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Curso Básico de Gestor de

Aeroportos Regionais - CBGAR


10ª Edição
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armazenamento e transmissão de informação, sem prévia
autorização, por escrito da Gerência da Universidade Infraero.

FICHA TÉCNICA
REALIZAÇÃO:
Universidade Infraero

GERENTE DA UNIVERSIDADE INFRAERO:


Renata Martins Teixeira

CONTEUDISTAS
Anderson Sábio Schally
Antônio Nogueira dos Santos
Eduardo Renato Ludwig

REVISÃO E ATUALIZAÇÃO DA 10ª EDIÇÃO:


Antônio Nogueira dos Santos
Eduardo Renato Ludwig
Meire Viviane da Silva

COORDENAÇÃO TÉCNICA:
Eduardo Renato Ludwig

REVISÃO PEDAGÓGICA:
Lilian Cristina Ferreira da Costa
SANTOS, Antônio Nogueira. Curso Básico
PROJETO GRÁFICO:
de Gestor de Aeroportos Regionais –
Infraero
CBGAR. 10. ed. Brasília: Infraero, 2020.
Curso Básico
de Gestor de
Aeroportos
Regionais - CBGAR
10ª Edição

Em referência à Lei sobre Direitos Autorais N.º 9.610/98, artigo 29, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem autorização prévia e expressa da Universidade Infraero. 9
Curso Básico de Gestor de Aeroportos Regionais - CBGAR

LISTA DE SIGLAS
Para efeito do conteúdo programático desta apostila, aplicam-se as siglas e
abreviaturas apresentadas a seguir:

AAR – Assessoria de Avaliação de Risco

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACC (Área Control Center) – Centro de Controle de Área

AIP (Aeronautical Information Publications) – Publicações de Informações


Aeronáuticas

AIS – Serviço de Informação Aeronáutica

ANAC – Agência Nacional da Aviação Civil

ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APAC – Agente de Proteção da Aviação Civil

APP (Approach Control) – Controle de Aproximação

ARS – Área Restrita de Segurança

ATC (Air Traffic Control) – Controle de Tráfego Aéreo

ATS (Air Traffic Services) – Serviço de Tráfego Aéreo

AVSEC – Segurança da Aviação Civil Contra Atos de Interferência Ilícita

BA-1 – Bombeiro de Aeródromo 1

BA-2 – Bombeiro de Aeródromo 2

BA-CE – Bombeiro de Aeródromo Chefe de Equipe de Serviço

BA-LR – Bombeiro de Aeródromo Líder de Equipe de Resgate

BA-MC – Bombeiro de Aeródromo Motorista/Operador de CCI

BA-RE – Bombeiro de Aeródromo Resgatista

CAP-BA – Certificado de Aptidão Profissional de Bombeiro de Aeródromo

CAT – Categoria Contraincêndio de Aeródromo

10 Em referência à Lei sobre Direitos Autorais N.º 9.610/98, artigo 29, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem autorização prévia e expressa da Universidade Infraero.
CAT AV – Categoria Contraincêndio de Aeronave

CCI – Carro Contraincêndio de aeródromo

CCI em Linha – Carro Contraincêndio de Aeródromo em Linha

CENIPA – Centro de Investigação e Prevenção de Acidente Aeronáutico

CGNA – Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea

CMES – Centro de Monitoramento Eletrônico de Segurança

CNPA – Comitê Nacional de Prevenção de Acidentes

COA – Centro de Operações Aeroportuárias

COE – Centro de Operações de Emergência

COMAER – Comando da Aeronáutica

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito

DAC – Departamento de Aviação Civil

DAT – Documento de Arrecadação de Tarifa

DAVSEC – Diretriz de Segurança da Aviação Civil contra Atos de Interferência


Ilícita

DECEA – Departamento de Controle do Espaço Aéreo

DIRENG – Diretoria de Engenharia da Aeronáutica

DME (Distance Measuring Equipment) – Equipamento Medidor de Distância

DMM – Detector Manual de Metal

DOM – Doméstica

EENB – Espuma de Eficácia Nível B

EENC – Espuma de Eficácia nível C

EPI – Equipamento de Proteção Individual

EPR – Equipamentos de Proteção Respiratória

EPTA – Estação Prestadora de Serviço de Telecomunicações e de Tráfego


Aéreo

Em referência à Lei sobre Direitos Autorais N.º 9.610/98, artigo 29, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem autorização prévia e expressa da Universidade Infraero. 11
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ESO – Evento de Segurança Operacional

ETD – Detector de Traços de Explosivos

FIR – Região de Informação de Voo

FOD (Foreig object damage) – qualquer artigo ou substância alheia a uma


aeronave ou sistema que pode causar danos

GA – Grupo de Apoio

GD – Grupo de Decisão

GN – Grupo de Negociadores

GND (Ground Control) – Controle de Solo

GO – Grupo Operacional

GS – Gerente de Seção Contraincêndio

GT – Grupo Tático

HOTRAN – Horário de Transporte

IAA – Inquérito de Acidente Aeronáutico

IAC – Instrução da Aviação Civil

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais


Renováveis

ICA – Instrução do Comando da Aeronáutica

ICMBIO – Instituto Chico Mendes de Conservação Biodiversidade

IFR (Instrument Flight Rules) – Regras de Voo por Instrumentos

INFRAERO – Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária

INT – Internacional

IPF – Identificação do Perigo da Fauna

IPM – Inquérito Policial Militar

IS – Instrução Suplementar

ITS – Inquérito Técnico Sumário

LGE – Líquido Gerador de Espuma

12 Em referência à Lei sobre Direitos Autorais N.º 9.610/98, artigo 29, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem autorização prévia e expressa da Universidade Infraero.
MOPS – Manual de Operações do Aeródromo

NBR – Norma Brasileira da Associação Brasileira de Normas Técnicas

NDB (Nondirectional Beacon) – Radiofarol Não Direcional

NOTAM (Notice to Airmen) – Aviso aos Aeronavegantes

NSCA – Norma do Sistema do Comando da Aeronáutica

NSMA – Norma de Segurança do Ministério da Aeronáutica

OACI – Organização da Aviação Civil Internacional ou International Civil Aviation


Organization (ICAO)

OC – Operador de Sistema de Comunicação

OE-SESCINC – Organização de Ensino Especializada na Capacitação de


Recursos Humanos para o SESCINC

ONU – Organização das Nações Unidas

PAPI (Precision Approach Path Indicator) – Indicador de Trajetória de


Aproximação de Precisão

PBZR – Plano Básico de Zoneamento de Ruído

PCA – Plano de Contingência Aeroportuária

PCINC – Plano Contraincêndio de Aeródromo

PCM – Posto de Coordenação Móvel

PESO – Procedimentos Específicos de Segurança Operacional

PEZR – Plano Específico de Zoneamento de Ruído

PF – Polícia Federal

PGEA – Programa de Gerenciamento de Emissões Atmosféricas

PGRF – Programa de Gerenciamento do Risco da Fauna

PGRS – Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

PISOA – Programa de Instrução de Segurança Operacional de Aeródromo

PNAE – Passageiro com necessidade de assistência especial

Em referência à Lei sobre Direitos Autorais N.º 9.610/98, artigo 29, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem autorização prévia e expressa da Universidade Infraero. 13
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PNAVSEC – Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil Contra Atos de


Interferência Ilícita

PQ – Pó Químico

PSA – Programa de Segurança Aeroportuária

PSOA – Programa de Segurança do Operador Aéreo

PTR-BA – Programa de Treinamento Recorrente para Bombeiros de Aeródromo

PZR – Plano Zoneamento de Ruído

QBRN – Artefato Químico, Biológico, Radiológico e Nuclear

RAB – Registro Aeronáutico Brasileiro

RBAC – Regulamento Brasileiro da Aviação Civil

RFB – Receita Federal do Brasil

RNAV (Area navigation specification) – Rotas de Navegação Aérea

RPE – Resumo de Passageiros Embarcados

SAC – Secretaria Nacional de Aviação Civil, vinculada ao Ministério da


Infraestrutura

SCI – Seção Contra Incêndio de Aeródromo

SDIA – Solicitação de Divulgação de Informações Aeronáutica

SESCINC – Serviço de Salvamento e Combate a Incêndio em Aeródromos Civis.

SGSO – Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional

SIPAER – Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos

SISCEAB – Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro

SUCOTAP – Sistema Unificado de Arrecadação e Cobrança das Tarifas


Aeroportuárias

TAN – Tarifa de Uso das Comunicações e dos Auxílios à Navegação Aérea em


Rota

TAT ADR – Tarifa de Uso das Comunicações e dos Auxílios-Rádio à Navegação


Aérea em Área de Controle de Aeródromo

14 Em referência à Lei sobre Direitos Autorais N.º 9.610/98, artigo 29, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem autorização prévia e expressa da Universidade Infraero.
TAT APP – Tarifa de Uso das Comunicações e dos Auxílios-Rádio à Navegação
Aérea em Área de Controle de Aproximação

TCAS (Traffic alert and Collision Avoidance System) – Sistema de Alerta de


Tráfego e Evitação de Colisão

TP – Traje de Proteção

TPS – Terminal de Passageiros

TWR (Tower) – Torre de Controle de Aeródromo

VARIG – Viação Aérea Rio-grandense

VASIS (Visual Approach Slope Indicator System) – Indicador de Ângulo de


Aproximação Visual

VFR (Visual Flight Rules) – Regras de Voo Visual

VIGIAGRO – Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional

VOR (Very High Frequency Omnidirectional Range) – Radiofarol Onidirecional


em Frequência Muito Alta

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Disciplina 12
12 – MEDIDAS PREVENTIVAS:
ZONEAMENTO DE SEGURANÇA E
CONTROLE DE ACESSO
Introdução
A Segurança da Aviação Civil (AVSEC) visa, essencialmente, proporcionar ao usuário
do transporte aéreo a confiança e a credibilidade necessárias ao desenvolvimento
desse importante segmento da economia nacional com a aplicação de medidas
preventivas e a utilização de equipamentos nos aeroportos, nas áreas e nas
instalações vinculadas ao Sistema de Aviação Civil.

Tais ações envolvem providências dos operadores de aeródromos, das forças


policiais e militares, das empresas e entidades vinculadas ao Sistema de Aviação
Civil, dos operadores de sistemas de navegação aérea e de outros órgãos públicos.
Essas organizações devem agir de forma cooperativa e coordenada, a fim de
buscar a manutenção do nível de segurança da aviação civil compatível com as
ameaças identificadas.

Dessa forma, a segurança aeroportuária constitui um componente de segurança


188 Em referência à Lei sobre Direitos Autorais N.º 9.610/98, artigo 29, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem autorização prévia e expressa da Universidade Infraero.
da aviação civil, tendo como elemento fundamental os controles de acesso às
Áreas Controladas e Restritas de Segurança dos aeroportos, cujos requisitos
básicos serão destacados nesta disciplina.

12.1 Termos e Definições


Para efeito deste conteúdo programático, aplicam-se os termos e definições
estabelecidos a seguir:

Agência Nacional de Aviação Civil: é a entidade integrante da Administração


Pública Federal indireta, submetida a regime autárquico especial, vinculada ao
Ministério da Infraestrutura, com prazo de duração indeterminado que atua como
autoridade brasileira de aviação civil e que tem suas competências estabelecidas
pela Lei nº 11.182, de 27 de setembro de 2005.

Ato de Interferência Ilícita Contra a Aviação Civil: Ato ou atentado que coloca em
risco a segurança da aviação civil e o transporte aéreo.

Classificação AVSEC de Aeródromo: é classificação do aeródromo civil público,


compartilhado ou não, cujas responsabilidades relacionadas à segurança da
aviação civil contra atos de interferência ilícita (AVSEC) estão previstas no artigo 8º
do Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil Contra Atos de Interferência
Ilícita (PNAVSEC), sendo:
• Classe AP-0: é aquele com operação exclusiva de aviação geral, de serviço
de táxi aéreo e/ou de aviação comercial na modalidade de operação de
fretamento.
• Classe AP-1: Aeródromo com operação da aviação comercial regular ou na
modalidade de operação charter e com média aritmética anual de passageiros
processados nessas operações nos últimos 3 (três) anos inferior a 600.000
(seiscentos mil).
• Classe AP-2: Aeródromo com operação da aviação comercial regular ou na
modalidade de operação charter e com média aritmética anual de passageiros
processados nessas operações nos últimos 3(três) anos superior ou igual a
600.000 (seiscentos mil) e inferior a 5.000.000 (cinco milhões).
• Classe AP-3: Aeródromo com operação da aviação comercial regular ou na
modalidade de operação charter e com média aritmética anual de passageiros
processados nessas operações nos últimos 3 (três) anos superior ou igual a
5.000.000 (cinco milhões).
Em referência à Lei sobre Direitos Autorais N.º 9.610/98, artigo 29, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem autorização prévia e expressa da Universidade Infraero. 189
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Conscientização com AVSEC: atividade integrante do processo de concessão de


credencial, proporcionada pelo operador do aeródromo, que busca conscientizar as
pessoas que trabalham nas áreas operacionais do aeródromo sobre a importância
da AVSEC e sobre as principais regras de segurança aplicadas naquele aeródromo,
podendo ser realizada por palestras presenciais, apresentações por vídeo, módulos
a distância, dentre outros meios.

Explorador de Área Aeroportuária: pessoa física ou jurídica que, mediante contrato


com o operador de aeródromo, explora instalações ou áreas aeroportuárias.

Operador do Aeródromo: entidade ou empresa responsável pela exploração de


um ou mais aeroportos com estrutura organizacional definida e dedicada à gestão
de aeroportos.

Segurança: sinônimo de Segurança da Aviação Civil contra Atos de Interferência


Ilícita, ou seja, é uma combinação de medidas, de recursos humanos e de materiais
destinados a proteger a aviação civil contra atos de interferência ilícita.

Situação normal: situação na qual não há indícios de ocorrência de atos de


interferência ilícita contra a segurança da aviação civil nem de anormalidade
facilitadora desses atos.

Situação de crise: situação que coloca em risco a segurança de pessoas,


patrimônio, bens e instalações relacionadas com a aviação civil ou com a operação
de aeroportos e de aeronaves.

Situação de emergência: situação em que está ocorrendo ou há iminência de


ocorrer ato de interferência ilícita contra a segurança da aviação civil, colocando
em perigo a aviação civil, suas instalações e seus serviços, ou que resulte em ato
de interferência ilícita.

12.2 Zoneamento de Segurança Aeroportuária


O Zoneamento de Segurança de um Aeroporto é a demarcação de áreas ou
instalações aeroportuárias por meio da identificação e delimitação, de forma que
estejam devidamente classificadas como área pública, área controlada ou área
restrita de segurança.

Essa demarcação deve ser elaborada pelo operador do aeródromo com base numa
avaliação de risco e deve estabelecer os limites das AC e das ARS em plantas do
190 Em referência à Lei sobre Direitos Autorais N.º 9.610/98, artigo 29, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem autorização prévia e expressa da Universidade Infraero.
sítio aeroportuário, incluindo os limites definidos em áreas internas de edificações
ou instalações, por exemplo terminal de passageiros, terminal de cargas e edifício
ou instalação de explorador de área aeroportuária, dentre outros.

Com isso, identifica-se claramente as áreas aeroportuárias e os respectivos pontos


de controle de acesso, como se observa na figura seguinte:

12.2.1 Áreas básicas de um aeroporto


a) Área pública (lado terra): área interna ao perímetro patrimonial onde, em
situação normal, não são obrigatórios a aplicação de medidas de controle de
acesso e o uso de credencial aeroportuária.
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b) Área patrimonial do aeródromo (perímetro patrimonial): área indicada


no instrumento de outorga de exploração do aeródromo. Coincide com
a área abrangida pelo complexo aeroportuário, que é caracterizado pelo
sítio aeroportuário, descrito no instrumento de outorga de cada aeródromo,
normalmente incluindo faixas de domínio, edificações e terrenos, bem como
áreas ocupadas com instalações operacionais, administrativas e comerciais
relacionadas ao aeródromo.
c) Área operacional: área do aeródromo delimitada pelo perímetro operacional
(lado ar), abrangendo o conjunto formado pela área de movimento do
aeródromo (pátio de aeronaves e áreas utilizadas para o pouso, decolagem
e taxiamento), além de terrenos e edificações adjacentes, ou parte delas,
cujo acesso é controlado.
d) Área controlada: significa a área do aeródromo cujo acesso é restrito às
pessoas autorizadas pelo operador do aeródromo. Pode abranger áreas
internas do perímetro operacional (lado ar), identificadas como de grau de
risco não prioritário, pontos sensíveis, ou outras áreas, dentro ou fora do
perímetro operacional.
e) Área Restrita de Segurança (ARS): área do lado ar de um aeroporto
identificada como área prioritária de risco onde, além do controle de acesso,
outros controles de segurança são aplicados.
Exemplos: áreas da aviação comercial, de embarque de passageiros entre
o ponto de inspeção e a aeronave, rampa, áreas de bagagens (inclusive as
áreas nas quais as aeronaves são trazidas para operação e é realizada a
inspeção de bagagem e carga), depósitos de carga, centros de tratamento
dos Correios, instalações para os serviços de comissaria e instalações de
limpeza das aeronaves, entre outras.

192 Em referência à Lei sobre Direitos Autorais N.º 9.610/98, artigo 29, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem autorização prévia e expressa da Universidade Infraero.
f) Área ou instalação sensível: área, instalação ou outra facilidade aeroportuária
que, se avariada ou destruída, prejudicará o funcionamento normal do
aeroporto.
Exemplos: torre de controle aéreo (TWR), auxílios à navegação aérea (ILS,
VOR, NDB e radar), área de depósitos de combustíveis, suprimento de energia
elétrica (KF), central de água potável, etc.

g) Ponto vulnerável: dispositivo do sistema de proteção de um aeroporto


incompatível com o nível de ameaça existente.
Exemplos: deficiente infraestrutura (portões, cercas, muros), deficiente
capacitação dos recursos humanos, falta de equipamento AVSEC ou que não
atendam os parâmetros de calibração estabelecidos pela ANAC, etc.

12.2.2 Barreiras de segurança


O operador de aeródromo deve instalar um conjunto de barreiras de segurança
capaz de dissuadir e dificultar o acesso não autorizado de pessoas às áreas
delimitadas pelo perímetro operacional (lado ar), as quais são constituídas de
obstáculos, cercas, muros, instalações ou quaisquer outros recursos artificiais ou
naturais que possam “impedir” o ingresso de pessoas à área restrita de segurança,
canalizando ainda, o acesso a pontos de controle estabelecidos. Portanto, são
meios físicos que também desestimula a invasão à área operacional, atuando
como barreira psicológica.

As barreiras de segurança em um aeroporto têm por objetivo proteger instalações


aeroportuárias, serviços, usuários e passageiros e, também, determinar os limites
entre as áreas públicas e as áreas pertencentes ao sítio aeroportuário, AC e ARS.

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Exemplo de barreira de segurança

a) Classificação das barreiras de segurança:


ș Naturais: lagos, rios, mares, florestas, pântano etc.
ș Estruturais ou artificiais: portões, guaritas, muros, placas, cercas etc.
Para alcançar seus objetivos, as barreiras de segurança do tipo físicas,
utilizadas para proteção do perímetro operacional, apresentam as seguintes
características:
b) Possuem elementos construtivos para:
ș Dificultar a passagem por cima, com altura total mínima de 2,40 metros,
com arame de concertina ou arame farpado na parte superior.
ș Resistir à pressão para dobrar ou cortá-las, compostas por alvenaria ou
material metálico.
ș Impedir que se passe por baixo, com sua base fortemente fixada ou rente
ao solo.
c) Possuem os seguintes avisos de alerta, no máximo, a cada 300 metros:
ș Proibido acesso não autorizado à área aeroportuária.
ș Área de risco à integridade física.
ș O acesso não autorizado está sujeito a aplicação de sanções legais.
As barreiras devem ser implantadas com altura e localização apropriadas a
cada trecho do perímetro, de forma a dificultar o arremesso de substâncias e
artigos explosivos em uma aeronave, próximo a ela ou em pontos sensíveis.

Ao longo das barreiras, de ambos os lados, deve ser mantida uma faixa livre
que possibilite a realização de vistoria de manutenção e ronda de vigilância
por veículo automotor, além de facilitar a visualização de intrusos.

O nível de proteção oferecido por uma barreira de segurança física depende


de sua altura, do método de construção, do material empregado e toda
194 Em referência à Lei sobre Direitos Autorais N.º 9.610/98, artigo 29, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem autorização prévia e expressa da Universidade Infraero.
característica de segurança adicional que aumente sua eficácia e performance,
tais como sistema de detecção de intrusos, iluminação de segurança e
monitoramento por meio de TV de vigilância.

As imagens a seguir apresentam exemplos de níveis de barreiras de segurança:

Barreiras naturais, como rios, lagos, penhasco, etc., podem ser utilizadas pelo
operador do aeródromo como barreiras de segurança, desde que:
a) O nível de segurança oferecido pelo obstáculo natural seja equivalente ao
dos obstáculos artificiais; ou
b) Sejam aplicadas medidas de segurança complementares para alcançar o
nível de equivalência.
c) A comprovação das condições anteriores seja demonstrada por meio da
elaboração de um estudo prévio por parte do operador do aeródromo.
As instalações ou edificações sobre o perímetro de AC e ARS ou adjacentes a
essas áreas devem ser adequadamente protegidas para impedir o acesso não
autorizado à área operacional por meio de possíveis pontos de acesso, como
janelas, dutos, tubulações, telhados ou qualquer outra passagem que possa ser
utilizada indevidamente.

O acesso a infraestruturas que cruzam área ou perímetro e que permitam ingresso


a ARS, como valas, dutos e túneis de serviço subterrâneos, devem ser bloqueados
e periodicamente inspecionados ou protegidos por dispositivos de detecção de
intrusos.

Quando não for possível a implantação de barreiras de segurança em


trechos dos limites (perímetros) de uma AC ou ARS, o operador de
aeródromo deve manter vigilância permanente, de forma a garantir
a proteção adequada e focada desses perímetros, prevenindo, em
Lembre-se! especial, o acesso não autorizado a ARS.

O operador de aeródromo deve garantir o uso de recursos que dificultem a


invasão de veículos ao terminal de passageiros, quando o aeroporto atende voo
internacional.

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Nos aeródromos onde houver a obrigatoriedade de constituição de CSA, as


barreiras de segurança estabelecidas pelo operador do aeródromo para proteção
de ARS devem passar por aprovação prévia, no âmbito da CSA, antes de serem
efetivadas.

12.2.3 Controle de acesso


Em função das características operacionais das aeronaves e tipos de operação
(doméstica e/ou internacional), foram definidos os padrões mínimos para atender
às condições de eficiência e regularidade dos procedimentos de segurança nos
controles de acesso dos aeródromos. Esses padrões mínimos (alternativas de
módulos de inspeção) devem ser operados, em cada ponto de acesso, com a
multiplicação dos módulos de inspeção AVSEC, em decorrência da demanda de
passageiros, de pessoal de serviço e de veículos, mantendo o fluxo normal e sem
prejuízo dos usuários do transporte aéreo e do aeroporto.

De modo geral, os controles de acesso às áreas operacionais de um aeroporto


pressupõem a aplicação de procedimentos de verificação da autorização de acesso
de passageiros (cartão de embarque válido), credenciais de pessoas e autorização
de trânsito interno de veículos (ATIV) realizada diretamente pelo operador do
aeroporto ou por meio de empresa contratada.

Nesse contexto, o controle de acesso do aeroporto desempenha um papel muito


importante na proteção das operações da aviação civil. Isso requer um conhecimento
muito claro das tarefas a serem desempenhadas pelos componentes do sistema.
Por essa razão, é fundamental que se estabeleçam procedimentos e instruções
de trabalho ou de serviços muito bem definidos e em linguagem simples e clara.

12.2.4 Ponto de controle de acesso


Local (ais) do aeródromo, dotado(s) de infraestrutura e recursos humanos
adequados, para onde é direcionada a entrada e/ou saída de pessoas, veículos e/
ou equipamentos nas Áreas Controladas ou Áreas Restritas de Segurança, sendo
utilizado(s) regularmente nas situações normais de operação.

O operador de aeródromo é responsável pela operação dos pontos de controle de


acesso, inclusive pela operação dos pontos de controle de acesso realizada pelos
exploradores de áreas aeroportuárias.

196 Em referência à Lei sobre Direitos Autorais N.º 9.610/98, artigo 29, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem autorização prévia e expressa da Universidade Infraero.
Os exploradores de áreas aeroportuárias podem operar pontos de controle de
acesso que permaneçam sob sua responsabilidade, mediante autorização do
operador de aeródromo, desde que a respectiva organização produza e mantenha
um PSESCA aprovado e atenda as disposições normativas da ANAC, em especial
o contido no RBAC 107 e se sujeitar a atividade de supervisão do operador do
aeródromo.

O operador do aeródromo deve estabelecer o menor número de pontos de acesso


às áreas de segurança do aeroporto, objetivando maior controle da segurança e
redução dos custos associados e garantir que apenas o pessoal autorizado tenha
acesso ao lado ar. 

No ponto de controle de acesso são realizados três procedimentos: a identificação


da pessoa, veículo ou equipamento, a respectiva autorização de acesso e inspeção
de segurança, quando aplicável.

O acesso às Áreas Restritas de Segurança definidas nos aeroportos está limitado a:


• Passageiros em posse de cartão de embarque válido.
• Tripulantes, empregados do operador do aeródromo, pessoal de serviço,
servidores de órgãos públicos com atividade operacional no aeroporto,
credenciados.
• Veículos e equipamentos autorizados.

Os recursos utilizados no controle de acesso são, entre outros:


• Meios de comunicação.
• Câmeras de Circuito Fechado de Televisão (CFTV).
• Alarmes interligados ao setor de segurança.
• Equipamentos de inspeção de AVSEC.

Em referência à Lei sobre Direitos Autorais N.º 9.610/98, artigo 29, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem autorização prévia e expressa da Universidade Infraero. 197
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• Dilaceradores de pneus.
• Avisos de restrições e obrigatoriedades.
• Infraestrutura de proteção contra intempéries.
O acesso às ARS e às demais áreas controladas do aeroporto requer medidas
preventivas para que pessoas, veículos e equipamentos não sejam utilizados para
realizar um ato de interferência ilícita contra a aviação civil.

12.2.5 Credenciamento
O credenciamento é um elemento fundamental para a prevenção contra atos ilícitos,
pois possibilita controlar e limitar o acesso às ARS e demais áreas controladas dos
aeroportos.

As credenciais de pessoas devem conter no mínimo algumas informações, como


identificação do aeródromo que a emitiu, nome e fotografia do portador, validade
e áreas em que o acesso é permitido.

Além disso, a credencial deve dispor de, no mínimo, uma característica de segurança
(marca d’água, holograma entre outros) que dificulte a sua falsificação, para os
aeroportos que possuam mais de 1.000 credenciados permanentes com acesso
às ARS.

Exemplo de credencial aeroportuária – uso empregado Infraero

Assim como as credenciais, as autorizações (ATIV) de veículos e equipamentos


devem conter informações mínimas, por exemplo, a identificação do aeródromo,
marca, modelo e cor do veículo ou equipamento, data de validade e área em que
o acesso é permitido.

A validade máxima da ATIV será de um ano ou limitada pelo vencimento do seguro

198 Em referência à Lei sobre Direitos Autorais N.º 9.610/98, artigo 29, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem autorização prévia e expressa da Universidade Infraero.
obrigatório, do IPVA e da apólice de seguro que é exigido da empresa solicitante
da ATIV para cobertura em caso de danos e/ou prejuízos causados a terceiros
decorrente da operação do veículo ou equipamento em área operacional.

Exemplo de ATIV – uso em aeroportos Infraero

As validades das credenciais e autorizações, permanentes e temporárias emitidas


pelo operador do aeródromo devem respeitar os seguintes prazos máximos:

Prazos Máximos de Validade das Credenciais e


Autorizações
Prazo máximo de
Tipo
validade
Credencial Permanente 02 (dois) anos
Credencial Temporária 90 (noventa) dias
Autorização Permanente 01 (um) ano
Autorização Temporária 30 (trinta) dias

Para a emissão e o controle de credenciais para acesso às áreas controladas e


restritas de segurança deverão ser observados os seguintes critérios:
• O credenciamento de pessoas para acesso às áreas controladas e restritas
de segurança tem como critério fundamental a necessidade de acesso a
tais áreas, isto é, será concedida apenas para as pessoas que efetivamente
desenvolvem atividades nas referidas áreas.
• Nos aeroportos, cabe ao setor de segurança designado pelo operador do
aeródromo controlar a emissão de credenciais.
• As empresas e/ou órgãos solicitantes são responsáveis pelas pessoas por
eles apresentadas para credenciamento.
• Os empregados de empresas prestadoras de serviços auxiliares de transportes
aéreos que trabalham nos pátios e/ou pistas, ou no terminal de logística
de carga aérea (TECA), manuseando cargas e/ou bagagens, devem portar
suas credenciais no braço esquerdo, inserida em uma braçadeira, que será

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Curso Básico de Gestor de Aeroportos Regionais - CBGAR

fornecida pela empresa empregadora, de acordo com o modelo convencional


em vigor em cada aeroporto.
• Os candidatos ao credenciamento devem realizar a atividade de
Conscientização com AVSEC, obrigatória para os aeródromos das Classes
AP-1 a AP-3.
Já a concessão de credenciais permanentes para funcionários e veículos de
organizações públicas é precedida da apresentação dos seguintes documentos:
• Solicitação formal do órgão público declarando que o servidor ou veículo
oficial atuará no aeródromo e possui necessidade de acesso e permanência
em área operacional.
• Documentos que possam identificar adequadamente a pessoa ou veículo
oficial a ser credenciado ou autorizado.
O comprovante de participação em atividade de conscientização com AVSEC é
opcional para a emissão de credencial permanente de funcionários de órgãos
públicos.

O setor de credenciamento deve realizar avaliação criteriosa e fazer constar


justificativa formal no processo para a emissão de vias adicionais de credenciais e
autorizações (2ª via, 3ª via...), por meio do preenchimento do Termo de Emissão
de Via Adicional de Credencial ou Autorização.

Quando houver reincidência na solicitação de via adicional de credenciamento


e autorização de trânsito de veículo, o operador do aeródromo deve realizar no
mínimo uma das seguintes ações:
• Comunicar a ocorrência formalmente ao órgão de segurança pública
responsável pelas atividades de polícia no aeródromo.
• Penalizar o credenciado ou à entidade responsável, como forma de buscar
maior atenção com a guarda das credenciais e autorizações, por meio de
advertência, multa entre outros.
O controle de acesso integra o sistema de segurança aeroportuária que prevê a
adoção de medidas preventivas e corretivas de segurança, conforme a seguir:

12.3 Medidas de AVSEC


Medidas preventivas de segurança são medidas de segurança executadas no dia
a dia do aeroporto, em situação na qual não há indício de ocorrência de atos de

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interferência ilícita contra a aviação civil nem de anormalidade facilitadora desses
atos e que deverão persistir em situações de ameaça concreta ou de emergência.

Exemplos:
• Verificação da credencial e autorização de pessoas e veículos que acessam
às ARS do aeroporto.
• Inspeção AVSEC de pessoas e veículos autorizados.
• Registro de veículos que transitam pelos postos de controle de acesso.
• Rondas de segurança nas áreas de movimento.
• Proteção às áreas e sistemas sensíveis e pontos vulneráveis.
• Monitoramento eletrônico de segurança das áreas operacionais etc.
Medidas adicionais de segurança: conjunto de alterações em procedimentos,
processos, equipamentos ou instalações a ser disponibilizado pelo operador de
aeródromo ou operador aéreo, em virtude de elevação do nível de ameaça, ativação
de ações do plano de contingência ou devido à determinação específica da ANAC,
por meio de Diretriz de Segurança da Aviação Civil contra Atos de Interferência
Ilícita (DAVSEC).

Exemplos:
• Seleção das instalações e áreas de maior vulnerabilidade e que requeiram
proteção especial.
• Redução do número de acessos à parte aeronáutica.
• Reforço na vigilância das barreiras de segurança mais vulneráveis, por meio
da criação de novos postos de vigilância.
• Ativação de rondas mais frequentes e com grande mobilidade, providas de
equipamento de comunicação para a proteção do perímetro e das instalações
e serviços indispensáveis às operações aeroportuárias.
• Proteção mais efetiva das áreas e instalações sensíveis, por exemplo:
equipamentos de auxílio à navegação aérea, suprimento de energia elétrica,
torre de controle de tráfego aéreo, posto de abastecimento de combustível
de aviação etc.

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