Você está na página 1de 22

ORTOGRAFIA

Profª Heldelene P R Cavalcanti


1. Ortografia

Definição: orto- do grego orthós = “correto” + -


grafia do grego graphein = escrever; é o emprego
correto das letras.
2. Fenômenos do nível Semântico relacionados à
Ortografia
■ Palavras Sinônimas

Não tenho meios para comprar este material agora. (=recursos)

Palavras que se assemelham no sentido.

■ Palavras Antônimas

Traços cambiantes fixam uma qualidade precisa aos livros.


(oposto a permanente)

Palavras que se opõem semanticamente.


■ Palavras Homônimas
■Palavras Homófonas - são palavras que apresentam a mesma fonética, ou seja, são
pronunciadas de forma igual, mas que apresentam significados e escritas diferentes.
Sessão/seção/cessão
Você quer ir comigo ao cinema ver o filme da sessão das dez horas? (reunião,
apresentação)
Não sei qual a minha seção eleitoral. (divisão, repartição)
O paciente permitiu a cessão de seus órgãos internos para transplantes e estudo.
(cedência)

■Palavras Homógrafas - são palavras que apresentam a mesma grafia, ou seja, são
escritas de forma igual, mas que apresentam significados e pronúncias diferentes.
Acerto
O presidente discursou com muito acerto. (substantivo – correção)
Eu nunca acerto nas respostas deste jogo. (verbo acertar)
Palavras Parônimas:

A despensa repleta de alimentos dispensa restaurante.


→ heterógrafas e heterófonas

O professor cerrou a porta e não deixou os alunos entrarem.


O marceneiro serrou a porta no tamanho solicitado pelo cliente.
→ heterógrafas e homófonas

A descrição é um tipo de texto.


A discrição é qualidade imprescindível a um psicólogo.
→ heterógrafas e heterófonas

Palavras parecidas no som e na escrita.


Emprega-se o “s”
a) Amoroso, carinhosa, afetuoso;
→ -oso/- osa quando formadores de
adjetivos.

b) Burguês, burguesa; inglês, inglesa;


→ -ês/-esa quando formadores de adjetivos
pátrios ou não.

c) Analisar (análise), pesquisar (pesquisa);


→ -isar quando a palavra primitiva for
grafada com s.
Emprega-se o “c” e o “ç”

a)açaí, caçula, miçanga, paçoca;


→ em palavras de origem tupi / africana.

b)beiço, caiçara, foice, louça, traiçoeiro;


→ após ditongos
Emprega-se o “h”

a) No nome do estado Bahia (contudo, não há


h em baía, baiano, baianinha);

a) Em palavras compostas em que o segundo


elemento é iniciado por h, a palavra será
grafada com hífen. Exs: sobre-humano, anti-
higiênico, pré-histórico (Exceção:
subumano).
Emprega-se o “z”:

a) Em palavras derivadas em zal / zinho(a).


Exs: cafezal, avezinha

a) Em palavras derivadas de primitivas já grafadas com z.


Exs: Enraizar (raiz), esvaziar (vazio);

a) Em substantivos abstratos derivados de adjetivos.


Exs: Pobreza, acidez, riqueza, leveza

a) Com o sufixo –izar quando a palavra primitiva não for


grafada com s.
Exs: Canalizar (canal), cicatrizar (cicatriz), profetizar,
anarquizar (anarquia).
Emprega-se o “x”

a) Após ditongo. Exs: baixo, deixar, eixo, frouxo, queixada;

b) Após “en”. Exs: Enxada, enxergar, enxofre, enxerido,


enxurrada, enxovalhar (Exceções: encher / encharcar);

c) Após o “me”. Exs: Mexer, mexerica, mexicano


(Exceção: mecha)

d) Em palavras de origem tupi ou africana. Exs: Abacaxi,


caxambu, xará, maxixe.
Emprega-se o dígrafo “ch”

a) Por razões epistemológicas (= origem da


palavra). Exs: chuchu, salsicha, mochila,
pechincha, flecha, fachada, bucha.
Emprega-se o “g”

a) Com as terminações –agem/-igem/-ugem.


Exs: viagem, origem, vertigem, ferrugem;

b) Com as terminações –ágio/-égio/-ígio/-ógio/-úgio.


Exs: Contágio, sacrilégio, prodígio, relógio, refúgio;

c) Com palavras derivadas de primitivas já grafadas com g.


Exs: Massagista (massagem), vertiginoso (vertigem), faringite (faringe),
salvageria (selvagem).
Emprega-se o “j”:
a) Com palavras derivadas de primitivas já grafadas com j.
Exs: Laranjada (laranja), lojista (loja), cerejeira (cereja),
nojento (nojo);

b) Com verbos terminados em –jar. Exs: Viajar, arranjar,


despejar;

c) Com palavras de origem africana. Exs: Canjica,


jenipapo, jerimum, jiló, jiboia, pajé.
Emprego do “e” ou “i”:

a) Emprega-se “e” no final de verbos cuja desinência


infinitiva é (-uar/-oar).
Exs: (-uar) - continue, habitue, pontue; (-oar) - Abençoe,
magoe, perdoe;

a) Emprega-se o “i” no final de verbos cuja desinência é –


uir.
Exs: Diminui, influi, possui.
4. Reforma Ortográfica

O que muda???

■ YouTube - Reforma Ortográfica em 2009

■ Inclusão das letras “K”, “W” e “Y” no alfabeto que passa a


ter 26 letras;
■ Trema deixa de existir;
■ Mudanças na utilização do hífen;
■ Perda de acentos gráficos em algumas palavras.
5. Emprego do hífen – Reforma
Ortográfica
a) anti-higiênico, co-herdeiro, macro-história, mini-hotel, sobre-
humano, super-homem, ultra-humano (*subumano);

b) Aeroespacial, anteontem, antieducativo, autoaprendizagem,


autoestrada, coautor, coedição, extraescolar, infraestrutura;
→ vogais diferentes: união do prefixo ao radical
Vogal
+
Vogal c) Anti-inflamatório, contra-atacar, micro-ondas, semi-internato,
auto-observação; (Exceções: coobrigar, coordenar, cooperar,
cooptar, reescrever)
→ vogais iguais: separação por hífen entre prefixo e radical
d) Anteprojeto, antipedagógico, autopeça, autoprodução,
pseudoprofessor, semicírculo, semideus, seminovo, ultramoderno;
(Exceção: vice-rei, vice-presidente) → vogal + qualquer consoante =
união do prefixo ao radical.
Vogal
+
Consoante e) antirrábico, antirracismo, antirreligioso, antissocial, biorritmo,
contrarregra, cosseno, neorrealismo, semirreta, ultrassom (Exceção:
sub-região) → vogal + consoante r/s = união do prefixo ao radical
com duplucação do r/s.
Consoante
+
Consoante f) hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário →
ou consoantes iguais = separação entre prefixo e radical pelo hífen.
Consoante
+
hipermercado, intermunicipal, superinteressante,superproteção,
hiperativo, interescolar → consoantes diferentes ou consoante +
Vogal vogal = união do prefixo ao radical.
g) Há sempre hífen com os prefixos: além, ex, sem, recém,
pré, pós, vice. Exs: além-mar, ex-presidente, sem-terra,
recém-nascido, pré-história, pós-graduação, vice-
presidente.

h) Não há hífen com palavras que perderam noção de


composição. Exs: girassol, mandachuva, paraquedas,
paraquedista, pontapé (Exceções: para-choque, para-
brisa etc.)
Obs: essa regra é ainda muito questionada por não haver
limites claros de quais palavras já perderam a noção de
composição.
Maiúsculas
■ O nome dos meses se escreve com inicial
minúscula. O dos dias da semana também:
janeiro, fevereiro, março, abril, maio; segunda-
feira, terça-feira, quarta-feira, sábado e
domingo.
■ Quando se refere a data comemorativa, o mês
entra em outra equipe. Torna-se substantivo
próprio: 1º de Maio, 7 de Setembro.
Maiúsculas
Recomenda-se um uso prudente da maiúscula e apenas quando tal se
justifique. Em determinadas situações, pode ser conveniente ou simplesmente
desejável destacar palavras, pelo que nesses casos pode recorrer-se à
maiúscula, como, por exemplo, para destacar palavras de sentido espiritual ou
moral: a Arte, a Justiça.
A letra maiúscula inicial é usada:
■1. Em início de frase: «Admirável beleza do coração feminino, generosa
qualidade
que todos seus infinitos defeitos faz esquecer e perdoar!»
(Almeida Garrett, Viagens na Minha Terra)
■2. Em início de verso:
«Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.»
(Álvaro de Campos, Tabacaria)
Nota: Há escritores que optam pelo uso da minúscula no início de cada verso.
3. Em início de citação direta:
«– A gente, Craft, nunca sabe se o que lhe sucede é,
em definitivo, bom ou mau.»
(Eça de Queiroz, Os Maias)
4. Nos antropónimos (nomes próprios de pessoas):
Ana, Diogo, Guiomar, Henrique, João, Maria, Tomás

Nota1: Quando nomes próprios de pessoas entram na formação de palavras comuns, escrevem-se com minúscula:
joão-ninguém, zé-pereira
Nota2: As palavras de ligação entre os nomes (determinantes ou palavras invariáveis) escrevem-se com minúscula:

Nota3: Há nomes próprios de pessoas que se usam em sentido comum escrevendo-se, por isso, em minúscula: «Ele
é um hércules.»

Nota4: Também se escrevem com maiúscula inicial as designações adjetivas de naturalidade, nacionalidade ou
raça, quando se unem sem interposição de vírgula a nomes próprios: Vieira Lusitano.

5. Nos topónimos (nome de região, cidade, vila, povoação, lugar, rio, bairro, avenida, praça, largo, travessa, etc.),
reais ou fictícios:
África, Brasil, Lisboa, Portugal, Rio de Janeiro
6. Nos nomes de factos históricos:
Descobrimentos, Guerra Fria, Questão Coimbrã,
Renascimento, Segunda Guerra Mundial
Nota9: Em iniciativas que assumam caráter temporal: Lisboa, Cidade Limpa
7. Nos nomes de movimentos culturais ou artísticos:Classicismo, Futurismo,
Modernismo, Renascimento

8. Nos nomes de eventos culturais ou desportivos:Bienal de S. Paulo, Expo,


Olimpíadas

9. Nos nomes de conjuntos musicais:Madredeus, Xutos & Pontapés

10. Nos nomes de marcas:Ferrari, Mercedes, Boeing

Você também pode gostar