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Centro de Ensino Médio 01 de Sobradinho

Gramática

Patrick Agnes dos Santos Souza

3 ano b

Sobradinho – DF, setembro de 2016.


Concordância Verbal
Caso 1:
Sujeito simples

Regra geral:
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
Ela foi ao cinema. (3ª pessoa, singular)
Nós vamos ao cinema. (1ª pessoa, plural)

Casos especiais:
a) Sujeito coletivo: O verbo concorda com o coletivo.
A multidão gritou na arquibancada.

OBS: Se o coletivo vier especificado ou modificado por adjunto adnominal, o


verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.
A multidão de fãs gritou.
A multidão de fãs gritaram.
Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.

b) Sujeito possui coletivos partitivos (metade, a maior parte, grande parte,


maioria, etc.): O verbo fica no singular (concordância lógica) ou vai para o
plural (concordância atrativa).
A maioria dos alunos foi à excursão.
A maioria dos alunos foram à excursão.

c) Sujeito é pronome de tratamento: O verbo fica sempre na 3ª pessoa (do


singular ou do plural).
Vossa Santidade esteve no Brasil.
Vossa Alteza pediu silêncio.
Vossas Altezas pediram silêncio.

d) O sujeito é o pronome relativo <que>: O verbo concorda com o antecedente


do pronome.
Fui eu que derramei o café.
Fomos nós que derramamos o café.

OBS: Com a expressão <um dos que>/<uma das que>, o verbo deve assumir a
forma plural, exceto quando a ação se refere a um só agente.
Você é um dos que admiram os escritores de novelas.
(Dos que admiram novelas, ele é um.)
Ele é um dos jogadores que foram expulsos.
(Dos jogadores que foram expulsos, ele é um.)

Era uma das suas filhas que namorava com ele.


(Namorava com ele, uma das suas filhas.)
e) O sujeito é o pronome relativo <quem>: O verbo pode ficar na 3ª pessoa do
singular ou concordar com o antecedente do pronome.
Fui eu quem derramou o café.
Fui eu quem derramei o café.

f) O sujeito é formado por locuções pronominais (Alguns de nós, poucos de


vós, quais de..., quantos de..., etc.): Se o primeiro pronome estiver no singular,
o verbo fica no singular. Se estiver no plural, poderá concordar com o pronome
interrogativo/indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).
Algum de nós o receberá.

Quais de vós me punirão?


Quais de vós me punireis?
Quais de nós são capazes?
Quais de nós somos capazes?
Vários de nós propuseram sugestões inovadoras.
Vários de nós propusemos sugestões inovadoras.

OBS1: Veja que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a
exclusão do emissor. Quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos
de tudo e nada fizemos", esta pessoa está se incluindo no grupo dos omissos.
Isso não ocorre quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabiam de tudo
e nada fizeram.", frase que soa como uma denúncia.

g) O sujeito é formado de nomes no plural: Se o sujeito não vier precedido de


artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo
concordará com o artigo.
Estados Unidos é uma nação poderosa.
Os Estados Unidos são a maior potência mundial.

h) O sujeito é formado por expressões aproximativas: mais de um, menos de


dois, cerca de..., etc.: O verbo concorda com o numeral.
Mais de um aluno não compareceu à aula.
Mais de cinco alunos não compareceram à aula.

OBS: No caso da referida expressão aparecer repetida ou associada a um


verbo que exprime reciprocidade, o verbo necessariamente deverá permanecer
no plural:
Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram.
Mais de um formando se abraçaram na formatura.

i) O sujeito tem por núcleo a palavra gente (sentido coletivo) - o verbo poderá
ser usado no singular ou plural, se este vier afastado do substantivo.
A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa.
A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanecem em casa.

j) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com": O verbo pode ficar no
singular ou no plural. No plural, os núcleos recebem um mesmo grau de
importância e a palavra <com> tem sentido muito próximo ao de <e>. Para
enfatizar o primeiro elemento, usa-se o singular.
O governador com o secretariado traçaram os planos.
O governador com o secretariado traçou os planos.

Caso 2:
Sujeito composto.

Regra geral: O verbo vai para o plural.


João e Maria foram passear no bosque.

Casos especiais:
a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes: O
verbo ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.
Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos amigos. (O verbo ficou na 1ª
pessoa do plural porque esta tem prioridade sob a 3ª.)
Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis amigos. (O verbo ficou na 2ª
pessoa do plural porque esta tem prioridade sob a 3ª.)

OBS1: No segundo exemplo, também é aceita a concordância do verbo com a


terceira pessoa.
Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural)

OBS2: Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por


atração com o núcleo mais próximo do verbo.
Iremos eu e minhas amigas.
Irei eu e minhas amigas.

b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por


<e>: O verbo concordará com os dois núcleos.
A jovem e a sua amiga seguiram a pé.

OBS1: Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração


com o núcleo mais próximo do verbo.
Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.

OBS2: Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, a concordância é


feita obrigatoriamente no plural.
Abraçaram-se vencedor e vencido.
Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

c) Os núcleos do sujeito são sinônimos ou semelhantes e estão no singular: O


verbo poderá ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância
atrativa).

A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar.


A angústia e ansiedade não o ajudava a se concentrar.
d) Quando há gradação entre os núcleos: O verbo pode concordar com todos
os núcleos (lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo (concordância
atrativa).
Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam.
Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.

e) Quando os sujeitos forem resumidos por: nada, tudo, ninguém, etc.: O verbo
concordará com o aposto resumidor.
Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.

f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões: um e outro, nem um nem


outro: O verbo poderá ficar no singular ou no plural.
Um e outro já veio.
Um e outro já vieram.

g) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por <ou> ou <nem>: O


verbo deverá ficar no plural se a declaração contida no predicado puder ser
atribuída a todos os núcleos.
Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.

OBS: Se os núcleos forem excludentes o verbo deve ficar no singular. Em caso


de retificação, deve concordar com o mais próximo.
Você ou ele será escolhido.
O ladrão ou os ladrões não deixaram vestígio.

h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto...


como/ assim... como/ não só... mas também, etc.): O que comumente ocorre é
o verbo ir para o plural, embora o singular seja aceitável se os núcleos
estiverem no singular.
Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo.
Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.

Caso 3:
Sujeito oracional

Quando o sujeito é uma oração subordinada substantiva subjetiva, o verbo da


oração principal fica na 3ª pessoa do singular.
Ainda falta dar os últimos retoques na pintura.
(Dica: Para saber se é o caso, substitua a oração subordinada por ISSO:
“Ainda falta ISSO”. Percebe-se facilmente que ISSO é o sujeito do verbo faltar.)

Caso 4:
O verbo e a partícula <SE>

a) Quando é índice de indeterminação do sujeito: Quando índice de


indeterminação do sujeito, o <se> acompanha os verbos intransitivos,
transitivos indiretos e de ligação, os quais obrigatoriamente são conjugados na
terceira pessoa do singular.
Precisa-se de governantes interessados em civilizar o país.
Confia-se em teses absurdas.
Era-se mais feliz no passado.

b) Quando é partícula apassivadora: Quando pronome apassivador, o <se>


acompanha verbos transitivos diretos (e alguns poucos indiretos) na formação
da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da
oração.
Construiu-se um posto de saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.
Não se pouparam esforços para despoluir o rio.
Não se poupou esforço para despoluir o rio.

Caso 5:
Verbos impessoais

São aqueles que não possuem sujeito. Uma vez que os verbos flexionam-se
para concordar com o sujeito, então estes verbos ficam sempre na 3ª pessoa
do singular.
· Haver no sentido de existir;
· Fazer indicando tempo;
· Aqueles que indicam fenômenos da natureza.
Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.
Choveu granizos ontem.

OBS: Em locução verbal nos casos acima, o verbo auxiliar herda esta
impessoalidade. Lembre-se que o verbo existir não faz parte da regra:
Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.
Deve haver indícios de fraude.
Pode ter havido casos semelhantes.

Existem sérios problemas na cidade.


Devem existir problemas na cidade.

Caso 6:
Verbos dar, bater e soar

Quando usados na indicação de horas, possuem sujeito (relógio, hora, horas,


badaladas...), e com ele devem concordar.
O relógio deu duas horas.
Deu uma hora no relógio da estação.
Deram duas horas no relógio da estação.
O sino da igreja bateu cinco badaladas.
Bateram cinco badaladas no sino da igreja.
Soaram dez badaladas no relógio da escola.
Caso 7:
A locução "Haja Vista"

A locução “haja vista” admite duas construções. A expressão fica invariável ou


o verbo haver pode variar (desde que não seguido de preposição),
considerando-se o termo seguinte como sujeito.
Haja vista as lições dadas por ele.
Haja vista aos fatos explicados por esta teoria.
Hajam vista os exemplos de sua dedicação.

OBS: “Haja visto” só existe como forma verbal quando equivalente a “tenha
visto”:
O caseiro poderá testemunhar caso ele realmente haja visto o crime.

Caso 8:
A expressão "Em que Pese"

Na expressão “em que pese”, o verbo “pesar” permanece invariável quando se


tratar de pessoa ou concorda com o sujeito quando se tratar de coisa.
Em que pese aos governistas, votaremos contra.
Em que pesem as suas contradições, a melhor tese ainda é a dele.

Caso 9)
Porcentagem + substantivo

a) Porcentagem + Substantivo, sem modificador da porcentagem:


Facultativamente o verbo poderá concordar com o número referente à
porcentagem ou com o substantivo.
1% da turma estuda muito.
1% dos alunos estuda / estudam muito.
10% da turma estuda / estudam muito.
10% dos alunos estudam muito.

b) Porcentagem + Substantivo, com modificador da porcentagem: O verbo


concordará com o modificador, que pode ser pronome demonstrativo, pronome
possessivo, artigo, etc.
Os 10% da turma estudam muito.
Aquele 1% dos alunos estuda mais.

c) Mais de, menos de, cerca de, perto de, antes da porcentagem: O verbo
concordará apenas com o número referente à porcentagem, mesmo que haja
elemento modificador.
Mais de 1% dos alunos estuda muito.
Menos de 10% da turma estudam muito.
OBS: Caso o verbo apareça anteposto à expressão de porcentagem, esse
deverá concordar com o numeral:
Aprovaram a decisão da diretoria 50% dos funcionários.

Caso 10:
Concordância com o verbo ser:

a) Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos


pronomes: tudo, nada, isto, isso, aquilo: O verbo <ser> ou <parecer>
concordarão com o predicativo.
Tudo são flores.
Aquilo parecem ilusões.

OBS: Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo.
Aquilo é sonhos vãos.

b) O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os pronomes


interrogativos <que> ou <quem>.
Que são gametas?
Quem foram os escolhidos?

c) Em indicações de horas, datas, tempo, distância: A concordância será feita


com a expressão numérica.
São nove horas.
É uma hora.

OBS: Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias, pois


subentende-se a palavra dia.
Hoje são 24 de outubro.
Hoje é (dia) 24 de outubro.

d) Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a


concordância se dará com o pronome.
Esse cara sou eu.

OBS: Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância


será com o que aparece primeiro, considerando o sujeito da oração.
Eu não sou tu.

e) Nas locuções: é pouco, é muito, é mais de, é menos de, junto a


especificações de preço, peso, quantidade, distância e etc.: O verbo fica
sempre no singular.
Cento e cinquenta é pouco.
Cem metros é muito.

f) Nas expressões do tipo: ser preciso, ser necessário, ser bom, o verbo e o
adjetivo podem ficar invariáveis (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo no
masculino singular) ou concordar com o sujeito posposto.
É necessário aqueles materiais.
São necessários aqueles materiais.

Caso 11:
O Verbo "Parecer"

Em orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular.


As paredes parece que têm ouvidos.
(Parece que as paredes têm ouvidos.)

Quando seguido de infinitivo, admite duas concordâncias:


a) O verbo parecer varia e não se flexiona o infinitivo.
Alguns colegas pareciam chorar naquele momento.

b) O verbo parecer não varia e o infinitivo sofre flexão.


Alguns colegas parecia chorarem naquele momento.

OBS: A primeira construção é considerada corrente, enquanto a segunda,


literária.

Caso 12:
Concordância com o infinitivo

O infinitivo é a forma nominal do verbo e pode apresentar-se flexionado e não


flexionado. O estudo do infinitivo na Língua Portuguesa é bastante complexo, já
que, em alguns casos, ele deve ser flexionado, em outros, ele pode ser
flexionado, e em outros ainda ele não se flexiona.

Exemplo de como flexionar o infinitivo do verbo cantar:


Era para eu cantar
Era para tu cantares
Era para ele cantar
Era para nós cantarmos
Era para vós cantardes
Era para eles cantarem

a) Não se flexiona o infinitivo:


I) Não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal
oblíquo átono (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes).
Esperei-as chegar.

II) Quando o infinitivo não se referir a sujeito algum


Navegar é preciso, viver não é preciso.
Querer é poder.
Fumar prejudica a saúde.
É proibido colar cartazes neste muro.
É preciso lutar contra as drogas.
Vale a pena ter fé e esperança sempre.
III) Infinitivo com valor de imperativo (ordem, pedido, conselho, apelo):
Soldados, recuar!

IV) Como verbo principal de locução verbal:


Os alunos podem sair mais cedo hoje. (O verbo sair é o principal da locução
"podem sair").
Eles não podem fazer isso! (O verbo fazer é o principal da locução "podem
fazer").

OBS: Quando o verbo auxiliar estiver afastado ou oculto, a flexão do infinitivo


do verbo principal da locução é facultativa:
Não devemos, depois de tudo, duvidar e reclamar dela.
Não devemos, depois de tudo, duvidarmos e reclamarmos dela.

V) Quando fizer rerência a gerúndio:


As peças estavam estragadas, devendo ser substituídas.
Começaram as inscrições, podendo os candidatos dirigir-se à sala

b) Flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo:


I) Quando o sujeito for diferente de pronome átono, estiver evidente e
determinante de verbo não acusativo:
Não é necessário vocês chegarem mais cedo.

II) Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizando a terceira pessoa do


plural);
Faço isso para (eu) não me achar inútil.
Faço isso para não me acharem inútil.

III) Quando o infinitivo é o sujeito:


O morrerem pela pátria é sina de alguns soldados.

IV) Quando o sujeito do verbo no infinitivo for diferente do sujeito do verbo da


outra oração.
Meninos, vejo estarem atrasados mais uma vez. (O sujeito “vocês” do infinitivo
“estar”é diferente do sujeito “eu” do verbo “ver” na outra oração.)

Falei a eles sobre a vontade de deixarmos o time. (O sujeito “nós” do infinitivo


“deixar” é diferente do sujeito “eu” do verbo “ver” na outra oração.)

V) Quando o verbo for de ligação ou estiver na voz passiva:


Elas tiveram que suar muito para se tornarem campeãs.
O porta-voz disse que as medidas a serem tomadas contra o terror serão
rigorosas.

VI) Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação.


Fizemos os adversários se cumprimentarem com gentileza.
Deixem os namorados beijarem-se como quiserem.
c) Flexão opcional: Quando possível, a escolha do infinitivo flexionado é feita
sempre que se quer enfatizar o agente (sujeito) da ação expressa pelo verbo.
I) Se o sujeito do verbo no infinitivo for o mesmo do verbo da outra oração, a
flexão do infinitivo não é necessária. Não é, porém, proibida. (Alguns
gramáticos consideram que não deve haver flexão).
Os escoteiros chamaram os chefes para apresentar o relatório.
Os escoteiros chamaram os chefes para apresentarem o relatório.
(O sujeito de ambos os verbos “chamar” e “apresentar” é o mesmo: os
escoteiros.)

(tu) Lerás o texto antes de (tu) responder.


(tu) Lerás o texto antes de (tu) responderes.

Para estudar, estaremos sempre dispostos.


Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.

II) Não sendo claro o sujeito, pode-se flexionar o infinitivo quando for preciso
evitar ambiguidade:
Está na hora de começarmos o trabalho. (nós)
Está na hora de começar o trabalho. (Quem? eu, você, ele, nós?)

O presidente liberou os seus ministros para subirem no palanque. (para os


ministros subirem)
O presidente liberou os seus ministros para subir no palanque. (para o
presidente subir)

III) Caso de Sujeito Acusativo: Quando um verbo no infinitivo ou no gerúndio


tiver a ação dependente de verbo causativo (mandar, fazer, deixar, etc.) ou
quando tiver a ação recebida por verbo sensitivo (ver, ouvir, sentir, etc.), seu
sujeito será denominado de sujeito acusativo. Ter a ação dependente de outro
verbo significa que a ação só ocorre porque outra ocorreu anteriormente.
Constatado o sujeito acusativo, se for representado por pronome oblíquo átono
(me, te, se, o, as, nos...) a concordância é na 3º pessoa do singular,
obrigatoriamente; caso contrário, sendo ele um substantivo plural, a
concordância é opcional.
Mandei os garotos sair.
Mandei os garotos saírem. (flexão opcional)

Verbo causativo: mandar;


Verbo dependente: sair;
Sujeito acusativo: substantivo “garotos”;

Mandei-os sair de lá. (não flexiona)

Verbo causativo: mandar;


Verbo dependente: sair;
Sujeito acusativo: pronome oblíquo “os”;
Sentimos (ou vimos, ou ouvimos) os colegas vacilar nos debates.
Sentimos (ou vimos, ou ouvimos) os colegas vacilarem nos debates.

Verbo sensitivo: Sentir (ou ver, ou ouvir);


Verbo dependente: vacilar;
Sujeito acusativo: substantivo “colegas”;

d) Preposição + Infinitivo:
I) Será não flexionado quando ocorrer locução verbal onde a ligação com o
verbo auxiliar ocorrer por meio de preposição:
Acabamos de fazer os exercícios.

II) Será não flexionado quando houver a


combinação ADJETIVO +PREPOSIÇÃO + INFINITIVO:
São casos difíceis de solucionar.

III) Não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio.


(Nós) Passamos horas a comentar o filme. (comentando)

IV) Não se flexiona o infinitivo com preposição que apareça depois de um verbo
na voz passiva:
Os jornalistas foram forçados a sair da sala.
As pessoas eram obrigadas a esperar em fila.

V) Depois da combinação ao, o infinitivo varia obrigatoriamente:


Ao entrarmos, encontramos o João.
Ao derreterem-se, as amostras do gelo deixaram sedimentos.

VI) A variação será obrigatória se o verbo for pronominal ou se exprimir


reciprocidade ou reflexibilidade de ação:
Gastamos duas horas para nos dirigirmos para lá.
Eles relutaram muito para se cumprimentarem.
Foram ao cabeleireiro a fim de se pentearem.

VII) Nos demais casos é opcional flexionar ou não.


O rapaz ajudava as garotas a superar suas dificuldades em Matemática.
O rapaz ajudava as garotas a superarem suas dificuldades em Matemática.
Para chegar aqui, gastamos duas horas.
Para chegarmos aqui, gastamos duas horas.
Concordância nominal

Regra Geral: O adjetivo, pronome, artigo e numeral concordam em número


(singular ou plural) e gênero (masculino ou feminino) com o substantivo, isto é,
com o nome a que se referem. Essa ocorrência gramatical intitula-se
“Concordância Nominal”. A seguir, serão explicitadas as exceções que
costumam suscitar dúvidas.

Adjetivo anteposto aos substantivos a que se refere:

1. Concordância com o primeiro substantivo:

O supermercado tem bom atendimento e variadas formas de pagamento.

2. (Adjetivo + nomes próprios = plural obrigatório)

Os talentosos Caio e Pedro são amigos desde a infância.

3. Verbo de ligação (indicador de estado) + adjetivo = concordância com o


primeiro substantivo ou com os dois.

Estava agitado o chefe e o funcionário.

Pareciam insatisfeitos o noivo e a noiva com o serviço oferecido pelo buffet.

Adjetivo posposto aos substantivos:

1. Concordância com o substantivo mais próximo ou com todos:

Encantamos-nos com a fauna e a flora brasileira (brasileiras).

2. Último substantivo qualificado = adjetivo singular

Comeu salada e abacaxi maduro.

3. Um substantivo para mais de um adjetivo:

Estudava os idiomas espanhol, inglês e italiano.

Admite-se também:

Estudava o idioma espanhol, o inglês e o italiano.

Concordância das expressões: É necessário, É proibido, É bom


O adjetivo concorda com o substantivo precedido de artigo ou pronome:

É necessária a ingestão de dois litros de água por dia.

É proibida a entrada de estranhos.

A mandioca é boa para a saúde.

Quando os substantivos não vierem precedidos de artigo ou pronome, as


referidas expressões são invariáveis:

É necessário ingestão de dois litros de água por dia.

É proibido entrada de estranhos.

Mandioca é bom para a saúde.

Concordância das palavras: meio, bastante, mesmo e próprio

Quando se referem a substantivos, concordam com ele.

Tomou meia garrafa de vinho.

As alunas mesmas montaram a peça de teatro.

Você sempre teve bastantes amigos. As expressões supracitadas são


invariáveis quando funcionam como advérbios, ou seja, referem-se a adjetivo
ou a verbo:

Os estudantes estavam meio ansiosos antes da realização da prova.

As crianças estavam bastante felizes o parque.

Os jogadores de vôlei treinaram mesmo para a Liga Mundial.

Anexo, incluso, quite → concordância com o substantivo

Segue anexa a fotografia de Ouro Preto.

O recibo seguirá anexo à carta.

Remeto inclusa segunda via do contrato.

Obrigado → concordância com o substantivo

Muito obrigado pelas doações dos mantimentos, disse o prefeito da cidade


vítima dos alagamentos.

Muito obrigada, disse a professora após a homenagem feita pelos seus alunos.
Alerta e menos → invariáveis

Estou alerta quanto à necessidade da revisão do projeto.

Estamos alerta com relação à possibilidade de novos ataques.

Ela consome menos gordura, após o diagnóstico do alto índice de colesterol.

Concordância da palavra só:

Eles encomendaram só empadinhas para a festa de aniversário.


(só = apenas/somente)

As crianças pediram ficar sós no parque aquático.


(sós = sozinhas)

Obs.: A forma “a sós” é invariável.

A olhos vistos: locução adverbial = invariável

Aquela cidade prosperava a olhos vistos.

Possível em expressões superlativas:

As músicas de seu novo álbum são as mais variadas possíveis. (ou “possível”

Cabe ressaltar que, embora sejam admissíveis tanto o singular quanto o plural,
recomenda-se a opção pela forma “plural”.

Regência Verbal
A regência é definida como a relação que se institui quando um termo principal,
regente, tem o seu sentido complementado por outro, regido. A regência
verbal, como o próprio nome sugere, ocorre quando o termo regente é
um verbo. Cumpre-se evidenciar que a relação de regência também se faz
presente entre orações dependentes. Observe:

a) As crianças se encantaram com a decoração de Natal.

Perceba que o verbo “encantar” necessita de complemento, pois quem se


encanta, se encanta com alguém ou com algo. Se o termo regido for retirado
da frase, o que acontece? Analise: “As crianças se encantaram.”. Soou vago,
não? O verbo “encantar” precisa de especificação, uma vez que há inúmeras
coisas com as quais as crianças poderiam se encantar. Nesse caso, a
complementação foi feita pela preposição “com”.
b) Eles se esqueceram de que os convites precisam ser entregues até a sexta-
feira.

Note que a frase acima se compõe de duas orações, a saber:

 Oração 1: Eles se esqueceram


 Oração 2: os convites precisam ser entregues até a sexta-feira.

Visualize que a oração 1, a principal, tem o seu sentido complementado pela


oração 2, que é regida por aquela. Afinal, é preciso especificar do quê eles se
esqueceram. Caso contrário, o enunciado torna-se sem sentido. Trata-se de
orações dependentes entre si, que são conectadas por intermédio da
preposição “de”, exigida pelo verbo [quem se esquece, se esquece de alguém
ou de alguma coisa] e pela conjunção subordinativa “que”.

A seguir, serão apresentadas diversificadas situações comunicativas, nas quais


a regência verbal costuma suscitar dúvidas, especialmente no tocante à
escrita.

 Aquele é o rapaz com quem discuti. (discute-se com alguém).


 Este é o projeto a que o chefe se referiu. (refere-se a algo ou alguém)
 Eu me lembrei da senha. (lembrar a si mesmo de algo)
 A jovem assistiu ao filme ontem. (assistir a = ver/presenciar)
O dentista assistiu o paciente. (assistir = cuidou/socorreu)
 Rafaela aspira à carreira de modelo. (aspirar a = objetivar/desejar)
Aqui na capital, aspiramos um ar poluído. (aspirar = respirar)
 A empresa ainda não visou o contrato de prestação de serviço. (visar =
assinar)
Ele visa ao cargo de presidente. (visar a/ao = objetivar/pretender)
 Todos devem obedecer, rigorosamente, às regras do concurso.
(obedecer a)
 Prefiro salgado ao doce. (prefere-se uma coisa a outra e, não, uma coisa
do que outra).
 Pediu aos convidados que se dirigissem à sala de jantar. (Pedir a
alguém que faça algo e, não, para que faça algo.).
 Estes são os meios de que disponho para fazer a divulgação do produto.
(dispor de)
 k) Esta é a fazenda em que morei durante a minha infância. [morar em
algum lugar. Outras opções: na qual morei ou onde (pois se trata de um
lugar físico) morei].
 Informe aos estudantes dos locais da prova. (Informar a alguém de
algo).
 Avise os formandos da necessidade de chegarem pontualmente. (avisar
alguém de algo).
 Aproveitou a (aproveitou-se da) oportunidade para dizer o que pensa.
(aproveitar algo ou aproveitar-se de algo)
 Aquele é o homem por quem um dia me apaixonei. (apaixonar-se por)
 Esta é a dupla sertaneja de que tanto gosto. (gostar de)
 O parque a que fomos no ano passado será ampliado. (ir a)
 Este é o hospital a que recorreu no dia em que sofreu a fratura.
(recorrer)

Regência nominal

A regência consiste na relação que se instaura quando um termo principal


(chamado de “regente”) tem o seu sentido complementado por outro (termo
regido). A regência nominal, especificamente, ocorre quando o termo regente é
um nome (substantivo ou adjetivo). Para clarear o conceito em questão,
propõe-se a observação destas frases:

a) "Ele não se conformava, desejando ouvir qualquer palavra de carinho ou


gratidão."

Perceba que se fez necessário especificar que tipo de palavra ele queria ouvir
(“de carinho ou gratidão”), tendo em vista o estado de inconformidade em que
se encontrava. Imagine se a frase terminasse com “palavra”? Perguntar-se-ia:
“Mas, que tipo de palavra?”. Não poderia ser qualquer uma, mas apenas
aquelas que, de alguma forma, poderiam reconfortá-lo. Nesse contexto, o
nome (substantivo) “palavra” necessita de complementação, que foi realizada
por meio da preposição “de”.

b) "Tenho certeza de que ele não a abandonará em um momento tão delicado


como este."

Note que a frase acima é constituída de duas orações, a saber:

 Oração 1: Tenho certeza


 Oração 2: ele não a abandonará em um momento tão delicado como este.

A primeira oração [que é a principal e, por isso mesmo, é a regente] precisa de


complemento, pois quem tem certeza, tem certeza de algo. A segunda oração
(a regida) complementa o sentido do nome (substantivo) “certeza”, por meio da
preposição “de” (exigida pelo nome) e da conjunção subordinativa “que”. Dessa
forma, o enunciado se torna um todo integrado e significativo.
Vale enfatizar que os adjetivos também podem funcionar como regentes.
Visualize:

Aquele rapaz é muito preocupado com os estudos.

Constate que o nome (adjetivo) “preocupado” precisa de um complemento, pois


quem é preocupado, é preocupado com algo. Para uma melhor percepção,
sugere-se a análise desse enunciado sem a presença do complemento
nominal: “Aquele rapaz é preocupado.”. Generaliza-se o estado/a característica
de preocupação, que apresenta diferentes ramificações. Sob esse viés, é
fundamental especificar. Ele é preocupado com o quê? Com a família? Com a
saúde? Com o trabalho? Com o meio ambiente?... Não, “aquele rapaz é
preocupado com os estudos”. A conexão dos termos é feita por intermédio da
preposição “com”, exigida pelo nome “preocupado”.

Vejamos outros exemplos, nos quais a regência nominal se faz presente na


relação entre os termos (regente + regido):

a. lembranças da infância
b. semelhante a uma gaivota
c. cuidado com o meio ambiente
d. ciente do problema

Para encerrar: A regência nominal ocorre quando um nome, substantivo ou


adjetivo, tem o seu significado complementado por outro termo (o regido ou
subordinado), compondo um todo compreensível. Vale reiterar que a relação
de regência também se faz presente entre orações dependentes entre si, por
meio de uma conjunção subordinativa, antecedida por uma preposição, caso o
nome exigi-la.
Crase

Cunha e Cintra (2008, p.692) definem a crase como a fusão de duas vogais
idênticas numa só. Trata-se da junção da preposição “a” com o artigo “a” (s). A
crase é sinalizada pelo acento [`]. A ocorrência do “à” pode ser observada a
seguir:

Lembrava-se de ter ido à loja naquele dia.

Constate que o verbo “ir” exige a preposição “a”, pois quem vai, vai a algum
lugar e, pelo fato de “loja” ser uma palavra feminina que admite o artigo “a”,
formou-se a fusão.

1. Em locuções adverbiais femininas

a. O culto ecumênico será realizado às dezenove horas. (Indicação de


tempo)
b. Fui à feira de artesanato no domingo passado. (Indicação de lugar)
c. Naquele dia, o escritório se encontrava às avessas. (Indicação de modo)

2. Em locuções prepositivas e conjuntivas

Entende-se por “locução”, a junção de duas ou mais palavras que formam


significado único:

Aquela guerreira mãe estava à espera de um milagre que salvasse a vida de


seu filho.

Note que a locução prepositiva compõe-se de: à + palavra feminina +


preposição “de”.

Foi melhorando o seu desempenho escolar à proporção que o tempo passava.

Veja que a locução conjuntiva compõe-se de: à + palavra feminina + conjunção


“que”, cuja finalidade é ligar as duas orações.

Casos em que a crase é proibida


1. Com palavras masculinas, posto que não admitem o artigo feminino “a”

O convite foi enviado a Fábio.

Aquela loja vende a prazo.

2. Com pronomes pessoais e demonstrativos, por não admitirem o


acompanhamento do artigo “a”:

a) Não revelarei a ela o nosso segredo.

(Nesse exemplo, “a” é preposição, pois quem revela, revela algo a alguém.).

b) Vim a esta casa na semana passada.

(Nesse caso, “a” também é preposição, pois quem vai, vai a algum lugar.).

3. No “a”, na forma singular, antes de palavras no plural:

O artigo se remete a ideias inovadoras.

4. Com verbos:

Os alunos foram chamados a rever os erros cometidos na prova.

5. Entre palavras repetidas:

Os réus estavam frente a frente.

6. Com a palavra “terra” como antônima de “água”:

O navio chegou a terra. (terra firme)

Admite-se a crase, caso a referência seja feita à “Terra” (planeta) ou à terra


(cidade natal).

7. Com a palavra “casa” e com nomes de cidade, quando não houver


especificações:

a) Naquela tarde, fomos a casa.


b) Iremos a Florianópolis.

Note que não se especificam/definem a casa a que fomos, nem a cidade, sobre
a qual se fala. Por isso, em ambos os casos, não se admite a presença do
artigo definido “a”. Ninguém diz, por exemplo, “A Florianópolis é a capital
catarinense”. Mas, pode dizer: “Iremos à belíssima Florianópolis.”.

Situações nas quais o uso da crase é opcional


1. Com nomes femininos:

O convite foi feito à Maria. / O convite foi feito a Maria.

2. Com pronomes possessivos (que expressam a ideia de posse):

Ele agradeceu à minha mãe. / Ele agradeceu a minha mãe.

3. Com a palavra até:

Ela foi dirigindo até à avenida. / Ela foi dirigindo até a avenida.

Para encerrar: O acento indicativo de crase é formado pela fusão da


preposição “a” com o artigo definido “a”. Para certificar-se da existência do
referido sinal, antes de determinada palavra feminina, sugere-se a busca por
um equivalente masculino. Compare:

Ela vai à fazenda no próximo fim de semana.

Ela vai ao clube no próximo fim de semana.

Perceba que o verbo “vai” exige o acompanhamento da preposição “a”, pois


quem vai, vai a algum lugar. Por isso, a forma “ao” (preposição + artigo definido
“o”) antecede “clube”. Nesse contexto, pode-se concluir que, quando a palavra
masculina foi precedida de “ao”, significa que a equivalente feminina será
precedida do sinal de crase “à”.
Acentuação Gráfica

QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA

1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, "ÊM", "ÉM",


"ÊNS", seguidas ou não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas
de “LO(s)” ou “LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em
ditongos abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S”

Ex.

Chá Mês nós


Gás Sapé cipó
Dará Café avós
Pará Vocês compôs
vatapá pontapés só
Aliás português robô
dá-lo vê-lo avó
recuperá-los Conhecê-los pô-los
guardá-la Fé compô-los
réis (moeda) Véu dói
méis céu mói
pastéis Chapéus anzóis
ninguém parabéns Jerusalém
Resumindo:

Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que seja um
caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí-lo” são
acentuadas porque as vogais “i” e “u” estão tônicas nestas palavras.

2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em:

 L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível.


 N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
 R – câncer, caráter, néctar, repórter.
 X – tórax, látex, ônix, fênix.
 PS – fórceps, Quéops, bíceps.
 Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
 ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão.
 I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis.
 ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon.
 UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
 US – ânus, bônus, vírus, Vênus.

Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes


(semivogal+vogal):
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio.

3. Todas as proparoxítonas são acentuadas.

Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisântemo,


público, pároco, proparoxítona.

QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS

4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando:

 Formarem sílabas sozinhos ou com “S”

Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.

IMPORTANTE

Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”, se todos
são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos?

Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos de
“ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente. Essas
consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a sílaba “tônica”,
sem precisar de acento que reforce isso.

5. Trema

Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai


permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira, como
Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”)

6. Acento Diferencial

O acento diferencial permanece nas palavras:

pôde (passado), pode (presente)


pôr (verbo), por (preposição)

Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do verbo está


no singular ou plural:
Pontuação

Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem para compor


a coesão e a coerência textual além de ressaltar especificidades semânticas e
pragmáticas. Veremos aqui as principais funções dos sinais de pontuação
conhecidos pelo uso da língua portuguesa.

Ponto
1- Indica o término do discurso ou de parte dele.

- Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em que se encontra.


- Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
- Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.

2- Usa-se nas abreviações

- V. Exª.
- Sr.

Ponto e Vírgula ( ; )
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma importância.

- “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão a fazenda; os de
espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a
alma...” (VIEIRA)

2- Separa partes de frases que já estão separadas por vírgulas.

- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros montanhas, frio e cobertor.

3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos, decreto de lei, etc.

- Ir ao supermercado;
- Pegar as crianças na escola;
- Caminhada na praia;
- Reunião com amigos.

Dois pontos

1- Antes de uma citação

- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

2- Antes de um aposto
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.

3- Antes de uma explicação ou esclarecimento

- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a rotina de sempre.

4- Em frases de estilo direto

- Maria perguntou: - Por que você não toma uma decisão?

Ponto de Exclamação
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto, súplica, etc.

- Sim! Claro que eu quero me casar com você!

2- Depois de interjeições ou vocativos

- Ai! Que susto!


- João! Há quanto tempo!

Ponto de Interrogação
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.

“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo)

Reticências
1- Indica que palavras foram suprimidas.

- Comprei lápis, canetas, cadernos...

2- Indica interrupção violenta da frase.

“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!”

3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida

- Este mal... pega doutor?

4- Indica que o sentido vai além do que foi dito

- Deixa, depois, o coração falar...


Colocação Pronominal (próclise, mesóclise, ênclise)

PRÓCLISE
Usamos a próclise nos seguintes casos:

(1) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém,
nem, de modo algum.

- Nada me perturba.
- Ninguém se mexeu.
- De modo algum me afastarei daqui.
- Ela nem se importou com meus problemas.

(2) Com conjunções subordinativas: quando, se, porque, que, conforme,


embora, logo, que.

- Quando se trata de comida, ele é um “expert”.


- É necessário que a deixe na escola.
- Fazia a lista de convidados, conforme me lembrava dos amigos sinceros.

(3) Advérbios

- Aqui se tem paz.


- Sempre me dediquei aos estudos.
- Talvez o veja na escola.

OBS: Se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de atrair o


pronome.

- Aqui, trabalha-se.

(4) Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos.

- Alguém me ligou? (indefinido)


- A pessoa que me ligou era minha amiga. (relativo)
- Isso me traz muita felicidade. (demonstrativo)

(5) Em frases interrogativas.

- Quanto me cobrará pela tradução?

(6) Em frases exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).

- Deus o abençoe!
- Macacos me mordam!
- Deus te abençoe, meu filho!
(7) Com verbo no gerúndio antecedido de preposição EM.

- Em se plantando tudo dá.


- Em se tratando de beleza, ele é campeão.

(8) Com formas verbais proparoxítonas

- Nós o censurávamos.

MESÓCLISE
Usada quando o verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer – amarei,
amarás, ...) ou no futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu –
amaria, amarias, ...)

- Convidar-me-ão para a festa.


- Convidar-me-iam para a festa.

Se houver uma palavra atrativa, a próclise será obrigatória.

- Não (palavra atrativa) me convidarão para a festa.

ÊNCLISE
Ênclise de verbo no futuro e particípio está sempre errada.

-Tornarei-me.......(errada)
- Tinha entregado-nos..........(errada)

Ênclise de verbo no infinitivo está sempre certa.

-Entregar-lhe(correta)
- Não posso recebê-lo. (correta)

Outros casos:
- Com o verbo no início da frase: Entregaram-me as camisas.
- Com o verbo no imperativo afirmativo: Alunos, comportem-se.
- Com o verbo no gerúndio: Saiu deixando-nos por instantes.
- Com o verbo no infinitivo impessoal: Convém contar-lhe tudo.

OBS: se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa,


ocorrerá a próclise:

- Em se tratando de cinema, prefiro o suspense.


- Saiu do escritório, não nos revelando os motivos.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS
Locuções verbais são formadas por um verbo auxiliar + infinitivo, gerúndio ou
particípio.

AUX + PARTICÍPIO: o pronome deve ficar depois do verbo auxiliar. Se houver


palavra atrativa, o pronome deverá ficar antes do verbo auxiliar.

- Havia-lhe contado a verdade.


- Não (palavra atrativa) lhe havia contado a verdade.

AUX + GERÚNDIO OU INFINITIVO: se não houver palavra atrativa, o pronome


oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou do verbo principal.

Infinitivo
- Quero-lhe dizer o que aconteceu.
- Quero dizer-lhe o que aconteceu.

Gerúndio
- Ia-lhe dizendo o que aconteceu.
- Ia dizendo-lhe o que aconteceu.

Se houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá antes do verbo auxiliar ou


depois do verbo principal.

Infinitivo
- Não lhe quero dizer o que aconteceu.
- Não quero dizer-lhe o que aconteceu.

Gerúndio
- Não lhe ia dizendo a verdade.
- Não ia dizendo-lhe a verdade.
Gramáticos da pesquisa

CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Concordância Verbal. In: Nova


gramática do português contemporâneo. 5.ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008, p.
510-530.
Conclusão

. Com diversas informações finalizo esta pesquisa que teve como principal
objetivo uma série de estudos e conhecimentos sobre diversos assuntos
relacionados a matéria de extrema importância que é a de nosso idioma.

A regência nominal estuda as relações em que os nomes exigem


complementos para completar-lhes o sentido. A regência verbal é o modo pelo
qual o verbo se relaciona com seus complementos.

A crase pode ser usada em três casos.


1- na frente de locução verbal. ex: à noite, à tarde....
2- quando se trata de lugar. ex: maria foi à Alemanha... se usa porque se
colocar voltando ( voltei da Alemanha) cm usou "da" usa, se fosse de ou do
não usaria.
3- na frente de palavras femininas.. ex: leve isso à secretaria... se trocar por
masculino ( leve isso ao secretario).. usou "ao" então vai crase, se não tivesse
não precisava.

Foi abordado através deste trabalho temas nos quais encontramos frequentes
dúvidas na questão da escrita. Foram apresentadas as regras
de acentuação gráfica e o emprego do hífen, e em breves considerações, as
mudanças ocorridas na Língua Portuguesa.

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