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Classes de palavras

As classes de palavras pode ser VARIÁVEIS e INVARIÁVEIS, de acordo com a


possibilidade ou a impossibilidade de se combinarem com os morfemas flexionais
ou desinências.

São variáveis (palavras que admitem flexão ou mudança, por exemplo em género
e em número) os substantivos, os adjectivos, os artigos, os numerais, os
pronomes; os verbos, que se combinam com morfemas gramaticais que
expressão número, género; e para os verbos, em tempo, modo, aspecto, número e
pessoa.

São invariáveis (palavras que não admitem a flexão ou mudança, por exemplo em
género ou em número) os advérbios, as preposições, as conjunções e as
interjeições.

Podem ainda distinguir CLASSES ABERTAS de CLASSES FECHADAS DE PALAVRAS.

As CLASSES ABERTAS são constituídas por um número ilimitado, infinito de


palavras, uma vez que a evolução consente a entrada permanente de novas
palavras ou termos. São abertas as classes de nomes, dos verbos, adjectivos, dos
advérbios, e de interjeições.

As CLASSES FECHADAS são constituídas por um número finito, limitado de palavras


ou vocábulos, como é o caso dos pronomes, conjunções, os determinantes, os
quantificadores e preposições.

AS 10 CLASSES GRAMATICAIS
1. SUBSTANTIVO

Substantivo é a palavra variável com que designamos ou nomeamos tudo o que


tem substância, tudo o que existe, tudo o que imaginamos existir ou tudo o que é
conceito abstrato. É por isso que o substantivo é chamado de “nome”.

Ex: O discurso daquele aluno provocou grande alegria no professor.

Substantivação

A substantivação é o processo de tornar qualquer classe gramatical num


substantivo. Qualquer morfema, palavra, expressão ou frase pode se tornar um
substantivo desde que esteja acompanhada de algum determinante (artigo,
pronome, numeral, adjetivo, locução adjetiva) ou tenha valor substantivo
(designador) no contexto:
– O meu nome tem um a e da Joana tem dois.
– Aquela blusa é preta? (Adjetivo) / Preta, você ama-me? (Substantivo).

Classificação dos substantivos

O substantivo pode ser classificado segundo sua formação e sua significação.

a) Quanto à formação ou forma, os substantivos podem ser primitivos,


derivados, simples e compostos.

Substantivo primitivo é aquele que não se forma de nenhuma outra e que, pelo
contrário, permitem que delas se originem novas palavras numa língua. Ex: fumo,
terra, novo, árvore, folha, flor, carta, dente.

Substantivo derivado é aquele que se forma a partir de outras palavras da língua,


mediante o acréscimo ao seu radical de um prefixo ou um sufixo. Ex: fumaça,
terreno, novidade, arvoredo, folhagem, florista, carteiro, dentista.

Substantivo simples é aquele que possui apenas um único radical, seja primitivo,
seja derivada. Ex: mar; novidade, fumo, fumaça, terreno.

Substantivo composto é aquela que possui mais de um radical. Junção de mais


de um substantivo simples para formar um novo nome. Ex: quebra-molas (quebra
+ molas); pontapé (ponta + pé); aguardente (água + ardente).

b) Quanto à significação ou abrangência, os substantivos podem ser comuns,


próprios, concretos, abstratos e coletivos.

Substantivos comuns são nomes de coisas, animais, pessoas não únicas ou não
individuais. Ex: homem, montanha, professor, mulher, planeta, país, rio, animal,
estrela, flor, etc.

Substantivos próprios são nomes de coisas, animais, pessoas únicas ou


individuais. Ex: Cairo, Angola, Ana, Marte, Argentina, Huambo, Baixa de Cassanje,
Cuíma, etc.

Substantivos concretos são nomes de coisas pertencentes ao mundo físico. São


nomes que indicam seres de existência real.

São, segundo Rodrigues Lapa, aqueles que a sua coisa nomeada atinge pelo
menos um dos cinco sentidos humanos (visão, audição, olfacto, paladar e tacto).
Ex: armário, cidade, formiga, sereia, abacateiro, etc.
Substantivos abstratos são nomes de coisas pertencentes ao mundo não físico.
Indicam noções, estados, qualidades, sentimentos ou acções.

São, segundo Rodrigues Lapa, aqueles que a sua coisa nomeada não atinge
nenhum dos cinco sentidos humanos (visão, audição, olfacto, paladar e tacto). Ex:
dor, tristeza, amor, pureza, maturidade, lealdade, atenção, clareza, honestidade,
conquista, paixão, etc.

A existência dos nomes abstratos depende sempre de existência de um ser


concreto. Ou seja, para que haja lealdade é necessário haja um ser que manifeste
lealdade a alguém ou a algo.

Substantivos colectivos são nomes que, estando no singular, indicam conjunto


de coisas pertencentes a mesma natureza. Nunca podem ser escritos no plural.

Alguns substantivos colectivos em português:


a) colectivos que indicam grupos de pessoas; assembleia – conjunto de pessoas
reunidas; banca – conjunto de examinadores; banda – conjunto de músicos;
bando – conjunto de desordeiros ou malfeitores; batalhão – conjunto de
soldados; caravana – conjunto de viajantes ou peregrinos; falange – conjunto
de tropas, anjos; heróis; horda – conjunto de bandidos, invasores; junta –
conjunto de médicos, conjunto de examinadores, conjunto de credores; júri –
conjunto de jurados; legião - conjunto de anjos, conjunto de demónios;
conjunto de soldados, leva - conjunto de presos, conjunto de recrutas; turma –
conjunto de estudantes, conjunto de trabalhadores, conjunto de pessoas em
geral; criançada – conjunto de crianças; etc.

b) colectivos que indicam conjuntos de animais ou vegetais; alcateia – conjunto


de lobos; cacho – conjunto de frutas; cáfila – conjunto de camelos; cardume –
conjunto de peixes; colmeia – conjunto de abelhas; etc.

c) colectivos que indicam conjuntos de coisas; molho – conjunto de verduras;


conjunto de chaves; ninhada – filhotes de aves; nuvem – conjunto de insectos
(gafanhotos, mosquitos); acervo – conjunto de obras artísticas; antologia –
conjunto de trechos literários selecionados; armada – conjunto de navios de
guerra; arquipélago – ilhas; arsenal – conjunto de armas e munições, etc.
Flexão dos substantivos

Género dos substantivos


Os substantivos em português podem pertencer ao género masculino ou ao
género feminino.

São masculinos os substantivos a que se pode antepor o determinante (artigo) o; e


são femininos os substantivos a que se pode antepor o determinante (artigo) a.

Ex1: o homem, o gato, o dia, o menino, o mar, o pó, etc.


Ex2: a mulher, a gata, a semana, a menina, a terra, a mesa, etc.

O uso das palavras masculino e feminino costuma provocar confusão entre a


categoria gramatical (género) e a característica biológica ou fisiológica (sexos).
Para evitar essa confusão, observe que definimos género como um facto ligado à
concordância das palavras em seu relacionamento linguístico: pó, por exemplo, é
um substantivo masculino pela concordância que estabelece com o determinante
(artigo) do masculino o, e não porque se possa pensar num possível
comportamento sexual das partículas de poeira. Casos há nos quais se pode
relacionar o género ao sexo: trata-se de palavras que designam pessoas e
animais, como, por exemplo, os pares professor/professora ou gato/gata. Há
outros casos nos quais um único género, gramatical determine palavras que
indiquem seres de ambos os sexos (masculino e feminino); é o caso da palavra
criança, palavra do género feminino que pode designar seres do sexo masculino
ou do feminino.

Portanto, género (masculino/feminino) é uma palavra do âmbito gramatical,


enquanto sexo é uma palavra do âmbito biológico ou fisiológico. Nem tudo o que a
gramática atribui um género tem fisiologicamente um sexo; no caso das palavras
carteira, livro, ideia, computador, raiva, etc, palavra pertencentes a um dado o
género gramatical (masculino/feminino) mas que não tem um sexo.

Formação do género feminino

Na formação do feminino dos substantivos, existe nomes que não mudam de


forma quando passam a indicar o gênero oposto, são chamados substantivos
uniformes, e outros mudam de forma quando passa a indicar gêneros oposto, os
denominados por substantivos biformes.

Substantivos biformes
Os substantivos que mudam de forma para indicar seres humanos ou animais
pertencentes aos gêneros oposto: uma forma para o masculino e outra para o
feminino, podem apresentar um mesmo radical ou radicais diferentes; no primeiro
caso, a formação do feminino está ligada principalmente à forma da terminação da
palavra: maior parte dos substantivos terminados em -o forma o feminino pela
substituição desse -o por -a; ex: menino/menina; gato/gata; pombo/pomba; etc.

Maior parte dos substantivos terminados em consoante forma o feminino pelo


acréscimo da desinência -a; ex: freguês/freguesa; camponês/camponesa;
cantor/cantora; professor/professora; deus/deusa; juiz/juíza; excepto os pares
actor/actriz e imperador/imperatriz; para embaixador, existem as formas
embaixatriz (esposa do embaixador) e embaixadora (mulher que ocupa o cargo
mais alto da embaixada). Ou seja, o feminino de embaixador é embaixadora.

Maior parte dos substantivos terminados em -ão forma o feminino pela substituição
de -ão por -ã. Ex: cidadão/cidadã; órfão/órfã; anfitrião/anfitriã.

Outros terminados em -ão forma o feminino pela substituição de -ão por –ao. Ex:
leão/leoa, patrão/patroa, leitão/leitoa. Nos aumentativos, a substituição é por -ona:
sabichão/sabichona, valentão/valentona; excepto nos pares sultão/sultana;
cão/cadela; ladrão/ladra; perdigão/perdiz; barão/baronesa.

Alguns substantivos ligados a títulos de nobreza, ocupações ou dignidades formam


femininos em -esa, -essa, -isa. Ex: abade/abadessa, conde/condessa,
visconde/viscondessa, cônsul/consulesa, duque/duquesa, barão/baronesa,
poeta/poetisa, profeta/profetisa, sacerdote/sacerdotisa.

Alguns substantivos terminados em -e formam o feminino com a substituição de -e


por -a. Ex: mestre/mestra, elefante/elefanta, infante/infanta, parente/parenta
(nomenclatura brasileira), monge/monja. Segundo a norma portuguesa, mestre,
elefante, infante, parente, são uniformes. Ou seja, mestra, elefanta, infanta,
parenta não existem.

Alguns substantivos apresentam formações irregulares para o feminino: avô/avó,


silfo/sílfide, réu/ré, herói/heroína, rei/rainha.

Entre os substantivos biformes cujas formas masculinas e femininas apresentam


radicais diferentes, destacam-se os seguintes pares: cavaleiro/amazona,
padrasto/madrasta, cavalheiro/dama, genro/nora, padrinho/madrinha, etc.
Substantivos uniformes

Os substantivos que não mudam de forma para indicar seres ou coisas


pertencentes aos gêneros oposto: uma única forma para o masculino e feminino,
podem ser comuns de dois, sobrecomuns e epicenos.

Substantivos comuns-de-dois ou comuns de dois géneros: o feminino deste


distingue-se do masculino a partir do determinante do nome. Ex: o agente / a
agente, o dentista / a dentista, o intérprete / a intérprete, o artista / a artista, o
estudante / a estudante, o jornalista / a jornalista, o camarada / a camarada, o
gerente / a gerente, etc.

Além do determinante artigo, pode ser usado determinantes pronomes. Ex: meu
dentista / minha dentista; aquele estudante / aquela estudante.

Substantivos sobrecomuns: são aqueles nomes que indicam seres representados


por um determinante de um único género gramatical, mas que representa seres
dos dois sexos. Ex: a testemunha, o indivíduo, a criança, a criatura, o cônjuge, a
vítima, etc.

Substantivos epicenos: são aqueles seres representados pelo determinante de


único género gramatical mas que se distingue o feminino do masculino a partir do
acréscimo das palavras fêmea ou macho ao nome. Ex: a águia macho / a águia
fêmea; a cobra macho / a cobra fêmea; o jacaré macho / o jacaré fêmea; a baleia
macho / a baleia fêmea; a borboleta macho / a borboleta fêmea, o crocodilo macho
/ o crocodilo fêmea; etc.

Substantivos de género vacilante

Há muitos substantivos cujo emprego, mesmo na língua culta, apresenta oscilação


de género. Em alguns casos, pode-se recomendar a adopção de um dos dois
géneros; em outros, consideram-se aceitáveis ambos usos. Apresentamos a seguir
os principais casos: género masculino: o aneurisma, o clã, o matiz, o apêndice, o
dó, o plasma, etc. Género feminino: a agravante, a couve, a comichão, a entorse, a
aguardente, a couve-flor, a derme, a génese, a sentinela. Usados em ambos os
géneros: o/a aluvião, o/a caudal, o/a personagem, o/a tapa, o/a amálgama, etc.

Género e mudança de significado


Há substantivos cuja mudança de género acarreta mudança de significado.
Observe a seguir os principais casos:

o cabeça Chefe, líder;


a cabeça parte do corpo ou de um objecto, pessoa muito
inteligente
o capital conjunto de bens
a capital cidade onde se localiza a sede de uma país, província
o crisma óleo usado num dos sacramentos religiosos
a crisma cerimónia religiosa
Em alguns casos, o que ocorre não é flexão de género, e sim homonímia: trata-se
de palavras iguais na forma, mas de origem, género e significado diferentes. As
principais são: o cisma: separação, dissidência; a cisma: preocupação, suspeita; o
grama unidade de massa; a grama relva, planta rasteira; o lente: professor; a lente:
instrumento óptico.

Número dos substantivos


Os substantivos flexionam-se também em número: podem assumir a forma do
singular (referem-se a um único ser ou a um único conjunto de seres) ou do plural
(referem-se a mais de um ser ou conjunto de seres).

Regra geral, o substantivo varia no plural, pelo acréscimo de desinência de


número (-s), a fim de indicar quantidade. Carros indica mais de um carro; couves-
flores indica mais de uma couve-flor.

Exemplos: casa/casas, pele/peles, saci/sacis, cipó/cipós, chapéu/chapéus,


troféu/troféus, degrau/degraus etc.

Há, porém, outras maneiras de pluralizar um substantivo. Vejamos agora as regras


para os substantivos simples (aqueles que têm apenas um radical) e, depois, para
os substantivos compostos (aqueles que têm mais de um radical).

Formação do plural
Plural dos Substantivos simples

Singular Terminação Plural


chão, vão, mão, grão (exceto cão e -ão / -s (monossílabos e chãos, vãos, mãos, grãos
pão); órgão, sótão, bênção, acórdão paroxítonos) (cães e pães); órgãos,
sótãos,
bênçãos, acórdãos
cristão, cidadão, irmão, pagão, demão ão / -s (oxítonos) cristãos, cidadãos, irmãos,
pagãos, demãos
alemão, capelão, capitão, escrivão, -ão / -es (oxítonos) alemães, capelães,
sacristão, tabelião, catalão capitães, escrivães,
sacristães,
tabeliães, catalães
leão, sabão, caixão, canhão, folião, -ão / -ões (oxítonos) – a leões, sabões, caixões,
estação, visão, razão, limão, nação maioria se faz assim canhões, foliões,
estações, visões,
razões, limões, nações
anão, ancião, aldeão, artesão, -ão / -s, -es, -ões anãos/ões,
corrimão, (oxítonos) – mais de anciãos/es/ões,
cirurgião, charlatão, ermitão, faisão, uma aldeãos/es/ões,
guardião, refrão, sacristão, verão, forma de plural artesãos/ões*,
vilão, corrimãos/ões,
zangão cirurgiães/ões,
charlatães/ões,
ermitãos/es/
ões, faisães/ões,
guardiães/ões,
refrães/ões,
sacristães/ões,
verãos/ões, vilão/es/ões,
zangãos/ões
canal, quintal, anel, carretel, álcool, -al, -el, -ol, -ul / -is¹ canais, quintais, anéis,
farol, paul, Raul carretéis, álcoois (ou
alcoóis),
faróis, pauis, Rauis
perfil, funil, barril, fóssil, têxtil, míssil -il / -s (oxítonos), -eis perfis, funis, barris,
(paroxítonos)² fósseis, têxteis, mísseis
bombom, fim, refém, totem, dom -m / -ns bombons, fins, reféns,
totens (ou tótemes, plural
de
tóteme), dons
abdômen, hífen, pólen, nêutron -n / -s, -es³ abdomens ou abdômenes,
hifens ou hífenes, polens
ou
pólenes, neutrons ou
nêutrones
hambúrguer, caráter, par, sênior, -r / -es (em alguns, há hambúrgueres,
júnior deslocação da tônica) caracteres, pares,
seniores, juniores
lilás, mês, revés, obus / (o) pires, -s / -es (monossílabos e lilases (ou os lilás),
atlas oxítonos) / pluralizados meses, reveses, obuses /
(grande), (nosso) ônibus, (excelente) pelo os pires, atlas
ourives, (um) cais, (um) xis / fezes, determinante / sempre grandes, nossos ônibus,
núpcias, óculos, víveres, pêsames pluralizados (por excelentes ourives, dois
formação) cais, dois
xis / aquelas fezes, as
núpcias, meus óculos,
aqueles
víveres, nossos pêsames
(uma) xérox, (meu) tórax, (a) ônix, -x / pluralizados pelo três xérox, meus tórax, as
(poderosa) fênix; fax, sax e box* Determinante ônix, poderosas fênix;
faxes,
saxes e boxes (alguns
estudiosos abonam!)
gravidez, arroz, giz, raiz, paz -z / -es gravidezes, arrozes, gizes,
raízes, pazes
* artesões só será plural de artesão quando for “enfeite de abóbada”.

¹ Exceções: aval (avais, avales), cal (cais, cales), cônsul (cônsules), fel (féis,
feles), mal (males), mel (méis, meles), mol (móis, moles).

² Cuidado com réptil e projétil, pois tais palavras também podem ser oxítonas
(reptil e projetil), logo há dois plurais para cada: reptis/répteis; projetis/projéteis. O
plural de til é tiles ou tis.

³ O plural de cânon ou cânone é cânones, e de éden, edens.

* Existem alguns substantivos terminados em -x que apresentam formas variantes


terminadas em -ce; nesses casos, não variamos a forma terminada em -x, mas
variamos a outra: o cálix ou o cálice > os cálix ou os cálices; o códex ou o códice >
os códex ou os códices; o córtex ou o córtice > os córtex ou os córtices; o índex ou
o índice > os índex ou os índices; a fênix ou a fênice > as fênix ou as fênices; o
clímax ou o clímace > os clímax ou os clímaces etc.

Ainda, por força da tradição, se recomenda que tais palavras não variem!

Veja mais!

Plural de substantivos no diminutivo (zinhos/zitos)

Coloca-se a palavra no plural, retira-se o -s, junta o sufixo.


– balão > balões > balõe + zinhos = balõezinhos
– cão > cães > cãe + zitos = cãezitos
– flor > flores > flore + zinhas = florezinhas
– português > portugueses > portuguese + zinhos = portuguesezinhos
– paz > pazes > paze + zinhas = pazezinhas

Plural de substantivos próprios, de palavras substantivadas, de letras e de


siglas

Os substantivos próprios variam normalmente:

– Os Fernandos e os Joãos/Joões normalmente chamam a atenção de todos (para o bem ou


para o mal): Fernando de Mello, Fernandinho, Fernando Cardoso, Fernando Luís, senhor João,
Dom João VI, Joãozinho, etc.

As palavras substantivadas variam normalmente:

– Aquela aluna passou na prova dos noves, com dois oitos consecutivos. Não
houve um isso que a reprovássemos.
Obs.: Os numerais terminados em -s (três) e em -z (dez) não geralmente se
pluralizam.

As “letras”, no plural, se dobram ou se escrevem por extenso:

– Temos de colocar os pingos nos ii ou nos is?

As siglas se pluralizam com um modesto s minúsculo ao fim:

– Comprei vinte DVDs para presentear meus parentes e amigos.

Não se pluralizam certos substantivos

Existem substantivos chamados de não contáveis, pois não podem ser


enumerados.

Normalmente, denotam alguns metais e alguns produtos alimentícios. Os


abstratos, entretanto, são a maior parte desses substantivos não pluralizáveis.
Vejamos alguns: cobre, prata, ferro, aço, ouro, sumo, vinho, água, açúcar, leite,
coragem, eletricidade, saudade, amor, liberdade, fogo, norte, leste, oeste, fé etc.

Em linguagem figurada, podem tais palavras variar. É interessante dizer que


“amores” e «“liberdades”, conotam, respectivamente, “carinho” e “intimidade”:
“Como estão, meus amores?” e “Eu não te dou essas liberdades, hein!”.

Substantivos no singular com sentido plural


Quando certos substantivos são tomados com sentido genérico, a ideia é plural.
Veja:
– Definitivamente, o homem (= homens) precisa respeitar a mulher.
– O índio (= os índios) foi, está e continuará sendo massacrado?
– Sem dúvida nenhuma, a mulher (= as mulheres) já conquistou seu espaço.

Plural dos substantivos estrangeiros


Segundo Cegalla, “substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos
como na língua original, acrescentando-se-lhes um s (exceto quando terminam em
s ou z). Exemplos: os shorts, os dancings, os shows etc.”.

Plural dos Substantivos compostos


A formação do plural dos substantivos compostos depende da forma como são
grafados, do tipo de palavras que formam o composto e da relação que
estabelecem entre si.
Aqueles compostos que não são ligados por hífen comportam-se como os
substantivos simples: – aguardente/aguardentes, malmequer/malmequeres,
girassol/girassóis, pontapés, etc.

O plural dos substantivos compostos cujos elementos são ligados por hífen
costuma provocar muitas dúvidas e discussões. Algumas orientações são dadas a
seguir:

1. Se a palavra é constituída por dois substantivos, ambos vão para o plural:


feijão-frade/feijões-frades, porco-espinho/porcos-espinhos, couve-flor/couves-
flores, tenente-coronel/tenentes-coronéis, mestre-escola/mestres-escolas, etc.
2. Se a palavra é composta por dois substantivo e adjectivo, ambos vão para o
plural: amor-perfeito/amores-perfeitos, obra-prima/obras-primas, água-
marinha/águas-marinhas, gentil-homem/ gentis-homens, capitão-mor/capitães-
mores, salvo-condutor/salvos-condutores, guarda-noturno/guardas-noturnos,
etc.
3. Se a palavra é constituída por dois substantivos mas o segundo especifica a
função ou a natureza do primeiro ou exprime uma noção de fim, só o primeiro
vai para o plural: balão-sonda/balões-sonda, navio-escola /navios-escola,
decreto-lei/decretos-lei, palavra-chave/palavras-chave, escola-modelo/escolas-
modelo, etc.
4. Se a palavra é constituída por dois substantivos unidos por preposição, só o
primeiro vai para o plural: balão-de-ensaio/balões-de-ensaio,
bicho-da-seda/bichos-da-seda, bico-de-obra/bicos-de-obra,
estrela-do-mar/estrelas-do-mar, pão-de-ló/pães-de-ló, alfinete-de-ama/alfinete-
de-ama, caminho-de-ferro/caminhos-de-ferro, etc.
5. Se a palavra é constituída por verbo ou palavra invariável e substantivo ou
adjectivo, só os segundos elementos vão para o plural: quebra-mola /quebra-
molas, guarda-chuva/guarda-chuvas, porta-voz/porta-vozes,
vice-presidente/vice-presidentes, abaixo-assinado/abaixo-assinados,
semi-frio/semi-frios, ex-ministro/ex-ministros, grão-mestre/grão-mestres, recém-
nascido/recém-nascidos, etc.
6. Se a palavra é constituída por dois verbos, só o segundo vai para o plural:
corre-corre/corre-corres, chupa-chupa/chupa-chupas, etc.
7. Se a palavra é constituída por um verbo e um substantivo no plural, matem a
mesma forma da palavra e pluraliza-se apenas o determinante: o arranha-
céus/os arranha-céus, o guarda-redes/os guarda-redes, o limpa-chaminés/os
limpa-chaminés, o quebra-cabeças/os quebra-cabeças, o saca-rolhas/os saca-
rolhas, o tira-nódoas/os tira-nódoas, etc.

Grau dos substantivos


Os substantivos podem ser modificados a fim de exprimir intensificação, exagero,
atenuação, diminuição ou mesmo deformação de seu significado. Essas
modificações, que constituem as variações de grau do substantivo, são
tradicionalmente consideradas um mecanismo de flexão. Eles flexionam-se de três
graus: Normal, aumentativo e diminutivo.

No grau normal, não há alteração: intensificação, exagero, atenuação, diminuição,


deformação, do substantivo. O substantivo mantem a forma.

O grau aumentativo e diminutivo dos substantivos, onde há alteração do


substantivo, podem ser formados por dois processos:

a) o sintético - consiste no acréscimo de sufixos aumentativos ou diminutivos à


forma normal do substantivo. É, na verdade, um típico caso de derivação sufixal:
rato – ratão (aumentativo sintético) rato - ratinho (diminutivo sintético);

b) o analítico - a forma normal do substantivo é modificada por adjectivos que


indicam aumento ou diminuição de proporções. E um caso típico de determinação
sintáctica: rato - rato grande (aumentativo analítico), rato pequeno (diminutivo
analítico).

O diminutivo sintético pode não indicar apenas tamanho. É evidente também seu
valor afectivo. No uso efectivo da língua, as formas sintéticas de indicação de grau
são normalmente empregadas para conferir valores afectivos aos seres nomeados
pelos substantivos. Observe formas como: amigão, partidão, bandidaço,
mulheraço; livrinho, ladrãozinho, entre outros. o que interessa é transmitir dados
como carinho, admiração, ironia ou desprezo, e não noções ligadas ao tamanho
físico dos seres nomeados.
2. ARTIGO
O Artigo é uma classe gramatical que funciona sempres como determinante 1, visto
que vem sempre antes do nome. Ele pode ser: definido ou indefinido.

Artigo definido emprega-se para indicar seres conhecidos e do domínio da pessoa


que fala. Ex: O rapaz viu o filme. Neste exemplo, tanto o rapaz como o filme
aparecem identificados (não é qualquer rapaz ou qualquer filme), são
apresentados como conhecidos.

Artigo indefinido emprega-se para indicar seres não conhecidos e do não domínio
da pessoa que fala. Ex: Um rapaz viu um filme. Neste exemplo, tanto rapaz como
o filme aparecem como não identificados, são apresentados como não conhecidos.

O Artigo pode indicar afetividade, familiaridade, intimidade. Por essa razão, aos
nomes de pessoas célebres da história e àquelas as quais se quer demonstrar
respeito, não se deve usar antes deles um artigo, excepto se antes do nome
aparecer o título.

– Mandei uma carta a Mário Pinto de Andrade e a Agostinho Neto, na época em


que ele estavam da Casa dos Estudantes do Império. (os as antes dos nomes
Mário e Agostinho são apenas preposição exigida pelo verbo mandar).

– Fiquei feliz com o primeiro discurso do presidente João Lourenço à nação.

O artigo (quer definido quer indefinido) pode aparecer contraído com algumas
preposições: a + o = ao; a +a = à; de + os = dos; em + o = no; per + o = pelo; per +
as = pelas; em + uma = numa; de + um = dum; etc.

3. ADJECTIVOS

Adjectivo é a palavra variável que caracteriza o substantivo, atribuindo-lhe


qualidades (ou defeitos) e modos de ser, ou indicando-lhe o aspecto ou o estado: –
homem forte e eficiente.

Observe que é necessário apresentar a relação que se estabelece entre o


substantivo e o adjectivo para poder conceituar este último. Na realidade,
substantivos e adjectivos apresentam muitas características semelhantes e, em

1
- Além do artigo, funcionam como determinantes os pronomes possessivos, demonstrativos,
indefinidos e interrogativos quando postos antes do nome sem o papel anafórico ou catafórico.
muitas situações, a distinção entre ambos só é possível a partir de elementos
fornecidos pelo contexto:
a) o jovem angolano tomou-se participativo;
b) o angolano jovem enfrenta dificuldades para ingressar no mercado de trabalho.

Na primeira frase, jovem é substantivo, e angolano é adjectivo. Na segunda,


invertem-se esses papéis: angolano é substantivo, e jovem é adjectivo.

Ser adjectivo ou ser substantivo não decorre, portanto, de características


morfológicas da palavra, mas de sua actuação efectiva numa frase da língua, por
essa razão, algumas gramáticas chamam de nome ao substantivo e ao adjectivo,
embora o adjectivo seja conhecido como nome caracterizador ou qualificador de
outro nome que, em função do contexto, não desempenha esse papel de
caracterizador.

Há conjuntos de palavras que têm o valor de um adjectivo: são as locuções


adjectivas. Essas locuções são normalmente formadas por uma preposição e um
substantivo ou por uma preposição e um advérbio; para muitas delas, existem
adjectivos equivalentes: conselho de pai (= paterno), inflamação da boca (= bucal),
atitude sem qualquer cabimento (= descabido), etc.

Classificação

Quanto à sua estrutura e formação, os adjectivos têm classificação idêntica aos


dos substantivos: são primitivos ou derivados, simples ou compostos.

Os adjectivos primitivos não são formados por derivação de nenhuma outra


palavra: deles é que se formam outras palavras. São exemplos: azul, branco,
brando, claro, curto, grande, livre, etc.

Adjectivos derivados são aqueles formados por derivação de outras palavras:


invisível, infeliz, esverdeado, desconfortável, azulado, entristecido, brandíssimo,
etc.

Os adjectivos simples apresentam um único radical em sua estrutura. Ver todos os


exemplos apontados no item anterior.

Os compostos apresentam pelo menos dois radicais em sua estrutura: luso-


africano, afro-americano, político-institucional, socioeconómico

Adjectivos pátrios
Os adjectivos referentes a países, estados, regiões, cidades ou localidades são
conhecidos como adjectivos pátrios.

Conhecê-los é importante para evitar erros e construir frases mais concisas. Por
isso, leia com atenção as relações de adjectivos pátrios colocadas a seguir.

Ex: amazonas – amazonense ou baré; Bahia – baiano; Brasil – brasileiro; Brasília


– brasiliense; Fortaleza – fortalezense; Goiania – goianiense; Goiás – goiano,
Açores – açoriano; Alentejo – alentejano; Algarve - algarvio ou algarviense; Angola
– angolano; Aveiro – aveirense; Beira - beirão ou beirense; Beja – bejense; Braga
– bracarense; brácaro ou braguês; Bragança – bragantino, bragançano,
branganção, brigantino ou bragancês; Cabo Verde - cabo-verdiano; Guiné-Bissau
– bissau-guineense; Luanda – luandense; Assunção – assuncionenho; Boston –
bostoniano; Buenos Aires – buenairense, bonaerense ou portenho; Chicago –
chicaguense; Costa Rica - costa-riquenho ou costa-riquense; Equador –
equatoriano; Estados Unidos – estadunidense, norte-americano ou ianque;
Guatemala – guatemalteco; Panamá – panamenho; Porto Rico - porto-riquenho;
Afeganistão - afegão ou afegane; Andaluzia – andaluz; Argélia -, argelino ou
argelano; Armênia – arménio; Azerbaijão – azerbaijano; Barcelona - barcelonês ou
barcelonense; Baviera – bávaro; Bélgica – belga, etc.

Flexão dos adjectivos


Os adjectivos se flexionam em género e número e apresentam variações de grau
bem mais complexas que as dos substantivos.

Género dos adjectivos


O adjectivo concorda em género com o substantivo a que se refere: – um
comportamento estranho, – uma atitude estranha, – um jornalista activo, – uma
jornalista activa, etc.

Os adjectivos também são classificados em biformes e uniformes.

Adjectivos biformes
Possuem uma forma para o género masculino e outra para o género feminino. A
formação do feminino desses adjectivos costuma variar de acordo com a
terminação da forma masculina, de modo semelhante ao que acontece com os
substantivos.

Os adjectivos terminados em -o trocam essa terminação por -a: activo/activa,


branco/branca, honesto/honesta, etc. Em alguns casos, além da mudança na
terminação, há alteração no timbre da vogal tónica, que de fechado passa a
aberto: –brioso/briosa, formoso/formosa, grosso/grossa, etc.

Os adjectivos terminados em -ês, -or, -e, -u geralmente recebem a terminação -a:


–português/portuguesa, sedutor/sedutora, cru/crua, entre outros.

Exceptua-se: – hindu, cortês, pedrês, incolor, multicor, bicolor, tricolor e as formas


comparativas maior, melhor, menor, pior, superior, inferior, anterior, posterior, que
são invariáveis. Destaque-se também o par mau/má.

Os adjectivos terminados em -ão trocam essa terminação por -a, -ona e, mais
raramente, por -oa: – são/sã, chorão/chorona, beirão/beiroa, catalão/catalã,
comilão/comilona

Os adjectivos terminados em -eu trocam essa terminação por -éia; os terminados


em -éu, por -oa: – plebeu/plebeia, ateu/ateia, tabaréu/tabaroa, ilhéu/ilhoa.
Destaquem-se judeu/judia e sandeu/sandia.

Nos adjectivos compostos por dois adjectivos, apenas o último elemento sofre
flexão: – cidadão luso-brasileiro, cidadã luso-brasileira, casaco verde-escuro, saia
verde-escura;

Nos adjectivos compostos nos quais o segundo elemento é um substantivo são


invariáveis: – amarelo-ouro; marrom-café.
Exceptua-se os compostos surdo(a)-mudo(a) e claro(a)-escuro(a) nos quais
variam os dois elementos.
Adjectivos uniformes:
são os adjectivos que possuem uma única forma para o masculino e o feminino: –
pássaro frágil, ave frágil, actor ruim, actriz ruim, empresa agrícola, planejamento
agrícola, etc.

Número dos adjectivos


O adjectivo concorda em número com o substantivo a que se refere: – governante
capaz -governantes capazes, salário digno - salários dignos.

A formação do plural dos adjectivos simples segue as mesmas regras da formação


do plural dos substantivos simples. Já o plural dos adjectivos compostos segue os
mesmos procedimentos de variação que ocorre na formação do género dos
adjectivos compostos.
Nos adjectivos compostos formados por dois adjectivos, apenas o segundo
elemento vai para o plural: – tratado luso-brasileiro/tratados luso-brasileiros;
intervenção médico-cirúrgica/intervenções médico-cirúrgicas.

Exceptua-se os compostos surdo(s)-mudo(s), pele(s)-vermelha(s) e claro(s)-


escuro(s) nos quais variam os dois elementos.
Os adjectivos compostos em que o segundo elemento é um substantivo são
invariáveis também em número: – recipiente verde-mar / recipientes verde-mar,
uniforme amarelo-canário/ uniformes amarelo-canário. Também são invariáveis,
azul-marinho e azul-celeste: camisa azul-marinho/camisas azul-marinho, camiseta
azul-celeste/camisetas azul-celeste

Os adjectivos compostos podem ser divididos em três tipos:

a) os que são formados por dois adjectivos, como verde-escuro e médico-dentário


- nesses casos, é o segundo elemento que varia para indicar género e número
( verde-escura, verde-escuros, verde escuras; médico-dentária, médico-dentários,
médico dentárias);

b) os que apresentam como um segundo elemento um substantivo, como amarelo-


ouro e verde-mar - adjectivos desse tipo são invariáveis em género e número;

c) os que indicam cores e são formados expressão cor + substantivo - adjectivos


desse tipo são invariáveis, mesmo quando a expressão cor de estiver
subentendida ( papel corderosa, papéis cor-de-rosa; giz ( cor de ) laranja; gizes
( cor de) laranja, carro (cor de) creme, carros ( cor de ) creme; camisa ( cor de )
cinza, camisas ( cor de ) cinza, etc. ).

Grau dos adjectivos

Os adjectivos variam em grau quando se deseja comparar ou intensificar as


características que atribuem. Há, portanto, três graus do adjectivo: o normal, o
comparativo e o superlativo.

Normal

É o adjectivo na ausência da comparação de seres e/ou sem intensificação.

Comparativo

Nesse grau, compara-se a mesma característica atribuída a dois ou mais seres ou


duas ou mais características atribuídas a um mesmo ser.
O comparativo pode ser de igualdade, de superioridade ou de inferioridade, e é
formado por estruturas analíticas de que participam advérbios e conjunções.

Comparativo de superioridade: caracteriza-se por ser uma comparação de dois


elementos de seres diferentes ou do mesmo ser onde um é superior em relação a
outro. Forma-se com a expressão mais… (do) que. Ex: o João ficou mais atentos
(do) que ela. Eles são mais atentos (do) que ansiosos;

Comparativo de inferioridade: caracteriza-se por ser uma comparação de dois


elementos de seres diferentes ou do mesmo ser onde um é inferior em relação a
outro. Forma-se com a expressão menos… (do) que. Ex: Somos menos passivos
(do) que o José. José menos passivos (do) que tolerantes.

Comparativo de igualdade: caracteriza-se por ser uma comparação de dois


elementos de seres diferentes ou do mesmo ser onde nenhum é superior ou
inferior em relação a outro. São no mesmo nível. Forma-se com a expressão tão…
como (ou quanto). José é tão exigente quanto justo. Ele é tão exigente quanto (ou
como) seu irmão;

Superlativo

Esse grau, caracteriaza-se por engrandecer, intensificar a qualidade de um só ser


de forma relativa ou absoluta ao adjectivo. Nesse grau, não se atribui uma
compara; eleva-se apenas um ser. O superlativo pode ser: Absoluto ou Relativo.

O Absoluto intensifica a característica de um ser atribuída pelo adjectivo,


transmitindo ideia de excesso. O superlativo absoluto pode ser analítico ou
sintético:

• Analítico: caracteriza-se por apresentar um adjetivo modificado por um advérbio


de intensidade.
Ex.: João é muito inteligente e bastante humilde mas extremamente pobre.
• Sintético: caracteriza-se por apresentar acréscimo de um sufixo. O mais comum
é o sufixo -íssimo, mas há situações nas quais se pode usar os sufixos -rimo ou -
imo.
Ex.: João é inteligentíssimo, mas é paupérrimo e humílimo.

O Relativo intensifica um ou mais seres envolvido no meio de outros. O


superlativo Relativo pode exprimir superioridade ou inferioridade:
• de superioridade: enaltece a qualidade de um ser dentre outros seres;
caracteriza-se por apresentar a expressão o/a mais… de/dentre.
Ex.: João é o mais inteligente dentre todos da sala.
• de inferioridade: desvaloriza/minimiza a qualidade de um ser dentre outros
seres; caracteriza-se por apresentar a expressão o/a menos… de/dentre.
Ex.: Maria é a aluna menos inteligente do grupo. você é o menos crítico de todos.

Formação do superlativo absoluto sintético


1) Os adjetivos terminados em -a, -e, -o perdem tais vogais e acrescenta-se o -
íssimo: secreto/secretíssimo, quente/quentíssimo, belo/belíssimo.

2) Os adjetivos terminados em -io perdem a última vogal e acrescenta-se o -


íssimo: sério/seriíssimo, precário/precariíssimo, necessário/necessariíssimo,
frio/friíssimo.
3) Os adjetivos terminados em -eio perdem as duas últimas vogais e acrescenta-
se o -íssimo: cheio/cheíssimo, alheio/alheíssimo... exceção:
feio/feíssimo/feiíssimo.
4) Os adjetivos terminados em -vel mudam o vel para -bil e acrescenta-se o -
íssimo: notável/notabilíssimo, amável/amabilíssimo, móvel/mobilíssimo.
5) Os adjetivos terminados em -z mudam o z para -c e acrescenta-se o -íssimo:
ferroz/ferocíssimo, feliz/felicíssimo, capaz/capacíssimo.
6) Os adjetivos terminados em -m ou -ão mudam o m ou ão para -n e acrescenta-
se o -íssimo: comum/comuníssimo, vão/vaníssimo, pagão/paganíssimo.
7) Os adjetivos terminados em -go mudam o go para -c e acrescenta-se o -íssimo:
amigo/amicíssimo.

Alguns adjectivos terminados em -co e -go podem terminar em -quíssimo e -


guíssimo por acomodação fonética: fraco/fraquíssimo, rico/riquíssimo,
amargo/amarguíssimo, antigo/antiquíssimo.

8) Comumente os adjectivos terminados em -l acrescentam-lhes apenas o -imo:


ágil/agílimo, difícil/dificílimo, frágil/fragílimo, imbecil/imbecílimo,
verossímil/verossimílimo.
9) Os adjectivos terminados em -ro e -re mudam para a antiga forma latina e
recebem -rimo: áspero/aspérrimo, mísero/misérrimo, prospéro/prospérrimo,
célebre/celebérrimo, livre/libérrimo.
Veja a forma superlativa absoluta sintética de alguns adjetivos. A primeira forma é
erudita/latina (antiga) e a segunda é vernacular (atual), sempre terminada em -
íssimo: alto > supremo/sumo ou altíssimo; – ágil > agílimo ou agilíssimo; –
amargo > amaríssimo ou amarguíssimo; – baixo > ínfimo ou baixíssimo; – doce >
dulcíssimo ou docíssimo; – frágil > fragílimo ou fragilíssimo; – frio > frigidíssimo
ou friíssimo; – humilde > humílimo ou humildíssimo; – magro > macérrimo ou
magríssimo (magérrimo é forma coloquial, segundo a maioria dos gramáticos); –
manso > mansuetíssimo ou mansíssimo; – miúdo > minutíssimo ou miudíssimo;
pobre > paupérrimo ou pobríssimo; – negro > nigérrimo ou negríssimo; – nobre >
nobilíssimo ou nobríssimo; – pio > pientíssimo ou piíssimo; – pobre > paupérrimo
ou pobríssimo; – recente > nupérrimo ou recentíssimo; – sábio > sapientíssimo; –
sagrado > sacratíssimo; – semelhante > simílimo ou semelhantíssimo; – soberbo
> superbíssimo ou soberbíssimo.

Comparativos e superlativos de bom, mau, grande e pequeno


adjectivo Compativo de Superlativo
superioridade Absoluto Relativo
Bom melhor ótimo o melhor
Mau pior péssimo o pior
Grande maior máximo o maior
pequeno menor mínimo o menor

4. PRONOME

A diversidade dos pronomes os transforma numa ferramenta muito útil na


comunicação quotidiana, falada ou escrita.

Pronome é palavra variável que substitui o nome ou se referem a ele. Os


pronomes permitem, ainda, identificar o ser da comunicação (eu, tu, ele).

Quando um pronome faz as vezes de um substantivo, ou seja, quando o


representa, é chamado de pronome substantivo; quando acompanha o
substantivo, é chamado de pronome adjectivo.

Classificação

1. Pronomes pessoais

Os pronomes pessoais indicam directamente as pessoas do discurso: quem fala


(1ª pessoa), com quem se fala (2ª pessoa), de quem se fala (3ª pessoa).
Os pronomes pessoais, de acordo com as funções que exercem nas orações,
podem ser: pronomes do caso recto e pronomes do caso oblíquo. Também são
considerados pessoais os chamados pronomes de tratamento.

a) Pronomes pessoais do caso recto: são aqueles pronomes pessoais que


nas orações desempenham a função de sujeito ou predicativo do sujeito: eu, tu,
ele/ela (singular), nós, vós, eles/elas (plural).

Na língua culta, formal - falada ou escrita -, esses pronomes não devem ser
usados como complementos do verbo. Como em: "Vi ele na rua"; "Encontrei ela na
praça", "Trouxeram eu até aqui". Devem ser usados os pronomes oblíquos
correspondentes: "Vi-o na rua", "Encontrei-a na praça", "Trouxeram-me até aqui".

b) Pronome pessoal do caso oblíquo: são queles pronomes pessoais que,


nas orações, desempenham as funções de complemento verbal (objecto directo ou
indirecto) ou complemento nominal. A forma dos pronomes do caso oblíquo varia
de acordo com a acentuação tónica, dividindo-se em átonos e tónicos.
1. Pronomes oblíquos átonos: aqueles que soam menos: me, te, se, o, a, lhe
(singular); nos, vos, se, os, as, lhes (plural).

Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos exercem normalmente função de
complemento directo, complemento indirecto, e raramente outras funções
sintáticas. O lhe(s) pode exercer normalmente função de objecto indirecto, e
raramente outras. Por sua vez, os pronomes átonos o, a, os, as exercem função
de complemento directo

Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se com os pronomes
o, os, a, as, dando origem a formas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas;
lho, lhos, lha, lhas; no-lo, no-los, no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las.

Na língua oral de Portugal, essas combinações são frequentes. Os pronomes o,


os, a, as podem sofrer adaptações fonológicas depois de certas terminações
verbais: quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo,
los, la ou las, ao mesmo tempo que a terminação verbal é suprimida: fiz + o = fi-lo,
fazeis + o = fazei-lo, dizer + a = dizê-la, e quando o verbo termina em som nasal,
o pronome assume as formas no, nos, na, nas: viram + o = viram-no, retém + a =
retém-na, repõe + os = repõe-nos, tem + as = tem-nas.

2. Pronomes oblíquos tónicos: aqueles que soam mais: mim, ti, si, ele/ela,
comigo, contigo, consigo, (singular), vós nós eles, elas, si, connosco e
convosco (plural). Os pronomes do caso oblíquo tónicos são sempre usados
depois de uma preposição, diferente dos pronomes pessoais do caso recto:

Ex: Não existe nada entre mim e ti; isto foi dito a mim na quarta-feira.

Há construções em que a preposição, apesar de surgir anteposta a um pronome,


rege a oração inteira com o verbo no infinitivo, e não o pronome. Nesses casos, se
o sujeito for um pronome, deverá ser do caso recto:

– Trouxeram vários livros para eu ler.


– Não saia sem eu permitir.

Note que as orações podem ser desdobradas, o que daria origem a "Trouxeram
vários livros para que eu lesse" e "Não saia sem que eu permita". Não resta dúvida
de que o pronome a ser empregado é mesmo do caso recto (eu).

Pronominalização ou Colocação Pronominal

Também chamada de Topologia ou Sínclise Pronominal, é o nome que se dá à


parte da Gramática que trata, basicamente, da adequada posição dos pronomes
oblíquos átonos (POA) junto aos verbos: próclise (POA antes do verbo), ênclise
(POA depois do verbo) e mesóclise (POA no meio do verbo).

Ênclise

É o nome que se dá à colocação pronominal depois do verbo; ela é basicamente


usada quando não há factor de próclise; veja:

1) Verbo no início da oração sem palavra atrativa

– Vou-me embora daqui!

2) Pausa antes do verbo sem palavra atrativa

– Se eu ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo.

3) Verbo no imperativo afirmativo sem palavra atrativa

– Quando eu der o sinal, silenciem-se todos.

4) Verbo no infinitivo não flexionado sem palavra atrativa

– Machucar-te não era minha intenção.

Obs.: Os POAs “-lo, -la, -los, -las” virão sempre enclíticos aos infinitivos não
flexionados antecedidos da preposição a: “Estou inclinado a perdoá-lo. / Apesar
de tudo, continuo disposto a ajudá-la.” Com palavra atrativa: ver Casos
Facultativos, mais abaixo.

5) Verbo no gerúndio sem palavra atrativa

– Recusou a proposta, fazendo-se de desentendida.

Próclise
É o nome que se dá à colocação pronominal antes do verbo. É usada nos casos
em que aparece um elemento atrativo antes do verbo, tais como:

1) Palavra de sentido negativo antes do verbo*

– Não se esqueça de mim.

* não, nunca, nada, ninguém, nem, jamais, tampouco, sequer etc.

Obs.: Após pausa (vírgula, ponto e vírgula... entre qualquer palavra atrativa e o
verbo), usa-se a ênclise: Não; esqueça-se de mim!

2) Advérbio ou palavra denotativa antes do verbo*

– Agora se negam a depor.

* já, talvez, só, somente, apenas, ainda, sempre, talvez, também, até, inclusive,
mesmo, exclusive, aqui, hoje, provavelmente, por que, onde, como, quando etc.

Obs.: Se houver pausa (vírgula, ponto e vírgula...) após o advérbio, usa-se a


ênclise:

“Agora, negam-se a depor”. Segundo o gramático Rocha Lima, se houver


repetição de pronomes átonos após pausas, em estrutura de coordenação, pode-
se usar a próclise (ou a ênclise): “Ele se ajeitou, se concentrou, se arrumou e se
despediu.” Quando o pronome tem funções sintáticas diferentes ou quando se
quer dar ênfase, a repetição é obrigatória:

“Eu o examinei e lhe receitei um remédio.”

3) Conjunções e locuções subordinativas antes do verbo*

– Soube que me negariam.

* que, se, como, quando, assim que, para que, à medida que, já que, embora,
consoante etc.

4) Pronomes relativos antes do verbo*

– Identificaram-se duas pessoas que se encontravam desaparecidas.


* que, o qual (e variações), cujo, quem, quanto (e variações), onde, como, quando.

Obs.: Em linguagem literária, encontramos uma colocação raríssima (inexistente


nos registros formais no estágio actual da língua) chamada de apossínclise, em
que o POA vem antes da palavra negativa, normalmente: “Convidei duas pessoas
que se não falavam há tempos.”

5) Pronomes indefinidos antes do verbo*

– Poucos te deram a oportunidade.

* alguns, todos, tudo, alguém, qualquer, outro, outrem etc.

6) Pronomes interrogativos antes do verbo*

– Quem te fez a encomenda?

* que, quem, qual, quanto.

7) Entre a preposição em e o verbo no gerúndio

– Em se plantando tudo dá.

Obs.: O POA virá antes do gerúndio também se estiver modificado por um


advérbio: “João não era ligado a dinheiro, pouco se importando com o conforto
advindo dele.”

8) Com certas conjunções coordenativas copulativas (aditivas) e certas


alternativas antes do verbo*

– Ora me ajuda, ora não me ajuda.

– Não foi nem se lembrou de ir.

* nem, não só/apenas/somente... mas/como (também/ainda/senão)..., tanto...


quanto/como..., que, ou... ou, ora...ora, quer... quer..., já... já...

9) Orações exclamativas e optativas (exprimem desejo)

– Quanto se ofendem por nada, rapazes!

– Deus te proteja, meu filho, e que bons ventos o tragam logo.

10) Com o infinitivo flexionado precedido de preposição

– Foram ajudados por nos trazerem até aqui.

11) Com o numeral ambos

– Ambos te abraçaram com cuidado.


Obs.: Celso Cunha defende tal doutrina de próclise. Outros gramáticos, porém,
não a defendem, como Eduardo Carlos Pereira, logo podemos tratar tal caso como
facultativo.

IMPORTANTE: Muitos gramáticos chamam de palavras atrativas os termos que


antecedem um verbo, implicando a realização da próclise.

Mesóclise
É o nome que se dá à colocação pronominal no meio do verbo (extremamente
formal); ela é usada nos seguintes casos:

1) Verbo no futuro do presente do indicativo sem palavra atrativa

– Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no mundo.

Obs.: O POA sempre ficará entre o r do verbo e a terminação do verbo: “Daremos


um beijo no teu rosto. = Dar-te-emos um beijo no rosto.” Com palavra atrativa, a
próclise é obrigatória: “Talvez se realizará, na próxima semana, um grande
evento.”

2) Verbo no futuro do pretérito do indicativo sem palavra atrativa

– Não fosse o meu compromisso, acompanhá-la-ia nesta viagem.

Obs.: Com palavra atrativa: “Mesmo não havendo compromisso, nunca te


acompanharia nesta viagem.”

2. Pronomes possessivos

Os pronomes possessivos indicam as pessoas do discurso, atribuindo-lhes a


posse de algo. São os seguintes: meu, teu, seu, minha, tua, sua, seus, sua, suas
(singular); meus, minhas, teus, tuas; nosso, nossos, nossa, nossas, vosso, vossos,
vossa, vossas, seus, suas (plural). Ex: Trouxe dois carros; este fica para você.

Podes emprestar-me a sua esferográfica, por favor?

3. Pronomes demonstrativos

Os pronomes demonstrativos indicam a posição dos seres designados em relação


às pessoas do discurso, situando-os no espaço, no tempo ou no próprio discurso.
Apresentam-se em formas variáveis (em género e número) e invariáveis: este,
estes, esta, estas, isto (primeira pessoa); esse, esses, essa, essas, isso (segunda
pessoa); aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo (terceira pessoa).

Ex: Escrevemos dois livros; este é o primeiro.


Passa-lhe este lápis.

4. Pronome indefinido

Os pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do discurso de forma vaga,


imprecisa ou genérica. É um termo que indica um ser de cuja identidade não é
conhecida.

Os pronomes indefinidos formam um grupo bastante numeroso.

Alguns são variáveis; outros são invariáveis.

Invariáveis (alguém, ninguém, cada, tudo, nada, outrem, algo, mais, menos,
demais, etc.

Variáveis (algum, alguns, alguma, algumas nenhum, nenhuns, nenhuma,


nenhumas todo, todos, toda, todas, outro, outros, outra, outras muito, muitos,
muita, muitas, pouco, poucos, pouca, poucas, certo, certos, certa, certas, vário,
vários, vária, várias tanto, tantos, tanta, tantas, quanto, quantos, quanta, quantas
um, uns, uma, umas, bastante, bastantes, qualquer, quaisquer, tal, tais.

Como se verifica, por exemplo, na frase: alguém esteve lá durante minha ausência
e levou os documentos.; não é difícil constatar que o pronome alguém faz
referência a uma pessoa da qual se fala (uma terceira pessoa, portanto), porém de
forma imprecisa, vaga. É um termo que indica um ser humano de cuja existência
se tem certeza, todavia sua identidade não é conhecida.

5. Pronomes interrogativos

Os pronomes interrogativos servem para indicar perguntas directas (com ponto de


interrogação) ou indirecta (sem ponto de interrogação). Estes são: invariáveis: que,
quem; variáveis: qual (quais) e quanto (quanta, quantos, quantas). Teoricamente,
são pronomes indefinidos, embora a resposta, em geral, venha a esclarecer o que
foi perguntado.

– Que é isso? (pergunta direta), – Quero saber que é isso. (pergunta indireta); – Quem é esse
rapaz? (pergunta direta), – Não sabemos quem é esse rapaz. (pergunta indireta); – De qual
pintura você está a falar? (pergunta direta), – Perguntaram qual é a altura dela. (pergunta
indireta); – Por quanto você vende esta garrafa? (pergunta direta), – Procurou saber quanto
custava o ingresso. (pergunta indireta).

Se pretender descobrir se se está diante de uma interrogativa indirecta ou não,


basta eliminar os elementos antes do pronome interrogativo e colocar, no fim, um
ponto de interrogação. Feito isso, estará diante de pergunta directa, conforme se
vê no exemplo: – Quero saber que é isso = ….Que é isso?).

6. Pronomes relativos

Os pronomes relativos referem-se a um termo anterior - chamado antecedente -


projectando-o na oração seguinte, subordinada a esse antecedente. Cumprem,
portanto, duplo papel: substituem ou especificam um antecedente e introduzem
uma oração subordinada. Actuam, assim, como pronomes e conectivos ao mesmo
tempo.

Os pronomes relativos da língua portuguesa são divididos em variáveis e


invariáveis:

Invariáveis (que, quem, quando, como, onde);

Variáveis (qual, os quais, a qual, as quais, cujo, cujos, cuja, cujas quanto, quantos,
quantas).

Que é, sem dúvida, o pronome mais usado. Por isso, e/e é chamado relativo
universal. Usa-se com referência a pessoa ou coisa, no singular ou no plural, e
pode iniciar orações adjectivas. Ex: não diga nada que não seja sobre o trabalho.

O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pronomes relativos. Por


isso constituem recursos didácticos largamente empregados para verificar se
palavras como que, quem e onde (que podem pertencer a mais de uma classe de
palavras) são pronomes relativos. São usados com referência à pessoa ou coisa
por motivo de clareza ou depois de determinadas preposições. Ex: ele trabalha na
maior unidade do grupo empresarial, a qual produz sofisticados equipamentos
electrónicos.

Cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual, de quem. Normalmente,


estabelecem relação de posse entre o antecedente e o termo que especificam. Ex:
deve-se votar em candidatos cujo passado garanta confiança. (= o passado dos
candidatos garante confiança); é um homem de cujas opiniões discordamos
sempre. (=discordamos sempre das opiniões do homem); esta é a covid-19 contra
cujos males os médicos lutaram (=os médicos lutaram contra os males da covid-
19).

Nunca se usa artigo antes ou depois do pronome cujo, mas quando o verbo da
oração na qual pertence o elemento possuído for regido de preposição, tal
preposição é de uso obrigatório antes do pronome cujo, como se nos dois últimos
exemplos apresentados acima.

Quem refere-se a pessoa ou a algo personificado. Ex: a mim, quem ensinou foi o
sofrimento; O computador a quem prezo meu respeito ajuda-me muito.

Onde é pronome relativo quando equivale a em que, no qual; deve ser usado,
portanto, unicamente na indicação de lugar. Ex: tu andaste a passear nas terras
onde cresci.

Quanto, quantos e quantas são pronomes relativos quando usados depois dos
pronomes indefinidos tudo, todos ou todas. Ex: trouxe tudo quanto me pediram.

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