+ -grafia do grego graphein = escrever; é o emprego correto das letras. “Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro." Oswald de Andrade 2. Fenômenos do nível Semântico relacionados à Ortografia Palavras Sinônimas
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(=recursos)
Palavras que se assemelham no sentido.
Palavras Antônimas
Traços cambiantes fixam uma qualidade precisa aos livros.
(oposto a permanente)
Palavras que se opõem semanticamente.
Palavras Homônimas
Quem é são, não é Paulo, é verdão.
Palavras iguais no som (homófonas) e na escrita (homógrafas),
porém divergentes semanticamente.
Palavras Heterônimas
Fernando Pessoa: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo
Reis.
Nomes diferentes atribuídos a uma mesma pessoa.
Palavras Parônimas:
A despensa repleta de alimentos dispensa restaurante.
→ heterógrafas e heterófonas
O professor cerrou a porta e não deixou os alunos entrarem.
O marceneiro serrou a porta no tamanho solicitado pelo cliente. → heterógrafas e homófonas
A descrição é um tipo de texto.
A discrição é qualidade imprescindível a um psicólogo. → heterógrafas e heterófonas
Palavras parecidas no som e na escrita.
3. Empregos de algumas letras 3.1 Emprega-se o “s” a) Amoroso, carinhosa, afetuoso; → -oso/- osa quando formadores de adjetivos.
b) Burguês, burguesa; inglês, inglesa;
→ -ês/-esa quando formadores de adjetivos pátrios ou não.
c) Analisar (análise), pesquisar (pesquisa);
→ -isar quando a palavra primitiva for grafada com s.
3.2 Emprega-se o “c” e o “ç”
a) açaí, caçula, miçanga, paçoca;
→ em palavras de origem tupi / africana.
b) beiço, caiçara, foice, louça, traiçoeiro;
→ após ditongos 3.3 Emprega-se o “h”: a) No nome do estado Bahia (contudo, não há h em baía, baiano, baianinha); b) Em palavras compostas em que o segundo elemento é iniciado por h, a palavra será grafada com hífen. Exs: sobre-humano, anti-higiênico, pré- histórico (Exceção: subumano).
3.4 Emprega-se o “z”:
a) Em palavras derivadas em zal / zinho(a). Exs: cafezal, avezinha
b) Em palavras derivadas de primitivas já grafadas com z. Exs: Enraizar (raiz), esvaziar (vazio); c) Em substantivos abstratos derivados de adjetivos. Exs: Pobreza, acidez, riqueza, leveza d) Com o sufixo –izar quando a palavra primitiva não for grafada com s. Exs: Canalizar (canal), cicatrizar (cicatriz), profetizar, anarquizar (anarquia). 3.5 Emprega-se o “x”
a) Após ditongo. Exs: baixo, deixar, eixo, frouxo,
queixada; b) Após “en”. Exs: Enxada, enxergar, enxofre, enxerido, enxurrada, enxovalhar (Exceções: encher / encharcar); c) Após o “me”. Exs: Mexer, mexerica, mexicano (Exceção: mecha) d) Em palavras de origem tupi ou africana. Exs: Abacaxi, caxambu, xará, maxixe. 3.6 Emprega-se o dígrafo “ch”: a) Por razões epistemológicas (= origem da palavra). Exs: chuchu, salsicha, mochila, pechincha, flecha, fachada, bucha.
3.7 Emprega-se o “g”:
a) Com as terminações –agem/-igem/-ugem. Exs: viagem, origem, vertigem, ferrugem;
b) Com as terminações –ágio/-égio/-ígio/-ógio/-úgio. Exs:
Contágio, sacrilégio, prodígio, relógio, refúgio;
c) Com palavras derivadas de primitivas já grafadas com g. Exs:
Massagista (massagem), vertiginoso (vertigem), faringite (faringe), salvageria (selvagem). 3.8 Emprega-se o “j”: a) Com palavras derivadas de primitivas já grafadas com j. Exs: Laranjada (laranja), lojista (loja), cerejeira (cereja), nojento (nojo);
b) Com verbos terminados em –jar. Exs: Viajar,
arranjar, despejar;
c) Com palavras de origem africana. Exs: Canjica,
jenipapo, jerimum, jiló, jiboia, pajé. 3.9 Emprego do “e” ou “i”:
a) Emprega-se “e” no final de verbos cuja
desinência infinitiva é (-uar/-oar). Exs: (- uar) - continue, habitue, pontue; (-oar) - Abençoe, magoe, perdoe; b) Emprega-se o “i” no final de verbos cuja desinência é –uir. Exs: Diminui, influi, possui. 4. SOLETRANDO… Ver quadro de palavras p.13 a 17: “Casos de ortografia duvidosa”. 4. Reforma Ortográfica O que muda???
YouTube - Reforma Ortográfica em 2009
Inclusão das letras “K”, “W” e “Y” no alfabeto que
passa a ter 26 letras; Trema deixa de existir; Mudanças na utilização do hífen; Perda de acentos gráficos em algumas palavras. 5. Emprego do hífen – Reforma Ortográfica a) anti-higiênico, co-herdeiro, macro-história, mini- hotel, sobre-humano, super-homem, ultra-humano (*subumano);
b) Aeroespacial, anteontem, antieducativo,
autoaprendizagem, autoestrada, coautor, coedição, extraescolar, infraestrutura; Vogal → vogais diferentes: união do prefixo ao radical + Vogal c) Anti-inflamatório, contra-atacar, micro-ondas, semi- internato, auto-observação; (Exceções: coobrigar, coordenar, cooperar, cooptar, reescrever) → vogais iguais: separação por hífen entre prefixo e radical d) Anteprojeto, antipedagógico, autopeça, autoprodução, pseudoprofessor, semicírculo, semideus, seminovo, ultramoderno; (Exceção: vice-rei, vice-presidente) → vogal + Vogal qualquer consoante = união do prefixo ao radical. + Consoante e) antirrábico, antirracismo, antirreligioso, antissocial, biorritmo, contrarregra, cosseno, neorrealismo, semirreta, ultrassom (Exceção: sub-região) → vogal + consoante r/s = união do prefixo ao radical com duplucação do r/s. Consoante + f) hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário Consoante → consoantes iguais = separação entre prefixo e radical pelo hífen. ou hipermercado, intermunicipal, superinteressante,superproteção, Consoante hiperativo, interescolar → consoantes diferentes ou consoante + + vogal = união do prefixo ao radical. Vogal g) Há sempre hífen com os prefixos: além, ex, sem, recém, pré, pós, vice. Exs: além-mar, ex-presidente, sem-terra, recém-nascido, pré-história, pós- graduação, vice-presidente.
h) Não há hífen com palavras que perderam noção de
composição. Exs: girassol, mandachuva, paraquedas, paraquedista, pontapé (Exceções: para-choque, para-brisa etc.) Obs: essa regra é ainda muito questionada por não haver limites claros de quais palavras já perderam a noção de composição. 6. Ortoépia / Prosódia Mendigo ou mendingo? Mortadela ou mortandela? Supertição ou superstição?
→ Trata-se do estudo da pronúncia adequada de palavras de
acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa. 7. Transformações Ortográficas: Metaplasmos Metaplasmos: modificações fonéticas por evolução histórica / transferidas indevidamente. Tipos:
(a) Aférese: cê (você), menagem
(homenagem), namorar (inamorare) → perda do som inicial da palavra.
(b) Síncope: supertição (superstição), mau
(malu) → perda do som medial da palavra. c) Haplologia: rodador → rodor → redor → perda do som medial pelo fato de a palavra ter outro fonema igual ou semelhante (tipo de síncope).
d) Apócope: amare → amar, vamos → vamo
→ perda de som final da palavra.
e) Prótese: stare → estar
→ acréscimo de som no início da palavra.
f) Epítese: chic → chique, club → clube, beef → bife, film →