

Por quê
Usado no final de frases interrogativas ou isolado.

Ex: Ele não veio por quê?


João não compareceu à festa. Por quê?

Porquê
É um substantivo que equivale a motivo, causa, razão.

Ex: Não dá para entender o porquê de todo esse suspense.

10
EXERCÍCIO

1. Complete as frases com por que, por quê, porque ou porquê:

a) Você sabe _____________________ o leiteiro não passou hoje?


b) _____________________ você não sai um pouco?
c) Eu não saí _____________________ estava muito frio.
d) Tirou nota baixa _____________________?
e) Você não explicou o _____________________ da sua falta.
f) Não vou comer _____________________ estou sem fome.
g) Vanessa não explicou o __________________ de sua alegria.
h) Explique-me __________________ você está tão feliz.
i) __________________ o rato odeia o gato?
j) Eles não vieram à reunião ___________________, Joana?
k) Ele não casa _____________ não quer.
l) _____________ você está tão alegre?
m)O rapaz não deixou a encomenda _______________?
n) Não sei o _______________ de tanta afobação.
o) Enfim chegou o momento __________________ tanto esperei.
p) __________________ corria muito, acabou num poste.
q) __________________ estávamos sem os titulares do jogo, perdemos.

SINTAXE

Termos da oração
Termos Essenciais:

Sujeito
Elemento sobre o qual se dá uma informação. Pode ser:

Simples
Tem um só núcleo.
Ex: As páginas em branco ainda são as melhores.

Composto
Tem mais de um núcleo.
Ex: As tentativas frustradas e as experiências sem resultado nos angustiam.

11
Oculto
Existe, nós o conhecemos, mas não está expresso na oração (verbos na
primeira ou segunda pessoa do singular ou do plural).

Ex: Já fizemos muitos rascunhos do texto. (sujeito oculto = nós)


Reclamei da poluição. (sujeito oculto = eu).

Indeterminado
É aquele que não pode ser identificado na oração. Nas orações com sujeito
indeterminado o verbo aparece: na terceira pessoa do plural ou na terceira
pessoa do singular, acompanhada do pronome se.

Ex: Bateram à porta.


Precisa-se de mecânicos.

Oração sem sujeito


É aquela que expressa um fato que não é atribuído a nenhum ser. Principais
casos de inexistência do sujeito:

a) verbos que indicam fenômeno da natureza.


Ex: Ventou muito a noite.

b) em frases com o verbo haver no sentido de existir.


Ex: Havia cinco burros adoentados.

c) nas frases em que os verbos haver e fazer indicam tempo


decorrido.
Ex: Faz duas horas. Há três dias.

d) nas frases em que os verbos ser e estar indicam tempo ou época.


Ex: É uma hora? Não, são duas horas. Era primavera.

Lembrete!!
Frase: é uma palavra ou conjunto de palavras que tem sentido completo.
Oração: é uma frase ou parte de uma frase que se organiza em torno de um
verbo ou de uma locução verbal.
Período: é a frase formada por uma ou mais orações

EXERCÍCIOS

1. Sublinhe e classifique o sujeito das orações:

a) Você é um grande amigo.________________________________________

b) As crianças e o padrinho viam-se todos os finais de semana.____________

12
c) Ninguém queria o cachorrinho doente. _____________________________

d) Destruíram todas as paredes com defeito.___________________________

e) Homenageamos a diretora._______________________________________

f) Precisa-se de mecânicos e pintores. ________________________________

g) Reclamei do barulho.____________________________________________

h) Eram duas horas._______________________________________________

i) Anoiteceu rapidamente.___________________________________________

Predicado
É tudo o que se informa sobre o sujeito. Pode ser:

Verbal
Tem como núcleo um verbo, que descreve uma ação, um fato, um fenômeno
etc.

Exs: Eles comeram feijoada hoje.


Ontem ventou bastante.

Nominal
Seu núcleo é o predicativo e o verbo é de ligação; o predicativo e o verbo
indicam uma qualidade ou estado do sujeito.

Verbos de ligação mais usados: ser, estar, parecer, permanecer,


ficar,continuar, andar(no sentido de estar).

Exs: Cláudio é simpático.


Débora ficou doente.
“Ando meio preocupado com a situação da família.

Verbo-nominal
Tem dois núcleos: um verbo (não é de ligação) e um predicativo. O predicativo
pode ser:
• do sujeito (refere-se ao sujeito): O bebê nasceu saudável.
• do objeto (refere-se ao objeto): O pai achou o bebê lindo.
Ex: as pessoas corriam desesperadas (e estavam).

13
EXERCÍCIOS

1. Identifique e classifique o predicado das orações:

a) Os alunos visitaram o museu de artes.______________________________

b) A festa de inauguração do prédio foi alegre e bonita.___________________

c) Carlos ficou doente._____________________________________________

d) Paulo chegou preocupado._______________________________________

e) As crianças brincavam felizes._____________________________________

2. Complete as orações com:

a) predicado verbal:

•Meu irmão______________________________________________
• Nós___________________________________________________
• Mara e Carolina__________________________________________
• O sol___________________________________________________

b) predicado nominal:

• A festa_________________________________________________
• O livro_________________________________________________
•Eu_____________________________________________________
• Meu relógio_____________________________________________

c) predicado verbo – nominal:

• A criança_______________________________________________
• O pai__________________________________________________

14
Termos Integrantes

Complemento Verbal
Só existe no predicado verbal, acompanhando verbos que não são de ligação.
Pode ser:

Objeto Direto
Completa o sentido do verbo transitivo sem o auxílio de preposição.
Exs: Salgado adora cana. Cante uma canção!!

Objeto Indireto
Completa o sentido do verbo transitivo com o auxílio de preposição.
Exs: Salgado gosta de cana. Cante para nós!!

Verbo Intransitivo
Não precisa de complementos.
Exs: Lara adormeceu. Carlos viajou.

Obs: note que determinados verbos podem ser intransitivos ou transitivos


(diretos e/ou indiretos), dependendo das circunstâncias:

– Cante! (intransitivo)
– Cante uma canção! (transitivo direto)
– Cante para nós! (transitivo indireto)
– Cante uma canção para nós! (tran. direto e indireto)

EXERCÍCIOS

1) Grife e classifique os complementos verbais:

a) Os turistas esperavam o ônibus ________________________________

b) Aquele cavalheiro tirou o chapéu. _______________________________

c) Eles assistiram ao filme. _______________________________________

d) Gosto de viajar. ______________________________________________

e) O prefeito entregou as medalhas para os atletas. ___________________

f) Todos os detentos fugiram esta madrugada._______________________

Complemento Nominal
Completa o sentido de um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio). Sempre se
iniciam com preposição: de, a, com, por...

Exs: Temos fé na justiça. (completa o sentido do substantivo fé)


Sou fiel aos meus princípios. (completa o sentido do adjetivo fiel)
Agi contrariamente à lei? (completa o sentido do advérbio contrariamente)

15
Agente da Passiva
Indica o ser que pratica a ação quando o verbo está na voz passiva. Sempre
vem precedido de preposição:pelo(s), pela(s).

Ex: Os artistas foram elogiados pela crítica.

Existem dois tipos de voz passiva:

Analítica
Verbo ser + particípio. Ex: Apartamentos são alugados.

Sintética
Verbo TD + pronome se. Ex: Alugam-se apartamentos.

Vozes do Verbo
Ativa, reflexiva e passiva.

Ativa
Quando o sujeito pratica a ação, ou seja, quando ele é o agente da ação
verbal.
Ex: Godô caçava os leões. (Godô = sujeito agente)

Passiva
Quando o sujeito recebe a ação, em vez de praticá-la. Neste caso, ele tem o
nome de sujeito paciente. Quem pratica a ação é o agente da passiva.
Ex: Os leões eram caçados por Godô. (Os leões = sujeito paciente, por Godô =
agente da passiva).

Atenção! Esquema da voz passiva:

Sujeito paciente + verbo SER + particípio + agente da passiva

Reflexiva

Quando o sujeito pratica e, ao mesmo tempo, recebe a ação.


Ex: O coelho não se comprometeu. (O coelho = sujeito agente paciente).

Na voz reflexiva, o sujeito sempre vem acompanhado do pronome oblíquo


correspondente: eu me comprometi; tu te comprometeste; ele se
comprometeu,...

A voz reflexiva também pode dar a ideia de reciprocidade, de ação


correspondida: nós nos amamos, eles se odeiam, todos se abraçaram,... .

16
EXERCÍCIOS

1. Sublinhe os complementos nominais:

a) Mauro foi cúmplice do desfalque.

b) Sinto imenso carinho por você.

c) Compramos um livro de Português.

d) Gosto de doce de leite.

2. Passe as orações para a voz ativa ou passiva, conforme necessário:

a) Ontem presenciei um fato interessante.


_______________________________________________________________

b) Alguém foi covardemente agredido pelo marginal.


_______________________________________________________________

c) Quebrei o copo.
_______________________________________________________________

d) A casa foi destruída.


_______________________________________________________________

e) O caçula era mimado por nós.


_______________________________________________________________

f) Ela se feriu com a faca.


_______________________________________________________________

TERMOS ACESSÓRIOS

Adjunto Adnominal

Determina, explica ou caracteriza os substantivos. É representado por artigos,


pronomes, numerais, adjetivos, pronome adjetivo ou expressão que indica
posse e locuções adjetivas.

Ex: O ator premiado fez três apresentações em minha cidade.

17
Adjunto Adverbial

Indica circunstâncias (de lugar, modo, tempo, etc) e é representado por


advérbios ou locuções adverbiais.

Exs: Aquela atriz interpreta bem.


Margarida saiu às 17 horas.

Aposto
Tem a função de identificar ou esclarecer um termo da oração. Vem
geralmente separado por vírgulas ou travessões.

Ex: Rachel de Queiroz, romancista cearense, é a autora de O Quinze.

Vocativo
Termo utilizado para chamar, interpelar alguém. Vem geralmente separado por
vírgulas.

Ex: Meu caro amigo, sinto saudades de ti!

EXERCÍCIOS

1. Circule os adjuntos adnominais e sublinhe os adjuntos adverbiais:

a) Uma garota lhe telefonou ontem.


b) As cidades grandes têm problemas imensos.
c) O carro partiu depressa.
d) Não posso ir à escola hoje.

2. Classifique as orações de acordo com o código abaixo:

SS - sujeito simples SC - sujeito composto SO – sujeito oculto


SI - sujeito indeterminado OSS - oração sem sujeito

a) ( ) Geou durante a madrugada.


b) ( ) Falava-se sobre o índice inflacionário.
c) ( ) “O futuro é um espelho sem vidro.” (ditado popular)
d) ( ) Eles haviam estudado para a prova.
e) ( ) “Tiveste mais que os príncipes da terra.” (Fagundes Varela)
f) ( ) A verdade, o bem e o belo existem em você.

3. Classifique os predicados de acordo com o código:

18
PV:Predicado Verbal PN:Predicado Nominal PVN:Predicado Verbo Nominal

a) ( ) Todos ficaram estarrecidos.


b) ( ) Só datilografei cinco capítulos.
c) ( ) Consideramos injusta a sua atitude.
d) ( ) O escritor foi entrevistado pela revista Veja.
e) ( ) Ronaldo estudou doente.
f) ( ) Os artistas estavam tensos.

4. Classifique os termos em destaque utilizando o código:

OD - objeto direto OI - objeto indireto P - predicativo


PS - predicativo do sujeito PO - predicativo do objeto

a) ( ) A maioria tinha Maria como inocente.


b) ( ) Dei o livro a Norberto.
c) ( ) Os alunos ensaiaram o jogral.
d) ( ) Lutemos contra as injustiças sociais!
e) ( ) A casa permanece vaga.
f) ( ) Hortênsia fez um bolo.
g) ( ) Deixaram o livro rasgado.
h) ( ) Isabel chegou atrasada.

5. Classifique os verbos utilizando o código:


I - intransitivo TD - transitivo direto TI - transitivo indireto
TDI - transitivo direto e indireto L - verbo de ligação

a) ( ) Os convidados não chegaram.


b) ( ) Judite anda preocupadíssima.
c) ( ) Oferecemos ajuda à Cruz Vermelha.
d) ( ) Penso em Viridiana diariamente.
e) ( ) Vocês visitaram o Museu Histórico?
f) ( ) Meu primo anda apressadamente.

6. Complete as palavras com G ou J: (Treino Ortográfico)


ma___estade ti___ela mu___ir sar___ento con___estionar
refú___io esfin___e encora___e ___iló submer___ir

drá___ea sar___eta lison___a apo___eo su___estivo

au___e le___ítimo an___élico rabu___ento cere___eira

mon___e cafa___este esban___e via___ens gor___eta

pa___é via___ar ___enipapo va___em berin___ela

19
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO

No período composto por coordenação, as orações são coordenadas e


não dependem umas das outras.
Ex: O leão rugiu, tombou de lado e fechou os olhos para sempre.
Oração 1 Oração 2 Oração 3

Uma oração coordenada pode ser:

Sindética
Quando se liga a outra por meio de uma conjunção. (Oração 3)

Assindética
Quando aparece apenas justaposta a outra, sem conjunção. Nesse caso, a
conjunção é substituída por vírgula(,) ou ponto-e-vírgula (;). (Orações 1 e 2).

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO

O período composto por subordinação é formado por uma oração


principal e uma ou mais orações subordinadas.
A oração subordinada é aquela que depende da principal e completa seu
sentido.

Ex:
Manuel Bandeira constatou que os repentistas improvisavam seus versos.
Oração Principal Oração Subordinada

A identificação dos verbos do período (e da conjunção subordinativa, quando


houver) nos ajuda a separar a principal da(s) subordinada(s).

Ex:
Quando foi ao Nordeste, Manuel viu que lá havia grandes poetas.
Oração Subordinada Oração Principal Oração Subordinada

Observação:
As conjunções subordinativas iniciam as orações subordinadas, nunca a principal.

EXERCÍCIOS

1- Classifique as orações em coordenada sindética; coordenada assindética:

a- O rei sopra pelas narinas, / ainda é um leão.______________________

b- Foi solto no gramado/e a tela fina de arame é castigo ao rei dos


animais___________

c- Ele não rugiu / nem caminhou.________________________________

20
d- As crianças corriam, / os macaquinhos brincavam / e o leão
bocejava._____________

e- Ele nos olha / e nos ignora.__________________________________

2. Classifique as orações em oração principal; oração subordinada:

a- Todos notaram / que você desafinou.___________________________


b- Estávamos certos / de que você viria.___________________________
c- Quando parou de chover,/ saí._________________________________
d- Irei à festa / se for possível.___________________________________
e- Como não houvesse chá,/ tomei leite.___________________________

3. Separe as orações com barras e classifique-as conforme o código:


OA - oração absoluta
OCA - oração coordenada assindética
OCS - oração coordenada sindética

a) O golfinho parece uma criança no meio do mar.

b) Os pescadores chegaram cedo, porém os peixes não estavam lá.

c) Ora ajudo o avô, ora ajudo a avó.

d) Procure as provas ou pergunte ao professor.

4. Separe as orações com barras e classifique-as conforme o código:


OA - oração absoluta
OP - oração principal
OS - oração subordinada

a) José viaja de dois em dois anos.

b) Se não houver atrapalhos chegarei amanhã.

c) Escreva-me assim que chegar.

d) O jornalista declarou que escreverá sobre o assunto.

21
Crase

Crase é a fusão:
• da preposição A e do artigo feminino A/AS.
Ex: A jovem sentou-se à mesa.

• da preposição A e dos pronomes demonstrativos:AQUELE, AQUELA,


AQUILO.
Ex: Ele se referiu àquele rapaz simpático.

Crase obrigatória:

A crase ocorre:
• antes das palavras femininas que admitem artigo.
Ex: Nem sempre obedecemos às leis vigentes.

• quando se trata de lugares, só há crase se o nome admitir o artigo A.


Regra prática

Voltei de São Paulo = Fui a São Paulo

preposição preposição

Voltei da Bahia = Fui à Bahia

preposição + artigo preposição + artigo

“Se vou a e volto da, crase há;


Se vou a e volto de, crase pra quê?”

• na indicação de horas
Ex: Chegamos às dez horas em ponto.

• na expressão À moda de, mesmo que a palavra moda venha oculta.


Ex: Ele usa sapatos à (moda de ) Luís XV.

• nas locuções adverbiais femininas: À noite, À esquerda, ÀS pressas, etc.


Ex: Não compro nada às pressas.

• nas locuções prepositivas formadas de palavras femininas: À custa de , À


moda de, À beira de, etc.
Ex: Realizei meus trabalhos à custa de muitos esforços.

22
Ausência de Crase:

a) antes de palavras masculinas


Ex: O rapaz preferiu ir a pé.

b) antes de verbo
Ex: Estou a pensar no assunto.

c) antes de pronome em geral.


Ex: Eu me referi a você e a ela.

d) antes de pronome de tratamento, exceção feita a senhora, senhorita e dona.


Ex: Dirijo-me a V. Sa com o respeito devido.
(Dirija-se à senhorita no balcão, por favor!)

e) quando o A preceder um nome plural


Ex: Não falo a pessoas estranhas ao serviço.

f) nas expressões com palavra repetida


Ex: Bebeu todo o suco gota a gota.

g)NUNCA haverá crase antes da palavra terra, quando esta significar terra
firme, solo, chão.
Ex: Depois de dois meses no mar, voltei a terra.
Voltarei à terra de meus pais.

Crase facultativa

A crase é facultativa:
a) antes de nomes próprios femininos de pessoas
Ex: Estou remetendo esta carta a Cláudia (à Cláudia).

b)antes de pronomes possessivos femininos


Ex: Eu sempre atendo às suas necessidades (as suas necessidades).

c) depois da preposição “até”


Ex: Ele foi até a/à janela

EXERCÍCIOS

1. "A casa fica ___ direita de quem sobe a rua, __- duas quadras da Avenida
Central".
a) à - há
b) a - à
c) a - há
d) à - a
e) à - à

23
2.Use a crase quando for necessário:

a) Papai está se referindo aquele rapaz e não aquela moça.

b) Hoje vamos a feira, a cidade e a missa, está bem?

c) Não gosto de andar a pé e muito menos a cavalo.

d) A que horas você vai chegar: a uma ou as duas horas?

e) Fui a Inglaterra, a França e a Roma.

f) Refiro-me a Vossa Excelência com todo o respeito.

g) A custa de tantos esforços, saiu a noite e não a tarde.

h) Voltarei a terra de meus antepassados.

3. Use a crase adequadamente, quando necessário:

a) Foi a cozinha desabafar com a Joana.

b) Voltou a si e tornou a casa.

c) Maria faltou um dia a entrevista.

d) Ficaram os dois sozinhos, frente a frente.

e) “Nunca perguntou a Chico Vacariano, pelo menos cara a cara, de que lado
ele havia pelejado durante a guerra civil”. (Érico Veríssimo)

f) “Soltava labareda pelo funil do nariz e comia bifes a milanesa com farinha de
caco de vidro”. (José Candido de Carvalho)

g) Quero sentar-me a beira do riacho.

h) “Arranjei umas escritas a noite, para defender uns cobres extras”. (João
Antônio)

i) “Dona Araci não chegou a apurar quem era o morto a que prestava
aquela homenagem de emergência”. (Carlos Drummond de Andrade)

j) Vem assistir a silenciosa floração.

24
4. Assinale a alternativa que completa corretamente o período:

“Marta acaba de receber ___ visita do professor de artes cênicas, que ___
convidou para assistirem ____ peça teatral, em exibição ____ uma semana
____ poucos metros de sua casa”.

a) a, à, à, a, há;
b) a, a, à, há, a;
c) a, a, à, à, a;
d) à, a, a, há, à;
e) a, a, à, a, a;

Concordância verbal

Regra geral:

O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa.


Ex: O presidente discursou.
O presidente e o candidato discursaram.

OBS: não se esqueça de que todos os pronomes de tratamento são usados


com o verbo na 3ª pessoa.
Ex:

Vossa Excelência discursou. Vossas Excelências discursaram.


Sua Excelência discursou. Suas Excelências discursaram.

Regras especiais:

1. Verbo antecede um sujeito composto: quando o verbo preceder um sujeito


composto por elementos da 3ª pessoa, ele poderá ir para o plural (regra geral)
ou ficar no singular, concordando com o elemento mais próximo.
Ex:

a) Chegarão o tio e o avô. (regra geral)

b) Chegará o tio e o avô. (regra especial)

2. Sujeito é composto por pessoas gramaticais diferentes: neste caso, o verbo


é flexionado no plural, concordando ou com a 1ª ou com a 2ª pessoa, conforme
o caso.

a) Quando houver 1ª pessoa, ela sempre prevalecerá sobre as outras.


Ex:
Eu e tu gostamos de Português. Nós e eles estudamos muito.

25
b) Quando não houver a 1ª pessoa, o verbo irá para a 2ª ou a 3ª pessoa do
plural.
Ex:
Tu e ele gostais de Português? Vós e eles estudais muito.

Tu e ele gostam de Português? Vós e eles estudam muito.

3. Sujeito é um coletivo: quando o sujeito for um substantivo coletivo, o verbo


concordará com ele em número e pessoa.
Ex:
Um bando de pássaros comeu o milho. (comeram).
Bandos de pássaros comeram o milho.

4. Quando o sujeito for representado por expressões como grande parte de, a
maioria de, etc, o verbo poderá estar no singular ou plural:
Ex:
Grande parte dos...
A maioria dos...
Uma porção de... pais (plural) ajuda (ou ajudam) seus filhos.
A maior parte dos...

Entretanto, se a palavra que segue uma dessas expressões estiver no singular,


o verbo só poderá vir no singular.

Ex: A maior parte da população estava insatisfeita.

5. Sujeito é tudo, nada ou ninguém: quando os vários elementos do sujeito


composto forem resumidos pelas palavras tudo, nada ou ninguém, o verbo
ficará no singular.
Ex:
Português, física e química, tudo (isto) me atrai muito.
Somas, divisões, multiplicações, nada (disto) me assusta.
Amigos, vizinhos, parentes, ninguém entendia minha atitude.

6. Verbo é impessoal: quando o verbo for impessoal, virá sempre na 3ª pessoa


do singular, pois não haverá sujeito.
Ex:
No banco, havia funcionários prestativos.
Paguei a dívida há duas semanas.
Faz duas horas que espero na fila.
Aqui chove todos os dias.

26
OBS: o verbo “EXISTIR” nunca é impessoal: tem sempre um sujeito, com o
qual concorda normalmente.

Ex: Haverá máquinas fantásticas no futuro ? Existirão máquinas fantásticas no


futuro.

EXERCÍCIOS

1. Complete com as formas verbais corretas:

a)Luíza e Aline _____________ um livro de poemas. (comprou/compraram)


b)Ontem ____________ inundações em toda a região. (ocorreu/ocorreram)
c)Em seu coração ________ a insegurança e o medo. (persiste/persistem)
d)À festa dele _________ apenas 3 pessoas. (compareceu/compareceram)
e)À festa dele ______________ apenas Cláudia e alguns amigos.
(compareceu/compareceram)

2. Complete as lacunas com os verbos entre parênteses:

a) Tu e ele ____________ das competições? (participar / fut. do pres. indic)


b) José e ele ______________ amigos há 5 anos. (ser / pres. do indic)
c) Talvez eu e eles ____________ ajudar os garotos. (poder / pres. do subjun)
d) Eu, tu e Luís ______________ juntos ao baile. (ir / fut. do pres. indic)
e) Tu e Luíza ______________ juntos ao baile? (ir / fut. do pres. indic)

Mais algumas regras especiais de concordância verbal

7. Sujeito com as expressões mais de e menos de: neste caso, o verbo


concorda com o numeral que segue a expressão.
Ex: Mais de uma criança vestiu a camisa da seleção.
Mais de cem mil torcedores comemoraram a vitória.

8. Sujeito constituído pelo pronome QUE: quando o sujeito de uma oração


subordinada for o pronome relativo que, o verbo concordará com o antecedente
deste pronome.
Ex: Fui eu que passei a lista.
Foram elas que passaram a lista.

27
9. Sujeito constituído pelo pronome QUEM: quando o sujeito de uma oração
subordinada for o pronome relativo QUEM, o verbo poderá concordar com o
pronome (quem), na terceira pessoa do singular, ou com seu antecedente.
Ex: Fui eu quem anunciei / anunciou o resultado.

ATENÇÃO! O mais usual é fazer a concordância do verbo com o pronome


quem, isto é, na terceira pessoa do singular.
Ex: Fui eu quem anunciou o resultado.

10. Sujeitos unidos pela conjunção OU: quando dois ou mais sujeitos são
exclusivos, isto é, um elimina o outro, o verbo fica no singular.
Ex: Ângelo ou Marcos será o juiz da partida de futebol.
(Só pode haver um juiz: Ângelo ou Marcos).

- quando houver a ideia de adição (tanto um quanto o outro), o verbo


irá para o plural.
Ex: Pelé ou Garrincha foram atletas geniais.
(Tanto Pelé quanto Garrincha foram atletas geniais).

11. Concordância do verbo na indicação de horas:os verbos SER, DAR,


BATER e SOAR, quando usados na indicação de horas, concordam com o
número de horas, que é o sujeito nessa situação.
Ex: Deu uma hora Deram duas horas
Bateu uma hora Bateram duas horas
É uma hora São duas horas
Soou uma hora Soaram duas horas

12. O sujeito é um nome que só tem plural:


a) se o nome não for precedido de artigo, o verbo ficará no singular.
Ex: Palmares fica em Pernambuco.

b) se o nome for precedido de artigo, o verbo irá para o plural.


Ex: Os Estados Unidos são um país desenvolvido.

c) ATENÇÃO! Quando se tratar de títulos de obras, o verbo poderá concordar


no singular ou no plural.
Ex: Os Sertões narra os episódios da Guerra de Canudos.
Os Sertões narram os episódios da Guerra de Canudos.

13. Concordância na passiva sintética (verbo + se): o verbo apassivado pela


partícula SE concorda normalmente com o sujeito paciente.

Ex: Discutiu-se a questão.


• O se é partícula apassivadora (verbo transitivo direto + se)
Discutiram-se as questões.

28
ATENÇÃO! Quando o SE é índice de indeterminação do sujeito, o verbo
sempre fica no singular.
Ex: Vive-se bem aqui.
Precisa-se de goleiro.

* O se é índice de indeterminação do sujeito (intransitivo + se / transitivo


indireto + se)

14. Concordância do verbo ser


a) quando o sujeito for: tudo, isto, isso, ou aquilo, o verbo concordará com o
predicativo.
Ex: Na Copa do Mundo tudo são ilusões. Isto são histórias.

b) nas indicações de hora e distância, o verbo ser concorda com a expressão


numérica.
Ex: É uma da tarde. É um metro e meio.
São duas da manhã. São três quilômetros.

c) OBS: Quando se refere a datas, o verbo SER poderá concordar no singular


ou no plural.
Ex: É cinco de outubro. São cinco de outubro.

d) O verbo ser fica sempre no singular quando acompanha as palavras:


pouco, muito, o suficiente, mais do que,etc. em situações como estas:

Ex: Dois quilos é pouco! Três reais é o suficiente.


Cinco metros é muito. Dois presentes é mais do que mereço!

Note que os sujeitos expressam quantidades: dois quilos, cinco metros, etc.

15. Sujeito formado por expressões:


a) Um ou outro; o verbo fica no singular.
Ex: Um ou outro perturbava meu sono.

b) Ume outro; nem um nem outro; torna-se indiferente colocar o verbo no


plural ou no singular.
Ex: Um e outro resistiu à pressão dos amigos. (resistiram)
Nem um nem outro escaparam do castigo. (escapou)

c) Quais de vós; alguns de nós; quantos de nós


• o verbo concorda com o pronome indefinido ou interrogativo: fica na 3ª
pessoa do plural.

Ex: Quantos de nós irão à excursão? Quais de vós irão à excursão?

• o verbo concorda com o pronome pessoal.


Ex:Quantos de nós iremos à excursão? Quais de vós ireis à excursã

29
EXERCÍCIOS

1. Complete as frases com as formas corretas dos verbos entre parênteses:

a) Fui eu que ___________________ os salgadinhos. (comprar)


b) Foste tu que ___________________ o prêmio. (ganhar)
c) Foi ele que ____________________ o fisioterapeuta. (indicar)
d) Fomos nós que _________________os refrigerantes. (ganhar)
e) Fostes vós que _________________os campeões? (fotografar)
f) Foram eles que__________________ a auto-estima dos atletas. (reerguer)

2. Indique as possibilidades de concordância verbal:

a) Não fomos nós quem _________________ a notícia. (receber)


b) Foste tu quem mais ____________________ ao professor! (obedecer)
c) Eram os pais quem ___________________ as crianças. (distrair)
d) Sou eu quem _________________as normas! (ditar)
e) É você quem _________________o treino. (atrapalhar)

3. Complete as frases com uma das formas entre parênteses:

a) José ou Lucas ____________ a vaga de secretário. (ocupará/ocuparão)


b) Português ou Matemática _______________raciocínio. (exige/exigem)
c) Ginástica ou natação __________a musculatura. (desenvolve/ desenvolvem)
d) Minas Gerais _______________ muitas cidades históricas. (tem/têm)
e) Os Estados Unidos _____ à vitória dos brasileiros. (rendeu-se/renderam-se)
f) Os Lusíadas _______________ as glórias de Portugal. (narra/narram)
g) _____________ meio dia e meia. (é/são)
h) ____________ dez de dezembro. (é/são)
i) Duas horas ____________ pouco. (é/são)

EXERCÍCIOS

1. (IBGE) Indique a opção correta, no que se refere à concordância verbal, de


acordo com a norma culta:

30
a) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
b) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
c) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
d) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
e) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.

2. (IBGE) Assinale a frase em que há erro de concordância verbal:

a) Um ou outro escravo conseguiu a liberdade.


b) Não poderia haver dúvidas sobre a necessidade da imigração.
c) Faz mais de cem anos que a Lei Áurea foi assinada.
d) Deve existir problemas nos seus documentos.
e) Choveram papéis picados nos comícios.

3. Reescreva as frases, flexionando o verbo de acordo com o sujeito:

a) (Foi anunciado/Foram anunciados) em Brasília os nomes que(irá/irão)


compor o Ministério.

b) (Ficaram/ Ficou) provadas dessa forma as tentativas de suborno.

c) Para os que estavam bem treinados (bastaria/bastariam)


pouco tempo, mas para os inexperientes nem três
horas (seria/seriam) suficientes.

d) (Falta/faltam) aos países em desenvolvimento uma


legislação mais rigorosa quanto ao uso de agrotóxicos.

4. Algumas frases não estão de acordo com as normas da língua


padrão quanto à concordância. Reescreva-as, adaptando-as a essas
normas:

a) Mais de uma pessoa chorou na hora em que saiu o resultado.

b) Tu e Mara estão muito ocupados e não dispõem de tempo para me


ajudar.

b) Os Estados Unidos elegeu novo presidente.

d) Mais de dois suspeitos do crime tentaram sair do país.

e) Morreu vários passageiros no desastre na Fernão Dias.

31
5. Copie as frases, flexionando corretamente o verbo em destaque:

a) Eu e tu estar cansados de fazer sempre as mesmas coisas.

b) Pela Constituição, homens e mulheres ser iguais em direitos e obrigações.

c) Uma porção de coisas que ele fazia me aborrecer.

d) Os Andes se estender por boa parte da América do Sul.

e) Menos de duzentas pessoas morrer no desastre do Bateu Mouche.

6. Construa uma frase para cada item, flexionando adequadamente o


verbo:

a) A grande maioria dos brasileiros/não acreditar nos políticos.


b) Muitos dentre nós/desesperar-se nas horas difíceis.
c) O Brasil é um dos países que/ crescer muito a cada ano.
d) Ele foi o primeiro que/protestar contra as novas medidas.

7.Construa frases usando a partícula: se. Faça a concordância dos verbos


entre parênteses no presente do indicativo:

a) (vender-se) terrenos a prestação.

b) (consertar-se) bicicletas.

c) Neste Sábado, (assistir-se) a bons espetáculos teatrais.

d) (comprar-se) metais e objetos velhos.

e) (precisar-se) de operários especializados.

f) Neste caso, (tratar-se) de assuntos importantes.

g) Onde há sinceridade, não (admitir-se) traições.

8. Em algumas frases o verbo não está flexionado de acordo com as normas


da língua padrão. Reescreva-as,adaptando-as a essas normas:

a) Fala-se muitas mentiras nos jornais.

b) Em nosso país, há muitos problemas e poucas perspectivas de solução.

32
c) Fazem muitos anos que o brasileiro vota para presidente da República.

d) Bateu dez horas no relógio da Catedral da Sé.

e) Alegrias, tristezas, satisfação, sofrimento, tudo faz parte da vida.

Observe a concordância do pronome de tratamento:

Vossa Senhoria apresentou o seu relatório?

Constatamos que:

Os pronomes de tratamento,embora designe a pessoa a quem se fala(isto é,a


2ª), levam o verbo e o pronome a que eles se referem para a 3ª pessoa.

9.Copie as frases, completando-as com a forma verbal ou pronominal


adequada:

a) Vossa Excelência já (preparou/preparaste) o esboço de (seu/vosso)


discurso.

b)É necessário que V. Sª (comunique/comunicais) aos funcionários a


(sua/vossa) decisão.

10. A frase seguinte está de acordo com as normas de concordância da


língua padrão?Justifique sua resposta.

Se V. Exª permitir, solicito-vos por um minuto vossa atenção.

CONCORDÂNCIA NOMINAL:

Regra geral:
O artigo, o numeral, o pronome e o adjetivo concordam em gênero e número
com o substantivo a que se referem:

Ex: Foram estes dois publicitários que fizeram a campanha educativa.

Dessas classes gramaticais, apenas o adjetivo pode apresentar variações na


concordância. Das regras especiais de concordância do adjetivo, veremos duas
em seguida:

33
1. adjetivo qualifica mais de um substantivo
Quando o adjetivo vem posposto aos substantivos, há duas construções
possíveis:

O adjetivo concorda com o mais próximo.


Ex: Osmar tinha talento e sensibilidade extraordinária.

O adjetivo vai para o plural. Se os gêneros forem diferentes, prevalecerá o


masculino.
Ex: Osmar tinha talento e sensibilidade extraordinários.

OBS: o adjetivo virá no plural se funcionar como predicativo.

Ex: O diretor e o gerente ficaram surpresos com as vendas.

2. Quando o adjetivo vem anteposto a substantivos de gêneros diferentes,


concorda com o elemento mais próximo:

Ex: Ele tinha extraordinária sensibilidade e talento.

OBS: Quando o adjetivo anteposto é um predicativo, pode concordar com o


mais próximo ou ir para o plural.
Exs:

Estava ótima a fotografia e o texto. Estavam ótimos a fotografia e o texto.

3. Dois ou mais adjetivos qualificam um substantivo:


a) O substantivo e os adjetivos ficam no singular, e coloca-se o artigo antes
do último adjetivo.

Ex: Aprecio a propaganda francesa e a japonesa.

b) O substantivo vai para o plural, mas os adjetivos ficam no singular. Nesse


caso, omite-se o artigo antes do último adjetivo:

Ex: Aprecio as propagandas francesa e japonesa.

EXERCÍCIOS

1. Complete as orações com os adjetivo entre parênteses, de acordo com as


regras de concordância:

a) Angélica e Jorge estão ______________________________. (tristonho)


b) _________________ garrafas e latas faziam parte do anúncio. (velho)
c)Falava-se dos jovens e das crianças ______________ (desaparecido)

34
d)Julguei-os ___________________, o compositor e o intérprete. (ousado)
e)Juquinha estava com as mãos e o rosto ____________________ (sujo)
f) Expressaram _________ dor e pesar pela morte do Dourado. (profundo)
g)Expressaram dor e pesar ______________________________. (profundo
h) Não mereço um beijo e um abraço _____________________? (sincero)
i) O publicitário e a namorada eram _________________ (simpaticíssimo)

2. Complete as frases fazendo a concordância adequada:

a) O músico e a cantora ____________agradeceram à multidão. (animado)


b) As ___________bicicletas e motos fazem parte da exposição. (novo)
c)Os pais e as professoras permanecem _________________.(silencioso)
d) As verduras e as frutas estão _________________________.(caro)
e) Os legumes estão ______________________________ caros. (meio)
f) Eu comprei só ______________________________ melancia. (meio)
g) Os jornalistas discutiram ________________ sobre o tema. (bastante)
h) Eram ______________________ os tipos de suco gelado. (bastante).
i) Muito ______________________ suspirou a velha senhora. (obrigado).
j) Seguem ___________________ as faturas das compras.(anexo).
k)Quanto _______________________ gente for ao circo, melhor.(menos)

3.Faça a concordância verbal adequada:

a) Já _________________ três horas e ele ainda não chegou. (ser)


b) Naquela casa, tudo ___________________ tristezas.(ser- pret. imperf.)
c) Só eu e meu irmão ______________ a prova.(terminar- pret. perf. Indic.)
d) Um de vocês ___________________ mais cedo. (sair- fut. do presente).
e) Talvez _________ algumas pessoas que queiram ajudar-nos. (haja /hajam)
f) A maioria das crianças _______ carente de atenção. (ser- pres. indicativo).
g) _________ migalhas de pão para os pássaros? (sobrar - pret. perf. Ind.)

4. Verbo ser + predicativo: é bom, é necessário, é proibido...


De modo geral, as expressões formadas pelo verbo ser + predicativo não
variam quando o sujeito é expresso de forma genérica:

35
Ex:
É proibido entrada.
Será necessário paciência.
Poesia é bom para extravasar as emoções.

Porém, se o sujeito vier precedido de qualquer palavra que o particularize


(artigo, pronome ou adjetivo), a concordância será obrigatória.
Ex:
É proibida a entrada.
Será necessária toda paciência.
A verdadeira poesia é boa para extravasar as emoções.
(Entrada, paciência e poesia tomados em sentido geral)

5. Anexo, obrigado, mesmo, incluso, quite, próprio:


Todas essas palavras concordam com o nome a que se referem.
Ex:

Muito obrigada, respondeu Alice.


Elas mesmas / próprias consertaram o carro.
As poesias anexas são de autor desconhecido.

OBS:
1. A expressão em anexo é invariável.
Ex: As poesias em anexo são de autor desconhecido.

2. Quando mesmo for advérbio (= de fato, de verdade), será invariável.


Ex: Obrigada! Obrigada mesmo!

6. Menos, alerta, a olhos vistos.


Estas três palavras são sempre invariáveis.
Ex:
Rapazes, estejam alerta!
Havia menos meninas que meninos na festa.
A menina emagreceu a olhos vistos.

7. Bastante, caro, barato, meio, muito, pouco.


Estas palavras podem funcionar ora como advérbios ora como adjetivos.

a) Quando forem advérbios, serão invariáveis.

Ex:
A atriz é bastante conhecida no Brasil.
Esta roupa custa caro.
As laranjas custam barato no inverno.
Ela está meio doente.
Vocês brincam muito.

36
b) Quando tiverem função de adjetivo, concordarão com o nome a que se
referem.

Ex:
Há bastantes atrizes no estúdio..
Estas blusas são caras.
Como são baratas as laranjas no inverno!
Saboreamos meia melancia.
Havia poucas crianças, mas muitos adultos.

8. Só, sós, a sós


Quando equivale a somente, só é advérbio e, portanto, invariável.
Quando equivale a sozinho, é adjetivo e, por isso, variável.

Só eles saíram. (= somente eles)


Eles saíram sós. (= sozinhos)

OBS: A locução a sós sozinhos (as) concorda em número com o nome a que
se refere.
Ex: Eles / Elas ficaram a sós.

EXERCÍCIOS

1)Reescreva a frase, completando-a com uma das palavras entre parênteses:

a) É (proibido/proibida) entrada.
b) É (proibido/proibida) a entrada neste recinto.
c) As duplicatas (anexo/anexas) já foram registradas?
d) Muito (obrigado/obrigada), disse a mulher.

2)Reescreva as frases no plural:

a) O guarda mantinha-se alerta.


b) Eu permaneci alerta.
c) Estou quite com o Serviço Militar.
d) Ela está quite com você?

3) Quais das frases não estão de acordo com as normas da língua padrão?

a) Ante o perigo, os guardas se mantinham alertas.


b) Sua família tinha menor riqueza que a nossa.
c) Os documentos anexo devem ser guardados no arquivo.
d) Anexas ao processo, estão as cópias das certidões.

37
4) Há concordância nominal inadequada em:

a) clima e terras desconhecidas;

b) clima e terra desconhecidos;

c) terras e clima desconhecidas;

d) terras e clima desconhecido;

e) terras e clima desconhecidos.

ORTOGRAFIA:

Como utilizar aonde e onde:

Aonde
usa- se aonde com verbos em movimento:
Ex: Aonde ele foi?
Aonde nos conduzirão esses desmandos?

Onde
usa- se onde quando indica permanência:
Ex: Onde ele está?
Encontrou os livros onde indiquei?

EXERCÍCIO

Complete as frases com: onde ou aonde:

a) Não sei __________________queres chegar com isso.


b) ___________________ encontraram as chaves do carro?
c) Gostaria que você me dissesse ______________estão as provas.
d) Você pode me dizer ___________________ vamos com tanta pressa?
e) Vamos pensar _______________ iremos amanhã à tarde?
f) _________ você vai,há um parque __________ todos se encontram.

REGÊNCIA VERBAL:

Estuda a relação entre o verbo (termo regente ) e seu complemento (termo


regido).
Ex:

Necessitamos de ajuda.

termo regente (verbo) termo regido (objeto indireto)

38
Comprei um livro de história.

termo regente (verbo) termo regido (objeto direto)

Veja alguns verbos que são TD ou TI, e sua regência. Verbos que têm regência
diferente para cada significado.

Aspirar
a) Transitivo direto – sentido de sorver, absorver, inspirar.

Ex: Aspirei o perfume.(objeto direto)

b) Transitivo indireto –sentido de desejar, almejar.


Ex: Aspiro ao curso de eletrônica.(objeto indireto)

Assistir
a) Transitivo direto – sentido de dar assistência.
Ex: O médico assistiu o paciente.(objeto direto)

b)Transitivo indireto – sentido de ver, presenciar.


Ex:Gosto de assistir à televisão. (objeto indireto)

c)Transitivo indireto – sentido de morar, residir: preposição EM


Ex:O caiçara assiste no litoral paulista.(objeto indireto)
João assiste em Florianópolis. (objeto indireto)

Atender
a) Transitivo direto – sentido de acolher.
Ex:O diretor atendeu a solicitação do professor.(objeto direto)

b) Transitivo indireto – sentido de levar em consideração.


Ex: Meu filho sempre atende aos meus conselhos. (objeto indireto)

Informar
O verbo “informar” é transitivo direto e indireto e admite duas construções.Veja:

a) Coloca-se o nome referente à pessoa como objeto direto e o referente à


coisa como objeto indireto.
Ex: Informei o policial sobre o acidente.

Objeto direto Objeto indireto


(pessoa) (coisa)

39
b) Coloca-se o nome referente à coisa como objeto direto e o referente à
pessoa como objeto indireto.
Ex: Informei ao policial o acidente.

Objeto indireto Objeto direto


(pessoa) (coisa)

Pagar, perdoar, agradecer


a) Transitivo direto – quando o objeto se refere a coisa. Ex.:

O fazendeiro pagou o salário. (objeto direto)

O homem perdoou a dívida.(objeto direto)

b) Transitivo indireto – quando o objeto se refere à pessoa. Ex.:

O fazendeiro pagou ao seu funcionário. (objeto indireto)

O homem perdoou ao seu irmão. (objeto indireto)

c) Transitivo direto e indireto – quando apresenta os dois. Ex.:


O fazendeiro pagou o salário ao seu funcionário. (objeto direto/indireto)

O homem perdoou a dívida ao seu irmão.(objeto direto/indireto)

Precisar
a)Transitivo direto - sentido de marcar com precisão.
Ex: O delegado precisou o local do crime. (objeto direto)

b) Transitivo indireto - sentido de ter necessidade.


Ex: As crianças precisam de mais amor.( objeto indireto)

Querer
a)Transitivo direto - sentido de desejar.
Ex: Nós queremos um abraço seu.(objeto direto)

b) Transitivo indireto -sentido de estimar.


Ex:Eu quero a você.(o.i.)

Visar
a) Transitivo direto – sentido de apontar arma.
Ex: O soldado visava seu alvo.(o.d.)

b)Transitivo direto– sentido de “passar visto”.


Ex:O professor visou as provas.(o.d.)

c) Transitivo indireto –sentido de ter em vista.


Ex: Nós visamos ao seu bem. (o.i.)

40
Observação! Nesse sentido, também pode vir sem a preposição ; como objeto
direto.
Ex: Ele sempre visou unicamente seu próprio bem.

EXERCÍCIO

1. Escreva o significado de cada verbo sublinhado e classifique-os conforme o


sentido:

a) Aspirávamos ar poluído.

b) O contador visou o recibo.

c) A prática do esporte visa ao desenvolvimento correto do organismo.

d) Aspiramos a um resultado satisfatório.

e) Da varanda, aspirávamos a brisa marítima.

f) O médico assistiu o menino gratuitamente.

g) Eles assistiram ao filme com emoção.

O verbo T.I. (transitivo indireto) exige complemento (Obj. indireto) antecedido


obrigatoriamente de preposição.

O pronome pessoal oblíquo átono de 3ª pessoa que exerce a função de objeto


indireto é o lhe, lhes.
Veja alguns verbos que são sempre transitivo indireto:

Obedecer
Todos obedeceram ao regulamento. Todos lhe obedeceram

Desobedecer
Ninguém desobedeceu ao chefe. Ninguém lhe desobedeceu.

Pertencer
Este livro pertence a você. Este livro lhe pertence.

Agradar
A canção agradou ao público. A canção lhe agradou.

Desagradar
As palavras desagradaram aos pais. As palavras lhes desagradaram.

41
A maioria dos verbos da Língua Portuguesa são Transitivos Diretos. O
pronome pessoal oblíquo de 3ª pessoa que exerce a função de objeto Direto é:
o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na, nos, nas.

Veja alguns desses verbos:

Amar
Mara ama seu filho. Mara o ama.

Conhecer
Nós conhecemos sua amiga. Nós a conhecemos.

Visitar
Você visitou suas primas. Você as visitou.
Vou visitar minha irmã, amanhã. Vou visitá – la, amanhã

Cumprimentar
O aluno cumprimentou o professor. O aluno o cumprimentou.

Abraçar
Ela abraçou seu pai. Ela o abraçou.
Todos abraçaram o palestrante, na saída. Todos abraçaram – no, na saída.

Namorar
Carlos ainda namora Maria. (não se usa a preposição COM).

Encontrar
Ninguém encontrou a criança. Ninguém a encontrou.

Ver
Ontem vi suas amigas. Ontem eu as vi.

Ajudar
Você ajudou seus pais? Você os ajudou?

Adorar
Eu adoro Chico. Eu o adoro.

Estimar
Todos estimam estas garotas. Todos as estimam.

Ouvir
A multidão ouvia o líder atentamente. A multidão ouvia-o atentamente.

Convocar
A diretora convocou alguns professores. A diretora os convocou.

42
Procurar
Eu procurava uma pista. Eu a procurava.

Prejudicar
Ele prejudicou seus amigos. Ele os prejudicou.

Entender
Eu não entendi a lição. Eu não a entendi.

EXERCÍCIOS

1)Reescreva as frases substituindo os objetos em destaque pelos pronomes


oblíquos átonos correspondentes:

a) Célia ganhou os presentes.__________________________________

b) Obedeça aos pais.________________________________________

c) Ele comprou o caderno.____________________________________

d) Escrevi a carta aos parentes.________________________________

e)Oferecemos ajuda aos acidentados.___________________________

f) Não vimos os jovens na reunião._______________________________

g) Quero bem a meus amigos.___________________________________

2. Use V para as frases verdadeiras ou F para as falsas, seguindo as regras


da regência verbal:
1 ( ) Basta que obedeçam aos conselhos dos pais.
2 ( ) Aspiramos o ar poluído nas grandes cidades.
3 ( ) Este é o homem a quem devemos pagar as dívidas.
4 ( ) Informo o senhor da minha grande admiração pelo caso.
5 ( ) Juca prejudicou aos colegas.
6 ( ) Perdoei o meu vizinho.

Texto: Aquarela

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo.


E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo.
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva.
E se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuva.

43
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel.
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu.
Vai voando contornando
A imensa curva norte-sul
Vou com ela viajando
Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela branco navegando
É tanto céu e mar num beijo azul
Entre nuvens vem surgindo
Um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo
Sereno lindo
E se a gente quiser
Ele vai pousar.
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos, bebendo de bem com a vida
De uma América a outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha e caminhando chego num muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida
E depois convida a rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá.
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
Que descolorirá
E se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuva
Que descolorirá
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Que descolorirá.Toquinho, Vinícius de Morais, Guido Morroa, Maurizio Fabrizio.

Interpretação do texto:

1) O que sugerem os versos: “ E o futuro é uma astronave / que tentamos


pilotar”?

44
2) Relacione:

(1) morte (2) vida (3) destino

a) ( ) “Sem pedir licença muda nossa vida”


b) ( ) “Nessa estrada não nos cabe”
c) ( ) “O fim dela ninguém sabe”
d) ( ) “Vamos todos numa linda passarela”
e) ( ) “De uma aquarela que um dia enfim / Descolorirá.

3) Além de ser um tipo de tinta, aquarela é também uma técnica de pintura


muito sensível, que não permite retoques e, que, com o tempo, perde a
intensidade da cor. Com base nessa informação e no texto,
responda:qual é a relação entre o texto “aquarela” e a vida?

4) Complete o texto de acordo com a sua imaginação:

a) Numa folha qualquer eu desenho ________________________.

b) E com cinco ou seis retas é fácil fazer ________________________.

c) Corro o lápis em torno __________ e me dou __________________.

d) E se faço ______________com dois riscos tenho _______________.

e) Se um pinguinho de tinta cai _____________________________.

f) Num instante imagino __________________________________.

Texto e questões de interpret., retiradas do livro “Leitura e produção de textos” – Editora IBEP. (Hermínio
Sargentim)

Atenção!

Verbos com regência diferente na linguagem culta e na linguagem


coloquial (popular):

Chegar e ir
Estes verbos exigem a preposição A, e não EM quando se referem a lugar.

• linguagem culta: Chegando a Campinas fomos ao teatro.


• linguagem popular: Chegando em Campinas fomos no teatro.

45
Namorar
Este verbo é sempre transitivo direto.
• linguagem culta: Lucas namora Mirna.
• linguagem popular: Lucas namora com Mirna.

Obedecer e desobedecer
Tais verbos são sempre transitivos indiretos, exigindo a preposição A.
• linguagem culta: obedeço às leis de trânsito.
• linguagem popular: obedeço as leis de trânsito.

Preferir
Na linguagem culta, este verbo exige dois objetos (direto e indireto), ligados
pela preposição A.
• linguagem culta: Prefiro frutas a doces.
• linguagem popular: Prefiro mais frutas do que doces.

Simpatizar
Este verbo é sempre Transitivo Indireto, exigindo a preposição: COM.
• linguagem culta: Não simpatizo com aquela pessoa.
• linguagem popular: Não me simpatizo com aquela pessoa.

EXERCÍCIOS

1). Indique a frase que apresenta ERRO de regência verbal.


a) Pedro pagou o almoço.
b) Paulo não pagou o ajudante ontem.
c) A mulher perdoou a indiscrição do desconhecido.
d) Perdoemos aos que nos agridem.

2) Faça um X na(s) frase(s) incorreta(s) seguindo as regras da regência verbal.

a ( ) Nós todos queremos bem aos nossos pais.


b ( ) O funcionário aspira ao cargo de chefa.
c ( ) Iremos para o Rio de Janeiro nas férias.
d ( ) Prefiro mais estudar do que trabalhar.
e ( ) Informei os pais sobre as notas do filho.

3) Identifique as frases em que a regência verbal está de acordo com a


linguagem popular. Reescreva-as de forma culta:

a) Há três anos que Janete namora José.

b) Prefiro mais sítio que praia.

c) O rapaz não se simpatizou com a nova colega.

d) As crianças chegaram no colégio.

46
e) Rui está namorando com a Joana.

f) Chegamos ao teatro às 21h 30min.

g) Simpatizamos com os novos vizinhos

h) Os alunos desobedeceram o diretor.

4)Assinale a única frase correta de acordo com a regência do verbo:

a ( ) Contento-me com pouco; aspiro pouca coisa neste mundo.


b ( ) Quem relatou o fato, assistiu-o
c ( ) A empresa toda não se simpatizou com as novas orientações.
d ( ) Estimo a meus pais; obedeço-os em tudo.
e ( ) O rádio avisou ao povo os últimos acontecimentos.

5)Complete as orações com: o, os, a, as, ao, aos, à, às; seguindo a regência
do verbo:

a- Ainda não paguei ______ escola.


b- Pagarei ______ secretário amanhã.
c- Perdoe ______ minhas gafes.
d- Devemos perdoar ________ inimigos.
e- Iremos assistir _______ peça teatral.
f- Informei ________ guarda sobre o acidente.
g- Desobedeceram ______ regras do jogo.
h- O candidato agradeceu ________ eleitores.

Texto
O TRABALHO HUMANO

Se a sociedade fosse justa, não haveria tantas diferenças de remuneração entre os


trabalhos. Se todos fazem um trabalho digno e útil, por que alguns recebem muito
mais do que outros?

O trabalho permite à pessoa humana desenvolver sua capacidade física


e intelectual, conviver de modo positivo com outras pessoas e realizar-se
integralmente como pessoa. Por isso, o trabalho deve ser visto como um direito
de todo ser humano.
Mas o trabalho é, ao mesmo tempo, o modo pelo qual cada pessoa
expressa a solidariedade devida às demais pessoas, é o meio através do qual
cada um dá sua retribuição por tudo o que recebe dos demais. Visto deste
ângulo, o trabalho é um dever de toda pessoa humana.

47
Todas as atividades que contribuam para melhorar a qualidade de vida
das pessoas, aumentando o bem-estar material, proporcionando satisfação
estética, favorecendo o equilíbrio psicológico e propiciando a paz espiritual, são
dignas e úteis. Assim, todos os trabalhadores são igualmente merecedores de
respeito, seja qual for o trabalho que executem, pois todos contribuem para que
as outras pessoas tenham atendidas suas necessidades básicas e possam
viver melhor.
Em muitas sociedades, são mais valorizados os que realizam trabalhos
intelectuais, gozando de menor prestígio social os que se dedicam a trabalhos
físicos. De modo geral, entretanto, essa diferenciação já não é tão evidente
como foi até há pouco, sendo outros os critérios para a conquista de prestígio e
de melhor retribuição.
Assim, por exemplo, na sociedade brasileira gozam de situação mais
vantajosa os banqueiros e dirigentes de instituições financeiras, os empresários
industriais e comerciais e os que atuam com evidência nos esportes
profissionais e nas atividades recreativas. Trabalhos tipicamente intelectuais,
como o do professor e do escritor, são muito mal remunerados e não
asseguram especial consideração perante a sociedade, que nos últimos anos
foi condicionada a valorizar mais as pessoas que demonstram ter conseguido
maior sucesso econômico. O preparo intelectual e a contribuição para o bem
da humanidade são quase irrelevantes, valendo mais a capacidade para
ganhar dinheiro e acumular riqueza, o que é absurdo, pois geralmente quem
mais acumula riqueza menos útil aos outros seres humanos.
Numa organização social justa, não se pode admitir que haja grande
diferença de nível entre os trabalhadores de qualquer espécie. Todo trabalho
socialmente útil é digno e merecedor de respeito, não sendo admissível que
uma pessoa valha mais ou valha menos do que outra por causa da natureza do
trabalho que cada uma executa. Assim, pois, o que importa não é a natureza
do trabalho, mas a utilidade social que dele resulta, jamais se justificando
grande diferença de remuneração entre um trabalho e outro.
Dalmo de Abreu Dallari. Viver em sociedade. São Paulo, Moderna, 1985. p. 23-24.

Interpretação do texto:

1. Por que o trabalho é, ao mesmo tempo, um direito e um dever de toda


pessoa?

2. Por que todos os trabalhadores devem ser igualmente merecedores de


respeito?

3. Hoje em dia, que tipos de atividades a sociedade brasileira mais


valoriza? Por quê?

48
4. Para o autor, o que torna um trabalho digno e merecedor de respeito?

5. Por que é injusto haver uma grande diferença de remuneração entre


trabalhadores?

Texto e questões de interpretação. Livro: “Curso Moderno de Língua Portuguesa” Douglas Tufano. Editora
Moderna.

Redação

O que significa o “trabalho” para você. Qual é o seu objetivo, no campo


profissional e pessoal. Produza um texto de 10 a 15 linhas.

ORTOGRAFIA:

Como utilizar: seção, secção, sessão, cessão

Seção: equivale a divisão, repartição, segmento, parte de uma publicação ou


de um todo, setor, etc.
Ex: Seção Eleitoral, Seção de tráfego, décima seção, capítulo dividido em
seções.

Secção: apenas no caso em que corresponde a corte, amputação.


Ex: Secção da Aorta.

Sessão: é o tempo que dura uma reunião, espetáculo ou trabalho.


Ex: Sessão de cinema, Sessão de pancadas, Sessão do congresso,Sessões
diárias de radioterapia.

Cessão: ato de ceder.


Ex: Cessão de bens, Cessão de um prédio, Cessão de direitos.

EXERCÍCIO

1)Complete as orações com: cessão – secção – sessão – seção.

a) A ______________ da fortuna da família será amanhã.


b) Fui ao cinema na _______________ das 17h
c) A _______________ da perna da criança será necessária.
d) Maria trabalha na ________________ de pagamento.
e) Na ________________ plenária votaram a favor da _______________ de
todos os bens da família.
f) Procuro a _________________ de peças usadas.

49
Texto

Um cego e seu amigo visitam um museu de arte.


Veja como o amigo descreve o quadro Rosa e azul, de Renoir, para o cego.

O cego, Renoir, Van Gogh e o resto

Vistos de costas, pareciam apenas dois amigos conversando diante do


quadro Rosa e azul, de Renoir, comentando o quadro. Porém, quem prestasse
atenção nos dois perceberia, e talvez estranhasse que um deles, o de
elegantes óculos de sol, parecia um pouco desinteressado, apesar de todo o
empenho do outro, traduzido em gestos de eloqüência quase murmurada. O
que dava ao de óculos a aparência de desatento era a cabeça, um pouco baixa
demais para quem estivesse olhando o quadro, cabeça que também não estava
de frente, mas um pouco virada para a direita com relação à pintura,como se
ele enfocasse outra coisa, a assinatura de Van Gogh no pé do quadro vizinho,
por exemplo.
O que falava segurava às vezes o antebraço do de óculos com uma
intimidade solícita e confiante. Como se fossem amantes.Aproximei-me do
quadro,fingindo olhar de perto a técnica do pintor, voltei-me e percebi: o de
óculos escuros era cego.
Cego! O que fazia um cego no Masp? Ninguém parecia interessado
neles; nem o guarda,treinado para olhar pessoas em vez de quadros. De perto,
pude ouvir o rapaz que falava:
– ... os olhos dessa menina de rosa brilham com se estivessem
marejados, como se ela estivesse aponto de chorar, e a boca,de um rosa
muito vivo,quase vermelho,ajuda a dar essa impressão,parece que se
contrai.É muito mágico, não se pode ter certeza. Por cima do corpinho do
vestido ela usa uma espécie de colete também de musselina rosa franzida,
adornada por uma espécie de babado de alto abaixo.
–Você já falou “espécie de” três vezes.
–Tá bom, vou evitar. Essa...esse colete é preso na cintura por uma faixa
bem larga de cetim cor de rosa, larga mesmo, de quase um palmo,usada como
cinto. Ela tem o dedo polegar da mão direita enfiado nessa espécie de,
perdão, nessa faixa de cetim,o que parece um truque do pintor para dar
movimento ao braço e graça infantil à figura da menina.
Algo extraordinário acontecia ali, que eu só compreendia na superfície:
um homem descrevendo para um amigo cego um quadro de Renoir. Porque
tantos detalhes?
– A saia rodada franzidinha é do mesmo tecido cheio de luz. As meias
são de uma tal transparência diáfana rosada que ma se destacam das
perninhas sadias dela. Vão até a metade da perna e os sapatos são pretos de
alcinha com uma fivela, não, não é uma fivela, é um enfeite dourado,um na
alça e outro no peito do pé, bem discretos. Ela dá a mão esquerda para outra
menina de vestido igualzinho ao dela, só que em azul, bem brilhante, e esta
tem os cabelos mais claros.
–Azul como quê? Fale mais desse azul – pediu o cego,como se
precisasse completar alguma coisa dentro de si.

50
– É um azul claro, muito claro, um azul que tem movimento e
transparência e muita luz, um azul tremulando, azul como de uma piscina
muito limpa eriçada pelo vento, uma piscina em que o sol se reflete e que
tremula em mil pequenos reflexos...Lembra-se daquela piscina em Amalf?
– Lembro... lembro... – e sacudia a cabeça, reforçando.
– É parecido. A menina de azul é um pouco mais alta e está quase
sorrindo...o contrário da outra. Parecem irmãs,devem ser irmãs, mas ela tem os
cabelos mais claros, louros mesmo, e mais compridos. A mão esquerda dela
tem um movimento gracioso, como se ela segurasse com o indicador e o
polegar um raio de luz do vestido brilhante...
Afastei-me, olhei-os de longe. Roupas coloridas, esportivas. Depois de
poucos minutos passaram para outro quadro, de Van Gogh. Pouco a pouco a
compreensão do que faziam ali me inundou, e fechei os olhos para ver melhor.
O guarda treinado para vigiar pessoas estava ao meu lado e contou, aos
arrancos:
– Eles vêm muito. Só conversam sobre um quadro ou dois de cada vez.
É que o cego se cansa. Era fotógrafo, ficou assim de desastre.É cego mas é
rico.
Disse rico como se fosse uma compensação justa. O mistério da alma
humana não o inquietava, aquela necessidade de ver dentro do não-ver. A
construção de um quadro na mente de alguém por meio de palavras. Não o
tocava a dedicação do narrador de quadros – seria amor ? –, o seu esforço
amoroso de fazer as palavras brilharem como tinta, concretas.
Saí,passei por eles,ocupados em pintar. O filho do carteiro de Van Gogh:
–...um amarrotado boné de carteiro, azul-marinho com debruns
dourados na pala e na copa,e tem olhos azuis muito abertos, como que
assustado...
Ivan Ângelo

Vocabulário

Masp: Museu de Arte de São Paulo


Amalf: cidade portuária da Itália que viveu um período de esplendor nos séculos XI e XII.
Diáfana: que, sendo compacto, dá passagem à luz.

Estudo do texto:

1. Este é um modelo de texto predominantemente: narrativo,descritivo ou


dissertativo? Porquê?

2. O que nos mostra a desatenção do homem de óculos,dentro do primeiro


parágrafo?

3. Por que o amigo utilizou a expressão “espécie de”,por várias vezes?

51
4. “- É cego mas é rico.” O que o guarda quis dizer com essa observação?
Você acha que a riqueza pode ser uma compensação para a cegueira?

5. Explique com suas palavras, as seguintes afirmações:

a)“... e fechei os olhos para ver melhor.”

b) “O mistério da alma humana não o inquietava aquela necessidade de ver,


dentro do não-ver.”

COERÊNCIA E COESÃO

Enquanto a coerência existe na unidade do tema,a coesão é a união


entre as partes de um texto.
Um texto é coerente quando não possui contradições, ambiguidades. As
palavras usadas são adequadas à sequência lógica dos fatos A coerência está
ligada ao sentido do texto.

Ex: “Desculpe a modéstia, mas eu sou mais bonita.”(Mulher Maravilha)

Este texto está incoerente. Deveria estar assim:


“Desculpe a falta de modéstia...”ou,“ Modéstia à parte...”

A coesão significa o entrelaçamento entre os elementos gramaticais


semânticos e discursivos de um texto. É uma das propriedades essenciais de
um texto. Os recursos coesivos permitem que façamos referências às partes
do texto, sem repetir as mesmas palavras.

Ex: Fomos à livraria. Compramos um livro.


Pode-se unir essas duas orações em um só texto coordenando-as por meio de
conjunções.

Ex: Fomos à livraria e compramos um livro.

EXERCÍCIOS

1. Relacione as seguintes orações empregando elementos de coesão para


formar um texto:

52
“Nas antigas igrejas é proibido fotografar com flash. A luz disparada
pelas máquinas é muito forte. Isso acaba danificando a própria cor das
pinturas.”

2. Leia com bastante atenção o texto abaixo:


“Ao circular pelo estacionamento, o guarda encontrou uma bolsa sobre
o capô de um carro cujo dono não conhecia.”

a) Quais os dois sentidos possíveis?

b)Reescreva o parágrafo, fazendo as adaptações necessárias para eliminar a


ambiguidade.

EXERCÍCIO

Leia o texto e responda às questões propostas:

João Carlos vivia em uma pequena casa construída no alto de uma colina,
cuja frente dava para leste. Desde o pé da colina se espalhava em todas as
direções, até o horizonte, uma planície coberta de areia. Na noite em que
completava 30 anos, João, sentado nos degraus da escada colocada à frente
de sua casa, olhava o sol poente e observava como a sua sombra ia
diminuindo no caminho coberto de grama. De repente, viu um cavalo que
descia para a sua casa. As árvores e as folhagens não o permitiam ver
distintamente; entretanto observou que o cavalo era manco. Ao olhar de mais
perto verificou que o visitante era seu filho Guilherme, que há 20 anos tinha
partido para alistar-se no exército, e, em todo este tempo, não havia dado sinal
de vida. Guilherme, ao ver seu pai, desmontou imediatamente, correu até ele,
lançando-se nos seus braços e começando a chorar.
(texto e coerência; professora Mary Kato)

Apesar de aparentemente bem redigido, o texto apresenta sérios problemas de


coerência, o que o torna inadequado. A fim de contatar estes problemas,
responda:

a- A cena narrada ocorre à noite. No entanto, o que João olhava, sentado à


frente de sua casa?

53
b- João está completando 30 anos. No entanto, o filho que retorna saíra há
20 anos ( para o exército). Portanto qual a idade do filho? É possível o
pai estar completando 30 anos? Que idade aproximadamente deve ter
João?

c- João morava numa colina árida, diante de um cenário desértico. Que


elementos do texto contrariam essa informação?

d- A frente da casa “dava para o leste”. O leste ou oriente é onde nasce o


Sol. Que fato do texto é incoerente com essa informação?

NARRAÇÃO E DESCRIÇÃO:

Para contar uma história, o autor utiliza dois processos de composição:


narração e descrição. Vamos conhecê-los.

Texto: A LUTA

Quando o marido da Piedade disse um segundo cochicho à Rita, Firmo


precisou empregar grande esforço para não ir logo às do cabo.
Mas, lá pelo meio do pagode, a baiana caíra na imprudência de derrear-
se toda sobre o português e soprar-lhe um segredo, requebrando os olhos.
Firmo, de um salto, aprumou-se então de fronte dele, medindo-o de alto a baixo
com um olhar provocador e atrevido. Jerônimo, também posto de pé,
respondeu altivo com um gesto igual. Os instrumentos calaram-se logo. Fez-se
um profundo silêncio.Ninguém se mexeu do lugar em que estava. E, no
meio da grande roda, iluminados amplamente pelo capitoso luar de
abril,os dois homens, perfilados defronte um do outro,olhavam-se em
desafio.
Jerônimo era alto, espadaúdo, construção de touro, pescoço de
Hércules, punho de quebrar um coco com um murro: era a força tranquila, o
pulso de chumbo. O outro, franzino, um palmo mais baixo que o português,
pernas e braços secos, agilidade de maracajá: era a força nervosa; era o
arrebatamento que tudo desbarata no sobressalto do primeiro
instante.Um,sólido e resistente; o outro,ligeiro e destemido; mas ambos
corajosos.
– Senta! Senta!
Nada de rolo!
– Segue a dança! – gritaram em volta.

54
Piedade erguera-se para arredar o seu homem dali.
O cavouqueiro afastou-a com um empurrão sem tirar a vista de cima do
mulato.
– Deixe-me ver o que quer de mim esse cabra!...–rosnou ele.
–Dar-te um banho de fumaça ,galego ordinário!–respondeu Firmo,frente
a frente; agora avançando e recuando, sempre com um dos pés no ar,e
bamboleando todo o corpo e meneando os braços,como preparado para
agarrá-lo.
Jerônimo, esbravecido pelo insulto,cresceu para o adversário com um
soco armado; o cabra,porém,deixou-se cair de costas, a perna direita
levantada; e o soco passou por cima,varando o espaço,enquanto o português
apanhava no ventre um pontapé desesperado.
Canalha!–berrou possesso; e ia precipitar-se em cheio sobre o
mulato,quando umacabeçada o atirou no chão.
–Levanta-te, que não dou em defuntos! – exclamou o Firmo, de pé,
repetindo a sua dança de todo o corpo.
O outro erguera-se logo e, mal se tinha equilibrado,já uma rasteira o
tombava para a direita,enquanto da esquerda ele recebia uma tapona na
orelha. Furioso, desferiu um novo soco, mas o capoeira deu para trás um salto
de gato e o português sentiu um pontapé nos queixos.
Espirrou-lhe sangue da boca e das ventas. Então fez-se um clamor
medonho. As mulheres quiseram meter-se de permeio, porém,o cabra as
emborcava com rasteiras rápidas,cujo movimento de pernas apenas se
percebia.Um horrível sarilho se formava. João Romão fechou às pressas as
portas da venda e trancou o portão da estalagem,correndo depois para o lugar
da briga. O Bruno, os mascates, os trabalhadores da pedreira, e todos os
outros que tentaram segurar o mulato,tinham rolado em torno dele,formando-se
uma roda limpa, no meio da qual o terrível capoeira,fora de si, doido,
reinava,saltando a um tempo para todos os lados,sem consentir que ninguém
se aproximasse. O terror arrancava gritos agudos. Estavam já todos
assustados, menos a Rita que, a certa distância,via, de braços cruzados
aqueles dois homens se baterem por causa dela;um ligeiro sorriso encrespava-
lhe os lábios. A lua escondera-se; mudara o tempo: o céu, de limpo que
estava,fizera-se cor de lousa;sentia-se um vento úmido de chuva.Piedade
berrava, reclamando polícia;tinha levado um troca-queixos do marido, porque
insistia em tirá-lo da luta. As janelas do Miranda acumulavam-se de gente.
Ouviam-se apitos, soprados com desespero.
Aluísio Azevedo, O curtiço.

INTERPRETAÇÃO DO TEXTO:

1. Durante o texto o autor substitui várias vezes,o nome dos personagens por
apelidos.Quais são os apelidos dados para:

a) Firmo – ______________________________________
b) Jerônimo – ____________________________________
c) Piedade – _____________________________________
d) Rita – ________________________________________

55
2. O que o autor quis dizer com as expressões:

a) “Firmo precisou empregar grande esforço para não ir logo às do cabo”.

b) “–Deixa-me ver o que quer de mim este cabra!...” – rosnou ele.

3. Retire do texto uma oração que descreva a atitude de Rita baiana, ao assistir
a briga.

4. Através das descrições do “cenário”,você é capaz de imaginar


perfeitamente,o local onde tudo aconteceu. Descreva com suas palavras esse
lugar.

5. Como você pode imaginar que sejam fisicamente os personagens: Firmo e


Jerônimo?

6. Finalmente, qual o motivo da briga entre Firmo e Jerônimo.

Texto retirado do livro: Língua Portuguesa no Ensino Médio Hermínio Sargentim - Editora IBEP

ORTOGRAFIA

Ao datilografar um texto,a secretária teve que corrigir alguns erros manuscritos


do patrão. Assinale os erros que a secretária encontrou.

Normas para a contensão de despezas.

Todas as peças, com ecesão dos disjuntores deverão seguir com a


próxima remesa. O encarregado da espedição deverá discutir com a
transportadora a conceção de desconto para outros envios de cargas já que
temos dezenas de pedidos de esportação.
A partir desta data, todos os gerentes e chefes deverão adotar uma
postura mais agressiva na obtensão de redução de preços de produto se
serviços,devido à necessidade de reduzirmos os prejuísos do último semestre.

Atensiosamente,
B. M. Barrozo

56
Representação do fonema /s/
O fonema /s/ pode ser representado pelas seguintes letras:

Grafia do s/z
Grafam-se com s os adjetivo formados com o sufixo oso,que significa “cheio
de”:

Substantivo Adjetivo

gosto gostoso

graça gracioso

chuva chuvoso

poder poderoso

prazer prazeroso

valor valoroso

Grafam-se com s as palavras formadas com os sufixos ês ou esa, indicativos


de nacionalidade, estado social ou títulos de honra.

ÊS ESA

camponês camponesa

francês francesa

holandês holandesa

inglês inglesa

japonês japonesa

marquês marquesa

57
BIBLIOGRAFIA:

1- Aurélio Buarque de Holanda Ferreira – Novo dicionário da Língua


Portuguesa – Editora Nova Fronteira 2002.
2- Dirce Guedes de Azevedo – Palavra e Criação – Língua Portuguesa –
Editora FTD. 1996.
3- Luft e Maria Helena – A palavra é sua – Língua Portuguesa – Editora
Scipione. 1997.
4- Hermínio Sargentim – Leitura e produção de textos – Língua Portuguesa
– Editora IBEP. 1998.
5- Douglas Tufano – Curso Moderno de Língua Portuguesa – Editora
Moderna. 1991.
6- José de Nícola Infante – Palavras e Idéias Língua Portuguesa – Editora
Scipione.
7- Heloísa Harue Takazaki – Lingua Portuguesa – Ensino Médio – Editora
IBEP. 2004.
8- Marcelo Rosental – Gramática para Concursos – Editora Elsevier. 2007.
9- On - line: www.todamateria.com.br
10-Luiz Antonio Sacconi – Dicionário da Língua Portuguesa – Editora Nova
Geração

58

Você também pode gostar