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Aluno: Rafael Sales

Ra: 11201811586

SANTOS, Boaventura S. Da dogmatização à desdogmatização da ciência moderna.

O texto toma inicio com o nome de Piaget(1967:7), e sua afirmação de que a


epistemologia ganha importancia em época de crise da ciência, afirmação essa que
se não se mostra tão verdade, pois a epistemologia moderna alcança grande
importancia no século XIX, no período da sociedade industrial com grandes avanços
na ciências e técnicas. Porem o autor mostra que essa relação é mais complexa do
que apenas a afirmação de Piaget, para ele é necessário distinguir entre dois tipos
de crise, as crises de crescimento e as crises de degenerescência.

Para Boaventura as crises de crescimento, são as crises que se dão pela


quebra de paradigmas, que cuida especificamente da troca teoria e experimental
dentro de uma matriz disciplinar, e são nessas crises de crescimento que então a
epistemologia teria grande papel, o papel e estabelecer e afirmar o próprio
conhecimento científico.

Já as crises de degenerescência, não são crises tão especificas, e para


Boaventura são crises de paradigmas também, porem que passam por toda ciência
e mais profundas, comparadas as de crescimento, a epistemologia que cresce
nessa crise é uma epistemologia enviesada não para a afirmação do conhecimento
científico, mas para um por em causa desse conhecimento. A epistemologia admite
que o conhecimento científico não é a única existência para explicar o mundo.

Para o autor nos encontramos nessa crise no atual momento e como dito
anteriormente a epistemologia desse momento põe em causa a verdade do real
explicado pela ciência e a epistemologia do período de crise de crescimento,
afirmando que uma crise na ciência é uma crise na epistemologia
consequentemente.

Boaventura durante o texto trás diversas definições de epistemologia, citando


Piaget, Bachelard, Morin e muitos outros, com o intuito de nos mostrar curioso e até
contraditória esta definição pode ser, tanto em função de seu objeto de estudos
como do seu lugar nos saberes.

Para Bachelard, a epistemologia é a filosofia que a ciência merece, uma


filosofia da ciência, que não é filosófica, sendo uma filosofia que se aplica, não que
se especula, Nos seus objetos a epistemologia tem duas vertentes o estudo das
normatividades e critérios formais da cientificidade e a necessidade dos fatos ligados
a prática científica.

É abordado no texto como existe um “conflito” entre a ciência e a ação social


sobre ela, e como isso define a ciência moderna, estereotipada pela física, mas que
também engloba a química, ciências socias e outras, as ciências humanas não
estão imunes aos critérios de objetividade e neutralidade que se propõe à ciência
moderna e é fato que as ciências humanas muito se relacionou com as ciências
naturais quando tinham o objetivo de alcançar um status social, mas as ciências
humanas, com toda sua dificuldade de ser ciência assim como as outras citadas,
tiveram certa facilidade para sair desse foco, e é através da filosofia, epistemologia e
sociologia dos grandes autores (muitos já citados) que ocorreu o nascimento da
ciência do pós-modernismo.

É sabido que a dogmatização da ciência moderna teve grande destaque e foi


muito debatida no final do século 19, no já discutido em outras leituras Circulo de
Viena, e nessa abordagem a ciência é uma forma privilegiada de conhecimento
sobre o mundo.

O texto nos mostra como esta dogmatização teve o grande apoio com o
fracasso de Husserl em fundar uma epistemologia transcendental e nos sucessos de
Nietzsche e Schopenhauer com “a morte da metafísica”, e logo após o auge da
dogmatização tivemos um grande declínio, que Boaventura diz, continua até hoje em
dia.

Pode ser citado como fatores deste declínio como na critica as proposições
elementares na fundação dos conhecimentos, com Popper e seu falsificacionismo, a
dificuldade em encontrar as bases fundamentais da ciência. Outro ponto que se
encaixa como fator para esse declínio da ciência moderna vem de uma área mais
filosófica, com Heidegger e Dewey em defesa do papel histórico do homem no
mundo e sua relação com a ciência.

E o texto mostra que diante de todas as questões levantadas e muitos


argumentos que tiram a ciência de seu lugar ao menos no sentido de conhecimento
do mundo preferencial ou pela postura da maioria dos cientistas do passado
distanciados da filosofia, sequer aproximados da filosofia da ciência, procedendo por
múltiplas aproximações, por desvios, para resolver os problemas do seu trabalho, é
que a ciência moderna nos é apresentada hoje. Porem em contrapartida o texto nos
mostra que um ser mítico vai se formando nas sombras, no que o projeto teórico
anterior falhou, um ser pós-moderno, ainda difícil de se compreender.

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