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MANUAL DE PERIGO AVIÁRIO

“Aves como fator de risco para a aviação nas proximidades


de aeroportos no Brasil: desenvolvimento de uma
metodologia para avaliação e busca de soluções”

MANUAL DE CONTROLE DO PERIGO AVIÁRIO PARA


AEROPORTOS DA REDE INFRAERO
5A VERSÃO/5A FASE

Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente


Coppe/UFRJ

ABRIL/2006

Centro de Pesquisa em Avifauna de Aeroportos – CPAA 1

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MANUAL DE PERIGO AVIÁRIO

“MANUAL DE CONTROLE DO PERIGO AVIÁRIO PARA


AEROPORTOS DA REDE INFRAERO”

Giovannini Luigi
Biólogo - LIMA/COPPE/UFRJ

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MANUAL DE PERIGO AVIÁRIO

APRESENTAÇÃO

O presente Manual é o resultado das atividades de pesquisa sobre perigo aviário que vêm
sendo desenvolvidas em aeroportos da rede Infraero pelo Laboratório Interdisciplinar de Meio
Ambiente (LIMA) do Instituto Alberto Coimbra de Pesquisa e Pós-graduação em Engenharia (COPPE)
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Os trabalhos, que tiveram início em abril de 2002, são o resultado de um acordo de cooperação
técnica firmado entre o LIMA/COPPE e a Infraero, no âmbito do “Programa de Avifauna de Aeroportos
da Rede Infraero”, cuja coordenação está a cargo da Superintendência de Energia e Meio Ambiente
(DEMB/INFRAERO).
O objetivo deste Manual é fornecer orientações básicas sobre como proceder para minimizar os
riscos à navegação aérea associado à presença de aves no interior e arredores de aeroportos. Sua
leitura, portanto, é especialmente recomendada para os diversos profissionais ligados à administração
aeroportuária, em especial às áreas de Operações, Segurança, Controle de Tráfego Aéreo,
Manutenção e Emergência.
O Manual de Controle do Perigo Aviário encontra-se estruturado em 2 partes. A primeira é
composta pelos 3 capítulos iniciais, e fornece uma visão geral do perigo aviário em aeroportos da rede
Infraero. A segunda parte, com 02 capítulos, apresenta diretrizes genéricas e específicas para a
minimização/eliminação do problema em foco.
Assim, o Capítulo I (“Avifauna de Aeroportos”) aborda diversos aspectos sobre a avifauna que é
encontrada no interior e arredores de sítios aeroportuários e arredores. Trata, especificamente, da
relação entre diversidade avifaunística e a presença de ambientes naturais e antrópicos.
O Capítulo II (“O controle do perigo aviário no Brasil”) discorre sobre as iniciativas
empreendidas por órgãos e empresas ligados à aviação civil e militar para o controle do perigo aviário
em território nacional. Relaciona, igualmente, os principais documentos e regulamentações que dizem
respeito ao tema.
O Capítulo III (“Não-conformidades”) apresenta uma relação sistemática de fatores naturais e
de origem antrópica que são responsáveis pela atração de aves aos aeroportos e arredores.
O Capítulo IV (“Implementando ações”) fornece orientações básicas para o controle do perigo
aviário através da indicação de medidas e caminhos para operacioná-las.
O Capítulo V (“Plano de Manejo da Avifauna de Aeroportos”) apresenta um roteiro para a
elaboração de um Plano de Manejo de Avifauna (PMA) para aeroportos.
O Manual é complementado por 07 anexos.
O Anexo I (“Legislação ambiental aplicável”) apresenta a legislação ambiental direta ou
indiretamente incidente ao tema, tendo como referência as esferas federal e estadual.
O Anexo II (“Instruções para recolhimento de restos de aves em aeroportos”) fornece diretrizes
para a coleta de material ornitológico em sítios aeroportuários.

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O Anexo III (“Termo de contratação de equipe de pesquisadores”) apresenta orientações para


a contratação de equipe de profissionais que serão responsáveis pela elaboração de diagnósticos e
plano de manejo de avifauna.
O Anexo IV (“Links de interesse”) disponibiliza uma relação dos principais links de internet
nacionais e internacionais de interesse para a obtenção de informações sobre os mais diversos temas
associados ao controle do perigo aviário.
Por fim, o Anexo V (“Aves associadas a colisões com aeronaves no Brasil”) apresenta uma
relação não-exaustiva das espécies de aves que estão associadas a eventos de colisões com
aeronaves em território nacional até o presente momento.

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AGRADECIMENTOS

A Ricardo Soawinsky, Diretor de Fauna IBAMA/SEDE, pelo valioso auxílio prestado à equipe em
etapas diversas dos trabalhos;
A Ana Crystina Reis Lacerda, Coordenadora Geral de Fauna IBAMA/SEDE, e Wagner Fischer,
Técnico Consultor IBAMA/SEDE, pela leitura e comentários relevantes e irrestrito apoio a diversas
outras atividades dos autores, e que contribuíram para o aperfeiçoamento deste Manual;
Ao Major-Aviador Magalhães Bastos e Major-Aviador Coimbra, do CENIPA, pela disponibilização de
dados relativos ao perigo aviário no Brasil;
A Miriam Barakat (SBGR), pelo apoio aos trabalhos e fornecimento de dados;
A todos os Superintendentes de Aeroportos, Gerentes de Meio Ambiente, Operações, Segurança
Aeronáutica, Tráfego Aéreo e Manutenção que, de uma forma ou outra, prestaram valioso auxílio nas
várias etapas de confecção do Manual. Nesse sentido, especial agradecimento deve ser creditado a Sr.
Marília Gomes da Silva, Superintendente de Meio Ambiente da Regional Sul, que sempre devotou
especial apreço à equipe, contribuindo para o aprimoramento dos trabalhos através de sugestões
muito bem-vindas.

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ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


ACSI – Airport Certification Safety Inspectors
AIP - Publicações de Informações Aeronáuticas
AIS - Aeronautical Information Service
AIRJ - Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
APP – Área de Preservação Permanente
ASA - Área de Segurança Aeroportuária
CEMAVE – Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres
CENIPA - Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
COE - Centro de Operações de Emergência
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
COMAR - Comando Aéreo Regional
CPPA – Comissão Nacional de Perigo Aviário
DAC - Departamento de Aviação Civil
DECEA - Departamento de Controle do Espaço Aéreo
DIPAA - Divisão de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
EIA - Estudos de Impacto Ambiental
EPI – Equipamento de Proteção Individual
EUA – Estados Unidos da América
FAA - Federal Aviation Administration
IAC - Instituto de Aviação Civil
IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
ICAO - International Civil Aviation Organization
IFR - Instrument Flight Rules
INFRAERO – Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária
OACI - Organização de Aviação Civil Internacional
PCPAB – Programa de Controle do Perigo Aviário no Brasil
PMA – Plano de Manejo da Avifauna
PNAVSEC - Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil
PZPA - Plano de Zona de Proteção de Aeródromo
RIMA - Relatório de Impacto Ambiental

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ABREVIATURAS (cont.)

SERAC - Serviço Regional de Aviação Civil


SIPAER - Sistema Integrado de Prevenção de Acidentes Aéreos
TECA – Terminal de carga
TPS – Terminal de passageiros
USFWS – US Fish and Wildlife Service
VFR - Visual Flight Rules

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AVES CITADAS NO TEXTO E RESPECTIVO NOME CIENTÍFICO


(seqüência segundo SICK, 1989)

Espécie Nome científico

Biguá Phalacrocorax brasilianus


Atobá-marrom Sula leucogaster
Fragata Fregata magnifices
Garça-real Ardea cocoi
Garça-branca-grande Casmerodius albus
Garça-branca-pequena Egretta thula
Garça-vaqueira Bubulcus ibis
Savacus Nycticorax nycticorax
Tapicuru-de-cara-pelada Phimosus infuscatus
Urubu-comum Coragyps atratus
Gavião-pega-pinto Buteo magnirostris
Carcará Caracara plancus
Frango-d’água Gallinula chloropus
Quero-quero Vanellus chilensis
Trinta-réis-grande Phaetusa simplex
Coruja-buraqueira Speotyto cunicularia
Corucão Podager nacunda
Arribaçã Zenaida auriculata
Pombo-doméstico Columba livia
Caturrita Myiopsitta monachus
Pica-pau-do-campo Colaptes campestris
Anu-preto Crotophaga ani
Anu-branco Guira guira
João-de-barro Furnarius rufus
Andorinha-do-rio Tachycineta albiventer
Bentevis Pitangus sulphuratus
Polícia-inglesa Leistes superciliaris
Pardal Passer domesticus
Bico-de-lacre Estrilda astrild

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ÍNDICE GERAL

Pág.
1ª PARTE – O PERIGO AVIÁRIO EM AEROPORTOS DA REDE INFRAERO
CAPÍTULO I – Avifauna de aeroportos
I.1 Introdução ........................................................................................................... 18
I.2 Diversidade avifaunística ....................................................................................... 20
I.3 Ambientes aeroportuários ..................................................................................... 21
I.3.1 Ambientes naturais ............................................................................................... 21
I.3.2 Ambientes antrópicos ............................................................................................
I.3.3 Avifauna urbana ...................................................................................................
CAPÍTULO II – O controle do perigo aviário no Brasil
II.1 Iniciativas governamentais e privadas ....................................................................
II.1.1 CENIPA ................................................................................................................
II.1.2 SERAC .................................................................................................................
II.1.3 CEMAVE ...............................................................................................................
II.1.4 INFRAERO ...........................................................................................................
II.1.5 Comissão de Controle do Perigo Aviário .................................................................
II.1.6 Companhias aéreas ..............................................................................................
II.2 Legislação aplicável ao controle do perigo aviário ..................................................
II.2.1 Resolução CONAMA no 04/95 ................................................................................
II.2.2 Portaria nº 1.141 - GM5/87 ...................................................................................
II.2.3 RBHA 139 - Certificação Operacional de Aeroportos ................................................
II.3 Documentos de referência ....................................................................................
II.3.1 Nacionais .............................................................................................................
II.3.1.1 Manual de Implementação de Aeroportos ...............................................................
II.3.1.2 Manual de Operações de Aeroportos (MOA) ...........................................................
II.3.1.3 Manual de Gerenciamento do Uso do Solo no Entorno de Aeródromos .....................
II.3.2 Internacionais ......................................................................................................
II.3.2.1 Manual de Serviços Aeroportuários ........................................................................
II.3.2.2 Circular de Recomendações FAA 150/5200-33 ........................................................
II.3.2.3 Programa de Certificação de Aeroportos – 14CFR, Parte 139 ...................................
CAPÍTULO III – Não-conformidades
III.1 Introdução ...........................................................................................................
III.2 Descrição das não-conformidades ..........................................................................
III.2.1 Não-conformidades na área de segurança aeroportuária (extramuro) .......................
III.2.1.1 Lixo .....................................................................................................................

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ÍNDICE GERAL (cont.)

Pág.
III.2.1.1.1 Oriundo da população e pequeno comércio ............................................................
III.2.1.1.2 Comércio de pescado ............................................................................................
III.2.1.1.3 Lixões ..................................................................................................................
III.2.1.1.4 Aterros sanitários mal controlados .........................................................................
III.2.1.2 Atividades de pesca ..............................................................................................
III.2.1.3 Curtumes, frigoríficos, matadouros e granjas ..........................................................
III.2.1.4 Agricultura de risco ...............................................................................................
III.2.1.5 Recintos de zoológicos vulneráveis a aves invasoras ...............................................
III.2.2 Não-conformidades no sítio aeroportuário (intramuro) ............................................
III.2.2.1 Disposição de material a céu aberto .......................................................................
III.2.2.1.1 Sucata .................................................................................................................
III.2.2.1.2 Entulho ................................................................................................................
III.2.2.1.3 Lixo .....................................................................................................................
III.2.2.1.4 Aparas de vegetação ............................................................................................
III.2.2.2 Áreas alagadas ou sujeitas a alagamentos ..............................................................
III.2.2.2.1 Acúmulo de água em gramados .............................................................................
III.2.2.2.2 Brejais .................................................................................................................
III.2.2.3 Fauna ..................................................................................................................
III.2.2.3.1 Disponibilização de alimento .................................................................................
III.2.2.3.2 Colônias de insetos (Cupinzeiros, formigueiros, vespeiros e colméias) ......................
III.2.2.3.3 Animais mortos ....................................................................................................
III.2.2.3.4 Ninhos, ovos e filhotes ..........................................................................................
III.2.2.4 Vegetação ............................................................................................................
III.2.2.4.1 Flores, frutos e sementes ......................................................................................
III.2.2.4.2 Gramados ............................................................................................................
III.2.2.4.3 Ateamento de fogo ...............................................................................................
III.2.2.4.4 Vegetação alta junto ao muro patrimonial ..............................................................
III.2.2.4.5 Pontos de referência para pouso de aves ...............................................................
III.2.2.5 Estruturas artificiais e edificações ..........................................................................
III.2.2.5.1 Valas ...................................................................................................................
III.2.2.5.2 Bacias de acúmulo de águas residuárias .................................................................
III.2.2.5.3 Edificações ...........................................................................................................
III.2.2.5.6 Pontos de referência para pouso de aves ...............................................................

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ÍNDICE GERAL (cont.)

Pág.
2ª PARTE – O CONTROLE DO PERIGO AVIÁRIO
CAPÍTULO IV - Implementando ações
IV.1 Introdução ...........................................................................................................
IV.2 Medidas para minimização/eliminação de não-conformidades ..................................
IV.2.1 Na Área de Segurança Aeroportuária (extramuro) ...................................................
IV.2.1.1 Lixo .....................................................................................................................
IV.2.1.1.1 Oriundo da população e pequeno comércio ............................................................
IV.2.1.1.2 Comércio de pescado ............................................................................................
IV.2.1.1.3 Lixões ..................................................................................................................
IV.2.1.1.4 Aterros sanitários mal controlados .........................................................................
IV.2.1.2 Atividades de pesca ..............................................................................................
IV.2.1.3 Curtumes, frigoríficos, matadouros e granjas ..........................................................
IV.2.1.4 Agricultura de risco ...............................................................................................
IV.2.1.5 Recintos de zoológicos vulneráveis a aves invasoras.................................................
IV.2.2 Dentro do sítio aeroportuário (intramuro) ...............................................................
IV.2.2.1 Disposição de material a céu aberto .......................................................................
IV.2.2.1.1 Sucata .................................................................................................................
IV.2.2.1.2 Entulho ................................................................................................................
IV.2.2.1.3 Lixo .....................................................................................................................
IV.2.2.1.4 Aparas de vegetação . ..........................................................................................
IV.2.2.2 Áreas alagadas ou sujeitas a alagamentos ..............................................................
IV.2.2.2.1 Acúmulo de água em gramados .............................................................................
IV.2.2.2.2 Brejais .................................................................................................................
IV.2.2.3 Fauna ..................................................................................................................
IV.2.2.3.1 Disponibilização de alimento ..................................................................................
IV.2.2.3.2 Colônias de insetos (cupinzeiros e formigueiros, vespeiros e colméias) .....................
IV.2.2.3.3 Animais mortos ....................................................................................................
IV.2.2.3.4 Ninhos, ovos e filhotes ..........................................................................................
IV.2.2.4 Vegetação ............................................................................................................
IV.2.2.4.1 Flores, frutos e sementes ......................................................................................
IV.2.2.4.2 Gramados ............................................................................................................
IV.2.2.4.3 Ateamento de fogo ...............................................................................................
IV.2.2.4.4 Vegetação alta junto ao muro patrimonial ..............................................................
IV.2.2.4.5 Pontos de referência para pouso de aves ...............................................................
IV.2.2.5 Estruturas artificiais e áreas edificadas....................................................................
IV.2.2.5.1 Valas ...................................................................................................................

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ÍNDICE GERAL (cont.)

Pág.
IV.2.2.5.2 Bacias de acúmulo de águas residuárias .................................................................
IV.2.2.5.3 Edificações ..........................................................................................................
IV.2.2.5.4 Pontos de referência para pouso de aves ...............................................................
IV.3 Interagindo com órgãos ambientais .......................................................................
IV.3.1 Fauna ..................................................................................................................
IV.3.1.1 Remoção de ninhos...............................................................................................
IV.3.1.2 Coleta de ovos e abate de aves .............................................................................
IV.3.2 Desinsetização de gramados .................................................................................
IV.3.3 Flora ....................................................................................................................
IV.3.3.1 Remoção de árvores .............................................................................................
IV.3.3.2 Capina química .....................................................................................................
CAPÍTULO V - Plano de Manejo da Avifauna de Aeroportos
V.1 Introdução ...........................................................................................................
V.2 Responsabilidade técnica.......................................................................................
V.3 Divulgação do Plano de Manejo .............................................................................
V.4 Estrutura do plano de manejo da avifauna .............................................................
V.4.1 Objetivos .............................................................................................................
V.4.1.1 Objetivos gerais ...................................................................................................
V.4.1.2 Objetivos específicos .............................................................................................
V.4.2 Caracterização da região de inserção do aeroporto .................................................
V.4.2.1 Localização ..........................................................................................................
V.4.2.2 Relevo .................................................................................................................
V.4.2.3 Hidrografia ...........................................................................................................
V.4.2.4 Clima ...................................................................................................................
V.4.2.5 Vegetação ............................................................................................................
V.4.2.6 Avifauna ..............................................................................................................
V.4.3 Caracterização do aeroporto ..................................................................................
V.4.3.1 Ambientes naturais................................................................................................
V.4.3.2 Áreas edificadas....................................................................................................
V.4.3.3 Avifauna associada e habitats.................................................................................
V.4.4 Colisões entre aves e aeronaves ............................................................................
V.4.4.1 Histórico ..............................................................................................................
V.4.4.2 Colisões por aeroporto ..........................................................................................
V.4.4.3 Colisões x ano ......................................................................................................
V.4.4.2 Colisões x mês .....................................................................................................

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ÍNDICE GERAL (cont.)

Pág.
V.4.4.5 Colisões x período do dia ......................................................................................
V.4.4.6 Colisões x fase do vôo ..........................................................................................
V.4.4.7 Colisões x altitude .................................................................................................
V.4.4.8 Espécies envolvidas ..............................................................................................
V.4.5 Atrativos para a avifauna ......................................................................................
V.4.5.1 Atrativos intramuro ...............................................................................................
V.4.5.2 Atrativos extramuro ..............................................................................................
V.4.6 Recomendações ...................................................................................................
V.4.7 Acompanhamento da implementação de ações para o controle da avifauna ..............
V.3.8 Vocabulário ..........................................................................................................
V.3.9 Referências bibliográficas ......................................................................................
Referências bibliográficas .....................................................................................................
Vocabulário ............................................................................................................................
Anexo I - Legislação ambiental aplicável ....................................................................................
Anexo II - Instruções para recolhimento de restos de aves em aeroportos ..................................
Anexo III – Termo de referência para contratação de equipe de pesquisadores ..........................
Anexo IV - Links de interesse ...................................................................................................
Anexo V – Aves associadas a colisões com aeronaves no Brasil ...................................................

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ÍNDICE GERAL DE FIGURAS

pág.
I.01 Disposição de lixo dentro de um sítio aeroportuário.....................................................
I.02 Disposição de lixo a céu aberto em Belém/PA.............................................................
I.03 Disposição de lixo a céu aberto em Fortaleza/CE.........................................................
I.04 Manguezal – Rio de Janeiro/RJ..................................................................................
I.05 Buritizal – São Luiz/MA..............................................................................................
I.06 Cerrado – Brasília/DF................................................................................................
I.07 Restinga – Natal/RN..................................................................................................
I.08 Alagado – Manaus/AM...............................................................................................
I.09 Marizal – Porto Alegre/RS..........................................................................................

I.10 Destinação dada ao lixo doméstico e comercial no Brasil ................................


II.1 Ficha CENIPA 15 .........................................................................................
III.1 Lixo junto a muro patrimonial ...................................................................................
III.2 Lixo disposto a céu aberto em comunidade vizinha a sítio aeroportuário .......................
III.3 Lixo lançado para dentro de sítio aeroportuário ..........................................................
III.4 Urubus-comuns (Coragyps atratus) em praia de porto ................................................
III.5 Urubus-comuns (Coragyps atratus) alimentando-se de carcaças de peixes descartados
em atracadouro de barcos ........................................................................................
III.6 Lixão........................................................................................................................
III.7 Lixão com a presença de catadores de lixo.................................................................
III.8 Urubus-comuns (Coragyps atratus) alimentando-se de carcaça de bovino ....................
III.9 Urubus-comuns (Coragyps atratus) em frente de disposição de lixo de aterro sanitário .
III.10 Urubus-comuns (Coragyps atratus) ao lado de garças-vaqueiras (Bubulcus ibis ) ..........
III.11 Centenas de urubus-comuns (Coragyps atratus) em aterro sanitário ............................
III.12 Atividade de pesca ...................................................................................................
III.13 Efluente de matadouro de bovinos ............................................................................
III.14 Carcaça de bovino disposta na entrada de aterro sanitário ..........................................
III.15 Ossadas de bovinos em matadouro ...........................................................................
III.16 Ateamento de fogo para desbaste de canavial dentro do sítio aeroportuário .................
III.17 Garça-branca-grande (Casmerodius albus) (círculo vermelho) em recinto de raposa
cativa de zoológico ...................................................................................................
III.18 Sucata em sítio aeroportuário ....................................................................................
III.19 Sucata de aeronaves em sítio aeroportuário ...............................................................
III.20 Entulho em sítio aeroportuário (I) .............................................................................
III.21 Lixo em sítio aeroportuário (II) .................................................................................
III.22 Aparas de vegetação em sítio aeroportuário (I) ..........................................................
III.23 Aparas de vegetação em sítio aeroportuário (II) .........................................................

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ÍNDICE GERAL DE FIGURAS (cont.)

pág.
III.24 Aparas de grama em sítio aeroportuário (II) ..............................................................
III.25 Acúmulo de água em gramado (II) ............................................................................
III.26 Acúmulo de água em gramado (II) ...........................................................................
III.27 Acúmulo de água em gramado (III). .........................................................................
III.28 Brejal ......................................................................................................................
III.29 Armadilhas para captura de urubus-comuns (Coragyps atratus) (I) ..............................
III.30 Armadilhas para captura de urubus-comuns (Coragyps atratus) (II) .............................
III.31 Fezes de lobinho (Cerdcyon thous) ............................................................................
III.32 Disponibilização de restos de refeição para pombos (Columba livia) e rolinhas
(Columbina talpacoti) ...............................................................................................
III.33 Contêiner de lixo destampado, com atração de pombos-domésticos (Columba lívia) ......
III.34 Ninho de formiga em gramado .................................................................................
III.35 Colônia de cupim em gramado ..................................................................................
III.36 Carcaça de mamífero em decomposição ....................................................................
III.37 Mortandade de peixes ..............................................................................................
III.38 Ninho com ovos de savacu (Nycticorax nycticorax) .....................................................
III.39 Ninho de lavadeira (Fluvicola nengeta) ......................................................................
III.40 Capim-colonião (Paspalum sp.) em frutificação (I) ......................................................
III.41 Capim-colonião (Paspalum sp.) em frutificação (II) .....................................................
III.42 Bananeira em frutificação .........................................................................................
III.43 Jaqueira em frutificação ............................................................................................
III.44 Gramado com plantas invasoras (I) ...........................................................................
III.45 Gramado com plantas invasoras (II) ..........................................................................
III.46 Gramado com diferentes perfis de altura ....................................................................
III.47 Quero-quero (Vanellus chilensis) ao lado de trator aparando gramado .........................
III.48 Ateamento criminoso de fogo em gramado sítio aeroportuário .....................................
III.49 Capim alto junto a muro patrimonial (I) .....................................................................
III.50 Capim alto junto a muro patrimonial (II) ....................................................................
III.51 Capim alto junto a muro patrimonial (III) ...................................................................
III.52 Carcarás (Caracara plancus) em árvore ......................................................................
III.53 Garça-branca-grande (Casmerodius albus) em árvore. ................................................
III.54 Vala de drenagem de águas pluviais obstruída por vegetação (I)..................................
III.55 Vala de drenagem de águas pluviais obstruída por vegetação (II)................................
III.56 Vala de drenagem de águas pluviais obstruída por vegetação (III)...............................
III.57 Vala negra ...............................................................................................................
III.58 Lagoa de estabilização de águas residuárias (I) ..........................................................
III.59 Lagoa de estabilização de águas residuárias (II) .........................................................

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ÍNDICE GERAL8 DE FIGURAS

pág.
III.60 Edificação desativada (I) ...........................................................................................
III.61 Edificação desativada (II) .........................................................................................
III.62 Edificação desativada (III) ........................................................................................
III.63 Hangar ....................................................................................................................
III.64 Galpão ....................................................................................................................
III.65 Garça-cinza (Egretta caerulea) pousada em sinalizador ...............................................
III.66 Urubu-comum (Coragyps atratus) em poste ...............................................................
III.67 Garças-brancas pousadas em píer .............................................................................
III.68 Garças-brancas pousadas em ALS .............................................................................
III.69 Garças-brancas pousadas em cerca ...........................................................................
IV.01 Painel de campanha de educação ambiental ..................................................
IV.02 Reservatório de alvenaria para acondicionamento de restos de peixes
(contêiner no detalhe) – Mercado de Peixe de Teresina/PI..............................
V.01 Relatórios de colisões por aeroporto (1982 a 1996)....................................................
V.02 Número de colisões reportadas ao CENIPA até 04/03/2002..........................................
V.03 Colisão de aves por mês do ano (1980 a dez 2000).....................................................
V.04 Colisão de aves por período do dia (1980 a dez 2000).................................................
V.05 Colisões por fase de vôo (1980 a dez 2000) (n = 2.198)..............................................
V.06 Colisão com aves por cota altitudinal (1990 a 2002)....................................................
V.07 Espécies envolvidas em colisão com aeronaves em aeroportos da Região Sul do Brasil
(1980 a dez 2000).....................................................................................................

ÍNDICE GERAL DE TABELAS

pág.

I.01 Exemplos de aves observadas em manguezais............................................................


I.02 Exemplos de aves observadas em capoeiras...............................................................
I.03 Exemplos de aves observadas em gramados...............................................................
II.01 Aeroportos da rede Infraero onde foram conduzidos diagnósticos do perigo aviário.......
Check list para identificação e análise de não-conformidades no interior de
aeroportos e na Área de Segurança Aeroportuário......................................................
III.01

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1ª parte

o perigo aviário na rede Infraero


de aeroportos

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CAPÍTULO I

AVIFAUNA DE AEROPORTOS

I.1) INTRODUÇÃO
Os aeroportos brasileiros, sobretudo aqueles localizados em regiões metropolitanas, foram ou
estão sendo gradativamente cercados pela malha urbana, processo que resulta diretamente do
crescimento numérico da população.
A ocupação do entorno de sítios aeroportuários no Brasil não apresenta um padrão definido do
ponto de vista do adensamento demográfico, da forma como se processa a ocupação do espaço e do
tipo de uso do solo que é feito. Alguns aeroportos são cercados por áreas residenciais de baixa
densidade demográfica, ao passo que, no outro extremo da escala, o são por bairros populares muito
adensados cuja expansão pode ocorrer pela ocupação de terrenos públicos e/ou APPs por um grande
número de residências “informais”. Em determinadas regiões a taxa de crescimento da malha urbana
do entorno de aeroportos se consolida ao longo de décadas, sendo que em outros todo o processo se
concretiza em poucos anos.
Os bairros densamente povoados e menos favorecidos do ponto de vista de infra-estrutura de
saneamento básico são aqueles que usualmente trazem maiores preocupações à administração
aeroportuária. O resultado é a proliferação de depósitos de lixo a céu aberto, que se espalham por
terrenos baldios ou nas margens de estradas, rios, canais e lagoas. Vale mencionar que, em situações
extremas, porém não incomuns no Brasil, o lixo é lançado para dentro do sítio aeroportuário (Figura
I.01)
A carência de infra-estrutura urbana aliada à quase ausência ou ausência completa de serviços
básicos de limpeza torna-se, portanto, uma das fontes primárias de problemas para a segurança
aeronáutica no Brasil.
Algumas poucas espécies de aves beneficiam-se da proliferação de pontos de descarte de lixo a
céu aberto e sem tratamento (Figuras I.02 e I.03). Dentre todas as aves observadas nestas
circunstâncias destaca-se o urubu-comum ou urubu-comum, freqüente sobretudo em áreas urbanas e
cuja distribuição geográfica é ampla, ocorrendo em todas as regiões do Brasil.

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Figura I.01 - Disposição de lixo dentro de um sítio


aeroportuário.

Figura I.02 – Disposição de lixo a céu aberto


em Belém/PA.

Figura I.03 – Disposição de lixo a céu


aberto em Fortaleza/CE.

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Sítios aeroportuários são também freqüentados por diversas outras aves, que, juntas, em
alguns casos, podem somar mais de 70 espécies. Tamanha diversidade se explica pela presença de
ambientes naturais e antrópicos, os quais são apropriados para alimentação, descanso, refúgio contra
predadores, dessedentação ou mesmo reprodução. Os ambientes aeroportuários podem, dessa forma,
exercer forte atração para aves e mesmo para outros grupos animais, como mamíferos e répteis,
estruturando cadeias alimentares por vezes complexas e extensas.
Em áreas densamente urbanizadas, em que os espaços verdes são escassos, os aeroportos
desempenham uma função especial para a vida silvestre, o que os torna referência para aves que se
adaptam muito bem a ambientes criados e/ou modificados pelo homem (ambientes antópicos).

I.2) DIVERSIDADE AVIFAUNÍSTICA


Devido à grande extensão territorial do Brasil e à multiplicidade de tipos de ambientes naturais,
a avifauna aeroportuária varia muito de acordo com a região de inserção do aeroporto.
De um modo geral, quanto maior e mais diversificada for a vegetação (em termos
fitofisionômicos e extensão), mais rica tende a ser a composição avifaunística. Isto é especialmente
válido para regiões tropicais, onde a biodiversidade costuma ser muito elevada.
Em função do período do ano em que são observadas, as aves podem ser classificadas em: a)
residentes, que ocorrem ao longo de todo o ano ou na maioria dos meses; b) migratórias ou visitantes
(do norte ou do sul), quando presentes apenas em determinados meses, quase sempre sinalizando a
entrada de uma nova estação; c) ocasionais, se a sua presença não apresenta regularidade no tempo;
e e) acidentais, que são as espécies raramente observadas em uma segunda ocasião. Por fim, citam-
se as espécies invasoras, as quais, de um momento para o outro, passam a colonizar a região,
podendo permanecer por pouco tempo ou por tempo indeterminado.
Algumas espécies de aves são onipresentes ou ao menos observadas na grande maioria dos
aeroportos. Este é o caso, por exemplo, do urubu-comum e do carcará, muito comuns em quase todo
o Brasil e que são adaptados a ambientes antrópicos, nos quais obtêm benefícios que seriam escassos
em áreas naturais.
A garça-vaqueira é também muito freqüente em lixões e aterros sanitários e igualmente em
gramados de aeroportos, onde, em pequenos bandos, alimenta-se de insetos e suas larvas.
Outra espécie de interesse para a segurança aeronáutica é o quero-quero (Vanellus chilensis),
que se envolve em colisões com aeronaves em vários aeroportos do Brasil, especialmente nos da Sub-
regional Sul, onde é muito comum. O quero-quero não somente se alimenta em áreas gramadas e
campestres dos sítios aeroportuários, como também se reproduz, o que gera problemas diversos. Em
determinadas circunstâncias, a concentração de aves pode ser tão elevada que se torna necessária a
interdição temporária de pistas para pousos e decolagens.
Alguns aeroportos apresentam problemas específicos com relação à presença de aves. É o caso,
por exemplo, do Aeroporto de Corumbá, cujo pátio e pista são utilizados pelo trinta-réis-grande

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(regionalmente conhecido como “taiamã”) para pernoite. Outros exemplos são o Aeroporto
Internacional Val-de-Cães (Belém/PA), ocasionalmente invadido por bandos de andorinhas [cf.
andorinha-do-rio], o Aeroporto de Marabá (PA), cuja pista é regularmente utilizada no período
noturno pelo corucão, e o Aeroporto de Joinville (SC), que passou a ser freqüentado a partir de 2004
por bandos do tapicuru-de-cara-pelada.
Quanto às aves domésticas, destaca-se o pombo-doméstico, ave originária do continente
Europeu. Atualmente, o pombo-doméstico vem causando problemas em diversos aeroportos, não
somente com relação à movimentação de aeronaves, mas pela contaminação de água potável e
infestação de áreas de circulação de pessoas e mercadorias, particularmente TPSs e terminais de
cargas.

I.3) AMBIENTES AEROPORTUÁRIOS


Conforme ressaltado anteriormente, a avifauna de aeroportos é tão mais rica em espécies
quanto maior a extensão e diversidade dos ambientes encontrados em seu interior.
Os ambientes aeroportuários podem ser enquadrados em duas maiores categorias: naturais e
antrópicos.

I.3.1) Ambientes naturais


São os ambientes que existiam anteriormente à criação do aeroporto e que lograram subsistir à
instalação das áreas edificadas, pátios e pistas. Alguns destes ambientes permaneceram intactos ou
sofreram graus variados de modificação em função de interferências diversas.
Exemplos de ambientes naturais que ocorrem dentro dos sítios aeroportuários e cercanias são
manguezais (Figura I.04), buritizais (Figura I.05), matas ou florestas, campos cerrados (Figura I.06),
restinga (Figura I.07), caatinga, áreas alagadas (brejos, lagoas, pântanos, charcos) (Figura I.08) e
marizais (Figura I.09), dentre outros.
Capões de matas ou capoeiras (Figura 09) quase sempre são o resultado da regeneração da
mata nativa. Apresentam elementos vegetais que variam em número e diversidade de espécies com
relação a ambientes semelhantes mais preservados, assim como feições variadas que determinam a
sua idade (maturidade).

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Figura I.04 – Manguezal – Rio de Janeiro/RJ.

Figura I.05 – Buritizal – São Luiz/MA.

Figura I.06 – Cerrado – Brasília/DF.

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Figura I.07 – Restinga – Natal/RN

Figura I.08 – Alagado – Manaus/AM.

Figura I.09 – Marizal – Porto Alegre/RS.

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 Avifauna associada
A avifauna associada a ambientes naturais pode ser mais ou menos rica em espécies de acordo
com o grau de conservação e extensão da vegetação.
A vegetação de mangue é utilizada, a título de exemplo, por aves aquáticas pernaltas (vide
Tabela I.1 para exemplos), sendo que ambientes em regeneração, como capoeiras de matas, são
particularmente amiúde freqüentadas por variado elenco de aves de pequeno porte (vide Tabela I.2).
Os demais ambientes (buritizais, florestas, cerrados, restingas, caatinga, áreas alagadas,
marizais) podem conter grupos específicos de espécies. Entretanto, algumas espécies de aves são
onipresentes, como é o caso dos urubus-caçadores, do carcará e do gavião-pega-pinto.

Tabela I.1 – Exemplos de aves observadas em manguezais.

Família Nome comum Nome cientifico


Garça-branca-grande Casmerodius albus
Garça-branca-pequena Egretta thula
Garça-cinza Egretta caerulea
Ardeidae Garça-moura Ardea cocoi
Colhereiro Ajaia ajaja
Savacu Nycticorax nycticorax
Socozinhos Ixobrichus spp.
Phalacrocoracidae Mergulhão Phalacrocorax brasilianus
Rallidae Frango-d’água Gallinula chloropus

Tabela I.2 – Exemplos de aves observadas em capoeiras.

Família Nome comum Nome cientifico


Accipitridae Gavião-casaca-de-couro Heterospizias meridionalis
Carrapateiro Milvago chimachima
Falconidae Falcão quiri-quiri Falcus sparverius
Carcará P. placus
Columbidae Rolinha-café-com-leite Columbina talpacoti
Cuculidae Anu-branco Guira guira
Bentevi Pitangus sulphuratus
Tyrannidae
Suiriri Tyrannus melancholicus

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I.3.2) Ambientes antrópicos


Os ambientes antrópicos resultam da intervenção humana sobre o meio ambiente natural, em
proporções que variam de simples modificações na estrutura fitofisionômica da vegetação a alterações
mais acentuadas, como redefinição do perfil do terreno, retificação de cursos d’água, dragagem de
áreas úmidas, construção de barragens e introdução de elementos florísticos exóticos ou naturais em
proporções anteriormente inexistentes, entre outras.
Áreas edificadas podem conter TPSs, terminais de carga, pátios e pistas, torres de controle do
trafego aéreo, etc, ao passo que, com referência a ecossistemas antrópicos, citam-se plantações de
cana-de-açúcar, milho e soja, gramados, etc.

 Avifauna associada
A diversidade de aves em um aeroporto varia principalmente em função da presença e
extensão dos diferentes tipos de ambientes introduzidos ou modificados pelo homem. De um modo
geral, quanto maiores e mais diversificados forem os ambientes de um sítio aeroportuário, mais
diversificada será a avifauna nele contida.
Os gramados são, via de regra, um dos ambientes que mais atraem aves. O número de
espécies costuma ser reduzido, mas o número de indivíduos por espécie pode ser elevado. Cita-se,
como exemplo, o quero-quero e o carcará.
A Tabela I.3 traz mais exemplos de aves comumente observadas em gramados de aeroportos.

Tabela I.3 – Exemplos de aves observadas em gramados.

Família Nome comum Nome cientifico


Garça-faceira Syrigma sibilatryx
Ardeidae
Garça-vaqueira Bubulcus íbis
Threskiornithidae Tapicuru-de-cara-pelada Phimosus infuscatus
Falconidae Carcará Caracara plancus
Charadriidae Quero-quero Vanellus chilensis
Mottacilidae Caminheiro-zumbidor Anthus lutescens
Icteridae Polícia-inglesa-do-sul Leistes superciliaris
Estrildidae Bico-de-lacre Estrilda astrild

As monoculturas, por seu turno, são freqüentadas por espécies afeitas a ambientes abertos,
como é o caso de anus (Guira guira e Crotophaga ani), além de aves de rapina como falcões e afins

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(Falco spp. e Milvago chimachima), gaviões (Buteo magnirostris, Heterospizias meridionalis) , o


carcará, etc.

I.3.3) Avifauna urbana


A maioria das colisões entre aves e aeronaves ocorre nas proximidades ou no interior de sítios
aeroportuários de regiões metropolitanas densamente povoadas, especialmente onde parte do lixo é
depositado a céu aberto em terrenos baldios, estradas, lixões, etc.
De acordo com dados do IBGE (1989), no Brasil eram geradas, em 1989, cerca de 100.000
toneladas diárias de resíduos sólidos urbanos de origem domiciliar e comercial. Desse total, apenas
28% recebiam algum tipo de tratamento, sendo 23% depositados em aterros sanitários, 3%
compostados e 2% reciclados (vide Figura I.10). Os 72% restantes eram destinados a aterros
controlados ou dispostos a céu aberto (lixões).

72%

Com algum tipo de


tratamento

Aterros sanitário
controlado ou lixão
28%

Figura I.10 - Destinação dada ao lixo doméstico e


comercial no Brasil.

Segundo o mesmo estudo (IBGE, op. cit.), 88% dos municípios brasileiros lançavam o lixo a céu
aberto e apenas 12% depositavam-no em aterros. Pode-se afirmar que essa situação sofreu pouca
alteração em tempos recentes (MMA, 2000).
Outra pesquisa do IBGE divulgada em 1995 (IBGE, 1995) indica que 28% da população
brasileira não é beneficiada pela coleta de lixo. Nos estados da Região Nordeste este índice sobe para
49,8%.
Vale ressaltar que a fração orgânica presente nos resíduos domiciliares/comerciais é da ordem
de 52,5% (PEREIRA NETO, 1992). Tamanho volume de matéria putrescível depositada a céu aberto
representa imensa fonte de alimento para diversas espécies de aves, como o urubu-comum, o carcará
e a garça-vaqueira.
A análise de dados de colisão entre aves e aeronaves do CENIPA evidencia que o “urubu” é a
espécie associada ao maior número de eventos – 28,16% de um total de 2.198 registros. Em se
considerando apenas as colisões cuja espécie de ave envolvida foi positivamente identificada (n =
1.126), este percentual salta para cerca de 55%.

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CAPÍTULO II

O CONTROLE DO PERIGO AVIÁRIO NO BRASIL

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CAPÍTULO II

O CONTROLE DO PERIGO AVIÁRIO NO BRASIL

II.1) INICIATIVAS GOVERNAMENTAIS E PRIVADAS


O controle do perigo aviário em território nacional vem sendo conduzido por órgãos do governo
federal (CENIPA, SERAC, CEMAVE e Infraero) e iniciativa privada (Companhias Aéreas).
As ações são implementadas de forma complementar e discutidas através de encontros
regionais.

II.1.1) CENIPA
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), órgão vinculado ao
Comando da Aeronáutica, foi criado através do Decreto nº. 69.565, de 19 de novembro de 1971. A
partir de 7 de junho de 1982, por força do Decreto no 87.249, o CENIPA passou a ser uma
organização autônoma.
Como órgão central do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
(SIPAER), o CENIPA tem como atribuição supervisionar, planejar, controlar e coordenar atividades
afins, em consonância com todos os demais elos da cadeia de comando operacional.
O CENIPA estabelece, anualmente, iniciativas na área de perigo aviário através do Programa de
Controle do Perigo Aviário no Brasil (PCPAB).
São quatro as linhas de ação:

a) Reunião de Coordenação - coordenação e participação em encontros com representantes de


entidades privadas e segmentos públicos municipais, estaduais e federais competentes para o
estabelecimento de soluções para o problema de aeroportos em todo o Brasil;
b) Emissão de pareceres – mediante solicitação, o CENIPA emite pareceres para a implantação de
atividades com potencial atrativo de aves dentro da ASA;
c) Atividades educativas - promoção de aulas e palestras em cursos oferecidos pelo CENIPA, bem
como em eventos promovidos por organizações envolvidas com a segurança de vôo no Brasil;
d) Atividades promocionais – distribuição de cartazes e realização de seminários específicos sobre o
Controle do Perigo Aviário.

O CENIPA é também o responsável pelo Programa Brasileiro de Redução de Colisão com Aves
(PBRCA), que surgiu em 1991.

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O PBRCA atuou inicialmente na sistematização dos dados sobre colisões ocorridas em território
nacional, os quais até então se encontravam integrados ao banco de dados mais genérico de
segurança aeroportuária daquele órgão.
Com base nas informações obtidas através do preenchimento da Ficha CENIPA 15 (Figura II.1)
ou 15A, torna-se possível proceder à análise de tendências1 e estabelecer possíveis medidas para a
solução do problema. Para contatar o gerente do Projeto Perigo Aviário ou reportar colisões com aves
através do preenchimento da Ficha CENIPA 15, o CENIPA colocou à disposição dos usuários o
endereço eletrônico perigoaviario@cenipa.aer.mil.br.
A sistematização e conseqüente facilitação da troca de informações permitiram que alguns
estudos fossem publicados para a disseminação de conhecimento às partes interessadas. Destacam-
se, nesse sentido, os trabalhos de BRASIL (1997) e BASTOS (2000; 2001).
Os trabalhos do CENIPA são também divulgados em eventos internacionais. Em 2001, foram
apresentadas estatísticas atualizadas sobre colisões com aves em território nacional no “Bird Strike
2001” realizado em Calgary (Canadá) e promovido pelos comitês de Colisão com Aves dos EUA e
Canadá. Em 1997, o CENIPA esteve também representado no 50o Seminário Internacional de
Segurança Aérea promovido pela Associação Internacional de Transporte Aéreo em Washington D.C.
(USA).
Outra iniciativa conduzida pelo CENIPA foi a assinatura de um termo de cooperação técnica
com o CEMAVE, órgão responsável pela conservação e estudo da avifauna silvestre e que é
subordinado ao IBAMA/Ministério do Meio Ambiente. O objetivo primário desta iniciativa foi a
identificação, por especialistas, dos restos de aves envolvidas em colisões com aeronaves em território
nacional.

II.1.2) SERAC
Espalhados por todo Brasil, os Serviços Regionais de Aviação Civil (SERAC) atuam como elo de
ligação entre o DAC e a comunidade aeronáutica, exercendo as funções de fiscalização e orientação
nas diversas áreas de atuação do sistema de aviação.
Na intenção de descentralizar as atividades que competem ao DAC, a maioria dos sete Serviços
Regionais foi criada há mais de 20 anos e atuam como um DAC regional, atendendo toda a
comunidade da área. Subordinadas aos SERACs, existem dezenas de Seções de Aviação Civil (SAC),
localizadas em vários aeroportos do País. Estas Seções têm como característica principal o
atendimento ao público e a fiscalização dos aeroportos onde se localizam.
O SERAC promove a realização de encontros regionais para discutir o perigo aviário, procurando
envolver não somente as empresas diretamente relacionadas com a navegação aérea, mas atores
sociais que podem contribuir para a minimização do problema.

1
Até 2000, existiam cerca de 2.198 registros de colisões para todo o Brasil (BASTOS, 2001).

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Figura II.1- Ficha CENIPA 15.

Em geral, os encontros regionais, ou Seminários de Perigo Aviário, são realizados nas capitais
dos Estados, contando com a presença de representantes das Cias. Aéreas, órgãos de representação
federal (Ministério Público, IBAMA/CEMAVE, ANVISA), estadual (Ministério Público, Secretarias de Meio
Ambiente e órgãos de controle do meio ambiente) e municipal (Secretarias Municipais de Meio
Ambiente, Prefeituras, empresas de limpeza e saneamento urbano, etc.). Participam representantes
da sociedade civil organizada (associação de moradores de bairros) e instituições de ensino e
pesquisa, públicas e particulares (universidades, escolas).
Em 2004 foram realizados 07 Seminários de Perigo Aviário, os quais ocorreram em Salvador,
Aracaju, Maceió, Natal, Fortaleza, Teresina (SERAC I) e Belém (SERAC II).

II.1.3) CEMAVE
Como sendo o principal órgão federal responsável por atividades de pesquisa e conservação da
avifauna nacional, o CEMAVE estabeleceu um amplo programa de investigação sobre o perigo aviário
em diversos aeroportos do país, o qual teve início em 1995. Tal programa, intitulado “Levantamento

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da Avifauna dos Aeroportos – Riscos, Problemas e Soluções”, recebeu, entre 1995 e 1997, apoio do
CENIPA e do CNPAA, assim como da CPPA.
Os objetivos dos trabalhos conduzidos foram: a) identificar as aves que ocorrem nas áreas de
alguns aeródromos brasileiros e entorno; b) detectar os locais de concentração das aves e potenciais
focos de atração; c) identificar as atividades de uso da área pelas aves (alimentação, nidificação e/ou
descanso); e d) propor métodos de manejo para minimizar o risco de colisões com as aeronaves
(AMARAL, 2002).
Para efeito do dimensionamento da problemática do perigo aviário em território nacional, o
CEMAVE conduziu censos aéreos em diversos aeroportos do Brasil entre 1995 e 2001. Segundo
AMARAL (op. cit., pág. 10), as cidades atendidas foram: Manaus, Natal, João Pessoa, Recife, Maceió,
Paulo Afonso, Salvador, Brasília, Rio de Janeiro, Curitiba, Caxias do Sul e Porto Alegre, além do
arquipélago de Fernando de Noronha.

II.1.4) INFRAERO
A Infraero – Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária - é uma empresa pública
vinculada ao Ministério da Defesa. Criada com base na Lei no 5.862, de 12 de dezembro de 1972, a
Infraero tem por finalidade implantar, administrar, operar e explorar industrial e comercialmente a
infra-estrutura aeroportuária e de apoio à navegação aérea, prestar consultoria e assessoramento em
suas áreas de atuação e construção de aeroportos. Atualmente, a Infraero administra 83 Estações de
Navegação Área e 66 Aeroportos distribuídos por 08 Sub-regionais (SRMN, SRBE, SRBR, SRRF, SRSL,
SRGL, SRGR e SRPA).
A Infraero possui o “Programa Avifauna de Aeroportos”, cujo principal objetivo é a redução do
número de incidentes e acidentes aeronáuticos decorrentes de colisão com aves. As ações do
Programa se aplicam aos sítios aeroportuários, onde são implementadas medidas para a
redução/eliminação de fatores ambientais que atraem as aves. Com relação a Área de Segurança
Aeroportuária, a Infraero atua no sentido de estabelecer parcerias com diferentes atores sociais da
esfera pública e privada, tendo em vista a identificação de parcerias que possam contribuir para a
redução dos focos de atração de aves.
O Programa Avifauna prevê ainda a contratação de instituições de pesquisa e ensino ou
empresas de consultoria para a elaboração de PMAs e ações de suporte aos programas ambientais em
diversos aeroportos da rede. Dentre as instituições parceiras está a COPPE/UFRJ, que, através do
Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente (LIMA) do Programa de Planejamento Energético (PPE)
vem desenvolvendo diversas atividades nesse sentido.
As principais linhas de ação do LIMA/COPPE são:

a) Diagnósticos sobre o perigo aviário em aeroportos da rede Infraero (vide Tabela II.1);
b) Disseminação dos resultados dos trabalhos de campo referentes aos diagnósticos dos aeroportos

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em Seminários de Perigo Aviário no Brasil;


c) Elaboração de PMA para os aeroportos SBGL, SBRJ e SBJR;
d) Apoio à elaboração e acompanhamento da implementação de PMAs nos demais aeroportos;
e) Elaboração do “Manual de Controle de Perigo Aviário para Aeroportos da Rede Infraero”; e
f) Discussão e elaboração de políticas nacionais para o controle do perigo aviário em conjunto com o
CEMAVE/IBAMA.

O Programa Avifauna articula-se com outros programas desenvolvidos no âmbito da Infraero,


dentre os quais se destaca o de Gestão de Informações. Este Programa é responsável pela elaboração
do Sistema de Informações Geográficas de Meio Ambiente – o SIGMA –, que tem como objetivo a
otimização do controle ambiental no entorno dos aeroportos. Este sistema permite visualizar, analisar
e efetuar o cruzamento de informações de natureza ambiental que apresentem interfaces com a
gestão aeroportuária. Dessa forma, o SIGMA possibilita que sejam identificados e mapeados pontos
de implantação de atividades de natureza perigosa no entorno dos aeroportos, facilitando a ação das
gerências de Operações, Segurança e Navegação Aérea.
Para efeito de arquivamento de informações e estruturação de um banco de dados sobre
colisões de aeronaves com aves associados aos aeroportos da rede, a Infraero dispõe do endereço
eletrônico avifauna@infraero.gov.br. Os dados de colisões devem, porém, seguir com cópia para o
endereço eletrônico do CENIPA, conforme instruções disponíveis no item II.1.1.

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Tabela II.1 – Aeroportos da rede Infraero onde foram conduzidos diagnósticos do perigo aviário.

Sub- Período do
Aeroporto
regional diagnóstico
Aeroporto Internacional Eduardo Gomes – Manaus/AM 04 a 08/IX/2003
SRMN
Aeroporto de Tefé – Tefé/AM 23 a 25/I/2005
Aeroporto Internacional Val-de-Cães – Belém/PA 12 a 14/VII/2004
SRBE Aeroporto de Marabá – Marabá/PA 15 e 16/VII/2004
Aeroporto Mal. Cunha Machado – São Luis/MA 19 e 21/VII/2004
Aeroporto Internacional Pinto Martins – Fortaleza/CE 12 a 14/V/2004
Aeroporto Internacional Senador Petrônio Portela – Teresina/PI 28 a 30/VII/2003
Aeroporto Internacional Augusto Severo – Parnamirim/RN 08 a 11/IV/2003
SRRF
09, 10 e
Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes Gilberto Freyre – PE
13/XII/2004
Aeroporto de Maceió Zumbi dos Palmares – Maceió/Rio Largo - AL 03 a 05/XI/2003
SBSL Aeroporto Internacional Luiz Eduardo Magalhães – Salvador/BA 12 e 14/IV/2004
Aeroporto Internacional Pres. Juscelino Kubitschek – Brasília/DF 25 a 28/X/2004
SRBR
Aeroporto de Corumbá – Corumbá/MS 03 a 06/VI/2002
Aeroporto Doméstico Santos Dumont – Rio de Janeiro/RJ 02/VI/2004
Aeroporto Doméstico de Jacarepaguá – Rio de Janeiro/RJ 07/III/2005
SRGL
Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro IV/2002 a 2005
Aeroporto Doméstico da Pampulha – Belo Horizonte/MG 23 a 27/VI/2003
SRGR Aeroporto Internacional de Cumbica – Guarulhos/SP 5 a 8/VIII/2002
24 e 26/06/2002
Aeroporto Internacional Salgado Filho - Porto Alegre/RS
e 05 e 08/X/2004
24 e
Aeroporto de Joinville – Joinville/SC
SRPA 25/VIII/2004
Aeroporto de Bacacheri – Curitiba/PR 31/VIII/2004
27, 30 e
Aeroporto Internacional Afonso Pena – S.J. dos Pinhais/PR
31/VIII/2004

II.1.5) COMISSÃO de controle do Perigo Aviário no brasil


Em 2001 foi constituída a Comissão de Controle do Perigo Aviário no Brasil (CCPAB) pelo
Comitê Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, composta pelas seguintes organizações:
Centro de Investigação da Aviação Civil (IAC), Infraero, IBAMA, CEMAVE e pelas Cias. Aéreas VARIG,
VARIG LOG, GOL, VASP, TAM, e LIDER TAXI AÉREO.
A Comissão atua em todo o território nacional através da promoção de encontros específicos, a
exemplo do I e II Seminário Internacional de Controle do Perigo Aviário, realizados, respectivamente,
em agosto de 2003 (Rio de Janeiro/RJ) e novembro de 2004 (Recife/PE).
Entre outras iniciativas recentes, a Comissão está acompanhando os trabalhos de
regulamentação da Resolução no 04 do CONAMA, em trâmite no Congresso Nacional.

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II.1.6) companhias AÉREAS


As Cias. Aéreas encontram-se envolvidas com a questão do controle do perigo aviário em
distintas situações, a saber:

a) Maior envolvimento na coleta de informações sobre colisões de aves com aeronaves por parte de
pilotos e técnicos de manutenção de aeronaves, o que se reflete no aumento do número de relatos
via preenchimento da Ficha CENIPA 15 ao longo dos últimos anos;
b) Co-patrocínio de seminários de perigo aviário em diversos Estados, oportunidade em que são
recebidos inclusive debatedores que possuem ampla experiência no tema em aeroportos do exterior;
e
c) Transmissão de dados sobre os prejuízos incorridos pelas Cias. Aéreas em seminários de perigo
aviário como meio de sensibilização de atores sociais diversos.

II.2) LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AO CONTROLE DO PERIGO AVIÁRIO


A legislação pertinente ao controle do perigo aviário é relativamente recente no Brasil.
Dentre os principais diplomas legais associados à matéria, destacam-se: a) Resolução CONAMA
nº4/95; b) a Portaria nº1.141/GM5, e c) o RBHA 139.

II.2.1) Resolução CONAMA no 04/95


A Resolução CONAMA nº 04, de 09 de outubro de 1995, determina a proibição da instalação de
atividades de natureza perigosa dentro da Área de Segurança Aeroportuária (ASA), isto é, aquelas
classificadas como foco de atração de aves, tais como lixões, matadouros, curtumes, culturas
agrícolas e demais atividades que representem risco à navegação aérea.
Pelo artigo 1o da Resolução, a ASA é definida como a área abrangida por um raio pré-
estabelecido em função do tipo de operação do aeródromo, e traçado a partir de seu “centro
geométrico”. O raio é de 20 km para os aeródromos que operam de acordo com regras de vôo por
instrumentos (IFR), e de 13 km para os demais aeródromos (operados por regras VFR).
A finalidade da ASA, que está diretamente vinculada à questão de segurança das operações
aéreas, é disciplinar a ocupação do solo nas áreas de entorno dos aeroportos por meio da ação dos
órgãos governamentais locais (Prefeituras).
Através da Resolução CONAMA 004/95, o Comando da Aeronáutica ampliou sua ingerência
sobre a ocupação e uso do solo além dos limites das Zonas de Proteção de Aeródromos e de Auxílio à
Navegação Aérea estabelecidos pela Portaria 1.141/GM5.

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II.2.2) Portaria nº 1.141 - GM5/87


A Portaria nº 1.141-GM5, de 08 de dezembro de 1987, estabelece, no seu Capitulo IX, Artigo
46, que nas Áreas de Aproximação e Áreas de Transição dos aeródromos e helipontos não são
permitidas implantações de natureza perigosa, mesmo não ultrapassando os gabaritos fixados para as
rampas de aproximação e decolagem de aeronaves.
O Artigo 30 delega ao Comando Aéreo Regional a competência para decidir contrária ou
favoravelmente sobre a execução da implantação do aeródromo nas Áreas acima mencionadas.

II.2.3) Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica no 139 (RBHA 139) -


Certificação Operacional de Aeroportos
O RBHA no 139 estabelece normas e procedimentos que se aplicam a todas as Administrações
Aeroportuárias Locais que, de acordo com a Seção 139.101, são obrigadas a obter um Certificado
Operacional do Aeroporto, bem como àquelas Administrações que manifestarem ao DAC a intenção de
obtê-lo.
O Certificado Operacional do Aeroporto somente é concedido após terem sido satisfeitas as
exigências deste Regulamento e aprovado o respectivo Manual de Operações do Aeroporto (MOA)
(vide item II.4.1.2), que deverá atender aos requisitos estabelecidos na Seção 139.311 (“Conteúdo do
Manual de Operações do Aeroporto”). Nesta Seção, no item 12 (“Gerenciamento do Perigo da
Fauna”), é feita referência aos procedimentos que deverão ser adotados para enfrentar os perigos
relativos às operações de aeronaves em função da presença de aves nos circuitos de vôo do
aeroporto ou animais na área de movimento, incluindo:
a) procedimentos para avaliar os perigos existentes;
b) procedimentos para implantar programas de controle da cobertura vegetal, da fauna (a exemplo do
“Programa de Gestão do Perigo da Fauna”, a que faz referência o subparágrafo 3 do Parágrafo a
(Seção 139.427, “Outras Obrigações”), das atividades antrópicas etc.; e
c) nomes, telefones e funções das pessoas responsáveis pelo trato desse assunto, durante e fora do
horário do expediente.

II.3) DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

II.3.1) Nacionais

II.3.1.1) Manual de Implementação de Aeroportos


O Manual de Implementação de Aeroportos foi elaborado pelo Instituto de Aviação Civil (IAC)
com o objetivo de fornecer as principais orientações, informações e esclarecimentos sobre o processo
de implantação de uma unidade aeroportuária, tanto no que se refere à fase de construção quanto de

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operação, de forma compatível com a legislação aeronáutica e ambiental vigente.


Com relação ao perigo aviário, o Manual faz algumas referências.
No item II.2 (“Escolha do Sítio”), fica estabelecido que a coleta de dados para a caracterização
do sítio aeroportuário deve obedecer, entre outros critérios, à identificação e caracterização de
possíveis implantações de natureza perigosa, tais como lixões, aterros sanitários, vazadouros,
matadouros e outros que possam atrair pássaros (item VIII).
No item III (“Implantação do Aeroporto”), subitem III.6.4.3, é feita menção aos perigos à
navegação aérea impostos por atividades de natureza perigosa. São citadas, como referência para o
assunto, a Portaria no 1.141/GM5/87 e a Resolução CONAMA no 004/95.
Por fim, no item IV (“Operação do Aeroporto”), subitem IV.6, o Manual faz menção à gestão e
controle do meio ambiente, onde são citados os programas voltados para o estabelecimento de
medidas preventivas e corretivas, além de ações em caso de emergência. O Programa de Gestão do
Perigo da Fauna, em particular, de caráter obrigatório, visa atender às exigências estabelecidas pela
Emenda 5 do Anexo 14 da OACI e ao previsto para este tema no RBHA 139.
De acordo com o Manual de Implementação de Aeroportos, a adoção deste programa tem por
objetivo minimizar os riscos de acidente/incidente com as aeronaves decorrentes da presença de aves
nos circuitos de vôo do aeroporto ou de animais nas áreas de movimento, através da adoção de
procedimentos específicos. A implementação e execução deste programa são de responsabilidade da
administração aeroportuária, cujo sucesso reside na coordenação das ações com órgãos ambientais e
prefeituras municipais.
Outro programa a que faz referência o Manual é o de Controle da Proliferação de Vetores. Tal
programa é de interesse direto para os funcionários dos aeroportos envolvidos com o controle do
perigo aviário, pois se refere à existência de não-conformidades em aeroportos que potencializam a
fixação e/ou reprodução de espécies animais e que poderão vir a ser utilizados como alimento por
aves, caracterizando a formação de uma cadeia alimentar indesejável.

II.3.1.2) Manual de Operações de Aeroportos (MOA)


O MOA é o documento exigido para a obtenção do Certificado Operacional do Aeroporto a ser
elaborado pela Administração Aeroportuária Local, e que contem informações tais como
características físicas e condições operacionais do sítio aeroportuário, das instalações, dos serviços e
equipamentos, dos procedimentos operacionais, da administração aeroportuária e do sistema de
gerenciamento da segurança operacional. Tais informações devem demonstrar que as características
físicas e condições operacionais do aeroporto atendem à regulamentação aeronáutica brasileira,
garantindo a segurança operacional das aeronaves.
Com relação à presença de animais no interior do sítio aeroportuário, no capítulo
“Procedimentos de Segurança Operacional”, item 5.5.12 (Gerenciamento do Perigo da Fauna), são
encontradas referências quanto a procedimentos mínimos a serem adotados pela administração

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aeroportuária para minimizar colisões de aeronaves sobretudo com aves. Recomenda-se que as
informações sejam condensadas na forma de um “Programa de Gestão de Perigo da Fauna”, o qual
deverá conter ao menos:

a) procedimentos para avaliar os perigos existentes, incluindo vistoria diária do sítio aeroportuário
para identificação das espécies da fauna e respectivos focos de atração, registro e acompanhamento
estatístico das colisões de aves com aeronaves, bem como inspeção permanente para avaliação dos
sistemas de pistas quanto à concentração de aves e identificação de animais em estado de
decomposição;
b) procedimentos para capturar animais na área de movimento;
c) procedimentos para implantar programas de controle da cobertura vegetal, da fauna e das
atividades antrópicas, incluindo manutenção do corte de grama e recolhimento de aparas,
desobstrução de valas de drenagem e galerias, operações para dispersão de pássaros, patrulhamento
e vistoria das cercas operacionais e patrimoniais;
d) procedimentos de informação para acompanhamento de situação de perigo aviário pelo DAC
(SERAC e IAC), DECEA (SRPV/CINDACTA) e DIRENG (SERENG), além do CENIPA; e
e) cargo/função do responsável pelo gerenciamento do perigo da fauna, registrando, na relação de
cargos e funções com responsabilidades específicas no MOA, o nome, identidade e órgão emissor,
CPF, responsabilidades e meios de contato, durante e fora do horário de expediente administrativo do
aeroporto.

II.3.1.3) Manual de Gerenciamento do Uso do Solo no Entorno de Aeródromos


O Manual de Gerenciamento do Uso do Solo no Entorno de Aeródromos tem por objetivo
orientar o trato dos assuntos referentes ao aproveitamento das propriedades situadas no entorno dos
aeródromos. Tal abordagem leva em consideração o conflito de interesses e a necessidade de
ordenamento do uso do solo, apontando restrições que tenham por objetivo evitar que a área do
entorno do aeroporto seja ocupada com atividades que possam limitar ou impedir as operações
aéreas, eventualmente induzindo a sua interdição. Os objetivos primários são, portanto, preservar a
segurança de operação das aeronaves, possibilitar a expansão do aeroporto e proteger a comunidade
contra o incômodo sonoro e o risco de acidentes.
No Capítulo V (“Área de Segurança Aeroportuária – Perigo Aviário”), é dedicado espaço à
questão da presença de aves no entorno de aeroportos, indicando, nesse sentido, os procedimentos
necessários para lidar com as questões relacionadas ao perigo aviário através de 4 passos (vide Figura
II.2), que são:

a) Aspectos legais e normativos;


b) Identificação do problema;

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c) Vistoria da área patrimonial aeroportuária;


d) Observações in loco da área externa à poligonal patrimonial do aeródromo.

 Aspectos Legais e Normativos


Os aspectos legais e normativos a que faz referência o documento são a Resolução CONAMA
n 04/95, a Portaria nº 1.141 - GM5/87 e o RBHA 139, tratadas no item II.2 deste Manual.
o

 Identificação do problema
A identificação e dimensionamento do problema pode ser feito através de indicadores de
perigo aviário, a exemplo de:

a) Concentração de aves e presença de focos de atração na ASA (Resolução CONAMA nº 004/95),


bem como nas Áreas de Aproximação e Transição definidas através do PZPA; e
b) Aumento do número de incidentes/acidentes nos aeroportos relacionados à colisão de aves com
aeronaves.

 Vistoria da área patrimonial aeroportuária


O passo seguinte é a realização de vistorias na área de influência direta que possam subsidiar
a elaboração do “Relatório de Visita”. O relatório deverá conter fotografias e coordenadas geográficas
dos focos de atração de aves e deverão ser realizadas na área patrimonial e na área externa da
poligonal patrimonial, limitada pela dimensão da respectiva ASA.

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Figura II.2 – Fluxograma para controle e redução do perigo aviário (DAC/IAC, s/d.).

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A vistoria da área patrimonial deve ser realizada em duas etapas:

a) Verificação in situ dos fatores que concorrem para atrair as aves para o sítio aeroportuário, com a
implementação de ações corretivas e preventivas para que os mesmos sejam minimizados ou extintos
dentro de um determinado um prazo;
b) Após a implementação das medidas preventivas/corretivas, deverá ser realizada nova vistoria se
surtiram os efeitos desejados. Caso as ações corretivas não tenham logrado êxito ou não tenham sido
implementadas, deve-se acionar o DAC (SIE e DIPAA) e o CENIPA para a adoção das medidas
administrativas julgadas cabíveis.

 Observações in loco da área externa à poligonal patrimonial do aeródromo


Com relação às observações in loco da área externa da poligonal patrimonial do aeródromo, em
um primeiro momento, devem ser investigados:

a) Situações/locais atratores de aves de natureza perigosa (lixões, aterros sanitários, matadouros,


granjas, curtumes, etc.);
b) Áreas residenciais precariamente atendidas por equipamentos urbanos de saneamento básico
(coleta de lixo, sistema de esgotamento sanitário, etc.), cuja ausência pode contribuir para a atração
de aves;
c) Áreas que permitem acúmulo de água da chuva por ausência de drenagem;
d) Áreas de descanso, abrigo, pernoite e nidificação de aves;
e) Presença de ecossistemas propícios à fixação das aves, tais como mangues, rios, lagoas, baías,
florestas, brejos, pântanos, deltas de rios, etc.

Os responsáveis pelas áreas, estabelecimentos comerciais e demais empreendimentos que


estejam atraindo aves para a ASA devem ser alertados para o problema e tomar as devidas
providências para que tais fatores sejam minimizados ou extintos.
Este procedimento permitirá aos órgãos que compõem a CCPAB avaliar a necessidade de
formação de um “Comitê Local de Controle do Perigo Aviário” para a definição e adoção de
procedimentos efetivos no desenvolvimento de um programa de gestão do perigo aviário, conforme
previsto no RBHA 139.
Também poderá ser acionada a Advocacia Geral da União (AGU) ou da Procuradoria da
República, para que os responsáveis pelos problemas sejam devidamente responsabilizados.
Os focos de atração de aves a que o Manual faz referência são apresentados na forma de um
checklist, que consta no item 5.5 e que é a seguir reproduzido. Informações complementares são
fornecidas também com relação a “abrigo”, “segurança”, “nidificação”, “formações aquáticas”,

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“descanso” e “limpeza”.

 Checklist de Fontes de Atração de Aves em Áreas Aeroportuárias


a) Alimentação
a.1) sementes/frutos (frutos de casca fina) - evitar árvores frutíferas e leguminosas;
a.2) insetos e larvas - verificar, principalmente, em locais onde existe água parada;
a.3) minhocas e outros invertebrados - verificar em gramados ou jardins;
a.4) plantas ornamentais - evitar o plantio em áreas descobertas;
a.5) ervas, folhas e raízes comuns - verificar ao redor da área de manobras do aeroporto e ao longo
das pistas;
a.6) mamíferos (roedores e outros) - verificar ao redor da área de manobras do aeroporto e ao longo
das pistas;
a.7) animais mortos - verificar na área patrimonial do aeroporto e no seu entorno;
a.8) restos de comida - verificar as áreas próximas à comissaria, restaurante, cantina, etc.;
a.9) lixo - evitar depósitos em áreas abertas, sem tratamento adequado.

II.3.2) Internacionais

II.3.2.1) Manual de Serviços Aeroportuários (Airport Services Manual) (3a Edição/1991)


A 3a parte do Manual de Serviços Aeroportuários elaborado pelo ICAO, denominada Controle e
Redução de Aves (Bird Control and Reduction), tem como objetivo principal prover à administração
aeroportuária as informações necessárias para o desenvolvimento e implementação de um programa
de controle da avifauna.
O documento inclui informações fatores de atração de aves a aeroportos, sobre como
organizar e compor um comitê nacional para combater danos potenciais causados às operações de
aeronaves, assim como sobre as modificações necessárias a serem introduzidas no ambiente
aeroportuário para eliminar os fatores que atraem as aves.
A 3a parte do Manual de Serviços Aeroportuários apresenta a seguinte estrutura:

Capítulo I – Aspectos gerais;


Capítulo II – Organização de um Comitê Nacional;
Capítulo III – Atribuições e responsabilidades de um Programa de Controle;
Capítulo IV – Como organizar um Programa de Controle de Colisões com Aves;
Capítulo V – Operadores de aeronaves;
Capítulo VI – Classificação dos danos potenciais das aves;
Capítulo VII – Manejo ambiental e modificação de sítios;
Capítulo VIII – Métodos de dispersão;

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Capítulo IX – Suporte a programas de controle de aves em Aeroportos.


Capítulo X – Usos incompatíveis nos arredores de aeroportos;
Capítulo XI – Avaliação do Programa de Controle da Avifauna.

II.3.2.2) Circular de Recomendações 150/5200-33 (FAA Advisory Circular) – Hazardous


Wildlife Attractants on or near Airports.
Elaborado em 1997 pelo Departamento de Transporte da Administração Aeronáutica Federal
dos EUA (U.S Department of Transportation/FAA), a Circular de Recomendações tem por objetivo
prover um conjunto de diretrizes para a localização de formas de uso do solo na vizinhança de
aeroportos que podem funcionar como potenciais fontes de atração de aves.
As práticas e sugestões contidas nesta Circular são recomendadas pela FAA e podem ser
utilizadas como guia para os setores da administração aeroportuária envolvidos em atividades de
planejamento, operações e projetos, no interior e arredores de aeroportos.
O Documento está estruturado em cinco seções:


Seção 01 - trata dos fatores de atração potencialmente prejudiciais às atividades aeronáuticas
existentes no interior ou nas imediações de aeroportos;
Seção 02 - aborda as diferentes formas de uso do solo que são incompatíveis com as operações
aeroportuárias;

Seção 03 - faz referência às formas de uso do solo que são compatíveis com operações
aeroportuárias seguras; e

Seção 04 - trata dos procedimentos necessários para o encaminhamento de notificações a FAA sobre
fatores de atração de fauna silvestre no interior ou nos arredores de aeroportos.

II.3.2.3) Programa de Certificação Aeroportuária – 14 CFR, Parte 139


O Programa de Certificação Aeroportuária integra o amplo “Programa de Política e
Orientações” (Program Policy and Guidance) da FAA, estabelecido em 25 de abril de 1997.
A Política no 53 [“Inicialização de Estudos Ecológicos em Aeroportos” (Initiation of Ecological
Studies at Airports)], a Política no 57 [Consulta sobre Espécies Ameaçadas (Consultation on
Endangered or Threatened Species)], e a Política no 64 [Revisão de Planos de Manejo de Perigo da
Vida Silvestre (Wildlife Hazard Management Plan)] são de especial interesse para o tema perigo
aviário.
A Política no 53 estabelece os procedimentos determinados pela FAA que devem ser seguidos
para que o aeroporto estabeleça estudos “ecológicos” em função da presença de elementos que
podem ser considerados como fatores de atração de aves em seu interior.

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A Política no 57 estabelece os procedimentos para que as diretrizes da FAA relacionadas à


requisição do desenvolvimento, submissão para aprovação e implementação de um Plano de Manejo
de Perigo da Vida Silvestre (Wildlife Hazard Management Plan) não entrem em conflito com o Ato de
Espécies Ameaçadas (Endangered Species Act). Isto se deve ao fato de iniciativas desta natureza
promovidas pela FAA serem consideradas como uma ação federal, as quais, portanto, devem ser
adequadas às diretrizes do USFWS.
A Política no 64 estabelece os procedimentos que os inspetores de certificação de segurança
aeroportuária (ACSI) devem seguir para estabelecer um estudo ecológico no caso de um incidente
que ocorra em um aeroporto certificado.

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CAPÍTULO III

NÃO-CONFORMIDADES

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CAPÍTULO III

NÃO-CONFORMIDADES

III.1) INTRODUÇÃO
O ambiente aeroportuário é constituído por um mosaico de paisagens naturais e antrópicas. Via
de regra, os aeroportos são erguidos em áreas já modificadas pelo homem ao longo de décadas, as
quais podem ser caracterizadas pela simplificação estrutural da vegetação e reduzida biodiversidade
faunística e florística.
Ao entrar em atividade, um aeroporto passa a interferir ainda mais intensamente sobre o meio
ambiente circundante, devido ao movimento de veículos e pessoas, trânsito de aeronaves e poluição
atmosférica, sonora e visual. As novas variáveis ambientais vão determinar alterações ainda mais
profundas no meio ambiente aeroportuário, implicando na rarefação ou extinção de determinadas
populações de aves e no crescimento ou surgimento de outras.
No entorno dos aeroportos as transformações ambientais se manifestam pela substituição de
áreas verdes pela malha urbana, que não raramente avança sobre aéreas de preservação
permanente, como vegetação ribeirinha e de restinga, dunas de areia, mangue, etc. A expansão do
próprio sítio aeroportuário pelo alongamento de pistas, construção de novos terminais de cargas e
passageiros, por exemplo, pode contribuir ainda mais para a redução das áreas verdes.
Com o aumento da oferta de serviços diversos que acompanham o crescimento das cidades,
instalam-se também atividades potencialmente atratoras de aves nos arredores de aeroportos, criando
um cenário de incompatibilidade com os preceitos de segurança aeronáutica.
As atividades aeroportuárias e a ciruncvizinhança dos sítios aeroportuários são, por esse
motivo, fontes permanentes e dinâmicas de situações conflituosas com os princípios do vôo seguro,
ou seja, são elas próprias fontes de situações não-conformes com relação à circulação de aeronaves.

III.2) DESCRIÇÃO DAS NÃO-CONFORMIDADES


As não-conformidades a seguir detalhadas inserem-se em dois maiores grupos no que diz
respeito ao local onde ocorrem.
O primeiro grupo diz respeito às não-conformidades comumente observadas na Área de
Segurança Aeroportuária ou extramuro.
As não-conformidades listadas são:

1) LIXO
1.1) Oriundo da população e pequeno comércio
1.2) Entrepostos de comércio de pescado (feiras, portos, mercados)

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1.3) Lixões
1.4) Aterros sanitários mal controlados

2) FAUNA
2.1) Atividades de pesca
2.2) Recintos de Zoológicos vulneráveis a aves
2.3) Alimentação induzida
2.4) Criação extensiva de animais

3) CURTUMES, FRIGORÍFICOS, MATADOUROS E GRANJAS


4) AGRICULTURA DE RISCO
5) ATEAMENTO DE FOGO NA VEGETAÇÃO

O segundo grupo de não-conformidades refere-se a ações e estado de coisas que se


manifestam ou ocorrem no interior do sítio aeroportuário, ou intramuro, e que, direta ou
indiretamente, são responsáveis pela atração de aves.
São as seguintes não-conformidades:

1) DISPOSIÇÃO DE MATERIAL A CÉU ABERTO


1.1) Sucata
1.2) Entulho
1.3) Lixo
1.4) Aparas de vegetação

2) ÁREAS ALAGADAS OU SUJEITAS A ALAGAMENTOS


2.1) Acúmulo de água em gramados
2.2) Brejais

3) FAUNA
3.1) Disponibilização de alimento
3.1.1) Intencional
3.1.2) Passiva
3.2) Colônias de insetos (cupinzeiros, formigueiros, vespeiros e colméias)
3.3) Animais mortos
3.3.1) Em terra
3.3.2) Em corpos hídricos (mortandade de peixes)
3.4) Ninhos, ovos e filhotes

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4) VEGETAÇÃO
4.1) Flores, frutos e sementes
4.2) Gramados
4.2.1) Com plantas invasoras
4.2.2) Com diferentes perfis de altura
4.2.3) Corte diurno
4.3) Ateamento de fogo
4.4) Vegetação alta junto ao muro patrimonial
4.5) Pontos de referência para pouso de aves

5) ESTRUTURAS ARTIFICIAIS E ÁREAS EDIFICADAS


5.1) Valas
5.1.1) Escoamento de águas pluviais
5.1.2) Valas negras
5.2) Bacias de acúmulo de águas residuárias
5.3) Edificações
5.3.1) Prédios abandonados
5.3.2) Galpões e hangares
5.4) Pontos de referência para pouso de aves

Uma primeira abordagem sobre a presença de não-conformidades em sítios aeroportuários e na


ASA pode ser feita através de uma listagem de verificação (check-list) (vide Tabela III.1).
A listagem de verificação é um questionário de sim-e-não estruturado de modo a incorporar as
questões mais relevantes sobre o perigo aviário, tendo por objetivo a obtenção de informações
relacionadas à existência de situações de risco que potencial ou efetivamente atraiam aves.
A formatação e organização seguem a estrutura apresentada acima para as não-conformidades.

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Tabela III.1 – Check-list para identificação e análise de não-conformidades no interior de


aeroportos e na Área de Segurança Aeroportuária.

N – não; S – sim; NA – não aplicável

CONTROLE GERENCIAL S N NA Obs.


Registros de colisões de aves com aeronaves
Existe um setor responsável pelo recebimento e armazenamento dos relatos
sobre colisões?
Todas as colisões são devidamente reportadas ao setor responsável pelo
armazenamento das informações?
Existe ao menos um funcionário responsável pelo armazenamento das
informações?
As informações são adequadamente armazenadas em meio eletrônico com
copia impressa?
Existe algum padrão para armazenamento em meio eletrônico e impresso
das informações?
Existem outros funcionários/interessados a quem as informações recebidas
deveriam ser encaminhadas?
As informações são repassadas a quem de direito deve ter acesso às
mesmas?
Há procedimento para o repasse das informações?
Há avaliações periódicas das informações coletadas através da confecção de
gráficos e tabelas?
As informações avaliadas são repassadas às demais Gerências para tomada
de conhecimento ou ao menos expostas em murais em locais de grande
circulação?

Restos e carcaças de aves em pátios e pistas


Existem funcionários responsáveis pela coleta, etiquetagem e
armazenamento de restos e carcaças de aves?
Restos e carcaças encontradas em pátios e pistas são regularmente
recolhidos?
Restos e carcaças são devidamente identificados com etiqueta-padrão?
Restos e carcaças são devidamente acondicionados em sacos plásticos e
recolhidos a um freezer para armazenamento temporário?
A existência de restos e carcaças de aves armazenados é comunicada em
tempo hábil aos responsáveis pela sua identificação?

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NÃO-CONFORMIDADES
No sítio aeroportuário (intramuro)
DISPOSIÇÃO DE MATERIAL A CÉU ABERTO
Sucata
Existem aeronaves sucateadas dentro do sítio aeroportuário?
Foram determinados prazos para a eliminação das aeronaves sucateadas ?
Entulho
Existe descarte de material inservível (entulho) dentro do sítio
aeroportuário?
O local onde o material inservível é depositado é regular ou ocasionalmente
visitado por aves?
Lixo
O descarte do lixo é feito em local (galpões, hangares) destinado para este
fim?
O tempo de armazenamento no sitio aeroportuário é adequado para o tipo
de material recolhido?
O material estocado é descartado é levado para fora do sítio aeroportuário
em tempo hábil?
O material estocado apresenta fração orgânica?
Aparas de vegetação
As aparas de vegetação são dispostas dentro do sitio aeroportuário?
É feito algum aproveitamento das aparas de vegetação (compostagem)?
ÁREAS ALAGADAS OU SUJEITAS A ALAGAMENTO
Acúmulo de água em gramados
Há encharcamento dos gramados com a formação de poças por ocasião de
chuvas fortes ou prolongadas?
As áreas sujeitas a encharcamento são devidamente conhecidas,
dimensionadas e mapeadas?
As poças d’água que se formam nos gramados atraem aves?
As áreas gramadas dispoem de um sistema de drenos de para captação e
escoamento das águas pluviais?
Brejais
Existem ambientes naturais (brejais, pântanos, alagados, charcos, etc.) no
interior do sítio aeroportuário?
Tais áreas são utilizadas por aves para descanso, alimentação,
dessedentação, reprodução ou atividades sociais diversas?
Existem restrições ambientais legais com relação à eliminação de tais
ambientes ou sua redução em área?
FAUNA
Disponibilização de alimento (intencional)
Existem programas de captura e relocação de aves em andamento dentro
do sítio aeroportuário?
Existe um programa de captura e relocação de urubus (C. atratus) sendo
conduzido nas cabeceiras de pistas?
Existem indícios de que funcionários estão fornecendo alimento para
animais selvagens ou domésticos (cães, gatos, pombos, pardais, etc.)
dentro do sítio aeroportuário?
Existem orientações escritas e comunicadas aos funcionários para que
evitem alimentar animais selvagens e domésticos dentro do sítio
aeroportuário?

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NÃO-CONFORMIDADES (cont.) S N NA Obs.


Disponibilização de alimento (não intencional)
Os restos de refeições de funcionários do aeroporto e procedentes das
aeronaves são devidamente acondicionados em sacos plásticos e
descartados em contêineres com tampa?
Contêineres/compactadores de lixo são permanecem devidamente fechados,
evitando a disponibilização não intencional de alimento a animais
domésticos e selvagens?
Colônias de insetos (cupins, formigas, vespas, colméias)
Existem cupinzeiros/formigueiros/vespeiros/colméias nos jardins e gramados
do aeroporto?
Ninhos de insetos têm sido responsáveis pela atração de aves ao sítio
aeroportuário ou ao menos utilizados como poleiros?
Em caso afirmativo, existem procedimentos estabelecidos para sua
eliminação?
Os produtos químicos (inseticidas) empregados para a eliminação dos
ninhos de insetos são devidamente licenciados pela ANVISA?
Animais mortos em terra
Existem funcionários responsáveis pelo recolhimento de carcaças de animais
(anfíbios, répteis e mamíferos) encontrados em pátios e pistas?
Carcaças de animais são regularmente recolhidos?
As carcaças de interesse para fins científicos são devidamente identificadas
com etiqueta-padrão?
Tal material é devidamente acondicionado em sacos plásticos e recolhido a
um freezer para armazenamento temporário?
A existência de carcaças de animais armazenadas é comunicada em tempo
hábil aos interessados pela sua identificação e recolhimento?
Animais mortos em corpos hídricos (mortandade de peixes)
Ocorre mortandade de peixe rotineira ou eventualmente dentro ou nos
arredores imediatos do sítio aeroportuário?
Nesta ocasião, são atraídas aves ao local da mortandade?
A administração aeroportuária atua proativamente alertando as autoridades
competentes sobre o fenômeno, procurando obter auxílio para a
minimização do problema?
Ninhos, ovos e filhotes
Espécies de aves nidificam no interior do sítio aeroportuário

Vegetação
Existem espécies vegetais que produzem flores, frutos (árvores frutíferas) e
sementes que são utilizados por aves como alimento no interior do
aeroporto?
Existe responsável pela identificação e mapeamento de tais plantas?
Tais plantas encontram-se próximas a pátios e pistas?
Existem procedimentos para eliminar o fator de atração das aves em parte
ou na sua totalidade (remoção da planta por inteiro)?
A remoção de árvores frutíferas é realizada com base na expedição de uma
licença especial pelo órgão ambiental competente?
Existem espécies de gramíneas que produzem grandes quantidades de
semente?
As moitas de capim que produzem grandes quantidades de sementes são
mantidas a baixa altura ou eliminadas pela raiz sistematicamente?

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NÃO-CONFORMIDADES (cont.) S N NA Obs.


Os gramados do aeroporto são homogêneos em altura em toda a sua
extensão?
Existem plantas herbáceas e arbustos crescendo em meio aos gramados?
As plantas herbáceas e arbustos são utilizados para alguma finalidade
(alimento, local para reprodução, refugio, abrigo contra predadores) por
aves?
Plantas herbáceas e arbustos são eliminados quando crescem em meio aos
gramados?
Adota-se a prática de eliminar vegetação antrópica ou nativa com a
utilização de fogo?
Em caso afirmativo, existem procedimentos e pessoal preparado para a
evitar que o fogo ultrapasse a área manejada?
A fumaça produzida atrai aves ao local onde o fogo está sendo utilizado?
A fumaça produzida interfere com a circulação de aeronaves?
A grama é cortada durante o período diurno?
O corte de grama atrai aves para a esteira dos tratores ou do equipamento
utilizado para este fim?
Existe procedimento para afugentar as aves do local onde o corte de grama
está sendo realizado?
As aparas de grama são recolhidas após o corte da vegetação?
A vegetação junto ao muro patrimonial (parte interna e externa) é cortada
regularmente?
A altura de corte da vegetação permite que seja localizado lixo
eventualmente descartado?
Existem árvores que são utilizadas regularmente por aves como poleiros,
sobretudo nas proximidades de pátios e pistas?
Existe alguma orientação para o desbaste ou eliminação destas árvores?
A remoção das árvores é realizada com base na expedição de uma licença
especial pelo órgão ambiental competente?

Estruturas artificiais e edificações


As valas de escoamento de águas superficiais apresentam inclinação
adequada que impeça o empoçamento de água pluvial?
Existe aporte de lama para o interior das valas por ocasião de chuvas fortes
ou prolongadas?
Existe acúmulo de lama e/ou vegetação no interior das valas?
Existe uma rotina de limpeza das valas que impeça a proliferação de
vegetação e acúmulo de lixo no seu leito?
Foi verificada a proliferação de insetos aquáticos, moluscos, peixes ou
outros animais no interior das valas?
Existe algum procedimento para eliminação da fauna aquática alojada
dentro das valas?
Existem valas negras (poluídas) que atravessam o interior do sítio
aeroportuário?
O espelho d’água encontra-se obstruído por vegetação aquática?
Existe uma rotina de limpeza das valas negras que impeça a proliferação de
vegetação na superfície do espelho d’água?
Tais valas são utilizadas por aves para alguma finalidade?
Existem procedimentos para impedir que as aves tenham acesso ao interior
das valas negras?

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NÃO-CONFORMIDADES (cont.) S N NA Obs.


O Aeroporto possui lagoas de estabilização para o tratamento das águas
servidas?
As aves têm acesso ao espelho d’água?
O entorno da lagoa é ocupado por vegetação paludosa ou outro tipo de
vegetação nativa?
Existem medidas que foram implementadas para impedir que as aves
acessem o espelho d’água?
Existem prédios sem uso definido ou abandonados no interior do sítio
aeroportuário?
Estas construções são utilizadas por alguma espécie de ave para alguma
finalidade (sobretudo abrigo e reprodução)?
Existem procedimentos implementados para impedir que as aves tenham
acesso ao se interior?
Os galpões e hangares do aeroporto são utilizados por alguma espécie de
ave?
Em caso afirmativo, existem procedimentos voltados para mantê-las
afastadas do local?
A base do teto é vazada de tal forma que não impeça as aves de acessar o
interior de galpões e hangares?
Existem estruturas artificiais que usualmente são utilizadas como ponto de
referência de pouso (poleiro) por aves (postes, cercas, muros, casas)?
Tais estruturas são conhecidas e mapeadas?
Tais estruturas são funcionais ou estão fora de uso?
Existem procedimentos para impedir que as aves façam uso das estruturas
artificiais?
As estruturas em desuso são removidas sempre que passam a este estado?

NA ÁREA DE SEGURANÇA AEROPORTUÁRIA (ASA) (EXTRAMURO)


LIXO
Oriundo da população e pequeno comércio
Existe descarte de lixo a céu aberto em áreas públicas e/ou privadas e que
seja oriundo da população e pequenos comércios?
Os pontos de descarte clandestino de lixo são conhecidos e mapeados?
Uma vez localizados os pontos de descarte de lixo, a administração
aeroportuária tem por hábito comunicar o fato à prefeitura municipal ou à
empresa de limpeza urbana?
O recolhimento do lixo por parte da Prefeitura ou terceiros é realizada com a
freqüência necessária?
As caçambas coletoras de lixo disponíveis em aéreas públicas são
adequadamente manejadas de modo a impedir o transbordamento do lixo e
impedir o acesso ao seu conteúdo por aves ou animais que possam lhes
servir de alimento?
A população é orientada através de campanhas educativas sobre a
perniciosidade de se lançar lixo a céu aberto?
Entreposto de comércio de pescado (feiras, portos, mercados)
Existe descarte de peixe a céu aberto em feiras livres, portos e mercados e
que seja responsável pela atração de aves para a ASA?
Lixões
Há lixões no interior da ASA?
Os lixões que por ventura encontram-se na ASA estão mapeados, com
indicação da distância em linha reta até o aeroporto?

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NÃO-CONFORMIDADES (cont.) S N NA Obs.


Os lixões existentes podem ser considerados como pontos significativos de
atração de aves?
Existem medidas que foram ou estão sendo implementadas para adequar as
condições sanitárias de tais empreendimentos de modo a evitar que
funcionem como local de atração de aves?
Aterros sanitários mal controlados
Há aterros sanitários que possam ser considerados como foco de atração de
aves no interior da ASA?
Tais aterros encontram-se mapeados, com indicação da distância em linha
reta até o aeroporto?
Existem medidas que foram ou estão sendo implementadas para adequar as
condições sanitárias de tais aterros de modo a evitar que continuem a atrair
aves?
FAUNA
Atividades de pesca
Há atividades de pesca de arrasto no entorno imediato do aeroporto ou na
ASA?
As atividades pesqueiras eventualmente existentes na ASA podem ser
consideradas como foco de atração de aves?
Existe regularidade/periodicidade definida para tais atividades?
Existe algum programa instituído pela administração aeroportuária que
tenha como objetivo alertar os pescadores sobre a perniciosidade de se
realizar atividades pesqueiras proximamente ao aeroporto, no caso de tais
atividades estarem atraindo aves?
A administração aeroportuária realiza inspeções (rotineiras ou eventuais)
nos arredores dos aeroportos com o objetivo de detectar atividades
pesqueiras de risco para a aviação?
Recintos de zoológicos vulneráveis a aves invasoras
Existem zoológicos que contenham recintos que são frequentemente
invadidos por aves (pombos, garças, savacus, urubus, etc.) em busca de
alimento?
A administração aeroportuária comunicou à administração do zoológico
sobre a ocorrência do problema ?
A administração aeroportuária tem ciência de intervenções feitas por parte
do zoológico para eliminar a atratividade de aves não cativas?
Alimentação induzida
Existem quiosques de alimentação ou outros pontos de venda de alimento
que atraem aves nos arredores do aeroporto?
Taxistas disponibilizam restos de refeições para aves e mamíferos
domésticos nos arredores do aeroporto?
Criação extensiva de animais
Existem criação extensiva de animais domésticos que seja responsável pela
atração de aves para a ASA?
A administração aeroportuária possui o mapeamento das áreas mais criticas
de atratividade de aves?
CURTUMES, FRIGORÍFICOS, MATADOUROS E GRANJAS
Na área de inserção do aeroporto existem curtumes, frigoríficos,
matadouros e/ou granjas que ocasional ou regularmente atraiam aves?
A administração aeroportuária comunicou à Prefeitura ou ao órgão
ambiental estadual sobre a existência de tais empreendimentos na ASA?

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NÃO-CONFORMIDADES (cont.) S N NA Obs.


Existem medidas que foram ou estão sendo implementadas para adequar as
condições sanitárias de tais empreendimentos de modo a evitar que
continuem a atrair aves?
AGRICULTURA DE RISCO
Há agricultura de risco no interior do sítio aeroportuário ou na ASA?
Estão sendo aplicadas medidas para minimizar o problema?
Há possibilidade de a agricultura de risco ser eliminada ou substituída por
plantações que não atraiam aves?
ATEAMENTO DE FOGO NA VEGETAÇÃO
Os arredores do aeroporto são sujeitos a incêndios freqüentes ou
ocasionais?
Em caso positivo, a administração aeroportuária possui um canal de
comunicação estabelecido entre com o corpo de bombeiros do município ou
com a brigada de incêndio de órgãos ambientais estaduais/federais?

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III.2.1) Não-conformidades na área de segurança aeroportuária (extramuro)

III.2.1.1) Lixo

III.2.1.1.1) Oriundo da população e pequeno comércio (Figuras III.01 a III.03)


Descrição
Vários aeroportos da rede Infraero são cercados por bairros populares e favelas com grande
número de habitações informais, densamente povoados e precariamente atendidos por serviços de
limpeza urbana. Desse modo, é muito comum que parte do lixo gerado por moradores e proprietários
de estabelecimentos comerciais seja descartado no próprio local, em terrenos baldios, muitos dos
quais vizinhos aos aeroportos.
O problema pode se manifestar das seguintes formas:
a) Ausência, abrangência espacial e número de coletas por semana em número aquém do necessário;
b) Extravasamento de lixo de contêineres (caçambas) em ruas próximas aos aeroportos;
c) Lançamento de lixo junto à murada da área patrimonial;
d) Acúmulo de lixo em rios e canais de esgoto e águas pluviais.

A disposição de lixo pode ocorrer, inclusive, junto ao muro da área patrimonial onde se
encontram cartazes alertando para os riscos que este tipo de prática pode ocasionar à navegação
aérea.
É comum também o lançamento lixo para dentro da área patrimonial. Em casos extremos, são
feitas perfurações no muro para facilitar o lançamento do lixo, o que freqüentemente progride para
grandes avarias, a ponto de serem constatadas seções inteiras de muros derrubadas.
A composição do lixo, pode incluir restos de alimentos e carcaças de animais domésticos, assim
como vísceras, ossos e partes moles inaproveitáveis de animais (bovinos, aves, caprinos, etc.)
provenientes de curtumes, matadouros e frigoríficos de pequeno porte.

Avifauna associada
O acúmulo de lixo na vizinhança de aeroportos é problemático sob os pontos de vista do perigo
aviário, estético e da proliferação de vetores de doenças.
O urubu-comum é a principal espécie associada à presença de lixo doméstico nas cercanias de
aeroportos. Esta ave representa grande perigo à aviação em função de seu porte e peso, pelo fato de
ser muito comum em áreas urbanizadas, interferir com freqüência nas rotas de aeronaves e formar
bandos de dezenas de indivíduos. A espécie é atualmente a associada ao maior número de relatos de
colisões com aeronaves em território nacional.
Lixo também pode atrair igualmente pombos-domésticos ou mesmo corujas, que se alimentam
dos roedores que se instalam no local.

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III.2.1.1.2) Comércio de pescado (Figuras III.04 e III.05)


Descrição
Refere-se a estabelecimentos comerciais, mercados, feiras e portos onde se processa a
comercialização de pescado. Nestes locais observa-se com freqüência: a) o evisceramento do pescado
e descarte dos restos inservíveis em pátios ou contêineres a descobertos, permitindo livre acesso ao
seu conteúdo; e b) a água de lavagem do pátio, rica em partes moles (vísceras, sobretudo) e peixes
descartados, drena livremente para rios, rede de esgotos ou canais de escoamento de águas pluviais.

Avifauna associada
Portos, feiras, mercados e pequenos comércios de peixes podem ser considerados como pontos
críticos com relação ao potencial que apresentam para a atração de urubus-comuns.

III.2.1.1.3) Lixões (Figuras III.06 e III.07)


Descrição
Lixões são locais de disposição de lixo a céu aberto sem tratamento ou observância de
quaisquer tipos de controle de variáveis ambientais.

Avifauna associada
Lixões são freqüentados principalmente por urubus-comuns, que se alimentam de toda a sorte
de matéria orgânica (fresca ou em decomposição), e garças-vaqueiras, que se alimentam de insetos e
suas larvas. Em algumas regiões do Brasil também é registrada a presença do quero-quero.

III.2.1.1.4) Aterros sanitários mal controlados (Figuras III.08 a III.11)


Descrição
Para funcionar adequadamente, aterros sanitários devem atender a requisitos de engenharia de
obras que tenham por objetivo evitar poluição ambiental. É comum, entretanto, haver inadequação
dos controles ambientais, o que freqüentemente resulta no extravasamento do chorume e emissão de
gases resultantes da decomposição da fração orgânica do lixo.
A queima do lixo também pode ser responsável pela emissão de grandes quantidades de
fumaça, dificultando manobras de aeronaves em solo e em vôo. Mencionam-se ainda lagoas de
estabilização que não funcionam adequadamente ou são subdimensionadas para o tratamento de
todo o chorume gerado.
Outro agravante diz respeito à presença de catadores de lixo na frente principal de disposição
do lixo, os quais deveriam ser removidos do local para que as medidas saneadoras do aterro
pudessem ser implementadas de forma adequada e em tempo hábil.

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Avifauna associada
Assim como os lixões, aterros sanitários mal controlados são muito visados por urubus-comuns,
que se alimentam de toda a sorte de matéria orgânica (fresca ou em decomposição), e garças-
vaqueiras, que se alimentam de insetos e suas larvas. Em alguns casos é também registrada a
presença do quero-quero.

III.2.1.2) Atividades de pesca (Figura III.12)


Descrição
A pesca comercial nas proximidades de aeroportos, sobretudo a que é feita com o auxílio de
redes de arrasto, pode ser considerada uma atividade potencialmente prejudicial à navegação aérea.
A presença de currais de peixes pode também ser um fator indutor de atração de aves
piscívoras nas proximidades de sítios aeroportuários.

Avifauna associada
A pesca comercial que emprega rede de arrasto usualmente atrai um grande número de aves
que busca alimento farto.
Garças-brancas (Casmerodius albus e Egretta thula), biguás, atobá-marrom, gaivotas (Larus
spp.) e trinta-réis (Sterna spp.) são espécies comumente observadas nas proximidades de
embarcações.

III.2.1.3) Curtumes, frigoríficos, matadouros e granjas (Figuras III.13 a III.15)


Descrição
Curtumes, frigoríficos, matadouros e granjas geram resíduos sólidos e efluentes com grande
potencial poluidor devido à alta concentração de carga orgânica. Se descartados diretamente no meio
ambiente sem qualquer tipo de tratamento, restos inservíveis (sangue, vísceras e demais partes
moles) de animais, sobretudo bovinos, podem resultar na contaminação de corpos hídricos.
Via de regra, os resíduos e efluentes são lançados a céu aberto em terrenos baldios e córregos,
rios e lagoas. Em determinados casos, todo o material é lançado em bacias de acumulação em
terrenos do próprio empreendimento, dessa forma contaminando o lençol freático e águas de sub-
superfície.

Avifauna associada
Estabelecimentos comerciais geradores de grande quantidade de carga orgânica que é lançada
a céu aberto, em terrenos baldios, ou em córregos urbanos são notórias fontes de atração de urubu-
comuns.

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III.2.1.4) Agricultura de risco (Figura III.16)


Descrição
Agricultura de risco, no presente trabalho, designa as atividades agrícolas que potencial ou
efetivamente atraem aves aos sítios aeroportuários ou para a ASA.
Alguns aeroportos possuem uma significativa parcela da área patrimonial arrendada para
terceiros, que mantêm extensas plantações (monoculturas) de milho, soja e cana-de-açúcar, por
exemplo.
Plantações de grãos potencialmente atraem diversas espécies de aves, seja através da
disponibilização dos grãos na planta ou durante a colheita.
Técnicas de manejo do solo (aragem) e da cultura por ocasião do plantio (semeadura), colheita
e transporte são momentos críticos de disponibilização de grãos para as aves, quando parte do que é
colhido pode se perder no solo e vias de circulação de automóveis.
A aragem (preparação) do solo pode também facilitar o acesso das aves a alimentos de origem
animal.
Os canaviais abrigam espécies de mamíferos nativos e répteis que, por ocasião da queima da
plantação para colheita, são afugentados em direção a pátios e pistas, onde podem morrer
atropelados.

Avifauna associada
A disponibilidade de grãos em sítios aeroportuários e arredores é fator responsável pela atração
de aves granívoras, entre as quais se incluem a caturrita e a arribaçã.
Fogo em canaviais pode, por si só, significar fator de atração de aves de rapina (gaviões,
falcões, corujas), que acorrem ao local em busca de animais mortos, desalojados ou moribundos.
Animais atropelados nas pistas podem atrair urubus-comuns, urubus-caçadores (Cathartes
spp.), falcões (Falco spp.), dentre outras espécies de aves de grande porte.

III.2.1.5) Recintos de zoológicos vulneráveis a aves invasoras (Figura III.17)


Descrição
Em diversos zoológicos do Brasil é comum presenciar a invasão de recintos por aves nativas em
busca do alimento servido aos animais cativos.
Recintos de Canidae (cães, lobos, raposas) e Felidae (gatos-do-mato, leões) e mesmo de várias
espécies de aves usualmente são abertos, não possuindo qualquer cobertura que impeça o acesso das
de outros animais ao interior dos mesmos. Dessa forma, algumas aves nativas servem-se de pedaços
de carne que são negligenciados pelos mamíferos/aves ou que lhes são roubados diretamente. As
aves também podem ocasionalmente alimentar-se da carne que é enterrada por canídeos.

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Avifauna associada
Urubus-comuns e garças (C. albus) são espécies oportunistas que se valem desta situação para
obter alimento extra. Também savacus são ocasionalmente observados no interior de recintos de
zoológicos.
Urubus eventualmente predam filhotes recém-nascidos de mamíferos e aves.

III.2.2) Não-conformidades no sítio aeroportuário (intramuro)

II.2.2.1) Disposição de material a céu aberto

II.2.2.1.1) Sucata (Figuras III.18 e III.19)


Descrição
Refere-se à disposição no sítio aeroportuário de maquinário, placas de sinalização, postes de luz
e similares que foram descartados por terem perdido função ou encontrarem-se avariados e/ou em
estado precário de conservação. Inclui carcaças de aeronaves.

II.2.2.1.2) Entulho (Figura III.20)


Descrição
Refere-se à disposição de forma inadequada de material inservível (material de demolição,
entulho de obras) dentro do sítio aeroportuário.
Via de regra o material é disposto em locais ermos, freqüentemente em meio à vegetação, em
pontos isolados.

II.2.2.1.3) Lixo (Figura III.21)


Descrição
Trata-se da disposição a céu aberto de lixo orgânico ou inorgânico, de forma definitiva ou
temporária, sem tratamento prévio ou acondicionamento tal que o torne inacessível à fauna.

Avifauna associada
O local onde o material é acumulado pode servir de abrigo para animais de pequeno porte,
como invertebrados (baratas, aranhas, escorpiões, etc.), pequenos répteis (lagartos e cobras).
A fauna que se estabelece pode atrair aves insetívoras de pequeno porte (bentevis, suiriris,
etc.) e/ou aves de rapina diurnas (gaviões, falcões, carcarás, urubus-caçadores, etc.) ou noturnas
(corujas), grupos frequentemente envolvidos em colisões com aeronaves.

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Além de representarem por si só ameaça à navegação aérea, aves de pequeno porte podem ser
também predadas por aves de rapina.
Carcaças de aeronaves podem ainda servir de local de pouso para aves.

II.2.2.1.4) Aparas de vegetação (Figuras III.22 a III.24)


Descrição
A disposição de aparas de vegetação e grama pode propiciar a formação de abrigos temporário
sobretudo para insetos (formigas e cupins), cobras e pequenos roedores, os quais poderão ser
predados por aves.

Avifauna associada
A permanência deste tipo de material no aeroporto pode propiciar a fixação de insetos, ofídeos
(cobras) e roedores, que, por seu turno, poderão atrair diversas espécies de aves, inclusive rapineiras.
Estrutura-se, desse modo, uma cadeia alimentar que poderá conter, por exemplo, pica-paus-do-
campo e gaviões, falcões e corujas, grupos que se envolvem com freqüência em colisões com
aeronaves.

III.2.2.2) Áreas alagadas ou sujeitas a alagamento

III.2.2.2.1) Acúmulo de água em gramados (Figura III.25 a III.27)


Descrição
Trata-se do acúmulo de água em depressões de terrenos gramados, onde ocorre a proliferação
temporária de insetos ou o desalojamento de invertebrados terrestres.

Avifauna associada
A formação de poças d’água em gramados costuma atrair por vezes grande número de aves,
que acorrem ao local à cata de larvas de insetos aquáticos ou pequenos invertebrados terrestres
(minhocas, por exemplo), que são desabrigados temporariamente pelo excesso de água.
Diversas espécies de aves podem ser atraídas, entre as quais algumas de grande porte, como
garças-brancas (C. albus e E. thula) e carcarás.

III.2.2.2.2) Brejais (Figura III.28)


Descrição
Áreas brejosas, paludosas, pantanosas ou rios (de maiores ou menores proporções) ocorrem
com certa freqüência tanto no interior quanto nos arredores de aeroportos do Brasil. São áreas onde a

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drenagem do terreno é precária ou onde o lençol freático aflora muito próximo da superfície,
favorecendo a formação de corpos hídricos de proporções diversas e complexidade estrutural e
fitofisionômica altamente variável.
Brejais são áreas que permanecem inundadas ao longo de vários meses, apresentando retração
de extensão somente por ocasião da estação de seca. Costumam se formar em pontos reclusos do
Aeroporto, quase sempre em meio a uma vegetação densa e emaranhada, onde sobressaem algumas
árvores de menor porte.

Avifauna associada
A existência de áreas alagadas nas proximidades ou no interior de aeroportos pode trazer sérias
conseqüências para a segurança aeronáutica. Tais áreas, à semelhança de poças em gramados, são
utilizadas por diversas espécies de aves aquáticas (marrecas, narcejas, frangos d’água, socozinhos,
etc.), além de aves de rapina, como carcarás, e, em algumas regiões do Brasil, por gaviões que se
alimentam de moluscos (Pomacea sp.).

III.2.2.3) Fauna

III.2.2.3.1) DISPONIBILIZAÇÃO DE ALIMENTO

 Intencional (Figuras III.29 a III.32)


Descrição
Trata-se da oferta intencional de alimentos para animais domésticos e silvestres no interior e
arredores imediatos de aeroportos.
O fornecimento de alimento a animais em alguns aeroportos tem sido protagonizado por:

a) Motoristas de táxi (que fazem ponto no aeroporto ou em suas imediações);


b) Moradores de bairros vizinhos;
c) Vendedores ambulantes;
d) Quiosques de refeições;
e) Funcionários próprios ou terceirizados do aeroporto.

Os animais beneficiados pela disponibilização de restos de refeições são, por exemplo, pombos-
domésticos, rolinhas (sobretudo Columbina talpacoti) e pardais, além de um caso associado ao
“lobinho” (Certhocyon thous), mamífero silvestre de pequeno porte. Gatos e cães domésticos podem
eventualmente ser atraídos para o sítio aeroportuário em função desta prática.

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A disposição de matéria orgânica, que inclui restos de refeições, ao redor de contêineres de


lixo, pode induzir também a proliferação roedores (ratos), que são presas potenciais de aves de maior
porte, como gaviões, falcões e corujas.
A prática de oferecer animais vivos ou abatidos em sacrifícios ritualísticos (“despachos”) por
praticantes de alguns credos, em especial umbanda e candomblé, pode também ser considerada com
uma fonte em potencial de problemas para aeroportos. As carcaças podem atrair tanto aves
carniceiras (carcarás, por exemplo) como ensejar a proliferação de roedores, potenciais vítimas de
aves de rapina diurnas e noturnas.
Outra forma de disponibilização de alimentos para aves silvestres ocorre por ocasião da prática
de captura e translocação de urubus para regiões distantes do sítio aeroportuário, tendo como
objetivo reduzir, localmente, o tamanho da população. Nesse caso, as aves são atraídas para o
aeroporto pela disponibilização de alimento (carne em putrefação) o que representa, por si só, um
atrativo a mais dentre os muitos que costumam estar disponíveis para os urubus em áreas urbanas,
sobretudo onde a coleta de lixo é deficitária e o material é depositado em lixões ou aterros sanitários
mal controlados.

Atração das aves


A presença de mamíferos domésticos ou silvestres em sítios aeroportuários por si só representa
um aumento da possibilidade de colisão com aeronaves, mas vestígios de sua presença são também
fonte de preocupação, como é o caso de fezes nas pistas, que devem ser removidas diariamente. No
caso dos pombos, a disponibilidade de alimento pode induzí-los à reprodução ou ao pernoite em
prédios do aeroporto, causando inconvenientes diversos, como a contaminação de água potável e
incômodo a passageiros em trânsito.
No que diz respeito à atração de urubus e posterior translocação, tal prática poderia obter
algum êxito caso medidas eficientes de saneamento do ambiente urbano fossem adotadas em
paralelo, tendo em vista minimizar ou eliminar os focos de atração de urubus dispersos pelas cidades
(lixões, aterros sanitários mal controlados, curtumes e matadouros que descartam matéria orgânica
no meio ambiente, etc.). Na prática, a disponibilização de alimento nestas circunstâncias representa
apenas um foco a mais de atração de urubus.

 Passiva (Figura III.33)


Descrição
Refere-se à disponibilização não intencional de alimento a animais (aves e mamíferos, mais
comumente), que se verifica quando recipientes/contêineres/compactadores de lixo são deixados
destampados, permitindo que animais silvestres ou domésticos (gatos, cachorros, pombos, pardais,
etc.) tenham acesso a restos de alimentos.

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Atração de fauna
Lixo a descoberto atrai mamíferos e aves silvestres e domésticas, além de insetos. Dentre as
aves, as mais comuns são pombos domésticos, pardais, rolinhas, bentevis e diversas outras espécies
de menor porte. A presença de mamíferos (ratos, em especial) pode favorecer o aparecimento de
aves de rapina.

III.2.2.3.2) Colônias de insetos (Cupinzeiros, formigueiros, vespeiros e colméias) (Figura III.34 e


III.35)
Descrição
Os gramados, capoeiras e edificações de aeroportos são eventualmente colonizados por cupins
(térmitas), formigas e vespas, que constroem colônias relativamente extensas (formigas) ou
proeminentes (cupins).
Ninhos de formigas em gramados podem causar a desestabilização do terreno, provocando o
afundamento parcial do solo por ocasião da passagem de máquinas de corte da grama.
Outro problema a ser considerado é a possibilidade de ataques de insetos (sobretudo vespas e
abelhas) a funcionários e passageiros dos aeroportos, além da fixação temporária destes insetos (em
especial abelhas) na fuselagem de aviões.

Avifauna associada
O pica-pau-do-campo é uma das espécies beneficiadas pela presença de formigas e cupins em
aeroportos, dos quais se alimenta.
Ninhos de cupins podem também funcionar como ponto de referência (poleiro) para aves,
especialmente para as espécies rapineiras (gaviões, falcões e corujas), que espreitam suas presas a
partir destes pontos.

III.2.2.3.3) Animais mortos

 Em terra (Figura III.36)


Descrição
Refere-se à presença de animais mortos (geralmente de pequeno e médio porte) dentro do sítio
aeroportuário. Usualmente são anfíbios (sapos, rãs), peixes (neste caso, regurgitos de aves), répteis
(cobras, lagartos), mamíferos (tatus, preguiças, gambás) e aves (diversas espécies).
Carcaças em sítios aeroportuários podem ser o resultado de morte natural (doença, ataque de
predadores), colisão com aeronaves e/ou atropelamento por veículos que circulam rotineiramente
pelas vias de serviço.

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Avifauna associada
Carcaças de animais em decomposição atraem aves carniceiras (e.g., urubus-comuns, urubus-
caçadores, carcarás), potencializando incidentes/acidentes com aeronaves.

 Em corpos hídricos (mortandade de peixes) (Figura III.37)


Descrição
Trata-se do aparecimento de grandes quantidades de peixes em um corpo hídrico nos
arredores, divisa ou mesmo no interior de aeroportos.
A mortandade de peixe normalmente ocorre em águas permanentemente poluídas onde
oxigenação baixa a níveis críticos, ou em corpos hídricos que foram subitamente contaminados por
poluentes tóxicos à vida aquática.

Avifauna associada
Mortandade de peixes freqüentemente atraem espécies piscívoras de médio e grande porte,
como garças-brancas (C. albus e E. thula), savacus, biguás e fragatas, entre outras espécies.

III.2.2.3.4) Ninhos, ovos e filhotes (Figuras III.38 e III.39)


Descrição
Diz respeito à presença de indícios de reprodução de aves no sítio aeroportuário (ninhos
individuais ou ninhais, ovos e filhotes).

Avifauna associada
A lista de espécies de aves que nidificam em sítios aeroportuários no Brasil é extensa.
Merecem destaques as aves que nidificam em colônias, como garças, cujos ninhais podem conter
centenas de indivíduos e filhotes.

III.2.2.4) Vegetação

III.2.2.4.1) Flores, frutos e sementes (Figuras III.39 e III.43)


Descrição
Esta não-conformidade refere-se à presença, em sítios aeroportuários, de plantas que servem
de alimento a aves. As partes aéreas (folhas, flores e frutos) são as mais procuradas.
Uma situação comum de ocorrer é a floração e frutificação de gramíneas, sobretudo o capim-
colonião (Paspalum sp.). Ao penduar, este capim produz farta quantidade de sementes, atraindo
bandos de aves granívoras.

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Em vários aeroportos é também usual a presença de árvores frutíferas nativas e exóticas nas
proximidades de pátios e pistas. As mais comuns são bananeiras, mangueiras, jambeiros, goiabeiras e
cajueiros.

Avifauna associada
Árvores, arbustos e vegetação herbácea, ornamentais ou não, que produzem flores, frutos e/ou
sementes costumam atrair diversificado grupo de aves, sobretudo de pequeno porte.
Por ocasião da frutificação do capim-colonião é comum a presença do bico-de-lacre, pássaro de
origem africana ambientado nas várias regiões do Brasil há muitas décadas, além de rolinhas
(Columbina talpacoti, C. minuta), o polícia-inglesa e pardais.
Árvores frutíferas, por seu turno, atraem espécies frugívoras comuns em áreas urbanas, como
sabiás (Turdus spp.), saíras (Tangara spp.), bentevis e afins.

III.2.2.4.2) Gramados

 Com plantas invasoras (Figuras III.44 e III.45)


Descrição
A presença de plantas invasoras em gramados é fato comum nos aeroportos. Em alguns sítios,
entretanto, a invasão dos gramados por plantas herbáceas é intensa, propiciando a formação de
pontos de referência para pouso de aves e locais adequados para nidificação por parte de algumas
espécies.

Avifauna associada
Aves campestres como anus, o polícia-inglesa, bentevis e bico-de-lacre são comuns em
gramados onde ocorrem plantas herbáceas e pequenos arbustos, os quais, se localizados muito
próximos a pátios e pistas, podem favorecer a colisão entre aves e aeronaves.

 Com diferentes perfis de altura (Figura III.46)


Descrição
É comum o fato de os gramados de variarem em altura em diferentes pontos de um sítio
aeroportuário, o que se deve a fatores diversos, a presença de áreas sujeitas a
alagamento/dessecação, topografia irregular do terreno, disponibilidade de nutrientes no solo,
proximidade de árvores, diferentes espécies de gramíneas, etc.
A altura pode variar de poucos centímetros a mais de 2 metros.

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Avifauna associada
Nas macegas mais altas que crescem em meio aos gramados, é constante a presença de aves
de pequeno/médio porte, dentre as quais se destacam o anu-preto e o anu-branco.
Além de figurarem entre as espécies que colidem com aeronaves no Brasil, tais aves podem
representar atrativo para aves de maior porte, sobretudo as rapineiras (gaviões, falcões e corujas),
estruturando uma pequena cadeia alimentar localmente.

 Corte diurno (Figura III.47)


Descrição
Refere-se ao corte de gramados durante o dia.

Avifauna associada
Diversas espécies de aves são atraídas a aeroportos por ocasião do corte dos gramados ao
longo do dia. Os insetos desalojados ou moribundos tornam-se presas fáceis para garças-vaqueiras,
quero-queros, carcarás e andorinhas, por exemplo.

III.2.2.4.3) Ateamento de fogo (Figura III.48)


Descrição
Refere-se à queima acidental ou intencional (criminosa ou como medida de manejo da
vegetação) de gramados, grandes maciços de capim (sobretudo o capim-colonião) e desbaste de
canaviais no interior e arredores imediatos de aeroportos. Fogo pode ser também utilizado para
eliminar focos de insetos, como vespeiros e colméias.
O fogo criminoso é usualmente ateado por moradores de bairros vizinhos aos sítios
aeroportuários. Pode resultar não somente em danos ao patrimônio, mas interferir com a
movimentação de aeronaves (em caso da presença de muita fumaça).

Avifauna associada
O ateamento de fogo na vegetação pode ocasionar a morte de animais de pequeno e médio
porte, sobretudo répteis e mamíferos, que poderão ser predados por aves carniceiras e oportunistas,
como carcarás e urubus-caçadores (Cathartes spp.).
Eventualmente pode também ocorrer que répteis (cobras, lagartos, etc.) e mamíferos (cotias,
ratões-de-banhado, ratazanas, capivaras, etc.) venham a refugiar-se temporariamente em pátios e
pistas, aumentando o risco de acidentes/incidentes com aeronaves.

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III.2.2.4.4) Vegetação alta junto ao muro patrimonial (Figuras III.49 a III.51)

Descrição
A vegetação herbácea (sobretudo o capim-colonião) muito crescida ao longo de seções do muro
patrimonial é uma situação muito comum em aeroportos.
Vegetação excessivamente alta e densa dificulta a percepção de situações não-conformes,
como a presença de lixo e buracos em muros, tocas e ninhos de animais diversos e insetos, etc.

Avifauna associada
O lixo lançado pode ser orgânico e acumular-se a ponto de fornecer alimento e/ou abrigo para
insetos diversos, répteis (cobras, lagartos) ou pequenos roedores, por exemplo. A presença desses
animais no aeroporto muito provavelmente resultará na atração de algumas espécies de aves, tanto
insetívoras quanto carnívoras, o que de toda forma deve ser evitado.

III.2.2.4.5) Pontos de referência para pouso de aves (Figuras III.52 e III.53)


Descrição
Estruturas naturais (árvores) são muito utilizadas por diversas espécies de aves na medida que
sua altura e localização privilegiada permitem que seja obtida uma ampla visão dos diversos
compartimentos ambientais do sítio aeroportuário. Assim, as aves fazem uso desses locais para
espreitar presas, de onde partem para capturá-las e para onde retornam a fim de ingerir o alimento.

Avifauna associada
Árvores são ponto de referência para várias espécies de aves que as utilizam para descanso ou
para ou espreitamento de presas, a exemplo da garças-brancas (C. albus, E. thula), garça-real,
savacus e biguás.
Durante a noite, urubus-comuns e garças-brancas-grandes usam as árvores como dormitório.

III.2.2.5) Estruturas artificiais e áreas edificadas

III.2.2.5.1) Valas
 Escoamento de águas pluviais (Figuras III.54 a III.56)
Descrição
A água pluvial que drena de pátios, pistas e gramados via de regra são escoadas para fora do
sítio aeroportuário por um sistema de valas de alvenaria.
A extensão e profundidade das valas variam em conformidade com a quantidade de água
escoada. Algumas valas, entretanto, não escoam a água de forma adequada, pois apresentam

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deficiências de nivelamento, o que favorece o acúmulo de água em determinadas seções.


Poeira e terra carreadas de áreas de solo exposto ou mesmo de gramados podem também
contribuir para a obstrução valas. Nestas circunstâncias, poderá ocorrer a proliferação de vegetação
terrestre e aquática, o que reforça negativamente o estado deficitário de escoamento.

Avifauna associada
Valas com nivelamento inadequado para o escoamento de águas pluviais usualmente
apresentam o fundo recoberto por uma lâmina de água estagnada. A vegetação herbácea que cresce
nesse tipo de ambiente pode obstruí-las, propiciando o aparecimento de insetos, aquáticos ou não, e
mesmo pequenos peixes (barrigudinhos), presas potenciais de aves. Quando a vegetação torna-se
muito densa, algumas espécies de aves podem inclusive passar a reproduzir-se no local.
As aves mais comuns observadas em tais situações são garças-brancas (Casmerodius albus e Egretta
thula), a coruja-buraqueira, o urubu-comum, o savacu e marrecas (Dendrocygna viduata, Amazonetta
brasiliensis, dentre outras).

 Valas negras (Figura III.57)


Descrição
Alguns sítios aeroportuários são utilizados com rota de passagem ou como destinatário final de
águas residuárias de residências. O volume de água servida varia de volume em conformidade com o
grau de ocupação da área urbano no entorno do aeroporto, que pode conter bairros cujo
esgotamento sanitário é precário ou inexistente.

Avifauna associada
A presença de valas negras dentro de aeroportos pode promover a fixação de uma fauna
urbana afeita a ambientes insalubres, a exemplo de roedores (ratos, ratazanas, etc.), que viriam a se
constituir em alimento para algumas espécies de aves de maior porte (corujas e gaviões).

III.2.2.5.2) Bacias de acúmulo de águas residuárias (Figuras III.58 e III.59)


Descrição
Bacias de acúmulo de águas residuárias apresentam relação direta com o sistema de
tratamento de águas servidas. Via de regra, são lagoas de estabilização de polimento a céu aberto, ao
redor das quais se estabelece densa vegetação herbácea. Em alguns casos podem conter populações
de peixes artificialmente introduzidos.

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Avifauna associada
A presença de corpos hídricos deste tipo pode representar fator atração de aves, que as
utilizam como local de descanso, pernoite, refúgio contra predadores, dessedentação, alimentação ou
reprodução. O problema é mais grave quando as lagoas de polimento contêm populações de peixes
(tilápias, por exemplo) introduzidos com objetivo recreativo, estético ou como bioindicador da
qualidade da água. A presença de peixes representa, portanto, fonte potencial de alimento para
diversas espécies de aves aquáticas, como garças-brancas (C. albus e E. thula), savacu, garça-real,
socozinhos (Ixobrichus spp.), frango-d’água e biguás. Urubus-comuns podem também ser atraídos
para o local em busca de peixes mortos ou de restos de alimentos de aves ou apenas para
refrescarem-se ou dessedentarem-se.

III.2.2.5.3) Edificações
 Prédios abandonados (Figura III.60 a III.62)
Descrição
A presença de determinados tipos de ambientes no interior de sítios aeroportuários pode
fornecer condições ideais para a reprodução de algumas espécies de aves. A reprodução pode ser
coletiva ou individual, em épocas específicas ou ao longo de todo o ano, envolver apenas uma espécie
ou várias espécies, ser eventual ou rotineira.
Uma das estruturas mais visadas pelas aves são galpões com pé direito alto cujo teto é
sustentado por estruturas metálicas que formam grandes espaços livres.

Avifauna associada
Tais estruturas são ideais para pombos-domésticos, joão-de-barro, andorinhas (Tachycineta
spp., por exemplo) e pardais, que os utilizam para descanso, abrigo contra predadores ou mesmo
para reprodução.

 Galpões, hangares e halls (Figuras III.63 e III.64)


Descrição
Galpões e hangares são particularmente visados por diversas espécies de aves de pequeno
porte sobretudo para fins reprodutivos.

Avifauna associada
Pombos-domésticos, pardais, joão-de-barro e andorinhas (por exemplo, Tachycineta spp e
Progne chalybea), entre outras espécies de aves de pequeno porte, são usualmente encontradas
nidificando em forros de galpões.

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III.2.2.5.4) Pontos de referência para pouso de aves (Figura III.65 a III.69)


Descrição
Refere-se à existência de estruturas artificiais dentro do sítio aeroportuário que são utilizadas
pelas aves para descanso, atividades sociais diversas, refúgio contra predadores, pernoite, reprodução
ou espreitamento de presas. As estruturas mais comuns utilizadas para estes fins são cercas, píers,
postes, ILSs, ALSs, VORs, TWRs, etc.

Avifauna associada
Cercas, postes e outros tipos de poleiros podem funcionar como pontos estratégicos de
posicionamento para diversas espécies de aves, de pequeno porte (pardais, bentevis, andorinhas,
etc.) a grande porte (garças, urubus e gaviões). Tais pontos de referência no interior de um sítio
aeroportuário são particularmente perigosos, pois podem motivar a permanência das aves em pátios e
pistas.

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Figura III.1 - Lixo junto a muro patrimonial.

Figura III.2 - Lixo disposto a céu aberto em


comunidade vizinha a sítio aeroportuário.

Figura III.3 - Lixo lançado para dentro de sítio


aeroportuário.

Figura III.4 – Urubus-comuns (Coragyps atratus)


em praia de porto.

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Figura III.5 – Urubus-comuns (Coragyps atratus)


alimentando-se de carcaças de peixes descartados em
atracadouro de barcos.

Figura III.6 - Lixão.

Figura III.7 - Lixão com a presença de catadores de


lixo.

Figura III.8 - Urubus-comuns (Coragyps atratus)


alimentando-se de carcaça de bovino.

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Figura III.9 - Urubus-comuns (Coragyps atratus)


em frente de disposição de lixo de aterro sanitário.

Figura III.10 - Urubus-comuns (Coragyps atratus)


ao lado de garças-vaqueiras (Bubulcus ibis).

Figura III.11 - Centenas de urubus-comuns


(Coragyps atratus) em aterro sanitário.

Figura III.12 – Atividade de pesca.

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MANUAL DE PERIGO AVIÁRIO

Figura III.13 - Efluente de matadouro de


bovinos.

Figura III.14 - Carcaça de bovino disposta na


entrada de aterro sanitário.

Figura III.15 - Ossadas de bovinos em matadouro.

Figura III.16 - Ateamento de fogo para


desbaste de canavial dentro do sítio
aeroportuário.

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Figura III.17 - Garça-branca-grande (Casmerodius


albus) (círculo vermelho) em recinto de raposa
cativa de zoológico.

Figura III.18 - Sucata em sítio aeroportuário.

Figura III.19 – Sucata de aeronaves em sítio


aeroportuário.

Figura III.20 - Entulho em sítio aeroportuário


(II).

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Figura III.21 - Lixo em sítio aeroportuário (I).


21

Figura III.22 – Aparas de vegetação em sítio


aeroportuário (I).

Figura III.23 - Aparas de vegetação em sítio


aeroportuário (II).

Figura III.24 - Aparas de grama em sítio


aeroportuário.

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MANUAL DE PERIGO AVIÁRIO

Figura III.25 - Acúmulo de água em gramado (I).

Figura III.26 - Acúmulo de água em gramado (II).

Figura III.27 - Acúmulo de água em gramado


(III).

Figura III.28 - Brejal.

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MANUAL DE PERIGO AVIÁRIO

Figura III.29 - Armadilhas para captura de urubus-


comuns (Coragyps atratus) (I).

Figura III.30 - Armadilhas para captura de urubus-


comuns (Coragyps atratus) (II).

Figura III.31 - Fezes de lobinho (Cerdcyon


thous)

Figura III.32 - Disponibilização de restos de refeição


para pombos (Columba livia) e rolinhas (Columbina
talpacoti)

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Figura III.33 – Contêiner de lixo destampado,


com atração de pombos-domésticos (Columba
lívia).

Figura III.34 - Ninho de formiga em gramado.

Figura III.35 - Colônia de cupim em gramado.

Figura III.36 - Carcaça de mamífero em


decomposição.

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Figura III.37 - Mortandade de peixes.

Figura III.38 – Ninho com ovos de savacu


(Nycticorax nycticorax).

Figura III.39 – Ninho de lavadeira (Fluvicola


nengeta).

Figura III.40 - Capim-colonião (Paspalum sp.) em


frutificação (I).

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Figura III.41 - Capim-colonião (Paspalum sp.) em


frutificação (II).

Figura III.42 - Bananeira em frutificação.

Figura III.43 – Jaqueira em frutificação.

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Figura III.44 – Gramado com plantas


invasoras (I).

Figura III.45 - Gramado com plantas


invasoras (II).

Figura III.46 - Gramado com diferentes perfis


de altura.

Figura III.47 - Quero-quero (Vanellus chilensis) ao


lado de trator aparando gramado.

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Figura III.48 - Ateamento criminoso de fogo em


gramado sítio aeroportuário.

Figura III.49 - Capim alto junto a muro patrimonial


(I).

Figura III.50 - Capim alto junto a muro patrimonial


(II).

Figura III.51 - Capim alto junto a muro patrimonial


(III).

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Figura III.52 – Carcarás (Caracara plancus) em


árvore.

Figura III.53 - Garça-branca-grande (Casmerodius


albus) em árvore.

Figura III.54 - Vala de drenagem de águas pluviais


obstruída por vegetação (I).

Figura III.55 - Vala de drenagem de águas pluviais


obstruída por vegetação (II).

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Figura III.56 - Vala de drenagem de águas pluviais


obstruída por vegetação (III).

Figura III.57 - Vala negra.

Figura III.58 - Lagoa de estabilização de águas


residuárias (I).

Figura III.59 - Lagoa de estabilização de águas


residuárias (II).

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Figura III.60 - Edificação desativada (I).

Figura III.61 - Edificação desativada (II).

Figura III.62 - Edificação desativada (III).

Figura III.63 - Hangar.

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Figura III.64 - Galpão.

Figura III.65 - Garça-cinza (Egretta caerulea)


pousada em sinalizador.

Figura III.66 - Urubu-comum (Coragyps atratus)


em poste.

Figura III.67 - Garças-brancas pousadas em píer.

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Figura III.68 - Garças-brancas pousadas em ALS.

Figura III.69 - Garças-brancas pousadas em


cerca.

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2ª PARTE

o controle do perigo aviário

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CAPÍTULO IV

IMPLEMENTANDO AÇÕES

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CAPÍTULO IV

IMPLEMENTANDO AÇÕES

IV.1) INTRODUÇÃO
As situações não-conformes diagnosticadas dentro e fora de sítios aeroportuários podem ter
seus efeitos minorados e, na maioria dos casos, eliminados por completo com a aplicação de medidas
preventivas e/ou corretivas.
Determinadas soluções são de fácil aplicação; outras, porém, demandam recursos financeiros,
técnicos e humanos nem sempre disponíveis em curto prazo, requerendo da administração
aeroportuária o planejamento de ações e previsão orçamentária. Um terceiro grupo de ações
independe da mobilização de recursos dos aeroportos, mas são de atribuição de órgãos de governo
das esferas municipal, estadual e/ou federal. Estes devem disponibilizar os meios necessários para
solucionar problemas específicos, que se manifestam nos arredores imediatos dos aeroportos ou em
pontos diversos da ASA.
A seguir são indicadas ações preventivas e corretivas para cada uma das não-conformidades
mencionadas no Capítulo anterior.

IV.2) DIRETRIZES PARA MINIMIZAÇÃO/ELIMINAÇÃO DE NÃO-CONFORMIDADES

IV.2.1) NA ÁREA DE SEGURANÇA AEROPORTUÁRIA (EXTRAMURO)

IV.2.1.1) Lixo

IV.2.1.1.1) Oriundo da população e pequeno comércio


Medidas preventivas
Destacar equipe de funcionários da administração aeroportuária para, através de vistorias regulares
dentro da ASA para identificar os principais focos de disposição de lixo a céu aberto;
Elaborar relatórios fotográficos e encaminhá-los aos órgãos de governo que devam deliberar sobre o
assunto (Ministério Público, Ibama, Secretaria de Meio Ambiente, Limpeza Pública, Obras, Parques e
Jardins, etc.) e/ou empresas terceirizadas envolvidas com a coleta, tratamento e destinação final do
lixo urbano;
Estabelecer contato com associações de moradores dos bairros vizinhos para esclarecer a população
sobre os riscos associados ao lançamento de lixo nas imediações de aeroportos;
Pintar painéis educativos em pontos estratégicos do muro do sítio aeroportuário, alertando a
população para o problema (vide Figura IV.01, para modelo);

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Disponibilizar uma linha de telefone exclusiva para o recebimento de denúncias sobre a disposição
de lixo nas proximidades do aeroporto.

Figura IV.01 – Painel de campanha de


educação ambiental.

IV.2.1.1.2) Comércio de pescados

Medida preventiva
Destacar equipe de funcionários da administração aeroportuária para proceder a vistorias regulares
na ASA para identificar os principais pontos de beneficiamento, comércio e armazenamento de
pescado.

Medidas corretivas
Alertar a Prefeitura sobre locais onde as atividades de beneficiamento, comercialização e
armazenamento de peixe (feiras livres, mercados de peixes e similares) estejam atraindo urubus (C.
atratus);
Caberá à Prefeitura:
o Intensificar as atividades de fiscalização e alertar os comerciantes para a perniciosidade do
hábito de lançar restos e peças inteiras não aproveitáveis de peixes diretamente nas margens
de rios, canais, redes de esgotamento sanitário, terrenos baldios, etc.
o Disponibilizar caçambas de lixo com tampa e passar a recolhê-las com a freqüência
necessária para que não haja acúmulo e extravasamento de lixo;
o Se pertinente, construir recintos apropriados para o armazenamento temporário do lixo (vide
Figura IV.02, para exemplo);
o Disponibilizar caixa de gordura para a retenção de partes moles de peixes que são carreadas
pela lavagem de pátios, salas de evisceramento, etc.

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Figura IV.02 - Reservatório de


alvenaria para acondicionamento
de restos de peixes (contêiner no
detalhe) – Mercado de Peixe de
Teresina/PI.

IV.2.1.1.3) Lixões
Medida preventiva
Alertar a Prefeitura municipal para a perniciosidade da existência de lixões, sobretudo se os mesmos
estiverem localizados na ASA;

Medidas corretivas
Caberá à Prefeitura:
o Proceder à remediação dos lixões para adequá-los a normas e parâmetros ambientais
compatíveis com os princípios da conservação dos recursos naturais locais (água, ar e solo).
o Recobrir todo o lixo acumulado ao final de cada dia de atividade, inviabilizando o acesso de aves
a alimentos;
o Captar o chorume e tratá-lo em lagoas de estabilização;
o Canalizar e queimar o gás produzido pela decomposição do lixo;
o Recobrir as células de lixo inativas com argila e prepara-las para o plantio de espécies nativas da
flora regional.

O maior esforço por parte da Prefeitura, entretanto, deverá ser o de extinguir os lixões e implantar
aterros sanitários, que deverão operar de acordo com as normas de engenharia ambiental
pertinentes.

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IV.2.1.1.4) Aterros sanitários mal controlados


Medida preventiva
Alertar a Prefeitura sobre os riscos à navegação aérea associados à presença de aterros sanitários
mal controlados, sobretudo se os mesmos estiverem localizados na ASA;

Medidas corretivas
A administração aeroportuária deverá manter contato permanente com a Prefeitura e acompanhá-la
na aplicação de medidas emergenciais voltadas para o enquadramento do aterro a parâmetros
ambientais compatíveis com os princípios da conservação dos recursos naturais. Entre outras
iniciativas, deverão ser observados os seguintes aspectos:
o Reduzir o tempo de exposição ao ar do lixo lançado na célula ativa, de modo a impedir que o
maior número de aves (urubus e/ou garças-vaqueiras) tenha acesso ao lixo;
o Introduzir técnicas e procedimentos adequados para a contenção não somente do lixo, mas de
seus derivados diretos, como o gás metano e chorume.

IV.2.1.2) Atividades de pesca


Medidas preventivas
Patrulhar rotineiramente o entorno dos aeroportos onde existam grandes massas d’água, como
lagoas, rios e baías, tendo como objetivo inibir a atuação de atividades de pesca que sejam
responsáveis pela atração de aves piscívoras em quantidade tal que possam significar risco à
navegação aérea;
Conduzir atividades de educação ambiental nas comunidades pesqueiras (vilas de pescadores,
mercados de peixes, portos, etc.) do entorno do aeroporto, de modo a orientar a população sobre o
problema. A confecção de cartazes para este fim é de grande utilidade.

IV.2.1.3) Curtumes, frigoríficos, matadouros e granjas


Medidas preventivas
Patrulhar rotineiramente a ASA para detectar focos de atração de urubus-comuns associados ao
lançamento de restos não-aproveitáveis (vísceras, sangue, fezes, penas, couro, ossos, cornos e
cascos, etc.) provenientes de curtumes, frigoríficos, matadouros e granjas diretamente no meio
ambiente e sem tratamento;
Elaborar relatório fotográfico e encaminhá-lo ao órgão de controle ambiental estadual, que deverá
fornecer o devido suporte técnico às empresas no sentido de orientá-las com relação às melhores
técnicas de tratamento de águas servidas e disposição de material sólido no meio ambiente.

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Medida corretiva
O órgão de controle ambiental do Estado deverá notificar as empresas responsáveis pela
contaminação ambiental a proceder à descontaminação ambiental em curto prazo e terem seus
processos produtivos enquadrados a parâmetros ambientais compatíveis com os princípios da
conservação da qualidade dos recursos naturais (sobretudo água e solo).

IV.2.1.4) Agricultura de risco


Medidas preventivas
Evitar o cultivo de grãos (arroz, milho, soja, sorgo, etc.) no interior dos aeroportos, pelo fato de
potencializar a atração de aves pela disponibilização direta do alimento;
Evitar queimar canaviais por ocasião da colheita dentro do sítio aeroportuário, pois a fauna
(mamíferos e répteis, sobretudo) alojada no interior da plantação pode ser momentaneamente
afugentada para pátios e pistas.

Medidas corretivas
Intensificar o monitoramento de pátios e pistas no período de queima de canaviais para detectar a
presença de animais afugentados;
Capturar os animais afugentados para pátios e pistas e enviá-los para Centros de Controle de
Zoonoses, Jardins Zoológicos, criadouros de fauna nativa credenciados pelo IBAMA, Institutos de
Medicina Veterinária, etc. Se possível, tais entidades devem ser convocadas para auxiliar na captura e
transporte dos animais.

IV.2.1.5) Recintos de zoológicos vulneráveis a aves invasoras


Medida preventiva
A administração aeroportuária deve efetuar visitas ocasionais a jardins zoológicos na ASA com o
objetivo de detectar focos de atração de urubus-comuns.

Medidas corretivas
Alertar a administração do Jardim Zoológico sobre o problema, que deverá telar ou gradear os
recintos, de modo a impedir o acesso dos urubus e outras aves.
Caberá à administração do Zoológico:
o Recolher a recintos fechados mamíferos prestes a terem filhotes;
o Resguardar ovos e filhotes de aves em recintos fechados.

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IV.2.2) NO SÍTIO AEROPORTUÁRIO (INTRAMURO)

IV.2.2.1) Disposição de material a céu aberto

IV.2.2.1.1) Sucata
Medidas preventivas
 Dispor toda sucata em contêineres com tampa ou em galpão coberto, apropriado para este fim;
 Em situações emergenciais, a disposição poderá ser feita a céu aberto, desde que sejam efetuados
esforços adicionais no sentido de minimizar o tempo de permanência do material no local.
 Estabelecer regras rígidas com relação ao abandono de aeronaves no sítio aeroportuário, como
multas ou taxações, de modo a coibir tal prática.

Medidas corretivas
 Triar o material existente para aproveitamento do que for possível, encaminhando-o para recintos
fechados (galpões) onde poderá permanecer armazenado pelo tempo necessário;
 Proceder ao descarte da sucata em aterros sanitários.
Proceder à remoção da(s) aeronave(s), encaminhando-a(s) ao menos para um local abrigado. Caso
não seja possível, estabelecer uma rotina de visita ao local, tendo em vista a limpeza do terreno no
entorno e remoção de quaisquer ninhos ou outras estruturas feitas por animais;
Desinsetizar/desratizar o local, caso pertinente;
Comunicar o responsável (pessoa física ou empresa) pela aeronave, solicitando a sua remoção em
tempo hábil.

IV.2.2.1.2) Entulho
Medidas preventivas
 Dispor o material em contêineres com tampa;
 Em situações emergenciais, a disposição poderá ser feita a céu aberto, desde que sejam efetuados
esforços adicionais no sentido de minimizar o tempo de permanência no local.

Medidas corretivas
 Triar o material existente para aproveitamento do que for possível, encaminhando-o para recintos
fechados (galpões) onde poderá permanecer armazenado pelo tempo necessário;
 Proceder ao descarte do entulho em aterros sanitários.

IV.2.2.1.3) Lixo

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Medidas preventivas
 Dispor o lixo em contêineres com tampa, mas preferencialmente em compactadores de lixo,
mantendo-os com a tampa fechada;

Medidas corretivas
 Proceder ao descarte do lixo em aterros sanitários devidamente licenciados pelo órgão ambiental
competente.

IV.2.2.1.4) Aparas de vegetação


Medidas preventivas
Não queimar restos de vegetação ou aparas de grama;
Dispor as aparas de vegetação em locais do sítio aeroportuário onde haja necessidade de
recuperação de solo erodido.

Medidas corretivas
Encaminhar partes de árvores, arbustos e aparas de grama para fora do sítio aeroportuário,
preferencialmente para aterros sanitários;
Proceder à compostagem do material para a produção de adubo orgânico, quando possível;
Desinsetizar as aparas de vegetação infestadas por cupins e formigas, até que seja possível o seu
descarte em aterro sanitário.

IV.2.2.2) Áreas alagadas ou sujeitas a alagamentos

IV.2.2.2.1) Acúmulo de água em gramados


Medidas preventivas
Proceder a inspeções periódicas do sitio aeroportuário para identificar áreas dos gramados sujeitas a
alagamento, sobretudo durante o período de chuvas intensas.

Medidas corretivas
Rechaçar (rojões, por exemplo) as aves das áreas alagadas;
Identificar e mapear as áreas alagáveis de gramados durante o período de maior intensidade de
chuvas e proceder à retificação/drenagem do terreno;
Nivelar e/ou drenar os terrenos alagados.

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IV.2.2.2.2) Brejais
Medida preventiva
Identificar e mapear as áreas brejosas sobretudo durante o período de maior intensidade de chuvas.

Medidas corretivas
Drenar ou aterrar áreas brejosas;
Monitorar as espécies de aves que fazem uso de grandes áreas naturais alagadas no interior e
arredores do aeroporto.

Observações:
Esta não-conformidade refere-se especificamente a áreas brejosas do aeroporto que se formaram
em terrenos extensamente manejados pelo homem. Portanto, não se tratam de áreas brejosas
naturais, cujo manejo deve ser precedido de consulta ao órgão ambiental pertinente, que tratará da
emissão de licenças ambientais;
A eliminação de ambientes naturais, sobretudo em áreas externas ao sítio aeroportuário, deve ser
cuidadosamente analisada, pois intervenções drásticas podem ocasionar danos ambientais
irremediáveis e ocasionalmente induzir o aparecimento/proliferação de outras espécies de aves.

IV.2.2.3) Fauna

IV.2.2.3.1) Disponibilização de alimento


Medidas preventivas
Alertar funcionários dos aeroportos para a perniciosidade de se dispor restos de refeições em locais
inadequados, o que deve ser realizado através de campanhas educativas ilustradas com cartazes. O
mesmo se aplica a vendedores ambulantes ou de pontos fixos que servem refeições/lanches nos
arredores imediatos dos aeroportos;
Orientar taxistas a não alimentar as aves com restos de refeições, mas acondicioná-los em sacos
plásticos, que deverão ser descartados em locais adequados;
Acondicionar em sacos plásticos e descartar em locais apropriados restos de refeições de comissarias
e refeitórios, de modo a impedir que os mesmos sejam acessados por aves e animais domésticos
(cães, gatos, pombos, etc.).
Evitar capturar urubus nas cabeceiras de pistas, pois esta prática pode representar um aumento do
risco de colisão entre as aves e aeronaves. Interromper imediatamente a captura das aves caso não
tenham sido alcançados resultados satisfatórios, ou seja, que não se tenha detectado redução
substancial do número de aves no local;

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Proceder a rondas periódicas no entorno imediato do aeroporto para a detecção de “despachos”, os


quais devem ser removidos caso contenham quantidade expressiva de matéria orgânica (alimentos ou
carcaças de animais).

Medidas corretivas
Conduzir observações periódicas nos sítios aeroportuários onde a prática de captura e translocação
de urubus tenha sido implementada e abandonada posteriormente, para verificar se as aves deixaram
definitivamente o local ou se passaram a utilizá-lo de forma permanente. Em caso positivo, efetuar
limpeza metódica do local para eliminar vestígios de armadilhas e restos de alimentos (ossos, cascos,
cornos, penas, couro, etc.);
Se necessário, proceder ao lançamento de rojões de forma sistemática ao longo de alguns dias até
que as aves tenham sido definitivamente banidas.
Acondicionar e descartar o lixo que possa estar atraindo animais ao sítio aeroportuário.

Observação:
A captura e translocação de urubus-comuns para efeito de estudos científicos deve ser incentivada,
desde que realizada em local que não interfira com a movimentação de aeronaves;

IV.2.2.3.3) Colônias de insetos (cupinzeiros, formigueiros, vespeiros e colméias)


Medida preventiva
Proceder a inspeções periódicas do sítio aeroportuário para detecção de colônias de insetos.

Medidas corretivas
Extinguir todos os ninhos de insetos manualmente ou com o auxílio de inseticidas específicos, tarefa
que pode ficar a cargo de uma firma especializada nesta atividade;
Remover as estruturas que dão suporte estrutural aos ninhos, caso os mesmos não apresentem
função definida ou estejam desativados.

IV.2.2.3.4) Animais mortos


Medida preventiva
Proceder a inspeções periódicas no sítio aeroportuário para detecção de buracos em cercas
operacionais e muros patrimoniais que possam estar facilitando o ingresso de animais (selvagens ou
domésticos) em pátios e pistas.

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Medidas corretivas
Enterrados ou incinerar animais encontrados mortos após a sua identificação, caso não haja
interesse em preservá-los para fins de estudos científicos;
Acondicionar e encaminhar para identificação por especialistas (biólogos) toda carcaça de ave, pois
podem ser o resultado da colisão com aeronaves;
A identificação de carcaças de ratos e ratazanas pode apontar para a necessidade de desratização
de setores do aeroporto;
Caberá à administração aeroportuária estabelecer comunicação imediata com a Prefeitura alertando-
a para a existência de mortandade de peixes nos arredores do aeroporto, a qual deverá acionar o
serviço de limpeza urbana para a remoção do pescado das praias afetadas.

Observação:
Sempre que possível, todo animal encontrado morto (sobretudo répteis e mamíferos) no sítio
aeroportuário deve ser encaminhado para identificação por especialistas de instituições de pesquisa,
universidades e museus. O contato poderá ser feito por telefone, solicitando que a instituição proceda
ao recolhimento do material. Caso não seja possível, deverão ser tomadas fotos do animal para
posterior identificação.

IV.2.2.3.5) Ninhos, ovos e filhotes


Medida preventiva
Proceder a inspeções periódicas no sítio aeroportuário para detecção de ninhos, ovos e filhotes,
sobretudo nas proximidades de pátios e pistas.

Medida corretiva
Remover ninhos, eliminar ovos e coletar filhotes, procurando encaminhá-los para instituições de
pesquisa e ensino para aproveitamento do material para fins didáticos ou colecionismo;
Ficar especialmente atentos a animais mortos (adultos e filhotes) em ninhais ativos, procurando
recolher as carcaças e encaminhá-las para incineração ou aterro sanitário.

Observação: A destruição de ninhos, a coleta de ovos e carcaças e o abate de animais adultos


devem seguir normas e procedimentos do IBAMA (vide item IV.3.1.1 e IV.3.1.2).

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IV.2.2.4) Vegetação

IV.2.2.4.1) Flores, frutos e sementes


Medida preventiva
Observar a movimentação de aves por ocasião da floração e frutificação de árvores, arbustos e
plantas herbáceas para determinar a existência de risco à movimentação de aeronaves.

Medidas corretivas
Remover ou ao menos desbastar árvores, arbustos e plantas herbáceas que estejam atraindo aves
por ocasião da frutificação/floração;
Erradicar ou manter controlado o crescimento do capim-colonião, que produz uma grande
quantidade de sementes.

Observação:
O corte de árvores deverá ser precedido de consulta a Secretaria de Meio Ambiente do município ou
ao IBAMA, dependendo da quantidade, espécies envolvidas e localização da área ser manejada;
A floração de hortifrutigranjeiros pode induzir o surgimento de abelhas, que poderão interferir com a
circulação de aeronaves (alojam-se temporariamente em partes da fuselagem) e pessoas no
aeroporto, eventualmente causando acidentes de naturezas diversas.

IV.2.2.4.2) Gramados
Medida preventiva
Aparar os gramados de modo uniforme em toda a extensão do aeroporto, a uma altura que seja
adequada para cada tipo de terreno e que minimize os problemas relacionados à presença de aves;
Idealmente, o corte de grama deveria ser realizado durante a noite, período em que a maioria das
espécies de aves está inativa.

Medida corretiva
Eliminar desníveis da altura dos gramados e, sobretudo, arbustos e plantas herbáceas invasoras.

Observação:
Não pode ser apontada uma altura de corte de gramado que seja de aplicação universal, nem a
adoção de padrões internacionais pode ser considerada uma solução definitiva para o problema. Cada
sítio aeroportuário abriga um determinado conjunto de espécies de aves, que podem beneficiar-se dos
diferentes perfis de altura de gramados.
Utilizar rojões sempre que houver grande ajuntamento de aves na esteira do trator;

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Remover as aparas de grama no menor espaço de tempo possível, de modo a evitar que as mesmas
apodreçam sobre o solo, contribuindo para a proliferação de insetos.

IV.2.2.4.3) Ateamento de fogo


Medidas preventivas
Implementar campanha de esclarecimento junto a proprietários de terras agrícolas quanto aos riscos
associados à queima de campos cultivados no interior e/ou arredores imediatos de aeroportos;
Alertar funcionários de pátios e pistas para o recolhimento de animais moribundos e/ou afugentados
por ocasião do corte e/ou queima de culturas agrícolas, sobretudo se dentro do sítio aeroportuário;
Manter funcionários em vigília em pátios e pistas até a total extinção dos focos de incêndio;

Medidas corretivas
Proceder à extinção do fogo em tempo hábil;
Erradicar o capim-colonião nas imediações e/ou interior do aeroporto com base no uso de herbicidas
ou corte intensivo; caso tais iniciativas sejam inviáveis, procurar manter as moitas de capim a uma
baixa altura, tendo em vista a redução do volume da biomassa.

IV.2.2.4.5) Vegetação alta junto ao muro patrimonial


Medidas preventivas
Manter a baixa altura a vegetação e/ou gramados existentes junto a muros patrimoniais, tanto no
lado interno quanto externo, de modo a possibilitar a identificação de pontos de lançamento de lixo
pela população;
Caso haja lançamento de lixo junto ao muro patrimonial, a administração aeroportuária deverá
entrar em contato com a Prefeitura e/ou empresa responsável pela limpeza pública para alertá-los
sobre o problema, solicitando que os serviços de coleta de lixo sejam intensificados e/ou regularizados
nos bairros periféricos ao aeroporto;
 Conscientizar a população vizinha ao sítio aeroportuário para os riscos associados a este indesejável
hábito, através da distribuição de cartazes, panfletos, gibis educativos, etc.

Medida corretiva
Proceder ao corte de gramados e vegetação rente ao solo e remover todo o lixo/entulho encontrado.

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IV.2.2.4.6) Pontos de referência para pouso de aves


Medida corretiva
Identificar, mapear e remover árvores e arbustos localizados proximamente a pátios e pistas (até
uma distância de 75 m para cada lado das pistas), ou quando isoladas em áreas amplas, mediante à
obtenção de licença especial junto a Secretaria de Meio Ambiente do município ou IBAMA.

Observação:
Poderá haver a necessidade de ser proceder à implementação de medidas compensatórias a serem
definidas pelos órgãos ambientais, o que ocorrerá em conformidade com diversos fatores, entre os
quais o número de árvores/ volume da madeira a ser removida, espécies e localização da área por ser
manejada.

IV.2.2.5) Estruturas artificiais e áreas edificadas

IV.2.2.5.1) Valas
Medida preventiva
Recobrir toda a extensão da vala com tela de arame encapado/galvanizado, náilon ou material
resistente a intempéries. As telas deverão ser removíveis, permitindo a eliminar a vegetação que
venha a (re)colonizar o local;
Proceder a inspeções rotineiras para verificar se as valas negras estão sendo utilizadas por aves
(garças, marrecas, jaçanãs, etc.).
Medidas corretivas
Otimizar a inclinação do fundo da vala para evitar o empoçamento d’água;
Remover a vegetação, o lodo e a lama acumulados no fundo e laterais da vala;
Idealmente, valas negras deveriam ter seu curso desviado para fora do sítio aeroportuário;
Proceder à retificação das valas e concretar fundo e laterais;
Posteriormente à concretagem, as valas devem ser teladas, impedindo que aves tenham acesso ao
seu interior.

IV.2.2.5.2) Bacias de acúmulo de águas residuárias


Medidas preventivas
Monitorar permanentemente lagoas de estabilização de sistemas de tratamento de águas
residuárias, tendo em vista verificar a presença de animais silvestres (mamíferos e aves, sobretudo)
em seu interior e arredores imediatos;
Remover toda a população de peixes que por ventura esteja presente nos reservatórios;

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A vegetação do entorno de lagoas deverá ser monitorada constantemente, procurando-se evitar a
formação de locais propícios à nidificação de aves.

Medida corretiva
Telar toda a superfície do corpo hídrico, tendo em vista impedir que aves aquáticas dela façam uso.
Também poderão ser utilizadas esferas plásticas, em quantidade suficiente que possa obstruir todo o
espelho d’água.

Observação:
Em hipótese alguma o corpo hídrico deverá abrigar populações de peixes, quer sejam nativos ou
exóticos, introduzidos por questões estéticas, de lazer e/ou comerciais.

IV.2.2.5.3) Edificações
Medida preventiva
Realizar saídas freqüentes de campo com o intuito de verificar a existência de ninhos, ovos e filhotes
em estruturas de alvenaria, prédios abandonados, etc., sobretudo durante o período do reprodutivo
da maior parte das espécies na região;
Manter os acessos aos prédios (portas) e janelas fechados, repondo vidros quebrados, caso
necessário. Tiras de plástico rígido pendentes dos portais podem ser um dispositivo útil pra ser
aplicado em passagens muito utilizadas por pessoas.

Medidas corretivas
Demolir a estrutura e remover o entulho para fora do sítio aeroportuário, caso não haja previsão de
reutilização do imóvel;
Higienizar (remover penas, fezes, etc.) as estruturas que dão suporte aos ninhos (calhas de
lâmpadas e outras). Após a limpeza, aplicar uma camada de graxa, de modo a desestimular a sua
reutilização.

IV.2.2.5.4) Pontos de referência para pouso de aves


Medidas preventivas
Aplicar fios de aço (ou outro material mais adequado) em ALSs e ILSs e telas na estrutura de
sustentação de TWRs;
Aplicar chapa metálica contendo estruturas pontiagudas (como pregos) em pontas de postes e
moirões de cerca para desestimular o pouso. Caso tais estruturas estejam protegidas de intempéries,
utilizar graxa ou similar, que deverá ser distribuída por toda a superfície disponível para pouso

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(método especialmente aplicável a pombos e aves de menor porte, como pardais, rolinhas e
andorinhas).

Medida corretiva
Remover estruturas não-funcionais, de modo a desestimular a presença de aves no sítio
aeroportuário.

IV.3) INTERAGINDO COM ÓRGÃOS AMBIENTAIS


Para que a implementação de algumas medidas corretivas e preventivas anteriormente
sugeridas para a minimização/eliminação de não-conformidades possam ser viabilizadas a
administração aeroportuária deve interagir intensamente com órgãos ambientais das esferas
municipal, estadual e/ou federal.
Algumas iniciativas só poderão ser efetivadas mediante a obtenção de licenças especiais, ao
passo que outras requerem co-participação para que possam ser implementadas. Em casos
específicos, a aplicação de algumas medidas deve ser realizada pelo órgão ambiental competente,
independentemente de haver necessidade da obtenção de licenças especiais para sua consecução.
A seguir são listadas algumas ações que demandam o estreitamento de contato entre o
aeroporto e os órgãos ambientais.

IV.3.1) FAUNA
O controle e manejo da fauna silvestre em aeródromos do Brasil é matéria regulamentada
pelo IBAMA através da Instrução Normativa (IN) no 72, de 11 de agosto de 2005.
Este diploma legal normatizou a elaboração de Planos de Manejo que tenham por objetivo
estabelecer procedimentos para evitar e/ou reduzir colisões entre aeronaves e espécimes da fauna
silvestre. Também regulamenta a concessão de autorização para:

a) Manejo de ambientes;
b) Manejo de animais ou de suas partes;
c) Transporte e destinação do material zoológico coletado;
d) Captura e translocação de fauna;
e) Coleta e destruição de ovos e ninhos; e
f) Abate de animais.

O manejo de fauna silvestre em aeroportos e entorno somente será autorizado mediante a


aprovação do “Plano de Manejo da Fauna Silvestre em Aeródromos (PMFA)”, cujo roteiro é definido no
Anexo I da referida IN.

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IV.3.1.1) Remoção de ninhos


A remoção de ninhos de aves em sítios aeroportuários deve ser realizada somente no estágio
inicial de reprodução da espécie, ou seja, sem a presença de ovos, e respaldada por licença especial a
ser concedida pelo IBAMA.
Caso alguma instituição de ensino ou pesquisa manifeste interesse em receber o material
coletado, deverão apresentar documento formal de aceite de requisição, o qual deverá constar como
anexo do PMFA. Esta regra vale também para partes de animais ou exemplares (carcaças) inteiras
que vierem a ser recolhidos.

IV.3.1.2) Coleta de ovos e abate de aves


Segundo a IN no 72/2005, o abate de animais somente será permitido após a “comprovação
que outras alternativas de manejo direto e indireto da(s) espécies(s) ou do ambiente não tenham
gerado resultados significativos na redução do perigo de colisões de aeronaves com a fauna silvestre
do aeródromo em questão ou mesmo em outro(s) aeródromo(s) que detenha(m) condições técnicas
similares”.
Faz-se necessário indicar qual espécie ou espécies serão afetadas pelo manejo, explicitar os
motivos e determinar o impacto que a medida deverá ter na população da espécie manejada (vide
Anexo I da IN no 72/2005).
A coleta de ovos deverá ser considerada como uma forma particular de abate, ficando, por este
motivo, sujeita às regras acima delineadas para a coleta de aves.

IV.3.2) DESINSETIZAÇÃO DE GRAMADOS


A desinsetização de gramados em áreas urbanas ainda não tem competência estabelecida
entre os diversos órgãos ambientais. Neste caso, deve-se recorrer ao órgão de controle ambiental do
Estado para realizar consulta prévia, o qual deverá fornecer as orientações necessárias para a
realização dos trabalhos.
Em princípio, deverá ser suficiente a contratação de um profissional (engenheiro agrônomo)
que possa responsabilizar-se pela aplicação do produto. Este profissional deverá estar devidamente
credenciamento junto ao órgão de controle ambiental estadual ou do município e ao Conselho
Regional de Engenharia (CREA) para exercer suas atribuições profissionais, procurando atender às
diretrizes e exigências dos órgãos federais responsáveis que atuam nas áreas da saúde, do meio
ambiente e da agricultura.
Para a aplicação do produto (inseticida), poderá o profissional subcontratar uma equipe ou
firma especializada (pessoa jurídica) na aplicação de produtos agrícolas (fertilizantes, agrotóxicos).

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Todos os profissionais contratados para o serviço deverão portar os EPIs necessários ao manuseio de
substâncias tóxicas.
A aplicação de inseticidas em grandes áreas abertas pode requerer o emprego de veículos
especialmente adaptados para este fim. Neste caso, o aeroporto deverá contratar uma empresa que
demonstre estar aparelhada para desempenhar tal atividade.
Assim como o profissional responsável pelos trabalhos de desinsetização, a empresa escolhida
deverá estar devidamente credenciada no órgão de controle ambiental estadual.
O princípio ativo e o produto comercial (marca) do inseticida deverão estar devidamente
licenciados para uso no Brasil pela ANVISA, de acordo com as diretrizes e exigências dos órgãos
federais responsáveis pelos setores da saúde, meio ambiente e agricultura. Se o produto não for
licenciado, o mesmo deverá ser encaminhado para a ANVISA, que procederá à análise da pertinência
de licenciá-lo para uso no país. A Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, que rege este assunto,
entretanto, faculta a criação de um registro especial temporário para agrotóxicos, seus componentes
e afins quando se destinarem à pesquisa e à experimentação. A experimentação e pesquisa poderão
ser conduzidas por entidades públicas e privadas de ensino, assistência técnica e pesquisa.
Há de se avaliar, ademais, o enquadramento do inseticida como produto fito e domissanitário.
Produtos fitossanitários são, em princípio, licenciados para uso pela Secretaria de Agricultura do
Estado, ao passo que produtos domissanitários o são pelo órgão de controle ambiental estadual.
Via de regra, produtos fitossanitários são empregados em larga escala e em áreas abertas, ao
passo que produtos domissanitários são utilizados preferencialmente em áreas fechadas, que tendem
a possuir menor área.
Um outro aspecto a ser considerado diz respeito à localização do aeroporto (se em zona
urbana ou rural). Se o aeroporto estiver situado em zona rural, cabe à administração aeroportuária
recorrer a Secretaria de Meio Ambiente do Estado para obtenção de licença para a aplicação do
produto em gramados. Por outro lado, dependendo da extensão da área e quantidade de produto a
ser aplicada, o órgão ambiental poderá requerer um Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que deverá
ser elaborado de acordo com as especificações contidas nas Resoluções CONAMA no 001/86 e no
237/97.
Por fim, vale mencionar que a aplicação do produto deve ser conduzida em intervalos
apropriados levando em consideração diversos fatores, tais como tipo de cobertura vegetal do solo,
espécies animais presentes na área e condições hidrológicas locais (drenagem, profundidade do lençol
freático, presença de corpos hídricos no entorno, etc.).

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IV.3.3) FLORA

IV.3.3.1) Remoção e poda de vegetação


A remoção de árvores de um sítio aeroportuário poderá ser feita mediante solicitação de
autorização especial a órgãos ambientais. A petição deverá ser encaminhada a um ou outro órgão de
acordo com o tipo de vegetação a ser suprimida, extensão e localização da área afetada.
Os órgãos a serem consultados nos diversos casos poderão ser:

1. Secretaria (ou Fundação) Municipal de Meio Ambiente;


2. Secretaria Estadual de Meio Ambiente;
3. Órgão de Controle Ambiental do Estado;
4. Instituto Estadual de Floresta (IEF);
5. IBAMA

A solicitação de remoção ou poda da vegetação deverá ser inicialmente feita ao órgão municipal
(Secretaria de Meio Ambiente ou Fundação Municipal de Meio Ambiente) se o aeroporto situar-se em
sítio urbano, mediante o preenchimento de um requerimento a ser fornecido pelo próprio órgão
ambiental.
De posse do pedido, a Secretaria enviará um fiscal (devidamente credenciado pelo seu
Presidente) ao local, que procederá a uma vistoria e emitirá um parecer técnico, recomendando ou
não que se proceda ao corte/poda da vegetação.
Em alguns casos, dependo da extensão do dano ambiental, poderá ser requisitada uma
compensação ambiental (plantio de árvores nativas dentro ou fora do sitio aeroportuário, por
exemplo).
Em geral, a remoção de vegetação exótica e/ou vegetação não protegida por legislação
estadual ou federal específica poderá ser concedida por órgãos ambientais da esfera municipal.
Já a supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será possível se
houver prévia autorização do Poder Executivo Federal (IBAMA), e somente em casos de necessidade
de execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou de interesse social.
De acordo com o Artigo 2o do Novo Código Florestal de 1965, são consideradas de preservação
permanente as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:

a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja
largura mínima será

a.1) de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura; (Lei nº
7.803, de 18.7.1989);

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a.2) de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros
de largura (Lei nº 7.803, de 18.7.1989);

a.3) de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos)
metros de largura (Lei nº 7.803, de 18.7.1989)

a.4) de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600
(seiscentos) metros de largura; (Número acrescentado pela Lei nº 7.511, de 7.7.1986, e alterado
pela Lei nº 7.803, de 18.7.1989)

a.5) de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600
(seiscentos) metros; (Número acrescentado pela Lei nº 7.511, de 7.7.1986, e alterado pela Lei nº
7.803, de 18.7.1989)

b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais;

c) nas nascentes, ainda que intermitentes, e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua
situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura (Lei nº 7.803, de
18.7.1989).

d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;

e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de
maior declive;

f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;

g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca
inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais (Lei nº 7.803 de 18.7.1989);

h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação. (Lei nº
7.803, de 18.7.1989).

O Artigo 3o lista ainda mais algumas situações nas quais as florestas e demais formas de
vegetação presentes poderão ser consideradas como de preservação permanente, a saber:

a) vegetação que atenua a erosão das terras;


b) fixadora de dunas;
c) que forma faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
d) que auxilia na defesa do território nacional (a critério das autoridades militares);
e) que protege sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico;
f) que resguardam exemplares da fauna e/ou flora ameaçados de extinção;

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g) que mantêm o ambiente necessário à vida das populações silvícolas;


h) que asseguram condições de bem-estar público.

No caso de áreas urbanas (áreas compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei
municipal), regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, deverá ser realizada também consulta
aos respectivos planos diretores, código municipal do meio ambiente e leis de uso do solo do
município para observância de eventuais restrições quanto ao corte de árvores.

IV.3.3.2) Capina química

A capina química diz respeito à eliminação de vegetação herbácea (capinzais, sobretudo) com
o emprego de produtos químicos (herbicidas). À semelhança do que ocorre com relação à utilização
de produtos químicos empregados para a extinção de insetos, o princípio ativo e o produto comercial
(marca) do herbicida deverão estar devidamente licenciados para uso no Brasil pela ANVISA. No caso
de optar-se por um produto ainda não licenciado em território nacional, o mesmo deverá ser
encaminhado para a ANVISA, que procederá a análise da pertinência proceder ao seu licenciamento.
Para a aplicação do herbicida, valem as regras associadas à aplicação de inseticidas, ou seja,
deverá ser feita consulta ao órgão de controle ambiental estadual, que apontará as medidas
necessárias para que os trabalhos sejam implementados.
A firma responsável pela aplicação do produto deverá estar devidamente credenciada junto ao
referido órgão ambiental e dispor de equipamento e pessoal adequadamente munidos de EPIs.
A contratação de um profissional (engenheiro agrônomo) poderá ser também realizada, caso
a área seja restrita.
Por fim, vale mencionar que, em função da extensão e quantidade de produto a ser aplicado,
o órgão ambiental estadual poderá requerer um Estudo de Impacto Ambiental (EIA), o qual deverá
ser formatado de acordo com especificações contidas nas Resoluções CONAMA no 001/86 e no 237/97.

IV.3.3) REMOÇÃO DE ENTULHO

A geração de resíduos da construção civil pode ou não ser regulamentada por lei própria do
município de inserção do aeroporto. Via de regra, as leis que regulamentam a remoção de restos de
obras e sua destinação para aterros sanitários estabelecem que o empreendedor (por exemplo, um
aeroporto) e a empresa de transporte responsável pela remoção dos resíduos devem responder pelo
cumprimento dos dispositivos aplicáveis à atividade. As partes responderão pelo que seja a cada uma
cominado por contrato, dentro dos limites de responsabilidade quanto à qualidade do material a ser
removido, cumprimento das exigências de transporte e de segurança de transito e à destinação final

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do material. Na ausência de contrato, as partes poderão responder solidariamente pela destinação dos
resíduos.
Algumas leis exigirão que o prestador de serviço contratado deva comunicar à municipalidade
os planos de remoção dos resíduos e, posteriormente, fornecer à administração da fonte geradora
comprovante declarando a correta destinação dos resíduos.

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CAPÍTULO V

PLANO DE MANEJO DE AVIFAUNA DE AEROPORTOS

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CAPÍTULO V

PLANO DE MANEJO DE AVIFAUNA DE AEROPORTOS

V.1) INTRODUÇÃO
O Plano de Manejo da Avifauna (PMA) de aeroportos pode ser definido como um projeto
dinâmico que especifica as intervenções necessárias a serem feitas no meio ambiente natural e
antrópico de um aeroporto com o objetivo de minimizar ou, preferencialmente, extinguir os fatores
que atraem aves.
As intervenções podem também ser direcionadas diretamente à avifauna. Neste caso, o
objetivo é a redução do tamanho das populações de aves através do uso de técnicas diversas.
O PMA deverá conter um conjunto sistemático de informações sobre os mais diversos aspectos
relacionados ao perigo aviário e ser concebido em etapas de modo a garantir a evolução do
conhecimento sobre o assunto e a ampliação das ações de manejo suportadas por este conhecimento
O planejamento em fases caracteriza o Plano como:

a) Gradativo - o nível de conhecimento sobre o perigo aviário aumenta ao longo do tempo,


permitindo que haja a ampliação e o aprofundamento das ações de manejo;
b) Contínuo - cada nova fase será planejada com base na evolução das ações e resultados obtidos
durante a implementação da que lhe precedeu;
c) Flexível - existe a possibilidade de serem agregados novos conhecimentos e eventuais correções ao
manejo durante a sua implementação; e
d) Participativo - a elaboração do PMA prevê o envolvimento de atores sociais diversos e de das
gerências aeroportuárias, que necessariamente deverão interagir para operacionalizar as ações
propostas.

A passagem de uma fase para outra ocorrerá quando o conhecimento científico adquirido for
adequado e terem sido implementadas uma parcela significativa das ações previstas, especialmente
aquelas que são pré-requisitos para a fase seguinte.
A disponibilidade de recursos para proceder-se aos estudos necessários para a mudança de fase
também é fator condicionante neste processo.

V.2) RESPONSABILIDADE TÉCNICA


O PMA deverá ser conduzido sob a orientação de um profissional com especialidade em
Ciências Ambientais, preferencialmente com experiência em manejo de aves.
Informações sobre a contratação de equipe de pesquisadores podem ser obtidas no Anexo III
(“Termo de Referência para Contratação de Equipe de Pesquisadores”).

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V.3) DIVULGAÇÃO DO PLANO DE MANEJO


O Plano de Manejo deverá ser divulgado junto às partes interessadas, que inclui comunidades
locais e demais atores direta ou indiretamente envolvidos com as atividades aeroportuárias. A
divulgação pode ser feita através de reuniões e/ou seminários cujo objetivo é disseminar os
conhecimentos adquiridos e motivar a participação de todos na sua implementação.
Minimamente, faz-se necessário envolver no processo participativo os seguintes atores sociais:


Ministério Público Federal;

Ministério Público Estadual;

DAC

IAC

CENIPA;

Cemave/Ibama;

Órgão de Controle Ambiental do Estado;

Secretaria Estadual de Meio Ambiente;

Secretaria Municipal de Meio Ambiente

Companhias terceirizadas de limpeza urbana;

Representantes de Companhias aéreas;

Associação de moradores de bairros vizinhos ao aeroporto.

V.4) ESTRUTURA DO PLANO DE MANEJO DA AVIFAUNA


Um Plano de Manejo da Avifauna deve ser estruturado minimamente em 07 capítulos, conforme
a seguir é indicado.
O Capítulo I trata da caracterização da região de inserção do aeroporto no que diz respeito a
aspectos situacionais, físicos, climáticos e populacionais.
O Capítulo II aborda aspectos descritivos próprios do aeroporto, como caracterização do tráfego
aéreo, histórico, avifauna associada e compartimentos ambientais naturais e antrópicos
preferencialmente utilizados pelas aves.
O Capítulo III apresenta dados estatísticos do CENIPA com relação a colisões (incidentes e
acidentes) entre aves e aeronaves.
No Capítulo IV são investigados os fatores ambientais que concorrem para a atração/fixação
das aves no sítio aeroportuário e na respectiva Área de Segurança Aeroportuária, levando-se em
consideração a existência de paisagens naturais e antrópicas.
O Capítulo V trata do status legal das principais espécies de aves cuja presença implica no
aumento da possibilidade de ocorrência de colisões.
O Capítulo VI relaciona as recomendações genéricas e específicas que deverão ser

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implementadas no aeroporto tendo em vista a redução do risco à aviação.


O Capítulo VII refere-se ao acompanhamento das medidas adotadas para o manejo da
avifauna, onde são abordados os aspectos positivos e negativos de cada uma, bem como as
recomendações no sentido de otimizar ou suspender determinadas ações já implementadas.

V.4.1) OBJETIVOS

V.4.1.1) Objetivos gerais


Os objetivos gerais do PMA são:

a) Prover às gerências de Segurança Aeroportuária, Operações, Manutenção, Emergência e de


Tráfego Aéreo as informações necessárias sobre os mais variados aspectos do perigo aviário
relacionado ao Aeroporto;
b) Avaliar a presente situação de risco e indicar os procedimentos/ações adequados para o manejo de
habitats e, se cabível, de espécies da avifauna, tendo em vista reduzir o risco à navegação aérea.

V.4.1.2) Objetivos específicos


Os objetivos específicos são:

a) Revisar e proceder à análise dos dados relativos às colisões pretéritas entre aves e aeronaves no
aeroporto;
b) Determinar parâmetros populacionais das diversas espécies de aves, tais como abundância e
períodos de picos de atividade, particularmente para as espécies que impõe maiores riscos à aviação;
c) Identificar os fatores/situações ambientais que contribuem para a atração de aves a sítio
aeroportuário e arredores;
d) Identificar as práticas pregressas de controle da avifauna no aeroporto, procurando avaliar os
resultados obtidos e a pertinência da continuidade de sua aplicação; e
e) Propor medidas de controle direto da avifauna e modificação de habitats.

V.4.2) CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO DE INSERÇÃO DO AEROPORTO

V.4.2.1) Localização
No item localização devem ser discriminadas as coordenadas geográficas do aeroporto e
referências físicas naturais e antrópicas de localização. As referências naturais podem ser ilhas,

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penínsulas, lagos, rios, canais, etc., e as antrópicas a bairros, estradas, parques, diques, represas,
entre outras.
Devem constar, igualmente, informações sobre a malha viária/ferroviária/metroviária de apoio
ao aeroporto, com indicação da distância à região central do município de inserção e cidades
próximas.

V.4.2.2) Relevo
A descrição do relevo da área de inserção de um aeroporto fornecerá indicações sobre a
complexidade do ambiente físico da diversidade de ambientes naturais que poderão conter diferentes
comunidades de aves.

V.4.2.3) Hidrografia
Corpos hídricos são responsáveis pela atração de diversas espécies de aves aquáticas. Nesse
item, portanto, devem ser discriminados os principais corpos hídricos (naturais e/ou artificiais)
existentes no interior e arredores do aeroporto. Lagos, lagoas, baías, canais, rios, represas, diques,
charcos, pântanos, barras, etc. devem ser mencionados e descritos de forma sucinta.
Em áreas urbanas é necessário também se proceder à caracterização dos corpos hídricos
com relação ao grau de poluição. Diferentes graus de poluição vão determinar mudanças na
composição das espécies de aves que habitam a região, bem como no número de indivíduos por
espécie.

V.4.2.4) Clima
O clima é um dos fatores ambientais que apresentam grande interferência na determinação do
tipo de vegetação que irá se estabelecer em uma determinada região. Regiões muito úmidas, com
grandes índices de precipitação pluviométrica anual, tendem a ser ocupadas por formações florestais
arbóreas mais densas, ao passo que em áreas mais secas a vegetação é predominantemente
arbustiva, lenhosa e mais rarefeita. As diferentes formações florísticas por seu turno, influenciam a
diversidade avifaunística do local, tanto em número de espécies quanto no tamanho das populações.
As aves também respondem às variações estacionais de clima de diferentes formas. Nas regiões
tropicais ao sul do equador o período reprodutivo da maioria das aves ocorre entre o final do inverno
e início da primavera, estendendo-se até o final do verão. Com a aproximação do inverno, muitas
espécies empreendem migrações, abandonando a área de veraneio para alcançar regiões onde as
temperaturas são menos rigorosas e/ou haja maior disponibilidade de alimentos.
Portanto, a caracterização do clima da região de inserção de um aeroporto é importante, na
medida que contribuirá para o melhor entendimento da dinâmica das populações de diferentes
espécies de aves.

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V.4.2.5) Vegetação
Os diferentes tipos de vegetação que ocorrem em aeroportos do Brasil e arredores são
utilizados pelas aves para fins diversos, como descanso, reprodução, alimentação, pernoite e abrigo
contra predadores. Quanto mais extensa e heterogênea for a vegetação, maior deverá ser a
diversidade de espécies de aves, assim como dos usos que as mesmas fazem da vegetação. Áreas
campestres tendem a abrigar menor número de espécies, mas populações maiores.

V.4.2.6) Avifauna
A caracterização da avifauna da região de inserção do aeroporto deve ser realizada por meio
de um inventário ornitológico.
A relação de aves deverá ser apresentada na forma de tabelas, que deverão conter o nome
vernacular e científico de cada espécie, tipo de ambiente freqüentado (natural e/ou antrópico) e
principais itens alimentares (classificados de forma genérica).

V.4.3) CARACTERIZAÇÃO DO AEROPORTO


Após realizada a caracterização da região de inserção, cabe proceder à caracterização do sítio
aeroportuário propriamente dito. Devem ser levadas em consideração sobretudo as informações
relacionadas aos ambientes naturais e áreas edificadas.

V.4.3.1) Ambientes naturais


Os ambientes naturais devem ser descritos e mapeados, pois serão referências para os estudos
sobre a avifauna do aeroporto.

V.4.3.2) Áreas edificadas


As áreas edificadas são o conjunto edifícios que fornecem apoio à navegação aérea. Inclui os
prédios administrativos, postos de combustível, hangares e estacionamentos de aeronaves, pátios e
pistas, entre outros.
Tais áreas devem ser descritas e mapeadas, à semelhança dos ambientes naturais.

V.4.3.3) Avifauna associada e habitats


De posse das informações e mapas obtidos para ambientes naturais e áreas edificadas, deve-se
proceder ao inventariamento da avifauna, procurando associar as diversas espécies a cada um dos
compartimentos ambientais inventariados.

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V.4.4) COLISÕES ENTRE AVES E AERONAVES

V.4.4.1) Histórico
Um dos primeiros passos para a elaboração de um PMA é à execução de um inventário das
colisões pretéritas. De posse dos dados, uma série de informações poderá gerar os conhecimentos
necessários para a compreensão do fenômeno.
No Brasil, via de regra, os aeroportos não possuem arquivos devidamente organizados sobre as
colisões, sendo que os dados encontram-se dispersos e arquivados de forma precária. Caso não
existam ou aparentem estar incompletos, é necessário reportar-se ao CENIPA para obter a seção do
banco de dados em que estão disponíveis informações sobre as colisões que ocorreram naquele
aeroporto.
No banco de dados do CENIPA constam os seguintes tipos de dados, nesta seqüência:

a) Código;
b) Data em que ocorreu a colisão;
c) Matrícula da aeronave envolvida;
d) Hora;
e) Aeroporto onde a colisão foi reportada;
f) Companhia aérea;
g) Modelo da aeronave;
h) Espécie ou grupo a que pertenceria a ave;
i) Altura;
j) Velocidade da aeronave no momento da colisão;
k) Fase do vôo;
l) Parte da aeronave afetada;
m) Forma de comunicação;
n) Prejuízo decorrente da colisão.

Algumas informações devem ser alvo de especial atenção, no sentido de melhor compreender
como as colisões vêm ocorrendo ao longo dos anos. Faz-se necessário elaborar gráficos de tendência
para, minimamente, os seguintes tipos de dados:

a) Colisão por aeroporto;


b) Data em que ocorreu a colisão;
c) Hora;
d) Espécie ou grupo a que pertenceria a ave;
e) Altura; e

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f) Fase do vôo.

A forma de tratamento de cada conjunto de dado é, a seguir, objeto de comentários mais


detalhados.

V.4.4.2) Colisões por aeroporto


O conhecimento do número de colisões que acontecem ao longo dos anos é importante para
que a administração aeroportuária possa organizar-se no sentido de colocar em prática ações voltadas
para a minimização dos riscos à navegação aérea. Entretanto, não basta ter consolidadas as
informações sobre o que ocorre em um determinado aeroporto, mas é igualmente importante analisar
o fenômeno em relação aos demais aeroportos. Assim, caso estejam disponíveis, os dados sobre
colisão por aeroporto podem ser apresentados em termos absolutos e relativos.
A relativização dos dados deve levar em consideração o movimento de aeronaves, podendo-se
fazer uso do índice “colisões por 10.000 deslocamentos”, por exemplo. Os resultados evidenciarão
quais os aeroportos onde a situação é mais crítica.
A Figura V.1 evidencia que, a despeito do Galeão (SBGL) apresentar o maior número de
colisões em termos absolutos, Ponta Pelada (SBMN) e Augusto Severo (SBNT) são os aeroportos que
apresentam maior risco à aviação (índices 2,1 e 2,0, respectivamente). A estes seguem os aeroportos
Salgado Filho (SBPA) (1,3) e Eduardo Gomes (SBEG) (0,9). Os demais aeroportos analisados exibem
índices relativamente baixos, que variaram de 0,4 a 0,8.

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1 ,0 9
0 ,8
Sant o s D umo nt ( R i o d e 0 ,2
Janei r o ) 0 ,2
0 ,8 1
1 ,3
Colisõe s reportadas (x 0,01)
0 ,4 5
A ug ust o Sever o ( N at al ) 2
0 ,2 9
0 ,4
C amp o d o s Pal mar es
Colisõe s reportadas por
0 ,1 4
( M acei ó ) 0 ,4 10.000 de slocam e ntos
0 ,3 6
2 ,1
E d uar d o G o mes 0 ,4
( M anaus) 0 ,9

0 0 ,5 1 1 ,5 2 2 ,5

Figura V.1 - Relatórios de colisões por aeroporto (1982 a 1996).

V.4.4.3) Colisões x ano


A análise de gráficos de tendência da evolução das colisões ao longo dos anos é necessária
para avaliar se as medidas implementadas para a redução do risco à navegação aérea estão sendo
executadas de forma adequada. O aumento do número de colisões pode indicar que ajustes deverão
ser feitos nos trabalhos ou que novas medidas de controle deverão ser adotadas.
No Brasil, o número de relatos de colisões entre aves e aeronaves vem aumentando
significativamente desde 1991. De acordo com a Figura V.2, houve um aumento de 114,7% no
número de relatos em 2001 com relação a 1991.

350
300
250
No de colisões

200
150
100
50
0
136 137 235 166 182 123 164 164 232 313 292

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001

Figura V.2 – Número de colisões reportadas ao CENIPA até 04/03/2002.

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V.4.4.4) Colisões x mês


É igualmente importante a determinação da distribuição das colisões ao longo dos meses, para
que sejam detectados padrões de sazonalidade.
Via de regra, o maior número de colisões no Brasil é verificado nos meses de outono, sendo
maio o mês com maior percentual de registros (cerca de 11%) (Figura V.3).

J a ne i r o
100
D e z e m br o Fev er ei r o
80

60
N o v e m br o
38 42 45 Março
40 67
41 20

O ut u br o 58 0 71 A br i l

33
46 44
S e t e m br o
86 Maio
54
A go st o J un ho

J ul ho

Figura V.3 – Colisão de aves por mês do ano (1980 a dez 2000).

V.4.4.5) Colisões x período do dia


As colisões de aves com aeronaves ocorrem sobretudo ao longo do dia, pois a maior parte das
espécies de aves é diurna. Entretanto, em alguns aeroportos a participação relativa das aves noturnas
em colisões pode ser significativa, fenômeno que deve ser perfeitamente identificado e compreendido.
Desse modo, associar as colisões ao horário de ocorrência pode oferecer indicações sobre quais são
os horários mais críticos para a movimentação de aeronaves e, eventualmente, quais as espécies que
mais interferem com a circulação de aeronaves.
Dados do CENIPA indicam que, no Brasil, o maior número de colisões ocorre no período diurno,
notadamente com dois picos de intensidade: entre 9h00min e 11h00min h e 13h00min e 15h0min
(Figura V.4). O horário de meio-dia marca uma ligeira queda no número de colisões, que logo a seguir
experimenta um aumento da ordem de 23% até atingir intensidade máxima entre 13h00min e
14h00min. Este pico de colisões, entretanto, é ligeiramente menor e menos concentrado que o
verificado na parte da manhã.

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95 93
100
90 83 83
78
80
64 66 65
70

No de colisões
60
46
50
40 32
30 20 17 19
13 16 18
20 9 8
10 2 1 1 5 5 3
0
1

11

13

15

17

19

21

23
Período do dia

Figura V.4 – Colisão de aves por período do dia (1980 a dez 2000).

V.4.4.6) Colisões x fase do vôo


Estatísticas associadas à fase do vôo em que ocorrem as colisões são de relevante interesse,
pois cada uma apresenta um nível de risco distinto. As duas fases mais críticas são a decolagem e
aproximação.
Segundo dados disponíveis, 1.040 (47,3%) dos 2.198 relatos reportados ao CENIPA entre 1980
e 2000 estão associados à decolagem e aproximação. Em se considerando também as demais fases
de vôo que transcorrem nos aeroportos ou em suas imediações (taxi, decolagem, aproximação,
aterrissagem e landing roll), obtem-se 79% do total de registros (Figura V.5).
Relativamente poucas colisões ocorrem durante a fase de cruzeiro, a qual se desenvolve em
altitudes elevadas – somente 134 registros ou 6,1% do total de colisões.

600
534
506
500

400
288
300
225
193
200
125 134
112
100 68
13
0

Figura V.5 – Colisões por fase de vôo (1980 a dez 2000) (n = 2.198).

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V.4.4.7) Colisões x altitude


Existe uma maior probabilidade de haver colisões nas proximidades do solo, pois a maioria das
espécies de aves voa a baixa altitude (poucas centenas de metros).
Dados do CENIPA para “urubus”, “gaviões” e quero-quero relativos ao período de 1990 e 2002
indicam que o maior número de colisões ocorre entre 1.500 e 3.999 pés (aproximadamente de 450 a
1.320 m) (Figura V.6).
Pode-se observar que existe um aumento do número de ocorrências à medida que cresce a
altitude, o que pode estar associado ao maior número de urubus do universo amostral considerado
(606 dos 877 registros, ou 69% da amostra).

80 72
70 64
60 55
49
No de coliões

50
40
30 24 21
17
20
8
10
0

>4000
1000-1499

1500-3999
100-299

300-499

500-999
001-99

A l t i t ud e ( p és)
Solo

Figura V.6 - Colisão com aves por cota altitudinal (1990 a 2002).

V.4.4.8) Espécies envolvidas


A determinação das espécies que estão associadas às colisões é necessária para que sejam
implementadas as medidas adequadas para a redução do risco à navegação aérea.
No Brasil, o urubu-comum afigura ser a espécie que apresenta maior risco à navegação aérea
(segundo dados do CENIPA). Em aeroportos da Regional Sul, a presença de urubus, entretanto, não é
tão significativa, de modo que outras espécies passam a figurar com maior freqüência nas estatísticas
associadas a colisões, como é o caso do quero-quero, que esteve associado a cerca de 51% dos
registros (Figura V.7).

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60
50,77
50
40

Percentual
30
20 16,41 14,87
11,28
6,67
10
0
Que ro- Urubu Coruja Garça Outros
quero

Figura V.7 - Espécies envolvidas em colisão com aeronaves em


aeroportos da Região Sul do Brasil (1980 a dez 2000).

V.4.5) ATRATIVOS PARA A AVIFAUNA


Cada ambiente encontrado no aeroporto, seja natural ou modificado pelo homem (antrópico),
apresenta atrativos para a avifauna: alimento, local para nidificação, abrigo temporário contra
inimigos e intempéries, para dessedentação ou pernoite. Tais atrativos devem ser identificados,
fotografados, descritos e mapeados, procurando associá-los às espécies que os freqüentam, horário
de uso e eventual, época do ano em que a aves está presente, entre outros aspectos.

V.4.5.1) Atrativos intramuro


Refere-se aos atrativos encontrados dentro do sítio aeroportuário. Devem ser identificados,
fotografados, descritos e mapeados.

V.4.5.2) Atrativos extramuro


Refere-se aos atrativos encontrados fora do sítio aeroportuário. Neste caso, a ASA pode ser
uma referência para delimitar a área a ser investigada, que pode ser de 13 ou 20 km. Deverá ser
investigada na sua totalidade,
Os atrativos extramuros devem ser identificados, fotografados, descritos e mapeados. Os mais
comuns são:

Lixões;
Aterros sanitários;
Curtumes;
Abatedouros de bovinos, caprinos, suínos e aves (granjas), regulamentados ou clandestinos;
Áreas naturais de atração de aves (vegetação de mangue, lagoas, brejais, etc.).

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V.4.6) RECOMENDAÇÕES
Neste item, devem ser elencadas as recomendações para sanear os problemas identificados no
sítio aeroportuário e na ASA.
Devem ser apontadas as medidas, ações, procedimentos e técnicas a serem empregadas em
cada caso, tendo em vista evitar que o maior número de espécies de aves possa fazer uso de local
onde cada não-conformidade foi identificada.

V.4.7) ACOMPANHAMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES PARA O CONTROLE DA


AVIFAUNA
As medidas sugeridas e eventualmente empregadas para eliminar os fatores de atração de aves
ao aeroporto e/ou a ASA podem não necessariamente ser aplicadas de imediato, em função da
ausência ou contingenciamento de recursos humanos, técnicos e financeiros. Desse modo, faz-se
necessário proceder ao acompanhamento da implementação das medidas ao longo de um
determinado tempo, que pode ser de anos. Este acompanhamento deve ser seguido de registro
escrito, mapas e fotografias que possam atestar o grau de evolução de sua implantação.
Este, portanto, é um item importante em um PMA, pois registra toda a evolução do processo de
implementação das medidas de controle do perigo aviário.

V.4.8) VOCABULÁRIO
Neste item são apresentadas as palavras e expressões utilizadas no PMA que requerem
esclarecimentos, devido à especificidade de seu conteúdo e/ou utilização restrita ao tema.

V.4.9) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


As referências bibliográficas devem conter a citação dos artigos de livros, periódicos, revistas,
etc. que serviram de base para o estabelecimento de conceitos e informações gerais e específicas
contidas no PMA, assim como sugestões de leitura.
Poderá conter uma lista de sítios de internet, os quais poderão ser referenciados de acordo com
as normas da ABNT.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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colisão de aves com aeronaves. CEMAVE/IBAMA/MMA. 49 p.

 BAILEY, G. 2000. Bird strike. Flight Safety Australia. Jan-Feb


2000: 40-3.

 BASTOS, L.C.M. 2000. Brazilian Avian Hazard Control


Program – Educational Inititatives. Pp. 383-400.
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 BASTOS, L.C.M. 2001. Successful actions for avian hazard control


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 BRASIL, J.P. 1997. The Brazilian Bird Strike Reduction Program.


Pp. 1-20. 50th Annual International Air Safety Seminar of Flight
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 CLEARY, E.C. & DOLBEER, R.A. 1999. Wildlife hazard


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 CONNORS, P.G. 1993. Speciation in golden-plovers, Pluvialis


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 LUCIANO, J. 2002. Aves do Brasil.


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novembro de 2002.

 MACKINNON, B., SOWDEN, R. & DUDLEY, S. 2001. Sharing the


skies. An Aviation Industry Guide to the management of
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 NASCIMENTO, I.L., ALVES, V.S. & NETO, A.S. 2000.


Levantamento da Avifauna dos Aeroportos do Brasil -
Riscos, Problemas e Soluções. Ministério do Meio Ambiente,
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 SICK, H. 1984. Aves do Brasil: uma introdução. Universidade de


Brasília. Brasília. 827 p.

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VOCABULÁRIO

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VOCABULÁRIO

Administração aeroportuária - Órgão ou empresa responsável pela operação de um aeroporto com


estrutura organizacional definida e dedicada à gestão deste aeroporto.
Área de Preservação Permanente – Área marginal ao redor do reservatório artificial e suas ilhas, com
a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a
biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das
populações humanas.
Aeroporto - Aeródromo público dotado de instalações e facilidades para apoio às aeronaves e ao
embarque e desembarque de pessoas e cargas.
Aeródromo - É toda área destinada ao pouso, decolagem e movimentação de aeronaves.
Agricultura de risco - Termo que designa as atividades agrícolas que potencial ou efetivamente atraem
aves.

Agrotóxicos - os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos destinados ao uso


nos setores de produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, em pastagens,
proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes
urbanos, hídricos e industriais, com a finalidade de alterar a composição da flora ou da fauna, a fim
de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos;

Antrópico – Relativo à ação do homem.


Área antropizada - Área que apresenta modificações das condições naturais em função das
intervenções da atividade humana.
Área de movimento - Parte do aeródromo destinada ao pouso, decolagem e taxiamento de aeronaves,
incluindo os pátios.
Área de manobras - Parte do aeródromo destinada ao pouso, decolagem e taxiamento, excluídos os
pátios.
Área patrimonial - Vide Sítio Aeroportuário.
Ave - Vertebrado ovíparo, de sangue quente, respiração pulmonar, com o corpo coberto de penas,
bico córneo, desdentado, e com os membros anteriores transformados em asas.
Aviação regular - Aviação caracterizada por operações de caráter periódico das aeronaves
pertencentes aos transportadores aéreos, com o objetivo de explorar as linhas que foram
estabelecidas e aprovadas pelo Departamento de Aviação Civil (DAC).
Avifauna - todas as espécies de aves que habitam um determinado local a um determinado tempo.
Avifauna de Aeroportos: o conjunto de aves observado em um sítio aeroportuário.
Biodiversidade - Refere-se à variedade ou à variabilidade entre os organismos vivos, os sistemas
ecológicos nos quais se encontram e as maneiras pelas quais interagem entre si e a ecosfera; pode
ser medida em diferentes níveis: genes, espécies, níveis taxonômicos mais altos, comunidades e

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processos biológicos, ecossistemas, biomas; e em diferentes escalas temporais e espaciais. Em seus


diferentes níveis, pode ser medida em número ou freqüência relativa
Bioma - Conjunto da fauna e flora de uma região.
Biótopo - Conjunto da fauna, flora e meio físico (solo, ar e água) de uma região.
Cadeia alimentar - A transferência de energia alimentícia desde a origem, nas plantas, através de uma
série de organismos, com as reiteradas atividades alternadas de comer e ser comido, chama-se cadeia
alimentar.
Centro Geométrico do Aeródromo - Para efeito de aplicação da Resolução CONAMA nº 4/95,
considera-se o centro da pista de pouso e decolagem mais próxima da influência da atividade
observada.
Dessedentação - Eliminação da sede.
Ecossistema – sistema aberto, integrado por todos os organismos vivos (compreendendo o homem) e
os elementos não viventes de um setor ambiental, definido no tempo e no espaço, cujas propriedades
globais de funcionamento (fluxo de energia e ciclagem da matéria) e auto-regulação (controle)
derivam das relações entre todos os componentes, tanto pertencentes aos sistemas naturais, quanto
aos criados ou modificados pelo homem.
Extramuro - relativo ao que se situa fora do sítio aeroportuário.
Faixa de Pista - Área definida no aeroporto, que inclui a pista de pouso e as áreas de parada, se
houver, destinada a proteger a aeronave durante as operações de pouso e decolagem e a reduzir o
risco de danos à aeronave, em caso desta sair dos limites da pista.
Faixa de Pista de Táxi - Área destinada a proteger uma aeronave durante o taxiamento ou rolamento
e a reduzir o risco de danos à aeronave, em caso desta sair dos limites da pista de táxi ou de
rolamento.
Fitofisionomia - Paisagem característica do bioma em questão
Heliponto - Aeródromos destinados exclusivamente a helicópteros.
Implantação de atividades de natureza perigosa - São aquelas entendidas como “foco de atração de
pássaros” e que, por conseguinte, possam proporcionar riscos à navegação aérea (Resolução
CONAMA nº 04/95).
Intramuro - relativo ao que se situa dentro do sítio aeroportuário.
Manguezal - Ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, formado
por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, a vegetação natural
conhecida como mangue, com influência flúvio-marinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas
e com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre os estados do Amapá e Santa
Catarina.
Muro patrimonial - muro que delimita o sítio aeroportuário.
Obstáculo - Acidente físico ou objeto de natureza temporária ou permanente, fixo ou móvel, ou parte
deste, situado em Zona de Proteção e que tenha altura superior ao gabarito fixado pelos diversos
Planos definidos na Portaria nº1.141/GM5.

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Pássaro - Toda espécie de ave pertencente a Ordem dos Passeriformes.


Pátio de Aeronaves - Parte da área operacional do aeroporto, destinada a abrigar aeronaves para fins
de embarque ou desembarque de passageiros, carga e/ou mala postal, reabastecimento de
combustível, estacionamento ou manutenção.
Plano de Manejo da Avifauna de Aeroportos – projeto dinâmico que especifica as intervenções
necessárias a serem feitas no meio ambiente natural e antrópico de um aeroporto tendo em vista a
minimização/extinção dos fatores que atraem aves ao sítio aeroportuário. Estabelece, desta forma,
diretrizes básicas para o manejo direto e indireto das populações de aves.
Restinga - Depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada, produzido por
processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que recebem influência
marinha, também consideradas comunidades edáficas por dependerem mais da natureza do substrato
do que do clima. A cobertura vegetal nas restingas ocorre em mosaico em praias, cordões arenosos,
dunas e depressões, apresentando, de acordo com o estágio sucessional, estrato herbáceo, arbustivo
e arbóreo, este último mais interiorizado.
Sítio Aeroportuário - É toda a área patrimonial do aeroporto, onde estão contidas as instalações e os
equipamentos necessários ao atendimento das operações das aeronaves (pouso/decolagem), bem
como o processamento de passageiros, bagagens e carga (embarque/desembarque) na transferência
modal entre os transportes de superfície e o aéreo e vice-versa.

Fases de operação - diversas ocasiões da atividade aérea, que são classificadas de modo a permitir
a identificação das circunstâncias de operação da aeronave. São classificadas como se segue:

Operação de solo - quando há a realização de serviços de rampa, manutenção, tratoramento


ou preparação da aeronave, sem que alguém esteja nela embarcada com a intenção de realizar o vôo.
Esta fase inclui a aeronave estacionada, mesmo sem a realização de serviço ou atividade de qualquer
natureza.

Estacionamento - desde que alguém tenha embarcado para realizar o vôo, até o início da
movimentação da aeronave por meios próprios, e a partir do corte do motor, no local regular para
estacionamento. Esta fase inclui a operação de “push back” e a partida do motor, quando realizada
antes do início da fase de rolagem.

Partida do motor - do início dos cheques para a partida do motor até a conclusão dos cheques
exigidos após a partida, quando não realizados na fase de estacionamento ou de rolagem.

Cheque de motor ou rotor - do início ao término da realização dos procedimentos de


verificação de funcionamento do motor, hélice ou rotor.

Rolagem - do início da movimentação da aeronave por meios próprios até o início da corrida
de decolagem e do término da corrida após o pouso até o estacionamento. Esta fase inclui helicóptero
taxiando sem contato com o solo.

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Pairado - fase em que o helicóptero já deixou o contato com o solo, mas permanece sem
deslocamento horizontal ou vertical.

Decolagem - do início da corrida de decolagem até a conclusão do 1º segmento de aceleração


ou dos procedimentos exigidos após a decolagem ou, no caso de helicóptero, a partir do início de seu
deslocamento para iniciar o vôo propriamente dito. Esta fase inclui a operação de desaceleração e
parada da aeronave no caso de descontinuar (abortar) a decolagem.

Subida - da conclusão do 1º segmento de aceleração da decolagem até a conclusão dos


procedimentos (cheques) exigidos para o nivelamento.

Cruzeiro - da conclusão dos cheques exigidos para nivelamento em rota até o início dos
cheques exigidos para a descida.

Manobra - da conclusão dos cheques necessários à realização da manobra até o seu término.

Descida - do início dos cheques exigidos para descida até a entrada no circuito de tráfego, o
início da espera, o início do procedimento de aproximação IFR ou a realização de vôo a baixa altura.

Espera - a partir de um fixo (ou ponto) designado como referência da órbita até o início do
procedimento IFR ou o prosseguimento da descida.

Procedimento IFR - do início de uma fase do procedimento IFR, a partir de um fixo (ou ponto)
de início, até a aproximação final.

Aproximação final - a partir de um fixo (ou ponto) de aproximação final em um procedimento


IFR até ao ponto previsto para o início da arremetida no ar ou à obtenção de condições para o pouso
(reta final).

Circuito de tráfego - da entrada na área do circuito de tráfego do aeródromo até a reta final.

Reta Final - do fim da aproximação final do procedimento IFR ou da perna base do circuito de
tráfego até o pouso.

Pouso - do momento em que a aeronave entra no efeito solo, após a aproximação para
pouso, até o toque com o trem de pouso, esquis ou flutuadores, ou até atingir a condição de vôo
pairado. Esta fase inclui o toque do helicóptero com o solo após o pairado, quando este não é
precedido por uma fase de rolagem.

Corrida após o pouso - do momento do toque no solo ou na água até a aeronave abandonar o
eixo de corrida com intenção de prosseguir na rolagem ou, mantendo o eixo, adquirir a velocidade de
rolagem ou parar. Esta fase inclui pouso corrido de helicóptero.

Arremetida no ar - do início dos procedimentos de aproximação IFR perdida, ou de arremetida


na reta final ou no pouso, antes do toque, até o início de novo procedimento de espera, procedimento
IFR ou circuito de tráfego.

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Arremetida no solo - do início dos procedimentos de decolagem durante uma corrida após o
pouso até a aeronave ter decolado.

Vôo a baixa altura - inclui a realização de qualquer tipo de vôo em altura abaixo da mínima
prevista para o vôo visual nas regras de tráfego aéreo.

Indeterminado - quando, por insuficiência de informações, não foi determinada a fase de


operação da aeronave.

Outras - é a situação não classificada em qualquer das fases conhecidas.

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ANEXO I

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL APLICÁVEL

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ANEXO I

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL APLICÁVEL

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA

A legislação ambiental vigente pode ser definida como um conjunto de normas jurídicas cujo
objetivo principal é a manutenção de um perfeito equilíbrio nas relações do homem com o meio
ambiente. São as normas constitucionais e suas emendas, as leis, os tratados e convenções
internacionais, medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções do Senado, decretos
regulamentadores e legislação correlata tais como resoluções, deliberações, instruções normativas,
portarias e outras.
A legislação ambiental abaixo referenciada é apresentada através de seus tópicos mais
relevantes, sendo que a mesma deve ser cumprida e consultada na íntegra de acordo com cada
situação em que se insere.

ÓRGÃOS DA AVIAÇÃO CIVIL E MILITAR

Âmbito Federal

Decreto nº. 69.565 19/11/1971


Cria o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), com vinculação
direta ao Comando da Aeronáutica.

Lei nº 5.862 – 12/12/1972


Autoriza o Poder Executivo a constituir a empresa pública denominada Empresa Brasileira de
Infra-Estrutura Aeroportuária (INFRAERO) e dá outras providências.

Decreto nº 87.249 - 07/06/1982


Institui, através do Artigo 6º, o Comitê Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
(CNPAA), sob a direção e coordenação do CENIPA, que passa a ter status de organização autônoma.

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SEGURANÇA AEROPORTUÁRIA

Âmbito Federal

Decreto-Lei nº 1896 – 17/12/1981


Dispõe sobre a utilização de instalações e serviços destinados a apoiar e tornar segura a
navegação aérea e dá outras providências.

Lei no 7.565 - 19/12/1986


Dispõe sobre o Código Brasileiro de Aeronáutica (substitui o Código Brasileiro do Ar).
Na Seção V (Das Zonas de Proteção) fica estabelecido, através do Artigo 43, que as
propriedades vizinhas dos aeródromos e instalações de auxílio à navegação aérea estão sujeitas a
restrições relativas ao uso das propriedades quanto a edificações, instalações, culturas agrícolas (...) e
tudo mais que possa prejudicar as operações de aeronaves (...).
As restrições de que trata o Artigo anterior são as especificadas pela Autoridade Aeronáutica,
mediante aprovação dos seguintes planos, válidos, respectivamente, para cada tipo de auxílio à
navegação aérea:
I - Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromos;
II - Plano de Zoneamento de Ruído;
III - Plano Básico de Zona de Proteção de Helipontos;
IV - Planos de Zona de Proteção de Auxílios à Navegação Aérea.
§ 1º De conformidade com as conveniências e peculiaridades de proteção ao vôo, a cada
aeródromo poderão ser aplicados Planos Específicos, observadas as prescrições, que couberem, dos
Planos Básicos.
§ 4º As administrações públicas deverão compatibilizar o zoneamento do uso do solo, nas áreas
vizinhas aos aeródromos, às restrições especiais constantes dos Planos Básicos e Específicos.
§ 5º As restrições especiais estabelecidas aplicam-se a quaisquer bens, quer sejam privados ou
públicos.
O Artigo 45 estabelece que a Autoridade Aeronáutica poderá embargar a obra ou construção de
qualquer natureza que contrarie os Planos Básicos ou os Específicos de cada aeroporto, ou exigir a
eliminação dos obstáculos levantados em desacordo com os referidos Planos, posteriormente à sua
publicação [...].

Portaria nº 1.141/GM5 - 08/12/1987


Dispõe sobre Zonas de Proteção e aprova o Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromos,
o Plano Básico de Zoneamento de Ruído, o Plano Básico de Zona de Proteção de Helipontos e o Plano
de Zona de Proteção de Auxílios à Navegação Aérea e dá outras providências.
No Capítulo IX, encontram-se dois importantes artigos, que são:

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Art. 46 (§ 1º): fica estabelecido o conceito de "Implantação de Natureza Perigosa" e


determinada a sua proibição nas Áreas de Aproximação e Áreas de Transição dos Aeródromos e
Helipontos.
Art. 74 - Para o cumprimento desta Portaria, compete:
I - Aos Comandos Aéreos Regionais: fiscalizar, em conjunto com as entidades municipais,
estaduais e federais competentes, as implantações e o desenvolvimento de atividades urbanas quanto
à sua adequação aos Planos de que trata esta Portaria”.
No Capítulo XIII, atribui as respectivas competências para a fiscalização, autorização para
aproveitamento, elaboração de planejamento etc, do uso do solo no entorno das unidades
aeroportuárias, atividade que envolve diversos órgãos da administração pública, tais como: prefeituras
municipais, Administração Aeroportuária, Órgãos Ambientais do SISNAMA, bem como organizações do
Comando da Aeronáutica (DAC, DECEA, COMAR, IAC e SERAC).

Resolução CONAMA nº 004 - 09/10/1995


Dispõe sobre o estabelecimento da Área de Segurança Aeroportuária (ASA) com raio de raio de
20 km para aeroportos que operam de acordo com as regras de vôo por instrumento (IFR) e de 13
km para os demais aeródromos. No caso de mudança de categoria do aeródromo, o raio da ASA
deverá se adequar à nova categoria (§ Único).
Para efeito desta resolução são consideradas Área de Segurança Aeroportuária (ASA) as áreas
abrangidas por um determinado raio a partir do “centro geométrico do aeródromo”, de acordo com o
seu tipo de operação (Art. 1º).
Estabelece, pelo Artigo 2º, que dentro da ASA não será permitida a implantação de atividades
de natureza perigosa, entendidas como "foco de atração de pássaros" (matadouros, curtumes,
vazadouros de lixo, etc.), assim como quaisquer outras atividades que possam proporcionar riscos
semelhantes à navegação aérea.

Portaria nº 398/GM5 – 04/06/1999


Através do Artigo 1º, aprova a utilização do Anexo 14 à Convenção de Aviação Civil
Internacional, Volume I (Aeródromos) e Volume II (Helipontos), em complemento ou substituição ao
que prescreve a Portaria nº 1.141/GM5 de 08 de dezembro de 1987, até a conclusão dos estudos
para a sua revisão e atualização.

Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica nº 139 (RBHA 139)


As orientações contidas neste Regulamento são aplicáveis a aeroportos internacionais e
àqueles com operação de serviços de transporte aéreo doméstico regular que se utilizam de
aeronaves com capacidade superior a sessenta assentos para passageiros.
A Parte 139.427 do Regulamento define as Obrigações da Administração Aeroportuária Local,
entre as quais a elaboração de Planos ou Programas de controle do uso do solo no entorno do

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aeroporto, tais como Programa de gestão do perigo da fauna (3), Programa de controle de obstáculos
(5) e Programa de controle do uso do solo no entorno (6).

Projeto de Lei no 4.464 - 2004


Estabelece regras que visam à diminuição do risco de acidentes e incidentes aeronáuticos
decorrentes da colisão de aeronaves com aves nas imediações de aeródromos.
O Artigo 3o do Capítulo II, parágrafo 3o, aponta para a necessidade da flexibilização do
tamanho da Asa dos aeródromos, em razão de características especiais próprias ou da área
circunvizinha. Este exercício caberá à Autoridade Aeronáutica, mediante ato fundamentado.
O Artigo 9o do Capítulo IV, que trata das medidas administrativas, prevê que, em caso do
cometimento de infrações previstas nesta lei, são cabíveis as seguintes medidas administrativas: a)
suspensão da atividade (atrativa de aves); b) interdição de área ou estabelecimento; c) embargo de
obras.
No Artigo 10o deste mesmo Capítulo são previstas penalidades para as infrações, que são
notificação de advertência, multa simples ou diária e/ou cessação de atividade.

Instrução Normativa no 72 – 11/08/2005


Normatiza a elaboração de Planos de Manejo visando evitar e/ou reduzir colisões de
aeronaves com a Fauna Silvestre de Aeródormos (PMFA) e regulamentar a concessão de autorização
para manejo de fauna relacionada ao perigo de colisões em aeródromos brasileiros.
O Artigo 3º define que o manejo da vida silvestre em aeródromos e áreas de entorno somente
será autorizado mediante a aprovação do PMFA, cuja itemização mínima consta no Anexo I.

DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE MEIO AMBIENTE

Âmbito Federal

Decreto no 24.643 -10/07/1934


Decreta o Código das Águas.

Decreto no 58.054 - 23/03/1966


Promulga a Convenção para a proteção da flora, fauna e das belezas cênicas dos países da
América.

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Lei no 6.938 - 31/08/1981


Estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e
aplicação. Esta Lei também institui a criação do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) e do
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA).

Lei no 6.902 – 27/04/1981


Dispõe sobre a criação de Estações Ecológicas, Áreas de proteção Ambiental e dá outras
providências.

Decreto no 86.176 - 06/07/1981


Regulamenta a Lei no 6.513, de 20 de dezembro de 1981.

Lei no 7.347 - 24/07/1985


Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, (...), a
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

Resolução CONAMA no 001 - 23/01/1986


Define impacto ambiental e estabelece, por intermédio do Artigo 2o, a obrigatoriedade da
elaboração de Estudos de Impacto Ambiental e do respectivo Relatório de Impacto Ambiental para as
atividades poluidoras/degradadoras do meio ambiente. É feita menção sobre as diretrizes gerais para
uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental

Constituição Federal - 1988


O Inciso VI do Artigo 23 estabelece que é competência comum da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de
suas formas.
O Artigo 24 estabelece que cabe à União, Estados e Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico (Inciso I) e florestas, caça,
pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição (Inciso VI).
Já o Artigo 30 estabelece que compete aos municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle
do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano.
O Artigo 182 versa sobre a política de desenvolvimento urbano, que, executada pelo poder
público municipal, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e

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garantir o bem-estar de seus habitantes.


Pelo Artigo 225, o Meio Ambiente passa a ser considerado e protegido como bem de interesse
público, não distinguindo de quem seja a propriedade.

Lei Federal no 7.804 - 18/07/1989


Altera as Lei no 6.938/81, no 6.803/80 e no 6.902/81 e dá outras providências.
Artigo 2o - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao
desenvolvimento sócio-econômico [...] atendidos os seguintes princípios:
I - Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente
como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso
coletivo; [...]
IV - Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; [...]
VI - Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a
proteção dos recursos ambientais; [...]
VIII - Proteção das áreas ameaçadas de degradação [...].

Decreto no 99.274 - 06/06/1990


Regulamenta a Lei n° 6.938/81, que trata da Política Nacional do Meio Ambiente.

Lei nº 9433 – 08/01/1997


Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da
Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.

Resolução CONAMA nº 237 – 19/12/1997


Dispõe sobre o processo de licenciamento ambiental.

Resolução CONAMA nº 302 - 20/03/2002

Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de


reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno.

Resolução CONAMA nº 303 – 20/03/2002


Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente.

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ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL

Âmbito Federal

Resolução CONAMA no 001 - 1986


No sentido de tornar obrigatória a elaboração de Estudo de Impacto Ambiental e seu Relatório, a
Resolução CONAMA 01/86 define quais os empreendimentos que necessitam de prévio EIA-RIMA.

Resolução CONAMA no 237 – 1997


Expande a definição das etapas do licenciamento ambiental a que faz referência a Lei 6.938/81 e
inclui o grau de competência dos Órgãos ambientais quanto ao licenciamento.

Ver também:
Decreto 750/93: impõe obrigatoriedade na elaboração desse Instrumento quando se tratar de
supressão de vegetação nativa de mata atlântica primária, e secundária nos estágios médio e avançado
de regeneração, em atividades de utilidade pública e/ou interesse social;
Lei 6.938/81 - lança as bases dos instrumentos de licenciamento ambiental, define sua obrigatoriedade
e discorre sobre as etapas de um licenciamento.

AGROTÓXICOS

Âmbito Federal

Lei no 7.802 – 11/07/1989

Dispõe, entre outros assuntos, sobre a pesquisa, experimentação, utilização, registro,


classificação, controle , inspeção e fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras
providências.

Decreto no 4.074 – 04/01/2002

Dispõe sobre regulamentação da Lei 7802/89.


No Artigo 2º do Capítulo II (Das Competências), afirma-se que cabe aos Ministérios da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Saúde e do Meio Ambiente, no âmbito de suas respectivas
áreas de competências: I) estabelecer as diretrizes e exigências relativas a dados e informações a
serem apresentados pelo requerente para registro e reavaliação de registro dos agrotóxicos, seus
componentes e afins; II) estabelecer diretrizes e exigências objetivando minimizar os riscos
apresentados por agrotóxicos, seus componentes e afins; e V) estabelecer metodologias oficiais de
amostragem e de análise para determinação de resíduos de agrotóxicos e afins em produtos de
origem vegetal, animal, na água e no solo.

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DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE PLANEJAMENTO URBANO

Âmbito Federal

Constituição Federal - 1988


O Artigo 30 da Constituição Federal estipula que a responsabilidade pelo planejamento urbano,
estruturação, ordenamento e controle do uso do solo urbano recai sobre os governos municipais, que
devem também observar os dispositivos normativos constantes da legislação federal sobre o assunto.
O Artigo 182 acrescenta que compete ao também aos governos municipais ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.

Lei no 10.257 (Estatuto da Cidade) – 10/07/2001


Regulamenta o Artigo 182 da Constituição Federal/88.

FAUNA

Âmbito Federal

Decreto no 24.645 - 10/07/1934


Estabelece medidas de proteção à fauna.

Decreto Legislativo no 3 - 13/02/1943


Aprova a convenção para a proteção da flora, fauna e das belezas cênicas naturais dos países
da América.

Lei no 5.197 - 03/01/1967


Dispõe sobre a proteção da fauna.

Instrução Normativa n° 3 -27/05/200.


Lista as espécies oficialmente reconhecidas como ameaçadas de extinção no Brasil.

FLORA

Âmbito Federal

Decreto Legislativo no 3 - 13/02/1943


Aprova a convenção para a proteção da flora, fauna e das belezas cênicas naturais dos países
da América;

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Lei no 4.771 - 15/091965


Institui o novo Código Florestal.
Artigo 2o - São consideradas áreas de preservação permanente as florestas e demais
formas de vegetação natural situadas:
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal
cuja largura mínima seja de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de
largura;
b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais;
c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a
sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros de largura;
d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;
e) nas encostas ou parte destas com declividade superior a 45 graus, equivalente a 100% na
linha de maior declive;
Artigo 19 - A exploração de florestas e de formações sucessoras, tanto de domínio público
quanto de domínio privado, dependerá de aprovação prévia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA [...].
Parágrafo único - No caso de reposição florestal, deverão ser priorizados projetos que
contemplem a utilização de espécies nativas.
Artigo 26 - Constituem contravenções penais, puníveis com três meses a um ano de prisão
simples ou multa de um a cem vezes o salário mínimo mensal do lugar e da data da infração ou
ambas as penas cumulativamente:
a) destruir ou danificar a floresta considerada de preservação permanente, mesmo
que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas estabelecidas ou previstas nesta Lei;
b) cortar árvore em florestas de preservação permanente, sem permissão da autoridade
competente;
c) penetrar em florestas de preservação permanente, conduzindo armas, substâncias ou
instrumentos próprios para caça proibida ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais,
sem estar munido de licença da autoridade competente;
e) fazer fogo, por qualquer modo, em florestas e demais formas de vegetação, sem tomar as
precauções adequadas; [...] impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas
de vegetação.

Constituição Federal - 1988


Através do Artigo 225 estabelece que a Mata Atlântica, entre outros biomas do Brasil, passa a
ser patrimônio nacional, sendo que a sua utilização deverá ser feita na forma da lei, "dentro de
condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais".

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Decreto no 750 - 1993 (criado com base no Art. 14 da Lei no 4.771/65)


Para efeito deste Decreto (Artigo 3o), considera-se Mata Atlântica "as formações florestais e
ecossistemas associados inseridos no domínio Mata Atlântica, com as respectivas
delimitações estabelecidas pelo Mapa de Vegetação do Brasil, IBGE, 1988: Floresta Ombrófila Densa
Atlântica, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual,
Floresta Estacional Decidual, manguezais, restingas, campos de altitude, brejos interioranos e
encraves florestais do Nordeste”.
O Artigo 1o estabelece que são proibidos o corte, a exploração e a supressão de vegetação
primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica.
São passíveis de proteção integral as matas que abriguem espécies da flora e fauna silvestres
ameaçadas de extinção, que exerçam função de proteção de mananciais ou de preservação e
controle de erosão ou ainda que possuam excepcional valor paisagístico. Para casos em que se
preveja a remoção da vegetação para fins de interesse público, esta se fará mediante a elaboração de
EIA/RIMA, entre outras exigências (Artigo 1o).
O Artigo 8o fixa que a vegetação primária ou em estágio avançado e médio de regeneração não
perderá esta classificação no caso de incêndio ou desmatamento não licenciados a partir da vigência
deste Decreto;

Resolução CONAMA no 10 - 01/10/1993


Tal Resolução estabelece os parâmetros básicos para a análise dos estágios de sucessão da
Mata Atlântica a que se refere o Decreto no 750/93. Traz também, as definições para:
a) vegetação primária e secundária (Artigo 2o);
b) estágios de regeneração (inicial, médio e avançado) da vegetação secundária (Artigo 3o)
(que não se aplica aos ecossistemas associados à Mata Atlântica - manguezal, restinga, campo de
altitude, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste -, segundo o Artigo 4o).
c) manguezal, restinga [...] (Artigo 5o);
d) flora e fauna silvestres ameaçadas de extinção, vegetação de excepcional valor paisagístico,
corredor entre remanescentes e entorno de unidades de conservação (Artigo 6o).

Resolução CONAMA no 012 - 04/05/1994


Aprova o Glossário de Termos Técnicos elaborado pela Câmara Técnica Temporária para
assuntos da Mata Atlântica. Entre outros termos técnicos arrolados pela Resolução mencionam-se:
complexidade estrutural, diversidade biológica, dominância de espécies, ecótono, dossel, endemismo,
espécie pioneira, floresta estacional, floresta ombrófila e remanescentes.

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MANUAL DE PERIGO AVIÁRIO

Resolução CONAMA no 009 - 18/04/1996


Estipula, pelo Artigo 1o, que a vegetação remanescente de Mata Atlântica - expressa no
parágrafo único do Artigo 4o do Decreto no 750/93 - abrange a totalidade da vegetação primária e
secundária em estágio inicial, médio e avançado de regeneração.

CRIMES AMBIENTAIS

Âmbito Federal

Lei nº 9.605 - 12/02/1998


Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao
meio ambiente, e dá outras providências.

Decreto no 3.179 – 21/09/1999


Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente, e dá outras providências.
O Decreto elenca, entre outras, as seguintes infrações contra a fauna: a) matar, perseguir,
caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida
permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida; b)
impedir a procriação da fauna sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida; c) danificar ou
destruir ninho, abrigo ou criadouro natural; e d) guardar, em cativeiro ou depósito, utilizar ou
transportar ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como
produtos e objetos dela oriundos.
Quanto à flora, o Decreto elenca, entre outras, as seguintes infrações: a) cotar árvore ou
destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou
utilizá-la com infringência das normas de proteção; e b) causar dano direto ou indireto às Unidades de
Conservação e às áreas de que trata o art. 27 do Decreto no 99.274, de 6 de junho de 1990,
independentemente de sua localização.

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ANEXO II

INSTRUÇÕES PARA RECOLHIMENTO DE RESTOS DE


AVES EM AEROPORTOS

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ANEXO II

INSTRUÇÕES PARA RECOLHIMENTO DE RESTOS DE


AVES EM AEROPORTOS

1) INTRODUÇÃO

Em todo o mundo, tem sido reconhecida a necessidade de se proceder à identificação das


espécies de aves envolvidas em colisões com aeronaves, cabendo a um especialista (ornitólogo) tal
atribuição, pois somente assim poderão ser tomadas medidas eficientes para aumentar a segurança
dos vôos.
É de grande importância que os funcionários encarregados da manutenção ou limpeza nas
aeronaves, bem como aqueles que atuam em pátios e pistas, estejam cientes da necessidade de
recolher e encaminhar para identificação todo resto de ave encontrado na fuselagem de aeronaves e
no sítio aeroportuário.
A identificação da ave normalmente é possível a partir da análise superficial de penas inteiras
ou de seus fragmentos, sendo que, quanto maior o número de penas recolhidas, mais rápida e
confiável será a identificação.

2) SITUAÇÕES EM QUE PODERÁ HAVER RECOLHIMENTO DE RESTOS DE AVES

2.1) EM SOLO
Aves encontradas mortas em aeroportos podem ser associadas, com uma boa margem de
segurança, à colisão havida com aeronaves. Essa regra se aplica a uma faixa de 50 metros para cada
lado das pistas.
Ao pessoal que opera em terra (supervisores de pátios e pistas, funcionários responsáveis
pelo corte de grama, etc.), recomenda-se o recolhimento de todo o material encontrado, ainda que
em estado avançado de decomposição.

2.2) NAS AERONAVES


Supõe-se que a maioria das aves que colidem com aeronaves termina por ser perdida, o que
elimina a possibilidade de sua identificação. Entretanto, muitas são as situações em que o
recolhimento dos restos das aves é possível, não sendo raros os casos em que toda a carcaça fica
presa na fuselagem ou nas turbinas. Em tais circunstâncias, alguns procedimentos básicos devem
adotados para que o exemplar seja identificado com precisão.

3) PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE RESTOS DE AVES PARA IDENTIFICAÇÃO

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3.1) CARCAÇAS E RESTOS

Recolher todas as penas e penugens, além de bico, pés, ossos ou a carcaça inteira);
Quando for inviável conservar e enviar a carcaça inteira, uma boa amostra de penas de todas as
partes do corpo, especialmente da asa e cauda, deve ser recolhida e enviada juntamente com fotos
da carcaça (v. adiante). Lembre-se: fotos nem sempre serão suficientes para uma
identificação confiável da ave.
Recolher pequenos fragmentos diretamente com as mãos ou com o auxílio de uma pinça. Caso o
material esteja ressequido e bem aderido à fuselagem, umedecer o local e recolher as penugens com

uma folha de papel macio (evitar utilizar detergente ou qualquer outro tipo de solvente, pois estes
podem danificar as penas irremediavelmente);
Colocar todo o material em um envelope plástico (tipo “ziploc”).
Acondicionar penugens e fragmentos muito pequenos de penas em um pedaço de papel dobrado
(ou envelope de papel);
Evitar a utilização de fita adesiva, cola, papel “post-it” ou qualquer outra substância ou superfície
aderente para acondicionar penas ou penugens, pois estas podem ser danificadas a ponto de impedir
a sua identificação.

Além das recomendações acima expostas, devem ser levados em consideração os seguintes
cuidados:

Evitar desmembrar as aves que forem encontradas inteiras, pois as chances de identificação de
exemplares íntegros são maiores. Se a ave inteira puder ser obtida, dados como sexo, idade,
conteúdo estomacal e estado reprodutivo poderão ser diagnosticados, o que contribuirá para que se
saiba o motivo pelo qual a ave freqüentava a região/local onde houve a colisão;
Enviar o material para ser identificado por especialistas (entomólogos) de uma Universidade de sua
cidade, caso seja inviável a remessa do conteúdo estomacal para fora do Estado;
Enviar todo o material recolhido para um único local para identificação;
Acondicionar em freezer (ou congelador) todo o material recolhido até que o mesmo possa ser
enviado para identificação, após ser devidamente acondicionado em saco plástico e etiquetado (vide
modelo de etiqueta adiante).

3.2) MATERIAL FOTOGRÁFICO


Efetuar fotografias da ave morta nos mais variados ângulos e posições, incluindo fotos do dorso,
ventre e cabeça, como ilustram as fotos abaixo:

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Posicionar um pequeno objeto (uma caneta, lápis, tampa de lente de máquina fotográfica, etc.) ao
lado do material recolhido para que o identificador possa ter uma melhor idéia das dimensões da ave;
Utilizar fundo contrastante: se ave for escura, colocá-la sobre fundo claro; se clara, utilizar fundo
escuro.

3.3) MANUSEIO E TRANSPORTE DO MATERIAL

Todo material zoológico (ninhos, ovos, penas, filhotes e adultos vivos ou mortos, carcaças,
etc.) só poderá ser removido dos aeroportos e transportado para instituições de ensino/pesquisa ou
residências de pesquisadores credenciados pelos aeroportos mediante a obtenção de uma licença para
manuseio e transporte a ser fornecida pelo IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos
Naturais Renováveis). Este aspecto do trabalho é regulamentado pela Instrução Normativa IBAMA no
72 de 11 de agosto de 2005.

4) ETIQUETA DE IDENTIFICAÇÃO
A etiqueta a ser utilizada para a identificação de todo e qualquer material (penas, partes do
animal, carcaças ou aves inteiras) deve seguir o modelo ilustrado abaixo, cujas dimensões idesia são
7x14 cm.

5) CONTATOS COM PESQUISADORES DO CPAA


O material recolhido e acompanhado da etiqueta de identificação poderá ser encaminhado
para instituições de pesquisa e ensino o mais próximas do aeroporto em que o material foi coletado, e
que disponham de profissionais especializados em ornitologia ou genética de aves.

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Alternativamente, na ausência destes profissionais, o material (penas e fotos somente) pode o


ser enviado por sedex para:

Giovannini Luigi
Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente – LIMA/COPPE/UFRJ
Centro de Tecnologia – BL I – Sala 208
Universidade Federal do Rio de Janeiro
CEP 21945-970 - Ilha do Fundão - Rio de Janeiro/ RJ
Telefax: (21) 2562-8805 – Cel.: 9618-4442.
E-mail: gluigi@lima.coppe.ufrj.br

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ANEXO III

TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO DE EQUIPE DE


PESQUISADORES

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ANEXO III

TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO DE EQUIPE DE


PESQUISADORES

1) INTRODUÇÃO
O presente Termo de Referência, doravante designado por TR, insere-se no Programa
Avifauna da INFRAERO e fornece orientações gerais e específicas para a contratação de uma equipe
de profissionais para elaborar Planos de Manejo de Fauna de Aeroportos (PMFAs).
O objetivo principal dos trabalhos é a redução do risco de colisão entre aves e aeronaves,
os quais deverão envolver o diagnóstico da atual situação dos aeroportos e a proposição,
implementação e monitoramento de medidas remediadoras e preventivas com relação ao perigo
aviário.

2) OBJETO
Contratação de serviços técnicos especializados para a elaboração do Plano de Manejo da
Avifauna do Aeroporto ****, que deverá contemplar atividades de monitoramento e manejo de
avifauna com vistas à redução do número de colisões entre aves e aeronaves.

3) LOCAL
Aeroporto ***.

4) PRAZO DE EXECUÇÃO
Doze (12) meses.

5. CONDIÇÕES GERAIS

5.1. Âmbito Contratual dos Serviços


Os serviços serão realizados de acordo com o contrato resultante da licitação a que se refere o
presente TR, do qual farão parte integrante a proposta técnica e financeira da PROPONENTE.
Caberá à PROPONENTE a inteira responsabilidade pela qualidade dos serviços e elaboração do
Plano de Manejo da Avifauna do Aeroporto *** junto e para a CONTRATANTE, assim como a
observância de normas técnicas e códigos profissionais.

5.2. Subcontratação
As atividades fins, objeto do presente TR, não poderão ser transferidas ou subcontratadas a
terceiros, a não ser em casos especiais, devidamente analisados e autorizados pela CONTRATANTE.

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5.3. Supervisão/Fiscalização
A Fiscalização/Supervisão dos serviços prestados pela CONTRATADA terá livre acesso aos locais
de trabalho, sem prévio aviso e a qualquer momento, para exercer suas funções e obter informações
julgadas necessárias ao acompanhamento dos trabalhos.
A Supervisão/Fiscalização comunicará formalmente à CONTRATADA as orientações necessárias
para o bom desenvolvimento dos serviços.
A ação ou omissão, total ou parcial, da fiscalização/supervisão não eximirá a CONTRATADA da
integral responsabilidade pela execução dos Serviços.

5.4. Conformidade com o Termo de Referência


A CONTRATADA deverá declarar em documento próprio o inteiro conhecimento e a plena
aceitação das condições e conteúdo deste TR.

5.5. Propriedade dos Serviços


Todos os produtos dos serviços e suportes, inclusive resultados, informações e métodos
desenvolvidos no contexto dos trabalhos serão de propriedade exclusiva da CONTRATANTE, sendo
que o uso e a divulgação da totalidade ou parte desses produtos ficam sujeitos à expressa autorização
da mesma.

6) OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Caracterizar a situação do perigo aviário do Aeroporto ***, analisando a ocorrência de colisões
pretéritas e recentes entre aves e aeronaves;
Identificar a avifauna associada ao Aeroporto (interior do sítio aeroportuário e na Área de Segurança
aeroportuária), num raio de abrangência tal que seja permitido o tratamento adequado da
problemática em foco;
Identificar as variáveis ambientais que funcionam como fator de atração para as aves e que estejam
diretamente associadas ao estabelecimento do risco de colisão com aeronaves;
Identificar e mapear as áreas críticas de atração de aves, em especial aquelas que fornecem
alimento, abrigo e potencial local de reprodução, sobretudo para espécies que nidificam em colônias
(ninhais);
Proposição, implementação e acompanhamento de medidas corretivas e preventivas de curto, médio
e longo prazo para o controle da incidência de aves no sítio aeroportuário e ASA;
Identificar e estabelecer contato com instituições de pesquisa e ensino que possam atuar em
parceria com o Aeroporto na implementação das medidas de manejo ambiental e de espécies da
avifauna, assim como na continuidade dos trabalhos em longo prazo.

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7. HORÁRIO DO TRABALHO
Os trabalhos deverão ser conduzidos nos mais diversos horários do dia, sempre que possível e
pertinente, tendo em vista a identificação das espécies de aves (diurnas, crepusculares e noturnas) e
a formação de um quadro sistemático de suas mais diversas interações com o sitio aeroportuário e
respectiva ASA.
As atividades de campo deverão ser também pautadas na rotina de trabalho de funcionários do
Aeroporto e compatíveis com a demanda de trabalho e a respectiva resposta necessária de modo a
garantir a qualidade e eficiência no objeto deste edital.

8) PERFIL PROFISSIONAL DOS PESQUISADORES


A equipe técnica deverá ser composta por profissionais com experiência comprovada no tema,
preferencialmente com formação acadêmica em Ciências Biológicas e especialização nas áreas de
Botânica, Zoologia e/ou Ecologia.
Ao menos um profissional da equipe deverá ter experiência comprovada na área de Botânica,
com a emissão de anotação de responsabilidade técnica.
O número de pesquisadores e a respectiva especialização de cada profissional serão definidos
pela CONTRATADA.
A CONTRATADA designará oficialmente um responsável pela coordenação dos trabalhos, com
capacidade para responder pelas partes técnica e administrativa do Contrato, bem como para assumir
a representação da CONTRATADA sobre qualquer assunto relativo à execução dos Serviços.
O Coordenador do Projeto deverá comprovar, mediante apresentação de curriculum vitae,
experiência mínima de 3 (três) anos em atividades de campo em Ornitologia e ser formado ou estar
cursando Pós-Graduação, preferencialmente na área de manejo de vida silvestre. Também deverá
apresentar, na fase licitatória, comprovante de realização de, no mínimo, 3 (três) trabalhos técnicos
em Ornitologia com emissão de anotação de responsabilidade técnica.
Além disso, deverão ser indicados pela CONTRATADA, durante a fase de licitação, profissionais
responsáveis por:

Verificar o estado de saúde geral das aves eventualmente capturadas através de métodos aplicáveis
a cada caso, de modo a otimizar suas chances de sobrevivência e minimizar a disseminação de
agentes patogênicos;
Orientar a CONTRATANTE quanto à necessidade e forma de condução dos processos de pedido de
licenças especiais para a execução de atividades de pesquisa específicas junto aos órgãos de controle
e fiscalização do meio ambiente do município, Estado e em nível federal. As atividades poderão ser a
captura, abate e anilhamento de filhotes e adultos, recolhimento de ninhos e ovos, remoção de
vegetação, dentre outras.

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Todos os profissionais envolvidos deverão estar cadastrados no respectivo Conselho Regional.

9) EXECUÇÃO DOS TRABALHOS


A CONTRATADA deverá interagir com os órgãos ambientais e áreas envolvidas no objeto desse
Contrato, bem como com outras empresas públicas, tendo em vista a otimização das ações a serem
adotadas com relação ao manejo de avifauna do Aeroporto.
A CONTRATADA poderá solicitar reunião técnica, devidamente justificada, sobre assunto que
sugerir. Os assuntos, discussões e decisões deverão ser registradas em ata elaborada pela
CONTRATADA, entregue no máximo no quinto dia útil após a reunião.
A qualquer tempo a CONTRATANTE poderá convocar reuniões que julgar necessárias ao bom
desempenho dos trabalhos.
A CONTRATADA fará exposições relativas ao desenvolvimento dos trabalhos sempre que
solicitada e apresentará propostas alternativas julgadas pertinentes, acompanhadas dos respectivos
requerimentos de orientações e ajustes de conteúdos, procedimentos e diretrizes específicas.
A proposta e os métodos de trabalho deverão ser fundamentados em bibliografia especializada
e coerente com a questão em pauta, incluindo sítios de internet, caso pertinente, e sua eficiência
comprovada em aplicações anteriores.
Após 30 dias da assinatura da ordem de serviço, a CONTRATADA deverá apresentar um
cronograma (mensal) das ações a serem realizadas.

9.1) Atividades e etapas do trabalho


A execução dos trabalhos deverá ser pautada, minimamente, nas seguintes atividades:

a) Caracterização e mapeamento dos principais ecossistemas no sítio aeroportuário e na ASA;


b) Realização de observações diurnas, noturnas e crepusculares no sítio aeroportuário e ASA, visando
identificar e listar as espécies de aves e identificar os diversos ambientes relacionados à ocorrência de
cada uma das espécies em diferentes épocas do ano;
c) Determinação do tamanho das populações e abundância relativa das espécies mais relevantes
para o trabalho;
d) Determinação de possíveis padrões temporais (variação sazonal) de ocupação e padrões de
movimentação diária das espécies de maior risco potencial à aviação;
e) Classificação das espécies quanto ao risco potencial de colisões, levando-se em consideração
ocorrências pretéritas e recentes e suas características próprias;
f) Proposição, implementação e monitoramento de medidas para a redução do risco à navegação
aérea em função da presença de aves no interior e arredores do Aeroporto.

Os trabalhos deverão ser executados em três etapas, a saber:

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1ª Etapa (Diagnóstico): inclui os itens a, b, c e d, e deverá transcorrer ao longo dos 12 meses dos
trabalhos;
2ª Etapa (Avaliação do Risco): inclui o item e, e deverá transcorrer do terceiro ao último mês de
trabalho;
3ª Etapa (Ações para mitigação do Problema): inclui o item f, e deverá transcorrer do primeiro ao
último mês de trabalho.

Obs.: A CONTRATANTE entende ser de fundamental importância a redução do perigo aviário (risco de
colisão entre aves e aeronaves) através da proposição e implementação de medidas mitigadoras
(EMERGENCIAIS) já na 1ª Etapa dos trabalhos, sempre que possível.

9.2) Atividades de campo


As atividades de campo deverão ser discriminadas e associadas a um cronograma previamente
definido e acordado entre as partes, tendo em vista a sua execução dentro do prazo estipulado pela
CONTRATANTE.
Caso ocorra a necessidade de atividades envolvendo a captura e anilhamento das aves, deverão
ser aplicados métodos autorizados por órgãos competentes, com eficiência comprovada através de
estudos e bibliografia especializada e sem oferecer riscos para a atividade Aeroportuária.
A translocação de aves, se necessário, deverá se ajustar à norma pertinente e ser precedida
das seguintes informações e procedimento:

Discriminação das espécies a serem translocadas;


Descrição de métodos e técnicas de captura, transporte, anilhamento e diagnose do estado de
saúde das aves;
Justificativa plausível para a escolha do local de soltura;
Justificativa plausível de que outras espécies, com igual ou maior potencial de colisão, não venham a
ocupar o nicho da espécie translocada;
Avaliação do impacto que as aves translocadas deverão ter sobre as demais populações de aves no
local de soltura, sobretudo com relação à população da própria espécie translocada;
Anilhamento de todos os indivíduos capturados/translocados;
Acompanhamento do possível retorno destes animais ao local de captura.

Para a marcação (anilhamento) das aves, ao menos um dos membros da equipe de


pesquisadores deverá possuir certificado de participação em curso de anilhamento de aves promovido
pelo CEMAVE/IBAMA, e apresentar, atualizado, o documento "Permissão de Anilhamento" emitido por
aquele órgão para o respectivo Projeto.

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O transporte das aves capturadas será efetuado em veículo da CONTRATADA, adequado para o
objetivo proposto, não cabendo nenhuma remuneração por este evento, sendo ônus exclusivo da
CONTRATADA.
A soltura das aves deverá ser feita em locais variados e adequados para cada espécie, e
suficientemente distantes que evite o retorno aos locais de captura.
Este processo deverá ser monitorado pela CONTRATADA por tempo necessário, com emissão
de relatórios mensais durante 6 (seis) meses consecutivos após as atividades de anilhamento.

9.3) Obtenção de licenças


Deverá ser firmado contato entre a CONTRATANTE e os órgãos ambientais pertinentes para
obtenção das devidas licenças para o manejo da vida silvestre nos seguintes casos:

Anilhamento de aves;
Remoção de ninhos;
Coleta de ovos;
Abate de filhotes e adultos da fauna;
Translocação de aves e outros animais;

Outras situações de manejo da vida silvestre necessárias ao trabalho deverão ser apresentadas
e discutidas com a CONTRATANTE, para que seja avaliada a pertinência de obter licenças especiais
para sua execução junto a órgãos ambientais.
As autorizações para o manejo da vida silvestre serão obtidas na Gerência Executiva do Ibama
responsável pela área de abrangência do Aeroporto e mediante a aprovação do Plano de Manejo da
Fauna pelo IBAMA/CEMAVE, cujo roteiro mínimo encontra-se detalhado no Anexo I da Instrução
Normativa (IN) IBAMA no 72/2005.
O abate de animais somente será permitido se comprovado que outras alternativas de manejo
direto e indireto da(s) espécie(s) ou do ambiente não tenham gerado resultados significativos na
redução do perigo de colisão de aeronaves com a fauna silvestre no Aeroporto ou mesmo em outro(s)
aeroporto(s) que detenha(m) condições técnicas similares.
O manejo indireto da fauna que envolva quaisquer modificações no ambiente deverá ser
devidamente autorizado pelo órgão ambiental competente, em consonância com a Resolução
CONAMA no 04/1995 e as normas do Instituto de Aviação Civil (IAC).
O transporte, descarte, destinação e exportação de todo e qualquer material zoológico coletado
deverá seguir as orientações contidas na IN no 72/2005 e demais normas específicas.
A CONTRATADA deverá manter a CONTRATANTE constantemente informada sobre a
tramitação dos processos de autorizações para o manejo da fauna junto ao órgãos ambientais
competentes, com comprovação de protocolo de tramitação.

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A CONTRATADA deverá certificar-se com o órgão ambiental quanto aos procedimentos legais
(ex: identificação, medição, catalogação e outros) e apresentar cópias da consulta efetuada e da lei
que discorre sobre o assunto.

10) MEDIAÇÃO DO TRABALHO


O processo de elaboração dos produtos contratados será objeto de acompanhamento
permanente por parte da CONTRATANTE, que se reservará o direito de convocar a CONTRATADA
sempre que julgar procedente para o fornecimento de informações necessárias ao bom andamento
dos trabalhos.
Deverão ser indicados os parâmetros pelos quais possam ser detectados avanços com relação
aos problemas que norteiam os trabalhos (situação atual e pós-intervenção, com a implantação de
medidas corretivas e preventivas).
Por ocasião de cada medição, deverá ser encaminhado à Fiscalização da CONTRATANTE um
relatório do trabalho realizado no período. Neste relatório deverão constar as espécies encontradas no
Aeroporto, as fases do estudo de monitoramento visando à elaboração de estatísticas, previsões e
propostas de ações mitigadoras para erradicar ou inibir a incidência de aves.
O relatório deverá conter todas as informações das atividades, incluindo fotografias digitais dos
eventos, e deverá ser entregue em duas vias impressas e em meio digital (CD).

11) OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA


Os requisitos solicitados por órgãos competentes devem ser atendidos, como qualificações da
empresa e procedimentos que envolvem toda a atividade. A apresentação da documentação técnica
ocorrerá conforme as fases deste processo;
Sempre que necessário, a CONTRATADA deverá emitir relatórios específicos aos órgãos ambientais
nos devidos prazos e formatos exigidos para cada caso, procurando atender às exigências relativas à
execução do manejo de ambientes e da fauna, em especial as contidas na IN no 72/2005. À
CONTRATANTE deverá ser encaminhada 01 (uma) cópia de cada um dos relatórios a serem
disponibilizados previamente à entrega do mesmo no respectivo órgão ambiental.
A CONTRATADA responsabilizar-se-á pela mobilização de pessoal, material e equipamentos
necessários à execução dos serviços contratados;
Todo e qualquer material e equipamento necessários à realização dos serviços serão de
responsabilidade da CONTRATADA;
Todos os funcionários, colaboradores e fornecedores que estiverem sob a responsabilidade da
CONTRATADA e em atividade no Aeroporto deverão portar, na altura do peito, os crachás de
identificação;
A identificação do pessoal e a restituição dos crachás ao término da validade dos mesmos serão
única e exclusivamente de responsabilidade da CONTRATADA;
Todo e qualquer custo e/ou responsabilidade por seus empregados será exclusivo da CONTRATADA;

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Todos os pesquisadores envolvidos na execução dos serviços contratados estarão obrigados a


utilizar os equipamentos de proteção individual – EPIs - sempre que necessário e em conformidade
com a legislação pertinente;

Esclarecimentos e dúvidas deverão ser feitos durante a fase de elaboração dos orçamentos,
não cabendo qualquer tipo de argumentação após a data de entrega das propostas
correspondentes .

12) OUTRAS OBRIGAÇÕES


É de responsabilidade da CONTRATADA a adoção de medidas de proteção contra acidentes do
trabalho, bem como a obediência à Legislação pertinente a Higiene e Segurança do Trabalho.
Quaisquer danos que porventura a CONTRATADA causar a equipamentos ou materiais de terceiros,
ficará por sua conta o ressarcimento destes.

13) MOBILIZAÇÃO, INSTALAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO


A mobilização de pessoal e equipamentos só poderá ter início mediante a emissão, pela
CONTRATANTE, de ordem de serviço por escrito.
Os petrechos utilizados para abate de animais deverão seguir a legislação vigente, visando à
diminuição do sofrimento dos indivíduos.
Após a conclusão dos trabalhos, deverá ser providenciado o desmonte de todas as instalações e
remoção dos equipamentos e ferramentas.
Todos os custos pertinentes à mobilização, instalação e desmobilização deverão ser analisados
pela CONTRATANTE e apresentados na Planilha de Preços, não cabendo acréscimos após a
contratação.

14) GARANTIA DOS SERVIÇOS


A CONTRATADA obriga-se a garantir a eficiência dos trabalhos, apresentar as devidas licenças
solicitadas pelos órgãos ambientais e obter a aprovação do processo junto ao IBAMA/CEMAVE, nos
casos previstos neste TR, sob pena da suspensão do pagamento.

15) VISITA DE AVALIAÇÂO DO LOCAL DO SERVIÇO


É exigência que a Empresa concorrente à execução do serviço realize ao menos uma visita ao
Aeroporto antes de apresentar a proposta orçamentária à CONTRATANTE.

16) CRONOGRAMA FÍSICO E FINANCEIRO


O cronograma deverá discriminar todas as atividades a serem desenvolvidas com seus
respectivos prazos de duração, compatíveis ao prazo de execução do Projeto e numa seqüência que
assegure a geração de informações básicas ao desenvolvimento de atividades que delas dependam.

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As planilhas de preços deverão ser preenchidas conforme padrão da CONTRATANTE.


Durante o desenvolvimento dos trabalhos não serão aceitas inclusões de novos serviços,
equipamentos e insumos, que serão considerados inclusos nos preços apresentados na proposta
comercial.
Os pagamentos serão bimensais e de acordo com os relatórios de trabalho entregues à
CONTRATANTE.

17) APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS/PRODUTOS


Os resultados/produtos dos trabalhos deverão ser apresentados em forma de relatórios técnicos
à CONTRATANTE:

Relatórios Parciais (de andamento dos serviços): deverão ser emitidos a cada início de mês,
contendo resultados e andamento dos trabalhos. A apresentação deverá ser em encadernação simples
(mola espiral), em 2 (duas) vias e 1 (uma) cópia em meio digital (CD);
Relatório Final: corresponde ao Plano de Manejo da Avifauna do Aeroporto, consubstanciando todos
os trabalhos realizados. Deverá ser apresentado em encadernação especial, reforçada, em 3 (três)
vias e 3 (três) cópias em meio digital (CD).

Os principais resultados dos trabalhos deverão também ser apresentados e discutidos na forma
de um Seminário (de Perigo Aviário) aberto ao grande público ao final do 10º mês de atividades. O
objetivo é envolver os mais relevantes atores sociais que possam contribuir para solucionar/minimizar
os problemas apontados pela equipe de pesquisa, sobretudo extramuro.
Entre os participantes estariam representantes da Prefeitura Municipal, companhia de limpeza
urbana, órgão de controle ambiental do Estado, IBAMA, CEMAVE, Ministério Público Estadual,
associação de moradores dos bairros próximos ao Aeroporto e outros que a CONTRATATADA julgar
necessário estarem representados nos debates.
O objetivo principal do Seminário é a obtenção de apoio institucional para a implementação de
ações de curto, médio e longo prazo para a redução do perigo aviário.
As informações, decisões e demais resultados dos debates deverão constar no Relatório Final a
ser entregue no 12º mês à CONTRATANTE.

18) ANEXOS
Planilha de Preços
Planilha de Composição Mensal de Preços
Condições Gerais das Especificações Técnicas

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ANEXOIV
ANEXO V

LINKS
LINKS DE
DE INTERESSE
INTERESSE

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ANEXO IV

LINKS DE INTERESSE

NACIONAIS

 CENIPA
www.cenipa.aer.mil.br/paginas/perigo.htm
Sítio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.

 IBAMA/CEMAVE
www2.ibama.gov.br/cemave
Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres. O sítio contém lista de aves,
publicações e projetos, espaço anilhador, etc.

 Revista Brasileira de Ciência Avícola


www.scielo.br/scielo.php/script_sci_alphabetic/lng_pt/nrm_iso
Contem artigos científicos em nível nacional sobre aves, com textos para download em inglês e
português.

INTERNACIONAIS

Birdstrike Committee USA


www.birdstrike.org/birds.htm
Sítio do Comitê Americano de Estudos de Colisões de Aves com Aeronaves.

Birdstrike Committee German


www.davvl.de
Sítio alemão da versão Birdstrike Committee USA.

Birdstrike Committee Italy


http://web.tiscali.it/birdstrike
Sítio italiano da versão Birdstrike Committee USA.

Birdstrike Committee Europe


www.stormingmedia.us
Sítio europeu da versão Birdstrike Committee USA.

Airport Wildlife Hazard Mitigation


http://wildlife-mitigation.tc.faa.gov/public_html/index.html
Sítio onde é possível encontrar reportagens, fotos, artigos e base de dados de colisões com aves. É
necessário cadastrar-se.

Aviation Safety Division


http://afsafety.af.mil/afsc/Bash/home.html
Apresenta um banco de dados sobre estatísticas e locais de ocorrência de colisões de aves com
aeronaves. Disponibiliza artigos.

Air Force Link


www.af.mil/
Sítio que contém artigos resumidos sobre colisões de aves com aeronaves. Fazer busca: Bird strikes.

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Bird-X
www.bird-x.com/whoweare/index.html
Apresenta uma lista de produtos usados como dispositivo para repelir aves.

Civil Aviation Online Database


www.tc.gc.ca/CivilAviation/databases.htm
Sítio com reportagens, manuais e resumos sobre colisões de aves com aeronaves em todo o mundo.

Airport Wildlife Hazard


www.airportnet.org/depts/publications/AIRMAGS/am91099/wildlife.htm
Contem artigos sobre a complexidade do controle de aves em aeroportos.

Airsafe.com
http://search.atomz.com/search/?sp-q=birds+strikes&sp-a=sp10009b90
Links para artigos sobre colisões de aves com aviões.

Code one Magazine On-line


www.codeonemagazine.com
Links de artigos sobre colisões de aves com aviões.

Federal Aviation Administration Airport & Air Traffic


www.faa.gov/fsdo/fll/localnotams.htm
Links para artigos sobre colisões de aves com aernaves.

United States Department of Agriculture


www.usda.gov
Links para artigos sobre colisões de aves com aeronaves. Fazer busca: Bird strikes.

Bird at airport
http://birdstrike.bcrescue.org/birdsatairports.pdf
Artigo sobre a problemática de aves em aeroportos, com informações do USDA Animal Damage
Control.

Avibase
www.bsc-eoc.org/avibase/avibase.jsp
Trata-se de uma base de dados mundial sobre aves. Contém quase 1.4 milhões de registros sobre
cerca de 10.000 espécies e 22.000 subespécies de aves, incluindo distribuição, taxonomia, sinônimos
em línguas diversas.

Animal Diversity Web


http://animaldiversity.ummz.umich.edu/Sítio/index.html
Sítio de base de dados on-line, com história, classificação e conservação biológica de aves.

Ornithological Bibliografie on the web


www.aves.net/the-owl/blnkbibl.htm
Sítio com bibliografias sobre identificação de aves, monitoramento de populações, regiões
geográficas de ocorrência, taxonomia, etc.

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ANEXO V

AVES ASSOCIADAS A COLISÕES COM AERONAVES NO BRASIL

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ANEXO V

AVES ASSOCIADAS A COLISÕES COM AERONAVES NO BRASIL

Família Nome científico Nome comum


Tinamidae Nothura maculosa Codorna-comum
Phalacrocoracidae Phalacrocorax brasilianus Biguá
Ardea cocoi Garça-moura
Casmerodius albus Garça-branca-grande
Egretta thula Garça-branca-pequena
Ardeidae
Egretta caerulea Garça-cinza
Nycticorax nycticorax Savacu
Bubulcus ibis Garça-vaqueira
Syrigma sibilatryx Garça-faceira
Ciconiidae Euxenura maguari Cegonha
Anatidae Amazonetta brasileinsis Marreca-pé-vermelho
Coragyps atratus Urubu-comum
Cathartidae
Cathartes aura Urubu-de-cabeça-vermelha
Psittacidae Amazona aestiva Papagaio-verdadeiro
Buteo magnirostris Gavião-carijó
Accipitridae Parabuteo unicinctus Gavião-asa-de-telha
Heterospizias meridionalis Gavião-caboclo
Caracara plancus Carcará
Milvago chimachima Carrapateiro
Falconidae
Falco femoralis Falcão-de-coleira
Falco sparverius Quiri-quiri
Rallidae Gallinula chloropus Frango-d’água-comum
Vanellus chilensis Quero-quero
Charadriidae
Pluvialis dominica Batuiruçu
Bartramia longicauda Maçarico-do-campo
Scolopacidae
Gallinago gallinago Narceja
Larus maculipennis Gaivota-maria-velha
Laridae
Sterna hirundo Trinta-réis-boreal
Zenaida auriculata Avoante
Columbidae
Columba livia Pombo-doméstico
Crotophaga ani Anu-preto
Cuculidae
Guira guira Anu-branco
Otus choliba Corujinha-do-mato
Stringidae Rhinoptynx clamator Coruja-orelhuda
Speotyto cunicularia Coruja-buraqueira
Tytonidae Tyto alba Coruja-de-igreja
Nyctidromus albicollis Curiango-comum
Caprimulgidae Hydropsalis brasiliana Curiango-tesoura
Podager nacunda Corucão
Nyctibiidae Nyctibius griseus Urutau
Picidae Colaptes campestris Pica-pau-do-campo
Apodidae Chaetura andrei Andorinhão-do-temporal
Phaeoprogne tapera Andorinha-do-campo
Hirundinidae
Hirundo rustica Andorinha-de-bando
Icteridae Leistes militaris Polícia-inglesa
Ploceidae Passer domesticus Pardal

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Codorna-comum (Nothura maculosa)


Família Tinamidae

Características
 Sua cor varia de acordo com a terra que impregna a
plumagem;
 Penas inferiores das asas são barradas de amarelo;
 Comprimento: 23 cm.

Ocorrência
Ocorre da Argentina, Uruguai e Paraguai ao Brasil: Sul, Leste,
Nordeste e Centro-Oeste (faltando em muitos lugares).

Habitats
 Campos ralos e baixos;
 Campos de cultivo (soja, milho, trigo e arroz, neste último
somente em terra firme).

Hábitos
 Quando desconfiada, imobiliza-se instantaneamente de
pescoço ereto ou deitam-se; neste último caso, depois do
primeiro susto, ficam novamente em pé e procuram
melhor ângulo para examinar o perigo;
 Podem também se esconder em buracos.

Alimentação
Bagas, frutinhas caídas, folhas, sementes e até mesmo pequenos
artrópodes e moluscos que encontram revirando a folhagem.

Reprodução
 Constroem ninho em depressão natural coberto de folhas
ou palha seca;
 Podem ter um ou mais parceiros.

Status
Comum.

Outros nomes
Perdizinho (Rio Grande do Sul).

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Biguá (Phalacrocorax brasilianum)


Família Phalacrocoracidae

Características
 Preto, com “papo” amarelado;
 Durante época de reprodução com penas brancas beirando
a garganta nua e com um tufo branco atrás da região
auricular;
 Comprimento: 75 cm;
 Peso 1,3 kg (macho).

Ocorrência
Do México à América do Sul inteira.

Habitats
Lagos, grandes rios e estuários ou em ilhas um pouco afastadas do
litoral.

Hábitos
 Não costuma se afastar da costa para se aventurar ao
mar, mas voa para as ilhas próximas ao litoral;
 Nada meio submerso com o bico um pouco levantado;
 Exímios mergulhador.

Alimentação
 Piscívora, pescando às vezes dentro da arrebentação,
pousando na praia.

Reprodução
Nidifica sobre árvores em matas alagadas, sarandizais e, às vezes,
entre colônias de garças.

Status
Comum.

Outros nomes
Corvo-marinho.

Fonte: http://www.arthurgrosset.com/

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Maguari (Euxenura maguari)


Família Ciconiidae

Características
 Branco, com penas alongadas na parte da frente do
pescoço;
 Possui parte anegrada nas asas e cauda;
 Bico reto e cinza-azulado, de ponta mais escura;
 Olhos amarelos; região perioftálmica nua;
 Pernas vermelhas;
 Comprimento: 140 cm; altura: 108 cm.

Ocorrência
Ocorre em grande parte da América do Sul e em todo o Brasil
(mais comum na Amazônia e Rio Grande do Sul).

Habitats
Vive em banhados e brejos com pouca vegetação alta.

Hábitos
 Reúne-se fora da época de reprodução em beiras abertas
de lagoas para pernoitar;
 Descansa deitado sobre o ventre.

Alimentação
 Onívoro;
 Alimenta-se de insetos, caranguejos, caramujos, rãs e
peixes, alem de matéria vegetal.

Reprodução
Faz seu ninho no solo.

Status
Comum.

Outros nomes
“Cauauã” (Paraná), “cegonha”, “tabuiaiá” (Pantanal, Mato Grosso),
“jaburu-moleque”.

Fonte: http://www.mangoverde.com/birdsound/picpages/pic22-11-3.html

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Garça-moura (Ardea cocoi)


Família Ardeidae

Características
Comprimento: 125 cm; envergadura: 180 cm. Maior representante
da família no Brasil.

Ocorrência
Presente em todo o Brasil, podendo ser encontrado também do
Panamá ao Chile e Argentina, e nas Ilhas Malvinas.

Habitats
Habita beiras de lagos de água doce, rios, estuários, manguezais e
alagados.

Hábitos
Normalmente é solitário e desconfiado, exceto no período
reprodutivo. Apresenta vôo lento, trabalhoso.

Alimentação
Alimenta-se de peixes, caranguejos, moluscos, sapinhos e
pequenos répteis.

Reprodução
Reproduz-se em colônias, fazendo ninhos sobre as árvores.

Status
Comum.

Outros nomes
João-grande, socó-de-penacho, baguari, margoari (Amazônia),
garça-parda (Rio Grande do Sul) e garça-moura.

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Garça-branca-grande (Casmerodius albus)


Família Ardeidae

Características
 É a espécie de garça mais comum no Brasil, ocorrendo em
todo o território nacional.
 Comprimento: 91 a 102 cm.

Ocorrência
 Está presente em quase todo o planeta, tanto em regiões
quentes quanto frias;
 No continente americano pode ser encontrada desde o sul
do Canadá até o sul do Chile.

Habitats
Freqüenta beira de lagos de água doce, rios, estuários, pantanais,
manguezais ou mesmo poças maiores.

Hábitos
 Vive solitária ou em bandos com centenas de indivíduos;
 Permanece imóvel por longos períodos em águas rasas;
 Freqüentemente descansa em grupos mistos durante as
horas mais quentes do dia;
 Apresenta hábitos migratórios.

Alimentação
Peixes, pequenos vertebrados (anfíbios, répteis) e insetos, que são
amiúde capturados dentro d'água.

Reprodução
 Na época reprodutiva crescem penas maiores e delicadas
no dorso dos adultos, chamadas egretes.
 Reproduz-se em colônias da mesma espécie (os chamados
“ninhais”), nos quais podem ser encontradas centenas de
ninhos, semelhantes a plataformas, construídos em
manguezais e árvores na beira d'água;
 Põe 2 ou 3 ovos de coloração cinza-azulada.

Status
Comum.

Outros nomes
Garça-grande, garça-real, acará, acaratinga, guaratinga e
guiratinga (no Pará).

Fonte: http://home.comcast.net/~harrington.james/anna_maria_island_florida_birds_wildlife_2.html

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Garça-branca-pequena (Egretta thula)


Família Ardeidae

Características
 Comprimento: 51 a 61 cm;
 Totalmente branca;
 Bico e tarsos negros e pés amarelos;
 A plumagem é rica em pó, o qual é produzido por plumas
de pó concentradas no peito e nos lados do corpo.

Ocorrência
Está presente em todo o Brasil e desde o sul dos Estados Unidos e
Antilhas à quase totalidade da América do Sul.

Habitats
Comum em manguezais, estuários e poças de lama na costa,
sendo menos numerosa em pântanos e poças de água doce.

Hábitos
Freqüentemente aparece associada à C. albus, porém sempre em
número menor.

Alimentação
Alimenta-se de peixes de forma bastante ativa.

Reprodução
 Reproduz-se em pequenas colônias exclusivas ou em meio
a colônias de outras espécies, no manguezal;
 Os ninhos são plataformas construídas de gravetos;
 Põe de 2 a 4 ovos azul-esverdeados.

Status
Comum.

Outros nomes
Garcinha-branca e garça-pequena.

Fonte:
http://home.comcast.net/~harrington.james/anna_maria_island/anna_maria_island_florida_birds_wildlife_2.html

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Garça-cinza (Egretta caerulea)


Família Ardeidae

Características
Comprimento: 51 a 64 cm.

Ocorrência
 Presente em todo o litoral brasileiro, Pantanal e Bacia
Amazônica. Encontrada também desde o sul dos Estados
Unidos e América Central até a Colômbia, Peru, Chile e
Uruguai.

Habitats
Habita manguezais e lamaçais do litoral (os quais explora na maré
baixa), além de alagados, rios e lagos, sendo mais comum em
áreas costeiras.

Hábitos
Vive sozinha ou em grupos espaçados de 2 ou 3 indivíduos.

Alimentação
Alimenta-se essencialmente de peixes.

Reprodução
 Seus ninhos são plataformas construídas de gravetos,
geralmente em manguezais, localizados de 1 a 3 m acima
da linha d'água;
 Põe de 2 a 5 ovos azuis.

Status
Comum.

Outros nomes
Garça-morena (Pará).

Fonte: http://www.birdsofoklahoma.net/

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Savacu (Nycticorax nycticorax)


Família Ardeidae

Características
Comprimento: 60 a 70 cm.

Ocorrência
 Presente em quase todo o Brasil;
 É encontrado em praticamente todo o planeta, com
exceção do Círculo Ártico e Austrália.

Habitats
Comum em manguezais e áreas pantanosas de água doce.

Hábitos
 Vive geralmente em grupos, os quais descansam em
manguezais e áreas pantanosas durante o dia e se
deslocam para as áreas onde se alimentam durante a
noite, quando são mais ativos;
 Os jovens, ao contrário, são mais ativos durante o dia.

Alimentação
Peixes, pequenos répteis e anfíbios.

Reprodução
 Reproduz-se em colônias, em ninhos construídos entre 1 e
7 m de altura;
 Põe 2 ou 3 ovos verde-azulados ou branco-amarelados.

Status
Comum.

Outros nomes
Garça-cinzenta, sabacu, savacu-de-coroa ou sabacu-de-coroa
(Bahia), taquari ou taquiri (Pará), taiaçu (algumas regiões da
Amazônia), dorminhoco (Rio Grande do Sul), socó, garça-
dorminhoca, guacurú, guaicuru e arapapá-de-bico-comprido.

Fonte: http://www.californiabiota.com/cabiota/index.htm

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Garça-vaqueira (Bubulcus ibis)


Família Ardeidae

Características
 Comprimento: 49 cm; peso: 300 a 450 g;
 Corpo totalmente branco;
 Bico, íris e pernas amarelas;
 Durante a reprodução apresenta o alto da cabeça, peito e
dorso ferrugíneos.

Ocorrência
 Trata-se de uma espécie africana que atualmente é
cosmopolita;
 Foi registrada há relativamente poucos anos no Brasil.

Habitats
Vive em campos secos e baixos, onde localiza e captura insetos
com facilidade.

Hábitos
 Comumente encontrada em companhia do gado
aproveitando-se dos insetos espantados por ele;
 Vive em bando;
 Desloca-se em grupos coesos executando rápidas e
vigorosas batidas de asas.

Alimentação
Insetos, aranhas, anfíbios, répteis, aves e pequenos mamíferos.

Reprodução
 Existem poucas informações sobre sua reprodução no
Brasil;
 A presença de indivíduos com a plumagem em tons
amarelados sugere que a espécie nidifique em várias
regiões do país.

Status
Comum.

Outros nomes
Garça-do-gado, garça-boiadeira (São Paulo), tratoreira.

Fonte: http://usuarios.lycos.es/pardelas/Antonio%20R.%20Franco/ppages/ppage4.htm

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Garça-faceira (Syrigma sibilatryx)


Família Ardeidae

Características
 Face azul-clara e bico róseo;
 Comprimento: 53 cm.

Ocorrência
 Ocorre de Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro à
Argentina, Paraguai e Bolívia;
 Também na Venezuela e Colômbia.

Habitats
Campos secos, arrozais, margens de rios, lagoas e baias.

Hábitos
Voa de pescoço menos encolhido do que outras garças, batendo as
asas em uma amplitude pequena e rapidamente, rapidez esta que
se acelera mais quando a ave grita.

Alimentação
Insetos, pequenos répteis, rãs, sapos e peixes.

Reprodução
Nidifica sobre árvores ou arbustos nos brejais, em ilhas de mata,
nos campos inundáveis e manguezais.

Status
Comum.

Fonte: http://www.achetudoeregiao.com.br/ANIMAIS/PANTANAL.HTM

Centro de Pesquisa em Avifauna de Aeroportos – CPAA 176

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47433908.
MANUAL DE PERIGO AVIÁRIO

Marreca-pé-vermelho (Amazonetta brasileinsis)


Família Anatidae

Características
 Comprimento: 40 cm; peso: 500 g;
 O macho é marrom, com o bico vermelho; a fêmea tem o
bico azulado e manchas brancas na cabeça.

Ocorrência
Presente em todas as regiões brasileiras e desde as Guianas e
Venezuela até a Argentina.

Habitats
Comum em lagoas com gramíneas, pantanais, campos alagados,
banhados, açudes, ambientes secos e vegetação baixa e densa.

Hábitos
 Vive aos pares ou em bandos de tamanhos variáveis, às
vezes junto a outras espécies de aves;
 Costuma nadar em águas rasas;
 Migratório, bastante veloz; uma marreca de 300 g pode
atingir 118 Km/h;
 Voa através de rápidas batidas de asa, não planando.

Alimentação
Gramíneas e insetos.

Reprodução
 Faz ninho flutuante de folhas, localizado na vegetação
aquática próxima à margem;
 Põe cerca de 6 a 14 ovos branco-amarelados, esverdeados
ou azulados;
 O período de incubação é de 25 a 26 dias;
 Os ovos são cobertos por plumas pelo adulto quando este
sai do ninho;
 No período reprodutivo, muda de plumagem tornando-se
bem contrastante e com os pés vermelhos;
 No período não reprodutivo, adquire uma plumagem de
"eclipse", sem contrastes e com os pés rosados.

Status
Comum.

Outros nomes
Marreca-ananaí, marreca-assobiadeira e marreca-espelho.

Fonte: http://klub.wz.cz/pizmovky.html

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MANUAL DE PERIGO AVIÁRIO

Urubu-comum (Coragyps atratus)


Família Cathartidae

Características
Comprimento: 62 cm; envergadura: 143 cm; peso: 1,6 kg.

Ocorrência
 É uma das aves mais comuns em qualquer região do
Brasil, exceto em extensas áreas florestadas com pouca
presença humana;
 Encontrado também desde a região central dos Estados
Unidos à praticamente toda a América do Sul.

Habitats
 Cidades, fazendas e áreas abertas;
 Sua área de ocorrência tem-se expandido com a
colonização humana.

Hábitos
 Vive em grupos, às vezes de dezenas de indivíduos;
 Bate as asas pesadamente;
 Planam com grande facilidade e se aproveitam das
correntes ascendentes de ar para ganhar altura.

Alimentação
 Alimenta-se de carcaças de animais mortos e outros
materiais orgânicos em decomposição, bem como de
animais vivos de pequeno porte, como filhotes de
tartarugas e aves;
 Eventualmente come também ovos, frutos maduros e
vegetais em decomposição.

Reprodução
 Aninha-se em ocos de árvores mortas, entre pedras e
outros locais abrigados, geralmente com incidência de
árvores; em pontos remotos de rochedos, estruturas de
alvenaria no solo, no chão de matas de restinga e no alto
de palmeiras.
 Põe 2 ovos branco-azulados manchados com muitos
pontos marrons;
 Existem registros de aves aninhadas sobre telhados dos
prédios;
 Não constrói ninhos (os ovos são postos diretamente sobre
o solo).

Status
Comum.

Outros nomes
Corvo, urubu-preto, urubu-de-cabeça-preta e apitã.

Fonte: http://www.bikerenews.com/Last_Page/082504.html

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MANUAL DE PERIGO AVIÁRIO

Urubu-de-cabeça-vermelha (Cathartes aura)


Família Cathartidae

Características
 Comprimento: 73 cm;
 Envergadura: 137 a 180 cm;
 Peso: 1,2 a 2 kg.

Ocorrência
Presente em todo o Brasil, sendo encontrado também desde o sul
do Canadá até a Argentina e o Chile.

Habitats
 Relativamente comum em campos ou áreas abertas
permeadas de vegetação florestal;
 Pouca ocorrência em cidades.

Hábitos
 Vive solitário ou em pequenos grupos;
 Plana alto com extrema habilidade, utilizando-se até
mesmo das correntes ascendentes mais fracas.

Alimentação
Carniça miúda.

Reprodução
 Faz ninho em ocos de árvores mortas, entradas de
cavernas ou mesmo em ninhos abandonados de gaviões;
 Põe 1 ou 2 ovos branco-amarelados pontilhados de
marrom-avermelhado.

Status
Comum.

Outros nomes
Urubu-peru, urubu-caçador (Minas Gerais), jereba (Pará), urubu-
campeiro (Rio de Janeiro), xem-xem (Pará) e camiranga (Ceará).

Fonte:http://home.earthlink.net/~nicky-davis/h_tv.html

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47433908.
MANUAL DE PERIGO AVIÁRIO

Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva)


Família Psittacidae

Características
 Possui fronte e loros azuis, com amarelo na cabeça o qual
estende-se por cima e por trás dos olhos;
 Espelho, encontro e bases das retrizes escarlates;
 Bico negro;
 Comprimento: 35 cm.

Ocorrência
Ocorre do Nordeste (Piauí, Pernambuco, Bahia), pelo Brasil central
(Minas Gerais, Goiás, e Mato Grosso) ao Rio Grande do Sul,
Paraguai, norte da Argentina e Bolívia.

Habitats
 Vive na Mata úmida ou seca, palmais beira de rio.

Hábitos
 Para dormir, reúne-se em bandos;
 Gostam de banhar-se na chuva, às vezes na poeria.

Alimentação
Coquinhos, frutinhas, sementes e poupa de furtas (costumam dar
preferência pelas sementes).

Reprodução
 Nidifica em troncos ocos de palmeiras e outras árvores
(aproveita-se de fendas formadas pela decomposição da
madeira);
 Instalam-se, às vezes, em penachos de palmeiras.

Status
Comum.

Outros nomes
“Papagaio-de-fronte-azul”, “cural” “papagaio-grego”, “papagaio-
comum”, “ajuru-etê”, “trombeteiro” (Mato Grosso), “louro”.

Fonte: http://streetcruiser.dk/amazone.htm

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Gavião-carijó (Buteo magnirostris)


Família Accipitridae

Características
 Inconfundível área ferrugínea da base das penas das asas
e com parte da face estriada;
 36 cm.

Ocorrência
Ocorre do México à Argentina e em todo Brasil.

Habitats
Matas ciliares, cerrados e áreas urbanas.

Hábitos
 Desloca-se principalmente por vôo de batida de asas, mas
pode aproveitar-se de correntes ascendentes de ar quente,
planando em órbitas circulares, como urubus.

Alimentação
 Grandes insetos, lagartixas, pequenas cobras e pássaros
(rolinhas e pardais) e morcegos.

Reprodução
 Constroem o ninho geralmente no topo de árvores com
pedaços de madeira grossos e secos;
 O fundo do ninho é recoberto de folhas secas.

Status
Comum.

Outros nomes
Indaé, gavião-pega-pinto.

Fonte: http://www.greenbackedheron.com/photo.cfm?setid=1004

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Gavião-asa-de-telha (Parabuteo unicinctus)


Família Accipitridae

Características
 Pardo-anegrado de escapulares e calções castanhos;
 Base e ponta da cauda branca;
 Cera e pés amarelos;
 Comprimento: 48 cm.

Ocorrência
 Do sul dos EUA à Bolívia, Argentina e Uruguai;
 Surge no Brasil oriento-meridional (também Rio de Janeiro
e Espírito Santo) e central.

Habitats
Regiões campestres com vegetação arbórea esparsa.

Hábitos

Alimentação
 Pássaros e roedores.

Reprodução

Status
Comum.

Fonte: http://richardfray.topcities.com/

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Gavião-caboclo (Heterospizias meridionalis)


Família Accipitridae

Características
 Grande espécie campestre relativamente comum;
 Quase inteiramente ferrugíneo, com asas longas e largas,
lembrando uma águia;
 Asas vivamente avermelhadas, exceto nas pontas (que são
negras) e com parte das coberteiras superiores pardas;
 Retrizes negras atravessadas mediamente por faixa branca
e com a ponta esbranquiçada;
 Partes inferiores avermelhadas finamente barradas de
negro;
 Quando imaturo, pardo-escuro apenas com asas e calções
ferrugíneos. Cauda preta e cinzenta;
 Comprimento: 55 cm.

Ocorrência
Ocorre do Panamá à Argentina e por todo Brasil.

Habitats
Habita campos, beira de brejos, manguezais e o cerrado.

Hábitos
 Procura queimadas, caçando a poucos metros das chamas,
andando vagarosamente pelo solo;
 Pousa ereto sobre cercas ou montes de terra.

Alimentação
 Anfíbios, grandes insetos, caranguejos, lagartos e cobras.

Reprodução
Sabe-se pouco sobre a nidificação dessa espécie.

Status
Comum.

Outros nomes
Casaca-de-couro, gavião-telha (São Paulo), gavião-fumaça (Mato
Grosso), gavião-tinga (Pará).

Fonte: http://www.arthurgrosset.com/sabirds/savanna%20hawk.html

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Carcará (Caracara plancus)


Família Falconidae

Características
 Comprimento: 56 cm;
 Envergadura: 123 cm.

Ocorrência
Presente em todo o Brasil e também dos Estados Unidos (Flórida)
à Terra do Fogo, no extremo sul da América do Sul.

Habitats
Comum em campos e pastagens com árvores isoladas, plantações
e outras áreas abertas, cerrados, caatinga e à beira-mar.

Hábitos
 Vive solitário, aos pares ou em grupos, beneficiando-se da
conversão da floresta em áreas de pastagem;
 Pousa em árvores ou cercas, sendo freqüentemente
observado no chão, junto a queimadas e ao longo de
estradas.

Alimentação
 É onívoro, alimentando-se tanto de animais vivos como
mortos. Caça lagartos, cobras, sapinhos e caramujos;
 Rouba filhotes de outras aves, até de espécies grandes
como garças e colhereiros;
 Arranha o solo com os pés em busca de amendoim e
feijão;
 Apanha frutos de dendê;
 Ataca filhotes recém-nascidos de cordeiros e outros
animais;
 Também segue tratores que estão arando os campos, em
busca de minhocas.

Reprodução
 Faz ninho no alto de palmeiras e outras árvores;
 Põe 2 a 4 ovos brancos manchados de marrom-
avermelhado, que são incubados pelo casal durante 28
dias.

Status
Comum.

Outros nomes
Carancho, caracaraí (Ilha do Marajó) e gavião-de-queimada.

Fonte: http://www.mangoverde.com/

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Carrapateiro (Milvago chimachima)


Família Falconidae

Características
 Cabeça, pescoço e partes inferiores branco-amareladas;
 Curta faixa negra pós-ocular;
 Face nua e alaranjada;
 Asas longas com nítida área branca.
 Comprimento: 40 cm; Envergadura: 74 cm.

Ocorrência
 Ocorre da América Central ao norte do Uruguai e
Argentina setentrional;
 Todo o Brasil.

Habitats
Pastagens, campos com árvores esparsas, vizinhanças de cidades
e margens de rodovias.

Hábitos
 São freqüentemente observados pousados sobre bois e
cavalos para capturar dos mesmos carrapatos e bernes.

Alimentação
 Comem pequenos invertebrados como carrapatos e
lagartas, mas também pode pescar e caçar cupins em
revoada;
 Comem detritos, cadáveres e fezes, além de frutas e de
saquear ninhos de outras aves.

Reprodução
 Constroem grandes ninhos, de ramos secos, em palmeiras
ou em outras árvores.

Status
Comum.

Outros nomes
Pinhé (São Paulo), cara-pinhé, Caracará-i (Amazonas), caracará-
branco, chimango-branco (Rio Grande do Sul), papa-bicheira (Ilha
de Marajó, Pará).

Fontes: http://www.mangoverde.com/birdsound/picpages/pic32-9-10.html
http://bibvirt.futuro.usp.br/especiais/aves_no_campus/

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Falcão-de-coleira (Falco femoralis)


Família Falconidae

Características
 Espécie esbelta, de asas e cauda bastante longas;
 Abdome um pouco vermelho, calções ferrugíneos;
 Largas faixas brancas acima dos olhos ligando-se à nuca;
 Na asa aberta, nota-se orla posterior nitidamente
esbranquiçada, algumas penas das asas com larga ponta
branca;
 Comprimento: 36 cm.

Ocorrência
Dos EUA à Terra do fogo, e por todo Brasil.

Habitats
Campos, restingas, cerrados e áreas urbanas.

Hábitos
 Tem o hábito de pousar em árvores diante das queimadas,
para localizar presas que estejam fugindo do fogo.

Alimentação
 Insetos, pequenos vertebrados, morcegos;
 Ocasionalmente pássaros e até cobras peçonhentas.

Reprodução
 O casal costuma construir um ninho de gravetos no alto de
árvores (ex. em palmeiras da Ilha do Fundão, Rio de
Janeiro);
 Um casal foi encontrado aproveitando um ninho de pica-
pau-do-campo (Colaptes campestris), feito dentro de
cavidades na parede lateral de um prédio na ilha do
Fundão, Rio de Janeiro.

Status
Comum.

Outros nomes
Gavião-pombo.

Fonte: http://www.mangoverde.com/

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Quiri-quiri (Falco sparverius)


Família Falconidae

Características
 Apresenta dimorfismo sexual acentuado;
 Tanto a fêmea como o macho são ferrugíneos, sendo as
asas do macho mais acinzentadas e brilhantes;
 É considerado o menor falcão brasileiro.

Ocorrência
Ocorre do norte do Alasca à Terra do Fogo e em todo o Brasil,
exceto em florestas.

Habitats
Áreas abertas, cerrados e periferias de áreas urbanas.

Hábitos
Pousa amiúde em fios elétricos à beira de estradas ou sobre
postes, espreitando presas.

Alimentação
Preferencialmente grandes gafanhotos, mas também pequenos
vertebrados, lagartixas e, ocasionalmente, camundongos e
pequenas cobras.

Reprodução
O período de incubação é de 29 a 30 dias.

Status
Comum.

Outros nomes
Quiri-quiri

Fonte:http://www.dlia.org/atbi/species/animals/vertebrates/birds
/falconidae/american_kestrel.html

Centro de Pesquisa em Avifauna de Aeroportos – CPAA 187

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MANUAL DE PERIGO AVIÁRIO

Frango-d’água-comum (Gallinula chloropus)


Família Rallidae

Características
 Possui escudo (fronte) escarlate e faixas brancas nas
laterais do corpo;
 Pernas verdes, com uma “perneira” vermelha;
 Comprimento: 37 cm.

Ocorrência
Ocorre na maior parte do continente e em todo o Brasil.

Habitats
Lagos e lagoas, de pequeno e médio porte (inclusive salobras),
com vegetação arbustiva na borda.

Hábitos
 Nada cabeceando, de bico meio abaixado;
 Freqüentemente mergulha para apanhar alimento.

Alimentação
Vegetais e, às vezes insetos.

Reprodução
Constrói ninho em forma de tigela, com folhas de junco, situado na
vegetação sobre a água.

Status
Comum.

Outros nomes
Jaçanã-galo (Nordeste), peituda (Rio de Janeiro), galinha-d'água,
galinha-d'água-preta.

Fonte: http://www.prodex.de/lexikon/r/ra/rallenvoegel.html

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MANUAL DE PERIGO AVIÁRIO

Quero-quero (Vanellus chilensis)


Família Charadriidae

Características
Comprimento: 35 cm.

Ocorrência
Presente em todo o Brasil e também do Panamá ao Uruguai e
Argentina (Terra do Fogo).

Habitats
Comum em campos, pastagens, alagados com gramíneas baixas e
em gramados nas áreas urbanas.

Hábitos
 Vive aos pares ou em grupos, sendo encontrado com
freqüência andando no chão;
 É muito barulhento e dá sinais de alarme quando notam
algum perigo ou alguém se aproxima;
 Freqüentemente vistos voando à noite, vocalizando;
 Migra durante o inverno.

Alimentação
Alimenta-se de insetos e pequenos peixes, os quais captura
remexendo a lama das margens com os pés.

Reprodução
 Põe seus ovos, que são marrom-oliváceos com pintas e
manchas pretas, em pequenas depressões no chão, quase
sem nenhuma proteção;
 Geralmente defende seus ninhos ativamente, vocalizando
bastante e atacando aqueles que se aproximam.

Status
Comum.

Outros nomes
Téu-téu, espanta-boiada (Minas Gerais) e chiqueira.

Fonte: http://www.figueira.it/images/Animals/quero_quero1.jpeg

Centro de Pesquisa em Avifauna de Aeroportos – CPAA 189

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Batuiruçu (Pluvialis dominica)


Família Charadriidae

Características
 Dorso pardo com pequenas pintas brancas e ventre um
pouco mais claro;
 Lado inferior negro quando em reprodução;
 Bico negro;
 Porte médio de 26 cm.

Ocorrência
 Brasil Central, migrando até Argentina e Chile;
 Raro no Nordeste.

Habitats
Local seco com grama baixa, incluindo campos de futebol e
gramados de aeroportos.

Hábitos
 Chegam pelo Alto Amazonas e retornam pelos Andes.

Alimentação
Pequenos insetos, algumas sementes, pequenos crustáceos,
moluscos e ocasionalmente alguns frutos.

Reprodução
 Nidificam geralmente em locais elevados, encostas com
grama baixa e algumas pedras.

Status
Raro (visitante proveniente da América do Norte).

Outros nomes
Batuíra-do-campo, maçarico-do-campo.

Fontes: http://www.fugler.no/bilder/spesial/20030929.htm
http://huskertsd.tripod.com/species/american_golden_plover.htm

Centro de Pesquisa em Avifauna de Aeroportos – CPAA 190

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Maçarico-do-campo (Bartramia longicauda)


Família Scolopacidae

Características
 Cabeça pequena, bico e pescoço finos e cauda longa;
 Possui plumagem pardo-amarelada, lado inferior das asas
(que mostra freqüentemente levantando-as) com faixas
transversais pretas;
 Pernas amarelas;
 Comprimento: 30 cm.

Ocorrência
 Roraima, Bahia, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande
do Sul (outubro);
 No Pará (fevereiro);
 Mato Grosso e Goiás (setembro);
 Um exemplar anilhado no Canadá foi recapturado no
interior do Ceará.

Habitats
Campos secos ou inundados, queimadas e currais de gado.

Hábitos
Costuma pousar sobre estacas ou mesmo em árvores.

Alimentação
Artrópodes.

Reprodução

Status
Comum (visitante setentrional).

Outros nomes
Batuíra-do-campo.

Fonte: http://www.mangoverde.com/

Centro de Pesquisa em Avifauna de Aeroportos – CPAA 191

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Narceja (Gallinago gallinago)


Família Scolopacidae

Características
 Bico muito longo e reto, pernas relativamente curtas;
 Comprimento: 30 cm.

Ocorrência
Toda a América do Sul.

Habitats
Brejos e banhados.

Hábitos
 Voa velozmente, de bico meio abaixado, ziguezaguenando;
 Sobe freqüentemente a boa altura;
 Vive escondido, só levantando vôo quando acuado.

Alimentação
Artrópodes de hábitos subterrâneos.

Reprodução
 Nidifica em toda a América do Sul;
 O ninho é feito no brejo em moita de capim.

Status
Comum.

Outros nomes
Batuíra, bico-rasteiro, corta-vento.

Fonte: http://www.avesphoto.com/website/EU/species/SNICOM-1.htm

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Gaivota-maria-velha (Larus maculipennis)


Família Laridae

Características
 Tamanho médio;
 Partes superiores cinza-claras; partes inferiores, brancas;
cabeça parda ou branca com uma mancha negra atrás das
bochechas;
 Bico, pálpebras e pés vermelhos;
 Comprimento: 42 cm.

Ocorrência
 Comum no leste do Rio Grande do Sul;
 Encontrada ocasionalmente nos estados de São Paulo, Rio
de Janeiro, Alagoas e oeste de Mato Grosso.

Habitats
Vive nas margens de rios, lagos, campos arados e no litoral.

Hábitos
Pega insetos em vôo.

Alimentação
Peixes e insetos.

Reprodução
Nidifica nas partes austrais da América do Sul, inclusive nos
banhados sul-riograndenses.

Status
Comum.

Fonte: http://www.bemtevibrasil.com.br/livros.html

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Trinta-réis-boreal (Sterna hirundo)


Família Laridae

Características
 Bico vermelho e fino;
 Cabeça anterior branca, possuindo um “capuz” negro em
sua parte superior;
 Asas acinzentadas e cauda bifurcada;
 Comprimento: 36 cm.

Ocorrência
Encontrados subindo rios nos estados de Goiás e Mato Grosso,
ocorrendo até Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Habitats
Ave marinha por excelência, mas pode ser encontrada seguindo
rios.

Hábitos
Voam em velocidade reduzida, patrulhando em busca de presas e
chegando a pairar através de rápidas batidas de asas,
“peneirando” com o corpo vertical ao mesmo tempo em que a
cabeça é mantida para baixo, observando a água; em seguida
mergulham para apanhar a presa escolhida, submergindo.

Alimentação
Peixes e crustáceos.

Reprodução
Vem ao Brasil na época de descanso reprodutivo.

Status
Comum (visitante regular proveniente do Norte).

Fonte: http://home.hetnet.nl/~jolandakrijnen/visdiefje.html

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Avoante (Zenaida auriculata)


Família Columbidae

Características
 Espécie campestre de formas delgadas que ao voar pode
lembrar um maçarico;
 Duas faixas negras quase horizontais nos lados da cabeça
e algumas manchas da mesma cor nas asas;
 Penas da cauda (particularmente as laterais) com amplos
ápices brancos, realçados por faixa negra antiapical;
 Comprimento: 21 cm.

Ocorrência
Ocorre das Antilhas à Terra do Fogo e por quase todo o Brasil.

Habitats
Cerrado, caatinga, campos de cultura e pastagens.

Hábitos
 Voa bem (vôo rasante);
 Move-se rapidamente no solo andando como passarinhos
miúdos.

Alimentação
 Normalmente granívora ou frugívora.
Reprodução
Adapta-se bem a alterações ambientais, podendo nidificar em
vegetações como macambiras, xiquexique como também pôr ovos
no solo ou fazer ninhos em locais de reprodução de aves marinhas.

Status
Comum.

Outros nomes
Pomba-de-bando, ribaçã (Rio Grande do Norte), pararé (Mato
Grosso), guaçuroba-pequena, arribaça, pomba-do-meio (Rio
Grande do Sul).

Fonte: http://www.geocities.com/avesdechile2/tortola.html

Centro de Pesquisa em Avifauna de Aeroportos – CPAA 195

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Pombo-doméstico (Columba livia)


Família Columbidae

Características
 Não possui mais padrão de plumagem característica de
seu antepassado, o Pombo-bravo do Mediterrâneo
europeu;
 Comprimento: 38 cm.

Ocorrência
Por todo o território nacional.

Habitats
Áreas urbanas.

Hábitos
 Habilidosa e rápida ao voar;
 Comum nas cidades, onde dá rasantes e revoadas em
meio aos arranha-céus em bandos.

Alimentação
 Originalmente sementes;
 Aproveita qualquer resto de alimento disponível.

Reprodução
Constrói o ninho em locais protegidos contra chuvas e ventos
fortes, tais como: vigas de telhado, parapeitos, janelas, e galpões.

Status
Comum.

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Anu-preto (Crotophaga ani)


Família Cuculidae

Características
 Preto uniforme, de bico alto;
 Possui um assobio melodioso e rico repertório, composto
por mais de uma dúzia de vozes diferentes;
 Comprimento: 36 cm.

Ocorrência
Ocorre da Flórida à Argentina e todo o Brasil.

Habitats
 Vive nas paisagens abertas com moitas e capões entre
pastos e jardins;
 Ao longo das rodovias costuma ser quase a única ave que
se vê, como habitante mais comum das zonas de lavouras
abandonadas;
 Prefere locais úmidos.

Hábitos
 Ave extremamente sociável, nunca vista solitária;
 Gosta de acompanhar o gado no campo, aproveitando-se
dos insetos que fogem espantados;
 Também têm o hábito de caminhar pelos gramados, de
vez em quando dando pequenos pulos para apanhar
presas.

Alimentação
 É essencialmente carnívoro, comendo gafanhotos, que
apanha acompanhando o gado, além de se alimentar de
pequenas cobras e rãs e até mesmo filhotes de outras
aves;
 Periodicamente comem também frutos, coquinhos e
sementes.

Reprodução
 Fazem grandes ninhos coletivos, onde todas as fêmeas do
bando põem seus ovos, mas também ocorrem ninhos
individuais.

Status
Comum.

Outros nomes
Anu-pequeno, anum (Pará).

Fonte: http://www.floranimal.ru/pages/animal/l/1600.html

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Anu-branco (Guira guira)


Família Cuculidae

Características
 É branco-amarelado, bico cor de laranja (imaturo
cinzento), as penas do alto da cabeça estão
constantemente eriçadas, cauda com fita preta;
 Voz alta e estridente;
 Comprimento: 38 cm
Ocorrência
 Ocorre do sudeste do Amapá e estuário amazônico (ilhas
campestres como Mexiana e a parte oriental de Marajó) à
Bolívia, Argentina e Uruguai;
 Falta na região de florestas da Amazônia.

Habitats
Vive nas paisagens abertas com moitas e capões (pastos e
jardins).
Hábitos
 Ave extremamente sociável, nunca vista solitária;
 Acompanha o gado no campo, aproveitando-se dos insetos
que fogem espantados. Também têm o hábito de
caminhar por gramados, de vez em quando dando
pequenos saltos para apanhar presas;
 Quando empoleira, arrebita a cauda e joga-a até as
costas;
 Gosta também de tomar sol e banhar-se na poeira.

Alimentação
 É essencialmente carnívora, comendo gafanhotos,
percevejos e aranha, além de pequenas cobras e rãs e, até
mesmo, filhotes de outras aves, saqueadas em seus
ninhos;
 Come também frutos, coquinhos e sementes, quando há
escassez de artrópodes.

Reprodução
 Faz grandes ninhos coletivos onde todas as fêmeas do
bando põem seus ovos, mas também ocorrem ninhos
individuais.

Status
Comum.

Outros nomes
Anu-galego, alma-de-gato, gralho (Rio Grande do Sul), guira,
quiriru (Amapá) e piririguá (Maranhão e Piauí).

Fonte: http://www.mangoverde.com/birdsound/spec/spec76-127.html

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Corujinha-do-mato (Otus choliba)


Família Stringidae

Características
 Apresenta duas plumagens distintas: uma ferrugínea e
outra acinzentada;
 Possui “orelhas” curtas; íris amarela;
 Comprimento: 22 cm;
 Envergadura: 54 cm.

Ocorrência
Ocorre da Costa Rica à Bolívia, Paraguai e Argentina; surge em
todo território nacional.

Habitats
Na orla da mata, cerrado, chácaras e também nas cidades.

Hábitos
 Ao capturar a presa em vôo, a ave emite um estalido
sonoro com o bico; já no solo caça com o auxílio das
garras.

Alimentação
 Grandes insetos.

Reprodução
Constrói ninho em cavidades de árvores.

Status
Comum.

Outros nomes
Corujinha-orelhuda, pire-cuí (Kajabi, Mato Grosso).

Fonte: http://www.kamoltd.co.jp/fuji/tropical.html

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Coruja-orelhuda (Rhinoptynx clamator)


Família Stringidae

Características
 É relativamente grande, de “orelhas” bem destacadas e
desenho longitudinal contrastante entre marrom e pardo;
 Comprimento: 37 cm.
Ocorrência
 Ocorre da Venezuela à Bolívia, Paraguai, Argentina e
Uruguai;
 Por todo o Brasil, com exceção das áreas florestais da
Amazônia.

Habitats
Paisagens abertas com arvoredos, cerrados, caatinga e até dentro
de cidades.

Hábitos
Costuma devorar a presa inteira, sem limpá-la.

Alimentação
 Vertebrados tais como roedores, morcegos, marsupiais,
lagartos e anfíbios.

Reprodução
Põe os ovos no solo, sobre o capim ou utiliza-se de ninhos
abandonados de outras aves.

Status
Comum.

Outros nomes
Mocho-orelhudo, coruja-gato (Pernambuco).

Fonte: http://www.owlpages.com/species/Asio-clamator/striped_owl.html

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Coruja-buraqueira (Speotyto cunicularia)


Família Strigidae

Características
Comprimento: 23 cm. Pernilonga.

Ocorrência
Canadá a Terra do Fogo e em quase todo o Brasil.

Habitats
Campos, pastagens e gramados de áreas urbanas.

Hábitos
 Terrícola;
 Apesar de diurna é mais ativa à noite;
 Tem o hábito de pousar sobre cupinzeiros, estacas, fios, e
beira de estradas;
 Vive em tocas, que ela mesma constrói;
 Quando alguém se aproxima dá sinais de alarme
ameaçadores, abaixando e levantando o corpo;
 Próximo dos locais onde ficam pousadas é fácil achar
regurgitos (pelotas), que são restos não digeríveis de
alimentos regurgitados;
 Os filhotes ameaçam intrusos com um chocalhar que se
assemelha ao ruído das cascavéis.

Alimentação
Insetos (besouros e outros artrópodes), répteis, anfíbios e
pequenas aves e mamíferos.

Reprodução
 Nidifica em buracos no chão escavados no solo ou buracos
abandonados de tatus;
 A postura é de 4 ovos, incubados pelo casal durante 23 ou
24 dias.

Status
Comum.

Outros nomes
Buraqueira.

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Coruja-de-igreja (Tyto alba)


Família Tytonidae

Características
 Ave esbelta, parte frontal clara, de “cara” comprida e disco
facial em forma de coração;
 Pernilonga, com dedos cobertos por cerdas;
 Emite grito fortíssimo, freqüentemente durante o vôo; no
período de acasalamento é entoado um dueto pelo casal,
com a fêmea respondendo nos intervalos que o macho
intercala;
 37 cm.

Ocorrência
Da América do Sul até a Terra do Fogo e por todo o Brasil.

Habitats
Nas proximidades de habitações humanas e paisagens cultivadas.

Hábitos
 Se perturbada, balança o corpo para os lados;
 Amedrontada e sem poder fugir, joga-se de barriga para
cima, enfrentando o perigo com as poderosas garras que
lançam para cima.

Alimentação
 Alimenta-se de pequenos vertebrados (marsupiais,
roedores, morcegos, anfíbios, répteis e aves);
 No verão a dieta é constituída geralmente de gafanhotos e
besouros, ao passo que, no inverno, predominam
roedores.

Reprodução
 Nidifica em sótãos de casas velhas, forros de torres de
igrejas, pombais e grutas;
 Os ovos, que são inteiramente brancos, são postos
diretamente no substrato ou numa camada de pelotas;
 A incubação prolonga-se por 30 a 34 dias;
 Reproduz-se durante quase todo ano, desde que haja
fartura de alimento.

Status
Comum.

Outros nomes
Suindara, tuidara, coruja-católica, mocho-das-cavernas (Minas
Gerais).

Fonte: http://www.desertmuseum.org/visit/rff_barnowl.html

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Curiango-comum (Nyctidromus albicollis)


Família Caprimulgidae

Características
 Apresenta duas plumagens: uma avermelhada e outra
acinzentada;
 Possui cauda longa, mas não bifurcada, com manchas
brancas longitudinais, exibidas durante pequenos vôos
verticais;
 Comprimento: 30 cm.

Ocorrência
Do Sul dos EUA e México até a Bolívia e Paraguai e por todo Brasil.

Habitats
Orla da mata e capoeira aberta (no solo).

Hábitos
 Pousa no solo na posição longitudinal, onde caminham
bem;
 Se inquietos, levantam e abaixam a cabeça ou
movimentam o corpo lateralmente, podendo esticar as
asas como preparando a fuga, ou bater as mesmas no
chão ou em galhos.

Alimentação
 Insetos capturados em vôo.

Reprodução
O ninho é confeccionado no solo sobre folhas secas.

Status
Comum.

Outros nomes
Bacurau, ju-jau, ibijau (Kamaiurá, Mato Grosso), a-ku-kú (Juruna,
Mato Grosso), sete-léguas.

Fonte: http://www.arthurgrosset.com/

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Bacurau-tesoura (Hydropsalis brasiliana)


Família Caprimulgidae

Características
 Pode possuir colar na nuca, amarelado ou marrom-
avermelhado;
 A cauda corresponde a 2/3 do comprimento da ave.

Ocorrência
Ocorre ao Sul do Amazonas até Bolívia, Paraguai, Argentina e
Uruguai, inclusive por todo leste e sul do Brasil.

Habitats
 Vive no solo, na orla da mata, cerrado, campo sujo e em
parques;
 Costuma adaptar-se bem as cidades.

Hábitos
 Nas cidades pousa regularmente sobre os telhados para
cantar, onde caça, partindo e retornando ao telhado.

Alimentação
 Insetos capturados em vôo.

Reprodução
O ninho é confeccionado no solo, sobre folhas secas.

Status
Comum.

Outros nomes
“Curiango-tesoura”.

Fonte: http://www.ao.com.br/images/figueire.jpg

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Corucão (Podager nacunda)


Família Caprimulgidae

Características
 É a espécie mais robusta da família;
 Possui cauda curta, inconfundível pelo tamanho e branco
puro da barriga, área branca na garganta posterior e larga
faixa branca sobre as primárias; no macho a ponta da
cauda é branca;
 Voz lembra o canto de um sapo;
 29,5 cm, envergadura 71 cm;
 Peso: 205 g.

Ocorrência
Ocorre da Venezuela e Colômbia à Bolívia e Argentina e por todo
Brasil.

Habitats
Paisagens abertas, cerrados.

Hábitos
 Voa em pleno dia;
 Pousa sobre estacas, periodicamente em bandos quando
saem dos esconderijos à tarde (antes do pôr-do-sol);
 Caça sobre as cidades na iluminação urbana e nas
lâmpadas de aeroportos.

Alimentação
 Insetos
Reprodução
 Não faz ninhos;
 Em geral põem os ovos diretamente sobre a terra, areia ou
entre pedras.

Status
Comum.

Outros nomes
Corucão-do-banhado, corujinha.

Fonte: http://www.faunadepelotas.hpg.ig.com.br/avesft114.htm

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Urutau (Nyctibius griseus)


Família Nyctibiidae

Características
 De colorido variável, marrom ou acinzentado, com peito
negro e íris amarelo intensa;
 Possui um “olho mágico”, que corresponde a duas fendas
na pálpebra superior, por onde observa ao redor com os
olhos fechados;
 Comprimento: 37 cm;
 Envergadura: 85 cm;
 Peso: entre 159 e 187 g.

Ocorrência
 Ocorre do México à Bolívia, Argentina, Uruguai e por todo
o Brasil.

Habitats
Borda de matas, paisagens com árvores esparsas e cerrados.

Hábitos
 Costuma pousar durante o dia na extremidade de um
tronco em posição ereta, imóvel e com a cabeça voltada
para cima. Assim escapa facilmente de ser descoberta.

Alimentação
 Insetos.

Reprodução
 Um único ovo é posto numa cavidade de árvore e incubado
pelo casal durante 33 dias;
 O filhote é alimentado pelos pais, permanecendo 51 dias
no ninho.

Status
Comum.

Outros nomes
Mãe-da-lua, kuá-kuá (Juruma, Mato Grosso), urutavi (Kamaiurá,
Mato Grosso).

Foto: G. Luigi

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Pica-pau-do-campo (Colaptes campestris)


Família Picidae

Características
 Espécie grande, lados da cabeça e pescoço amarelos,
como peito anterior, sendo esse tom mais vivo no macho;
 Costas e barriga barradas; baixo dorso branco bem visível
no vôo;
 32 cm.

Ocorrência
 Ocorre do Nordeste do Brasil ao Uruguai, Paraguai, Bolívia
e Argentina;
 Também nos campos do baixo Amazonas e no Suriname.

Habitats
Cerrados e campos.

Hábitos
 Vive em pequenos bandos em regiões campestres, onde
está entre as aves mais vistosas;
 Durante o auge do calor procura a escassa sombra de um
moirão.

Alimentação
 Insetos, larvas de cupins retiradas de cupinzeiros terrícola,
e formigas capturadas em troncos de árvores em
decomposição no solo.

Reprodução
Faz cavidades em troncos de árvores, barrancos ou moirões de
cercas.

Status
Comum.

Outros nomes
Chã-chã, pica-pau-de-manga (Minas Gerais).

Fonte: http://ar.geocities.com/pajarosargentinos1/carpincam.htm

Centro de Pesquisa em Avifauna de Aeroportos – CPAA 207

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Andorinhão-do-temporal (Chaetura andrei)


Família Apodidae

Características
 Possui plumagem cor de fuligem escura;
 Garganta, porção inferior do abdômen e cauda mais
claros;
 Comprimento: 11,5 cm.

Ocorrência
Ocorre no Suriname, no norte da Venezuela, Colômbia, Panamá e
da Argentina e Paraguai até o Brasil (Mato Grosso, Rio de Janeiro,
Roraima).

Habitats
Sobrevoa matas e cidades.

Hábitos
 De março em diante é migratória;
 Pernoita coletivamente em chaminés residenciais (bandos
de até 700 aves).

Alimentação
Insetos.

Reprodução
Nidifica em árvores ocas ou até mesmo em edificações, como
chaminés.

Status
Comum.

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Andorinha-do-campo (Phaeoprogne tapera)


Família Hirundinidae

Características
 Espécie grande;
 Cor de fuligem, garganta e abdômen brancos, assim como
as penas da parte inferior da cauda, visível em vôo;
 Comprimento: 17,5 cm.

Ocorrência
 Ocorre da Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia ao norte
do continente;
 No Brasil está presente no Amazonas, Mato Grosso, Rio de
Janeiro e na Região Sul.

Habitats
Habita o campo e a paisagem aberta de cultura.

Hábitos
 Tem o costume de pernoitar em tabuais, canaviais,
capinzais altos e em ilhas fluviais.

Alimentação
 Insetos.

Reprodução
Costuma aproveitar-se de ninhos de joão-de-barro (Furnarius
rufus) ou qualquer outro tipo de buraco.

Status
Comum.

Outros nomes
Uiriri (Amazonas).

Fonte: http://www.arthurgrosset.com

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Andorinha-de-bando (Hirundo rustica)


Família Hirundinidae

Características
 Possui parte da face e garganta ferrugínea;
 Abdômen branco;
 Cauda bastante longa, profundamente entalhada e
atravessada por uma faixa branca;
 Comprimento: 15,5 cm.

Ocorrência
 Visitante setentrional;
 Periodicamente em todo o Brasil;
 Chega até a Terra do Fogo.

Habitats
 Regiões campestres, varjões, fazendas;
 Não entra, porém, em cidades como Rio de Janeiro.

Hábitos
Tem o costume de pernoitar em tabuais, canaviais, capinzais altos
e, na Amazônia, sobre arbustos em ilhas fluviais.

Alimentação
Insetos capturados em vôo.

Reprodução
Aninham-se em buracos de vários tipos, fazendo uma cama solta
de capim, folhas e penas.

Status
Comum.

Outros nomes
Andorinha-das-chaminés

Fonte: http://www.aves.be/

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Polícia-inglesa (Leistes militaris)


Família Icteridae

Características
 Possui asas longas e curtas;
 No período reprodutivo, o macho tem o colorido muito
intenso: penas superiores das asas vermelhas e se
destacam em vôo; se vista por trás, o negro é quase
uniforme;
 A fêmea é parda, com peito mostrando alguns vestígios de
vermelho;
 Possui uma larga faixa acima dos olhos de cor creme;
 Comprimento: 17-19 cm.

Ocorrência
Ocorre na maior parte do continente, da Argentina ao Panamá e
em todo Brasil.

Habitats
 Campos úmidos de vegetação rasteira e varjão;
 Vem apresentando expansão geográfica pelo Brasil em
função do desmatamento nas várias regiões.

Hábitos
Durante sua expansão pelo país, torna-se abundante em pouco
tempo; às vezes porém, escasseia mais tarde ou desaparece de
novo.

Alimentação
Sementes, insetos e brotos de plantas herbáceas.

Reprodução
O ninho é uma cestinha aberta no chão, escondido por baixo do
capim.

Status
Comum.

Outros nomes
Polícia-inglesa-do-norte, papa-arroz (Amapá), puxa-verão, “baieta”
(Marajó), pipira-do-campo (Pará), cheque (Ceará), flamengo (Rio
de Janeiro).

Fontes: http://www.arthurgrosset.com/ e http://pdubois.free.fr/

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Pardal (Passer domesticus)


Família Ploceidae

Características
 O macho adulto se difere da fêmea por possuir placa
negra na garganta e pela parte superior da cabeça
acinzentada, e bico negro;
 A fêmea possui plumagem pardacenta, com faixa clara
acima dos olhos e bico pardo;
 Comprimento: 14,8 cm;
 Peso: 30 g.

Ocorrência
Por quase todo mundo, e por todo Brasil.

Habitats
Pássaro de cidades.

Hábitos
Movimentam-se sobre os galhos e no solo, pulando. São gregários.

Alimentação
Comem sementes, insetos. Sendo onívoros.

Reprodução
Constroem ninho em qualquer parte de edificações humanas que
ofereçam cavidades ou fendas (geralmente em boa altura).

Status
Comum.

Outros nomes
Pardal-doméstico

Fontes: http://www.arthurgrosset.com/ e http://ontfin.com/Fav/House_Sparrow5.jpg

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47433908.
MANUAL DE PERIGO AVIÁRIO

“AVES COMO FATOR DE RISCO PARA A AVIAÇÃO NAS PROXIMIDADES DE


AEROPORTOS NO BRASIL: DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA PARA
AVALIAÇÃO E BUSCA DE SOLUÇÕES”

Rio de Janeiro, 12 de abril de 2006

Emilio Lebre La Rovere


Coordenador LIMA/COPPE/UFRJ

Luiz Pinguelli Rosa


Coordenador PPE/COPPE/UFRJ

Carlos David Nassi


Diretor Executivo FUNDAÇÃO COPPETEC

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