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COLOCAÇÃO PRONOMINAL

(Aula 10.4)

- PRONOMES PESSOAIS:
- RETOS: - OBLÍQUOS ÁTONOS:
EU ME
TU TE
ELE SE – O – A – LHE
NÓS NOS
VÓS VOS
ELES SE – OS – AS – LHES

Os PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS SEMPRE APARECEM LIGADOS A VERBOS:


- Quando o pronome oblíquo átono é colocado antes do verbo ocorre PRÓCLISE.
Ex.: Pedro se revoltou.
- Quando o pronome oblíquo átono é colocado depois do verbo ocorre ÊNCLISE.
Ex.: Pedro revoltou-se.
- Quando o pronome oblíquo átono é colocado no meio do verbo ocorre MESÓCLISE.
Ex.: Pedro revoltar-se-á.

- PROIBIÇÕES ABSOLUTAS: devem ser observadas em qualquer contexto.

1) Não se coloca pronome átono no início de frases e depois de pausas:


Ex.: Me mostraram a verdade.
Correto: Mostraram-me a verdade.
Ex.: Naquele dia, lhe contaram tudo.
Correto: Naquele dia, contaram-lhe tudo.
Obs.: Estrutura intercalada não configura pausa. Por isso, é permitido usar o pronome oblíquo
átono depois de uma vírgula.
Ex.: O homem, naquele dia, me contou a verdade.
Não é possível próclise depois de “;”
Ex.: Acolhe-te quando vens; te deixa ir quando partes.

2) Futuro não admite ênclise: seja futuro do presente ou do pretérito.


Ex.: O crime caracterizaria-se caso houvesse dolo.
“RIA”: futuro do pretérito.
Correto: O crime se caracterizaria caso houvesse dolo. (Próclise)
Obs.: O FUTURO É O ÚNICO QUE ADMITE MESÓCLISE.
Ex.: O crime caracterizar-se-ia caso houvesse dolo. (Mesóclise)

3) Particípio regular ou irregular não admite ênclise:


- Particípio regular: terminado em ADO/IDO.
- Particípio irregular: os demais. Ex.: Feito.
Ex.: Ela havia contado-me tudo.
Correto: Ela havia me contado tudo.

- PRÓCLISE OBRIGATÓRIA: é necessário que haja palavras ou expressões atrativas. São elas:

1) Negativas: não, nunca, jamais...


Ex.: Os ministros não manifestaram-se.
Ex.: Os ministros não se manifestaram.
Obs.: quando não há palavra atrativa, não há obrigação de próclise. Assim, depois de
substantivo, por exemplo, a próclise é facultativa.
Ex.: Os ministros manifestaram-se.
Ex.: Os ministros se manifestaram.

2) Advérbios: aqui, lá, hoje, amanhã, agora, carinhosamente...


Aqui fazem-se chaves.
Aqui se fazem chaves.
Obs.: sintaticamente falando, o “aqui” é um adjunto adverbial de lugar e, na frase acima, ele
está antes do verbo, ou seja, deslocado (já que a regra é o adjunto adverbial vir ao final da
frase). Neste caso, sabe-se que o seu isolamento é facultativo, pois é um advérbio de pequena
extensão. Logo, eu posso optar por colocar uma vírgula depois dele. Caso isso seja feito, o
pronome oblíquo não poderá mais ficar no mesmo lugar, já que se cairá na primeira regra
proibitiva que impede o uso de pronome oblíquo átono após uma pausa. Vejamos:
Ex.: Aqui, se fazem chaves.
Ex.: Aqui, fazem-se chaves.
Assim, SE HÁ UM CONFLITO DE REGRAS, VALE SEMPRE A PROIBIÇÃO ABSOLUTA.

3) Pronomes relativos: que, quem, onde, cujo...


Ex.: Os policiais estão à procura do rapaz que evadiu-se do local.
Ex.: Os policiais estão à procura do rapaz que se evadiu do local.
Ex.: Para que esse conceito se efetive (CEBRASPE, Q1972065).

4) Pronomes indefinidos: alguém, ninguém, tudo, nada, qualquer...


Ex.: Nada perde-se, tudo transforma-se.
Ex.: Nada se perde, tudo se transforma.

5) Conjunções subordinativas: são aquelas que iniciam as orações subordinadas (C6FTP + CSI).
Ex.: Quando arrependeu-se foi à delegacia.
Ex.: Quando se arrependeu foi à delegacia.
Quando: conjunção Temporal do C6FTP.

6) “Em” + gerúndio:
Ex.: Em tratando-se de Direito do Trabalho...
Ex.: Em se tratando de Direito do Trabalho...
Obs.: não utilize “a nível de” nesse sentido, pois esta última expressão se refere a nível físico.
Ex.: Nível do mar.

7) Orações interrogativas / exclamativas / optativas:


Interrogativa:
Ex.: Quem ligou-me hoje?
Ex.: Quem me ligou hoje?
Exclamativa:
Ex.: Aquele homem estranho ligou-me!
Ex.: Aquele homem estranho me ligou!
Optativa: expressa um desejo, uma vontade do falante.
Ex.: Que Deus proteja-te.
Ex.: Que Deus te proteja.
Ex.: Macacos me mordam.
Ex.: Que os raios te partam.

Obs.: para o instituto AOCP e para Camões, pronome demonstrativo é fator de atração de próclise, mas
os gramáticos contemporâneos não utilizam tal entendimento.

- COLOCAÇÃO PRONOMINAL EM LOCUÇÕES VERBAIS:


Locução verbal: dois ou mais verbos em uma mesma estrutura.
O primeiro verbo da locução é o verbo auxiliar e o segundo é o verbo principal.
Próclise ou ênclise no verbo auxiliar: correto.
Próclise ou ênclise no verbo principal: correto.
Ou seja, pela regra geral, 4 colocações pronominais são possíveis numa locução verbal.
Ex.: Eu lhe estou enviando o material. (Próclise no verbo auxiliar)
Ex.: Eu estou-lhe enviando o material. (Ênclise no verbo auxiliar)
Ex.: Eu estou lhe enviando o material. (Próclise no verbo principal)
Ex.: Eu estou enviando-lhe o material. (Ênclise no verbo principal)

1ª Exceção: locução de particípio não admite ênclise no verbo principal. Volta para a terceira proibição
absoluta.
Ex.: Eu lhe tinha enviado o material.
Ex.: Eu tinha-lhe enviado o material.
Ex.: Eu tinha lhe enviado o material.
Ex.: Eu tinha enviado-lhe o material.

2ª Exceção: locução verbal com palavra atrativa não pode haver ênclise no verbo auxiliar.
Ex.: Eu não lhe estou enviando o material.
Ex.: Eu não estou-lhe enviando o material.
Ex.: Eu não estou lhe enviando o material.
Ex.: Eu não estou enviando-lhe o material.

3ª Exceção: infinitivo sempre admite ênclise, mesmo se houver palavra atrativa.


Ex.: Não se arrepender é pecado.
Ex.: Não arrepender-se é pecado.

- ELEMENTOS ANAFÓRICOS E CATAFÓRICOS:

1) Essa/esse: anafórico (já dito). Ex.: Perfeição significa ausência de falhas ou defeitos em relação
a um padrão ideal, no entanto isso não existe, pois ninguém nem lugar nenhum são infalíveis.
2) Este/esta: catafórico (vai dizer). Vai catar ali na frente. Apresenta referente posposto, faz
referência ao que será mencionado no texto (ENDOFÓRICO). Ex.: "(...) que é esta a proposta
da busca de um mundo melhor: a defesa de uma sociedade aberta, crítica e libertária."

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