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Introdução

Crase

Tirinha por Custódio.

Do grego  krásis, no sentido de mistura, combinação, fusão,  crase é o nome que se


confere à contração ou à fusão de vogais idênticas. (LUFT, 2014).

“Em Portugal, a contração (a + a = à) manifesta-se por um [a] bem aberto, a contrastar com o [ɐ]
bem fechado, reduzido (schwa, em terminologia técnica), da preposição e do artigo. Por isso
mesmo, português não sabe o que seja o problema da crase. Problema, sim, nunca resolvido
entre nós, brasileiros, que não fazemos distinção tão clara entre a e à. Mesmo pessoas de boa
instrução e cultura se queixam de dificuldades no domínio desse “a” acentuado.” (LUFT, 2014, p.
6).

Para Celso Cunha (2017, p. 328), crase é um processo fonético, resultado da fusão da
preposição a com:

artigo definido a(s);


o pronome demonstrativo a(s);
o fonema inicial dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo.

Na sequência do curso, vamos recordar os principais casos em que ocorre a crase.


à venda

à frente de à vista

à guisa de à vontade

à maneira de às escuras

à mão às pressas

à máquina às claras

à margem às vezes

diante de nome masculino quando subentendidas as expressões  à moda de  e  à


maneira de:

Cabelo à Caetano. 
Peixe à milanesa. 
Bife à parmegiana.

Não levam, contudo, crase lula a dorê, frango a passarinho, leitão a pururuca e bife a cavalo.

a crase é facultativa  antes de  pronomes possessivos femininos  (nossa(s), minha(s),


sua(s), tua(s), por exemplo).

Casos em que não ocorre a crase

Destacam-se nos próximos itens casos em que não ocorre a crase:

diante dos pronomes demonstrativos este, esta, isto: Você me procura a estahora?


antes de palavra masculina: Andar a pé.
antes de artigo indefinido: Não assisto a uma peça dessas.
antes de verbo: Sobre o assunto? Nada a comentar!
antes de pronomes pessoais: Eu me dedico a ela.
antes de pronomes de tratamento (exceto senhora, senhorita e dona):  Dirijo-
me aVossa Excelência.
quando o a estiver no singular e a palavra à qual se refere estiver no plural: Não me
refiro a questões pretéritas.
nas locuções adverbiais constituídas de palavras repetidas:  As partes
estavam cara a cara.
antes de nomes de lugares que se empregam sem artigo: Fui a Brasília.
Fonte: site AcheConcursos.

Por fim, leia a observação de Celso Pedro Luft:

“Diante de Vossa/Sua Excelência (Senhoria, Eminência, etc.) e Nosso Senhor/Nossa Senhora o


artigo é proibido. Não temos aí um verdadeiro possessivo, e sim expressões estereotipadas,
unidades lexicais - pronomes de tratamento e substantivos próprios. Artigo proibido, crase
impossível [...]” (LUFT, 2014, p. 18, grifo acrescido).
2. Expedientes que auxiliam no uso da crase
Expedientes que auxiliam no uso da crase

Celso Pedro Luft (2014) apresenta expedientes que nos auxiliam no adequado uso da
crase, são eles:

expediente gramatical;
expediente de substituições.

Expediente gramatical

O  expediente gramatical  consiste na verificação da presença da preposição  [a]  e do


artigo (a).

A preposição [a] estará presente (1) por exigência de certas palavras (verbos e nomes


que regem a preposição a - regência verbal e nominal),  (2)  para unir palavras (corpo a
corpo, máquina a vapor, por exemplo) ou (3) para indicar circunstância
2.1 Quadros mnemônicos
Quadros mnemônicos

Embora o importante seja a compreensão do modo como a crase se realiza,


reproduzimos a seguir alguns quadros mnemônicos extraídos da Web.
Conclusão
Conclusão

Chegamos ao fim do nosso curso. O português formal é nosso instrumento de trabalho.


Contudo, não podemos nos esquecer da ideia trazida por Saramago:

“Não há uma língua portuguesa, há línguas em português.”

Assista, a seguir, a alguns trechos do documentário "Língua: Vidas em Português".  O


longa-metragem é um mergulho nas muitas histórias da língua portuguesa e na sua
permanência entre culturas variadas do planeta.

Ficou interessado? O completo também está disponível no YouTube. Clique e assista!

Até a próxima!

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