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CURSO

PREPARATÓRIO

BANRISUL
CARGO:
Escriturário
SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA

Morfologia ................................................................................................................... 003

Sintaxe - Período Simples ............................................................................................ 014

Sintaxe - Período Composto ......................................................................................... 015

Resumo - Pontos importantes para a prova .................................................................. 016

PROFESSORA: Aline Rizzi 2 DISCIPLINA: Língua Portuguesa


LÍNGUA PORTUGUESA
MORFOLOGIA (TEORIA)

“Deus me conceda falar com propriedade e pensar de forma correspondente aos dons
que me foram dados, porque ele é o guia da sabedoria e o orientador dos sábios. Em seu
poder estamos nós, as nossas palavras, a nossa inteligência e as nossas habilidades.”
(Sabedoria 7,15- 17)

“Mesmo que alguém fosse o mais perfeito dos homens, se lhe faltasse sabedoria que
provém de ti, ele de nada valeria.” (Sabedoria 9,6)

RESUMO DE AULA:

1. Morfologia: 10 classes
2. Sintaxe → função da palavra
3. Semântica → sentido/significado
4. Fonologia/fonética

✍ IMPORTANTE à Estrutura padrão da frase: Sujeito + Verbo

+ Complemento verbal. As bancas examinadoras costumam inverter a ordem e trabalhar


com estruturas extensas, com o objetivo de distanciar os termos importantes. A inversão
de estruturas maiores, com a intercalação de termos, dificulta a análise, por isso, o
aconselhável é sempre colocar a estrutura na ordem direta. A função que os termos
exercem na ordem direta é a mesma que os termos exercem na ordem inversa.

Morfologia É a identificação das classes gramaticais.

São 10: substantivo, artigo, adjetivo, pronome, numeral, verbo, advérbio, interjeição, preposição
e conjunção. É como se fosse a identidade da palavra.

Sintaxe: É a função da palavra na estrutura. Dependendo da posição que a palavra se encontra


na frase ela terá determinada função.

Ex. Uma crise bancária pode ser comparada a um vendaval.


Morfologia (identidade): substantivo Sintaxe (função): sujeito

Ex. Um vendaval pode ser comparado a uma crise bancária.


Morfologia: substantivo
Sintaxe: objeto

OBS: O MAIS INTELIGENTE NÃO É MEMORIZAR AS CLASSES GRAMATICAIS.


DESCUBRA QUAL É A RELAÇÃO QUE HÁ ENTRE ELAS, DESSA FORMA VOCÊ
CHEGARÁ A CONCLUSÕES, MESMO QUE A SUA MENTE NÃO LHE DÊ, DE IMEDIATO, O
NOME DAQUELA CLASSE.

PROFESSORA: Aline Rizzi 3 DISCIPLINA: Língua Portuguesa


A relação lógica é essa:

Artigo Adjetivo Pronome Numeral

AS CLASSES LIGADAS AO NOME SÃO VARIÁVEIS

VERBO

ADVÉRBIO

ADJETIVO ADVÉRBIO

Artigo, adjetivo, pronome e numeral ➔ Quando acompanham ➔ terão valor de adjetivo.

Adjetivo, pronome e numeral ➔ Quando substituem o substantivo ➔ valor substantivo.

PREPOSIÇÕES

1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente como preposições.

A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás

2. Preposições acidentais: palavras de outras classes gramaticais que podem atuar como
preposições.

Conforme, consoante, como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto,
menos, não obstante etc.

3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo como uma preposição, sendo que a
última palavra é uma preposição simples (normalmente “de”)

Abaixo de, através de, a fim de, além de, antes de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito
de, de acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças a, junto a, para
com, para cima de , por baixo de, por cima de, perto de, por causa de, por cima de, por trás de

PROFESSORA: Aline Rizzi 4 DISCIPLINA: Língua Portuguesa


VALOR DAS VÁRIAS RELAŲÕES ESTABELECIDAS PELAS PREPOSIŲÕES
(LUIZ ANTONIO SACCONI)

Além de a preposição “a” introduzir o objeto indireto, o complemento nominal e o adjunto


adverbial, pode indicar estas relações:

1. causa ou motivo: morrer à fome; acordar aos gritos das crianças; voltar a pedido dos amigos.
2. conformidade: puxar ao pai; escrever ao modo clássico; sair à mãe; bife à milanesa; jogar à
Telê Santana.
3. destino (em correlação com a preposição de): de Santos a Guarujá; daqui a Salvador.

Com

A preposição “com” introduz objeto indireto, complemento nominal, adjunto adverbial e indica
estas relações:

1. causa: assustar-se com o trovão; ficar pobre com a inflação.


2. companhia: ir ao cinema com alguém; regressar com amigos.
3. concessão: com mais de 80 anos, ainda tem planos para o futuro; com ser imperfeito, o
homem constrói máquinas perfeitas.
4. instrumento: abrir a porta com a chave, matar alguém com as mãos.
5. matéria: vinho se faz com uva.
6. modo: andar com cuidado; tratar com carinho
7. oposição: jogar com (= contra) os ingleses
8. referência: com sua irmã aconteceu diferente; comigo sempre e assim
9. simultaneidade (que pode ser vista como de tempo): o povo canta, com os soldados, o Hino
Nacional; com o tempo os frutos amadurecem; hoje, em todas as atividades a mulher concorre
com o homem.

Contra

A preposição “contra” introduz objeto indireto ou adjunto adverbial e indica estas relações:

1. oposição: jogar contra os ingleses; lançar uma pedra contra alguém; remar contra a maré;
depor contra alguém; ser contra o governo.
2. direção: olhar contra o sol.
3. proximidade ou contigüidade: apertar alguém contra o peito; cingir contra o coração a
bandeira.

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De

A preposição “de” introduz objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva, adjunto
adnominal, adjunto adverbial e indica estas relações:

1. assunto: falar de futebol.


2. causa: morrer de fome; tremer de medo; chorar de saudade.
3. conteúdo: xícara de café; maço de cigarros.
4. definição: homem de bom-senso; pessoa de coragem.
5. dimensão: prédio de dois andares; sala de vinte metros quadrados.
6. fim: dar-lhe algo de beber; automóvel de passeio.
7. instrumento ou meio: apanhar de chicote; briga de faca, brincar de mão, viajar de avião, viver
de ilusões.
8. lugar (que compreende a relação de origem): vir de Madri; descender de alemães; ver de
perto.
9. matéria: corrente de ouro; chapéu de palha; material feito de plástico.
10. medida ou extensão: régua de 30cm, rua de 20km.
11. modo: olhar alguém de frente, ficar de pé.
12. posse: casa de Luís, olhar de Maísa.
13. preço: caderno de um real.
14. qualidade: vender artigo de primeira.
15. semelhança ou comparação: olhos de gata, atitudes de imbecil.
16. tempo: dormir de dia, estudar de tarde, perambular de noite; de pequenino é que se torce o
pepino.

Desde

A preposição “desde” introduz adjunto adverbial e indica estas relações:

1. lugar: dormir desde lá até cá.


2. tempo: desde ontem estou assim.

Não use desde de: desde de 1945 isso não acontece por aqui.

Em

A preposição “em” introduz objeto indireto e adjunto adverbial e indica estas relações:

1. estado ou qualidade: ferro em brasa; televisor em cores; foto em branco e preto; votos em
branco.
2. fim: vir em socorro; pedir em casamento.
3. forma ou semelhança: juntar as mãos em conchas.
4. limitação: em Matemática nunca foi bom aluno.
5. lugar ficar em casa: o jantar está na mesa.
6. meio: pagar em cheque; indenizar em ações.
7. modo: ir em turma, em bando, em pessoa; escrever em francês.
8. preço: avaliar a casa em milhares de reais.
9. sucessão: de grão em grão; de porta em porta.
10. tempo: fazer a viagem em quatro horas; o fogo destruiu o edifício em minutos, no ano 2000.
11. transformação ou alteração: mudar a água em vinho, transformar reais em dólares.

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Entre

A preposição “entre” introduz adjunto adverbial e indica estas relações:

1. lugar: os Pireneus estão entre a França e a Espanha; ficar entre os aprovados.


2. meio social: entre os índios se age dessa forma.
3. reciprocidade: entre mim e ela sempre houve harmonia; entre nós há paz.

Para

A preposição “para” introduz complemento nominal e adjunto adverbial e pode indicar estas
relações:

1. consequência: estar muito alegre para preocupar-se com mesquinharias; ser bastante
inteligente para não cair em esparrela.
2. fim: nascer para o trabalho; vir para ficar; chegar para a conferência.
3. lugar: ir para Madri; apontar o dedo para o céu. Observação: dá ideia de estada permanente
ou definitiva, ao contrário da preposição a, que exprime breve regresso; de fato, vamos para o
céu, para o inferno, etc., e não ao céu, ao inferno, porque de tais lugares não há regresso.
4. proporção: as baleias estão para os peixes assim como nós estamos para as galinhas.
5. referência: para mim, ela está mentindo.
6. tempo: ter água para dois dias apenas; para o ano irei a Salvador; lá para o final de dezembro
viajaremos.

Perante

A preposição “perante” introduz adjunto adverbial e indica a relação de lugar (posição em frente);
perante o juiz, negou o crime.

Não use perante a: perante a Deus, perante ao juiz, etc.

Por

A preposição “por” introduz objeto indireto, complemento nominal, agente da passiva e adjunto
adverbial e pode indicar estas relações:

1. causa: encontrar alguém por uma coincidência; foi preso por vadiagem, por isso é que a
chamei.
2. conformidade: tocar pela partitura; copiar pelo original.
3. favor: morrer pela pátria; lutar pela liberdade; falar pelo réu.
4. lugar: ir por Bauru, morar por aqui.
5. medida: vender bolacha por quilo.
6. meio: ler pelo rascunho; ir por terra; levar pela mão; contar pelos dedos; enviar pelo Correio;
mandar um recado por alguém.
7. modo: proceder à chamada de alunos por ordem alfabética; saber por alto o que aconteceu.
8. preço: comprar o livro por dois reais; vender a mercadoria pelo custo.
9. quantidade: chorar por três vezes; perder por O a 2.
10. substituição: deixar o certo pelo duvidoso; comprar gato por lebre; jurar por Deus; valer por
cinco homens.
11. tempo: estarei lá pelo Natal; viver por muitos anos; brincar só pela manhã.

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Sem

A preposição “sem” introduz adjunto adnominal e adjunto adverbial e indica a relação de ausência
ou desacompanhamento (que pode ser vista como de modo): estar sem dinheiro; palavras sem
sentido; sem o empréstimo, não construiremos a casa; não se vive sem oxigênio.

Sob

A preposição sob introduz adjunto adverbial e indica estas relações:

1. lugar (posição inferior): ficar sob o viaduto.


2. modo: sair sob pretexto não convincente.
3. tempo: houve muito progresso no Brasil sob D. Pedro II.

Sobre

A preposição “sobre” introduz adjunto adverbial e indica estas relações:

1. assunto: conversar sobre política; falar sobre futebol.


2. direção: ir sobre o adversário.
3. excesso: sobre ser ignorante, era presunçoso.
4. lugar (posição superior): o avião caiu sobre uma lavoura de arroz; flutuar sobre as ondas.

Trás

No português contemporâneo não se usa senão nas locuções adverbiais “para trás” e “por trás”
(ficar para trás, chegar por trás) e na locução prepositiva por trás de (ficar por trás do muro).

OBSERVAÇÕES GERAIS:

1. Na língua popular, é comum o emprego da preposição “para” em substituição à preposição


“a”. Ex.:

Ela disse isso para mim ainda ontem. (Na língua culta, prefere-se: Ela me disse isso ainda ontem.
Ou: Ela disse isso a mim ainda ontem.) Dei o dinheiro para ele e saí. (Na língua culta, prefere-
se: Dei- lhe o dinheiro e saí. Ou: Dei o dinheiro a ele e saí.)

De fato, quem diz, diz alguma coisa a alguém; quem dá, dá alguma coisa a alguém. O emprego
dessa preposição confere mais elegância à construção.

2. É a preposição “a”, e não “de”, que indica a repetição de um fato, em determinado dia da
semana. Ex. Aos domingos vou à missa. (E não: De domingo)

Não há expediente às segundas-feiras. (E não: de segunda- feira)

3. Em construções do tipo “Nada tenho a declarar”, “Você tem muitas explicações a dar”,
convém substituir a preposição “a” pelo pronome “que”: “Nada tenho que declarar”, “Você tem
muitas explicações que dar”.

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4. Muitas vezes, numa locução, a preposição “a” pode ser trocada por outra, sem que isso
acarrete prejuízo de construção ou de significado. Eis alguns exemplos: à/com exceção de, a/
em meu ver, a/com muito custo, em frente a/de, rente a/com, à/ na falta de, a/em favor de, em
torno a/de, junto a/com/de.

5. Usa-se indiferentemente à/na página. Ex.: A notícia está à/na página 28 do jornal.
Usa-se ainda a páginas, mas não as páginas ou às páginas. Ex.: A notícia está a páginas 28 do
jornal.

6. A preposição “de” é facultativa nas denominações de logradouros públicos, casas comerciais,


etc. Ex.: Rua Consolação/da Consolação, Casa Três irmãos/dos Três irmãos, Rua de Tiradentes
/Tiradentes, Magazine da Luísa/Luísa.

Nesse caso, vem geralmente contraída com o artigo. A tendência é, no português


contemporâneo, a omissão da preposição ou da contração.

7. Com o verbo ter, usa-se “de” ou “que”, havendo ideia de obrigatoriedade ou necessidade,
mas há os que preferem usar apenas a primeira. Ex.: Tenho de/que viajar amanhã sem falta.
Temos de/que terminar isto ainda hoje.

8. A preposição “de” forma inúmeras locuções adverbiais: de afogadilho, de mão beijada, de


cabo a rabo, de joelhos, de pé, de férias, de bruços, etc. Usa-se indiferentemente: de/em pé,
de/em férias.

9. Não há propriedade no uso da preposição “em” entre os verbos ser, estar ou ir e numeral.
Exemplos:

Em casa somos dez. (E não: somos em dez.) Estávamos cinco no automóvel. (E não: em cinco.)
Fomos quatro ao baile. (E não: em quatro.)

10. O uso da preposição “em” com verbos ou expressões de movimento caracteriza


brasileirismo: chegar em casa, ir no supermercado, voltar na escola, levar as crianças na praia,
dar um pulo na farmácia, etc.

11. Das preposições “por” e “per”, só a primeira se conservou inteiramente no português


contemporâneo. A preposição por só aparece atualmente nas locuções “de per si” e “de permeio”,
além de ser combinada com o artigo definido ou com o pronome demonstrativo “o”: pelo, pela,
pelos, pelas. Aparece, ainda, nas palavras percentagem e percentual, formas variantes de
porcentagem e porcentual.

* in Nossa Gramática – Teoria e Prática, Editora Atual, 1994

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CONJUNŲÕES

As conjunções são divididas em coordenadas e subordinadas. Uma conjunção coordenada, no


texto, só poderá ser substituída por outra coordenada de idêntico valor semântico, assim como
uma conjunção subordinada só poderá ser substituída por outra subordinada de idêntico valor
semântico. Por exemplo, os examinadores pedem com frequência para que façamos a troca do
conectivo ‘mas’ por ‘embora’ ou ‘conquanto’. Os conectivos sugeridos pelo examinador, embora
sejam semanticamente equivalentes (pois apresentam uma ideia de adversidade), são
sintaticamente diferentes (pois o conectivo ‘mas’ é coordenado e o conectivo ‘embora’ e
‘conquanto’ são subordinados). Dessa forma, um não pode ser trocado pelo outro. Lembre-se:
só se pode trocar conectivo coordenado por coordenado e subordinado por subordinado, desde
que tenham o mesmo sentido.

COORDENADAS:

1. Aditivas: Indicam uma relação de adição à frase:

e, nem(= e não), mas também, como também, além de (disso, disto, aquilo), tanto quanto,
bem como etc.

Ex.: Comi e fiquei satisfeito.


Todos aqui estão contentes e despreocupados.

2. Adversativas: Indicam uma relação de oposição bem como de contraste ou compensação


entre as unidades ligadas.

São elas: mas, porém, todavia, entretanto, no entanto, senão, não obstante, contudo, etc.

Antes dos nexos adversativos a vírgula é obrigatória.

Ex: O carro bateu, mas ninguém se feriu.

3. Alternativas ou disjuntivas: Como o seu nome indica, expressam uma relação de


alternância, seja por incompatibilidade dos termos ligados ou por equivalência dos mesmos.

São elas: ou... ou, ou, ora... ora, já... já, quer... quer, etc.
Ex.: Ou ela, ou eu.

4. Explicativas: Expressam a relação de explicação, razão ou motivo.

São elas: que, porque, porquanto, pois, por isso (anteposta ao verbo), já que, visto que,
dado que, na medida em que, haja vista...

Ex: Feche a porta, porque/que está chovendo.

5. Conclusivas: Indicam relação de conclusão.

São elas: pois (posposta ao verbo), logo, portanto, então, por isso, por conseguinte, por
isto, assim, enfim, por fim, por conseguinte.

Ex.: Ela bebeu bem mais do que poderia; logo, ficou embriagada.

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SUBORDINADAS:

1. Integrantes - que, se.

Introduzem uma oração (chamada de substantiva) que pode funcionar como sujeito, objeto
direto, predicativo, aposto, agente da passiva, objeto indireto, complemento nominal (nos três
últimos casos pode haver uma preposição anteposta a conjunção) de outra oração. As
conjunções subordinativas integrantes são que e se.

Quando o verbo exprime uma certeza, usa-se que; quando não, usa-se “se”.

Ex. Afirmo que sou inteligente. Não sei se existe ou se dói. Espero que você não demore.

Uma forma de identificar o se e o que como conjunções integrantes é substituí-los por


“isso”, “isto” ou “aquilo”.
Exemplos: Afirmo que sou inteligente (afirmo isto.) Não sei se existe ou se dói (não sei
isto.)Espero que você não demore (espero isto.)

As adverbiais podem ser classificadas de acordo com o valor semântico que possuem.

1. Causal

porque, pois, porquanto, como (=porque), pois que, por isso que, já que, uma vez que,
visto que, visto como, que, na medida em que.

Inicia uma oração subordinada denotadora de causa. Estabelece, na frase, uma relação de causa
e consequência entre dois ou mais fatos mencionados.

Exemplos:
Dona Luísa foi para lá pois estava doente.
Não fomos à festa porque tínhamos de estudar.
Como o calor estava forte, pusemo-nosa andar pelo passeio público. Como o frio era grande,
aproximou-se da lareira.

2. Comparativa

que, (mais/menos/maior/menor/melhor/pior) do que, (tal) qual, (tanto) quanto, como, assim


como, bem como, como se, que nem (dependendo da frase, pode expressar semelhança
ou grau de superioridade), etc.

Iniciam uma oração que contém o segundo membro de uma comparação.

Exemplos:
Era mais alta do que baixa.
Nesse instante, Pedro se levantou como se tivesse levado uma chicotada.
O menino está tão confuso quanto o irmão.
O bigode do seu Leocádio era amarelo, espesso e arrepiado que nem vassoura usada.

PROFESSORA: Aline Rizzi 11 DISCIPLINA: Língua Portuguesa


3. Concessiva

embora, muito embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem
que, apesar de que, nem que, que,e, a despeito de, não obstante, por menos que, por mais
que

Inicia uma oração subordinada em que se admite um fato contrário à ação proposta pela oração
principal, mas incapaz de impedi-la.

Pouco demorei, conquanto muitos fossem os agrados.

É todo graça, embora as pernas não ajudem..

4. Condicional

se, caso, contanto que, salvo se, sem que (=se não), dado que, desde que, a menos que,
a não ser que, etc.

Iniciam uma oração subordinada em que se indica uma hipótese ou uma condição necessária
para que seja realizado ou não o fato principal.

Seria mais poeta,a menos que fosse político.


Caso estivesse por perto, nada disso teria acontecido.

5. Conformativa

conforme, como, segundo, consoante etc.

Inicia uma oração subordinada em que se exprime a conformidade de um pensamento com o da


oração principal.

Cristo nasceu para todos, cada qual como o merece.


Tal foi a conclusão de Aires, segundo se lê no Memorial. (Machado de Assis)

6. Consecutiva

que (combinada com uma das palavras tal, tanto, tão ou tamanho, presentes ou latentes
na oração anterior), de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que

Iniciam uma oração na qual se indica a consequência.

Soube que tivera uma emoção tão grande que Deus quase a levou. Falou tanto na reunião que
ficou rouco. Tamanho o labor que sentiu sede. Era tal a vitória que transbordou lágrimas de
emoção. As palavras são todas de tal modo ou tamanho

PROFESSORA: Aline Rizzi 12 DISCIPLINA: Língua Portuguesa


7. Final

para que, a fim de que, porque [para que], que

Iniciam uma oração subordinada que indica a finalidade, o objetivo da oração principal.

Aqui vai o livro para que o leia. Fiz-lhe sinal que se calasse. Chegue mais cedo a fim de que
possamos conversar.

8. Proporcional

à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais … (mais), quanto
mais (tanto mais), quanto mais … (menos), quanto mais … (tanto menos), quanto menos
… (menos), quanto menos … (tanto menos), quanto menos … (mais), quanto menos …
(tanto mais)

Iniciam uma oração subordinada em que se menciona um fato realizado ou para realizar-se
simultaneamente com o da oração principal.

Ao passo que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares. Tudo isso vou escrevendo
enquanto entramos no Ano Novo. O preço do leite aumenta à proporção que esse alimento falta
no mercado.

9. Temporal

quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que,
enquanto, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que [= desde que], etc.

Iniciam uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempo.

Custas a vir e, quando vens, não demora. Ela sorriu, quando me viu. Implicou comigo assim que
me viu.

PROFESSORA: Aline Rizzi 13 DISCIPLINA: Língua Portuguesa


SINTAXE (PERÍODO SIMPLES

PROFESSORA: Aline Rizzi 14 DISCIPLINA: Língua Portuguesa


PERÍODO COMPOSTO

Com relação ao período composto, você deve se preocupar mais com a oração
subordinada adjetiva, especialmente por causa da regência e da concordância com o pronome
relativo. A lista dos pronomes relativos foi apresentada no esquema acima. Tome cuidado com
a classificação da palavra ‘que’, pois, dentre as principais classificações, pode ser pronome
relativo ou conjunção integrante.
Uma dica importante para classificá-lo é ver o antecedente da palavra ‘que’. Se antes do
‘que’ existir um nome, haverá uma grande chance de ser pronome relativo, substitua, então, o
‘que’ por ‘o qual ou a qual’. Assim, haverá uma oração subordinada adjetiva, que, se for
pontuada, será explicativa, e, se não for pontuada, será restritiva.

Se antes do ‘que’ existir um verbo, substitua a próxima oração por ‘isso’, por exemplo,
“Espero que passem no concurso.”- “Espero isso”, então, o ‘que’ será conjunção integrante e
haverá uma oração subordinada substantiva.

Quando existir pronome relativo, você tem de descobrir a função deste pronome, para
investigar se deve ou não aparecer preposição antes do pronome relativo. O erro pode ser a
falta de preposição, excesso de preposição ou o uso da preposição errada. Por exemplo: ‘O
filme [que assisti] ainda está em cartaz.’, deve ser “O filme [A que assisti] ainda está em cartaz.”,
pois quem assiste assiste a algo, nesse contexto, o verbo exige a preposição A.

PROFESSORA: Aline Rizzi 15 DISCIPLINA: Língua Portuguesa


Como esse aspecto é recorrente, sempre que aparecer a palavra ‘que’, classifique-a
morfologicamente e, se for pronome, tome um cuidado maior, observando o termo regente da
oração subordinada adjetiva. Se o termo regente pedir preposição, em regra, a preposição será
obrigatória antes do pronome relativo.
O pronome relativo CUJO apresenta sempre uma ideia de posse, por isso, sempre será
um adjunto adnominal. Observações: ‘CUJO’, por ser pronome relativo, sempre retomará termo
mencionado anteriormente, mas concordará com o substantivo que aparece depois. Não pode
haver artigo nem antes e nem depois desse pronome, mas, se o termo regente pedir preposição, a
presença dessa preposição será obrigatória.
Por exemplo: O relator da comissão, de cuja opinião depende o andamento do
processo, ainda não se manifestou.
Nesse caso, ‘cujo’ retoma ‘relator’, mas concorda com ‘opinião’. E o verbo ‘depender’
rege a preposição ‘de’, por isso, deve ser ‘de cujo’. Jamais poderia ‘cujo o’ ou ‘o cujo’.

O pronome relativo ONDE só pode ser usado para indicar uma ideia de lugar físico e
fixo. Sempre que aparecer esse pronome tome cuidado, pois ele sempre é usado de forma
equivocada. Por exemplo: No século XIX, onde se acreditava em ... (errado). Poderia ser: quando
se discutia; em que se discutia ou no qual se discutia.

✍OBS- Sempre é possível substituir o ONDE por EM QUE, NO QUAL, NA QUAL, mas nem
sempre dá para fazer o contrário. O ‘EM QUE, NO QUAL ou NA QUAL’ já têm de dar ideia de
lugar no texto original.

RESUMO - PONTOS IMPORTANTES PARA A PROVA

SUJEITO/CONCORDÂNCIA

• A ordem básica da estrutura é SUJEITO + VERBO + CV


• O verbo concorda em número e pessoa com o sujeito, venha ele claro ou subentendido.
• Quando o sujeito for percentual, partitivo ou coletivo o verbo poderá concordar com o núcleo
ou com o termo preposicionado que o acompanha (sem alteração semântica). “A maioria dos
brasileiros tem/têm medo da violência nas grandes cidades.”
• Na ordem direta da frase, o sujeito vem antes do verbo, é o chamado sujeito anteposto.
• Na ordem inversa, ele aparece depois do verbo, quando será chamado de sujeito posposto.
• O substantivo ou qualquer palavra substantivada funciona como núcleo do sujeito; e o núcleo
do sujeito não pode ser preposicionado.
• Em regra, quando o sujeito é composto anteposto, o verbo concorda com os núcleos do
sujeito composto, ficando, assim, no plural.
• Sujeito composto posposto: o verbo ou concorda com o primeiro núcleo do sujeito ou
concorda com todos os núcleos do sujeito composto.
• Se o sujeito for composto anteposto, com núcleos ligados pelo conectivo ‘ou’, a forma do
verbo definirá o sentido: verbo no plural – o conectivo assumirá valor
aditivo; verbo no singular- o conectivo assumirá valor alternativo.
• Quando os sujeitos são sinônimos ou quase sinônimos o verbo pode concordar com o sujeito
mais próximo. “A conciliação, a harmonia entre uns e outros é possível.”

PROFESSORA: Aline Rizzi 16 DISCIPLINA: Língua Portuguesa


• Quando há uma enumeração gradativa o verbo também pode concordar com o sujeito mais
próximo. “A mesma coisa, o mesmo ato, a mesma palavra provocava ora risadas, ora castigos.”
• Quando os sujeitos são dois ou mais infinitivos, o verbo fica no singular. “Olhar e ouvir era
para mim um recurso de defesa.”

Classificações do sujeito:

• SIMPLES - UM NÚCLEO
• COMPOSTO - MAIS DE UM NÚCLEO
• INDETERMINADO – 3º PESSOA DO PLURAL OU 3º PESSOA DO SINGULAR + SE (IIS)
• INEXISTENTE OU ORAÇÃO SEM SUJ. - VERBOS IMPESSOAIS (haver no sentido de existir,
acontecer ou ocorrer; haver e fazer indicando tempo decorrido; ser, estar, ficar, fazer, continuar
indicando tempo ou clima...)
• ELÍPTICO/DESINENCIAL

CLASSIFICAÇÕES DA PALAVRA “SE”

1. Partícula Apassivadora:

2. Índice de indeterminação do sujeito:

3. Conjunção integrante- ISSO – oração subordinada substantiva

4. Conjunção Condicional- CASO – oração subordinada adverbial condicional

5. Pronome reflexivo- A SI MESMO

6. Pronome reflexivo recíproco – UM AO OUTRO

7. Parte integrante do verbo ( verbos pronominais)

PROFESSORA: Aline Rizzi 17 DISCIPLINA: Língua Portuguesa


OBSERVAÇÕES:

Para resolver questões de concordância, você precisa primeiro olhar para o verbo e
descobrir quem é o núcleo do sujeito. Lembre-se de que o núcleo do sujeito é sempre um
substantivo ou qualquer palavra substantivada e nunca tem preposição. Você deve observar a
palavra SE que aparecer nas alternativas apresentadas, essa palavra sempre é determinante
para resolver a questão.
Quando a palavra SE estiver perto de VTD ou VTDI, há uma grande chance se ser
partícula apassivadora(PA). Se de fato for uma partícula apassivadora, haverá uma voz passiva
sintética. Você deve, então, tentar passar a estrutura para a voz passiva analítica. Seguindo o
modelo:
“ nem sempre se persegue o encarceramento do agressor...”- “ o encarceramento do
agressor nem sempre é perseguido.”; “identifica-se a necessidade..”- “ a necessidade é
identificada...”. Se for possível essa transposição, é porque é uma PA e o detalhe mais do que
importante é que haverá sujeito, por isso, tem de tomar cuidado com a concordância.
Em “ nem sempre se persegue o encarceramento do agressor...”, ‘encarceramento’ é o
sujeito da oração, por isso o verbo deve ficar no singular. Em “identifica-se a necessidade..”,
‘necessidade’ é o sujeito da oração, por isso, esse verbo deve ficar no singular. Se fosse
‘necessidades’, deveria ficar: ‘identificam-se as necessidades...”. Com a partícula apassivadora,
existe sujeito, sempre observe a forma do verbo para ver se está concordando com o sujeito da
oração.
Outro ponto determinante é o emprego da palavra “SE” sendo índice de indeterminação
do sujeito (IIS). Nesse caso, o verbo deve ficar sempre no singular. Quando a palavra SE estiver
perto de VTI, VI ou VL, e você não encontrar sujeito na estrutura, então, o SE será IIS. Por
exemplo, em ‘trata-se de questões econômicas e políticas...”, o SE está ligado do verbo ‘tratar’,
que é VTI, ‘de questões econômicas e políticas’ é o objeto indireto da estrutura e não estamos
identificando o sujeito, por isso o sujeito é indeterminado pela palavra SE. Se fosse ‘‘tratam-se
de questões econômicas e políticas...”, a estrutura estaria errada, pois ‘questões econômicas e
políticas’ jamais seria o sujeito por ter preposição. Com índice de indeterminação do sujeito, o
verbo deve ficar no singular.
Outro assunto importantíssimo é o emprego dos verbos impessoais, pois, esses verbos
devem ficar no singular. São eles:

• HAVER – no sentido de EXISTIR, ACONTECER E OCORRER


• HAVER E FAZER- indicando tempo decorrido (Faz dez anos...e não Fazem dez anos...)
• SER, ESTAR, FICAR, PERMANECER, CONTINUAR, FAZER- Indicando tempo ou clima
(Está calor. Faz frio. Continua quente.)
• FENÔMENOS DA NATUREZA(em sentido denotativo, real, literal) –(Chove pouco em
Brasília. ou Chovem elogios ao curso IMP. )
• BASTA DE/CHEGA DE

PROFESSORA: Aline Rizzi 18 DISCIPLINA: Língua Portuguesa


Dentre esses verbos, o que mais é cobrado é o verbo haver no sentido de existir. Entre
ele, embora haja equivalência semântica, há diferença sintática.
O verbo haver no sentido de existir é impessoal, logo, não há sujeito, por isso, deve ficar
no singular. É um verbo transitivo direto, logo, encontraremos o objeto direto.
O verbo existir é pessoal, logo, há sujeito, por isso, haverá concordância. É um verbo
intransitivo.
Quando o examinador pedir para substituir um pelo outro, o que, por exemplo, era objeto
direto para o verbo haver virará sujeito para o verbo existir. Por exemplo: Há vários problemas
sócio-econômicos no Brasil. ou Existem vários problemas sócio- econômicos no Brasil. Isso cai
demais!!!!
Quando há locução verbal, você deve observar o verbo principal da locução. Se o verbo
principal for impessoal, a locução ficará no singular: ‘...deve haver soluções para os problemas
de segurança’; ‘haverá de haver soluções para os problemas de segurança’. Se o verbo principal
for pessoal, o verbo auxiliar deve concordar com o sujeito da oração: ‘...devem existir soluções
para os problemas de segurança’; ‘haverão de existir soluções para os problemas de segurança’
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PONTUAŲÃO

Quanto à pontuação, você deve sempre identificar se o período é simples ou composto.

PERÍODO SIMPLES:

1. Não há pontuação para separar termos essenciais da oração: SUJEITO E PREDICADO

2. Não há pontuação para separar termos integrantes da oração


: COMPLEMENTOS VERBAIS, COMPL. NOMINAL E AGENTE DA
PASSIVA. Também não é possível separar o nome do adjunto adnominal.

ESTRUTURAS QUE SERÃO PONTUADAS:

• APOSTO (EXCETO O RESTRITIVO) – O ALUNO PEDRO SAIU MAIS CEDO.


• VOCATIVO- Pedro, venha logo aqui!
• ADJUNTO ADVERBIAL DESLOCADO DE LONGA EXTENSÃO (normalmente, entende-se
como de longa extensão a partir de 3 palavras). Cuidado! Se o adjunto adverbial estiver
intercalado, ou deve haver as duas vírgulas ou nenhuma dependendo do tamanho do adjunto.
• PREDICATIVO DO SUJEITO DESLOCADO- EX- A ALUNA, DISTRAÍDA, BRINCA.

PONTUAÇÃO COM O PERÍODO COMPOSTO:

1. A pontuação marcará a O. SUB. ADJETIVA EXPLICATIVA, que, se estiver intercalada deve


aparecer entre vírgulas, entre parênteses, ou entre travessões.

2. A retirada da pontuação na ADJETIVA EXPLICATIVA, fará com que ela se torne ADJETIVA
RESTRITIVA. Assim, haverá alteração sintática e semântica, mas não haverá prejuízo para
estrutura.

3. Quando a O. S. ADVERBIAL estiver na ordem direta, a pontuação será facultativa. Exemplo:


Soltarei fogos de artifício quando eu passar no concurso.

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4. Quando a O. S. ADVERBIAL estiver na ordem indireta, a pontuação será obrigatória.
Exemplo: Quando eu passar no concurso, soltarei fogos de artifício

5. A única oração subordinada substantiva que será pontuada é a apositiva, por causa da
natureza do aposto. Desejo-lhes isto: que passem no concurso.

6. As orações coordenadas adversativa, conclusivas e explicativas devem ser pontuadas. As


alternativas e aditivas podem ser pontuadas, mas se existir o polissíndeto (repetição da
conjunção), a pontuação será obrigatória. Por exemplo: Ou trabalho, ou estudo.

7. Cuidado com a vírgula antes da conjunção aditiva ‘e’. Em regra, antes dessa conjunção, a
vírgula estará correta, ou por motivo sintático, ou por motivo semântico. Isso acabou de ser
cobrado pela banca no concurso para a Delegado da Bahia.

8. A vírgula também marca a elipse de termos, nesse caso, a vírgula é facultativa, desde que a
sua ausência não prejudique o sentido. Exemplo: Pedro comprou sapatos, e João, blusas. A
vírgula depois de “João” serve para marcar a elipse do verbo e é facultativa. A vírgula antes do
conectivo ‘e’ é pelo fato de haver coordenada aditiva com sujeitos diferentes.Nesse caso a vírgula
é preferencial e só será obrigatória se a falta da vírgula comprometer o sentido, como no exemplo
a seguir: “O Estado existe para proteger e tutelar o ser humano e a vida e a saúde são tratadas
pela Constituição Federal como bens indisponíveis.” – O correto nesse caso, é inserir uma vírgula
depois de ‘ser humano’.

EMPREGO DOS PRONOMES E COLOCAŲÃO PRONOMINAL

• Pronome (lat. pro= em lugar de) é a classe de palavras que acompanha ou substitui os
substantivos.
• Os pronomes podem ser: pessoal (reto, oblíquo ou de tratamento), possessivo,
demonstrativo, indefinido, interrogativo e relativo.
• Os pronomes retos são os que têm por função representar o sujeito da oração.
• Os pronomes oblíquos são os que, na frase, têm função complementar, ou seja, representam
o complemento do verbo. As formas mim, ti e si sempre se usam com preposição. Os pronomes
oblíquos tônicos são sempre precedidos por preposições, em geral as preposições a, para, de e
com. Os pronomes oblíquos átonos são os que não são precedidos de preposição.
• Os pronomes oblíquos em regra funcionam como complemento do verbo, mas podem,
também, exercer a função de complemento nominal, adjunto adnominal e adjunto adverbial.
• Os pronomes oblíquos o,a, os, as exercerão a função de complemento direto do verbo; e os
pronomes oblíquos lhe, lhes, de complemento indireto do verbo.

Em provas de concursos, as bancas cobram bastante o emprego dos pronomes no que diz
respeito à escolha do pronome correto de acordo com o verbo (regência); à concordância dos
pronomes que substituem palavras no texto; e à colocação pronominal.

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COLOCAÇÃO PRONOMINAL:

Próclise- pronome antes de verbo


Mesóclise- pronome no meio do verbo
ĩnclise- pronome depois do verbo

OBSERVAÇÃO

1. O pronome oblíquo não pode iniciar frase.

2. Quando há fator de atração, a próclise é obrigatória, inclusive com verbos no futuro do


presente ou no futuro do pretérito

3. Quando não há fator de atração, a próclise é facultativa, inclusive com verbos no futuro do
presente ou no futuro do pretérito

4. Se não existir fator de atração e o uso da próclise for proibido, haverá mesóclise com os
verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito.

5. Depois de pontuação, não pode haver próclise, mas se for termo intercalado, a próclise
é permitida. Ex. “No Brasil, duvida- se sempre do uso adequado de recursos públicos.”
(próclise proibida). Ex. “Pedro, ao entrar na sala, me avisou do problema” ou ... avisou-me do
...

6. Com infinitivos soltos, é permitida a próclise ou a ênclise, mesmo havendo fator de atração.

Fatores de atração que exigirão a PRÓCLISE:

• advérbios;
• palavras negativas;
• pronomes em geral (menos o pronome pessoas do caso reto)
• conjunções subordinativas;
• frases optativas. Ex. “Que Deus te abençoe!”
• palavras exclamativas. Ex. “Que o vento te leve os meus recados de saudade.”
• frases interrogativas. Ex. Quem te contou essa história?
• Em + gerúndio. Ex. Em se tratando de ...

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COLOCAŲÃO PRONOMINAL
COM LOCUŲÃO VERBAL

• Quando não houver fator de atração e o pronome não estiver iniciando a frase, o pronome
pode ser colocado antes do verbo auxiliar, depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal,
desde que o verbo não esteja no particípio. O PRONOME NUNCA FICARÁ PRESO AO
PARTICÍPIO.
• Se houver fator de atração, o pronome não ficará após o verbo auxiliar, poderá ficar antes do
verbo auxiliar ou depois do verbo principal, desde que este não esteja no particípio.

ACENTO INDICATIVO DE CRASE

A palavra crase significa “fusão”. Nos estudos de língua portuguesa, crase é o nome que
se dá à fusão de duas vogais idênticas. Tem particular importância a crase da preposição a com
o artigo feminino a(s), com o pronome demonstrativo a(s), com o a inicial dos pronomes
aquele(s), aquela(s), aquilo e com o a do relativo a qual(as quais) – em todos esses casos, a
fusão das vogais idênticas é assinalada na escrita por um acento grave.
O uso apropriado do acento indicador de crase depende essencialmente da composição
desse fenômeno. Como foi dito acima, a crase que se assinala na escrita ocorre entre uma
preposição e um artigo ou pronome. Aprender a colocar o acento consiste, portanto, em aprender
a verificar a ocorrência simultânea dessas duas palavras num ponto da cadeia sintática. Verificar
a existência de uma preposição é, antes de mais nada, aplicar os conhecimentos de regência
verbal e nominal que você
tem. Observe:

Conheço a nova professora.


Refiro-me à nova professora.

No primeiro caso, o verbo é transitivo direto (conhecer é conhecer algo ou alguém) - não
existe preposição: não pode ocorrer crase, portanto. No segundo caso, o verbo é transitivo
indireto (referir-se é referir-se a algo ou alguém) - e a preposição é precisamente a: a crase é
possível, desde que essa preposição seja seguida por um artigo feminino ou um dos pronomes
já especificados.
Para verificar a existência de um artigo feminino ou de um demonstrativo a(s) após uma
preposição a, podem-se utilizar dois expedientes práticos. O primeiro deles consiste em colocar
um termo masculino no lugar do termo feminino sobre o qual se tem dúvida. O surgimento da
forma ao denuncia, nesse caso, a ocorrência de crase. Observe:

Conheço o novo professor. ➜ Conheço a nova professora.

Refiro-me ao novo professor. ➜ Refiro-me à nova professora.

Prefiro o quadro da direita ao da esquerda. ➜ Prefiro a tela da direita à da esquerda.

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O segundo expediente pratico consiste em trocar o termo regente acompanhado pela
preposição a por outro acompanhado por uma preposição diferente (para, em, de, por, sob,
sobre). Essa substituição permite perceber claramente se a preposição é ou não seguida de um
a:

Refiro-me à nova professora. ➜


Penso na nova professora.
Gostamos da nova professora.

Acostumei-me a duvidar. ➜
Cansei-me de duvidar.
Fui punido por duvidar.
Tudo consiste em duvidar.

Para completar nossos estudos, vamos agora apresentar alguns casos em que são
comuns as dúvidas relativas ao emprego do acento indicador de crase. Observe que o que
faremos a seguir consiste na aplicação prática dos conceitos e dos expedientes estudados.

A crase obviamente não ocorre diante de palavras que não podem ser precedidas de
artigo feminino. É o caso:

a. Dos substantivos masculinos:


Andávamos a cavalo. Íamos a pé.
Fizemos compras a prazo. Assisti a jogos memoráveis.

b. Dos verbos:
Não tenho nada a declarar. Começamos a sofrer.
Chegou a titubear. Pôs-se a andar.

c. Da maioria dos pronomes:


Diga a ela. Veio a mim.
Mostrei a você.
Entreguei a Vossa Excelência. Isso não diz respeito a ninguém. a nenhuma pessoa aqui
presente. a qualquer um de nós.

Os poucos casos de pronomes que admitem artigo podem ser facilmente detectados
pela aplicação dos métodos descritos há pouco:

Estou me referindo à mesma pessoa (ao homem)

À própria Luisa (ao próprio Luís)

Comunique o ocorrido à Senhora Garcia (ao senhor Garcia)

À Senhorita Rita (ao jovem Pedro)

PROFESSORA: Aline Rizzi 23 DISCIPLINA: Língua Portuguesa


No caso dos pronomes possessivos femininos, a utilização do artigo é optativa, a ocorrência da
crase e, consequente, emprego do acento também o são:

Refiro-me a minha velha amiga. ➜ Refiro-me a meu velho amigo

Refiro-me à minha velha amiga. ➜ Refiro-me ao meu velho amigo.

d. De palavras femininas no plural precedidas de um a: Dirigi-me a pessoas desconhecidas.


O prêmio foi entregue a esportistas aplicadas.
É um assunto relativo a jornalistas especializadas.

Nesses casos, o ‘a’ é preposição, e os substantivos estão sendo usados em sentido genérico.
Quando são usados e sentido específico, os substantivos passam a ser precedidos do artigo as;
ocorrerá, então, a crase. Compare as frases seguintes:

Esse caso não se aplica a pessoas de índole nervosa.

Esse caso não se aplica às pessoas de quem estávamos falando. Você está se referindo a vidas
humanas?

Você esta se referindo às vidas dos nossos companheiros?

Com as expressões adverbiais de lugar, deve-se fazer a verificação da ocorrência da crase por
meio da troca de termo regente:

Vou à Paraíba. ➜ Vim da Paraíba. Estou na Paraíba. Vou à Itália. ➜ Vim da Itália. Estou na
Itália.
Vou à Recife. ➜ Vim de Recife. Estou em Recife.

Vou à Recife dos grandes poetas. ➜ Vim da Recife dos grandes poetas. Estou na Recife dos
grandes poetas.

Observe com atenção o comportamento das palavras casa e


terra nessas expressões:

Cheguei a casa. ➜ Quando não especificada, não há crase. Cheguei à casa de meus pais. ➜
Quando especificada, há crase.
A tripulação do cargueiro desceu a terra. A tripulação do cargueiro está em terra. (terra se opõe
à noção de “estar embarcado”).

A aeromoça chegou à terra de seus pais. A aeromoça está na


terra de seus pais.

PROFESSORA: Aline Rizzi 24 DISCIPLINA: Língua Portuguesa


O acento indicador de crase é usado nas expressões adverbiais, nas locuções prepositivas e
conjuntivas de que participam palavras femininas:

À tarde
À noite
À direita
Às claras
À toa
À beça
À esquerda
Às vezes
Às ocultas
À chave
Às moscas
Às avessas

Incluem-se nessas expressões as indicações de horas especificadas:

À meia noite
À uma hora
Às duas horas
Às três e quarenta

Não confundir com as indicações não especificadas:


Passei por ali a uma hora morta. Irei daqui a duas horas.

Merece destaque a expressão “à moda de”, que pode estar subentendida:

Resolveu vestir-se à moda de James Dean. Pedimos arroz à (moda) grega.

Não ocorre crase nas expressões formadas por palavras repetidas femininas ou masculinas:
Cara a cara Gota a gota Passo a passo Dia a dia

A crase é facultativa diante dos nomes próprios femininos e após a preposição ate que antecede
substantivos femininos (também o é, como já vimos, no caso já apontado dos pronomes
possessivos):

Dei o recado a Maria.➜ Dei o recado a João.

Dei o recado à Maria. ➜ Dei o recado ao João.

Fui até as ultimas consequências. ➜ Fui ate os últimos motivos.

Fui até às ultimas consequências. ➜ Fui até aos últimos motivos.

A ocorrência da crase com os pronomes aquele(s), aquela(s) e aquilo depende apenas da


verificação da presença de preposição que antecede esses pronomes.

Estou olhando aquele jardim. ➜ “olhar” é transitivo direto: não há preposição.

PROFESSORA: Aline Rizzi 25 DISCIPLINA: Língua Portuguesa


Aludi àquele jardim. ➜ “aludir” é transitivo indireto e pede complemento introduzido pela
preposição a.

A crase com o demonstrativo a(s) é detectável pelo recurso da substituição do termo regido
feminino por um termo regido masculino:

Perguntarei à que chegar primeiro. ➜ Perguntarei ao que chegar primeiro.

Prefiro a da esquerda à da direita. ➜ Prefiro o da esquerda ao da direita.

O mesmo expediente deve ser usado para detectar a crase com o pronome a qual, as quais:

A catedrática à qual tanto deve a pesquisa brasileira faleceu ontem.

➜ O catedrático ao qual tanto deve...

Várias pessoas às quais ele se referiu estiveram presentes à reunião de ontem.

➜ Vários indivíduos aos quais ele se referiu.

PROFESSORA: Aline Rizzi 26 DISCIPLINA: Língua Portuguesa


PROFESSORA: Aline Rizzi 27 DISCIPLINA: Língua Portuguesa

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