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A HOMOSSEXUALIDADE EM FOCO: DISCUTINDO O PADRÃO

MASCULINO DOMINANTE

Rafael Chaves Vasconcelos Barreto1

Resumo

Atualmente muito tem se falado sobre diversidade, respeito às diferenças e luta contra o
preconceito, bem como uma busca pela igualdade de gênero. Entendendo gênero como
algo socialmente construído, o presente estudo vem abordar um grupo que difere do
padrão dominante de gênero imposto pela sociedade e que ao longo dos anos vêm
ganhando cada vez mais espaço e visibilidade na nossa sociedade, os homossexuais.
Serão portanto, abordadas questões relativas a esse grupo, numa busca em entender a
formação de uma identidade homossexual, caracterizada muitas vezes através de uma
identidade territorial, com a formação de territórios de convivência homossexual.
Buscaremos entender um pouco do campo simbólico referente a esse grupo, levando por
fim o leitor a refletir a questão do preconceito e do respeito às diferenças.

Palavras-Chaves: Gênero; Identidade; Homossexualidade; Territorialidade

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Aluno do Programa de Mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais pela Escola Nacional de
Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE.
Introdução

Atualmente fala-se muito em respeito às diferenças e à diversidade, que pode


variar desde a diversidade de idéias, credos, chegando à diversidade sexual. Esse
discurso nos leva a refletir sobre as diferenças que existem entre os gêneros e
orientações sexuais, que vão muito além do sexo biológico.
Com isso vem à tona o tema da identidade, que varia de grupo para grupo, de
pessoa para pessoa, verificando que cada pessoa possui uma identidade, assumida
através de suas escolhas, de seu estilo de vida, suas ações e modo de pensar.
Porém devemos observar que vivemos em sociedade, e que a nossa sociedade é
heterogênea justamente em razão das diferenças entre os seus membros, sendo
importante considerar ainda que essas diferenças e semelhanças ajudam a compor a
identidade de cada indivíduo e ao mesmo tempo resultam na construção de hierarquias,
como a que veremos em relação ao padrão masculino dominante que está impressa em
nossa sociedade.
No entanto em paralelo a isso é possível observar que na nossa sociedade
existem grupos, que se formam por possuir algum tipo de afinidade, ou seja, por possuir
uma identidade comum. É possível perceber ainda que diariamente circulamos por
diversos grupos, cada um com sua identidade característica, e cada grupo pelo qual
circulamos irá muitas vezes refletir um pouco da nossa identidade, dependendo do grau
de envolvimento que possuímos com ele. Veremos que são construídas hierarquias e
que elas promovem a segregação de determinados grupos, e em determinados casos,
essa segregação reproduz o padrão masculino e heteronormativo da nossa sociedade.
Temos por exemplo a situação em que uma pessoa ao assumir que é brasileira,
carioca, espírita, torcedora do Flamengo e homossexual se inclui, de acordo com cada
um desses fatores, em determinados grupos sociais com interesses e gostos específicos,
e ao mesmo tempo se exclui de outros.
Essa exclusão por vezes pode ocorrer quando alguma dessas identidades
interfere em outros papéis que a pessoa representa. Por receio, insegurança ou para se
preservar de possíveis constrangimentos, uma pessoa pode ocultar uma identidade para
poder exercer certos papéis sociais, ou para poder participar de um determinado grupo.
Nisso influem razões que variam desde a cultura de dominação em relação a
certas posturas até preconceitos explícitos, que não aceitam que uma pessoa com uma
determinada identidade freqüente um grupo. Isso pode ser exemplificado pela difícil

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relação existente entre judeus e palestinos, pela postura dos anglo-saxões brancos
protestantes norte-americanos (WASP – white anglo saxon protestant) em relação aos
judeus, negros, orientais e indígenas. Ou, ainda em uma outra esfera, quando um filho
não se assume gay com receio da reação de seus progenitores.
Portanto, os indivíduos passam por experiências de fragmentação em suas
relações pessoais e em seu trabalho, circulando por grupos de identidades diversas,
expressando também alguns dos papéis sociais que exercem (WOODWARD, 2000
apud HALL,1997).
Nesse sentido vemos que é comum homossexuais sofrerem exclusão nos dias
atuais, como a mídia evidencia diariamente, mostrando que muitos são, inclusive,
submetidos a constrangimentos no momento em que expõem sua identidade em
determinados locais, ou na presença de determinados grupos, chegando alguns a sofrer
até mesmo agressões físicas, e vemos essa exclusão se intensificar nos casos de
homossexuais que assumem posturas mais associadas com o feminino, assumindo um
gênero discordante com o seu sexo.
Isso é um exemplo da forma como uma identidade interfere na vida de um
indivíduo, impossibilitando muitas vezes que esse indivíduo possa exercer suas outras
identidades, fazendo-se então justa e necessária a atuação de grupos de defesa de
determinadas causas, como os que defendem a causa dos negros, a causa gay, ou seja,
que atuam promovendo uma celebração da singularidade cultural de um determinado
grupo, analisando o tipo específico de opressão sofrida e se mobilizando inclusive
politicamente para garantir o bem estar do grupo oprimido em questão.
Com o passar do tempo pode-se verificar que cada vez mais tem aumentado o
número desses grupos que sofrem com o preconceito, bem como suas formas de
atuação, sendo cada vez mais valorizados os discursos que falam em respeito às
diferenças e à diversidade, promovido por esses mesmos movimentos sociais e políticos
que defendem tais interesses, atuando para que cada vez mais se diminua a
discriminação e a intolerância, entre outros problemas sofridos por essas pessoas.
Esse artigo dará um enfoque especial questão da homossexualidade, por se tratar
de um tema que vem ganhando cada vez mais visibilidade com o passar dos anos, o que
pode ser encarado como reflexo da atuação dos movimentos em defesa da causa, através
das Paradas de Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), que
aumentam a cada ano em número de participantes além de estarem acontecendo a cada
ano nos mais diversos lugares, mostrando à sociedade que é normal ser diferente.

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Os Papéis de Gênero: Masculinidades e Feminilidades numa Perspectiva
Homossexual

Nesse momento faremos uma análise dos indivíduos de acordo com suas
posturas em relação às questões de gênero, bem como do uso do corpo.
Analisando os homossexuais é possível perceber que algumas vezes a sua
relação com o corpo se diferencia do padrão dominante, indo além da divisão binária
dos sexos, quebrando o padrão exposto por Butler (2003) chamado de gêneros
“inteligíveis”. Para a autora, os gêneros “inteligíveis” são aqueles que “mantêm relações
de coerência e continuidade entre sexo, gênero, prática sexual e desejo”. Cabe ressaltar
que essa “coerência” se dá dentro do padrão heteronormativo, onde um indivíduo do
sexo masculino, por exemplo, assume as características relativas ao gênero masculino,
sentindo desejo e praticando sexo com pessoas do sexo oposto, nesse exemplo,
feminino.
Cabe ressaltar que sexo e gênero aparecem como conceitos distintos, podendo
atuar em consonância ou não. Nesse sentido, segundo Butler (2003) temos que o sexo
aparece como um pré-discurso, anterior a cultura enquanto o gênero seria culturalmente
construído, ajudando-nos a interpretar e entender o pensamento de Simone de Beauvoir
ao dizer: “A gente não nasce mulher, torna-se mulher”. Portanto o sexo, nesse contexto
é composto pelo caráter biológico do indivíduo, enquanto o gênero surge como uma
construção social, podendo variar independente do sexo do individuo, indo além da
divisão binária homem/mulher.
No caso dos homossexuais, como dito anteriormente, pode ocorrer uma quebra
dessa relação “coerente” entre sexo e gênero, podendo se dar de diversas formas,
variando de acordo com as suas posturas.
Peter Fry (1982) irá articular esses conceitos numa pesquisa onde procurou criar
modelos de categorias onde os homossexuais masculinos seriam encaixados de acordo
com suas posturas e práticas. Os modelos criados de acordo com perfis detectados em
meados do século XX podem ser analisados e muitas vezes refletem a realidade de
muitos indivíduos atualmente, podendo variar também de acordo com a região.
Para criar esses modelos Fry (1982) utiliza quatro elementos que em muito se
assemelham aos que Butler (2003) cita para definir os gêneros inteligíveis, pois são
utilizados o sexo fisiológico, o papel de gênero (ou simplesmente o gênero), o

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comportamento sexual e a orientação sexual. Esses elementos são organizados de forma
simples pelo autor, que, diferente de Butler, nomeia os sexos como sendo compostos
pelo macho e pela fêmea.
Para o autor os gêneros são compostos pelo masculino e feminino, pois
dependem do comportamento do individuo e de traços de sua personalidade que
estariam associados a determinado papel. O comportamento sexual é encarado como
sendo a forma como o individuo se comporta em uma relação sexual, variando entre a
atividade e a passividade, ou seja, praticando o ato de penetrar ou de ser penetrado
durante a relação sexual, excluindo do modelo a não prática, ou prática celibatária bem
como a possibilidade do individuo exercer os dois papéis, situação mais comum nos
dias atuais. Por último a orientação sexual é definida de acordo com o objeto de desejo
do indivíduo, sendo este do mesmo sexo, o individuo é definido como homossexual,
sendo do sexo oposto é tido como heterossexual e caso sua atração seja pelos dois sexos
o indivíduo é definido como bissexual.
O primeiro modelo proposto por Fry (1982) é definido como “modelo
hierárquico”. Nele são definidos dois perfis de indivíduos do sexo masculino, o homem
e a bicha. Esse perfil é chamado de hierárquico pois trataria de uma hierarquia existente
entre esses indivíduos, subentendo que os homens se relacionariam com as bichas, essas
estando em segundo plano, pois toda a carga de preconceito recairia sobre elas, cabendo
ressaltar que o homem em questão não perderia o seu papel e sua virilidade ao se
relacionar com elas. O quadro abaixo expõe esses perfis:

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Quadro 1: Modelo Hierárquico
Sistema Hierárquico
Homem Bicha

Sexo macho macho

Gênero masculino feminino

Comportamento
ativo passivo
Sexual
Orientação heterossexual
homossexual
Sexual e homossexual
Fonte: Fry, P. 1982

Portanto de acordo com o modelo acima, há uma clara separação entre os dois
perfis, sendo que eles se relacionam, não havendo relações entre indivíduos do mesmo
perfil (homem/homem; bicha/bicha). O homem pode ter relações sexuais com a bicha,
muitas vezes sendo essa uma forma de reafirmar sua masculinidade. Nesse sentido
vemos que o problema não está na prática homossexual em si e sim na associação do
indivíduo com características femininas. Esse modelo pode ser identificado ainda nos
dias atuais ao analisar por exemplo grupos de michês, que possuem clientes de ambos
os sexos mas não se consideram homossexuais, muitos afirmando, para justificar sua
heterossexualidade, que só realizam o papel ativo e que fazem unicamente pelo
dinheiro.
Devemos levar em consideração portanto que somente a prática sexual não seria
suficiente para definir um indivíduo como homossexual, visto que, no caso do michês
em questão, não há associação desses indivíduos com o campo simbólico da identidade
homossexual bem como não existe uma auto identificação com essa identidade. Ainda
de acordo com o modelo proposto, os travestis podem ser encarados como fazendo parte
do perfil apresentado como “bicha”.
Fry (1982) relata ainda a existência de outros modelos que diferenciam-se do
padrão hierárquico. Um desses aparece com o surgimento da figura do “entendido”. O
entendido surge, segundo Fry (1982), na década de 60 como um modelo de relação
igualitária composta por indivíduos do mesmo sexo. O quadro abaixo mostra o perfil
dos indivíduos.

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Quadro 2: Modelo B
Sistema B
Homem Entendido

Sexo macho macho

masculino/
Gênero masculino
feminino
Comportamento
ativo ativo/passivo
Sexual
Orientação
heterossexual homossexual
Sexual
Fonte: Fry, P. 1982

A figura do entendido possibilita a idéia de que haja relações afetivas entre


indivíduos semelhantes. No entanto é possível verificar que um modelo não exclui o
outro, e sim se complementam, pois não deixariam de existir “bichas” nem homens que
se relacionam com as “bichas”. O “entendido” pode ser encarado como o precursor do
então “gay” dos dias atuais, principalmente no que diz respeito ao tipo de relações
existentes entre os indivíduos, encarada como uma relação de simetria, pois entre eles
não haveria mais a hierarquia que existe do homem em relação à bicha, ou seja, haveria
uma relação entre “iguais”. É importante ainda levar em consideração o preconceito
existente em relação a passividade no ato sexual, ainda vista por muitos, inclusive entre
os gays como submissão, o que poderia significar, numa análise mais ampla um
resquício do preconceito que a sociedade possui com relação ao feminino.
No entanto o termo “entendido” era uma forma de identificação entre os
semelhantes sem serem expostos à sociedade como um todo. Contudo esse termo vem
entrando em desuso como mostra pesquisa realizada em 2004 na Parada Gay de Rio de
Janeiro, onde apenas 5,7% dos entrevistados se identificavam como “entendido(a)”.
Vemos que a maior concentração entre as identidades auto-atribuidas, ou seja, pela qual
os indivíduos se reconhecem, se dá na categoria “gay”, que apresenta 26,7% dos
entrevistados.
Essa grande concentração de indivíduos que se auto declaram gays se dá pela
maior abertura e visibilidade que a homossexualidade vem ganhando nos dias atuais,
resultando no desuso de termos como o entendido, usados como disfarce de sua

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identidade. Autores como Carrara (2005) apontam ainda a impopularidade do termo
homossexual que segundo Fry (1982) pode ser explicada pela ligação que esse termo
possui com o termo homossexualismo usado pela medicina quando o mesmo era
considerado uma doença. O termo gay inclusive é incentivado, como aponta Fry (1982),
pelo seu caráter positivo e leve, que faz referência ao seu significado do inglês, alegre.
Os modelos expostos focalizaram a relação entre indivíduos do sexo masculino,
no entanto é possível perceber que esses modelos podem ser utilizados para o sexo
feminino também. Cabe ressaltar que a maior quantidade de pessoas que se identificou
como “entendido(a)” na pesquisa exposta é do sexo feminino, o que pode significar uma
necessidade dessas mulheres em querer esconder sua identidade, talvez pela menor
visibilidade que as lésbicas possuem na sociedade. Existe ainda, principalmente entre as
jovens, casos em que ocorrem manifestações de afeto, como beijos, ou mesmo relações
afetivas entre mulheres do mesmo gênero sem que sejam consideradas lésbicas, o que
seria uma variação do que ocorre no modelo hierárquico, porém sem a existência de
uma hierarquia nessa relação.
No entanto é importante comentar a existência de dois casos que não se
encaixam nesses modelos propostos, sendo eles a bissexualidade e a transexualidade.
A bissexualidade apresenta diferenciação, de acordo com os elementos
utilizados para criação dos modelos, em relação a sua orientação sexual. Tal fato parece
redundante, porém é importante definir que os outros elementos (sexo, gênero e
comportamento sexual) são relevantes, no entanto a principal mudança se dá no sexo do
objeto de desejo desse individuo, que aparece como sendo ambos os sexos. Carrara
(2005) aponta que a bissexualidade aparece segundo dados de pesquisa como um
fenômeno jovem, por ter sua concentração maior entre indivíduos com 15 a 21 anos,
onde 24,8% desses se identificam como bissexuais.
Carrara (2005) aponta que essa maior concentração pode ser explicada pois as
identidades sexuais não estariam claramente definidas nessa faixa etária, no entanto não
é possível excluir a hipótese de que novas identidades sexuais poderiam estar se
formando nessas novas gerações. No entanto é importante ressaltar o preconceito
sofrido por esse perfil de indivíduo que sofre a mesma carga de preconceito que o
homossexual sofre tanto por parte da sociedade dominante como também por parte dos
homossexuais que encaram esses indivíduos como “homossexuais mal resolvidos”.
Os transexuais podem ser analisados à parte por estes não se encaixarem nos
modelos propostos. Estes podem ser vistos como indivíduos vivem uma relação

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conflituosa com o seu corpo, motivado pela discordância entre seus sexo e gênero,
buscando sua mudança, muitos recorrendo à intervenção cirúrgica. No entanto cabe
questionar se uma mudança de sexo através de cirurgia mudaria DE FATO o sexo
daquele individuo, transformando um homem em uma mulher ou vice-versa. Estaria
assim sendo criado um terceiro sexo?
Por fim é importante citar uma classificação criada que, segundo Carrara (2007),
vai além da escala identitária e dos modelos acima abordados, facilitando a realização
de políticas públicas sem que indivíduos sejam excluídos por não estarem, ou não se
sentirem inseridos em determinada identidade. Nesse sentido foi criada a definição de
HSH, ou seja, Homens que fazem Sexo com outros Homens, muito utilizada na
realização de programas de prevenção de DST/AIDS, que abarca todos os indivíduos
estudados nos modelos idealizados e expostos nesse ensaio, independente da sua
identidade. Já existem, porém menos divulgada, a definição de MSM ou Mulheres que
fazem Sexo com outras Mulheres.
Essa definição é importante na realização de políticas públicas ligadas a saúde
pública, porém não obtendo o mesmo efeito no sentido de militância, onde a ênfase na
identidade e todos os elementos enfocados até então aparecem como primordial na luta
pela visibilidade, como veremos a seguir.

Discutindo Identidade

Para iniciar essa discussão é importante ter em mente o conceito de identidade


que, segundo Bauman (2005) é vista como um horizonte ao qual o individuo se
empenha, se avalia, censura e corrige os seus movimentos, ou seja, se define como
sujeito. O mesmo autor ainda nos mostra que a identidade aparece como algo a ser
inventada e não descoberta, ressaltando que o sujeito não nasceria com uma identidade
pré-definida e sim iria construí-la ao longo de sua vida, sendo algo que ele compara a
um “quebra-cabeça incompleto” onde sempre poderia ser acrescentada uma peça
modificando o resultado da imagem desse sujeito ou acrescentando aquilo que falta.
Seguindo esse raciocínio temos a contribuição de Hall (2000) nos mostrando que “toda
identidade tem necessidade daquilo que lhe falta”. O mesmo autor faz ainda um
importante acréscimo sobre a presente idéia ao dizer que essa necessidade existe
“mesmo que esse outro que lhe falta seja um outro silenciado e inarticulado”, o que
explica um pouco a existência de identidades que sofrem silenciamento por parte do

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perfil dominante da sociedade. Nesse sentido o sujeito pode ser comparado a uma
“colcha de retalhos”, onde cada “retalho” representaria uma identidade que compõe esse
sujeito, ou seja, sua(s) identidade(s) pessoal(is).
De forma geral, para melhor tratar desse tema, devemos nos remeter à nossa
sociedade, levando em consideração a sua heterogeneidade que se dá, como dito
anteriormente, em razão das diferenças entre os seus membros. No entanto essa
heterogeneidade se reflete em nós a partir do momento que as diferenças e semelhanças
existentes entre os indivíduos ajudam a compor a nossa identidade.
Diariamente circulamos por diversos grupos, cada um com sua identidade
característica, no entanto cada grupo pelo qual circulamos irá muitas vezes refletir um
pouco da nossa identidade, dependendo do grau de envolvimento que possuímos com
ele. Isso é percebido facilmente através de um exemplo que Bauman (2005) nos dá ao
citar uma queixa de sua amiga Agnes Heller ao afirmar estar “sobrecarregada de
identidades” uma vez que é mulher, húngara, judia, norte-americana e filósofa.
Analisando esse trecho percebemos que cada uma dessas adjetivações dada a Agnes
Heller reflete um pouco do que ela é, ou seja, de sua identidade.
Judith Butler (2003) trás essa discussão para o campo do gênero e complementa
ao explicar que quando “alguém diz que é mulher, isso certamente não é tudo que esse
alguém é”. Nesse sentido, a partir do momento que uma pessoa se diz brasileira, está se
identificando como nativa desse país, que compartilha da vida e da cultura do Brasil, ao
mesmo tempo em que ao se confessar espírita, revela que faz parte de um grupo que
partilha o mesmo credo, deixando de partilhar de outros. Mas em alguns casos pode
existir uma exclusão desnecessária, devido à pré-conceitos. É possível observar essa
exclusão também a partir do momento que alguém se identifica como homossexual,
revelando portanto que possui uma orientação, uma identidade sexual diferente da
compartilhada pela maioria das pessoas, o que a principio não justificaria uma exclusão,
porém não é bem isso o que se vê no dia a dia. Esses indivíduos em muitos casos podem
se encaixar no que Bauman (2005) chama de subclasse, onde a partir daí “qualquer
outra identidade que você possa ambicionar ou lutar para obter lhe é negada a priori”
(BAUMAN, 2005), ou seja, havendo exclusão desse indivíduo de outros grupos, o que
prejudica sua inserção, por exemplo, em determinadas religiões, no mercado de
trabalho, entre outros locais e grupos, como dito anteriormente.
Algumas dessas identidades podem ser caracterizadas como minorias dentro de
um padrão dominante de sociedade, muitas delas sofrendo com a discriminação ou

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mesmo sofrendo pressão por parte do poder equalizador que a sociedade dominante
exerce ao definir padrões sociais. Nesse sentido, ao surgirem grupos que divergem desse
padrão dominante ocorrem muitas vezes essa exclusão, porém é importante ressaltar que
nem todas as minorias seriam alvo dessa exclusão, como nos mostra Barbosa (1960) ao
dividir as minorias em quatro tipos: pluralísticas, assimilacionistas, separatistas e
militantes.
De acordo com essa divisão, será enfocado o tipo assimilacionista, por ser o que
mais se aproxima do nosso objeto de estudo. Segundo Barbosa (1960) a assimilação
envolve dois grupos, sendo que a emergência e absorção da minoria depende dos
interesses do grupo dominante bem como depende também dos interesses da minoria
em serem absorvidos.
Com o passar do tempo pode-se verificar que cada vez mais tem aumentado o
número de grupos que sofrem com o preconceito, bem como suas formas de atuação,
sendo cada vez mais valorizados os discursos que falam em respeito às diferenças e à
diversidade, promovido por esses mesmos movimentos sociais e políticos que defendem
tais interesses, atuando para que cada vez mais se diminua a discriminação e a
intolerância, entre outros problemas sofridos por essas pessoas, e nesse sentido o
reforço da identidade coletiva surge como uma importante ferramenta defensiva desses
grupos.
No entanto, no caso dos homossexuais, através do histórico pelo qual esse grupo
passou, aliado a recente luta por visibilidade, é possível perceber que cada vez mais essa
identidade homossexual ganha espaço, podendo-se dizer que esse grupo se encaixa no
que Pierre Bourdieu (1984) chama de “campo social”, pois entre os grupos de
homossexuais são encontradas muitas vezes verdadeiras famílias, tendo elas seus
espaços de vivência, também definidas como “regiões morais”, bem como seus
conjuntos simbólicos, e ao mesmo tempo mediados pelo que Hall (2000) chama de
“significados culturais sobre sexualidade que são produzidas por meio de sistemas
dominantes de representação” (WOODWARD apud HALL, 2000).
A partir disso, entendendo que essa série de identidades compõe o sujeito, e
tendo em mente que o homem é um ser social, ele tende a procurar na sociedade pelos
seus semelhantes, a fim de partilhar, vivenciar a sua identidade com o outro, o que
Michel Maffesoli (1995) chama de “ressurgimento comunitário”, do estar-junto de seu
semelhante. Nesse sentido vemos as colônias de imigrantes, as torcidas organizadas, as
paróquias de bairro, que irão reunir pessoas que partilham de uma identidade comum,

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formando assim uma identidade coletiva, caracterizada por um campo simbólico que irá
definir essa identidade e afirmar a mesma perante uma sociedade, a partir de estratégias
que serão particulares a cada um desses grupos. Não seria possível imaginar, por
exemplo, a torcida do Flamengo sem a predominância das cores vermelha e preto nos
trajes da maioria de seus componentes, ou mesmo imaginar que num grupo de católicos,
algum indivíduo não conheça um terço, ou um crucifixo, ou que possua um santinho de
papel na bolsa ou na carteira, pois são marcas de um campo simbólico característico de
cada um desses grupos. Foram dados esses exemplos para que seja possível entender
como são marcadas algumas identidades coletivas.

Identidade Gay: Características e Conflitos

A partir desse momento será tratada mais especificamente a questão da formação


de uma identidade homossexual, enquanto identidade coletiva, com suas
particularidades e símbolos característicos.
Para melhor entender como é formada essa identidade e vivência homossexual,
deve-se considerar uma série de fatores que podem interferir na realidade dos indivíduos
que a partilham, sendo o preconceito o primeiro a ser considerado, por atuar muitas
vezes de forma direta na vida destes indivíduos, resultando na sua discriminação. Na
maioria dos casos o preconceito existe pelo não conhecimento da realidade do indivíduo
homossexual, pela falta de informação por parte do outro, e até mesmo por parte do
próprio indivíduo, associando ao homossexual concepções negativas e irreais. Isso foi
percebido quando vimos que até recentemente era natural considerar “doente” um
individuo homossexual no Brasil, bem como a falta de informação que leva a
discriminação de homossexuais pela ligação que ainda hoje é feita entre o homossexual
e a AIDS, doença que, como vimos, foi considerada, um “câncer gay”.
Fatos como esses fazem com que muitos homossexuais não vivenciem de forma
plena a sua identidade, vivendo “dentro do armário” (gíria utilizada no Brasil para
definir o sujeito que não assume a sua homossexualidade), pois o fato desse sujeito
assumir a sua identidade homossexual acarretaria problemas na vivência de suas outras
identidades, na sua vida em sociedade, por haver conflitos entre essas identidades,
dependendo do meio em que ele está. Mas é possível perceber também que muitos
homossexuais vêm optando pelo “coming out”, ou seja, por assumir a sua identidade,

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como revela pesquisas realizadas nas Paradas do Orgulho LGBT em 2003 e 20042 no
Rio de Janeiro, que mostram que em 2003, 7,7% dos entrevistados estavam
completamente “no armário”, enquanto em 2004 esse percentual cai para 3,5%. Essa
postura de certa forma contribui para que o tema seja desmistificado, levando-o para
debate da opinião pública, o que pode levar ao aumento da aceitação do indivíduo
homossexual perante a sociedade, pois assim a realidade homossexual vai se tornando
mais próxima da realidade das outras pessoas, se tornando familiar a elas.
Dentro ou fora “do armário”, o indivíduo vive um processo de auto-
reconhecimento e procura vivenciar com o outro suas angústias e suas identidades,
através de um processo de identificação com o outro, e no qual ele procura ser visto, ser
“encontrado” pelo semelhante, tendo como estratégia o uso do campo simbólico
característico dessa determinada identidade, como explicita Kathryn Woodward (2000)
ao afirmar que “existe, assim, um contínuo processo de identificação, no qual buscamos
criar alguma compreensão sobre nós próprios por meio de campos simbólicos e nos
identificar com as formas pelas quais somos vistos por outros.” (WOODWARD, 2000)
Aceitando que as identidades dos indivíduos são marcadas através de símbolos,
nas palavras de Èmile Durkheim, “sem símbolos, os sentimentos sociais teriam uma
existência apenas precária” (WOODWARD apud DURKHEIM, 1954). Podemos
elencar alguns elementos que compõem um campo simbólico, estando entre eles: a fala;
o estilo, que pode variar desde a indumentária até o repertório musical; o uso de alguns
artefatos e imagens; entre outros. Essa simbologia pode ser inerente à pessoa, criada a
partir do coletivo ou até mesmo construída, incentivada e/ou mostrada pela mídia, pois
“a mídia atua como espelho dos diversos narcisismos coletivos”. (MAFFESOLI, 1995)
No entanto, mesmo existindo preconceito, é possível verificar que a identidade
homossexual vem ganhando cada vez mais espaço, sendo possível percebê-la através de
seus símbolos e imagens que são cada vez mais difundidas e se tornando mais evidentes
(ao contrário do início do século XX, onde essas relações eram feitas de forma muito
mais discreta, devido aos padrões de convivência e costumes da época). Alguns desses
símbolos são reconhecidos até mesmo por indivíduos que não partilham dessa
identidade, devido à vinculação dos mesmos na mídia, e por fazer parte do dia a dia de
muitas pessoas.

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Fonte: GAI/CESeC/CLAM.

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A forma como nos expressamos, as palavras que usamos, gírias, entonação, entre
outros, também expressam um pouco de nós, de nossa identidade. A linguagem, por
exemplo, mostra inclusive variações de acordo com a escala geográfica de observação,
variando desde a global até a local. O idioma expressa uma identidade de ligação do
indivíduo com o seu país de origem, como vemos o português falado no Brasil se
diferencia do português falado em Portugal, mostrando uma marcação de identidade do
indivíduo com sua nação. Existem inclusive gírias que são reconhecidas dependendo da
escala, do grupo.
Vimos portanto, que a fala pode servir para marcar determinadas identidades em
diferentes escalas, desde a nacional e a local, englobando grupos locais. A identidade
homossexual por sua vez também apresenta em seu campo simbólico uma forma
particular de se expressar, com dialeto, e gírias que são próprias desse grupo, e que
ajudam na definição da identidade desse grupo. Ao circular espaços de convivência
homossexuais é comum que seus freqüentadores homossexuais usem ou pelo menos
conheçam expressões do tipo: “levar coió”, “dar pinta”, entre outras inúmeras outras.
Portanto nessas duas expressões citadas encontram-se gírias próprias do
“vocabulário” homossexual, que não são normalmente usadas por outros grupos,
podendo ser considerados exemplos de como a fala pode ajudar a definir a identidade
desse grupo. Com isso vemos que o grupo procura também usar a fala como meio de se
distinguir de outros, criando seus próprios códigos, ajudando também na sua
identificação e relacionamento entre seus indivíduos.
Além da fala, a maneira como nos apresentamos visualmente perante a
sociedade, seja pela escolha de determinada postura, ou de determinado tipo de roupa,
combinação de cores e modelos pode também ajudar a revelar um pouco da identidade
de um indivíduo, e mesmo de um grupo, sendo utilizado como forma de
reconhecimento, uma “espécie de língua comum” (MAFFESOLI, 1995).
É possível ver pela cidade os mais diversos grupos possíveis, onde podemos
definir estilos comuns a cada um deles, como grupos de surfistas com suas roupas
características de mergulho, ou cabelo parafinado, ou determinados grupos de roqueiros,
onde é possível verificar em muitos casos a predominância da cor preta nas vestimentas,
além do uso de correntes, entre outros acessórios característicos desse grupo, sendo
estes alguns exemplos de como o estilo reflete uma identidade coletiva, se diferenciando
da sociedade como um todo. Nesse sentido, Michel Maffesoli (1995) nos trás a idéia de

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“ideal comunitário em detrimento do ideal societário”, onde o indivíduo prioriza sua
diferenciação enquanto grupo, em relação à sociedade como um todo.
Para Michel Maffesolli o estilo pode cada vez mais refletir a identidade de
inúmeras tribos urbanas existentes, pois multiplicariam-se “agregações em torno de um
estilo, com o objetivo de estar com o semelhante, com o risco de excluir o diferente”.
(MAFFESOLI, 1995)
Erwin Goffmann (1996) evidencia que as interações sociais são estabelecidas
por “representações” que o indivíduo desempenha frente a um grupo de observadores, e
nesse sentido o estilo aparece também como um meio de representação das tribos
perante a sociedade, onde a tribo se apresenta através de formas e imagens particulares
como um grupo, se destacando de outros grupos e da sociedade como um todo. Através
do estilo o grupo dá forma a sua identidade.
No caso da identidade homossexual é possível verificar algumas preferências
por adoção de determinado estilo, não sendo possível generalizar. Mas é comum
observarmos em estabelecimentos LGBTs uma espécie de estilo próprio entre seus
freqüentadores, que ajuda a definir o grupo homossexual que o freqüenta. Independente
do biotipo, existe uma tendência a escolha de determinado estilo, como o uso de roupas
mais justas, regatas, uso de cores vivas, bem como a mistura de cores, além da
preferência por determinadas grifes, o que varia de acordo com o subgrupo (barbies,
ursos, etc). Muitos indivíduos podem inclusive lançar mão de artifícios como brilhos, de
modo a realçar seu estilo, além de ser comum o uso de tatuagens, como estrelas, por
exemplo, espalhadas pelo corpo, sendo isso também uma forma de marcação da sua
identidade.
É comum vermos determinados grupos ligados à defesa da causa negra
incentivar a busca por suas raízes, tomando para si um estilo que faça referência as suas
raízes enquanto afro descendentes, e no caso homossexual temos cada vez mais
refletido na sociedade e na mídia o estilo homossexual, pois cada vez mais vemos
personagens homossexuais assumidos na televisão, mostrando um pouco de suas vidas,
o que torna essa realidade mais próxima da sociedade, fazendo com que isso se torne
algo próximo das famílias, que podem inclusive fazer, a partir disso, referência a um
parente, ou amigo, desmistificando o tema.
Portanto, a partir disso é possível observar o uso do estilo como meio de
ressaltar e até mesmo celebrar as diferenças de um grupo como estratégia de luta contra
a discriminação que este sofre, pois através dele o indivíduo está se mostrando visível à

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sociedade, mostrando a sua existência, o que por si só já pode ser encarado como uma
estratégia de luta.
Além da linguagem e do estilo, muitos grupos podem lançar mão de outros
artifícios simbólicos para marcar sua identidade, bem como seus territórios (quando
existem). Esses outros símbolos podem ser encarados, portanto, como uma forma dos
membros de um grupo identificar locais onde se encontram outros indivíduos que
partilham da mesma identidade, atuando também como meio de agregação das pessoas
que partilham dessa identidade.
No caso da identidade homossexual, um desses símbolos que pode ser
considerado como mais notável é uma bandeira que contêm como estampa as cores do
arco-íris. O seu uso mais generalizado por movimentos LGBT começa nos anos 1980.
Mas no início dos anos 1970, nos Estados Unidos, havia várias bandeiras arco-íris
usadas como símbolos do Internacionalismo e da unidade entre os povos. Mas no final
da década, a sua associação ao orgulho gay estava já bastante marcada3.
Foi na San Francisco Gay Freedom Day Parade que foi usada pela primeira vez
com a intenção clara de simbolizar o orgulho gay. Esta primeira versão foi criada por
Gilbert Baker, e tinha mais duas barras que a versão atual, uma rosa-salmão e outra
turquesa4.
É muito comum vermos o uso dessa bandeira em manifestações de apoio a causa
homossexual, como as Paradas do Orgulho Gay, além de serem também estendidas em
estabelecimentos e/ou territórios de convivência homossexual, como ocorre no trecho
de praia em frente à Rua Farme de Amoedo, em Ipanema ou mesmo no trecho de praia
em frente ao Copacabana Palace, em Copacabana onde são hasteadas bandeiras arco
íris como uma das formas de demarcar e afirmar a identidade dos freqüentadores
homossexuais daquele local.

Reflexões Finais

Ao longo do estudo procurou-se entender um pouco da realidade dos


homossexuais. O tema em questão nos levou e leva constantemente a refletir sobre
alguns temas além dos normalmente discutidos quando se procura entender determinada
identidade não se encaixa no padrão dominante da sociedade.

3
Fonte: Grupo Arco-Íris (http://www.arco-iris.org.br), acessado em 20 de dezembro de 2007.
4
Ibidem.

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Aliado a isso, o tema nos leva a refletir sobre nossa sociedade atual, com seus
tabus e preconceitos, tentando discutir formas de se amenizar esse que ainda é um
problema para muitos indivíduos, e que afeta os indivíduos em questão, e em sua
maneira de agir perante a sociedade como um todo.
Vemos que nessa tribo, além da busca de um campo simbólico que o faça ser
reconhecida por seus semelhantes, em muitos casos usa esses códigos e procura nos
territórios de convivência uma forma de se esconder do restante da sociedade, pelo
medo do preconceito, da rejeição, o que os obrigou e obriga a criar códigos e estratégias
de convivência possibilitando que esse indivíduo possa exercer sua identidade de forma
plena, sem ser repreendido.
Ao longo dos anos a sociedade sofreu muitas mudanças, a postura e a tolerância
com o diferente também mudaram, felizmente para melhor, mas ainda tem muito que
avançar. Essa mudança de postura se deve em grande parte a ação das organizações não
governamentais de apoio à causa, bem como do apoio cada vez maior da mídia, atuando
no intuído de desmistificar os homossexuais, levando a causa para dentro das casas,
tornando-a familiar e mostrando que não há porque discriminar ou mesmo temer ao
diferente, o que vêm encorajando a cada dia muitos homossexuais a mostrar sua
realidade, mostrando que eles existem e que precisam ser respeitados.
Portanto gostaria de com esse trabalho deixar uma reflexão sobre esse tema,
refletindo sobre os preconceitos que perpassam a sociedade, revendo posturas, para que
cada vez mais possamos pensar numa sociedade igualitária, onde todas as identidades
sejam respeitadas, onde os homossexuais circulem sem medo, e que sua diferença não
seja transformada em desigualdade, e sim respeitada, não havendo mais exclusões, nem
discriminações.

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da identidade homossexual masculina na antropologia brasileira. Cadernos Pagu (28),
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