Você está na página 1de 43

Unidade I

LÍNGUA PORTUGUESA

Profa. Ana Lúcia Machado da Silva


Objetivo e definição

 Tratar da descrição do sistema por meio


das noções de classe e categoria em
uma perspectiva social.
 Considerar uma hierarquização de
categorias, expressões linguísticas e
regras gramaticais da língua.
 Classe: conjunto de elementos que
mantêm entre si uma ou mais
propriedades comuns.
 Categoria: provém de aspectos do
mundo, ou seja, a categorização dos
objetos ocorre devido à existência
no mundo de um princípio de
ordenação por hierarquização.
Sílaba

Classificação das palavras quanto ao


número de sílabas:
 Monossílabas: têm apenas uma sílaba.
Exemplos: sal, mar, é, nem, fé, pão etc.
 Dissílabas: palavras formadas por duas
sílabas. Exemplos: co-ral, a-mar,
tam-bém, ca-fé, me-sa etc.
 Trissílabas: palavras com três sílabas.
Exemplos: a-mo-ral, a-mar-rar,
cons-tro-em, a-que-la etc.
 Polissílabas: palavra com quatro ou mais
sílabas. Exemplos: Ca-ro-li-na,
in-ge-nui-da-de.
Sílaba: tonicidade

 Sílaba tônica: é pronunciada com maior


força, intensidade; a sílaba tônica nem
sempre é marcada graficamente, isto é,
nem sempre recebe acento.
Ex.: Líquido (com acento),
Carolina (sem acento).

 Sílabas átonas: são as demais sílabas da


palavra, pronunciadas com menor
intensidade do que a sílaba tônica.
 Sílaba subtônica: derivada e, geralmente,
polissílaba. Exemplo: na palavra
ca -fe -zi -nho, a sílaba subtônica é -fe, e
a sílaba tônica é -zi.
Posição do acento tônico

 A acentuação é o modo de proferir um


som ou grupo de sons com maior
destaque que outros.
 Oxítona: o acento tônico recai na última
sílaba. Exemplo: material, principal, café.
 Paroxítona: o acento recai na penúltima
sílaba. Exemplo: poderoso, coluna,
maravilhoso.
 Proparoxítona: o acento recai na
antepenúltima sílaba. Exemplo: sólida,
mínimo, gramática.
Classificação

 Ditongo: encontro de uma vogal e de uma


semivogal (i ou u) em uma mesma sílaba.
Exemplo: pátio, beijo.
 Tritongo: encontro de uma vogal e de duas
semivogais na mesma sílaba. Exemplo:
Paraguai.
 Hiato: encontro de duas vogais, uma em
cada sílaba.
Exemplo: saída, coado, saúde.
Acordo ortográfico

 O alfabeto é agora formado por 26 letras


com o acréscimo do k, do w e do y.
 Não existe mais o trema em língua
portuguesa. Apenas em casos de nomes
próprios e seus derivados, por exemplo:
Müller, mülleriano.
 Ditongos abertos (ei, oi) não são mais
acentuados em palavras paroxítonas:
assembleia, plateia, ideia, colmeia.
 Os hiatos oo/ee não são mais
acentuados: enjoo, voo, perdoo/ creem,
deem, leem.
Acordo ortográfico

 Não existe mais o acento diferencial em


palavras homógrafas. Ex.: para (verbo).

 O acento diferencial ainda permanece no


verbo poder (3ª pessoa do Pretérito
Perfeito do Indicativo – pôde) e no verbo
pôr, para diferenciar da preposição por.

 Não se acentua mais i e u tônicos em


paroxítonas quando precedidos de
ditongo. Ex.: boiuna, cheiinho,
saiinha, feiura.
Acordo ortográfico

Uso do hífen:

 Letras iguais: separamos com hífen(-).


 Letras diferentes: juntam-se.
 Palavras iniciadas por h: separam-se do
prefixo com hífen.
 Palavras que contêm r ou s no final do
prefixo: não se juntam com consoante
inicial da palavra, mas se unem às
vogais. Ex.: super-homem, superágil.
Interatividade

Veja esta relação de palavras: modelo, cama,


filhos, segurança, para, escola, telefone,
transporte, nascimento, teclado. Pela lista,
verifica-se que em língua portuguesa:

a) A maioria das palavras é oxítona.


b) A maioria das palavras é paroxítona.
c) A maioria das palavras é proparoxítona.
d) A maioria das palavras é monossílaba
tônica.
e) A maioria das palavras é monossílaba
átona.
Resposta

Veja esta relação de palavras: modelo, cama,


filhos, segurança, para, escola, telefone,
transporte, nascimento, teclado. Pela lista,
verifica-se que em língua portuguesa:

a) A maioria das palavras é oxítona.


b) A maioria das palavras é paroxítona.
c) A maioria das palavras é proparoxítona.
d) A maioria das palavras é monossílaba
tônica.
e) A maioria das palavras é monossílaba
átona.
Crase

 Para indicar a fusão de a + a, normalmente


representada pela preposição e pelo
artigo, a crase é indicada graficamente
pelo acento grave (`).

Observe as expressões:
 Semelhante a uma caixa → não ocorreu a
crase.
 Coletes à prova de balas → ocorreu a
crase.
 Fechar as portas → não ocorreu a crase.
 Chegar à embaixada → ocorreu a crase.
Crase

A crase pode ocorrer entre a preposição a e


os artigos a, as. Exemplos:
 Chegou a a embaixada.
(preposição + artigo = à)
Chegou à embaixada.
 O alarme foi dado a as 13 horas.
(preposição + artigo = às)
O alarme foi dado às 13 horas.
A preposição a e os pronomes
demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo.
Ex.: Permaneci indiferente a aquele barulho.
(preposição + pronome
demonstrativo = àquele)
Crase

Não resisti à tentação de revelar sua


felicidade.
 (à = prep. a + artigo a).

Eles devem aderir à revolução.


 (à = prep. a + artigo a).
 Logo, só pode ocorrer a crase diante de
palavra feminina que admita o artigo a e
que dependa de outra palavra que exija a
preposição a.
Crase: dicas

 Substitui-se a palavra feminina que


estiver depois do artigo a por uma
palavra masculina.

 Se, fazendo a troca, houver necessidade


de utilizar ao em lugar do a, a crase é
confirmada. Exemplos:
Graças à maré alta e à ajuda dos
pescadores, a baleia foi salva.
Graças ao movimento das ondas e
ao auxílio dos pescadores...
Crase: dicas

Substituir o a por para ou para a(as). Se


ocorrer para a(as), a crase é confirmada.
Exemplo:
 Voltar à mesma escola era impossível.
Voltar para a mesma escola era
impossível.
 Substituir o verbo ir pelo verbo voltar. Se
aparecer a expressão voltar da, ocorre
crase. Ex.: Devia ir à polícia fazer queixa?
Devia voltar da polícia.
 Toda sua paixão era ir a Minas Gerais.
Toda sua paixão era voltar de Minas
Gerais.
Crase

 O alarme foi dado a as 13 horas.


 (preposição + artigo = às)
 O alarme foi dado às 13 horas.
 Emprega-se crase antes de numeral
apenas se indicar hora.
Não usa crase:
 De 5 a 10 de janeiro (sem crase).
 A partir de janeiro... (antes de verbo).
 A Deus... (antes de palavra masculina).
Regência

 A crase ocorre quando há regência


indireta entre o termo regente e o termo
regido.
 Aspirar (VTI): pretender, desejar.
Ex.: O funcionário aspirava a um alto
cargo público./ O funcionário aspirava à
função.
 Assistir (VTI): presenciar.
Ex.: Ontem assisti a um bom filme
brasileiro. Assisti à novela.
Regência

 Ir: Vou ao clube amanhã.


 Vou à escola.
 Obedecer e desobedecer (VTI): exigem a
preposição a.
 O pedestre deve obedecer às leis de
trânsito.
Interatividade

Indique o emprego errado de crase:

a)Ontem, fui à matriz para assistir à peça.


b)Às nove horas será a nossa reunião de
condomínio.
c)Faça a análise à partir dos dados
coletados.
d)João decidiu ir à faculdade mais cedo.
e)Você deu o material àquele atendente?
Resposta

Indique o emprego errado de crase:

a)Ontem, fui à matriz para assistir à peça.


b)Às nove horas será a nossa reunião de
condomínio.
c)Faça a análise à partir dos dados
coletados.
d)João decidiu ir à faculdade mais cedo.
e)Você deu o material àquele atendente?
Substantivo: critério sintático

 É toda palavra que se deixa anteceder


pelos determinantes (artigos, pronomes
possessivos, pronomes demonstrativos
e numerais cardinais ou ordinais).
Ex.: a, uma, minha, esta, primeira –
caneta.
o, um, nosso, aquele, terceiro –
companheiro.
Esse mecanismo auxilia principalmente na
identificação de substantivos abstratos,
como nos exemplos:
a, nossa – amizade.
o, primeiro – contato.
Força substantivadora

Os determinantes podem transformar


outra categoria de palavras em
substantivo, por exemplo:
(1) Ela tinha um andar diferente.
(2) O seu sentir é diferente do meu.
 Em (1), o verbo passa a ser substantivo.
 Em (2), o verbo transforma-se em
substantivo com a anteposição do
pronome possessivo seu.
Substantivo: critério semântico

 Substantivo é a palavra que se utiliza


para nomear os elementos do mundo em
que estamos inseridos.

 A palavra substantivo vem do latim


substantivus (substancial), de substantia
(substância), ser que existe.

 Nesse sentido, os substantivos remetem


a um ser, seja animado ou inanimado,
material ou imaterial, real ou imaginário.
Substantivo

Um substantivo pode ser, ao mesmo tempo:


 comum e abstrato: amizade, ternura etc.;
 comum e concreto: livro, banca, prato etc.
Portanto, são substantivos os nomes de:
 lugares: América Latina, Amazonas etc.;
 pessoas: José de Oliveira, Maria etc.;
 objetos: porta, vaso, cadeira etc.;
 espécie, gênero ou um de seus
representantes: artista, visitante, colina,
madeira etc.;
 ações, sentimentos, estados ou
qualidades: mergulho, felicidade;
Classificação

 comum: é aquele que nomeia o grupo


dos seres de uma mesma espécie;
 próprio: é aquele que nomeia um ser em
especial dentre outros da mesma
espécie;
Ex.: A linda cidade que ele fotografou é
Brasília.
 concreto: é aquele que designa o ser
propriamente dito, com existência
própria e independente de outros seres.
Ex.: A escola tem biblioteca e cantina.
Deus, fada, duende, fantasma.
Classificação

 abstrato: é aquele que designa ação,


sensação, estado ou qualidade dos
seres. Ex.: A justiça é a verdade em
ação;
 simples: é aquele formado por apenas
um elemento. Ex.: carroça, moleque,
amor, rio;
 composto: é aquele formado por dois ou
mais elementos. Ex.: pé de moleque,
pedra-sabão, passatempo, girassol etc.;
Classificação

 primitivo: é aquele que não deriva de


nenhuma outra palavra dentro da própria
língua. Ex.: ferro, piano, tinta;
 derivado: é aquele que se origina de
outra palavra. Ex.: ferreiro, pianista,
tintura;
 coletivo: é o substantivo comum que, no
singular, designa um conjunto de seres.
Exemplo: flora, arquipélago (de ilhas),
cardume (de peixes), multidão
(de pessoas).
Flexão

 Gênero: feminino e masculino – freguês/


freguesa;
 epicenos: são palavras de um único
gênero, ou seja, a palavra feminina é
sempre feminina e a masculina é sempre
masculina, como em: mesa (palavra
feminina); copo (palavra masculina);
 comuns de dois gêneros: uma forma só
para os dois gêneros, como em artista,
jornalista, cliente;
 sobrecomuns: um gênero só para
designar pessoas de ambos sexos, como
em o cônjuge, a testemunha, a vítima.
Flexão

 Número: singular e plural – ação – ações,


açúcar – açúcares;
 Grau: diminutivo, aumentativo.
Forma analítica:
 aumentativo analítico: nariz grande.
 diminutivo analítico: nariz pequeno.
Forma sintética utilizando sufixos:
 aumentativo sintético: narigão.
 diminutivo sintético: narizinho.
Interatividade

Sobre o substantivo, consideram-se:


I.Na norma padrão culta, a flexão plural
precisa ser respeitada, como no
exemplo: “as, minhas, aquelas – saídas”
II.O substantivo é uma classe de palavra
invariável.
III.Para indicar feminino do substantivo
freguês, acrescenta-se elemento: freguesa.
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) I e III
Resposta

Sobre o substantivo, consideram-se:


I.Na norma padrão culta, a flexão plural
precisa ser respeitada, como no
exemplo: “as, minhas, aquelas – saídas”
II.O substantivo é uma classe de palavra
invariável.
III.Para indicar feminino do substantivo
freguês, acrescenta-se elemento: freguesa.
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) I e III
Adjetivo

 Delimita os seres por meio da


caracterização, ou seja, expressa
qualidade, estado, aparência dos seres,
modificando os substantivos e pronomes.
 São palavras como alto, amarelo, lento,
dengoso etc., que expressam qualidades e
aparecem associadas a nomes como
carne assada, camisa rosa, boi gordo.
 Flexiona-se em gênero e número.
Adjetivo

 Deixa-se articular pelo advérbio “tão” e


aceita o sufixo “mente”;
(3) A (minha, aquela) amiga (tão) sincera.
(4) Um (este, meu) sujeito (tão) digno.
 Em (3), o adjetivo sincera tem variação
para o masculino sincero e dele poderia
derivar sinceramente.
 Da mesma forma, em (4), digno tem o
feminino digna e dele pode derivar
dignamente.
Adjetivação

Assim como para o substantivo, o


mecanismo é eficiente mesmo quando há
adjetivação de substantivo, como no
seguinte exemplo:
 Ele é (tão) homem para isso.
 Veja, então, que o adjetivo pode receber
o acréscimo sintático do intensificador e
variar em gênero e número, além de estar
articulado a um substantivo. Esse fato é
relevante para diferenciá-lo do advérbio.
Classificação

 Primitivo: é aquele que não deriva de


outra palavra em língua portuguesa. Ex.:
preço baixo, casa nova;
 Derivado: é aquele que deriva de um
substantivo, verbo ou outro adjetivo. Ex.:
prédio comercial (derivado do
substantivo comércio); acordo
negociável (derivado do verbo negociar);
vida indigna (derivado do adjetivo digno);
 Adjetivo simples: é aquele que tem um
único radical. Ex.: chá verde, patrimônio
cultural, camiseta preta.
Classificação

 Composto: é aquele formado por dois ou


mais radicais. Ex.: conhecimento
sociocultural, tecnologia
anglo-americana;
 Pátrio ou gentílico: é aquele que se
refere à nacionalidade ou ao lugar de
origem;
Exemplos: comida italiana, pintor
francês, música brasileira, charuto
cubano.
Flexões do adjetivo: gênero

 Os adjetivos, na formação do feminino,


podem ser uniformes e biformes.
 Uniformes: são os que apresentam uma
só forma para acompanhar os
substantivos masculinos e femininos.
Ex.: povo lusíada/ nação lusíada
(diferente de povo brasileiro/ nação
brasileira);
 Biformes: são aqueles que apresentam
uma forma para o masculino e outra para
o feminino. Ex.: japonês/ japonesa.
Flexões do adjetivo: número

 Adjetivo pode ser: singular e plural.


Ex.: aluno estudioso/alunos estudiosos.
Formação do plural dos adjetivos:
 Alguns adjetivos seguem a mesma regra
de plural dos substantivos, mas outros
são invariáveis, como:
 Adjetivo simples: há casos em que não
ocorre variação. Ex.: critério simples /
solução simples;
 Adjetivo composto: normalmente só o
último varia quando formados por dois
adjetivos. Ex.:amizades afro-americanas,
folhas verde-escuras.
Locução adjetiva

Formada por:
 preposição + substantivo: amor de filho –
amor filial; casa da mãe – casa materna;
 preposição + advérbio: amor para sempre,
porta da frente, comida de ontem.

Locuções adjetivas que não são


substituídas por adjetivo:
 Casa de Fátima.
 Barraco de madeira.
 Sala de jantar.
Interatividade

Ao usar a estratégia de acrescentar o


advérbio “tão” antes da palavra para
verificar se é adjetivo ou não, temos o
seguinte grupo adjetivo:

a)Negócio, culto, trabalho.


b)Americano, culta, verde.
c)Sadia, Portugal, mãe.
d)Exagero, esperteza, beleza.
e)Maldade, amor, variação.
Resposta

Ao usar a estratégia de acrescentar o


advérbio “tão” antes da palavra para
verificar se é adjetivo ou não, temos o
seguinte grupo adjetivo:

a)Negócio, culto, trabalho.


b)Americano, culta, verde.
c)Sadia, Portugal, mãe.
d)Exagero, esperteza, beleza.
e)Maldade, amor, variação.
ATÉ A PRÓXIMA!

Você também pode gostar