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jusbrasil.com.br
2 de Dezembro de 2019

Comprou passagem aérea e quer cancelar? Saiba o que fazer.

As viagens aéreas vêm se tornando um hábito cada vez mais frequente entre os
brasileiros por serem mais rápidas, práticas e seguras. Via de regra, o consumidor
deve se programar e comprar o seu bilhete com muita antecedência, pois caso
contrário pode pagar até dez vezes mais pelo mesmo trecho.

Infelizmente, imprevistos podem fazer com o que o consumidor perca o interesse

ou não possa mais realizar a viagem planejada, mas o que fazer para receber o
dinheiro de volta? Nessas situações normalmente recebemos um comunicado da
empresa aérea de que as passagens foram compradas com preço promocional e
que por isso não geram direito ao reembolso. Contudo, tais práticas não guardam
respeito à legislação em vigor, não tendo as companhias aéreas cumprido os
valores máximos para a multa por cancelamento.

Recentemente a ANAC publicou a Resolução nº 400, que garantiu ao consumidor

o direito de desistir da passagem aérea adquirida, sem qualquer ônus, no prazo de
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24 (vinte e quatro) horas a contar do recebimento do seu comprovante, desde que
 a compraaérea
Comprou passagem tenhaesido
querrealizada
cancelar?com antecedência
Saib... igual ou superior a 7 (sete) dias
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da data de embarque.

Para bilhetes adquiridos fora do estabelecimento comercial da empresa, como é o

caso das vendas pela internet e das vendas realizadas por telefone, o Art. 49 do
Código de Defesa do Consumidor ainda garante o direito do de desistir da compra
no prazo de 7 (sete) dias, recebendo integralmente o valor pago.

Para os demais casos, devemos observar a regra contida no Art. 740 do Código
Civil:

Art. 740. O passageiro tem direito a rescindir o contrato de transporte antes de

iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor da passagem, desde
que feita a comunicação ao transportador em tempo de ser renegociada.

§ 1o Ao passageiro é facultado desistir do transporte, mesmo depois de

iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor correspondente ao
trecho não utilizado, desde que provado que outra pessoa haja sido
transportada em seu lugar.

§ 2o Não terá direito ao reembolso do valor da passagem o usuário que deixar

de embarcar, salvo se provado que outra pessoa foi transportada em seu lugar,
caso em que lhe será restituído o valor do bilhete não utilizado.

§ 3o Nas hipóteses previstas neste artigo, o transportador terá direito de reter

até cinco por cento da importância a ser restituída ao passageiro, a título de
multa compensatória.

Conforme podemos observar, desde que o cancelamento da passagem seja feita

em tempo hábil do bilhete ser renegociado para outro passageiro, a multa máxima
cobrada pela empresa aérea será de no máximo 5% (cinco) por cento do valor
pago.

Infelizmente, nenhuma companhia tem cumprido a regra estabelecida no Código

Civil, obrigando os consumidores à procurar o poder judiciário para fazer valer
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seu direito.
 Considerando,
Comprou passagem ainda,
aérea e que para oSaib...
quer cancelar? direito do consumidor aplica-se a inversão do
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ônus da prova, conforme regra estabelecida no Art. 6º, VII, do Código de Defesa
do Consumidor, os tribunais têm entendido que compete às companhias aéreas,
independentemente do tempo de antecedência para o embarque, provarem que não
transportaram nenhum outro passageiro em seu lugar.

Essa multa máxima de 5% (cinco) por cento, também é aplicada para o caso
do passageiro comprar passagem aérea promocional?

A resposta é positiva, pois as tarifas dos serviços de transporte aéreos encontram-

se sob o regime de liberdade tarifária desde agosto de 2001, tendo sido instituída
pela Portaria nº 248, de 10/08/2001, do Ministério da Fazenda e posteriormente
confirmado pelo Art. 49 da Lei nº 11.182/2005, que criou a ANAC.

Antigamente, as tarifas eram controladas pelo poder estatal, não sendo possível
cobrar tarifas em valores diferentes dos estabelecidos, sequer para oferecer
descontos aos passageiros. Contudo, juntamente com o surgimento da competição
no setor, o poder público foi gradualmente permitindo a oferta de descontos,
dando o direito das empresas fixarem multas diferenciadas para o cancelamento
das passagens aéreas com preços promocionais.

Contudo, o regime atualmente adotado para as tarifas aéreas é o da liberdade

tarifária, onde cada companhia aérea é livre para estabelecer sua própria política
de preços, sendo necessária apenas a comunicação posterior à ANAC.

Adicionalmente, em janeiro de 2003 entrou em vigor o Novo Código Civil, cujo

Art. 740 passou a determinar que a multa máxima que pode ser cobrada é de 5%
(cinco por cento), no caso do cancelamento do contrato de transporte de pessoas,
desde que realizada a comunicação ao transportador em tempo hábil da passagem
ser renegociada.

Logo, quando a empresa afirma que a passagem é promocional, na verdade, está a

dizer que ela mesma estabeleceu um preço mais alto, para posteriormente
estabelecer outro preço mais baixo e dizer que é promocional, com o único intuito
de não cumprir a regra estabelecida no Código Civil.
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 Dessa forma,
Comprou passagem aéreaa emulta máxima para
quer cancelar? a tarifa
Saib... aérea promocional também está
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limitada a 5% (cinco por cento), desde que a comunicação à empresa aérea seja
feita em tempo hábil do bilhete ser renegociado.

Por Dr. Adriano Hermida Maia

Advogado e Docente no Ensino Superior. Pós-Graduado em Direito Processo

Civil, Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, MBA em Contabilidade &
Direito Tributário com ênfase em risco fiscal.

Atua no Direito Civil, Família, Imobiliário, Trabalhista, Previdenciário e

Tributário com ênfase em risco fiscal. Exerce a Advocacia em Tribunais das
principais capitais do Brasil através do Processo Eletrônico, com correspondentes
jurídicos em cada região.

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 Disponívelaérea
Comprou passagem em: https://adrianohermida.jusbrasil.com.br/artigos/633545787/comprou-
e quer cancelar? Saib... https://adrianohermida.jusbrasil.com.br/artigos...
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